PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (PPGCB)

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)

Telefone/Ramal
Não informado

Notícias


Banca de DEFESA: ANA LUISA ARAÚJO DE AMORIM

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANA LUISA ARAÚJO DE AMORIM
DATA: 30/08/2024
HORA: 08:30
LOCAL: Ambiente Virtual: https://meet.google.com/jai-xxzg-jxd
TÍTULO: Caracterização do lixo marinho em dois estuários tropicais com diferentes graus de impacto antrópico e sua interação com os organismos
PALAVRAS-CHAVES: poluição marinha, plástico, microplástico
PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Zoologia
RESUMO: O lixo marinho, especialmente os plásticos, é uma ameaça significativa aos ecossistemas estuarinos, que são áreas de reprodução, proteção, alimentação e berçário para muitas espécies de peixes e invertebrados marinhos. Estes ecossistemas, frequentemente localizados em regiões densamente povoadas, sofrem com a poluição advinda da ação humana. Os estuários do Rio Paraíba (ERPB) e Mamanguape (ERMM), localizados na Paraíba, Nordeste do Brasil, foram investigados quanto à presença de lixo marinho e microplásticos. No estuário do Rio Paraíba, que sofre maior impacto antrópico, foi observada uma abundância significativamente maior de lixo marinho e plástico tanto na análise sazonal (177,68 ± 232,44 e 93,83 ± 93,81 itens/ha, respectivamente) quanto na análise interanual (320,46 ± 424,83 e 173,30 ± 153,60 itens/ha, respectivamente), em comparação ao estuário do Rio Mamanguape, localizado em uma área de preservação ambiental. Neste último, as densidades foram muito menores nas análises sazonal (10,56 ± 35,51 e 1,99 ± 5,41 itens/ha, respectivamente) e interanual (1,99 ± 5,41 e 10,75 ± 12,62 itens/ha, respectivamente). O plástico foi o principal tipo de lixo marinho encontrado em ambos os estuários, representando 95% do total de lixo marinho coletado. Durante a permanência nos estuários, o plástico se fragmenta em microplásticos, que podem ser ingeridos por organismos marinhos, afetando a biodiversidade local. Foi observado que a sazonalidade influencia a quantidade de lixo marinho, com picos durante períodos de maior atividade turística e de alta pluviosidade, quando o aumento do fluxo dos rios leva maior quantidade de lixo para os estuários. O mesmo padrão foi observado para a abundância de microplásticos, com o estuário do Rio Paraíba apresentando concentrações significativamente maiores tanto no plâncton (ERPB: 65,69 ± 59,96 itens/m³; ERMM: 10,00 ± 4,76 itens/m³) quanto no sedimento (ERPB: 535,5 ± 546,4 itens/m³; ERMM: 450,6 ± 588,5 itens/m³), em comparação ao estuário do Rio Mamanguape. Esses microplásticos variaram em tamanho, cor e forma, sendo predominantes fragmentos pequenos. Os microplásticos presentes em ambos os estuários foram ingeridos por diferentes fases ontogenéticas da espécie de peixe Atherinella brasiliensis, que pode ter implicações significativas para sua saúde e sobrevivência, além de representar um risco para a cadeia alimentar desses estuários, por ser potencialmente transferido para outros níveis tróficos. Esses resultados indicam uma ampla e preocupante distribuição de lixo marinho e microplásticos nos dois maiores estuários da Paraíba, refletindo o impacto humano, especialmente em áreas mais industrializadas e urbanizadas. Desta forma é necessário implementar políticas eficazes de gestão de resíduos e promover alternativas sustentáveis para mitigar os impactos da poluição nesses importantes ecossistemas.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2054463 - MIODELI NOGUEIRA JUNIOR
Externo ao Programa - 1746523 - CLAUDIA DE OLIVEIRA CUNHA
Externo ao Programa - 338128 - GEORGE EMMANUEL CAVALCANTI DE MIRANDA
Externo à Instituição - JACQUELINE SANTOS CAVALCANTE
Externo à Instituição - KARINA MASSEI