PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Dissertações/Teses


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2024
Descrição
  • HELOISA BÁRBARA CUNHA MOIZÉIS
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE O “INÍCIO DA VIDA HUMANA”: ESTUDOS COMPARATIVOS ENTRE BRASIL E ESPANHA
  • Orientador : ANA RAQUEL ROSAS TORRES
  • Data: 23/04/2024
  • Hora: 11:00
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  • Esta tese está organizada em três artigos. Em conjunto, esses estudos buscam contribuir para o campo dos direitos sexuais e reprodutivos. O primeiro artigo adota a abordagem societal de Willem Doise (1992) das representações sociais e objetivou analisar os conteúdos representacionais dos estudantes universitários brasileiros e espanhóis sobre o início da vida humana, considerando as ancoragens psicossociais, particularmente os valores humanos e o partidarismo político. Para tanto, contou com a participação de 424 estudantes universitários, sendo 192 no Brasil (M=23,11; DP=6,2) e 232 na Espanha (M=19,72; DP=5,7). As análises foram conduzidas com o auxílio do software Iramuteq por meio do procedimento da Classificação Hierárquica Descendente (CHD). Os resultados, tanto para a amostra brasileira quanto para a espanhola, formaram cinco classes temáticas. As representações sociais para a amostra brasileira destacaram-se pelos argumentos que exploravam a possibilidade do feto ser considerado uma vida em potencial. Já na amostra espanhola, a ênfase recaiu sobre os aspectos biológicos do desenvolvimento humano. Em relação ao segundo artigo, buscou-se verificar como os grupos de estudantes brasileiros e espanhóis constroem e organizam suas representações sociais acerca dos objetos sociais embrião e aborto. Para isso, utilizou-se a abordagem estrutural proposta por Jean-Claude Abric (2003), que defende que as representações sociais possuiriam uma estrutura organizada em dois sistemas: o central e o periférico. Na amostra brasileira, foram registrados 198 participantes, com idades variando de 18 a 66 anos (M=23,03; DP= 6,14); para o grupo espanhol, 237 participaram, com idades variando de 18 a 70 anos (M=19,69; DP=5,63). O estudo empregou tarefas de evocação hierárquica e os dados foram processados utilizando o software Iramuteq por meio das análises prototípicas. Os resultados evidenciaram eixos argumentativos em que, na amostra do Brasil, o embrião é simbolicamente ligado à vida e visto como uma entidade autônoma, enquanto na amostra da Espanha, destacam-se aspectos biológicos do desenvolvimento 10 humano. Quanto ao aborto, no Brasil, a prática ainda é associada a aspectos que remetem à sua criminalização e na Espanha, associa-se aos direitos sexuais e reprodutivos. Por fim, o terceiro artigo, realizado somente no contexto brasileiro, analisou o impacto de diferentes desfechos gestacionais no nível de culpabilização de uma vítima de violência sexual. Três estudos foram realizados para abordar essa questão. O primeiro envolveu 133 participantes (M=25.29; DP=9.14) e investigou como as condições propostas (aborto, gravidez a termo e controle) afetam o nível de culpabilização da vítima. O segundo, com 161 participantes (M=28.44; DP=10.01), examinou como o sexismo benevolente (SB) previu diferentes níveis de culpabilização da vítima por meio de uma ANCOVA (F (2, 153) = 9,89, p <.001). Para os participantes com uma alta adesão ao SB, observou-se uma culpabilização da vítima na condição de gravidez a termo em comparação com a condição de aborto (p<0,001) e a condição controle (p<0,001). O terceiro estudo, com 173 estudantes (M=27.10; DP=9.43), analisou as justificativas dos participantes diante da culpabilização atribuída à vítima pela violência sexual, considerando as condições em que a vítima optou por abortar ou levar a gravidez a termo. Foi adotada a abordagem societal de Willem Doise (1992), utilizando como ancoragem psicossocial o SB. Os dados foram analisados por meio do software Iramuteq e foi realizada uma análise de Classificação Hierárquica Descendente (CHD). Os resultados sugeriram o aparecimento de quatro classes em que foi possível observar a influência do SB na culpabilização da vítima em uma das classes por meio das justificações de danos. Logo, nota-se que as crenças sexistas, especialmente as benevolentes, apresentam um impacto significativo sobre os papéis de gênero, principalmente no campo dos direitos sexuais e reprodutivos. Os dados pressupõem que as variações históricas e culturais que atravessam as sociedades podem influenciar a maneira como as representações sociais são elaboradas e partilhadas socialmente, impactando nas opiniões em relação a determinados aspectos sociais.
  • THAYRO ANDRADE CARVALHO
  • Atitudes frente a mídia de tela: Efeitos do uso problemático no comportamento pró-social de crianças
  • Orientador : CARLOS EDUARDO PIMENTEL
  • Data: 19/04/2024
  • Hora: 14:00
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  • Objetivou-se verificar o efeito da mídia de tela no desenvolvimento de comportamento pró-social em crianças. Para tanto, o Estudo 1 realizou um levantamento bibliográfico para verificar evidências da relação entre mídias de tela e comportamento pró-social de crianças. Os achados foram animadores indicando o potencial da mídia de tela como uma variável capaz de estimular o comportamento pró-social, além do controle parental frente ao uso de telas. Concomitante constitui-se três Estudos psicométricos, (2) para desenvolver a Escala de Atitudes frente a Mídias de Telas para Crianças – EAMT-C, (3) a Escala de Atitudes frente a Mídias de Tela para Pais – EAMT-P, e (4) para validar a medida de Uso Problemático de Mídias de Tela (Domoff et al, 2019) e um último estudo de caráter correlacional (5) verificou o efeito de mediação do uso problemático da mídia de tela frente as atitudes e comportamento pró-social. O Estudo 2 foi composto por duas etapas, exploratória e confirmatória, ambas com média de 200 crianças prioritariamente do estado do Piauí, respondendo a EAMT- C e questionário sociodemográfico. Os resultados indicaram uma estrutura psicométrica ajustada, tanto exploratória, quanto confirmatória, com quatro itens e potencial para medir atitudes frente a mídia de tela em crianças O Estudo 3 apresentou evidências psicométricas para uma medida unifatorial capaz de avaliar atitudes frente a mídias de tela em pais (ꞷ = 0,87). No Estudo 4 a PMUM passou por tradução e testagem. A PMUM foi administrada a 400 mães e pais de crianças (entre 5 e 12 anos) de todo o Brasil, divididos de forma equitativa em dois estudos, exploratório e confirmatório. Os resultados indicaram que a medida apresentou uma estrutura unifatorial semelhante a medida original, com nove itens e índices satisfatórios (ꞷ = 0,90). O quinto estudo utilizou-se de análise correlacionais para verificar a relação entre as variáveis, sendo possível confirmar que o uso problemático de mídias de tela tem efeito negativo na relação entre atitudes dos progenitores e os comportamentos pró-sociais das crianças. Por fim, evidenciou-se o impacto que as mídias de tela podem empenhar no cotidiano das crianças, estabelecendo as mídias como uma variável de grande relevância no desenvolvimento de comportamentos infantis.
  • FRANCICLÉIA LOPES SILVA
  • O AMOR TUDO SUPORTA? O PAPEL DOS MITOS DO AMOR ROMÂNTICO E DO SEXISMO NA INVISIBILIDADE DO ABUSO PSICOLÓGICO CONTRA A PARCEIRA
  • Orientador : ANA RAQUEL ROSAS TORRES
  • Data: 16/04/2024
  • Hora: 11:00
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  • O abuso psicológico diferencia-se de outras formas de violência por não deixar marcas visíveis e, por essa razão, às vezes não é percebido como uma violência propriamente dita. Assim, esta tese tem como objetivo geral investigar quais aspectos psicossociais dificultam a percepção do abuso psicológico como um tipo de violência. Hipotetizamos que o sexismo ambivalente, em conjunto com os mitos do amor romântico, seriam crenças que atuariam para dificultar a percepção desse tipo de violência. Além disso, esperamos que a relação dessas variáveis ocorra de maneira diferente no Brasil e na Espanha. Com isso, esta tese foi organizada em três artigos. O Artigo 1, composto por dois estudos, objetivou o desenvolvimento de uma medida para mensurar a percepção do abuso psicológico contra a parceira (EPAPP; N total = 384 participantes). O primeiro estudo comprovou a adequação de um modelo bifatorial do instrumento (Abuso Emocional, α=0.91; Abuso de Controle, α=0.89), que foi confirmado no segundo estudo, que também evidenciou a validade convergente do instrumento com a escala de sexismo ambivalente. O Artigo 2 tratou-se de um estudo quase-experimental 2x2x2, desenvolvido com população brasileira, e contou com a participação de 214 estudantes universitários. Este artigo objetivou verificar se o sexismo em conjunto com os mitos de amor romântico explicam a percepção do abuso psicológico. Os resultados ilustraram uma interação entre o tipo de abuso e os mitos do romantismo, que exerce uma diminuição na percepção do abuso emocional contra a parceira na EPAPP. Além disso, a alta adesão ao sexismo moderou a percepção do abuso psicológico. O Artigo 3 foi uma replicação do Artigo 2 no contexto espanhol e contou com uma amostra de 211 pessoas da população geral. Os resultados reforçaram as evidências de que o abuso psicológico é menos percebido por pessoas com alta adesão ao sexismo. Os resultados também apontam que o sexismo exerce um poder moderador na relação entre as manipulações experimentais dos mitos de amor romântico e a percepção do abuso psicológico. As diferenças entre os países investigados se concentraram no impacto dos mitos do amor romântico. No Brasil, esses mitos afetaram a percepção do abuso apenas quando combinados com a manipulação do abuso emocional, enquanto na Espanha, afetaram apenas quando associados à moderação do sexismo. Isso destaca a necessidade de intervenções focadas principalmente no sexismo, que tem um efeito direto na percepção do abuso.
  • DÉLIS SOUSA BENEVIDES
  • Preferência Musical-Z: Infidelidade e Sexismo têm algo a ver?
  • Orientador : CARLOS EDUARDO PIMENTEL
  • Data: 28/03/2024
  • Hora: 15:00
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  • A música é considerada um elemento presente nas mais variadas culturas, sendo algo que perpassa gerações. Com o passar do tempo e com o avanço da tecnologia, a música também passou por avanços envolvendo a maneira como são produzidas e a forma de consumo, dentre outros aspectos. Considerando isso, pode ser observado que além de ser algo que se presentifica na sociedade e que acompanha os avanços da tecnologia, ela também pode modelar comportamento. Na psicologia, a música vem sendo estudada de diversas maneiras, envolvendo não só as letras de músicas, como a própria preferência por certos gêneros musicais, podendo impactar no comportamento e atitudes das pessoas. Assim, esse trabalho objetivou analisar os impactos da preferência musical na infidelidade e no sexismo, para tanto, se realizou a revisão e validação da Escala de Preferência Musical-Z, para depois buscar entender como este construto pode ser associado com a Infidelidade, o Sexismo e outras variáveis pessoais. Foram realizados três estudos para se chegar a este objetivo. O Estudo 1 validou a escala proposta no estudo, apresentando os seguintes resultados: O Estudo 1.1 apontou para uma organização de três fatores da Escala de Preferência Musical-Z (Gêneros Brasileiros, α = 0,82, Gêneros Populares, α = 0,72 e Gêneros Gerais, α = 0,62). O Estudo 1.2 corroborou essas estruturas fatoriais, apresentando índices de ajustes adequados (Escala de Preferência Musical-Z: CFI = 0,92, TLI = 0,91, GFI = 0,94, χ²/gl = 5.11). O Estudo 2 buscou as correlações possíveis entre preferência musical, as intenções frente à infidelidade e o sexismo ambivalente, em que o fator Gêneros Brasileiros se relacionou positivamente com sexismo benévolo, o fator Gêneros Populares de relacionou negativamente com Sexismo Hostil bem como o mesmo fator de relacionou com intenções frente à infidelidade, porém de forma positiva; no mesmo estudo também foi observado por meio de regressões que o fator Gêneros Brasileiros prediz sexismo benévolo e os fatores Gêneros Brasileiros e Gêneros Populares predizem o sexismo hostil. Já o Estudo 3 buscou analisar letras de músicas baseado nas correlações obtidas no Estudo 2. Por meio dos resultados, foi possível observar que a preferência pode impactar na infidelidade e no sexismo e esse impacto pode acontecer também pelo teor das músicas.
  • RAFAELA RAÍSSA ARAÚJO DOS SANTOS
  • Os jogos de papéis sociais no contexto da Educação Infantil: concepções e práticas docentes
  • Orientador : FABIOLA DE SOUSA BRAZ AQUINO
  • Data: 28/03/2024
  • Hora: 15:00
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  • Na infância, a atividade da brincadeira é fundamental para a promoção do desenvolvimento e aprendizagem. Enquanto atividade guia nos primeiros anos de vida, a brincadeira favorece às crianças a apropriação de artefatos culturais, e colabora para aprimorar o funcionamento psíquico e os intercâmbios sociais. No período entre 3 e 6 anos, a brincadeira de papéis sociais é concebida como atividade-guia do desenvolvimento. Dada a sua relevância no desenvolvimento, em especial na infância, é imprescindível que as crianças estabeleçam com pessoas mais experientes da cultura interações que, de forma intencional, potencializem episódios desse tipo de brincadeira. Na presente pesquisa essa questão foi explorada no âmbito da Educação Infantil, contexto no qual a intervenção pedagógica é fundamental para mobilizar processos de desenvolvimento. Diante disso, o objetivo geral desse estudo foi conhecer e analisar as concepções e a atuação de docentes no que se refere aos jogos de papéis sociais na Educação Infantil. Foi realizada uma pesquisa de campo que contou com a participação de 31 professoras que atuam na educação infantil de instituições públicas do município de João Pessoa-PB, nas turmas de ‘pré I’ e ‘pré II’. Em local reservado da instituição as profissionais responderam individualmente a um questionário sociodemográfico e a uma entrevista semiestruturada que incluiu o uso de três imagens de situações de brincadeiras de papéis sociais. As entrevistas foram realizadas após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, gravadas e transcritas literalmente para análise de conteúdo que seguiu as diretrizes gerais de Bardin (2000). Os resultados das entrevistas foram organizados em eixos de análise, sendo estes: percepção das educadoras sobre as imagens apresentadas pela pesquisadora; tipos de brincadeiras das crianças, identificadas pelas professoras; locais na instituição em que ocorrem as brincadeiras; momentos da rotina nos quais ocorrem a brincadeira de jogos de papéis socais; concepções das professoras sobre a brincadeira de jogos de papéis sociais; concepções das professoras sobre o papel das brincadeira de papéis sociais no desenvolvimento das crianças; concepções das professoras sobre seu papel nos momentos de brincadeira de papéis sociais; e, brincadeira de papéis sociais nas práticas docentes da instituição. A análise dos resultados demonstrou que os tipos de brincadeira identificados pelas professoras entre as crianças correspondiam àquelas que faziam referência a ações atreladas à família, profissões desenvolvidas na sociedade, trabalhos domésticos, atividades sociais, e encenação de histórias infantis ou de super-heróis. Os locais onde ocorrem essas brincadeiras mais citados pelas profissionais foram: sala, pátio, parquinho, parque, área externa, biblioteca, brinquedoteca e corredores. Parte das professoras informou que as brincadeiras geralmente são presenciadas no período da manhã e tarde. Todas as docentes desconheciam o nome ‘brincadeira de jogos de papéis sociais’, contudo, relataram presenciar essas brincadeiras entre as crianças durante suas práticas e interações com elas, após a descrição dessa atividade no momento da coleta. Quando perguntadas sobre o que conheciam sobre a brincadeira de papéis sociais, as respostas convergiram para conteúdos relacionados a imitação das ações dos adultos, dramatização e reprodução de suas vivências, principalmente, das pessoas mais próximas. Para as professoras, essa brincadeira pode favorecer as relações/interações sociais; desenvolver habilidades e comportamentos, facilitar a escolha da profissão ou preparar as crianças para o futuro. Quanto ao papel docente frente a essa brincadeira, foram citadas como foco da atuação mediar, orientar, observar, interagir, brincar junto, dirigir, incentivar e intervir. A maior parte das docentes afirmou nunca ter ocorrido na instituição em que trabalha diálogos sobre esse tipo de brincadeira. Ante ao exposto, verifica-se que, por intermédio da pesquisa, foi possível inserir o conceito de brincadeira de jogos de papéis sociais e verificar sua ocorrência no trabalho docente, gerar reflexões e despertar o interesse de professoras sobre esse tipo de brincadeira. Acentua-se a importância de, no contexto pedagógico, a brincadeira de jogo de papéis sociais ser concebida pelos educadores como uma atividade produto de relações sociais históricas, que produzem apropriações das crianças de ferramentas e modos socioculturais de interações com a sociedade. Por isso, defende-se a relevância de conhecimentos do campo da Psicologia do Desenvolvimento para colaborar com reflexões e proposição de práticas pedagógicas que potencializem o psiquismo infantil.
  • ELAINE MILENA ALVES GENUINO
  • DA LIBERDADE À FALTA DE RECONHECIMENTO: APOSENTADORIA E SAÚDE MENTAL DE PROFESSORAS E PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS
  • Orientador : PAULO CESAR ZAMBRONI DE SOUZA
  • Data: 28/03/2024
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertação tem como objetivo principal analisar a relação entre a aposentadoria e saúde mental de professores universitários, de instituições públicas, que se afastaram de suas práticas laborais em sala de aula. Para tal, foi realizada uma pesquisa qualitativa com quinze professores universitários aposentados, sob aplicação de dois instrumentos, um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada. Para análise do material produzido na pesquisa, foi utilizada a análise de conteúdo com recortes por temas. A partir dessa etapa, foram identificadas três categorias centrais: I. Particularidades do trabalho docente universitário; II. A vivência da Aposentadoria; e III. Aposentadoria e saúde. Mediante essas categorias, foram produzidos os artigos que compõem esta dissertação, todos fundamentados teoricamente pela Psicodinâmica do Trabalho. Dessa forma, o artigo I objetivou caracterizar as compreensões de professores universitários aposentados acerca do trabalho docente. O artigo II teve como objetivo investigar as repercussões da aposentadoria na vida de professores universitários. E o artigo III teve como objetivo identificar como os professores universitários aposentados compreendem a relação entre saúde e aposentadoria. De modo geral, os resultados obtidos nos estudos sinalizam para os fatores que estão presentes na aposentadoria e que podem resultar no adoecimento mental dos indivíduos. Entre os principais elementos estão a falta de reconhecimento na aposentadoria, os impactos desta fase para a identidade dos indivíduos, o contexto que a aposentadoria foi efetivada, o ócio mediante a ausência de atividade de trabalho, as questões de gênero e os papeis socialmente atribuídos ao feminino, a perda dos status sociais – fornecido pelo trabalho, a entrada na fase de envelhecimento e a falta de planejamento para aposentadoria.
  • ANA KAROLYNE FLORENCIO AMORIM
  • MUDANDO AS REGRAS DO JOGO: O PAPEL DA DISCRIMINAÇÃO, INTERSECCIONALIDADE E JUSTIFICAÇÃO DO SISTEMA NA AÇÃO COLETIVA DE MULHERES NEGRAS
  • Orientador : CICERO ROBERTO PEREIRA
  • Data: 28/03/2024
  • Hora: 08:00
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  • A ação coletiva das minorias é um fenômeno amplamente estudado na Psicologia Social. Fatores como ser vítima de discriminação, identificação grupal e justificação do sistema podem ser utilizados para compreender este fenômeno. Com base numa longa tradição de investigação em Psicologia Social sobre a resposta dos grupos desfavorecidos à discriminação social que enfrentam, examinamos as condições sob as quais as mulheres e as mulheres negras respondem à discriminação de gênero através do envolvimento em ações coletivas que desafiam a desigualdade de gênero e aquelas que motivam ações conservadoras, ações coletivas baseadas no status quo. Postulamos a hipótese principal de que as mulheres discriminadas se envolvem em ações coletivas para a mudança social (em oposição à ação conservadora) em função das diferenças de gênero individuais do endogrupo e criticando a hierarquia do sistema de gênero. Testamos essa hipótese em cinco estudos experimentais, resumidos em três artigos empíricos. No primeiro artigo analisamos a identificação intragrupal como fator moderador na relação entre discriminação e ação coletiva. Os resultados mostraram que a mera relevância da discriminação não foi suficiente para a ação coletiva (Estudo 1, N = 147). No Estudo 2 (N = 214), analisamos o papel moderador combinado da identificação do grupo e da justificação do sistema na ação coletiva e confirmamos que a influência da saliência da discriminação no envolvimento das mulheres na ação coletiva para a igualdade de gênero foi moderada pela identificação do grupo e pela justificação do sistema. No Estudo 3 (N = 205), focamos no conteúdo identitário e na justificação do sistema como moderadores da influência da discriminação na ação coletiva. Como previmos, as participantes na condição de discriminação indicaram uma maior intenção de se envolverem em ações coletivas pela igualdade, mas isto só ocorreu entre mulheres com elevada identificação de grupo e baixa justificação do sistema. No segundo artigo, conduzimos uma investigação experimental (Estudo 4, N=198) para abordar se a identidade racial e de gênero e a justificação do sistema desempenham um papel na ação coletiva das mulheres negras para reduzir as desigualdades sociais e na ação coletiva conservadora num contexto de discriminação interseccional racial e sexista. Os resultados mostraram que as mulheres negras em situação de discriminação racial eram mais propensas a pretender tomar medidas coletivas para reduzir as desigualdades sociais quando criticavam o sistema, e esse efeito também ocorreu entre as mulheres que mantêm baixa identificação de gênero. As mulheres negras com menor identificação racial eram mais propensas a responder à ação coletiva conservadora, e este efeito também ocorreu entre as mulheres com baixa justificação do sistema. No terceiro artigo (Estudo 5, N = 240), confirmamos que a ação coletiva das mulheres negras é causada pela discriminação real em situações de sexismo e racismo/sexismo, pela sua elevada satisfação com a identificação do grupo e pela baixa justificação do sistema. Resumindo, o padrão de resultados apoia a nossa hipótese principal de que as mulheres respondem com mais envolvimento na ação coletiva para promover a igualdade de gênero, condicionada às diferenças individuais na identificação do grupo e à sua motivação para justificar o sistema. Além disso, a mera relevância da discriminação interseccional contra as mulheres negras não é suficiente para motivá-las a tomar medidas coletivas em prol da igualdade ou para preservar o sistema. No entanto, a discriminação real de que foram vítimas tem um impacto direto na ação coletiva, em linha com as suas diferenças individuais em termos de identificação racial e de gênero e com a sua crítica às hierarquias do sistema.
  • FRANCISCO DE ASSIS MEDEIROS MAIA
  • Eu não sei viver sem você: a dependência emocional nas relações amorosas, uma explicação pautada nos valores humanos e nos mitos do amor romântico
  • Orientador : PATRICIA NUNES DA FONSECA
  • Data: 27/03/2024
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertação teve como objetivo propor um modelo explicativo de como os valores humanos medeiam a relação entre mitos do amor romântico e a dependência emocional. Para isso, optou-se por realizar dois artigos. O artigo 1 visou adaptar e validar para o contexto brasileiro a Escala de Mitos do Amor Romântico. Para essa finalidade foram realizados dois estudos. O Estudo 1 consistiu em uma análise fatorial exploratória e contou com a participação de 202 pessoas do estado da Paraíba com idade média de 31 anos (DP= 10,68), em sua maioria do gênero feminino (78,6%), heterossexual (76,8%) e parda (46,8%). O resultado indicou a presença de um único fator com cargas fatoriais significativas e com índices de ajuste e confiabilidade adequados (RMSEA = 0.040; CFI = 0.99; TLI = 0.98, α = 0,80, Ω = 0,80). No Estudo 2 foi realizado uma análise fatorial confirmatória com o objetivo de confirmar a estrutura fatorial indicada na análise anterior. Assim, contou-se com a participação 205 pessoas do Estado da Paraíba com idade média de 27 anos (DP=12,68) sendo 77,6 % do gênero feminino, heterossexual (84,7%) e pardos (48,3%). Os resultados corroboraram a estrutura unifatorial da escala com índices de ajuste e confiabilidade adequados (X2/gl = 2,36; p < 0,001; CFI = 0,96; TLI = 0,95; RMSEA = 0,08; GFI = 0,97, α = 0,78, Ω = 0,78). O artigo 2 se propôs a testar o papel mediador dos valores humanos na relação entre mitos do amor romântico e dependência emocional. Para tal, contou-se com uma amostra de 404 pessoas do estado da Paraíba, recrutados por conveniência e com idade média de 30,93 anos (DP= 10,62), sendo 78,4% do gênero feminino, 80,8% heterossexual e 47,4% se auto declaram pardos. Além disso, 38,2 % são casados, 31,4% solteiros e 24,4% namoram. Foram aplicadas as escalas de mitos do amor romântico, o questionário de dependência emocional (QDE), o questionário de valores humanos básicos (QVB) e um questionário sociodemografico. Em relação aos resultados, a dependência emocional se correlacionou positivamente com os mitos do amor romântico e as subfunções valorativas experimentação, realização, interativa e suprapessoal. Em seguida foram realizadas regressões lineares múltiplas que indicaram que apenas os mitos do amor romântico e a subfunção realização tem poder preditivo na dependência emocional. O modelo de mediação buscou demonstrar o poder preditivo dos mitos do amor romântico mediado pela subfunção valorativa realização nos escores de dependência emocional. O modelo foi significativo e explicou 9% dessa relação. Por fim, pode-se concluir que a desconstrução dos mitos do amor romântico associado a uma socialização de valores que promovam autonomia e independência podem ser intervenções significativas na prevenção da dependência emocional nas relações amorosas.
