PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA (PPGS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: ELIANE LEITE MAMEDE

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ELIANE LEITE MAMEDE
DATA: 15/10/2025
HORA: 10:00
LOCAL: Sala de reuniões PPGS - Presencial
TÍTULO: ENTRE O ESTADO E O BANCO: A financeirização da pobreza na perspectiva dos usuários do Programa Bolsa Família
PALAVRAS-CHAVES: financeirização; bancarização; política de transferência de renda; Programa Bolsa Família; pobreza.
PÁGINAS: 100
RESUMO: Nos últimos anos, observa-se a infiltração da financeirização nas práticas sociais e na vida cotidiana das pessoas, sendo visível na expansão significativa e inédita das operações financeiras. Entre as resultantes, ressalta-se o fenômeno de massificação do acesso da população pobre e vulnerável economicamente ao mercado bancário-financeiro, o que tem sugerido uma aparente democratização das finanças mediante promessas de equalização de oportunidades e ampliação do crédito ao consumo. Esse estudo toma como eixo central o processo de financeirização e bancarização da pobreza no Brasil, considerando as interligações entre a gestão da pobreza pelo Estado e o neoliberalismo sob a égide da racionalidade financeira. O objetivo é analisar as mudanças nas condições de vida dos usuários do Programa Bolsa Família decorrentes da bancarização, considerando suas percepções e experiências. Parte se do pressuposto de que a bancarização da população pobre passou por uma ampliação expressiva, sobretudo, após a implementação do Programa Bolsa Família em 2003, quando o acesso foi condicionado à abertura e utilização de contas bancárias. Desde então o Estado tem atuado tanto como promotor direto da inserção do pobre no mundo das finanças, quanto como co-criador de garantias para a contratação de créditos para consumo através da renda monetária transferida pelos programas socioassistenciais. A expansão financeira da população pobre revela uma nova forma de interação econômica e financeira, antes inacessível a essa parcela da população, logo, é apresentada enquanto resposta à exclusão social. Contudo, manifesta-se de forma significativa como uma das resultantes dos processos de hipertrofia da financeirização na sociedade, cujos desdobramentos sobre as condições de vida da população pobre são ambíguos e potencialmente contraditórios. À luz dessas considerações, a pesquisa compreende a bancarização da pobreza como dilema histórico e estrutural da política social, em razão da promessa de inclusão financeira se combinar com a intensificação de mecanismos de controle, endividamento e aprofundamento da vulnerabilidade social. Ao tempo que amplia acessos e direitos, também é capaz de engendrar mecanismos que aprofundam a desproteção social e os efeitos perversos da pobreza. A investigação realizou um estudo de campo de natureza qualitativa, combinando o método das trajetórias sociais com entrevistas em profundidade, de modo a captar as percepções e experiências de usuários do Programa Bolsa Família. A análise foi complementada por revisão de literatura sobre a financeirização, com ênfase nos processos de bancarização da população em situação de pobreza. Além disso, recorreu-se à pesquisa documental da legislação brasileira e de outras fontes jurídico-políticas pertinentes ao tema.
MEMBROS DA BANCA:
Externo(a) ao Programa - 338385 - MARINALVA DE SOUSA CONSERVA
Presidente(a) - 2679192 - ROGERIO DE SOUZA MEDEIROS
Interno(a) - 1363922 - SIMONE MAGALHAES BRITO