PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES (PPGCR)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: SAVIO ROBERTO FONSECA DE FREITAS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SAVIO ROBERTO FONSECA DE FREITAS
DATA: 31/07/2025
HORA: 14:00
LOCAL: sala 320 - CE
TÍTULO: ODÒ OMÍ Ó OBÁ OMIM OLOKUM! DA COSMOPERCEPÇÃO IORUBÁ À ORIXALIZAÇÃO NEGRO-BRASILEIRA: OS CONTOS DE AXÉ DE MÃE BEATA DE YEMONJÁ
PALAVRAS-CHAVES: Candomblé; Orixalização; Conto de Axé; Mãe Beata de Yemonjá
PÁGINAS: 206
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Teologia
RESUMO: Nossa tese tem como corpus a coletânea de contos intitulada Caroço de dendê: a sabedoria dos terreiros, como babalorixás e ialorixás passam seus conhecimentos (2002), de Mãe Beata de Yemonjá (1931-2017). Os contos de axé da referida ialorixá nos levaram a constatação de que a orixalização negro-brasileira se dá pluriversalmente (Ramose, 2011) nos cultos religiosos de matrizes africanas e migra para outras formas plurissignificativas de circulação, ocupando espaços culturalmente híbridos de interpretações possíveis apenas para os seguidores das leis do orixá e que são iniciados ao culto das mais diversas sacralizações de matriz africana. Em todos os contos, deparamo-nos com narrativas de terreiros de candomblé que tratam das relações dos povos de axé com os orixás de origem iorubá. Partindo deste princípio, elaboramos o objetivo de analisar os contos de axé como narrativas construídas a partir de sabedorias oralizadas de terreiros em que situações de conflitos do cotidiano de comunidades religiosas afro-brasileiras são acometidas a se ressignificar sob a orientação das forças ancestrais da natureza. O conceito de cosmopercepção iorubá da socióloga nigeriana Oyèrónké Oyewúmí (2021) e do princípio pluralista do teólogo brasileiro Cláudio de Oliveira Ribeiro (2022) nos leva a criação do conceito de orixalização negro-brasileira, princípio estético e ideológico percebido através da análise dos contos de axé de Mãe Beata. A metodologia utilizada nesta pesquisa é de caráter bibliográfico e qualitativo. Seguindo este método, outras contribuições teóricas são convocadas para esta gira epistemológica que embasa a nossa análise, entre as quais destacamos algumas: os estudos sobre as religiões de matrizes africanas feitos pelo historiador José Beniste (2006, 2008, 2009, 2019, 2021); as pesquisas sobre os povos iorubás e sobre candomblé de Stefania Capone (2011, 2023); os fundamentos das Ciências da Linguagem Religiosa a partir de João Décio Passos e Frank Usarski (2013); os princípios da oralitura e das afrografias teorizados pela Leda Maria Martins (1997, 2021, 2023); as reflexões de Vagner Gonçalves da Silva sobre Exu (1995, 2015, 2022); os estudos antropológicos sobre Iemanjá do sociólogo Armando Vallado (2011, 2019); as problematizações de literatura a afrodescendência do crítico literário Eduardo Assis Duarte(2011); as questões sobre o Mulherismo Africana postuladas por Cleonora Hudson-Weems (2020); as reflexões sobre feminismo negro propostas por Djamila Ribeiro (2018) entre outras e outros pesquisadoras/es que fazem xirê nesta pesquisa. No tocante aos resultados da tese, podemos constatar que os contos de axé de Mãe Beata de Yemonjá são um espaço de territorialização de religiosidades negro-brasileiras pluriversas construídas a partir de uma orixalização movida pelas sabedorias de terreiro, confirmando que as tradições africanas se mantêm vivas no candomblé para minimizar a intolerância religiosa e o racismo estrutural, potencializando um letramento religioso antirracista no Brasil.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1774137 - DILAINE SOARES SAMPAIO
Interno - 1814691 - MARIA LUCIA ABAURRE GNERRE
Interno - 1732317 - RITA CRISTIANA BARBOSA
Externo à Instituição - DENISE MARIA BOTELHO
Externo à Instituição - Irene de Araújo Van Den Berg Silva