  • AMANDA DIAS DOURADO
  • PROMOÇÃO DE SAÚDE NO TRABALHO: O PONTO DE VISTA DOS PROFISISONAIS DA GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
  • Orientador : PAULO CESAR ZAMBRONI DE SOUZA
  • Data: 27/03/2024
  • Hora: 09:00
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  • Esta tese apresenta um estudo de natureza qualitativa que tem como objetivo geral compreender, a partir do ponto de vista dos profissionais de gestão de recursos humanos, as possibilidades de construir ações de promoção à saúde no trabalho. Para tanto, foram estipulados os seguintes objetivos específicos: investigar os fatores desencadeadores de adoecimento mental dentro das organizações e os desafios para a GRH desenvolver ações eficientes direcionadas a saúde no trabalho; analisar as implicações do ofício de uma psicóloga organizacional nas práticas de saúde mental no trabalho; Identificar as contribuições da ergonomia nas ações de saúde nos subsistemas da GRH a partir da literatura científica; e, compreender às mudanças nas ações de saúde mental decorrentes do período de pandemia de COVID 19. A pesquisa contou com diferentes metotodologias, a saber, uma revisão sistemática da literatura com as publicações entre 2001 e 2021 na base de dados Scopus com a utilização do Protocolo PRISMA; estudo de caso com a utilização da técnica de instrução ao sósia e pesquisa de campo do tipo qualitativo, com delineamento não experimental e caráter descritivo e exploratório com a participação de 20 profissionais da GRH de todos os lugares do Brasil. Foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas individuais. As análises das informações aconteceram por meio da análise de conteúdo temática com o auxílio teórico da Ergonomia, da Psicodinâmica do Trabalho e da Clínica da Atividade. A tese está estruturada em quatro artigos. O primeiro apresentou fatores que geram adoecimento na dinâmica das relações no trabalho e se apresentam desafios para promoção de saúde, a saber: falta de investimento financeiro; separação das funções direcionadas a saúde ocupacional das demandas da GRH; ausência de consistências das práticas, a necessidade de cuidar de um departamento que se encontra adoecido. O segundo artigo identifica ações legalistas e operacionais em saúde mental que, apesar de impactar positivamente a vida das pessoas, carece de um valor estratégico. Além disso, percebe-se impedimentos da atividade diante da pressão parar mostrar competência em um cenário de sobrecarga e dificuldades de comunicação com a direção. O terceiro artigo analisa o que foi encontrado na literatura em cada subsistema da GRH indicando constribuições da ergonomia na prevenção de acidentes de trabalho e apontando possibilidades de estudos futuros que promovam uma maior aproximação entre os campos. Os resultados do quarto artigo sobre as mudanças das ações de saúde durante a pandemia mostram que houve o desenvolvimento e aprovação de projetos emergenciais no modelo online e iniciativas de contratação de psicólogos nas organizações mas também aponta para mascaras da intensificação da precarização social do trabalho. Esse estudo foi respaldado em todas as exigências éticas de pesquisas com seres humanos (resolução 466/12). Os resultados desses estudos mostram que as ações não estimularam suficientemente a formação de espaços de deliberação que fortalecessem um coletivo capaz de proteger a saúde mental dos trabalhadores mas uma atribuição de ações legalistas, de cumprimento das normas legais. As pesquisas recebem a contrbuiçao de abordagens teóricas da clínica da atividade que permitem o repensar as teorias e práticas da psicologia do trabalho e organizacional por meio da criação de espaços reflexivos que promovam um equilíbrio entre a subjetividade, os saberes e os fazeres da profissão.
  • EDIZÂNGELA DE FÁTIMA CRUZ DE SOUZA
  • PERCEPÇÃO MATERNA DAS HABILIDADES EMPÁTICAS DOS FILHOS/AS COM DESENVOLVIMENTO TÍPICO E COM TEA
  • Orientador : CLEONICE PEREIRA DOS SANTOS CAMINO
  • Data: 26/03/2024
  • Hora: 15:30
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  • O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que apresenta como principais características prejuízos na interação social e na comunicação, e padrões estereotipados de comportamento. Os déficits sociais relacionados ao TEA têm sido associados a dificuldades na expressão empática; no entanto, os resultados nessa área ainda são inconclusivos. Acredita-se que explorar a empatia no TEA é crucial para compreender intervenções eficazes voltadas ao desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais. Nessa direção, o objetivo da presente dissertação foi comparar a percepção de mães sobre a empatia de seus filhos/as, crianças e adolescentes, considerando mães que têm filhos com TEA e mães que tem filhos/as com desenvolvimento típico (DT). Para tanto, foram elaborados três artigos. O primeiro teve como objetivo realizar um levantamento sistemático sobre os níveis e os tipos de empatia em crianças e adolescentes com TEA e com desenvolvimento típico. Nesse artigo, foram selecionados, na amostra final, 26 estudos, que foram analisados em oito categorias: (1) Empatia global; (2) Empatia cognitiva e afetiva; (3) Empatia afetiva; (4) Tomada de perspectiva do outro e teoria da mente; (5) Reconhecimento de emoções; (6) Empatia e organização mental; (7) Empatia e alexitimia; e (8) Processamento da empatia. O segundo artigo objetivou analisar e adaptar os indicadores psicométricos do Interpersonal Reactivity Index – versão para cuidadores. Participaram da análise de validade de conteúdo três especialistas em empatia e 34 mães (Midade = 38,71 anos; DP = 8,20). Tanto na análise dos juízes, quanto da população alvo, a maioria dos itens da nova escala apresentou valores adequados de CVC (>0,80), demonstrando evidências de validade de conteúdo. Para analisar os indicadores psicométricos, participaram 260 cuidadores (Midade= 43,51; DP = 13,24). Foram selecionadas, dessa amostra, 59 mães (Midade= 34,61; DP = 7,13) de filhos/as com idades de 4 a 11 anos para a validade divergente. A análise dos indicadores psicométricos mostrou que o modelo original de quatro fatores é o mais adequado para a escala. Foram também encontradas evidências de validade em relação a medidas externas, de confiabilidade (α= 0,94) e de consistência interna (ω =0,93). Por último, o terceiro artigo contou com 104 mães de crianças e adolescentes autistas e com desenvolvimento típico (Midade = 40,85; DP = 8,32), divididas em dois grupos: 52 mães de filhos/as com desenvolvimento típico e 52 mães de filhos/as com TEA. Essas participantes responderam o Interpersonal Reactivity Index – versão para cuidadores. Os resultados da Análise de Variância Multivariada (MANOVA) e dos testes de post-hoc demonstraram diferenças significativas: as mães de filhos/as com desenvolvimento típico perceberam mais consideração empática e tomada de perspectiva em seus filhos/as do que as mães de filhos/as com TEA. As análises com outras variáveis mostraram que: mães de meninas perceberam mais consideração empática e tomada de perspectiva em suas filhas do que as mães de meninos; e mães de crianças e adolescentes autistas sem comorbidades perceberam em seus filhos/as mais tomada de perspectiva do que as mães de crianças e adolescentes autistas com comorbidades; Entende-se que esse estudo poderá contribuir para a compreensão sobre a empatia de crianças e adolescentes autistas e com desenvolvimento típico, na percepção das suas mães, podendo subsidiar novos estudos que busquem aprofundar a temática, assim como intervenções que visem o desenvolvimento da empatia nesse público.
  • CAMILLA VIEIRA DE FIGUEIREDO
  • VIESES BASEADOS NA IDENTIDADE DE GÊNERO EM JULGAMENTOS DE DOR SOCIAL
  • Data: 26/03/2024
  • Hora: 11:00
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  • Experiências sociais aversivas ameaçam a saúde e o bem-estar ao provocar nos indivíduos dor social. Pesquisas anteriores apontaram a existência de vieses nos julgamentos de dor social de membros de diferentes grupos sociais. Essas descobertas indicam que endogrupos socialmente valorizados são considerados mais sensíveis à dor social em comparação com exogrupos socialmente desvalorizados. Contudo, esse efeito levanta uma questão crítica, uma vez que a dor é um atributo negativo e os indivíduos evitam situações dolorosas. Assim, atribuir mais dor social ao endogrupo desafia a motivação dos indivíduos para a distinção positiva (i.e., a tendência de fornecer atributos positivos ao endogrupo). Isso sugere que a dor social pode abranger diferentes significados dependendo da dimensão de comparação social presente nas relações intergrupais. Com base nesta premissa, desenvolvemos um programa de pesquisa para abordar a hipótese dos múltiplos significados da dor social e sua influência nos julgamentos de dor social em relação a indivíduos cisgêneros e transgêneros. Nossa tese é de que pessoas cisgênero atribuirão mais dor social a alvos transgêneros do que a alvos cisgênero quando a dimensão de comparação social entre esses grupos se basear no valor social das pertenças identitárias. Nessa dimensão, a dor social deve assumir o seu significado simbólico originalmente negativo e refletir a desvalorização social da identidade transgênero (i.e., dimensão simbólica da dor social). Paradoxalmente, quando a dimensão de comparação social envolver a obtenção de recursos para tratamento da dor social (e.g., receber assistência profissional em saúde mental), os cisgêneros atribuirão menos dor social aos alvos transgêneros (vs. cisgêneros). Nesse caso, a dor social deve assumir uma função utilitária de garantir o maior acesso a recursos assistenciais para o endogrupo (i.e., dimensão utilitária da dor social). Nessa tese, além de apresentar uma revisão da literatura sobre dor social e vieses nos julgamentos de dor social em relações intergrupais hierarquizadas, discutimos os significados da dor social implicados na dinâmica das relações cisgênero-transgênero, uma dinâmica relativamente pouco explorada na psicologia social (Capítulo 1). Nosso programa de investigação inclui quatro estudos empíricos organizados em quatro capítulos empíricos (Capítulos 2-5). Inicialmente, avaliamos a atribuição de dor social a alvos cisgêneros e transgêneros numa dimensão simbólica. Demonstramos que os cisgêneros atribuem mais dor social a transgêneros (vs. cisgêneros), especialmente a mulheres transgênero (Capítulo 2), e que essa atribuição está relacionada à desvalorização social da identidade transgênero (Capítulo 3). Quando aumentamos (vs. diminuímos) a valoração social da identidade transgênero, observamos uma redução do 8 viés em relação à dor social (Capítulo 4). Descobrimos que o viés de dor social ocorre exclusivamente para alvos com sexo masculino atribuído no nascimento (i.e., mulheres transgênero e homens cisgênero) e fornecemos evidências de que a dor social pode servir como um mecanismo para expressar a estigmatização das mulheres transgênero. No Capítulo 5, adicionamos evidências à hipótese dos significados variáveis da dor social, investigando se a atribuição de dor social às mulheres transgênero e aos homens cisgênero é influenciada pela dimensão de comparação social (simbólica vs. utilitária) em que a dor social é avaliada. Analisamos também a relação entre dor social e atribuição de suporte profissional aos alvos. Em geral, os resultados apoiaram nossa hipótese, revelando uma maior atribuição de dor e de suporte à mulher transgênero apenas quando os recursos de assistência à saúde não estavam salientes (i.e., na condição simbólica). Finalmente, no Capítulo 6, apresentamos uma discussão geral e observações finais sobre a pesquisa realizada nessa tese, incluindo as limitações do nosso programa de pesquisa e sugestões para futuras investigações nesta linha de pesquisa. Esse programa de investigação fornece a primeira evidência experimental de que a dor social pode assumir diferentes significados no contexto de relações intergrupais hierarquizadas. O viés de dor social pode, potencialmente, impactar o suporte em saúde mental a membros de exogrupos estigmatizados, como mulheres transgênero. Essas descobertas contribuem para a investigação da dor social ao apresentar mecanismos e funções da dor social ainda inexplorados, particularmente no complexo cenário das relações intergrupais baseadas na identidade de gênero. Elas ajudam a compreender a dinâmica dessas relações e têm implicações potenciais para a intervenção e tratamento da dor de pessoas transgênero.
  • ARTHUR CLERO DA FONSECA MONTEIRO
  • PRECONCEITO CONTRA IDOSOS: UM ESTUDO A PARTIR DA PERSONALIDADE E DOS VALORES HUMANOS
  • Orientador : VALDINEY VELOSO GOUVEIA
  • Data: 26/03/2024
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação teve por objetivo explicar o preconceito contra idosos a partir das variáveis de personalidade e de valores humanos, por meio da realização de dois estudos empíricos, os quais serão apresentados em formato de artigos. O Artigo 1 intitulado Preconceito contra os idosos: uma análise dos estereótipos e dos comportamentos discriminatórios teve por objetivo verificar o preconceito da população frente aos idosos. A pesquisa foi realizada com 215 pessoas da população geral de João Pessoa (PB), a média de idade foi de 29,44 anos (DP = 10,86, variando de 18 a 54 anos) os quais responderam os seguintes instrumentos: Escala Diferencial Semântico de Atitudes Frente ao Idoso, Escala da Relação com Pessoas Idosas, Questionário sociodemográfico e Questionário sobre o idoso. As análises foram feitas com intuito de verificar se existe prevalência de comportamentos discriminatórios contra os idosos e se existe diferença de comportamentos discriminatórios em função do gênero dos participantes. Os resultados indicaram que os participantes sabem que a idade para a pessoa ser considerada idosa é 60 anos (48,6%), convivem com idosos (72,1%), em casa (47,9%), porém a maioria nunca cuidou de idosos (53,5%). Ademais, apresentaram, em sua maioria, estereótipos positivos acerca dos idosos, especialmente com relação à cognição (e.g., sábio (89,3%), persistente (55,8%)), assim como, demonstraram praticar comportamentos discriminatórios menos hostis, sobretudo o gênero feminino. O artigo 2 intitulado Explicando o ageísmo a partir da personalidade e dos valores humanos teve como objetivo explicar o preconceito contra o idoso a partir da personalidade e dos valores humanos. Participaram 204 pessoas da população geral do Brasil, com média de idade de 48,1 anos (DP = 11,29), distribuída igualmente em função do gênero. A maioria era da Paraíba (83,3%), casada/união estável (67,6%), com pós-graduação (58,3%), da classe média (90,6%), que conviviam com idosos (81,4%), principalmente no ambiente familiar (53,4%). Responderam os seguintes instrumentos: Escala Fraboni de Ageísmo com três fatores: separação, estereótipo e atitudes afetivas, Escala de Ageísmo Ambivalente, constituída por dimensões referentes ao preconceito hostil e ao preconceito benevolente (subestimação no trabalho e ajustamento excessivo), Inventário dos Cinco grandes Fatores da Personalidade distribuídos em cinco fatores: neuroticismo, extroversão, abertura à experiência, conscienciosidade e amabilidade, Questionário de Valores Básicos distribuídos em seis dimensões correspondentes às seis subfunções valorativas: experimentação, realização, suprapessoal, existência, interativa, normativa, Questionário sociodemográfico e Questionário sobre o idoso. Os resultados demonstraram correlação de forma negativa e significativa entre o fator estereótipo da escala Fraboni de Ageísmo e as subfunções interativa e experimentação. Quanto aos traços de personalidade, verificou-se que abertura à mudança se correlacionou de forma negativa e significativa com os fatores estereótipo e atitude afetiva; extroversão apresentou correlação negativa e significativa com os fatores estereótipo e atitude afetiva; amabilidade demonstrou correlação negativa e significativa com os fatores separação, estereótipo e atitude afetiva; neuroticismo apresentou correlação positiva e significativa com os fatores separação e estereótipo. Quanto a regressão, verificou-se que o fator separação pôde ser explicado pelos traços amabilidade e neuroticismo; o fator estereótipo pela extroversão e neuroticismo, e o fator atitude afetiva pela amabilidade. Por fim, a subfunção experimentação explicou negativamente o fator estereótipo. Conclui-se que o preconceito contra idosos, reconhecido comumente como ageísmo, é um fenômeno presente em diversas sociedades, a exemplo da Paraíba, estado brasileiro que apresenta o maior percentual de idosos da região nordeste. Espera-se que os dados destes estudos possam colaborar para discussão do tema, conscientização social e desenvolvimento de pesquisas em torno da discriminação ou preconceito em razão da idade.
  • JERSSIA LAIS FONSECA DOS SANTOS
  • QUANDO O AMOR MACHUCA: UM ESTUDO SOBRE A VIOLÊNCIA NO NAMORO E SEUS CORRELATOS
  • Orientador : PATRICIA NUNES DA FONSECA
  • Data: 25/03/2024
  • Hora: 17:00
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  • A violência nas relações de namoro entre jovens vem crescendo significativamente, tornando-se um grave problema social, sobretudo pelas consequências negativas que ela traz para a saúde e bem estar de quem a vivencia. Trata-se de um fenômeno complexo, que pode envolver uma gama de fatores e facilmente estender-se para as relações conjugais com maior gravidade. Diante disso, esta tese tem como objetivo principal conhecer em que medida variáveis individuais, familiares e sociais explicam a violência no namoro entre jovens. Para alcançar tal objetivo foram desenvolvidos três estudos. O primeiro trata-se de um estudo teórico, que objetivou realizar uma revisão sistemática da literatura sobre a violência no namoro de jovens, considerando a década de 2012 a 2021, com o intuito de analisar as investigações sobre o fenômeno e como ele tem sido discutido. Para isso, foram consultadas as bases de dados Scielo, LILACS, PEPSIC e Portal Capes de Periódicos, incluindo artigos em português, inglês e espanhol, publicados no período de 2012 a 2021. A partir das estratégias de busca foram localizados 642 estudos, sendo 23 selecionados para análise. Os resultados demonstraram que a violência no namoro tem sido discutida sob três perspectivas principais: fatores de risco/preditores da violência, prevalência dos tipos de violência e estratégias de enfretamento ao fenômeno. O segundo estudo buscou adaptar a escala de Sinalização do Ambiente Natural Infantil para o contexto brasileiro, reunindo evidências de validade e precisão. Participaram 249 adolescentes, com idades entre 13 e 19 anos. Uma análise fatorial confirmatória revelou índices de ajuste adequados, confirmando o modelo original da escala, composta por quatro fatores: abuso físico, abuso emocional, coerção e controle, os quais apresentaram indicadores de confiabilidade satisfatórios (alfa de Cronbach e ômega de McDonald), variando de 0,69 a 0,81. O terceiro estudo, objetivou analisar em que medida os traços de personalidade, as subfunções valorativas e a violência intrafamiliar predizem a violência no namoro. Participaram 306 jovens brasileiros com idades entre 18 e 29 anos, que vivenciaram ou estavam vivenciando um namoro. Regressões múltiplas hierárquicas apontaram que o traço de personalidade neuroticismo explicou diretamente comportamentos de ameaças e de violência emocional, enquanto o traço extroversão explicou inversamente as violências relacional e emocional. Com relação aos valores humanos, os da subfunção realização foram capazes de predizer diretamente as violências relacional e emocional. No tocante à violência intrafamiliar, as condutas de controle e abuso físico explicaram diretamente as violências física e sexual no namoro. Enfatiza-se a necessidade de desenvolver ações em diversas áreas, saúde, educação, tecnologia, que envolva todo o núcleo de vivência do jovem, como o círculo de amigos, o âmbito familiar, escolar e social, buscando promover a identificação de relacionamentos abusivos, a desconstrução de crenças que legitimam a violência e a desnaturalização de comportamentos violentos, seja em qualquer contexto, social, familiar e amoroso.
  • GISELLE DO NASCIMENTO PESSOA
  • ENTRE O LENÇOL E A PALAVRA: APEGO E COMUNICAÇÃO SEXUAL NA SATISFAÇÃO SEXUAL E CONJUGAL DO CASAL
  • Orientador : PATRICIA NUNES DA FONSECA
  • Data: 25/03/2024
  • Hora: 14:00
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  • Mudanças nas expectativas culturais e sociais em torno do casamento e dos relacionamentos íntimos imprimiram nas relações amorosas um aumento na importância atribuída ao amor e ao sexo. No contexto contemporâneo, marcado pela busca da realização pessoal, satisfação conjugal e sexual nos relacionamentos, negociações tornam-se fundamentais para o sucesso do relacionamento, inclusive no âmbito das interações sexuais. Esta dissertação tem como objetivo principal investigar a relação entre comunicação sexual, satisfação sexual e conjugal, à luz da teoria do apego adulto. Para mensurar a comunicação sexual, foi elaborada e validada uma escala, cujas evidências de validade interna, precisão e validade convergente são apresentadas em um artigo, disponível nos apêndices. A “Escala de Comunicação Sexual no Relacionamento Amoroso”, foi inspirada na “Dyadic Sexual Communication Scale” e apresentou estrutura unifatorial e bons índices psicométricos. A partir dela, deu-se continuidade à observação das relações entre os fatores ansiedade e evitação de apego, a comunicação sexual e as satisfações sexual e conjugal, para homens e mulheres, bem como a testagem do papel mediador da comunicação e satisfação sexual na relação entre o apego e a satisfação conjugal. Destaca-se uma mediação parcial significativa, o impacto do apego na comunicação sexual, e a importância da comunicação sexual para a satisfação sexual, sobretudo para as mulheres. A análise qualitativa das respostas também ensejou questões sobre scripts sexuais e as expectativas de feminilidade e masculinidade. Espera-se que essa pesquisa possa contribuir para literatura brasileira, ao iniciar pesquisas com a temática da comunicação sexual, fornecer uma medida válida e precisa para mensurá-la e auxiliar na compreensão de dinâmicas entre comunicação sexual, apego e satisfação em relacionamentos, contribuindo para pesquisas e prática clínica de profissionais.
  • ROMERO CARDOSO OLIVEIRA
  • CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO PSICOSSOCIAL
  • Orientador : ANISIO JOSE DA SILVA ARAUJO
  • Data: 25/03/2024
  • Hora: 14:00
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  • Esta tese objetiva a construção e validação de um questionário de avaliação psicossocial para organizações de trabalho. Para tal, ela está estruturada em 4 artigos. O primeiro artigo objetivou analisar o uso dos termos “fatores psicossociais” e “riscos psicossociais” em publicações científicas. Para tanto, foi realizada uma revisão de artigos que tinham como tema avaliação psicossocial e analisados os termos e definições utilizados nestes artigos. A amostra final contou com 79 artigos e os resultados indicaram que poucos artigos fizeram referência a definições ou conceitos concernidos ao campo psicossocial e nem mesmo a uma relação entre o uso de determinado termo com o foco do artigo. O segundo artigo objetivou investigar os métodos de avaliação psicossocial que são mais utilizados nos estudos referidos ao campo psicossocial. Também nesse caso foi realizada uma revisão de artigos que utilizavam questionários para avaliar situações de trabalho. Assim, uma amostra final de 353 artigos foi coletada, os quais forneceram um total de 25 diferentes métodos de avaliação psicossocial. Destes, na sua totalidade questionários, foram relacionadas a totalidade das questões para posterior análise, sendo possível levantar os aspectos que têm sido considerados nas avaliações psicossociais no trabalho, envolvendo fatores: relacionados à organização do trabalho; internos e externos ao trabalho e fatores psicológicos e cognitivos. O terceiro estudo teve o objetivo de realizar a validação estatística do questionário de avaliação psicossocial desenvolvido neste estudo. Para isso, foram realizados quatro estudos, dos quais o estudo 1 realizou, a partir de uma amostra com trabalhadores de uma indústria de calçados, a redução das perguntas dos questionários, através de uma análise de comunalidade. No estudo 2, foi feita a validação semântica do questionário final, através de uma amostra de trabalhadores da função de Serviços Gerais de um Instituto Federal de Educação. Os estudos 3 e 4 consistiram nas etapas de análise fatorial exploratória e confirmatória dos questionários, resultando que todos os questionários obtiveram índices estatísticos satisfatórios. Quanto ao último artigo, o objetivo foi apresentar as formas de avaliação psicossocial dos questionários propostos, explicitando como se deu a aplicação dos questionários, que é a principal contribuição da ferramenta para a avaliação de riscos psicossociais. Ocorreram, então, dois estudos, dos quais o estudo 1, realizado com trabalhadores de uma indústria, consistiu na aplicação de sete questionários individuais. Já no estudo 2, com professores de um Instituto Federal de Educação, houve a aplicação dos questionários em etapas. Nesse caso, as análises indicaram que as categorias “autonomia” e “planejamento e suporte”, obtiveram melhores resultados na avaliação da primeira etapa. A segunda etapa, confirmou, segundo relatos dos trabalhadores, que os “Riscos no Trabalho”, as “Exigências e Satisfação” e os “Recursos e Preocupações” podem ser os fatores que necessitam de atenção e aprofundamento das análises para avaliação de riscos psicossociais no trabalho.
