PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES (PPGCR)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: LAUDIANA ANDRIOLA DE AQUINO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LAUDIANA ANDRIOLA DE AQUINO
DATA: 17/12/2024
HORA: 16:00
LOCAL: CE Campus I UFPB
TÍTULO: MISOGINIA ATÉ QUANDO? ESTUDO SOBRE VIOLÊNCIA E RELIGIÃO NO COTIDIANO DE MULHERES DA IGREJA BATISTA CENTRAL COLIBRIS, JOÃO PESSOA-PB
PALAVRAS-CHAVES: Crenças Misóginas, Patriarcado, Violências contra a mulher, Lares Cristãos Protestantes.
PÁGINAS: 80
RESUMO: O trabalho aborda a misoginia, a violência contra a mulher e a religião, tendo em vista que se trata de um assunto grave e de um prejuízo que sobrevive ao tempo, muito antes de ter nome. Pode-se dizer que se torna mais grave as formas de violência como ocorrem no contexto dos lares cristãos. Assim, misoginia, violência e religião são temas que estão presentes no cenário atual e vêm sendo debatidos no cotidiano dos sujeitos na sociedade contemporânea. O trabalho está estruturado em três capítulos que abordam a contextualização da misoginia, gênero e violência, com enfoque no cristianismo e a violência em lares cristãos diante da invisibilidade e do silêncio. Apresenta um olhar de sensibilidade para as igrejas cristãs e para as mulheres da Igreja Batista Central (IBC) Colibris, sede do município de João Pessoa-PB, dialogando com as leituras conservadoras e fundamentalistas da doutrina bíblica e a sensibilidade às mulheres vítimas de violência no lar cristão. Para isso, buscou-se principalmente as narrativas das mulheres cristãs protestantes da IBCC, onde todas foram vítimas de violência doméstica. A pesquisa tem como objetivo geral analisar a misoginia presente no âmbito sociorreligioso com ênfase nas mulheres cristãs protestantes da IBC Colibris. Como objetivos específicos propõe: discutir sobre misoginia, gênero e violência com enfoque no cristianismo; tratar sobre a violência em lares cristãos diante da invisibilidade e do silêncio e; discorrer sobre um olhar de sensibilidade para as igrejas cristãs protestantes e para as mulheres da IBC Colibris. A metodologia adotada trata de uma pesquisa empírica, de abordagem qualitativa, considerando que pesquisas qualitativas têm cada vez mais se utilizado de análises textuais, já que o materiais de análise da pesquisa são entrevistas e observações. Logo, a pesquisa qualitativa pretende aprofundar a compreensão dos fenômenos que investiga a partir de uma análise rigorosa e criteriosa desse tipo de informação, onde a intenção principal é a compreensão das narrativas das mulheres entrevistadas. Para a Análise Textual Discursiva (ATD), como método analítico, foram estratégias de ações, a aplicação de entrevistas, com um grupo focal de 10 pessoas, tendo com sujeitos as mulheres cristãs da IBC de João Pessoa. A ATD foi empregada para organizar as narrativas em categorias de análises e estabelecer relações temáticas. O aporte teórico abrange autores que discutem o patriarcado, a misoginia e a religião, além de referências à Bíblia, destacando interpretações que perpetuam desigualdades de gênero, como Bell Hooks, Beverly Engels e Júlio Chiavenato. Os resultados preliminares apontam que a violência doméstica em lares cristãos é um problema grave, atingindo mulheres protestantes da IBC Colibris, e que a maioria das vítimas que busca ajuda em sua comunidade de fé relatam que nem sempre encontraram apoio espiritual na igreja. Um resultado inusitado foi perceber que a referida sede da IBC de JP, se destaca por oferecer amparo à essas mulheres. Algumas mulheres relatam que a vivência religiosa tem ajudado na recuperação psicológica e espiritual, ainda que enfrentem dificuldades com interpretações bíblicas que reforçam a submissão feminina. A pesquisa também evidencia a necessidade de ações mais incisivas das lideranças religiosas para combater a violência de gênero. Destaca-se a dualidade do papel da religião: enquanto perpetua o patriarcado e o silêncio, também pode oferecer esperança e resiliência às vítimas. Portanto, mesmo diante das sequelas psicológicas, a religião vivida pelas mulheres desta investigação ajuda a resgatar a fé e acreditar em um futuro melhor na presença de Deus, independente dos traumas sofridos. É importante enfatizar que nos últimos anos a influência da religião no enfrentamento à violência doméstica tem se manifestado de forma negativa, mas também pode ser positiva, pois todo caso pode ter uma exceção, a depender da postura de como os líderes religiosos abordam o problema. Além disso, o estudo contribui para reflexões sobre as relações de gênero e o papel das igrejas na construção de uma sociedade mais equitativa.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1732317 - RITA CRISTIANA BARBOSA
Interno - 3291357 - VITOR CHAVES DE SOUZA
Externo ao Programa - 2645764 - ANITA LEOCADIA PEREIRA DOS SANTOS