Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: NATALIA MARIA CAMARA LUNA
DATA: 28/11/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Ambiente Virtual, Link: https://meet.google.com/wji-rawa-tmf
TÍTULO: Estrutura e função ecológica da estridulação no escorpião da Caatinga Jaguajir rochae (Borelli, 1910) (Scorpiones: Buthidae)
PALAVRAS-CHAVES: Comunicação acústica, comportamento antipredador, padrão sonoro, resposta estridulatória.
PÁGINAS: 80
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Zoologia
RESUMO: A estridulação, um tipo de produção sonora produzida pela fricção de duas estruturas especializadas do corpo, é um mecanismo acústico pouco estudado em diversos táxons, especialmente fora de Insecta, e reconhecidamente presente em escorpiões, como na espécie da Caatinga Jaguajir rochae (Borelli, 1910), cujo padrão estridulatório foi descrito em 1995. Sabe-se que escorpiões são capazes de modular seu comportamento antipredatório a depender do nível de ameaça a que estão expostos, porém ainda se desconhece muito de suas respostas defensivas, sua variação sonora e dos fatores ecológicos que as influenciam. Visto que escorpiões apresentam dimorfismo sexual, seu órgão estridulatório pode apresentar variações traduzidas em diferenças acústicas. Ainda, seguindo o padrão de outros artrópodes que estridulam, a presença do mesmo comportamento em organismos jovens indica que essa comunicação não é sexual ou intraespecífica. Assim, este trabalho buscou redescrever e analisar os padrões estridulatórios produzidos por J. rochae de diferentes sexos e idades; e investigar se há alteração na resposta estridulatória a diferentes níveis de estresse, à presença de rastros químicos de um predador vertebrado e sob simulação de predação por ave. Foram utilizados espécimes dos municípios de Sertânia (PE) e São José dos Cordeiros (PB), que tiveram suas respostas registradas sob as seguintes situações: (1) estímulo mecânico mínimo; (2) estímulo mecânico de menor estresse; (3) estímulo mecânico de maior estresse; (4) estímulo mecânico somado a estímulo químico de predador vertebrado; (5) estímulo mecânico simulando predação aviária. Além disso, caracteres morfométricos do aparelho estridulatório de machos e fêmeas foram mensurados. A média das estruturas mensuradas foi maior nas fêmeas, com exceção do número de dentes da pectina, que foi similar para os dois sexos. Contudo, a razão alométrica dos comprimentos mensurados foi maior nos machos, cujas pectinas são proporcionalmente maiores em relação ao tamanho total do corpo. O padrão sonoro de machos e fêmeas foi diferenciado principalmente pelos parâmetros tempo delta, pico de densidade de potência e frequência mínima, que apresentaram valores significativamente maiores nas fêmeas. O espectrograma sonoro de todos os organismos que estridularam (machos, fêmeas e jovens) mostrou frequências entre 13 e 27 kHz, com pico de frequência pouco acima de 20 kHz e uma duração média de 0,62 ± 0,05 s para machos e 0,75 ± 0,08 s para fêmeas. Quanto à reação estridulatória dos animais a diferentes estímulos (apenas mecânico versus mecânico e químico), não houve diferenças entre os tratamentos investigados, mostrando que o estímulo mecânico é suficiente para desencadear uma resposta estridulatória. A faixa de frequência apresentada está dentro do comum para estridulação defensiva de outros artrópodes, e sua resposta aos estímulos mecânicos sugere que este comportamento em escorpiões é antipredatório. Este estudo provê a primeira evidência de variações sexuais na estridulação de escorpiões e elucida sua função ecológica como estratégia antipredatória.
MEMBROS DA BANCA:
Externo(a) à Instituição - GABRIEL PRIMENTA MURAYAMA
Presidente(a) - 1799240 - MARCIO BERNARDINO DA SILVA
Externo(a) à Instituição - NATHALIA XIMENES GONÇALVES