  • EDINALDO RODRIGUES DA SILVA JÚNIOR
  • Atitudes frente à mídia streaming violenta: Adaptação de uma medida e sua relação com variáveis da agressão
  • Orientador : CARLOS EDUARDO PIMENTEL
  • Data: 25/03/2024
  • Hora: 09:00
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  • Com o advento da internet, a mídia televisiva começa a ser transformada constantemente passando por mudanças no modelo tradicional de como a conhecíamos e dando lugar aos seus primeiros serviços de streamings (e.g., Netflix, HBO, Globo play, Disney+). Contudo, a preocupação com o conteúdo assistido e a sua capacidade em influenciar comportamentos tem manifestado interesse de uma variedade de estudos científicos que demonstram a relevância da mídia para a compreensão de uma amplitude de atitudes e comportamentos, sobretudo antissociais. Assim, a presente dissertação teve como objetivo analisar a relação entre exposição à mídia streaming violenta, agressão e arousal. Para tanto, foram realizados três estudos (sendo 1.1 e 1.2 estudos de validação e adaptação; e 2.0 um estudo de correlação). Os resultados demostraram que a Escala de Atitudes Frente a Violência nos Streamings apresentou índices psicométricos satisfatórios tanto para a Análise Fatorial Exploratória (AFE) como na Análise Fatorial Confirmatória (AFC), mostrando-se como um instrumento valido e adaptado para o contexto brasileiro. Já no estudo correlacional foi possível observar, de maneira geral, correlação positiva entre a mídia streaming violenta com a agressão e o arousal. Sendo assim, conclui-se que os objetivos do presente estudo foram satisfatoriamente alcançados, confirmando que existem relações entre as variáveis abordadas e corroborando com outros estudos da área.
  • ANA LUCIA DOS SANTOS FRANÇA
  • GARANTIA DOS DIREITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO PERÍODO DE PANDEMIA DO COVID 19: UMA PERSPECTIVA DOS CONSELHEIROS TUTELARES
  • Orientador : MARIA DE FATIMA PEREIRA ALBERTO
  • Data: 18/03/2024
  • Hora: 14:00
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  • O estudo trata-se de uma de dissertação de mestrado que teve por objetivo geral compreender a atuação do Conselho Tutelar, enquanto integrante da rede de garantia de direitos, na proteção de crianças e adolescentes vítimas de violências e violações de direito durante a Pandemia do COVID-19. E específicos: identificar os tipos de violência e violações de direitos de crianças e adolescentes atendidos pelos(as) conselheiros(as) tutelares durante a pandemia; identificar os agentes violadores dos direitos de crianças e adolescentes na Pandemia; descrever como ocorreu o registro dos casos de violência e violação de direitos de crianças e adolescentes durante a pandemia; identificar como foi a implantação do Sistema de Informação para Infância e Adolescência - SIPIA Conselho Tutelar (SIPIA CT) e sua importância no registro dos casos; identificar a atuação do Conselhos Tutelares (CT) para garantir os direitos de crianças e adolescentes em situação de violência/violação de direitos durante a pandemia e; analisar a relação do CT com a rede durante a Pandemia para efetivar os direitos das crianças e adolescentes. A pesquisa realizou-se nos CT de João Pessoa em 2 estudos. O primeiro abordou as violações dos direitos fundamentais de crianças e adolescentes na pandemia, seus agentes violadores e aspectos sociodemográficos das vítimas e o segundo versou sobre a atuação do CT e sua relação com a Rede de proteção e garantia dos direitos. Como instrumentos utilizou-se um protocolo de coleta de dados (estudo 1) e uma entrevista semiestruturada (estudo 2) que contou com a participação de 7 conselheiros(as) tutelares de João Pessoa. Os dados foram analisados a partir dos métodos de análise descritiva de dados e Análise de Conteúdo Temático de Bardin, respectivamente. Os resultados dos 2 estudos revelaram que: o direito de liberdade, respeito e dignidade foi o mais violado (47) durante a pandemia do Covid-19 e se expressou, principalmente, sob a forma de violência física (30); que a Pandemia potencializou os casos de violação de direitos de crianças e adolescentes; que o fechamento total ou parcial dos serviços da rede dificultou a atuação do CT e; que a plataforma de registro de casos SIPIA CT possui alguns entraves que dificultam a utilização e a adesão dos conselheiros(as) ao Sistema.
  • ANTONIO OSVALDO PAQUELEQUE
  • ATITUDES FRENTE AO TERRORISMO EM MOÇAMBIQUE E BRASIL: CORRELATOS DE PERSONALIDADE, CRENÇAS E VALORES
  • Data: 23/02/2024
  • Hora: 14:30
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  • O fenômeno do terrorismo em Moçambique e no Brasil faz as pessoas experimentarem sentimentos diversos (e.g., medo, incerteza, insegurança), por vezes fomentando atitudes que podem estar associadas a traços de personalidade, crenças conspiratórias e valores. Entretanto, pouco se sabe a respeito das atitudes frente ao terrorismo nessas duas culturas, sobretudo no que diz respeito a contribuição de seus correlatos potenciais. Este estado da arte motivou a presente tese, que teve como objetivos conhecer como as pessoas percebem o terrorismo nesses dois países, quais atitudes são formadas a respeito desse fenômeno e como estas se correlacionam com traços de personalidade, crenças conspiratórias e valores humanos. Nesta direção, realizaram-se três estudos. O Estudo 1 objetivou conhecer as representações sociais do terrorismo, tendo participado 363 estudantes de quatro universidades de Moçambique (Cabo Delgado) e uma do Brasil (João Pessoa), cujas idades variaram entre 18 e 59 anos (Midade = 24,7; DP = 6,18). Estes responderam perguntas demográficas (e.g., idade, sexo) e cinco perguntas abertas sobre o terrorismo. Os resultados retrataram o conhecimento sobre o terrorismo, o seu papel e as consequências que ele tem na vida social das pessoas. O Estudo 2 objetivou conhecer a relação entre traços sombrios de personalidade, crenças conspiratórias e valores humanos para explicar atitudes frente ao terrorismo em Moçambique, participando 405 pessoas de diferentes regiões deste país (Midade = 29,1; DP = 10,45), a maioria do sexo masculino (54,1%). Estes responderam o Questionários de Atitudes frente ao Terrorismo (QAT), o Questionário de Crenças Conspiratórias (QCC), o Questionário dos Valores Básicos (QVB), o Dark Triad Dirty Dozen (DTDD) e perguntas demográficas. Os resultados indicaram que os participantes mostraram atitudes positivas frente ao terrorismo em Moçambique, estando tais atitudes mais associadas com valores, crenças e traços de personalidade. Por fim, o Estudo 3 procurou replicar o estudo anterior no Brasil, empregando os mesmos instrumentos de medida para conhecer atitudes frente ao terrorismo, traços sombrios de personalidade, crenças conspiratórias e valores humanos, tendo participado 365 estudantes de diversos cursos de uma universidade pública de João Pessoa (Paraíba), jovens adultos (Midade = 25,0; DP = 7,52), a maioria do sexo feminino (61,4%). Os tais participantes responderam os mesmos questionários anteriores descridos. No geral, observaram-se achados similares aos do estudo prévio, reforçando o papel das variáveis traços sombrios de personalidade, crenças conspiratórias e valores humanos. Os resultados foram discutidos à luz da literatura, mostrando a relevância de considerar variáveis psicossociais para compreender o fenômeno do terrorismo nas culturas pesquisadas.
  • EUGENIA RIBEIRO TELES
  • ESCALA DA DISPOSIÇÃO EMPÁTICA COM A NATUREZA: VALIDAÇÃO E ADAPTAÇÃO AO CONTEXTO BRASILEIRO
  • Orientador : ROMULO LUSTOSA PIMENTEIRA DE MELO
  • Data: 31/01/2024
  • Hora: 10:00
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  • A preocupação com o meio ambiente tem sido assunto de vários debates no contexto mundial, visto que o nível de degradação crescente requer medidas que visem amenizar os impactos das ações humanas sobre a natureza. Nesse cenário, a empatia com a natureza tem sido considerada como uma possibilidade nos esforços de conservação e preservação. No entanto, a investigação sistemática sobre a empatia com a natureza ainda é bastante escassa, havendo poucas ferramentas que medem tal relação; assim, a partir da necessidade de se pesquisar formas de compreender a relação entre os seres humanos e a natureza, a presente pesquisa teve por objetivo adaptar e buscar evidências de validade para a Dispositional Empathy with Nature Scale – DENS, traduzida como Escala da Disposição Empática com a Natureza - EDEN. A pesquisa foi desenvolvida em dois estudos com a finalidade de buscar evidências de validade através da Análise Fatorial Exploratória e da confirmação dessas evidências, através da Análise Fatorial Confirmatória. Ao todo, participaram dos dois estudos 524 pessoas, de ambos os sexos, com idade variando de 18 a 75 anos. Do Estudo 1, participaram 239 pessoas, com idade média de 35,81 anos (DP = 13,03) e predominantemente do sexo feminino (57,7%). Os participantes responderam a questões sociodemográficas, à EDEN, à Escala de Relacionamento com a Natureza, Escala de Preocupação Ambiental e a dois fatores do Índice de Reatividade Interpessoal. Os resultados obtidos apoiaram o modelo com um fator geral de empatia com os animais e um fator geral de empatia com as plantas, além disso verificou-se índices de confiabilidade interna maiores do que 0,90. Do Estudo 2, participaram 245 pessoas com média de idade de 42,30 anos (DP=13,96), a maioria do sexo feminino (64,5%), que responderam à EDEN, ao questionário sociodemográfico e à Escala de Preocupações Ambientais. Além dos bons índices de ajuste para a estrutura fatorial de dois fatores, encontrou-se correlações da EDEN com as demais escalas do estudo. Conclui-se que a EDEN apresentou bons indicadores de evidência no Brasil.
  • GIULLIANA HELEN DE VASCONCELOS GOMES
  • Alterações do Padrão do Movimento Ocular em Mulheres com Dor Pélvica Crônica
  • Orientador : NATANAEL ANTONIO DOS SANTOS
  • Data: 29/01/2024
  • Hora: 08:30
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  • A dor pélvica crônica (DPC) é caracterizada como uma dor intermitente ou contínua, localizada geralmente na região abdominal inferior, por um tempo de no mínimo seis meses. A DPC associa-se a efeitos negativos das perspectivas cognitivo, comportamental, sexual e emocional, junto com sintomas indicações de disfunção do trato urinário, intestinal, assoalho pélvico, miofascial ou ginecológica. A partir de observações de possíveis alterações no padrão do movimento ocular, aumento de quadros de ansiedade e depressão em mulheres que apresentam o diagnóstico de DPC, o presente estudo teve como objetivo principal observar o padrão do movimento ocular de mulheres com e sem dor pélvica crônica como forma de avaliar alterações na atenção e foco que possam interferir na qualidade de vida dessas mulheres. Foi coletada uma amostra total de 23 participantes entre 20 e 39 anos com e sem dor pélvica, onde 14 fizeram parte do grupo experimental e 9 do grupo controle. Foram analisados pelo programa SPSS dados de duração total de fixações e duração total da primeira fixação dos dois grupos avaliados pelo eye-tracking e o score da escala visual analógica da dor (EVA). De três estímulos utilizados, dois deles demonstraram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos para duração total de fixações, já para a duração total da primeira fixação não foram encontradas correlações significativas entre as demais variáveis e estímulos. A correlação de Spearman mostrou correlação positiva entre a escala EVA e o tempo total de fixações para dois dos estímulos utilizados. Conclui-se que, apesar de obter resultados significativos na maioria dos estímulos utilizados e ter correlação positiva entre eles, os resultados gerais ainda são insuficientes e necessita-se de um maior número da amostra e ampliação dos protocolos a serem utilizados junto com o rastreamento do movimento ocular.
2023
Descrição
  • AMANDA GLEICIANE DE LIMA OLIVEIRA
  • EXTRATO DE CANNABIS RICO EM CANABIDIOL E SENSIBILIDADE AO CONTRASTE NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UM ESTUDO DE CASO
  • Data: 15/12/2023
  • Hora: 14:00
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  • O uso do extrato rico em Canabidiol (CBD) tem se mostrado uma intervenção promissora no tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA), com melhorias observadas em aspectos sensoriais e funções cognitivas. No entanto, ainda não existem relatos que relacionem o uso de CBD e derivados nas funções visuais de pessoas com TEA. Nesse sentido, este estudo de caso objetivou examinar os efeitos do CBD na função de sensibilidade ao contraste (FSC) em um adolescente com TEA. Participante do sexo masculino, 14 anos e diagnosticado com TEA nível 1 de suporte. A intervenção foi dividida em quatro semanas, com a administração de 10 gotas diárias de óleo enriquecido com CBD, fracionada em duas doses de 4,415 mg. O participante foi submetido a avaliação pré e pós-intervenção. Foram aplicados a Escala de Avaliação do Autismo na Infância (CARS) e o Socially Savvy Checklist. Para avaliar a FSC foi utilizado o software Metropsis (versão 11.0), onde foram apresentadas grades senoidais verticais para as frequências espaciais 0.2 a 14.5 ciclos por grau (cpg). A intervenção foi bem tolerada, sem relatos de efeitos colaterais ao longo de quatro semanas. Houve aumento da sensibilidade ao contraste para quase todas as frequências espaciais, exceto a 14.5 cpg. Esse aumento foi mais expressivo para as frequências espaciais 3.1 e 6.2 cpg, respectivamente frequências espaciais média e alta. A Escala CARS e o protocolo Socially Savy indicaram melhorias em diversas áreas, sugerindo benefícios potenciais do CBD no comportamento de indivíduos com TEA. Apesar das limitações, como o tamanho pequeno da amostra e a ausência de um grupo de controle, este estudo representa um passo inicial na investigação do potencial terapêutico do CBD no TEA. Pesquisas futuras são necessárias para validar essas observações e desenvolver recomendações clínicas baseadas em evidências.
  • MARIA IZABEL CAVALCANTI DA SILVA BARROS
  • COVID-19 NO CONTEXTO DO IDOSO: Representações Sociais, Qualidade de Vida e Saúde Mental de idosos a partir de diferentes marcadores sociais
  • Data: 01/12/2023
  • Hora: 10:00
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  • O presente estudo teve como objetivo apreender as Representações Sociais elaboradas pelo grupo de pertença de idosos acerca da pandemia da COVID-19, tomando como arcabouço teórico a Teoria das Representações Sociais. Trata-se de um estudo de campo, exploratório do tipo amostragem não probabilística (Snowball). Participaram do estudo 43 (quarenta e três) idosos, sendo 16 homens e 27 mulheres. Os instrumentos utilizados foram: questionário sociodemográfico, entrevista semiestruturada e técnica de associação livre de palavras, Questionário de Saúde Geral (QSG-12) e a escala WHOQOL-OLD. Os dados provenientes do questionário sociodemográfico foram analisados através de estatísticas descritivas (SPSS). As narrativas obtidas através da entrevista semiestruturada foram processadas pelo software ALCESTE. Aplicaram-se nas análises testes de hipóteses com nível de dignificância de 5%, Intervalos de confiança a 95%, estatísticas descritivas média, proporção, desvio padrão, gráficos Diagrama de caixa, Medidas de Fidedignidade, Medidas de Associação (Coeficiente de contingência e V de Cramer), Correlação de Pearson e Spearman e Análise de Agrupamento. Em síntese, esta investigação desempenhou um papel fundamental ao destacar a importância das representações sociais e percepções dos idosos sobre o COVID-19 e a vacina durante a pandemia. Além disso, evidenciou como as restrições sociais impactaram a saúde mental dos idosos. Os resultados deste estudo oferecem informações valiosas para o desenvolvimento de políticas baseadas em evidências que visam melhorar a qualidade de vida dos idosos durante crises de saúde pública, como a pandemia da COVID-19. Ao adotar uma abordagem multidisciplinar que combina a Teoria das Representações Sociais e conceitos históricos, esta pesquisa contribuiu para uma compreensão mais abrangente dos desafios enfrentados pela população idosa e pode orientar intervenções e estratégias futuras para apoiar esse grupo vulnerável em tempos de crise.
  • EUDES NASCIMENTO DA SILVA
  • A DISPOSIÇÃO DE HOMENS E MULHERES PARA O PERDÃO
  • Orientador : JULIO RIQUE NETO
  • Data: 28/11/2023
  • Hora: 10:00
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  • Esse estudo teve como objetivo investigar o perdão interpessoal relacionado às injustiças sofridas nos contextos de família, trabalho, amizade e parceiros românticos. Buscou-se verificar se há diferenças significativas entre homens e mulheres no que concerne ao perdão e em qual contexto ele ocorre significativamente. Para atingir esse objetivo foi realizada uma pesquisa de campo, quantitativa, descritiva e correlacional com a participação de 239 pessoas, sendo 34,4% homens e 65,6% mulheres com idades entre 19 e 52 anos. A coleta dos dados foi realizada através das redes sociais O questionário contendo os itens foi disponibilizado aos participantes por meio de um link compartilhado através das mídias digitais. Foi aplicada a escala de Resolução de Conflitos Interpessoais, composta por duas subescalas: Concordância com o Perdão para resolver problemas interpessoais, avaliada em uma escala de 5 pontos (1 - Não concordo – 5 - concordo totalmente) e Atitudes para o Perdão avaliadas em uma escala de 5 pontos (1 - Não perdoaria – 5 - Perdoaria totalmente). Ambas as subescalas consistem em 16 itens que descrevem quatro eventos de injustiça (mentira, agressão física, humilhação e promessa não cumprida) e quatro agentes de injustiças (melhor amigo, parceiro romântico, parente e chefe). Os resultados apresentaram diferenças significativas entre homens e mulheres na concordância e atitude para o perdão, a análise dos resultados apontou uma diferença significativa entre homens e mulheres quando a ofensa e proferida pelo parceiro romântico, logo, nos demais indicadores não houve diferenças significativas na concordância e na atitude para o perdão.
  • GILDEVAN ESTRELA DANTAS
  • MULTIPARENTALIDADE, FORÇAS DE CARÁTER E TRAÇOS DE PERSONALIDADE: UM ESTUDO PSICOSSOCIOLÓGICO
  • Orientador : MARIA DA PENHA DE LIMA COUTINHO
  • Data: 10/11/2023
  • Hora: 10:00
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  • A diversidade das relações familiares, surgem os casos em que dois pais, ou duas mães, passam a efetivamente cumprir esse papel na vida de uma criança. Nesse contexto, registra-se que as relações familiares deixaram de se basear tão somente por laços genéticos, dando-se real importância ao afeto e, configurando-se assim a multiparentalidade. A presente tese objetivou apreender as Representações Sociais de Estudantes Universitários dos cursos de psicologia e direito, a partir do quinto período e como as Forças de Caráter e os traços de personalidade se correlacionam com as atitudes frente a Multiparentalidade e especificamente pretende verificar por meio de periódicos nacionais os aspectos jurídicos e psicológicos da Multiparentalidade, fazendo a busca em periódicos nacionais nos periódicos CAPES por meio do indexpsi, LILACS, Scielo, procurando artigos que pudessem agregar os descritores multiparentalidae, direito e psicologia, porém os resultados apontaram avanço no campo do direito e deixando uma lacuna na área de psicologia. No segundo estudo visou apreender as Representações Sociais dos Estudantes Universitários dos cursos de psicologia e direito, a partir do quinto período acerca da Multiparentalidade, por meio da Técnica de Associação livre de Palavras e uma entrevista em profundidade, sendo analisado pelo software Iramuteq, no qual foi possível identificar três classes por meio da Classificação Hierárquica descendente (CHD). Primeiro os aspectos constituintes da multiparentalidade, os quais puderam conhecer esse modelo de família, o segundo aspectos plurais do modelo multiparental, compreendendo o núcleo desse modelo e o terceiro a compreensão do modelo de família multiparental, como se constitui e suas implicações no direito e na psicologia. Um terceiro estudo buscou construir e conhecer evidências de validade fatorial e consistência interna da Escala de Atitudes Frente Multiparentalidade (EAFM) como critério da amostra o mesmo do estudo anterior. Identificou-se que o instrumento apresentou estrutura bifatorial satisfatória com16 dos itens, os quais apresentaram saturação igual ou superior a 0,40, e que o índice de consistência interna alfa de Cronbach satisfatório (α = 0,85). Os dois fatores juntos foram capazes de elucidar 40,27% da variância explicada. No intuito de tornar o instrumento mais parcimonioso, optou-se por uma análise confirmatória, a qual as atitudes positivas frente a Multiparentalidade e Atitudes negativas frente a Multiparentalidade, verificou-se que existe uma correlação forte e positiva de 0,76 entre os fatores. Testou-se uma estrutura unifatorial. Obtendo os seguintes indicativos: χ²/gl = 230,50, GFI = 0,82, CFI = 0,88, TLI = 0,86 e RMSEA (IC90% = 0,09 – 0,11) = 0,11, CAIC = 731,91 e ECVI = 2,10. Esse resultado, apresentou índices de bondade de ajuste próximos aos da medida composta por 2 fatores. Por fim, um quarto estudo objetivou conhecer as correlações entre os fatores da (EAFM), (EFC) e (BF) com a mesma amostra. As atitudes frente a Multiparentalidade apresentaram correlação negativa e significativa com a virtude sabedoria (corresponde as forças de caráter curiosidade, criatividade, aprendizagem), (r = - 0,15, p < 0,001), e ainda correlação negativa e significativa com a virtude Humanidade ( Forças de caráter bondade, amor, cidadania), (r = - 0,10, p < 0,001), como também apresentou correlação com a virtude justiça ( forças de caráter interpessoais como bondade, amor, cidadania), (r = - 0,11, p < 0,001). As demais virtudes não apresentaram correlação significativa com a EAFM. Em relação as Forças de caráter e os traços de personalidade observa-se que ambos os construtos apresentam correlação com quase todos os fatores tendo em vista que são estruturas estáveis, porém maleáveis. Conclui-se que a presente tese alcançou seus objetivos. É preciso formalizar e juridicizar a multiparentalidade – reconhecendo, a filiação socioafetiva.
  • VIVIANE ALVES DOS SANTOS BEZERRA
  • O papel moderador da autoeficácia e do conhecimento sobre o suicídio na relação entre empatia e disposição para ajudar pessoas em risco de suicídio
  • Data: 06/11/2023
  • Hora: 09:30
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  • Estudos recentes sugerem que a empatia pode ser um fator importante para motivar as pessoas a se engajarem em ações de prevenção do suicídio. Contudo, até o momento, a associação entre empatia e disposição para ajudar pessoas em risco de suicídio foi investigada apenas de maneira direta, não se verificando como esta relação poderia ser moderada por outras variáveis. Na presente tese, levantou-se a hipótese que a autoeficácia e o conhecimento (factual e percebido) sobre o suicídio poderiam funcionar como moderadoras da relação supramencionada. Desse modo, o principal objetivo deste trabalho foi investigar o papel moderador da autoeficácia e do conhecimento sobre o suicídio na relação entre empatia e disposição para ajudar pessoas em risco de suicídio. Para atingir o objetivo proposto, foram conduzidos diferentes estudos organizados em quatro artigos empíricos. O primeiro artigo, que contou com a participação de 448 sujeitos (76,8% mulheres; Midade = 33,94; DP = 14,80) da população geral, buscou adaptar a Gatekeeper Self-Efficacy Scale, agora nomeada como Escala de Autoeficácia na Prevenção do Suicídio (EAPS), tendo-se observado que a medida em questão apresenta evidências de validade para uso no contexto brasileiro. O segundo artigo, por sua vez, realizado com 498 brasileiros (Midade = 33,84; DP = 14,20), investigou a qualidade dos itens da Escala de Conhecimento sobre o Suicídio – Forma Reduzida (ECSS-FR), por meio da Teoria de Resposta ao Item, verificando-se parâmetros adequados de discriminação e dificuldade dos itens para o público investigado. O terceiro artigo apresentou o processo de construção e as evidências preliminares de validade da Escala de Conhecimento Percebido Sobre o Suicídio (ECPSS) para o contexto brasileiro, tendo sido realizado com dados de 410 pessoas da população geral, majoritariamente mulheres (68,5%), com idades variando de 18 a 75 anos (Midade = 34,99; DP = 15,75). Estando de posse dos instrumentos adequados para medir nossas variáveis de interesse, o último e mais importante artigo da tese buscou responder a sua problemática central e investigar o papel moderador da autoeficácia e do conhecimento (factual e percebido) sobre o suicídio na relação entre empatia e disposição para ajudar. Participaram da pesquisa 1096 adultos brasileiros, majoritariamente do sexo feminino, com idades variando de 18 a 60 anos (Midade = 32,08; DP = 12,34). Estes participantes responderam a Escala de Apoio à Pessoa em Risco de Suicídio, ao Interpersonal Reactivity Index, a EAPS, a ECSS-FR, a ECPSS e a um questionário sociodemográfico e psicossocial. Para atingir o objetivo proposto foram realizadas análises moderação, por meio do software Jamovi (versão 2.3.26). Essas análises demonstraram que a empatia (β = 0,19; EP = 0,01; p < 0,001), a autoeficácia (β = 0,12; EP = 0,02; p < 0,001), o conhecimento factual (β = 0,17; EP = 0,09; p < 0,001) e o conhecimento percebido sobre o suicídio (β = 0,21; EP = 0,05; p < 0,001) predizem significativamente a disposição para assistir alguém em risco de suicídio. Ademais, as análises de moderação evidenciaram que a relação entre empatia e disposição para ajudar é acentuada à medida que o conhecimento percebido aumenta. Em conjunto, os resultados da tese demonstram que a empatia é, de fato, uma força motriz da disposição para ajudar alguém em risco de suicídio, mas existem fatores que podem acentuar esse aspecto motivacional, devendo estes serem levados em consideração na formulação de intervenções para prevenção do suicídio que adotem a promoção da empatia em seu escopo.
