Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DELIS OTILDES RODRIGUES
DATA: 28/11/2025
HORA: 09:30
LOCAL: Ambiente Virtual, Link: https://meet.google.com/omb-pwhe-jio
TÍTULO: Estudo da ingestão de microplásticos pela ictiofauna de dois estuários tropicais (NE, Brasil, 07o S)
PALAVRAS-CHAVES: Microplásticos; ictiofauna estuarina; impactos antrópicos; variação-espaço temporal; biodiversidade marinha; conservação ambiental.
PÁGINAS: 100
RESUMO: A poluição por microplásticos representa um dos maiores desafios ambientais contemporâneos, afetando a saúde dos organismos aquáticos e comprometendo ecossistemas costeiros e marinhos. Os estuários são ecossistemas muito importantes, pois fornecem serviços ecossistêmicos como a geração de alimento, assimilação de detritos e resíduos, proteção à erosão e redução do impacto da força dos oceanos. No Brasil, os estuários dos rios Paraíba e Mamanguape, localizados no litoral da Paraíba, apresentam diferentes graus de impacto antrópico e constituem áreas estratégicas para o estudo da relação entre degradação ambiental e biodiversidade aquática. A estrutura da ictiofauna estuarina tropical varia com o tipo de estuário e com as diferenças no padrão espacial e temporal da comunidade, influenciadas por fatores ambientais e condições hidrológicas.A diversidade de espécies de peixes nesses ambientes é frequentemente uma função da complexidade arquitetônica dos habitats, com áreas estruturalmente mais complexas suportando maior riqueza de espécies. As variações sazonais e espaciais na produtividade podem levar a mudanças correspondentes na abundância e distribuição de peixes. O presente estudo pretende analisar a ingestão de microplásticos pela ictiofauna de dois estuários tropicais localizados no Nordeste do Brasil que apresentam diferentes níveis de impacto antrópico, com o propósito de compreender como fatores ambientais e pressões humanas influenciam a estrutura, distribuição e composição das assembleias de peixes, bem como identificar as implicações ecológicas da contaminação por microplásticos nesses ambientes de transição. As amostras de peixes foram coletadas em três pontos na região entre - merés dos estuários Rio Paraíba e Rio Mamanguape com rede de arrasto de praia durante o final da estação seca (fevereiro de 2020 e de 2021) e no início estação da chuva (maio e junho de 2021). A rede utilizada tinha 15 m de comprimento, 1,8 a 2,2 m de altura abertura fixa de 7 m e malha de 5 mm. Em cada ponto amostral foram conduzidos três arrastos perpendiculares as margens dos estuários, com duração de três minutos. Os peixes foram identificados, contados, pesados e mensurados quanto ao seu comprimento total e parcial (mm). Foram registrados 5.039 indivíduos, distribuídos em 104 espécies, das quais 20 foram consideradas abundantes e 55 frequentes. O estuário do rio Paraíba apresentou maior número de indivíduos (52,05%), enquanto o estuário do rio Mamanguape mostrou maior diversidade e equilíbrio ecológico, evidenciando a influência da conservação ambiental sobre a biodiversidade. As análises estatísticas (ANOVA de três vias) revelaram diferenças significativas entre estuários, pontos e réplicas, demonstrando que fatores como salinidade, aporte fluvial, profundidade e ação humana afetam diretamente as características estruturais e funcionais das comunidades de peixes. Observou-se predominância de espécies marinhas e eurialinas no período seco, e de espécies estuarinas e dulcícolas durante o período chuvoso, refletindo a dinâmica sazonal dos estuários tropicais. O estudo confirma que o grau de impacto antrópico é um fator determinante na estrutura da ictiofauna, representando uma contribuição significativa ao conhecimento sobre a ecologia de peixes estuarinos e os impactos emergentes dos microplásticos.
MEMBROS DA BANCA:
Externo(a) à Instituição - ANA LUISA ARAÚJO DE AMORIM
Externo(a) à Instituição - JACQUELINE SANTOS CAVALCANTE
Presidente(a) - 2054463 - MIODELI NOGUEIRA JUNIOR