PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA (PPGS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Notícias
Banca de DEFESA: GEYSA FERNANDES RIBEIRO
Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GEYSA FERNANDES RIBEIRO
DATA: 27/02/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Plataforma virtual https://meet.google.com/xvg-rnwi-qvj
TÍTULO: VIDAS PASSÍVEIS DE LUTO?: uma análise das
produções discursivas nos casos de feminicídio e mortes por covid-19 em
jornais do Maranhão
PALAVRAS-CHAVES: Luto. Morte. Feminicídio. Jornais.
PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Sociologia
RESUMO: português:Pensar sobre a morte e o morrer é antes
de tudo, levar em consideração que o imaginário social sobre o luto vai sendo modificado
constantemente no tempo e espaço e que os acontecimentos de cunho histórico, político e
econômico influenciam significativamente a forma como essa representação social é lida e
interpretada. A pandemia da covid-19 pôs em ascensão as subjetividades emocionais e
afetivas e a publicização de notícias sobre temáticas que em contextos comuns, são mais
invisilizadas. As medidas tomadas para minimizar o impacto da proliferação do vírus, se
tornaram um elemento de agravamento da vulnerabilidade à integridade física e mental de
muitas mulheres, que passaram a ter um tempo maior no ambiente doméstico e familiar em
decorrência da necessidade do isolamento físico. O aumento notificado de casos sobre mortes
letais de mulheres por razões de gênero passou a ser mais evidenciado nos diferentes meios
de comunicação, especificamente nos impressos digitais. A morte, o morrer, a perda e o luto
passaram a ocupar boa parte das matérias apresentadas nos periódicos e a pandemia passou
a transversalizar grande parte das seções dos jornais maranhenses O Imparcial, Jornal
Pequeno e O Estado do Maranhão entre os anos de 2020 a 2022. Os jornais como espaço de
saber que é organizado, elaborado e apresentado em relações de poder, são instrumentos
importantes para analisar as representações que são atribuídas ao processo de enlutamento
nos casos de feminicídio e mortes por covid-19, assim como para identificar quais enunciados
são utilizados para notificar essas perdas; discutir a frequência em que esses rituais de
enlutamento são apresentados e problematizar as representações de gênero e sua relação
com a pandemia constituídas nas produções discursivas desses jornais. Para tanto, a base
metodológica deste trabalho está pautada em teóricos/as que trazem reflexões sobre o luto
e os rituais de enlutamento a partir da Sociologia das Emoções; em autores/as e obras que
discutem criticamente a noção de discurso, pensando-o como elemento que é constituído por
relações de poder; estudos que trazem críticas a normas que classificam corpos como válidos, reforçando violências contra as vidas que não se enquadram em um referencial normativo e
estudos sobre meios de comunicações, suas interfaces e leis e políticas públicas de combate à
violência contra mulheres. Os avanços tecnológicos que contribuírem para a extensão dos
jornais a outros formatos como suas versões online e suas publicações em plataformas digitais
como o Instagram, somado ao contexto social de restrições sanitárias e a urgência em divulgar
informações sobre a pandemia da covid-19, deslocou os/as leitores/as de telespectadores/as
a usuários com possibilidade de interação em tempo real das notícias. Essas modificações
reforçaram também discursos dialéticos que transitam facilmente entre questionar o contexto
das vidas interrompidas e culpabilizar pessoas que já estão ou estiveram em situações de
ataque a sua integridade física e mental. Compreendendo que nos jornais os enunciados são
previamente elaborados e legitimados por constituírem-se como produtos de formações
especializadas e, que socialmente são aceitos, em geral, como órgãos de denúncia e vigilância,
esta pesquisa avança no sentido de analisar como dois fenômenos distintos de mortes em
razão do gênero (problema social recorrente) e mortes provenientes de uma pandemia
(adversidade temporariamente situada, mas também com consequências a longo prazo como
os casos de feminicídio), são apresentados em jornais digitais maranhenses, revelando que
mesmo em contextos específicos como de uma pandemia, a morte e o sentimento do luto é
paradoxalmente expressa nesse espaço de saber.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - HELMA JANIELLE SOUZA DE OLIVEIRA
Presidente - 1565100 - MARCELA ZAMBONI LUCENA
Externo à Instituição - MARINA MOGUILLANSKY
Externo à Instituição - RARIELLE RODRIGUES LIMA
Interno - 1363922 - SIMONE MAGALHAES BRITO