  • TAMIRIS DA COSTA BRASILEIRO
  • VIOLÊNCIA SEXUAL: DO DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO A UMA PROPOSTA DE MODELO EXPLICATIVO DE PREVENÇÃO
  • Orientador : PATRICIA NUNES DA FONSECA
  • Data: 10/10/2023
  • Hora: 14:00
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  • O objetivo deste estudo é explicar alguns aspectos que favorecem a prevenção da violência sexual (VS) contra crianças e adolescentes. A tese defendida é a de que conhecer o diagnóstico da situação (problema) da VS e esclarecer como a prevenção da VS é entendida na escola, leva a uma maior conscientização sobre a necessidade de comportamentos de prevenção primária; e estes, por sua vez, são explicados pela relação entre os aspectos subjacentes (crenças, valores e atitudes). Para atender a este objetivo, estruturou-se a tese em um capítulo teórico e quatro empíricos, resultados de artigos. O Capítulo 1 apresenta uma revisão da literatura sobre a VS na história, políticas de prevenção e enfrentamento deste tipo de violência, além das teorias da Psicologia Social (crenças, valores e atitudes) que embasam esta tese. O Capítulo 2, de natureza documental e descritiva, objetivou traçar o perfil das notificações de VS contra crianças e adolescentes, registrado no Sistema de Vigilância de Violência e Acidentes (VIVA; SINAN/NET) da cidade de João Pessoa, entre 2017 e 2020. Foram analisadas 255 notificações por meio do software SPSS versão 21.0. Os resultados demonstraram que as notificações de VS são mais frequentes em pré-adolescentes do sexo feminino e pardas. A maioria das notificações se configurou como abuso sexual (AS), ocorreu uma única vez, em residência domiciliar, com agressor do sexo masculino e namorado da vítima. O tempo entre o episódio e a divulgação do AS foi maior em adolescentes [t(253)= -2,75, p=0,001] e o estupro foi mais observado entre meninas (χ2=12,305/gl=4, p=0,015), não tendo sido possível identificar quais foram os órgãos notificantes. Quando o AS ocorreu em residência, observou-se tendência de os episódios se repetirem χ2(30)=178,74, (p<0,001). Os casos foram encaminhados para diversas políticas de proteção, no entanto, não se constatou articulação e coordenação entre os órgãos notificadores. Considerando a escola como espaço propício para a proteção de crianças e adolescentes e, consequentemente, para prevenir casos de VS, formulou-se o Capítulo 3. Este, de cunho exploratório, buscou compreender como são entendidas e efetivadas as ações prevenção da VS por professores do ensino fundamental. Participaram 41 professores de escolas públicas e privadas (38,1%), sendo maioria do sexo feminino, com idades entre 29 e 58 anos (M=42,6; DP=7,15). Foi aplicado um questionário online, além de questões sociodemográficas. Utilizou-se a Classificação Hierárquica Descendente para analisar as respostas com o auxílio do software Iramuteq. Os resultados apontaram quatro classes no eixo sobre Atuação na Política de Enfrentamento e duas classes no eixo acerca da Articulação entre Políticas de Saúde e Educação. Os participantes demonstraram escassez de conhecimentos quanto às normas e políticas de prevenção à VS, falta de capacitação sobre direitos humanos e necessidade de serem mais atuantes como agentes de prevenção. Além disso, perceberam a prevenção mais voltada para a dimensão secundária (depois que a violência acontece) do que primária (antes mesmo de se manifestar). A aproximação entre as políticas de saúde e educação sugere a possibilidade de um manejo mais abrangente e adequado no enfrentamento do problema da VS. Nesta direção, foi pensado em que medida os aspectos subjacentes (crenças, valores e atitudes) se relacionam e favorecem comportamentos de prevenção primária da VS. Foi proposto, portanto, o Capítulo 4 que se insere no campo da Psicometria e procurou conhecer evidências psicométricas (validade fatorial e consistência interna) da Escala de Atitudes Frente à Prevenção do Abuso Sexual (EAFPAS) e Escala de Intenção Comportamental de Prevenção ao Abuso Sexual (EICPAS). Dois estudos foram realizados com uma população geral. No Estudo 1, participaram 223 pessoas, maioria do sexo feminino (76,2%), solteira (60,1%), com média de idade de 32,12 (DP= 11,15), que responderam a EAFPAS e perguntas demográficas. Os itens da medida apresentaram uma estrutura unifatorial, com alfa de Cronbach de 0,83. O Estudo 2 contou com outros 223 participantes, maioria do sexo feminino (72,3%) e solteira (70,4%), com idade média de 30,39 anos (DP = 9,09). Por meio da análise fatorial confirmatória, observou-se que a estrutura unifatorial representou a melhor alternativa para ambas as medidas, sendo que a EAFPAS teve redução de 16 para 9 itens, com alfa de Cronbach de α = 0,89 e a EICPAS foi reduzida de 10 para 6 itens, com alfa de Cronbach de 0,80. Conclui-se que ambos os instrumentos possuem evidências de validade fatorial e confiabilidade, podendo medir, respectivamente, atitudes e comportamentos de prevenção da violência sexual na população geral. Por fim, o Capítulo 5 versa sobre a proposta de um modelo teórico explicativo dos comportamentos de prevenção a partir das crenças, valores e atitudes. Pretendeu-se saber em que medida a relação entre crenças, valores e atitudes explicam comportamentos de prevenção à violência sexual. Participaram 207 estudantes de cursos de licenciatura, com idades variando entre 68 e 18 (M= 26,1; DP= 12,3), sendo maioria do sexo feminino (53,4%) e solteira (72,6%). Estas responderam a Escala de Atitudes frente à Prevenção do Abuso Sexual, a Escala de Crenças sobre o Abuso Sexual, o Questionário de Valores Básicos e a Escala de Intenção Comportamental de Prevenção ao Abuso Sexual. Os resultados das correlações de Pearson mostraram que houve correlação negativa entre crenças e comportamentos de prevenção VS (r=-0,50; p < 0,001); que as atitudes de prevenção à VS se correlacionaram positivamente com comportamentos de prevenção (r=0,45; p < 0,001), valores da subfunção suprapessoal (r=0,37; p < 0,001), interativa (r=0,15; p < 0,05) e existência (r=0,20; p < 0,05) e negativamente com os valores da subfunção normativa (r=-0,34; p < 0,001). A análise de mediação evidenciou que a relação entre crenças sobre a VS e comportamentos de prevenção da VS é mediada pelas atitudes (efeito indireto: β = -0,25, IC 95% (b) [-0,43; -0,04], p = 0,018). Por fim, quando os níveis de suprapessoal eram muito baixos, a relação entre crenças e comportamentos é mais fraca (b = -0,43; p < 0,001) do que quando os níveis de valor suprapessoal são altos (b = -0,99; p < 0,001); do mesmo modo, evidenciou-se que quando os níveis de interativo eram baixos, a relação entre crenças e comportamentos é mais fraca (b = -0,25; p < 0,001) do que quando os níveis de valor interativo são altos (b = -0,93; p < 0,001), indicando que os valores suprapessoal e interativo moderam o impacto dessa relação. O conjunto de artigos permitiu reunir informações importantes para subsidiar teórica e metodologicamente programas de prevenção na escola.
  • ALEXANDRE COUTINHO DE MELLO
  • PRECONCEITO E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE AS DROGAS E SEUS USUÁRIOS: UM ESTUDO COMPARATIVO SOBRE GÊNERO
  • Orientador : SILVANA CARNEIRO MACIEL
  • Data: 29/09/2023
  • Hora: 14:30
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  • Os fenômenos relacionados ao uso de drogas constituem um campo de investigação muito rico nas ciências humanas, principalmente porque são vivenciados no cotidiano, se estruturam simbolicamente e incluem dimensões da esfera individual, cultural e grupal. A presente tese teve por objetivo principal de analisar as representações sociais sobre as drogas e seus usuários fazendo uma análise comparativa sobre gênero em termos de atitudes preconceituosas. Diante disso foi proposta a tese de que há preconceito em relação aos usuários de drogas sejam eles homens ou mulheres, contudo há mais preconceito em relação aos homens usuários de drogas no que se refere à percepção de ameaça, sobretudo medo da violência física, e no que se refere às mulheres há mais preconceito em ternos de valores morais devido à quebra de paradigma, sendo esse preconceito mais encoberto e benevolente . Para responder essa tese foram estruturados seis estudos. O primeiro estudo foi teórico e teve a finalidade de aprofundar a temática das representações sociais, dos usuários de drogas comparando o gênero, abordando o preconceito. O segundo estudo objetivou conhecer e analisar as representações sociais sobre os usuários e usuárias de drogas a partir da Teoria das Representações Sociais. Tratou-se de um estudo qualitativo, descritivo e contou com 40 profissionais da rede de saúde mental do Estado da Paraíba, com idades variantes entre 19 e 62 anos (M=31 e DP 11,07). Utilizou-se entrevista semiestruturada, submetida à análise textual com uso do software IRAMUTEQ. Os resultados sugerem que os usuários de drogas são alvos de preconceitos pela sociedade e que as mulheres usuárias sofrem mais preconceito, pois as mulheres são percebidas como símbolo do cuidado e zeladora do lar e que o comportamento na dependência química a coloca como transgressora das normas sociais que lhes são impostas nos papéis de mãe, mulher e cuidadora. O terceiro estudo objetivou analisar as Representações Sociais (RS) sobre os usuários e usuárias de crack. Participaram 40 usuários de drogas de ambos os sexos e que estavam em Comunidades Terapêuticas e Clínicas de Reabilitação localizadas no Estado da Paraíba-Brasil. Utilizou-se a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), com o estímulo indutor "usuário(a)s de crack" e “crack”, analisada com auxílio do software IRAMUTEQ por meio de análises Prototípica e de Similitude, e um questionário sociodemográfico analisado através do cálculo de frequências simples e porcentagens. O núcleo central das representações sociais para o estímulo indutor usuários de crack, objetivou-se nos termos sem confiança, humilhação, roubar e sem caráter. Os homens objetivaram as RS na própria droga, levando a um processo de despersonalização do indivíduo, enquanto as mulheres objetivaram em sentimentos negativos. Para o estímulo indutor “crack” os homens objetivaram a RS em sentimentos negativos, enquanto as mulheres objetivaram a RS na doença e na culpabilização. O quarto estudo abordado nesta tese consistiu na adaptação de escalas de mensuração e na condução de análises exploratórias, visando à obtenção de escalas validadas que contribuam para a compreensão do preconceito dirigido aos usuários e usuárias de drogas. O objetivou a adaptação para o contexto de gênero (homem e mulher) usuários de drogas, as escalas de Percepção de Amaça frente aos Usuários de Drogas (Passos et al. 2023); a Escala de Intenção de Contato Social frente às Mulheres Usuárias de Drogas (Medeiros, 2018) e a Escala de Benevolência frente à esquizofrenia (Melo, 2017). A amostra foi composta por 307 sujeitos da população geral de residentes no Brasil. As análises dos dados foram conduzidas por meio do software FACTOR A análise fatorial exploratória permitiu uma exploração inicial da estrutura subjacente das escalas, revelando saturações de itens que sugerem potenciais fatores subjacentes. O quinto estudo se concentrou nas análises confirmatórias das adaptações dos instrumentos utilizados no estudo anterior, visando a obtenção de escalas validadas que enriqueçam a compreensão do preconceito direcionado aos usuários e usuárias de drogas. O objetivo geral deste estudo foi à condução de Análise Fatorial Confirmatória (AFC). Os resultados indicaram que as adaptações das escalas tiveram boas propriedades psicométricas e que apontam para uma estrutura unidimensional. Por fim, o sexto estudo teve como objetivo analisar as manifestações de preconceito direcionadas aos usuários de drogas, fazendo uma análise em relação ao gênero. A pesquisa contou com uma amostra de 280 indivíduos divididos em dois grupos: 140 participantes que responderam aos questionários de pesquisa relacionados ao gênero masculino e 140 participantes que responderam aos questionários relacionados ao gênero feminino; além de um questionário sociodemográfico. Foram utilizadas as seguintes escalas de mensuração: Intenção de Contato Social, Percepção de Ameaça e Benevolência, em relação a(os) usuárias(os) de drogas. Os dados das escalas de medidas e sociodemográficos, foram analisados por meio de estatísticas descritivas, frequência, comparações de médias (Teste t para amostras independentes e ANOVA fatorial) e correlação bivariada de Pearson. O tamanho de efeito das diferenças foi calculado por meio do coeficiente d de Cohen, tendo como recurso para análise dos dados, o Pacote Estatístico para as Ciências Sociais (IBM SPSS) para Windows - versão 23.0. Como resultados gerais foram encontrados que há preconceito em relação aos usuários de drogas, sejam eles do gênero masculino ou feminino, e que esses são visto como ameaça, havendo baixa intenção de contato social, havendo diferenças entre gêneros, havendo mais benevolência e mais intenção de contato em relação as mulheres usuárias de drogas. Espera-se que este trabalho incite estudos futuros a respeito da temática de gênero, levando em consideração o preconceito frente ao uso de drogas e que auxilie na compreensão dos estigmas sociais que esses usuários de drogas vivenciam
  • LIZANDRA MONTEIRO CIRAULO
  • Trabalho, Subjetividade e Gênero: o caso das entregadoras de aplicativos em João Pessoa
  • Orientador : ANISIO JOSE DA SILVA ARAUJO
  • Data: 29/09/2023
  • Hora: 09:30
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  • O processo de globalização, de expansão de mercados informais e de uso intensivo de tecnologias diversas contribui para a precarização da mão de obra feminina e, também, para a sua invisibilização e falta de prestígio social. A categoria profissional escolhida nesse estudo foi a de mulheres que trabalham como entregadoras por meio de aplicativo de delivery. Procedeu-se inicialmente a uma revisão da literatura, a qual buscou contextualizar a emergência do trabalho por plataforma, com destaque para a inserção das mulheres nessa atividade de trabalho. O presente estudo está embasado teoricamente na Psicodinâmica do trabalho e nos estudos sobre a divisão sexual do trabalho. Tem como objetivo analisar a relação trabalho, subjetividade e gênero na atividade de entregadoras por aplicativo de delivery da cidade de João Pessoa. Adotou-se uma abordagem qualitativa, cujo principal meio de produção de dados foi a entrevista individual semiestruturada. Para a análise de dados foi utilizada a análise de conteúdo temática proposta por Laville & Dionne (1999). Como resultados percebe-se que as entregadoras de aplicativo vivenciam uma situação de insegurança, assédio, discriminação e invisibilização no trabalho. Além disso, esta atividade ao mesmo tempo em que proporciona alguns prazeres, produz sofrimento, advindos dos vários desafios enfrentados cotidianamente. Por fim, conclui-se da importância de trazer mais visibilidade para esta categoria profissional apresentando propostas de melhorias de sua condição de vida e trabalho.
  • MARCELA AMARAL RODRIGUES
  • DESUMANIZAÇÃO EM RELACIONAMENTOS AMOROSOS: UMA EXPLICAÇÃO A PARTIR DA PERSONALIDADE E DOS VALORES HUMANOS
  • Data: 28/09/2023
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação tem como objetivo propor um modelo explicativo dos atos de desumanização no contexto dos relacionamentos amorosos. Para isso, será dividida em três artigos. O Artigo 1 teve como objetivo mapear os estudos empíricos sobre o fenômeno na perspectiva da Psicologia Social, por meio da realização de uma revisão de escopo. Os resultados mostraram que o tema ainda é emergente, obtendo-se apenas nove estudos no contexto internacional, porém já se apresenta como correlato de fenômenos preocupantes, como o abuso físico e emocional por parceiros íntimos. O Artigo 2, por sua vez, teve como objetivo adaptar e validar o instrumento Dehumanization in Romantic Relationships Scale (DIRSS) para o contexto brasileiro. No Estudo 1, participaram 268 pessoas (Midade = 29,07 anos; DP = 9,90), sendo 66,4% delas do sexo feminino e 81% residentes no estado da Paraíba. Neste estudo, foi realizada uma análise fatorial exploratória independente para cada subescala (perpetrador e alvo), as quais sugeriram uma solução unifatorial, com adequados índices de confiabilidade nas duas versões (UniCo = 0,96; MIREAL = 0,27; α = 0,92; ω = 0,93. UniCo = 0,93; MIREAL = 0,25; α = 0,94; ω = 0,94). No Estudo 2, participaram 212 pessoas (Midade = 29,99 anos; DP = 10,82), sendo 50,90% dela do sexo masculino e 79,70% residentes no estado da Paraíba. Foi realizada uma análise fatorial confirmatória da versão adaptada da DIRSS, que apresentou adequados índices do modelo tanto na subescala perpetrador (CFI = 0,97; TLI = 0,97; RMSEA = 0,10; SRMR = 0,10) quanto na subescala alvo (CFI = 0,97; TLI = 0,97; RMSEA = 0,14; SRMR = 0,12), bem como adequados índices de confiabilidade na subescala perpetrador (α = 0,81; ω = 0,82) e na subescala alvo (α = 0,86; ω = 0,86). De maneira geral, a escala como um todo também se apresentou com adequado índice de confiabilidade (α = 0,86; ω = 0,86). O Artigo 3 teve como objetivo principal testar o papel mediador dos valores humanos na relação entre personalidade e desumanização em relacionamentos amorosos. Contou-se com 216 pessoas (Midade = 29,3; DP = 9,8; amplitude 18 a 65 anos), com a maioria residente no estado da Paraíba (86,1%). Foram aplicados o Inventário dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade (BFI-20), o Questionário dos Valores Básicos (QVB) e o Dehumanization in Romantic Relationships Scale (DIRSS), na versão adaptada e validada para o português brasileiro. Foram realizadas estatísticas descritivas e as seguintes estatísticas inferenciais (método pairwaise): correlações de Pearson, regressão linear múltipla (método enter) e modelos de mediação dupla. Dentre as hipóteses testadas nos modelos, destaca-se o papel mediador da subfunção interativa na relação entre o traço amabilidade e a perpetração de desumanização em relacionamentos amorosos. Os resultados são discutidos à luz da literatura prévia sobre as variáveis apresentadas e aponta-se a contribuição da pesquisa na compreensão emergente sobre a relação entre os três construtos.
  • MARIA DO SOCORRO ROBERTO DE LUCENA
  • “AQUELES QUE A SOCIEDADE JULGA SER DE MULHER, MAS MULHER QUE NÃO ESTUDOU”: ANÁLISE DA RELAÇÃO SUBJETIVIDADE E TRABALHO DE MULHERES TRABALHADORAS DOMÉSTICAS DIARISTAS
  • Data: 19/09/2023
  • Hora: 14:00
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  • As perspectivas feministas que ancoram suas interpretações sob a interseccionalidade das relações de sexo/gênero, etnia/raça e classe, vêm garantindo ou cuidando para que essas categorias sociais não sejam esquecidas na leitura do campo social ou dos fenômenos decorrentes do mesmo, embora ainda não figurem ou sejam incipientes em diversos campos específicos do saber, como é o caso da Psicologia do Trabalho. Tal cenário é especialmente preocupante, quando se trata da sociedade brasileira, haja vista ser compósita pelo racismo, sexismo e classismo. Da qual, a problemática do trabalho doméstico remunerado (TDR) é expoente dessa história. Na contemporaneidade, assiste-se à diarização do TDR. Assim, a presente tese teve como objetivo analisar a relação subjetividade-trabalho de mulheres trabalhadoras domésticas diaristas com dimensão de sexo/gênero, raça e classe. Para tanto, esta tese está organizada em cinco artigos. O primeiro deles, trata da apresentação detalhada dos fundamentos teóricos que embasaram a definição do problema e os questionamentos norteadores da investigação principal. O segundo artigo reúne informações, resultados de pesquisas e estatísticas, nacionais e internacionais, acessadas a partir de uma pesquisa documental, acerca da situação da(s) mulher(es) em contexto de reestruturação produtiva e pandemia de Covid-19. O panorama construído ou organizado nesse artigo agrega elementos e dar continuidade às discussões teóricas realizadas no capítulo anterior. O terceiro artigo compreende uma revisão sistemática e metanálise da produção científica nacional acerca da relação TDR e gênero. A realização desse estudo permitiu estreitar as discussões em relação às mulheres trabalhadoras domésticas e a realidade brasileira, além de ter possibilitado a caracterização da produção científica brasileira sobre a temática e a identificação de convergências e divergências entre as produções, bem como de direcionamentos ou encaminhamentos de pesquisas. O quarto e quinto artigo referem-se a pesquisa qualitativa com a participação de dez mulheres diaristas. No quarto artigo, o objetivo foi compreender as repercussões de sexo/gênero, raça e classe no cotidiano laboral e na mobilização subjetiva das trabalhadoras diaristas. Evidenciamos várias situações do dia a dia de trabalho ou que configuram a atividade laboral das diaristas engendradas nas insígnias, relações e condições materiais decorrentes das diferenciações/hierarquizações de raça, sexo/gênero e classe. Ademais, identificamos entre as diaristas processos de naturalização ou de assimilação das diferenciações/hierarquizações, que repercutem em suas condutas individuais e coletivas, embora também tenham sido observados movimentos de resistência ou inflexão. O quinto e último artigo teve como objetivo analisar os impactos do contexto pandêmico sobre a atividade laboral e a saúde mental de mulheres trabalhadoras domésticas diaristas, levando em consideração a interseccionalidade entre sexo/gênero, raça e classe no trabalho. Os achados refletem o papel das desigualdades de sexo/gênero, raça e classe no agravamento das condições de trabalho/vida das mulheres diaristas e as consequências negativas sobre a saúde delas. As vivências pandêmicas dessas trabalhadoras foram marcadas por extremas dificuldades de subsistência, novos dilemas ou riscos e a atualização das microopressões nas relações laborais, que suscitaram para elas vários mal-estares, desde ansiedade a sentimentos de inferioridade. A combinação dos artigos fornece elementos de inteligibilidade sobre a condição de mulher trabalhadora doméstica diarista e de sua relação com a configuração das vivências subjetivas e a qualidade da saúde das participantes da pesquisa. Além disso, nos convida a refletir de forma crítica e inventiva acerca das dificuldades ou caminhos de enfrentamento das disparidades de sexo/gênero, raça e classe, que atravessam substancialmente as questões de trabalho/de vida das mulheres diaristas.
