PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: ANNA DHARA GUIMARÃES TANNUSS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANNA DHARA GUIMARÃES TANNUSS
DATA: 29/10/2024
HORA: 14:30
LOCAL: Sala virtual no Google Meet
TÍTULO: VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA EM RELACIONAMENTOS ÍNTIMOS: UMA ANÁLISE A PARTIR DAS PERSPECTIVAS FEMININAS
PALAVRAS-CHAVES: Violência Psicológica; Relacionamentos; Crenças; Teoria do comportamento planejado
PÁGINAS: 120
RESUMO: A presente dissertação tem por objetivo geral propor um modelo explicativo do comportamento de permanência de mulheres em relacionamentos com violência psicológica baseado na Teoria do Comportamento Planejado (TCP). Deste modo, optou-se por realizar quatro estudos em formato de artigos. O Artigo 1 teve como objetivo realizar uma revisão da teoria do comportamento planejado. Especificamente, buscou-se explorar sua fundamentação teórica, analisar as variáveis principais (e.g. atitudes, normas subjetivas, controle comportamental e intenção comportamental), investigar sua aplicação na compreensão da violência em relacionamentos íntimos (VRI) e identificar intervenções baseadas nessa teoria para a prevenção da VRI. Os resultados mostraram que a TCP continua sendo expandida e é útil na explicação de dinâmicas violentas em relacionamentos íntimos, com foco majoritário na Violência no Namoro (VN). Os programas de intervenção desenvolvidos com base na TCP demonstraram eficácia na modificação de comportamentos que reforçam a VN. Entretanto, a durabilidade dessas mudanças não foi evidenciada. Por fim, esses achados destacaram a importância da TCP para compreender e mitigar a violência em relacionamentos íntimos, oferecendo uma base sólida para estudos futuros investiguem esse fenômeno em outros contextos, além das relações de namoro. O Artigo 2, teve por objetivo identificar as crenças acerca da Permanência de Mulheres em Relacionamentos Íntimos com Violência Psicológica (PMRI-VP). Participaram 20 mulheres, com idades entre 18 e 56 anos (Midade = 32,75; DPidade = 10,85), a maioria namorando (35%), com ensino superior completo (50%) e heterossexual (75%). Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada e analisados com o software IraMuTeQ. A análise de similitude revelou duas famílias de palavras. A primeira continha os termos: “violência”, “psicológico”, “físico”, “relacionamento”, "relação", "falar", "tentar” e "sair". A segunda foi composta por "mulher", "filho", "família", "amigo", "querer", "situação" e "dizer". A classificação hierárquica descendente resultou em cinco classes temáticas: (1) Crenças Comportamentais- Sentimentos; (2) Crenças de Controle- Comportamentos; (3) Crenças de Controle- Tempo; (4) Crenças Normativas- Redes de Apoio; e (5) Crenças Normativas- Meios de Informação. Os resultados mostraram que as crenças sobre PMRI-VP incluem diversos fatores, como sentimentos negativos vivenciados pelas vítimas, o comportamento agressivo contínuo do(a) agressor(a), o tempo de duração do relacionamento, a presença dos filhos, a falta de apoio familiar, o desconhecimento sobre os direitos legais e a naturalização da Violência Psicológica (VP) nos meios de informação. Além disso, as redes sociais apresentaram resultados contraditórios: algumas participantes reconheceram seu papel na conscientização sobre a violência psicológica, enquanto outras as consideraram como um meio que reforça sua normalização. Conclui-se que o compartilhamento das experiências das mulheres sobre a VP permitiu uma melhor compreensão das dinâmicas desse fenômeno. Isso contribui para o desenvolvimento de estratégias de apoio futuras que visam capacitar as mulheres a reconhecerem comportamentos de violência psicológica em seus relacionamentos. O Artigo 3, teve como objetivo elaborar e validar a Escala de Intenção de Permanência em Relacionamentos com Violência Psicológica (EIPR-VP), reunindo evidências de validade e precisão. Para tanto, foram realizados dois estudos com mulheres de diferentes estados brasileiros. No Estudo 1, participaram 220 mulheres, com idades entre 18 e 62 anos (Midade = 28,54, DP = 8,97), sendo a maioria do estado da Paraíba (56,37%). As participantes responderam à Escala de Intenção de Permanência em Relacionamentos com Violência Psicológica e a um questionário sociodemográfico. Foi realizada uma análise fatorial exploratória que apontou uma estrutura unifatorial com adequados índices de ajuste (RMSEA = 0,05; CFI = 0,98; TLI = 0,97). A consistência interna da medida foi considerada aceitável, com valores superiores a 0,70. Conclui-se que a EIPR-VP apresentou qualidades métricas preliminares satisfatórias, mostrando-se útil para avaliar o fenômeno supracitado e seus correlatos. Ademais, no Estudo 2, (coletado, em construção), será realizada análise fatorial confirmatória com o objetivo de validar a estrutura unifatorial da escala. Por fim, no Artigo 4, (coletado, em construção), pretende-se testar o papel explicativo das variáveis da TCP no comportamento de permanência de mulheres em relacionamentos íntimos com violência psicológica.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2483066 - PATRICIA NUNES DA FONSECA
Interno - 3303515 - JAQUELINE GOMES CAVALCANTI SA
Externo ao Programa - 1055744 - SHIRLEY DE SOUZA SILVA SIMEÃO