Banca de DEFESA: EMERSON FERREIRA DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EMERSON FERREIRA DA SILVA
DATA: 25/02/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Https://meet.google.com/kjy-nyck-qmz
TÍTULO: A EMERGÊNCIA DO CAPITALISMO DE PLATAFORMA EM UMA REGIÃO PERIFÉRICA: implicações sobre as relações e condições de trabalho e estratégias de sobrevivência dos entregadores por aplicativos de João Pessoa - PB
PALAVRAS-CHAVES: Plataformas digitais; entregadores; flexibilização; informalidade; João Pessoa
PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Sociologia
RESUMO: Esta pesquisa tem como objetivo compreender as implicações da disseminação das plataformas digitais (location-based platforms) sobre o trabalho em João Pessoa – PB, município inserido na periferia estadual e regional brasileira, cujo padrão de relações e condições de trabalho é historicamente marcado pela precariedade e informalidade. Nesse sentido, buscando relacionar as tensões entre estrutura e agência, adotamos uma abordagem qualitativa e empírica para analisar, em primeiro lugar, as implicações da organização e do gerenciamento digital do trabalho sobre as relações e condições laborais dos entregadores de mercadorias por aplicativos digitais pessoenses, e, em segundo lugar, as estratégias de sobrevivência desenvolvidas por esses trabalhadores. A revolução tecnológica digital proporcionou transformações estruturais nas interações sociais contemporâneas em todos os segmentos do mercado. Com a praticidade oferecida pela internet a partir dos anos 2000, as transações entre demandantes e ofertantes foram simplificadas por empresas gerenciadas por plataformas digitais. Ocorre que com o passar dos anos essas empresas não apenas transformaram as formas de organização e circulação global de bens e serviços, mas também as relações e condições de trabalho (Slee, 2017; Srnicek, 2017; De Stefano, 2016). Nesse contexto, o mercado de trabalho brasileiro é tomado por ocupações flexíveis, sob demanda, de atribuições temporárias e independentes, em detrimento dos regimes empregatícios tradicionais. Em verdade, mercados de trabalho flexibilizados e desregulamentados, como é o caso brasileiro, são como solo fértil para a expansão dos modelos de negócios que se retroalimentam de trabalho instável, precário e informal. Frente a um vasto contingente de trabalhadores flexíveis e disponíveis, que se sujeitam as mais diversas condições de exploração para tentar escapar do desemprego estrutural, as empresas que gerenciam a produção e o trabalho por meio de plataformas digitais baseadas na localização geográfica (location-based platforms) encontram no mercado de trabalho brasileiro um ambiente propício para a disseminação do Capitalismo de Plataforma (Srnicek, 2017). As condições de trabalho dos plataformizados brasileiros caracterizam-se majoritariamente por suas longas e intensas jornadas de trabalho; baixos rendimentos; responsabilidade pessoal com custos de manutenção dos instrumentos de trabalho e ausência de direitos trabalhistas básicos (NEC/UFBA, 2020; Remir, 2020; Machado e Zanoni, 2022; Ipea, 2022, PNADC/IBGE, 2024). Ocorre que empresas como iFood, Rappi, Bee e Moovery não reconhecem a relação de emprego, subordinação e assalariamento disfarçada com os seus “colaboradores”. Fundamentam-se na ideia de que são empresas de tecnologia que apenas intermediam as transações entre os usuários consumidores e os usuários trabalhadores cadastrados em seus aplicativos. Entretanto, os trabalhadores são constantemente vigiados, disciplinados e subordinados às demandas instantâneas das plataformas (Abílio, 2017 e 2019; Antunes e Filgueiras, 2020; Oliveira, 2023). Como habitualmente ocorre nas capitais de outros estados brasileiros, João Pessoa se destaca como um eixo central da atividade econômica e do mercado de trabalho paraibano. Desse modo, as formas de precariedade e informalidade que historicamente assolam o estado da Paraíba e a região Nordeste também são reproduzidas no município, o que o torna um ambiente vulnerável à atuação das empresas plataformizadas. O serviço de delivery gerenciado por aplicativos digitais é uma das atividades que mais certificam a incidência desses modelos de negócios na cidade. De modo geral, o estudo de campo realizado com 22 entregadores pessoenses evidenciou a precariedade das relações e condições de trabalho apontadas por diversos estudos nos últimos anos assim como as práticas e interações informais desenvolvidas pelos agentes como estratégias para garantir os meios elementares da reprodução material e social. Entretanto, os trabalhadores são constantemente vigiados, disciplinados e subordinados às demandas instantâneas das plataformas (Abílio, 2017 e 2019; Antunes e Filgueiras, 2020; Oliveira, 2023). Como ocorre habitualmente nas capitais de outros estados brasileiros, João Pessoa se destaca como um eixo central da atividade econômica e do mercado de trabalho paraibano. Desse modo, as formas de precariedade e informalidade que historicamente assolam o estado da Paraíba e a região Nordeste também se reproduzem no município, tornando-o um ambiente vulnerável à atuação das empresas plataformizadas. O serviço de delivery gerenciado por aplicativos digitais é uma das atividades que mais evidenciam a incidência desses modelos de negócios na cidade. De modo geral, o estudo de campo realizado com 22 entregadores pessoenses evidenciou a precariedade das relações e condições de trabalho, apontadas por diversos estudos nos últimos anos, assim como as práticas e interações informais desenvolvidas pelos trabalhadores como estratégias para garantir os meios essenciais de reprodução material e social.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - MARIA APARECIDA DA CRUZ BRIDI
Externo à Instituição - MARÍA ANDREA DELFINO
Interno - 2276902 - MAURICIO ROMBALDI
Externo ao Programa - 1285533 - REJANE GOMES CARVALHO
Presidente - 1476411 - ROBERTO VERAS DE OLIVEIRA