  • NATHALIA SOEIRO CALABRESI DE NAPOLIS
  • “PERCEPÇÃO DE AMEAÇA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA APÓS UMA PROMOÇÃO NO TRABALHO DA MULHER
  • Data: 18/09/2023
  • Hora: 15:00
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  • O objetivo geral deste trabalho é analisar o impacto da promoção no trabalho de uma mulher na percepção da sua vulnerabilidade à violência doméstica. Como objetivos específicos temos: a) investigar o impacto do sexismo ambivalente nessa percepção; b) investigar o sexo do participante nessa percepção e c) examinar as justificativas dadas para a tomada de posição frente à essa situação. Para tal propósito, foi realizado um estudo com 303 estudantes universitários (53,8% mulheres), com idade entre 18 e 60 anos (M = 23,73, DP = 6,25). Os procedimentos éticos prescritos na resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) foram seguidos e os termos de consentimento livre e esclarecidos foram devidamente assinados pelos participantes. O questionário foi composto por três partes. A primeira parte foi composta pelo Inventário de Sexismo Ambivalente de Glick e Fiske. A segunda parte foi composta por um cenário de manipulação experimental com duas condições. Em seguida, os participantes respondiam a quatro questões, utilizando uma escala tipo Likert de sete pontos, sobre a situação apresentada. Por fim, os participantes deveriam responder perguntas sociodemográficas. Os dados foram analisados com a ajuda dos softwares JASP e Iramuteq. Os resultados revelam que há uma maior percepção no risco de violência doméstica quando a mulher continua cuidando da casa e dos filhos sozinha porque essa dinâmica é muito presente em relacionamentos abusivos. Revelam também que os homens percebem um risco significativamente menor de violência doméstica do que as mulheres em ambas as condições. As análises textuais apresentaram classes heterogêneas que levantam questões como: papéis sociais de gênero, liberdade financeira, dupla jornada feminina, masculinidade frágil etc. Tomados em conjunto, esses resultados indicam que o sexismo ainda dita as relações conjugais e os papéis de gênero, e que seu efeito negativo está associado tanto à sua forma hostil como benevolente.
  • KÁTIA CORDEIRO ANTAS
  • Transtorno mental e sofrimento psíquico no contexto universitário: uma análise à luz das representações sociais e do preconceito.
  • Data: 12/09/2023
  • Hora: 09:00
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  • Entre estudantes universitários tem sido constatado aumento do número de casos de transtorno mental e/ou sofrimento psíquico, o que evidencia carência de atenção e cuidado. A presente pesquisa, cujo referencial teórico baseia-se na Teoria das Representações Sociais e no Preconceito, tem como objetivo geral analisar representações sociais de discentes e docentes universitários a respeito do transtorno mental e do sofrimento psíquico, e verificar se há elementos que sinalizem a existência de preconceito. A tese defendida é de que transtorno mental e sofrimento psíquico possuem representações sociais diferentes entre si tanto para discentes como para docentes universitários, porém, ambas possuem elementos de cunho negativo que evidenciam preconceito contra universitários com transtorno mental e sofrimento psíquico, sendo que o transtorno mental contém mais evidências de preconceito. Com o intuito de alcançar estes objetivos, esta tese está organizada num total de três artigos, mais uma cartilha informativa sobre adoecimento mental no contexto acadêmico. O primeiro artigo é o capítulo teórico e trata sobre a contextualização e a conceituação do espaço universitário, da teoria das representações sociais, do transtorno mental, do sofrimento psíquico e do preconceito, fazendo um resgate histórico-cultural sobre essas temáticas. O artigo 2, que teve como objetivo analisar e comparar as representações sociais de discentes e de docentes universitários sobre transtorno mental e sofrimento psíquico, contou com uma amostra de 269 participantes, sendo 178 discentes e 85 docentes, cuja média de idade dos discentes foi de 26,71 anos (DP = 8,77), e dos docentes de 41,09 (DP = 10,75). Utilizou como instrumentos de coleta de dados, a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), com os estímulos “transtorno mental” e “sofrimento psíquico”, cujos dados foram submetidos à análise prototípica. Alémdisso, foram realizadas as perguntas abertas “Para você, o que é transtorno mental?” e“Para você, o que é sofrimento psíquico?”, cujas respostasforamanalisadasatravés da ClassificaçãoHierárquica Descendente (CHD). Os resultados apontaram o transtorno mental representado como sendo doença, sofrimento, depressão e loucura; o sofrimento psíquico, por sua vez, teve representações como dor, angústia tristeza. Aqui destacamos essas representações referem-se ao núcleo central e que são as mesmas tanto para o grupo de discentes, quanto de docentes. O artigo 3 (em construção) tem como objetivo investigar se há evidências e/ou elementos de preconceito nas representações sociais de estudantes e professores universitários acerca do transtorno mental e do sofrimento psíquico, em relação a outros estudantes universitários em situação de adoecimento mental estudantil. Conta com a mesma amostra do artigo 2 e seus resultados foram analisados também segundo a CHD. Por fim, o artigo 4, trará uma proposta de contribuição através da confecção de uma cartilha informativa elaborada a partir dos estudos dos artigos 2 e 3, de outros dados da pesquisa em tela e de plataformas de pesquisas acadêmicas, cujo objetivo será fornecer informações sobre adoecimento mental estudantil, orientar e/ou sensibilizar a comunidade acadêmica e a população em geral, para uma melhor compreensão sobre o que é transtorno mental e sofrimento psíquico e suas consequências no contexto acadêmico e, ainda, apresentar algumas estratégias de prevenção ao processo de adoecimento mental em espaços de formação universitária. Até o momento da pesquisa, podemos constatar que as representações sociais de discentes e de docentes universitários a respeito do transtorno mental e do sofrimento psíquico divergem em alguns pontos entre os dois grupos (de discentes e de docentes), como era esperado, a exemplo de transtorno mental como doença e sofrimento como dor. Todavia, também apresentam pontos em comum, como as evocações tristeza e sofrimento para ambos os estímulos. Também já identificamos representações sociais que apontam a existência do preconceito com evocações como o próprio preconceito, exclusão e estigma. Todos os resultados até o momento, mesmo que parciais, apontam na direção da importância de ações de esclarecimento, orientação e sensibilização para com a comunidade acadêmica afim de mitigar representações equivocadas e comportamentos preconceituosos.
  • VICTOR CAMARGO ROSSINI
  • GESTÃO E TRABALHO: A RELAÇÃO ENTRE SAÚDE E TRABALHO DE GERENTES DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
  • Data: 18/08/2023
  • Hora: 10:00
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  • Este trabalho tem como objetivo geral compreender a relação entre saúde e trabalho das gerentes de Unidades de Saúde da Família (USF). Este propósito se desdobra em objetivos específicos, começando por captar como essas gerentes se organizam em sua atividade de trabalho para manter a saúde; compreender sobre como é o trabalho de gerentes; investigar o entendimento que elas têm sobre saúde e trabalho; conhecer as formas de adoecimento que vêm sendo mais marcantes e quais são os motivos; identificar como as gerentes conciliam o trabalho com suas vidas privadas; e conhecer quais estratégias são utilizadas para evitar o adoecimento. Participaram desse estudo dez gerentes de um distrito sanitário localizado em uma capital do Nordeste brasileiro. Tais gerentes atenderam aos pré-requisitos para essa pesquisa: exercerem a função na USF e serem responsáveis pela administração de maneira efetiva. Excluíram-se aqueles ou aquelas que são temporários ou estão cobrindo período de alguém afastado. O aporte teórico na qual esta pesquisa se embasou foi a Ergologia. Quanto ao método, este trabalho pode ser caracterizado como um estudo de caso, em que foram aplicados os seguintes instrumentos: questionário semiestruturado, com perguntas a respeito dos dados sociais e profissionais, e uma entrevista semiestruturada. A análise dos dados gerados pela pesquisa se realizou conforme a análise do conteúdo como um método analítico que categoriza e complementa os dados, com o objetivo de obter uma interpretação mais significativa. Averiguou-se que as gerentes possuem um trabalho complexo e múltiplo. Há alternativas utilizadas por cada uma para sustentar a saúde no trabalho, que gira em torno de um bom exercício em equipe, a separação do pessoal e profissional, além do resultado satisfatório em resolver os problemas dos usuários da USF que comandam. Também se percebeu que o não reconhecimento de suas atividades e as infidelidades do meio, seja por parte de usuários ou da equipe, que existem nas unidades acabam por gerar dificuldades em gerir sua vida e seu trabalho. Também se abordou o tema sobre questões de gênero, uma vez que percebemos que todas as entrevistadas são mulheres e que há relações entre profissão, remuneração e o lugar das mesmas nas funções do cuidado. Verificou-se ainda que, nestas unidades, as gerentes demonstraram grande satisfação e se sentem saudáveis em suas funções. O reconhecimento pelo seu trabalho, o reajuste salarial e as melhorias dos problemas, como estrutura e equipe, são aspectos fundamentais para assegurar a saúde dessas gerentes, dado que, ao final da pesquisa, surgiu a pergunta sobre a possibilidade de manter a saúde no trabalho diante da persistência desses problemas.
  • CLAUDIA REGINA BOTELHO MONTEIRO
  • ANÁLISE DOS ACIDENTES DE TRABALHO OCORRIDOS EM UMA INDÚSTRIA DE CALÇADOS DE GRANDE PORTE: UMA AVALIAÇÃO DOS ANOS DE 2016 A 2022
  • Data: 26/07/2023
  • Hora: 15:00
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  • O processo de globalização tem impulsionado as indústrias a alcançar novos mercados, assumindo compromissos com entregas de produtos de alta qualidade em um tempo recorde. Para tanto, os investimentos sobrevêm de forma que sempre aumente a produtividade e se diversifique a malha logística. Trazendo especificamente para o setor calçadista, isso não acontece de modo diferente, pois esse segmento tem buscado novas técnicas e um portfólio maior de produtos para crescer mercadologicamente. Dessa forma, a presente dissertação tem como objetivo, analisar os dados acidentários de uma indústria de calçados de grande porte nos anos de 2016 à 2022. A metodologia iniciou-se com estudo que teve início com a utilização de estatística descritiva dos fatores através da regressão logística, onde foram consideradas as variáveis significativas para explicar a probabilidade de acidentes de trabalho nessa empresa. Através dos resultados obtidos, verificou-se que a maioria dos acidentes ocorreu com trabalhadores com até 2 anos de empresa, com variação de 37,82% (ano de 2017) a 58,80% (ano de 2021), e que em todos a taxa de acidentes predomina em indivíduos do sexo masculino, cerca de 97,79% dos acidentes no ano de 2019. Cabe destacar que o modelo de regressão logística ordinal relacionou os fatores analisados e a chance de acidentes de trabalho com maior gravidade para as regiões da cabeça, olhos e pescoço. Concluiu-se então que os acidentes ocorridos nessa indústria possuem vários fatores que ultrapassam as condições de processo e passam por aspectos relacionados a cultura da empresa.
  • ERIKA MARQUES DE ALMEIDA LIMA
  • INTELIGENCIA EMOCIONAL E LIDERANÇA TRANSFORMACIONAL:um estudo psicossociológico
  • Orientador : MARIA DA PENHA DE LIMA COUTINHO
  • Data: 03/07/2023
  • Hora: 15:00
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  • O desenvolvimento do construto inteligência emocional (IE) emergiu quase que simultaneamente ao construto de liderança este último no início dos anos 80 e o primeiro final dos anos 90 do século XX. Após o lançamento do livro intitulado “Emotional intelligence” de Goleman o termo foi rapidamente disseminado em diversos segmentos da sociedade, principalmente nas empresas quando passou-se a utilizar a IE para promover a melhoria do clima organizacional, associado ao construto de liderança. A IE é conceituada como a capacidade que as pessoas têm em reconhecer e controlar suas próprias emoções, além da consciência e a sensibilidade em relação às emoções dos outro. Destarte, a IE foi associada ao conceito de liderança que passou a ser visto como uma competência do líder em conduzir, beneficiar a condução, o engajamento e a motivação de um grupo de pessoas. Nesse contexto, esta tese objetivou estudar os construtos inteligência emocional e a liderança ancorados na Teoria das Representações Sociais (TRS), uma vez que este aporte teórico/metodológico possibilita acessar a rede de sentidos e significados, compartilhados por um grupo de pertença, como também estudá-los por meio dos conceitos teóricos e históricos. Estruturalmente, esta tese foi desenvolvida em duas partes: a primeira constituída pelos capítulos teóricos e a segunda pelos estudos de revisão sistemática e empíricos. O primeiro artigo foi relativo, “As conexões entre Inteligência Emocional e Liderança Transformacional: um estudo de revisão sistemática”, que objetivou realizar uma revisão sistemática acerca da interligação entre inteligência emocional e liderança transformacional. Foram selecionados 6 artigos cujos conteúdos foram processados pelo software ALCESTE, e analisados pela análise da Classificação Hierárquica Descendente, Após o processamento dos dados pelo Alceste emergiram três classes temáticas que foram denominadas: (i) “Tipos de liderança e inteligência emocional no contexto da educação”, (ii) “A liderança transformacional como fator mediador para aumento da eficácia das equipes”, e (iii) “Inteligência emocional do líder como fator significativo para o desempenho dos funcionários no trabalho”. Observou-se também pela literatura pesquisada a escassez de produções cientificas sobre as temáticas em diferentes continentes e realidades, assim como, a necessidade da aplicação de estudos no contexto brasileiro. Dessa forma, considera-se a importância de fomentar pesquisas acerca da inteligência emocional e liderança transformacional, uma vez que estes podem auxiliar no engajamento, motivação e gestão efetiva das emoções próprias nos diferentes setores, equipes e empresas. O segundo artigo foi de cunho empírico “Inteligência emocional e sua relação com o conceito de liderança transformacional: um estudo psicossociológico”. Este estudo teve como objetivo estudar os construtos da inteligência emocional com liderança transformacional a partir do aporte teórico das Representações Sociais. Participaram 101 colaboradores, com idades entre 18 a 55 anos (M=35,47), de uma Instituição de ensino superior do Estado da Paraíba. Como instrumentos, foram utilizados um questionário sociodemográfico e uma entrevista semi-estruturada. A produção textual foi processada com o auxílio do software ALCESTE e analisadas pela Classificação Hierárquica Descendente, os dados sociodemográficos por meio do SPSS (versão 21). Dos resultados do processamento das interlocuções dos atores sociais, emergiram três classes temáticas: (i) Conceito de liderança transformacional, (ii) concepção da inteligência emocional e (iii) contribuições do líder para a equipe. As falas dos interlocutores apresentaram um perfil de líder participativo, na intervenção de apoio aos seus liderados, expandir os conceitos estudados para melhor desenvolvimento pessoal e profissional de cada envolvido. Saber lidar com suas emoções e as emoções dos outros se torna uma condição sine qua non necessário, não apenas para o líder, mas também para todos que lidam com relações, seja na esfera pessoal ou profissional.
  • LEONÍDIA APARECIDA PEREIRA DA SILVA
  • EXPERIÊNCIAS PARENTAIS NA CRIAÇÃO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
  • Data: 29/06/2023
  • Hora: 09:00
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  • A presente dissertação objetivou analisar o relato de mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) sobre as suas experiências parentais em três grupos de idade considerando as fases do desenvolvimento infantil e levando em conta também as modificações no decorrer do tempo que foram elencadas pelas mães, além dos fatores dificultadores e dos fatores facilitadores com os quais elas se deparam. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória com recorte transversal. O aporte teórico que fundamentou a pesquisa foi o Modelo Bioecológico de Bronfenbrenner e pesquisas sobre o tema proposto. Participaram deste estudo 12 mães de crianças diagnosticadas com autismo. A faixa etária selecionada contemplou 3 grupos de idades com 4 mães em cada grupo: Grupo 01: mães de crianças entre 2 e 3 anos; Grupo 02: mães de crianças entre 4 e 6 anos e Grupo 03: mães de crianças entre 7 e 11 anos. Foram utilizados um Questionário Sociodemográfico da família e uma Entrevista semiestruturada com as participantes. Os resultados foram organizados por meio da Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados permitiram identificar que a trajetória diagnóstica foi marcada pelas características da investigação e da revelação do diagnóstico, incluindo impactos da revelação e pela falta de esclarecimentos profissionais. No Grupo 01 todas as crianças receberam o diagnóstico mais precocemente (aos 2 anos), diferentemente dos Grupos 02 e 03 em que a idade do diagnóstico variou entre 3 e 4 anos. Metade das crianças apresenta Nível de suporte 1, duas apresentam Nível de suporte 2, duas apresentam Nível de suporte 3 e três crianças do Grupo 01 (2 a 3 anos) não apresentam um nível definido. Evidenciou-se que o cotidiano domiciliar e social das famílias tem como foco principal a criança com TEA e a centralidade do cuidado frequentemente recaiu sobre a mãe. A menção à figura paterna apareceu quando as mães descreveram os cuidados realizados pelo pai e foi pontuado o tempo mais reduzido que eles dispõem devido ao trabalho que exercem. Além disso, nos três grupos destacou-se a predominância da referência aos termos Difícil/Dificuldade ao falar sobre o que significa para elas ser mãe de uma criança com TEA. Dentre as dificuldades, no Grupo 01 foi frequente a menção ao comportamento da criança, seguida pela vivência de situações de julgamento e/ou preconceito. No Grupo 02 (4 a 6 anos), houve a alusão de forma predominante à dificuldade no acesso aos tratamentos. Já no Grupo 03, se sobressaiu a falta de aceitação por parte de profissionais da escola. As menções aos recursos pessoais e/ou ambientais utilizados nos três grupos demonstram que os familiares são capazes de se reorganizar diante das dificuldades. Salienta-se a referência à evolução da criança a partir do tratamento. Em especial, no Grupo 01 (2 a 3 anos) verificou-se a importância da intervenção precoce. Em relação aos impactos causados pela pandemia da COVID-19, identificou-se reverberações e desafios relativos ao isolamento social e à mudança de rotina, além de repercussões no acesso às terapias. As expectativas para o futuro do(a) filho(a) com TEA também foram abordadas e identificou-se alusões acerca da reidealização da criança, sobre a esperança no tratamento e relativas à esperança de que o(a) filho(a) se tornaria mais independente. A discussão dos resultados considerou os relatos maternos, as características das crianças com TEA, a literatura relativa ao autismo, a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano (TBDH) e o Modelo PPCT (Pessoa, Processo, Contexto e Tempo). A utilização da TBDH favoreceu a compreensão das experiências parentais e possibilitou o acesso a informações importantes que possam auxiliar as figuras parentais, a criança com TEA e os demais familiares. Contudo, ainda não existe uma literatura robusta que se propõe a investigar a temática do autismo a partir de uma visão bioecológica, sugerindo-se assim, a realização de mais estudos com este enfoque. Evidenciou-se que que o autismo provoca repercussões e demandas específicas para as figuras parentais, influenciando nas interações do binômio pais-filho ao longo do desenvolvimento da criança e essas reverberações impactam as concepções parentais e o comportamento parental.
  • WANESSA DE MACEDO GOMES
  • Concepções e práticas de psicólogos(as) escolares e docentes acerca das adaptações curriculares: um estudo em contextos públicos de educação
  • Orientador : FABIOLA DE SOUSA BRAZ AQUINO
  • Data: 28/06/2023
  • Hora: 14:00
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  • O movimento mundial pela inclusão passou a ser uma questão política, cultural, social e pedagógica. Em virtude disso, a organização das escolas deve ser repensada implicando em mudança estrutural e cultural para que todos tenham suas especificidades atendidas. Parte relevante da discussão e efetivação da inclusão em contexto educacional são as adaptações curriculares, que se constituem uma importante ferramenta para a reflexão e a propositura de um ensino responsivo àqueles que dela demandam acesso à proposta educacional ofertada. O psicólogo é considerado um profissional importante para atuar como mediador na inter-relação entre o Atendimento Educacional Especializado (AEE), a sala de recursos multifuncionais e a elaboração do plano de desenvolvimento individual e escolar, dado que pode colaborar para viabilizar o acesso da criança às propostas curriculares da escola. Diante do exposto, o objetivo desse estudo é conhecer e analisar as concepções e práticas de psicólogos escolares e docentes sobre as adaptações curriculares em escolas da rede pública da cidade de João Pessoa-PB. A pesquisa explorou a temática da inclusão com ênfase nas adaptações curriculares, inicialmente, por meio de um levantamento da literatura em base de dados nacionais e internacionais, objetivando verificar se e como psicólogos(as) têm atuado frente à citada demanda. Essa investigação ratificou a escassez de produções científicas sobre o tema no campo de atuação da psicologia escolar. Foi realizada uma pesquisa de campo do tipo qualitativa em escolas de ensino Fundamental I da rede pública municipal de João Pessoa-PB. Participaram deste estudo 10 psicólogas escolares, 10 docentes do Ensino Fundamental I, e 10 docentes do Atendimento Educacional Especializado (AEE), que responderam a um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada. A análise do questionário sociodemográfico evidenciou que oito psicólogas participaram de formações específicas para a atuação na área escolar, sete realizaram curso de aperfeiçoamento relacionado à educação inclusiva; nove professoras do AEE e seis professores da sala regular fizeram formação voltada para inclusão escolar, e nove professores do AEE e cinco da sala de aula regular cursaram aperfeiçoamento referente à educação inclusiva. Esses dados indicam que os profissionais têm buscado aprofundar o conhecimento acerca da questão investigada e aprimorar suas práticas voltadas para uma educação inclusiva. A análise das entrevistas foi orientada pelas diretrizes gerais de Bardin (1977) e organizada em eixos gerais para análise. Os resultados demonstraram, pelas falas das psicólogas escolares, que há ações em conjunto realizadas com maior frequência com os docentes do AEE e da sala regular para a elaboração das adaptações curriculares, conforme os Eixos de Análise: ‘Participar do Planejamento’ e ‘Orientar professores’. No entanto, é importante refletir sobre como as psicólogas escolares vêm atuando junto aos docentes e como o fazer psicológico pode contribuir especificamente para a realização de adaptações curriculares. No que se refere à compreensão de adaptação curricular, as respostas das psicólogas indicam que a concebe como: ‘Adaptar as atividades conforme grau de mentalidade/nível de inteligência’, ‘Individualizada para cada aluno’ e ‘Atender a necessidade do aluno’. Já os professores apresentaram em suas falas concepções sobre adaptações curriculares que remetem a ‘Tornar acessível à atividade/conteúdo’, ‘Equivalente ao PEI [Plano de Ensino Individualizado]’ e ‘Atingir um objetivo/meta do conteúdo’. Percebe-se, que os docentes expressão noções que convergem entre si e que se aproximam dos conceitos encontrados na literatura sobre as adaptações curriculares. Entretanto, vale salientar que o PEI é um instrumento que possibilita a efetivação das adaptações curriculares. As psicólogas denotam concepções ainda rudimentares e atreladas a níveis de inteligência ou entendimento dos alunos, mas, em contrapartida, mencionam o atendimento as necessidades e individualidades das crianças. Reafirma-se, por meio deste estudo, a importância de psicólogos escolares nas instituições de ensino, como mediadores na inter-relação entre professores do AEE e da sala de aula regular. Para efetivação dessas ações é essencial a realização de formação continuada em serviço de profissionais da Educação sobre o processo de inclusão escolar de estudantes com deficiência e/ou necessidades educacionais especiais, e um aprofundamento de procedimentos teórico-metodológicos que favoreçam processos de ensino-aprendizagem que respeitem os diferentes ritmos e estilos de aprendizagem que caracterizam psiquismo humano. Desse modo, o psicólogo escolar pode contribuir com os conhecimentos sobre desenvolvimento humano, processos de aprendizagem, defender em sua práxis a acessibilidade e equidade de conteúdos curriculares programáticos, e colaborar com uma educação inclusiva.
