PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (PPGCB)
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)
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Notícias
Banca de DEFESA: CAMILA CRISTINA PIRES DE BRITO
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CAMILA CRISTINA PIRES DE BRITO
DATA: 27/02/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Ambiente Virtual, Link: https://meet.google.com/rkg-kyuu-brx
TÍTULO: DIVERSIDADE FILOGENÉTICA DE PEIXES RECIFAIS DA PROVÍNCIA BRASILEIRA
PALAVRAS-CHAVES: Diversidade evolutiva; Ictiofauna; Conservação; Endemismo; Biogeografia.
PÁGINAS: 59
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Zoologia
RESUMO: A província brasileira abriga mais de 600 espécies de peixes recifais distribuídas
em cinco subprovíncias e 23 áreas costeiras e oceânicas. Sabe-se que as
subprovíncias diferem em tamanho, localização, heterogeneidade ambiental e
abrigam diferentes espécies, incluindo espécies endêmicas e de ampla
distribuição. No entanto, pouco se sabe sobre os níveis de diversidade
filogenética das subprovíncias, tanto em escala alfa (dentro de cada
subprovíncia) quanto beta (entre subprovíncias). Neste estudo foi calculada a
diversidade filogenética (MnTD e MPD) alfa de cada área das cinco
subprovíncias para avaliar se subprovíncias mais ricas em espécies também são
filogeneticamente mais diversas. A diversidade filogenética beta entre as
subprovíncias também foi calculada para testar se subprovíncias
geograficamente próximas são filogeneticamente mais similares do que
subprovíncias mais distantes. O tempo de divergência das espécies também foi estimado considerando todas as espécies, só as endêmicas do Atlântico Sul e só
as endêmicas do Brasil, para avaliar sua probabilidade de ocorrência ao longo
das subprovíncias. Para isso, foi construída uma filogenia molecular a partir de
análises de verossimilhança de dados genéticos compilados para 506 espécies.
Os dados foram analisados através de modelos lineares generalizados e testes de
Mantel. Foi verificado que as subprovíncias com menores número de espécies
(SP1, SP2, SP3) foram as que apresentaram os maiores valores de MPD alfa,
métrica que considera a diversidade filogenética total de cada área. Já os valores
de MnTD, que considera apenas a diversidade nos ramos terminais da filogenia,
seguiram o padrão inverso ao de MPD e diminuíram conforme a riqueza
aumentou. Para beta, o aumento da distância geográfica resultou em uma maior
dissimilaridade taxonômica e filogenética próxima aos terminais (MnTD beta),
mas não implicou em um aumento de dissimilaridade filogenética global (MPD
beta). Isto sugere que clados superiores (e.g. ordens e famílias) se distribuem
homogeneamente ao longo da província brasileira, porém clados mais inferiores
(e.g. gêneros e espécies) tendem a ser mais parecidos entre subprovíncias
vizinhas. O tempo de divergência das espécies foi em média de 17 milhões de
anos (1-155 milhões de anos; min-max), mas tanto espécies antigas quanto
recentes tiveram a mesma probabilidade de ocorrência nas diferentes
subprovíncias. Esses resultados indicam que (1) as subprovíncias oceânicas são
grandes repositórios de diversidade filogenética de peixes recifais brasileiros,
mas que as áreas costeiras também são muito relevantes; (2) a diversidade
filogenética alfa de clados superiores e inferiores é influenciada pelo número de
espécies, portanto a riqueza de espécies precisa ser preservada em todo o país;
(3) a diversidade filogenética beta de clados inferiores é afetada pela distância
geográfica, indicando certo nível de limitação de dispersão das espécies; e (4)
todas as subprovíncias resguardam espécies antigas e recentes, devendo ser
manejadas e conservadas de forma integrada.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1973701 - BRAULIO ALMEIDA SANTOS
Externo à Instituição - PEDRO HENRIQUE CIPRESSO PEREIRA
Externo à Instituição - VIVIANA MÁRQUEZ VELÁSQUEZ