PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA (PPGS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
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Notícias


Banca de QUALIFICAÇÃO: EMERSON FERREIRA DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EMERSON FERREIRA DA SILVA
DATA: 16/12/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Plataforma virtual https://us02web.zoom.us/j/85270312846?pwd=7ACbbvnctyNvoOzUzR7IsaillAH6kd.1
TÍTULO: Capitalismo de Plataforma: o caso dos entregadores de mercadorias por aplicativos digitais do município de João Pessoa – PB
PALAVRAS-CHAVES: Plataformas digitais. Entregadores. Flexibilização. Informalidade. João Pessoa.
PÁGINAS: 100
RESUMO: Esta pesquisa tem por objetivo compreender como se desenvolve o processo de interiorização das plataformas digitais de delivery no município de João Pessoa – PB e como esse fenômeno altera as relações, condições e possibilidades de trabalho. Nesse sentido, adotou-se uma abordagem qualitativa e empírica para investigar o processo e as formas de gerenciamento digital do trabalho, através da percepção dos trabalhadores plataformizados locais do segmento de delivery, os Entregadores por Aplicativos. A revolução tecnológica digital proporcionou transformações estruturais nas interações sociais contemporâneas em todos os segmentos do mercado. Com a praticidade oferecida pela internet a partir dos anos 2000, as transações entre demandantes e ofertantes foram simplificadas por empresas gerenciadas por plataformas digitais. Ocorre que com o passar dos anos essas empresas não apenas transformaram as formas de organização e circulação global de bens e serviços, mas também as relações e condições de trabalho (Slee, 2017; Srnicek, 2017; De Stefano, 2016). Nesse contexto, o mercado de trabalho brasileiro é tomado por ocupações flexíveis, sob demanda, de atribuições temporárias e independentes, em detrimento dos regimes empregatícios tradicionais. Em verdade, mercados de trabalho flexibilizados e desregulamentados, como é o caso brasileiro, são como solo fértil para a expansão dos modelos de negócios que se retroalimentam de trabalho instável e precário. Frente a um vasto contingente de trabalhadores flexíveis e disponíveis, que se sujeitam as mais diversas condições de exploração para tentar escapar do desemprego estrutural, as empresas que gerenciam a produção e o trabalho por meio de plataformas digitais baseadas na localização geográfica (location-based platforms) encontram no mercado de trabalho brasileiro um ambiente propício para a disseminação do Capitalismo de Plataforma. As condições de trabalho dos plataformizados brasileiros caracterizam-se majoritariamente por suas longas e intensas jornadas de trabalho; baixos rendimentos; responsabilidade pessoal com custos de manutenção dos instrumentos de trabalho e ausência de direitos trabalhistas básicos. Ocorre que empresas como iFood, Rappi, Bee e Moovery não reconhecem a relação de emprego, subordinação e assalariamento disfarçada com os seus “colaboradores”. Fundamentam-se na ideia de que são empresas de tecnologia que apenas intermediam as transações entre os usuários consumidores e os usuários trabalhadores cadastrados em seus aplicativos. Entretanto, os trabalhadores são constantemente vigiados, disciplinados e subordinados às demandas instantâneas das plataformas (Abílio, 2017 e 2019; Antunes e Filgueiras, 2020; Oliveira, 2023). Como habitualmente ocorre nas capitais de outros estados brasileiros, João Pessoa se destaca como um eixo central da atividade econômica e do mercado de trabalho paraibano. Desse modo, as formas de precarização e informalização que historicamente assolam o estado da Paraíba e a região Nordeste também são reproduzidas no município, o que o torna um ambiente vulnerável à atuação das empresas plataformizadas. O serviço de delivery gerenciado por aplicativos digitais é uma das atividades que mais certificam a incidência desses modelos de negócios na cidade. Nesse contexto, o estudo de campo com entregadores por aplicativos do município de João pessoa – PB, mostra-se oportuno para oferecer ao debate acadêmico, ao poder público e a toda a sociedade local, uma análise sociológica-crítica a respeito da dinâmica de interiorização do capitalismo de plataforma no segmento de delivery pessoense, assim como os seus efeitos sobre as relações e condições de trabalho.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - MARIA APARECIDA DA CRUZ BRIDI
Externo à Instituição - MARÍA ANDREA DELFINO
Interno - 2276902 - MAURICIO ROMBALDI
Externo ao Programa - 1285533 - REJANE GOMES CARVALHO
Presidente - 1476411 - ROBERTO VERAS DE OLIVEIRA