  • CLARA LOHANA CARDOSO GUIMARÃES FARIAS
  • DA AVALIAÇÃO À REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA INFIDELIDADE FINANCEIRA EM RELACIONAMENTOS AMOROSOS
  • Data: 21/06/2023
  • Hora: 09:00
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  • Resumo: A Infidelidade Financeira (IF) compreende ações voltadas a questões financeiras no contexto de relacionamentos amorosos, como omitir ou ludibriar sobre contas bancárias, dívidas, empréstimos, gastos etc., que podem acarretar algumas dificuldades na vida de casal e familiar: conflitos, perda de confiança e divórcio. É um tema que, apesar do impacto que pode acarretar aos âmbitos pessoal, amoroso, familiar, financeiro e social, ainda merece mais atenção dos pesquisadores e requer novos estudos para uma melhor compreensão e direcionamento. Nesse contexto, a tese ancora-se à Teoria das Representações Sociais (TRS), a fim de conhecer e acessar a rede de sentidos e significados atribuídos à IF por indivíduos casados, em união estável ou coabitação, o que possibilitará a construção de um conhecimento prático e multifacetado da temática. Dessa forma, a seguinte tese objetivou compreender os aspectos psicossociais acerca da IF nesta população. Sua estrutura divide-se em duas partes: a primeira constituída por dois capítulos teóricos e a segunda composta por três estudos. O Estudo 1 compreende a revisão da produção científica nacional e internacional, publicada entre 2013 e 2023. Foram selecionados sete artigos, analisados pela Classificação Hierárquica Descendente (CHD), Nuvem de Palavras e Análise de Similitude, por meio do software Iramuteq. Os resultados indicaram o caráter recente das produções acerca da temática, a maioria de cunho quantitativo, com foco principal na definição e identificação de comportamentos característicos da IF, destacando-se a necessidade de um instrumento psicométrico adaptado e validado para o contexto brasileiro. O Estudo 2 corresponde à adaptação e validação da Financial Infidelity Scale para o contexto brasileiro, que resultou em uma medida unidimensional e com parâmetros psicométricos adequados. Participaram 513 indivíduos casados, em união estável e em coabitação, com idades entre 18 e 58 anos (M = 32.22; DP = 8.89), cujos resultados foram analisados por meio da Análise Fatorial Exploratória e Confirmatória, e pela Teoria de Resposta ao Item (TRI). E, por fim, o Estudo 3, que está em desenvolvimento, e tem como objetivo apreender as Representações Sociais (RS) de pessoas casadas, em união estável e coabitação baseado em três palavras evocadoras (dinheiro, finanças e infidelidade financeira). Participaram do estudo 83 pessoas casadas, em união estável ou coabitação, com idades entre 21 e 74 anos (M = 37,66; DP = 8,98), que responderam a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), uma entrevista semiestruturada e o Questionário Sociodemográfico. As evocações da TALP foram processadas pelo TriDeux-Mots e interpretados pela Análise Fatorial de Correspondência; as entrevistas pelo software ALCESTE e analisados pela CHD; e os dados sociodemográficos pelo SPSS (versão 21). Os resultados demonstraram que os três estímulos da TALP (finanças, dinheiro e infidelidade financeira) são representados de forma multifacetada através de ancoragens psicoafetiva, afetiva-comportamental, psicossocial e sociocultural, em um conhecimento elaborado e compartilhado socialmente. Por sua vez, a análise das entrevistas, por meio da Classificação Hierárquica Descendente (CHD), possibilitou a formação de três classes: Controle financeiro como fator preditivo à IF, Organização financeira e realização de sonhos, e O impacto da IF na qualidade da relação. Os resultados obtidos neste estudo apontam para o conhecimento prático das RS do tema abordado, as quais podem contribuir para elaboração de ações e intervenções educacionais, financeiras e clínicas que repercutem nas relações e comportamentos sociais dos indivíduos. Desta feita, espera-se ofertar à comunidade científica um maior conhecimento sobre um construto pouco explorado nacionalmente, o que vem sendo estudado e como é abordado na literatura, uma medida validada para o contexto brasileiro com bons índices de ajuste para que seja possível verificar possíveis implicações de variáveis pessoais, sociais e sociodemográficas na explicação da IF, e o conhecimento dos indivíduos acerca do assunto. Em suma, confia-se que os objetivos estão sendo alcançados e que este trabalho contribui com a Psicologia Social, sobretudo na explicação de opiniões e comportamentos que refletem na dinâmica familiar, financeira e social, e nas relações de confiança necessárias para um bom convívio entre pares e em sociedade. Espera-se que os resultados dessa tese auxiliem planejamentos de práticas educacionais, financeiras, clínicas e sociais efetivas para essa população e seus dependentes, haja vista que as implicações de ordem financeira na vida do casal podem repercutir no relacionamento, na família e no convívio social.
  • REBBECA HELLEN ARAÚJO LACERDA
  • O CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19 E A TRANSIÇÃO DO ENSINO REMOTO PARA O PRESENCIAL: UM ESTUDO COM PROFISSIONAIS DE ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO
  • Orientador : FABIOLA DE SOUSA BRAZ AQUINO
  • Data: 20/06/2023
  • Hora: 09:00
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  • A presente dissertação aborda a atuação de professoras e psicólogas escolares da rede pública municipal de João Pessoa-PB durante a pandemia da COVID-19. A pandemia da COVID-19 se apresentou como uma crise no Brasil e em todo mundo, provocando o distanciamento social e consequente fechamento das instituições escolares, tendo um impacto claro na continuidade da educação de crianças. Neste sentido, objetiva-se investigar e analisar práticas de professoras e psicólogas durante a pandemia da COVID-19, e mapear as ações acerca da transição do ensino remoto para o ensino hibrido e presencial. Essa questão foi explorada inicialmente pela explanação do marco teórico de base Histórico-cultural, e argumentos contemporâneos acerca de transições de desenvolvimento. Como parte do estudo foi apresentada e discutida a temática da pandemia da COVID-19, e suas implicações para o contexto escolar, e descrito um levantamento bibliográfico acerca das práticas profissionais da Psicologia Escolar durante a pandemia. Foi realizada uma pesquisa de campo do tipo qualitativa, contando com uma entrevista semiestruturada aplicada com 22 participantes, sendo 11 professoras e 11 psicólogas escolares de escolas municipais de João Pessoa. Os resultados sociodemográficos indicam que a maioria dos profissionais de psicologia possuíam estágio na área clínica, e que a maioria das psicólogas concluíram sua graduação em instituições públicas de ensino e antes dos anos 2000. Os resultados das análises das entrevistas com as professoras indicam demandas pedagógicas geradas durante a pandemia, ocasionadas pela falta de acesso à tecnologia ou a falta da presença em sala de aula por parte dos estudantes, dificuldade no manejo tecnológico para criação de conteúdo para os alunos ou mesmo dúvidas em como seria esse retorno ao presencial. Contudo, revelam também reformulações práticas para lidar de maneira mais adequada com o retorno ao espaço físico das instituições. Já nas entrevistas com as psicólogas, foram identificadas ações voltadas principalmente para professores, equipe técnica, alunos e famílias. Essas profissionais percebiam esse retorno para o presencial como uma readaptação em curso, ao mesmo tempo referiram o espaço escolar de potência, de readaptações e de garantia de direitos. Reafirma-se a partir da presente pesquisa o papel do psicólogo escolar como um profissional que pode promover a compreensão da realidade e complexidade dos eventos que estão relacionados à pandemia, bem como na adaptação da equipe pedagógica a uma nova prática e ações que valorizem a construção ativa e coletiva.
  • Erik Francisco Silva de Oliveira
  • SUICÍDIO E IDEAÇÃO SUICIDA: UM OLHAR PSICOSSOCIAL NO CONTEXTO DA SEGURANÇA PÚBLICA
  • Data: 07/06/2023
  • Hora: 09:00
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  • O suicídio é um fenômeno multifacetado que atinge todos os extratos sociais. Considerado um grave problema de saúde pública global. A ideação suicida é o comportamento suicida inicial, que se não for adequadamente manejado, pode culminar no desfecho fatal. O carater multicausal desse fenomeno faz com que diversos ramos do saber cientifico tais como a psicologia, história, sociologia, filosofia, ciência das religiões, psiquiatria, biologia, saúde coletiva, segurança pública entre outras, se debrucem sobre essa tematica na tentativa de compreender, explicar e prevení-la. No Brasil, tem chamado a atenção o suicídio entre agentes da segurança pública, profissionais que no exercicio de sua labuta são constantemente confrontados com acidentes, tragedias e desastres, que envolvem violencia, sofrimento, morte e risco a propria vida. Nessa dissertação investigou-se o suicidio e a ideação suicida profissionais de segurança pública através da Teoria das Representações Sociais (TRS), onde foi possivel acessar a rede de interpretações e significados, compartilhadas por esses atores sociais, os quais construiram um conhecimento prático e multifacetado sobre a temática. Assim, a presente dissertação objetivou conhecer os aspectos psicossociais inter-relacionados ao suicídio e ideação suicida no contexto da segurança pública. Estruturalmente, dividiu-se em duas partes, a primeira constituída pelos capítulos teóricos e a segunda composta por três estudos empíricos norteados pela TRS. O primeiro estudo, analisou as Representações Sociais (RS) do suicídio e ideação suicida dos profissionais das forças de segurança pública do estado da Paraíba, baseado em quatro palavras evocadoras (suicídio, ideação suicida, minha profissão e eu mesmo). Participaram 178 profissionais, entre bombeiros militares (40%), policiais militares (46%) e policiais civis (14%), 48% da amostra com idades variando de 18 a 28, a maioria (69%) possui nível de instrução ensino médio. Os participantes responderam ao Questionário Sociodemográfico e a Técnica de Associação Livre de Palavras. Os dados foram processados pelo Microsoft Excel e Tri-Deux-Mots e interpretados pela Análise Fatorial de Correspondência. Os resultados indicaram representações consensuais entre suicídio, ideação suicida, associadas a aspectos negativos. A profissão trouxe elementos ambíguos que manifestaram satisfação e adoecimento. O estímulo eu mesmo(a) foi associado a elementos positivos. O segundo estudo, objetivou conhecer as RS sobre suicídio e ideação suicida, elaboradas por profissionais de segurança pública. Participaram do estudo 228 profissionais, sendo 175 homens e 53 mulheres entre bombeiros militares (45%), policiais militares (44%) e policiais civis (10%). Responderam ao questionário sociodemográfico e a entrevista semiestruturada. Os dados foram processados pelo Microsoft Excel e software Alceste, e analisados pela CHD, Nuvem de Palavras. Emergiram os seguintes eixos de sentidos: “ fatores de risco ao suicídio”, “ prevenção do suicídio” e “ sentido da vida”. O terceiro estudo teve como obejetivo analisar o nível de tendencia ao suicídio dos profissionais de segurança pública (em construção). Por fim, espera-se que os resultados dessa dissertação auxiliem os gestores de segurança pública na adoção de políticas públicas voltadas para os profissionais desse seguimento.
  • IZABEL CAVALCANTI BARROS LAMENHA PINTO
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PROFESSORES E ALUNOS UNIVERSITÁRIOS ACERCA DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL
  • Data: 31/05/2023
  • Hora: 15:00
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  • O ensino remoto emergencial é uma modalidade de ensino que foi implantada pelas instituições de educação no mundo todo, em resposta à pandemia de Covid-19, para continuidade das atividades de ensino e aprendizagem. Nessa conjuntura, buscou-se o aporte teórico da Teoria das Representações Sociais - TRS, para explicar como professores e alunos universitários aprenderam conhecimento sobre o entorno social, além dos impactos que afetaram a maneira como as pessoas pensaram, agiram e se relacionaram durante o ensino remoto. O objetivo do estudo foi conhecer os significados e sentidos dos professores e alunos universitários sobre o ensino remoto emergencial no contexto da Covid-19. A tese foi dividida em duas partes uma teórica e outra composta de estudos empíricos. Na primeira parte, encontra-se a apresentação, seguida de dois capítulos teóricos. O primeiro capítulo intitulado, contextualização do objeto de estudo e o segundo voltado para o aporte teórico das representações sociais. A segunda parte contém três estudos empíricos sobre a temática. No primeiro estudo, intitulado, Ensino remoto emergencial: representações sociais para professores e aluno universitários na pandemia de Covid-19, objetivou apreender as representações sociais elaboradas por estes participantes acerca do ensino remoto emergencial. A amostra do estudo foi composta de 147 professores e 130 estudantes universitários que responderam à Técnica de Associação Livre de Palavras – TALP, pelos estímulos indutores, ensino remoto e ensino híbrido, além do questionário sociodemográfico. Contou-se com o auxílio do software SPSS (versão 21.0) e da Análise Fatorial de Correspondência por meio do Tri-Deux-Mots para análise dos dados. Os resultados para ensino remoto apontaram que professores, emergiram manifestações avaliativo-valorativas de acordo com o caráter emergencial do fenômeno e a dimensão afetivo-comportamental, pelo enfrentamento do novo. No estímulo híbrido além das ancoragens anteriores, emergiram manifestações também na esfera sociocultural, relativas à inovação tecnológica e metodológica. Os alunos ancoraram o ensino remoto também de forma avaliativo-valorativa e afetivo-comportamental, assim como no ensino híbrido trouxeram repercussões para o processo de ensino-aprendizagem. O estudo dois, intitulado, o que pensam professores e alunos universitários pós-ensino remoto: uma análise psicossociológica, objetivou conhecer as representações sociais elaboradas pelos mesmos participantes, contudo a análise dos dados ocorreu no software Alceste, pela técnica da Classificação Hierárquica Descendente - CDH. Os resultados apontaram que professores e alunos desenvolveram estratégias de adaptação, ancoradas, na esfera psicossocial, construindo as objetivações nos termos necessidade e manutenção do ensino. Quanto aos elementos, futuro e híbrido, a ancoragem ocorreu numa esfera macroestrutural. Os alunos perceberam as aulas remotas numa esfera tecnológica e ambivalente, objetivando tanto para dificuldades de usabilidade e ferramentas digitais quanto pela novidade da modalidade. O estudo três, intitulado Satisfação acadêmica de estudantes universitários durante o ensino remoto emergencial, objetivou mensurar a satisfação de alunos durante a experiência com o ensino remoto, por meio da Escala de Satisfação Acadêmica de Universitários - ESAU. Foram estudados 208 universitários de instituições de ensino superior privadas, no estado da Paraíba - PB. Os resultados revelaram um equilíbrio entre os escores gerais de satisfação e insatisfação entre os estudantes. Os menores níveis de insatisfação estiveram relacionados as percepções do ambiente pedagógico, as percepções afetivas e da autoestima. Os níveis mais altos foram identificados na percepção do ambiente físico. Recomenda-se, que instituições de ensino, considerem os incidentes insatisfatórios, para melhorar o processo educacional, quando porventura, adotarem em seus programas metodologias online ou híbridas. Ademais, o ensino remoto foi uma estratégia emergencial e temporária, e surgiram a necessidade de organização didático-metodológica para superar as dificuldades enfrentadas ao longo do processo, quando emergem elementos que estão próximos e/ou concomitantemente presente em ambos os participantes, tais como desafio, dificuldade, adaptação, necessidade. Além disso, é preciso fortalecer o apoio aos docentes e alunos, sobretudo na questão psicossocial e tecnológica, para que possam incrementar os ganhos obtidos ao longo do processo, tais quais revelados pelos elementos importante, flexibilidade, prático e novo. Ademais, acredita-se que os resultados desta tese, possam contribuir também para a concretização da modalidade híbrida, apontada em todos os estudos como experiência positiva pelos professores e alunos, e emerge como uma inovação para no futuro ser amplamente consolidada nas Instituições de ensino superior como oferta de ensino, garantindo mais flexibilidade curricular e oportunidades de aprendizagens diferenciadas pelo uso de recursos e ferramentas tecnológicas.
  • MARIA EDNA SILVA DE ALEXANDRE
  • Mecanismos Psicossociais da Favorabilidade ao Linchamento: Julgamento Moral, Empatia e Motivações para Linchar
  • Data: 31/05/2023
  • Hora: 14:30
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  • O linchamento, compreendido como um tipo de violência coletiva dirigida a um grupo ou indivíduo acusado de romper alguma norma social, tem sido recorrente no Brasil, sendo registrado, ao menos, um caso por dia. Trata-se de um cenário alarmante que desafia os órgãos de segurança pública, viola os Direitos Humanos e ameaça a convivência social. No entanto, pouca atenção tem sido dada aos aspectos que explicam a favorabilidade da população ao linchamento. Para elucidar esta questão, a presente tese teve como objetivo primordial construir e testar um modelo explicativo dos mecanismos psicossociais da favorabilidade ao linchamento. Neste modelo, foram consideradas as variáveis relativas ao nível de julgamento moral, a empatia, as motivações sociais e emocionais para linchar e a favorabilidade ao linchamento em função dos tipos de crimes, hediondos ou contra a propriedade. Para tanto, a tese foi estruturada em três artigos empíricos, que apresentam os resultados de cinco estudos realizados. No primeiro artigo, são apresentados dois estudos relacionados ao processo de desenvolvimento e a validação da Escala de Atitudes frente ao Linchamento (EAL). Os resultados do estudo 1 (N= 428), evidenciaram índices psicométricos adequados, que sugere a estrutura bifatorial da EAL (crimes contra a propriedade e crimes hediondos), que teve sua replicabilidade confirmada no estudo 2 (N=481). Já no segundo artigo, são descritos dois estudos referentes a elaboração e validação da Escala de Motivações para Linchar (EML). Os resultados do estudo 1 (N= 454) deste artigo atestam adequação psicométrica da estrutura bifatorial da EML (motivações sociais e motivações emocionais para linchar) e o estudo 2 (N= 455) evidenciou que os dois fatores são prováveis de replicabilidade em estudos futuros. O terceiro artigo, esboça os resultados da testagem de um modelo explicativo dos mecanismos psicossociais da favorabilidade ao linchamento. Participaram deste estudo 536 brasileiros, com idades entre 18 e 71 anos (M = 34,4; DP = 11,82). Os resultados das equações por modelagens estruturais evidenciaram que: a influência do nível de julgamento moral na favorabilidade ao linchamento em face de crimes hediondos foi mediada pelas motivações sociais (b = 0,469, EP = 0,099, p = 0,001) e motivações emocionais para linchar (b = 0,169, EP = 0,071, p = 0,017); a influência do nível de julgamento moral na favorabilidade ao linchamento em face de crimes contra propriedade foi mediada por motivações sociais (b = 0,876, EP = 0,092, p = 0,001), mas não pelas motivações emocionais para linchar (b = 0,028, EP = 0,058, p = 0,625); a empatia não moderou a influência do julgamento moral em nenhuma das relação das motivações em função dos tipos de crime. Tais resultados poderão subsidiar intervenções que considerem a multifatorialidade da favorabilidade ao linchamento, tendo a promoção do pensamento pós-convencional de justiça como uma estratégia para sua redução.
  • JAIRTON COSTA FILHO
  • A DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR, REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NO CONTEXTO DA ODONTOLOGIA
  • Data: 30/05/2023
  • Hora: 15:00
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  • A disfunção temporomandibular (DTM) refere-se às condições que afetam a articulação temporomandibular (ATM) e/ou a musculatura envolvida no processo mastigatório. Sua etiologia é de caráter multifatorial, controversa e ainda não totalmente compreendida. Indivíduos com DTM apresentam várias alterações causadas por forças excessivas, hábitos parafuncionais, processos inflamatórios, alterações morfológicas degenerativas, processos infecciosos, fatores genéticos, psicológicos e anatômicos. Nesse contexto, buscou-se estudar a temática através da Teoria das Representações Sociais (TRS), que possibilitou acessar a rede de sentidos e significados, compartilhada pelos universitários de odontologia. Especificamente, identificar a produção científica subsidiada pela Teoria das Representações Sociais (TRS), acerca da Qualidade de Vida e da Disfunção Temporomandibular; identificar o perfil sociodemográfico dos participantes da pesquisa; analisar a disfunção temporomandibular sobre a ótica psicossocial dos discentes de Odontologia e apreender as ancoragens da disfunção temporomandibular elaboradas por discentes de Odontologia. Estruturalmente, esta tese foi dividida em duas partes, a primeira constituída pelos capítulos teóricos e a segunda composta por três artigos. No primeiro artigo, realizou-se uma revisão sistemática subsidiada pela Teoria das Representações Sociais (TRS), acerca da Qualidade de Vida e da Disfunção Temporomandibular. A amostra foi constituída por 11 artigos, que foram processados pelo software Iramuteq e analisados pela Classificação Hierárquica Descendente (CHD) e de Similitude. Os resultados indicaram os aspectos psicossociais representativos do adoecer, a exemplo, do desconforto e crepitação na região da ATM, cefaleia, rigidez, dificuldade para abrir a boca sem despertar dor. Dentre esses elementos a dor foi considerado o elemento figurativo da objetivação, tendo como ancoragem os fatores sócio psicológicos e físico orgânico. Os outros dois estudos, foram empíricos, norteados pela TRS. O primeiro estudo empírico, objetivou analisar a disfunção temporomandibular sobre a ótica psicossocial pelos discentes de Odontologia. Participaram deste estudo 151 discentes de Odontologia com idades entre 18 a 35 anos (M= 25,68; DP= 11,6), que responderam a um questionário biossociodemográfico e à entrevista em profundidade. O material coletado constituiu um corpus textual, que foram processados pelos softwares ALCESTE, IRAMUTEQ e SPSS (versão 21). Os conteúdos advindos dos softwares foram analisados pela Classificação Hierárquica Descendente (CHD) e de Similitude. e por meio da estatística descritiva. Observou-se que os participantes apontaram em suas representações sociais, os conhecimentos acerca da disfunção temporomandibular, destacando o diagnóstico, e. tratamento, também, estiveram ancoradas em fatores fisiológicos e psicológicos, os quais foram permeados por emoções de cunho negativo (estresse, ansiedade). Os participantes ratificaram noções de responsabilidades, voltadas para consequências da doença, como é o caso da manutenção diária de tratamento paliativo, compreendendo que se trata de uma doença crônica. Os resultados apontaram para a importância de uma abordagem interdisciplinar que enfoque o suporte psicossociológico, voltado para a elaboração de estratégias que possam ser adotadas frente ao controle e cuidado da disfunção temporomandibular. O segundo estudo empírico, contou com a participação de 151 discentes de Odontologia, com idade entre 18 e 35 anos (M= 25,68; DP= 11,6) o mesmo objetivou conhecer as RS da disfunção temporomandibular sobre a ótica dos discentes de odontologia. Os dados foram processados pelo SPSS (versão 21) e software Tri-deux-mots. Destaca-se que as RS sobre o impacto da disfunção temporomandibular na qualidade de vida em universitários de odontologia adquiriram diferentes facetas, portanto, espera-se que os resultados discutidos através da pesquisa e à luz da literatura, venham contribuir para com os profissionais da área apontando a sua aplicabilidade e sugerindo os desdobramentos de futuras pesquisas e intervenções. Sugere-se a necessidade de ampliação do N amostral, a coleta de dados de forma presencial, bem como, a utilização de outros instrumentos.
  • CLAUDIA LUCIENE DE MELO SILVA
  • Atuação da(o) psicóloga(o) escolar em equipe de especialistas: um estudo na rede municipal de ensino de João Pessoa-PB
  • Data: 30/05/2023
  • Hora: 14:00
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  • A presente tese aborda a atuação do psicólogo escolar em equipe de especialistas de escolas públicas do município de João Pessoa (PB) e defende que o psicólogo escolar pode colaborar com ações promotoras do desenvolvimento e da aprendizagem junto aos diversos atores que constituem a comunidade escolar. Tem como objetivo conhecer e analisar concepções da equipe de especialistas da rede pública municipal de João Pessoa-PB sobre o trabalho de psicólogas(os) escolares e suas respectivas ações junto à referida equipe e ao coletivo escolar. Defende-se como tese que a atuação de psicólogos escolares em equipe de especialistas possui especificidades que devem ser compreendidas pela própria equipe e pelo coletivo escolar para facilitar uma atuação focada nas demandas institucionais e nos processos de aprendizado e desenvolvimento. Para tanto foi realizado um levantamento sociodemográfico, com 62 psicólogas(os) escolares que atuam no Ensino Fundamental I, II, e na EJA, a partir de um questionário online (google forms), uma entrevista semiestruturada com 44 profissionais, sendo 14 psicólogas, oito assistentes sociais e 22 pedagogas(os), e entrevistas reflexivas com três psicólogas que tinham respondido aos dois instrumentos já citados. Os resultados indicaram que a maioria dos profissionais não possuíam estágio supervisionado na área da Psicologia Escolar, que indicou ter impacto na atuação no contexto educativo, dada a importância da relação entre o perfil de formação profissional e a atuação na equipe. Os dados levantados nos dois tipos de entrevista demonstraram a necessária demarcação do papel do psicólogo escolar para uma prática coerente com a literatura do campo da Psicologia Escolar Educacional que respalde uma atuação no contexto educacional e, principalmente, na atuação como membro de uma equipe de especialistas. Verificou-se no relato das psicólogas entrevistadas que as(os) especialistas ainda esperam dos psicólogos uma atuação tradicional, pautada em uma perspectiva clínica, com foco no aluno. Que muitas são as ações que desenvolvem, com objetivos diversos, o que ressalta ainda mais a necessidade dessa delimitação. Os resultados também indicaram que, dentre as psicólogas, a equipe de especialistas não havia sido considerada como objeto de intervenção de sua prática, no sentido de colaborar com o seu desenvolvimento, o que se considerou importante aspecto a ser alvo de maior reflexão entre as profissionais. Já as demais especialistas (assistentes sociais e pedagogos) em sua análise sobre o trabalho em equipe apontaram dificuldades, críticas, queixas, objetivos e potencialidades que caracterizam a atuação nesse formato, demonstrando a existência de questões que podem ser foco de atuação do psicólogo escolar, para contribuir com o desenvolvimento da equipe de especialistas. Os referidos dados endossam a necessidade de o psicólogo escolar realizar uma prática que busque promover reflexões sobre as diversas questões que envolvem a equipe de especialistas com propósito de colaborar com o fortalecimento e desenvolvimento destas. Mas, para antes disto, defendemos que é possível e faz parte da atuação destes profissionais realizar as referidas intervenções, tanto pelo que é atribuído nos documentos técnicos para atuação do psicólogo quanto pelo embasamento teórico e metodológico da área da Psicologia Escolar e Educacional. Vislumbra-se que os resultados da presente pesquisa e as reflexões dela extraídas possam contribuir com novas proposições de estudos que explorem as potencialidades e peculiares do trabalho do psicólogo em equipe multiprofissional e suas variadas possibilidades de intervenção com a comunidade escolar. Sobretudo, afirma-se como premente, o constante debate e ações efetivas voltadas à demarcação da função do psicólogo escolar no espaço educativo, pelos desafios que se impõem a partir da Lei 13.935/2019 que regulamentou a presença de psicólogas(os) e assistentes sociais em instituições públicas de educação.
  • MATHEUS HENRIQUE CARDOSO DA SILVA
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE A TRANSEXUALIDADE PARA UNIVERSITÁRIOS: DA PATOLOGIZAÇÃO À DIVERSIDADE SEXUAL
  • Data: 15/05/2023
  • Hora: 14:30
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  • A transexualidade trata-se de um tema relevante para os estudos de psicologia por se tratar de um assunto atual que necessita de um olhar voltado para o reconhecimento e afirmação dessa identidade de gênero. Entende-se que a transexualidade se caracteriza a partir do campo da diversidade sexual e de gênero, contudo, por muito tempo esteve presente nos principais manuais diagnósticos e classificatórios de saúde, sendo tratada como um transtorno mental. Entende-se, portanto, a patologização das identidades transexuais como uma manifestação do preconceito contra essa população. Assim, objetivou-se analisar as representações sociais que estudantes universitários têm acerca da transexualidade considerando os níveis de preconceito identificados por este grupo. Foi utilizado como aporte teórico para este estudo, a Teoria das Representações Sociais, que possibilita o reconhecimento da dimensão subjetiva dos indivíduos, bem como seus aspectos cognitivos, que por sua vez, interferem nas atitudes, práticas sociais e condutas acerca do objeto representado. Consiste em uma pesquisa de caráter descritivo e de abordagem mista, aplicada de forma online com estudantes de instituições universitárias públicas e privadas do Brasil, com um total de 200 participantes, que apresentaram uma média de idade de 26 anos (DP= 8,88) e uma faixa etária predominante de 18 a 23 anos, residentes, em sua maioria, na região Nordeste do Brasil, identificados em sua grande parte como mulheres cisgênero. Além disso, a maioria reconhece sua sexualidade como heterossexual. A área de conhecimento mais predominante entre os participantes é a de Humanas, sendo grande parte, estudantes universitários de instituições públicas cursando entre o 7º e o 10º período da graduação. Os instrumentos utilizados foram: Questionário sociodemográfico, analisado através do cálculo de frequência simples; a Técnica de Associação Livre de Palavras, analisada com o auxílio do programa Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRaMuTeQ); a Escala de Preconceito Contra Diversidade Sexual e de Gênero Revisada (EPDSG-R); e as questões fechadas acerca da transexualidade, analisados através de estatísticas descritivas e inferenciais por meio do SPSS. Além disso, foram também utilizadas questões abertas que foram analisadas através de uma Análise Temático-Categorial de Bardin. Os Resultados da EPDSG-R indicaram níveis baixos de preconceito contra a transexualidade pelos participantes do estudo, com uma variante entre 1,27 e 1,63, e desvio padrão variante entre 0,605 e 1,143. Constatou-se que os estudantes que participaram deste estudo, em sua maioria, apreendem o fenômeno com um olhar favorável às identidades transexuais, direcionando-se ao reconhecimento da identidade de gênero. Além disso, destaca-se a sensibilidade dos participantes acerca da realidade das pessoas transexuais quando, por exemplo, são capazes de identificar os obstáculos que são enfrentados por essa comunidade e também quando afirmam que existe preconceito advindo da sociedade e sofrido por esse grupo e mencionam as repercussões dessas dificuldades na vida socioemocional do indivíduo transexual. Diante dos resultados encontrados, considera-se a importância das mudanças sociais em nossa sociedade e o encorajamento dos espaços de representatividade para as pessoas transexuais como um fator relevante na construção de representações sociais para os indivíduos. Acredita-se que os dados deste estudo possam contribuir para o desenvolvimento de estratégias mais eficientes no campo da saúde mental e no acesso à cidadania pela população transexual, além da ampliação dos espaços de representatividade, de modo a promover a visibilidade desse grupo. Destaca-se também a necessidade de criação e manutenção de políticas públicas que enfatizem a garantia de direitos por esta população, a fim de remediar os danos psicossociais causados a esta comunidade.
  • SAMMYA GABRYELLA SOARES PEREIRA CAMPOS
  • O PERDÃO INTERPESSOAL EM SITUAÇÕES DE INJUSTIÇAS DA VIDA COTIDIANA
  • Data: 31/03/2023
  • Hora: 15:00
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  • A literatura indica que estudos sobre o perdão estão direcionados aos contextos de relações na família, entre amigos, parceiros íntimos e contextos de relacionamento no trabalho. Entretanto, temáticas que trabalham em contextos sociais do cotidiano não são tão exploradas pela literatura. E, é importante ressaltar que as injustiças podem ocorrer em nosso cotidiano independentemente do tipo e/ou intensidade de uma relação, seja por exemplo, a relação entre com aluno/professor, com colegas de trabalho, vizinhos e até mesmo com pessoas desconhecidas. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo analisar o grau de perdão oferecido espontaneamente após ofensas sofridas na vida cotidiana e sua relação com a raiva e ansiedade. Realizamos uma pesquisa de campo, quantitativa e qualitativa, do tipo descritiva e correlacional e participaram do estudo 359 pessoas, sendo 273 (76%) mulheres e 86 (24%) homens, selecionados por meio da amostragem não probabilística por conveniência. Para a coleta de dados, realizada de maneira online e presencial, utilizamos: questionário sociodemográfico, questionário de injustiças, Inventário de Expressão de Raiva (STAXI), Inventário de Ansiedade de Traço e Estado (IDATE) e a Escala de Perdão de Enright (EFI). Para a análise, os dados foram recebidos em uma planilha excel e depois transpostas para o IBM 22.0. Considerando a amostra de pessoas que se sentiram muito ou tremendamente magoadas (mágoa > 3), os resultados indicaram que essa população perdoou mais as ofensas de discriminação racial e divergências políticas e a mágoa foi sentida com maior intensidade quando a ofensa era causada por pessoas desconhecidas ou por profissionais liberais. Verificamos também que as pessoas com mágoa > 3 perdoam significativamente menos do que as pessoas que sentiram pouco magoadas (mágoa < 3). Na correlação, verificamos, na amostra de mágoa > 3 que as pessoas com traços de raiva tendem a apresentar ausência de afeto negativo, e presença de julgamento positivo. E, pessoas com traços de ansiedade tendem a apresentar ausência de comportamento negativo. Na comparação de médias entre estado e traço de ansiedade e estado e traço de raiva da amostra de mágoa > 3, percebemos que os graus de ansiedade foram significativamente maiores que os graus de raiva.
  • LEONAM AMITAF FERREIRA PINTO DE ALBUQUERQUE
  • PAPEL DOS CONSELHOS DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NA POLÍTICA DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA
  • Data: 30/03/2023
  • Hora: 19:00
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  • O objetivo dessa pesquisa é analisar o papel dos conselhos de direitos da criança na política de convivência familiar e comunitária, através da atuação dos agentes sociais. Trata-se de trabalho qualitativo e exploratório, dividido em três estudos, sendo o primeiro uma revisão sistemática de literatura, o segundo, uma análise documental, e o terceiro, um grupo de discussão. Os dados foram analisados, respectivamente, por meio do PRISMA, do tratamento analítico e da Análise de Conteúdo. Na revisão sistemática, observou-se uma quantidade expressiva de papéis atribuídos aos agentes pelos trabalhos recuperados. Na análise documental, os planos previram a divisão de responsabilidades, o suporte familiar e o controle da política, enquanto as atas priorizaram a discussão sobre acolhimento e família substituta. No grupo de discussão, os participantes abordaram os arranjos, as mobilizações e as estratégias empregadas pelos agentes para implementar a política. O papel dos conselhos de direitos da criança na política de convivência familiar consiste em exercer o controle social, promover o acolhimento institucional e propor ações intersetoriais. Esses campos são atravessados pela crítica à retórica liberal do voluntariado, a prioridade dos vínculos afetivos e sociais e os ruídos na comunicação entre Estado e sociedade.
  • FADJA JAIRLES VIEIRA CARDOSO
  • As Dimensões Sexualidade e Realização na Escolha do Parceiro: Correlatos Pessoais e Sociais
  • Data: 30/03/2023
  • Hora: 17:30
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  • Esta dissertação reuniu três estudos com o fim de conhecer fatores associados com a escolha de parceiro(a) heterossexual, considerando como dimensões principais realização e sexualidade, incluindo pessoas com 18 ou mais anos de idade (N = 691). Todas foram amostras de conveniência, participando pessoas que, convidadas, aceitaram colaborar nos estudos voluntária e anonimamente. O primeiro estudo procurou conhecer em que medida a escolha de atributos de realização e sexualidade estão associados com valores humanos, traços luminosos e sombrios de personalidade e histórias de vida, elaborando um modelo explicativo a respeito. Participaram 387 pessoas de João Pessoa (PB), as quais responderam a Escala de Atributos de Parceiro (EAP), o Questionário dos Valores Básicos (QVB), o Mini-K (M-K), a Dark Triad Dirty Dozen (DTDD) e o Inventário de Personalidade Pró-social (PSPI+), além de perguntas demográficas. Os achados indicaram que o atributo ideal de realização foi explicado por história de vida lenta, valor de existência e traço narcisista de personalidade; no caso atributo ideal de sexualidade, o valor experimentação substituiu o de existência. Neste sentido, os modelos explicativos foram similares, mostrando a importância da estratégia de vida, dos valores humanos e do traço de narcisismo para explicar o atributo ideal do parceiro. O segundo estudo teve como propósito testar o modelo explicativo elaborado no estudo prévio, considerando uma cidade do interior do Estado da Paraíba, refletindo um contexto de escassez econômica e baixo desenvolvimento humano. Participaram 200 pessoas residentes em Santa Inês, as quais responderão os mesmos instrumentos listados previamente. Neste estudo se confirmou a importância da estratégia de vida lenta, dos valores existência (atributo ideal realização) e experimentação (atributo ideal de sexualidade), porém o traço de personalidade mais importante foi a gratidão, que explicou os dois atributos. No modelo explicativo a estratégia de vida, que antes influenciava diretamente os atributos ideais do parceiro, passou a fazer principalmente por meio da gratidão. Por fim, o terceiro estudo procurou testar se o modelo explicativo da escolha de parceiro, desenvolvido no Estudo 1 e aprimorado no Estudo 2, funcionaria quando empregada uma medida implícita de atributos de parceiro. Participaram deste estudo 104 pessoas de uma universidade pública em João Pessoa (PB), que responderam, além dos instrumentos prévios (EAP, QVB, M-K, DTDD e PSPI+), a versão computadorizada do teste de associação implícita de atributos desejáveis (i.e., TAI Realização-Sexualidade). Os resultados indicaram que apenas gratidão se correlacionou com o escore D (medida implícita); quando consideradas as medidas explícitas separadamente, unicamente o valor realização explicou o atributo ideal de realização, enquanto que ao considerar o atributo ideal de sexualidade apenas o traço perdão explicou este atributo. Concluindo, os três estudos permitiram ter uma visão geral sobre a escolha de parceiro, mostrando a importância de fatores pessoais e sociais para sua explicação. Estes achados foram discutidos com base na literatura sobre o tema, apontando potenciais limitações dos estudos e direções futuras.
  • ANDRÊSA FERNANDA GOMES PEREIRA
  • "Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje": Um estudo sobre pré-crastinação em estudantes universitários
  • Data: 30/03/2023
  • Hora: 16:00
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  • A presente dissertação objetivou conhecer em que medida os traços de personalidade, os valores humanos e a ansiedade explicam o fenômeno da pré-crastinação. Para isso, foram desenvolvidos três estudos, sendo aqui estruturados em três artigos. O Artigo 1, de natureza teórica, objetivou reunir conceitos, definições e principais características bem como as convergências e divergências com a procrastinação. No artigo 2, propôs-se a elaboração da Escala de Pré-crastinação (EP), reunindo evidências de sua validade e adequação psicométrica. À vista disso, foram realizados dois estudos, com amostras de estudantes do ensino superior, no Estudo 1, participaram 200 estudantes (Midade = 23,80%; DP = 7,9) que responderam a versão inicial da EP, composta por 25 itens e questões sociodemográficas. Uma análise fatorial exploratória e uma estrutura tridimensional constituída de 18 itens que apresentaram consistência interna satisfatória (α = 0,85). No estudo 2, buscou-se confirmar a estrutura encontrada no estudo anterior, desse modo, participaram 200 estudantes (Midade = 24,42%; DP = 7,67) que responderam a versão da EP com 18 itens. Por meio de uma análise fatorial confirmatória, foi possível comprovar a estrutura tridimensional: Antecipação da tarefa (α = 0,88) Gestão de tarefas (α = 0,71) e Sentimentos frente a tarefa (α = 0,63) [χ² = 232,658; p< 0,001; χ²/gl = 1,76; CFI = 0,92; RMSEA = 0,062 e TLI = 0,91, apresentando evidências de fatorabilidade e adequação da EP. Dando seguimento, no Artigo 3 que objetivou explicar a pré-crastinação a partir dos traços de personalidade, os valores humanos e a ansiedade, de forma específica, buscaram-se (1) conhecer a relação entre pré-crastinação, traços de personalidade, valores humanos e ansiedade e (2) entender o papel dos traços de personalidade, valores humanos e ansiedade na explicação do fenômeno da pré-crastinação. Para tanto, contou-se com 400 estudantes do ensino superior (Midade = 23,51%; DP =7,29), os participantes responderam a questões sociodemográficas e aos seguintes instrumentos: Escala de Pré-crastinação (EP), Dark Triad Dirty Dozen (DTDD), Light Triad Scale (LTS), a Escala Cognitiva de Ansiedade e o Questionário dos Valores Básicos (QVB). Os resultados obtidos evidenciaram que a pré-crastinação se correlacionou com os traços de personalidade sombria e luminosa, a ansiedade e os valores de existência, realização, normativo, suprapessoal e interativo, sendo possível comprovar as hipóteses delineadas. Face ao exposto, estima-se que os objetivos propostos foram alcançados, com a construção de uma medida que reuniu evidências psicométricas de validade fatorial e consistência, além de contribuir com a disseminação e o entendimento frente uma tendência comportamental tão relevante, partindo não só de suas origens, mas também dá relação com outros construtos.
  • MIRIAN CARLA LIMA CARVALHO
  • PRÁTICAS DE SOCIALIZAÇÃO PARENTAL E COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
  • Data: 30/03/2023
  • Hora: 16:00
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  • Essa dissertação foi estruturada em quatro capítulos. No primeiro capítulo foi apresentada uma revisão não sistematizada explicitando as seguintes temáticas: práticas de socialização, agressão e as características do Transtorno do Espectro Autista (TEA). No segundo capítulo, realizou-se uma revisão, cujo objetivo geral foi avaliar sistematicamente a produção bibliográfica, dos últimos 20 anos, sobre a relação entre socialização parental e os comportamentos agressivos de crianças com Transtorno do Espectro Autista. Foram adotados como critérios de inclusão de artigos publicados nos últimos 20 anos, dentro da temática escolhida e tendo como amostra crianças com o diagnóstico de TEA; já os critérios de exclusão foram as teses, dissertações e artigos duplicados. Foram selecionados 25 artigos para a discussão dos dados. Os conteúdos encontrados foram organizados e discutidos em três categorias temáticas: (1) Comportamentos Agressivos na pessoa com TEA; (2) Práticas adotadas pelos pais na educação de seus filhos diagnosticados com TEA; e (3) Práticas parentais e Agressão de em crianças com Autismo. Em relação à primeira categoria, constatou-se que os comportamentos agressivos não podiam ser considerados sintomas específicos do TEA, eles podem existir em decorrência de outros fatores como déficits na comunicação, déficits sensoriais, padrões comportamentais e comorbidades. Em relação à segunda categoria, foi possível notar que os pais utilizavam práticas de proteção e controle excessivos, e, por vezes, exibiam medo que o filho crescesse e baixo nível de cobrança. Em relação especificamente às práticas maternas, algumas pesquisas demonstraram que as mães apresentaram um baixo nível de cobrança e regras, demonstraram uma proteção excessiva, fizeram pouco uso de Regras e Disciplina e utilizaram mais a Parentalidade Positiva. Sobre a terceira categoria, constatou-se que os comportamentos agressivos foram positivamente correlacionados com a Disciplina e o Castigo Duro, e os estilos parentais (permissivo, autoritário e autoritativo) se relacionaram positivamente e de forma estatisticamente significativa com comportamentos agressivos. O terceiro capítulo, constou de uma pesquisa de campo, com delineamento correlacional, sobre as técnicas de socialização materna e a percepção das mães sobre a agressividade de seus filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e em Desenvolvimento típico (DT). Esse estudo teve como objetivo geral averiguar em que medida as práticas de socialização adotadas por mães de crianças com o Transtorno do Espectro Autista e de mães que possuiam filhos em desenvolvimento típico relacionavam-se com a percepção delas sobre os comportamentos agressivos de seus filhos. Para esse estudo as seguintes hipóteses foram elaboradas: (a¹) O uso da técnica de controle externo pelas mães de crianças com TEA prediz positivamente a percepção das mães da agressão atribuída aos filhos; (a²) O uso de controle interno pelas mães de crianças com TEA prediz negativamente a percepção da raiva atribuída aos seus filhos; (b¹) As mães de crianças com TEA em nível de suporte leve, como em nível moderado utilizam mais técnicas de controle interno que as mães de crianças em nível de TEA severo; (b²) As mães de crianças com nível de suporte severo utilizam mais técnicas de controle externo que as mães de crianças em nível de TEA leve e moderado; (c¹) As mães percebem seus filhos com TEA mais agressivos que suas filhas com TEA; (d¹) As mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista percebem mais agressão nos filhos do que as mães com filhos em desenvolvimento típico; (e¹) As mães de crianças com TEA farão mais uso do controle externo que as mães com DT; (e²) As mães de crianças com DT farão mais uso do controle interno que as mães de crianças com TEA. Foram entrevistadas 90 mães de crianças diagnosticadas com o TEA. As mães estavam na faixa etária de 26 a 66 anos (M= 37,10; DP=7,54) e as crianças, diagnosticadas com TEA, encontravam-se na faixa etária de 8 a 10 anos e 11 meses (M= 8,93; DP=0,79). Também, contou-se com 46 mães de crianças em desenvolvimento típico, na faixa etária de 22 a 49 anos (M = 33,80; DP=5,74); as crianças tinham idades variando entre 7 e 10 anos (M = 8,28; DP = 1,10), sendo 19 (41,3%) do sexo masculino e 27 (58,7%) do sexo feminino. Para a coleta de dados foram utilizados: um Questionário sociodemográfico, o Questionário de Agressão – BPAQ Versão adaptada para mães e o Instrumento de Técnicas de Socialização. Em geral, observou-se que: a percepção das mães no tocante ao controle externo foi capaz de predizer a percepção de agressão física e de raiva, esses dados corroboraram os estudos de Chaves (2018), Campbell et al. (2010) e Kane e Mazureck (2011). As mães com filhos de nível mais severo de TEA fizeram pouco uso das explicações e as com filho leve ou moderado fizeram mais uso de explicações, o que confirma a hipótese b¹ e b². Também foi encontrado que as meninas com TEA apresentaram mais raiva e hostilidade que os meninos com TEA, o que diverge dos estudos que encontraram mais agressão em meninos com TEA e em DT (Magalhães & Otta, 1995; Zequinhão 2016; Kaartnen et al., 2012). Quando se comparou a percepção das mães de crianças com TEA com as mães de crianças em DT foi possível notar diferença significativa na percepção da agressão, visto que as mães de filhos com TEA, perceberam mais raiva que as mães de filhos cem DT, assim, a hipótese d¹ foi verificada apenas em relação ao fator da raiva. Quando as mães de filhos com TEA foram comparadas com as mães de filhos em DT, no tocante a percepção do uso das práticas, observou-se que as mães de filhos com TEA fizeram menos uso do controle interno do que as mães com filhos em DT, confirmando a hipótese e¹, corroborando o estudo de Chaves (2018). Por último, no quarto capítulo, foi efetuada uma discussão geral, com base nos estudos empíricos já realizados.
  • BIANCA FERNANDES DE SOUZA
  • ANÁLISE DO TRABALHO DA(O) PSICÓLOGA(O) ESCOLAR DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19: RELATOS DE PROFISSIONAIS DE ESCOLAS MUNICIPAIS EM JOÃO PESSOA (PB)
  • Data: 30/03/2023
  • Hora: 09:00
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  • A partir da perspectiva da Psicologia Escolar Crítica, entende-se a prática do psicólogo escolar como fundamental na mediação dos processos de ensino, aprendizagem e desenvolvimento no cotidiano da escola. Ao compreender essa atuação contextualizada, considera-se que os eventos que perpassam o meio social vão afetar a prática deste profissional. No contexto vivenciado nos últimos anos, podem ser destacados os impactos da pandemia da COVID-19 para o sistema educacional brasileiro, cenário no qual foi realizada esta pesquisa. Nesse sentido, com a suspensão das aulas e, em seguida, a transição para o modelo remoto de ensino, foi necessária a reconfiguração da atuação da(o) psicóloga(o) escolar nesse período. Esta pesquisa tem como objetivo conhecer e analisar a atuação da(o) psicóloga(o) escolar no ensino presencial e remoto durante a pandemia da COVID-19. Tratou-se de uma pesquisa do tipo qualitativo realizada com 25 psicólogas(os) de escolas públicas municipais da cidade de João Pessoa (PB). Foram utilizados como instrumentos um questionário com questões referentes aos perfis sociodemográfico, formativo e de atuação profissional, um painel contendo três desenhos que ilustravam o contexto escolar vivenciado antes e durante a pandemia, e um roteiro de entrevista semiestruturada. As entrevistas com as(os) psicólogas(os) ocorreram de forma presencial nas escolas em que as(os) profissionais estavam locadas(os) e foram registradas com um gravador de voz do celular, que teve seu conteúdo transcrito literalmente para análise. Os instrumentos, em seu conjunto, permitiram obter relatos acerca de memórias e afetos que denotam suas práticas antes e durante o período pandêmico, o que contribuiu para o entendimento de como ocorreu a atuação nesses momentos. Além disso, possibilitou acessar recursos e ferramentas utilizados, e os desafios enfrentados para a atuação durante a modalidade remota. Assinala-se como prevalente nas falas, a dificuldade de acesso dos alunos aos recursos tecnológicos, assim como um viés de culpabilização das famílias e a utilização de práticas clínicas na escola por uma parcela de psicólogas(os). Diante dos resultados, faz-se a defesa de uma psicologia escolar contextualizada e que se reestruture diante de situações adversas, como as geradas por pandemias, que impactam o funcionamento social e educacional. Nesse tipo de cenário, entende-se que a(o) psicóloga(o) escolar pode contribuir para a elaboração e efetuação de ações institucionais que prezem pela educação de qualidade, através de um trabalho ético e consciente diante das condições da realidade. Espera-se que o estudo possa contribuir para novas reflexões e proposições que impulsionem a construção do conhecimento no campo da psicologia escolar.
  • EMANUELLE PEREIRA SOBRINHO
  • FATORES PSICOSOCIAIS RELACIONADOS A QUALIDADE DE VIDA E DEPRESSÃO NA INFÂNCIA
  • Data: 29/03/2023
  • Hora: 14:00
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  • A depressão infantil é um transtorno do humor, plurifacetado que engloba aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Esses aspectos vão além da sensação da tristeza normal e temporária, é uma perturbação orgânica que envolve várias variáveis. Nesse contexto, buscou-se estudar a temática através da Teoria das Representações Sociais (TRS), que possibilitou acessar a rede de interpretações e significados, compartilhada pelos atores sociais, construindo um conhecimento prático e compartilhado sobre a temática. Neste sentido, a seguinte dissertação objetivou caracterizar aspectos sociais da sintomatologia da depressão no contexto escolar. Estruturalmente, dividiu-se em duas partes, a primeira constituida pelo capitulo teórico e a segunda composta por dois estudos. No primeiro estudo, realizou a contextualização do objeto de estudo. Os outros dois estudos empíricos, foram norteados pela TRS. O primeiro estudo empírico, analisou as Representações Sociais (RS) dos atores sociais, baseado em três palavras evocadas (depressão, pessoa deprimida e eu mesmo). Participaram 120 estudantes, entre 8 a 12 anos,de instituições privadas de Campina Grande-PB. Os participantes responderam ao Questionário Sociodemográfico e a Técnica de Associação Livre de Palavras. Os dados foram processados pelo SPSS (versão 21) e TriDeux-Mots e interpretados pela Análise Fatorial de Correspondência. Observou-se que a depressão traz implicações na vida social dos atores sociais, assim como, em sua qualidade de vida e percepções de si. O segundo estudo empírico, objetivou conhecer as RS sobre a depressão, elaboradas por infantis. Participaram 30 estudantes, entre 8 a 12anos, regularmente matriculados no ensino fundamental. Responderam ao questionário sóciodemográfico e a entrevista semiestruturada. Os dados foram processados pelo SPSS (versão 21) e software Alceste e Iramuteq, e analisados pela CHD, Nuvem de Palavras. Emergiram dois eixos principais de sentidos: “Autopercepção e as relações sociais” e “Depressão como uma doença psicológica. Neles a maternidade foi marcada pela perda dos laços psicossociais entre mãe-filho. Ser mãe foi objetivada como sinônimo de sofrimento, incerteza e culpa pela ausência nos cuidados maternos e separação dos filhos e familiares. De tal maneira, as representações compartilhadas e elaboradas pelos estudantes, na construção de significados do quadro depressivo podem subsidiar o desenvolvimento de práticas preventivas no contexto escolar.
  • ELZENIR BATISTA DE LUCENA CAMPOS
  • As práticas do conselho tutelar a partir das vivências de crianças atendidas pela instituição
  • Orientador : MARIA DE FATIMA PEREIRA ALBERTO
  • Data: 28/03/2023
  • Hora: 17:00
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  • O objetivo dessa dissertação é compreender as vivências das crianças entrevistadas e atendidas nos Conselhos Tutelares (CTs) do município de João Pessoa – Paraíba. Para tal, os objetivos específicos foram caracterizar o perfil biossociodemográfico de crianças entrevistadas e atendidas nos CTs de João Pessoa – PB; Identificar como as crianças entrevistadas e atendidas nos CTs de João Pessoa – PB, entendem o que a instituição faz; Analisar as vivências das crianças atendidas nos CTs de João Pessoa - PB; Analisar que faz e para que serve o Conselho Tutelar para a criança e; Identificar qual o motivo que levou crianças até o CT. Nesse sentido, utilizou-se a revisão da literatura e o referencial teórico que tem como base a categoria vivência a partir Psicologia Histórico-Cultural – PHC de Vigotski. Fez-se uso do método qualitativo. Os sete Conselhos Tutelares de João Pessoa foram o lócus desse estudo no qual participaram 12 crianças de 9 a 11 anos, utilizou-se o Jogo das Sentenças Incompletas e procedeu-se a análise de conteúdo. Os resultados revelaram seis classes temáticas: motivo que levou ao CT, significado, sentimento, aprendizagem, avaliação e resolutividade. As quais revelaram que os motivos que levaram as crianças ao CT foram violências, e que as mesmas compreendem os CT entre o lugar que ajuda e que pune. Evidenciaram-se vivências confortáveis de resolução dos seus problemas.
  • REBBECA HELLEN ARAÚJO LACERDA
  • O CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19 E A TRANSIÇÃO DO ENSINO REMOTO PARA O PRESENCIAL: UM ESTUDO COM PROFISSIONAIS DE ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO
  • Orientador : FABIOLA DE SOUSA BRAZ AQUINO
  • Data: 28/03/2023
  • Hora: 09:00
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  • A presente dissertação aborda a atuação de professoras e psicólogas escolares da rede pública municipal de João Pessoa-PB durante a pandemia da COVID-19. A pandemia da COVID-19 se apresentou como uma crise no Brasil e em todo mundo, provocando o distanciamento social e consequente fechamento das instituições escolares, tendo um impacto claro na continuidade da educação de crianças. Neste sentido, objetiva-se investigar e analisar práticas de professoras e psicólogas durante a pandemia da COVID-19, e mapear as ações acerca da transição do ensino remoto para o ensino hibrido e presencial. Essa questão foi explorada inicialmente pela explanação do marco teórico de base Histórico-cultural, e argumentos contemporâneos acerca de transições de desenvolvimento. Como parte do estudo foi apresentada e discutida a temática da pandemia da COVID-19, e suas implicações para o contexto escolar, e descrito um levantamento bibliográfico acerca das práticas profissionais da Psicologia Escolar durante a pandemia. Foi realizada uma pesquisa de campo do tipo qualitativa, contando com uma entrevista semiestruturada aplicada com 22 participantes, sendo 11 professoras e 11 psicólogas escolares de escolas municipais de João Pessoa. Os resultados sociodemográficos indicam que a maioria dos profissionais de psicologia possuíam estágio na área clínica, e que a maioria das psicólogas concluíram sua graduação em instituições públicas de ensino e antes dos anos 2000. Os resultados das análises das entrevistas com as professoras indicam demandas pedagógicas geradas durante a pandemia, ocasionadas pela falta de acesso à tecnologia ou a falta da presença em sala de aula por parte dos estudantes, dificuldade no manejo tecnológico para criação de conteúdo para os alunos ou mesmo dúvidas em como seria esse retorno ao presencial. Contudo, revelam também reformulações práticas para lidar de maneira mais adequada com o retorno ao espaço físico das instituições. Já nas entrevistas com as psicólogas, foram identificadas ações voltadas principalmente para professores, equipe técnica, alunos e famílias. Essas profissionais percebiam esse retorno para o presencial como uma readaptação em curso, ao mesmo tempo referiram o espaço escolar de potência, de readaptações e de garantia de direitos. Reafirma-se a partir da presente pesquisa o papel do psicólogo escolar como um profissional que pode promover a compreensão da realidade e complexidade dos eventos que estão relacionados à pandemia, bem como na adaptação da equipe pedagógica a uma nova prática e ações que valorizem a construção ativa e coletiva.
  • ANDRÉA BEZERRA DE ALBUQUERQUE
  • CANSAÇO EMOCIONAL: EXPLICAÇÃO A PARTIR DOS TRAÇOS DE PERSONALIDADE E DOS VALORES HUMANOS
  • Data: 27/03/2023
  • Hora: 16:00
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  • A presente dissertação teve por objetivo verificar o padrão de relações entre o cansaço emocional, os traços de personalidade e valores humanos. Para isto, foram realizados dois (2) estudos no formato de artigo. O artigo 1 objetivou reunir evidências psicométricas da Escala de Cansancio Emocional (ECE) no Brasil, e foram executados dois (2) estudos. No Estudo 1 participaram 275 universitários da Paraíba (Midade = 22,49), que responderam a ECE e questões demográficas. A análise fatorial exploratória sugeriu uma solução unidimensional e com confiabilidade adequada, alfa de Cronbach (α) e ômega de McDonald (ω) iguais a 0,90. No Estudo 2, participaram 223 universitários do Piauí (Midade = 21,65). A análise fatorial confirmatória apontou indicadores adequados (CFI = 0,99; TLI = 0,98; RMSEA = 0,05), com confiabilidade satisfatória (α= 0,88) e (ω = 0,91) e estrutura unidimensional do Estudo 1. Em suma, os estudos fornecem uma medida curta de 10 itens (ECE), que avaliam o cansaço emocional de forma global com evidências psicométricas para o Brasil, podendo ser útil a pesquisadores interessados na temática e em seus correlatos. O artigo 2 teve como objetivo testar o papel mediador dos valores humanos na relação entre os traços de personalidade e o cansaço emocional em estudantes universitários. Contou-se com uma amostra de 350 estudantes universitários (Midade = 23,81; DP = 6,69) da região Nordeste do Brasil, sendo 68,6% do sexo feminino. Os participantes responderam ao questionário de valores básicos (QVB), ao Inventário dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade (ICGFP), Escala de Cansancio Emocional (ECE) e questões sociodemográficas. Realizaram-se estatísticas descritivas, correlações, regressões e testou-se um modelo de mediação. O modelo de mediação testado demonstrou que a subfunção realização não mediou a relação entre o traço de personalidade neuroticismo e o cansaço emocional, sinalizando que pessoas com fortes traços de neuroticismo tendem a apresentar cansaço. Assim, conclui-se que os traços de personalidade e os valores humanos contribuem na explicação do cansaço emocional, bem como podem auxiliar profissionais no delineamento de estratégias que favoreçam o desenvolvimento de habilidades a fim de minimizar os efeitos do cansaço emocional.
  • HEITOR MARINHO DA SILVA ARAÚJO
  • Um Homem Também Chora’: Sexismo E Masculinidade Precária Frente A Situações Contranormativas De Gênero”
  • Data: 27/03/2023
  • Hora: 14:00
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  • Com o avanço das discussões e políticas públicas em torno da equidade de gênero e do combate às diversas formas de discriminação sexual, esta pesquisa buscou investigar em que medida a adesão à crença em uma Masculinidade Precária e ao Sexismo Ambivalente influencia a tomada de posicionamento frente a situações normativas e contranormativas relacionadas à divisão sexual dos papéis de gênero. Foram elaborados quatro cenários experimentais, abordando a escolha de brinquedo de uma criança e a decisão do pai ao comprar. Realizamos uma pesquisa quase-experimental, com delineamento 2 (sexo da criança: masculino ou feminino) X 2 (tipo de brinquedo: carro ou boneca). Participaram 303 estudantes universitárias com idade média de 24.1 anos (DP= 5.62), quase metade se declarou racialmente branco e eram majoritariamente de classe média. Os participantes responderam às escalas de Sexismo Ambivalente e Concepções de Masculinidade, assim como a perguntas abertas justificando sua percepção. Utilizando o SPSS, foram realizadas análises estatísticas de correlação, regressão hierárquica, análise univariada (ANOVA) e PROCESS, para testar o modelo explicativo de mediação. O software IRAMUTEQ foi utilizado para procedimentos de Classificação Hierárquica Descendente e Análise Fatorial de Correspondência. Os resultados mostram que, sendo moderados pelo fator de restrição emocional da Masculinidade e pela adesão ao Sexismo Ambivalente, os cenários são bons preditores da percepção da atitude do pai. Por outro lado, as justificativas dos participantes sobre o julgamento social dado à criança e ao pai apresentaram classes heterogêneas, indo desde o reconhecimento dos papéis de gênero à desconstrução de tais concepções.
  • FRANCIANE FONSECA TEIXEIRA SILVA
  • PROCESSOS DE ESTIGMATIZAÇÃO, ATRIBUIÇÃO DE CAUSALIDADE E RESILIÊNCIA EM FAMÍLIAS NO CONTEXTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA.
  • Data: 24/03/2023
  • Hora: 14:00
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  • Essa tese tem como objetivo analisar os processos de estigmatização, atribuição de causalidade e resiliência por familiares de pessoas em dependência química. Foi realizado um estudo transversal, exploratório e descritivo, com design quantitativo e amostragem não probabilística (por conveniência) e dependente (a mesma amostra para todos os estudos), contabilizando 111 participantes com idade entre variando entre 18 e 70 anos, a maioria do sexo feminino, casados com escolaridade alta. A coleta se deu via formulário eletrônico online, segundo as resoluções do Conselho de Ética vigente e armazenados no servidor da internet. Os resultados foram organizados em quatro artigos. O primeiro artigo objetivou o identificar as causas atribuídas pelo familiar à dependência química do membro familiar, considerando sua localização/internalidade (interna ou externa ao indivíduo), estabilidade (estáveis/instáveis) e controlabilidade. Fundamentado no Modelo Atribucional de Ação (Weiner, 1972), utilizou a Escala de Lócus de Controle Parental na Saúde. Os resultados apontaram instabilidade (tratamento de desintoxicação + recaída) para 52% dos dependentes químicos sendo atribuida localização de controle externo, no caso ao campo da medicina, especificamente ao hospital, médico e psiquiatra ou ao fatalismo. O segundo artigo visou identificar a percepção do estigma sofrido, assim como a rejeição interpessoal ligada ao estigma em decorrência de um membro familiar dependente químico. Pautado nos estudos de Goffman (1988), foi usado como instrumento a Escala de Estigma Percebido (Soares, 2011). Os resultados indicam a presença de estigma internalizado moderado, com as maiores médias e correlação nos fatores Aprovação do Estereótipo seguido da Resistencia ao Estigma. Não foi encontrado diferença estatística significante entre a percepção de estigma em relação a tipificação da substância psicoativa. Confirma-se, assim, que a percepção do estigma dirigido ao seu grupo de pertença resulta em autopercepções negativas ao tomar para si os estereótipos e estigmas sociais acerca do familiar dependente químico. O terceiro artigo, fundamentado no modelo de Resiliência, Stress, Ajustamento e Adaptação Familiar (McCubbin & McCubbin, 1993), teve como objetivo de verificar a capacidade de resiliência familiar considerando a Coerência, Flexibilidade, Envolvimento e Suporte Social. Fez-se o uso do Questionário de Resiliência, Stress, Ajustamento e Adaptação Familiar que permitiu avaliar a forma como a família responde a situações de stress e de crise. O quarto artigo visou verificar a correlação entre as variáveis relativas à Atribuição de Causalidade, Percepção de Estigma e os fatores da Resiliência Familiar. Para tanto, foi utilizada estatística descritiva e multivariada para correlacionar e analisar as variáveis identificadas nos estudos anteriores. Espera-se contribuir na construção de intervenções terapêutica partir da perspectiva da família do dependente químico.
  • ERICARLA VERÔNICA ALMEIDA DIAS
  • EXPOSIÇÃO E ATITUDES FRENTE À MÍDIA LGBTQ+: DESENVOLVIMENTO DE MEDIDAS E O PAPEL MODERADOR DA ORIENTAÇÃO SEXUAL
  • Data: 21/03/2023
  • Hora: 15:00
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  • A exposição à mídia LGBTQ+ positiva influencia significativamente na mudança de atitude frente a comunidade, em contrapartida, a exposição à mídia negativa pode aumentar a LGBTfobia. Visto isso, esse trabalho teve como objetivo a criação e validação das Escalas de Atitudes Frente à LGBTQ+ e Exposição à Mídia LGBTQ+, assim como entender como estas estão associadas com a LGBTfobia e variáveis pessoais. Foram realizados 3 estudos, sendo uma revisão sistemática de literatura, um estudo de desenvolvimento e validação dos dois instrumentos e um último correlacional. Ao final, os resultados do Estudo 1 indicam que há alterações nas atitudes frente ao público LGBTQ+ a partir da exposição à mídia LGBTQ+. O Estudo 2 reuniu evidências psicométricas das medidas desenvolvidas no estudo, apresentando os seguintes resultados: O Estudo 2.1 apontou para uma organização de dois fatores da Escala de Exposição à Midia Negativa (Mídia com Retratos Negativos, α = 0,82 e Mídia com Retratos Positivos, α = 0,80) e uma organização de fator único da Escala de Atitudes Frente à Mídia LGBTQ+ (α = 0,91 ). O estudo 2.2 corroborou essas estruturas fatoriais, apresentando índices de ajuste satisfatórios (Exposição Média: CFI = 0,97, TLI = 0,97, GFI = 0,97, SRMR = 0,07, RMSEA = 0,07 | 90% CI 0,06 - 0,09 | Atitudes: CFI = 1,00, TLI = 1,02, GFI = 0,99, SRMR = 0,01, RMSEA = 0,01 | 90% CI 0,01 - 0,02), os índices de discriminação da escala de Exposição variaram de 0,54 (Item 5) a 2,11 (Item 6) e os da escala de atitudes variaram entre 1,98 e 5,22, considerados muito altos. Finalmente, o Estudo 3 encontrou uma correlação entre a representação da mídia negativa e as atitudes (r = 0,34, p < 0,01), moderada pela orientação sexual [b = 0,62, (IC 95% = 0,27 - 0,97), t = 3,52, p < 0,01]. Por meio das escalas, podemos observar que ainda há predominância da representação midiática voltada para aspectos negativos, como vitimização e discriminação.
  • PAULO GREGORIO NASCIMENTO DA SILVA
  • Cyberstalking em Relacionamentos Íntimos: Contribuições de Variáveis Individuais e Sociais
  • Data: 28/02/2023
  • Hora: 14:00
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  • O presente protocolo de pesquisa tem como objetivo geral verificar quais os traços de personalidade (Big Five e sombrios) e valores humanos, podem explicar o comportamento de cyberstalking. Para tanto, foram propostos quatro estudos, que correspondem a quatro artigos distintos. O primeiro objetivou adaptar, reunindo evidências psicométricas da Intimate Partner Cyberstalking Scale (IPCS) em contexto brasileiro. Em dois estudos (N = 467), foram avaliados os parâmetros psicométricos da Intimate Partner Cyberstalking Scale (IPCS) por meio de diferentes técnicas [e.g., Análise Fatorial Confirmatória (AFC), Teoria de Resposta ao Item], além de propor uma versão curta da escala. Ambas as versões apresentaram uma estrutura unidimensional confiável e apresentaram correlações semelhantes com maquiavelismo, psicopatia e narcisismo. O segundo artigo objetivou adaptar a Assessment of Sadistic Personality (ASP) para o Brasil, averiguando as qualidades psicometricas do instrumento. Foram realizados dois estudos com participantes de diferentes estados brasileiros. Por meio de dois estudos 1 (n = 467) foi realizada a adaptação da ASP e executada uma análise fatorial exploratória e AFC, que sugeriram uma estrutura unifatorial. No Estudo 2, (n = 225) a análise fatorial confirmatória apontou indicadores adequados, além de reunidas evidências de validade convergente da ASP com a tríade sombria e o cyberstalking. O terceiro artigo, propôs verificar o poder preditivo dos traços de personalidade, controlando a variável sexo, nos comportamentos de perpetração do cyberstalking. Participaram 267 pessoas de diferentes estados brasileiros (Midade= 22,83). Foram aplicados a IPCS, o Inventário dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade e questões sociodemográfica. Os resultados mostraram, por meio da regressão múltipla hierárquica, que o traço de personalidade neuroticismo explicou o comportamento de perpetração do cyberstalking e que a variável sexo não demonstrou influenciar nessa relação; entretanto, demonstrou que pessoas com níveis elevados de instabilidade emocional podem exibir condutas de preopetração do cyberstalking. Por fim, o quarto artigo, objetivou conhecer em que medida os valores humanos poderiam mediar a relação entre a personalidade sombria e o comportamento perpetrador de cyberstalking em relacionamentos íntimos. Participaram 316 pessoas de diferentes regiões brasileiras (Midade = 26,92). Estes erem em maioria mulheres (57,9%), que estavam namorando (42,1%) ou eram casadas (24,1%), que responderam os instrumentos: IPCS, Dark Triad Dirty Dozen, Assessment of Sadistic Personality, o Questionario de Valores Basicos e questões sociodemográficas. As correlações e regressões possibilitaram testar um modelo mediação, que apontou que valores pessoais foram mediadores (mediação parcial) da relação entre narcisismo e o comportamento perpetrador do cyberstalking. Reforça-se a importância dos traços sombrios da personalidade sombria (narcisismo) na explicação do cyberstalking em relacionamentos íntimos, sendo meritório considerar a inclusão dos valores pessoais (experimentação) para ampliar a rede monológica associada a está conduta, visando entender de forma sistemática suas causas e consequências.
  • PEDRO PAULO HONORATO ALVES
  • Análise da Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho
  • Orientador : ANISIO JOSE DA SILVA ARAUJO
  • Data: 10/02/2023
  • Hora: 10:30
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  • Este trabalho busca realizar uma análise do processo de inclusão de pessoas com deficiência (PcD) no mercado de trabalho. Em um primeiro momento, realizamos uma revisão da literatura de artigos com os descritores: deficiência e trabalho. Utilizando duas bases de artigos, Scielo (Scientific Eletronic Library Online) e Pepsic (Periódicos Eletrônicos em Psicologia), fizemos a pesquisa dos manuscritos. Em seguida, aplicamos filtros na busca, como: artigos entre 2008 e 2020, revistas científicas com temas sobre psicologia, saúde, educação e sociedade; artigos disponíveis na íntegra; em português e de periódicos nacionais. Ao final da pesquisa e com os artigos selecionados usamos análise bibliométrica aos dados com o objetivo de extrair informações sobre os artigos nos últimos 12 anos (2008 a 2020). Em seguida, buscamos compreender o papel da instituição mediadora na entrada de PcD no mercado, a partir de entrevistas semiestruturadas com profissionais em uma instituição especializada em João Pessoa. Por fim, em um terceiro momento, entrevistamos pessoas com deficiência e utilizamos a técnica de instrução ao sósia com o objetivo de conhecer o trabalho desses indivíduos, bem como avaliar em que medida a inclusão vem acontecendo ou não na prática. Este trabalho se justifica pela baixa representatividade de indivíduos com deficiência no mercado e pela falta de oportunidades igualitárias. Atualmente no Brasil, segundo o IBGE (2010), apenas 1% da população que possui algum tipo de deficiência possui emprego formal, mesmo com leis que buscam equiparar as chances de contratação, como a Lei Brasileira de Inclusão (nº 13.146, 2015). Os resultados apontaram para: (1) a amplitude do apoio das instituições mediadoras no serviço de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho abrange o âmbito tecnológico, educacional, médico, institucional, legal, e vai muito além do contato com as organizações privadas; (2) a discrepância entre a alta expectativa e exigências mínimas das empresas e o baixo nível de formação dos candidatos com deficiência; (3) os desvios de funções no dia a dia de trabalho das pessoas com deficiência; (4) a busca por um emprego é uma tarefa desafiadora para as pessoas com deficiência e que a falta de informação sobre sua deficiência e direitos dificulta esse processo, (5) processos seletivos excludentes podem restringir a entrada no mercado, (6) ambiente organizacional inclusivo socialmente, porém não fisicamente, (7) vagas majoritariamente operacionais com pouca ou nenhuma possibilidade de ascensão profissional. Por fim, compreendemos a influência do preconceito e estigma na vida das pessoas com deficiência, e por conta disso como esse indivíduo não dispõe de poder na relação entre empregado-empregador. Além disso, o serviço de inclusão de pessoas no mercado é uma necessidade mediante as restrições que o próprio mercado impõe com práticas excludentes. Em adição, existe uma demanda emergente de estudos com objetivo de estruturar as expectativas entre as empresas e a realidade das PcD, bem como que discutam e construam formas de fornecer uma compreensão mais inclusiva sobre a deficiência.
  • MIRELLA DARC DE MELO CAHU ARCOVERDE DE SOUZA
  • A ABORDAGEM DA RELAÇÃO TRANSTORNO MENTAL E TRABALHO PELA JUSTIÇA DO TRABALHO
  • Orientador : ANISIO JOSE DA SILVA ARAUJO
  • Data: 10/02/2023
  • Hora: 08:30
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  • Esta dissertação objetiva analisar como os profissionais que atuam nas ações da justiça do trabalho tratam a relação transtorno mental e trabalho. A Psicodinâmica do trabalho é a base teórica utilizada na análise dessa relação. A pesquisa foi assim estruturada: primeiramente, uma revisão da relação entre o transtorno mental e trabalho sob a ótica da psicodinâmica do trabalho; na sequência o tratamento do tema dado pelos profissionais que atuam nas ações da justiça do trabalho em quatro recortes de peças processuais (a petição inicial, defesa, perícia e sentença) e, por fim, a análise de cinco casos concretos de cada uma das regiões geográficas do Brasil. Foi confirmada a hipótese de pesquisa no sentido de que as ações judiciais têm solicitado dos sujeitos envolvidos na tramitação do processo (juízes, advogados, peritos) um suporte técnico, nem sempre suficiente, a fim de que seja destinada atenção às singularidades da relação transtorno mental e trabalho, tendo em vista que este tema não é ordinário para a maior parte dos sujeitos envolvidos. Ainda, que os juízes têm nomeado peritos com formações diferenciadas, a exemplo de médicos generalistas, médicos do trabalho, psiquiatras ou psicólogos, que assumem a tarefa de produzir um laudo pericial que servirá de suporte para a decisão. Que os laudos normalmente produzidos baseiam-se em critérios teóricos de livre escolha do profissional responsável pela tarefa, sem que haja indicação prévia no regramento jurídico sobre a metodologia de abordagem, capaz de demonstrar às partes do processo quais os elementos podem ser considerados como definidores da relação doença/trabalho. Propomos enquanto ação que haja aprimoramento teórico sobre a temática, com troca interdisciplinar que envolva saúde mental e trabalho, para que sejam analisados aspectos individuais do trabalhador adoecido, mas também da experiência do coletivo vivenciada, a fim de que seja efetivamente garantido justiça nas ações que tramitam na justiça do trabalho.
  • CLÁUDIA HELENA COSTA DE OLIVEIRA ZAMBRONI
  • VIVÊNCIAS SUBJETIVAS NOS PROCESSOS DE SUCESSÃO EM EMPRESAS FAMILIARES
  • Data: 09/02/2023
  • Hora: 09:00
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  • Levando em consideração que a maioria dos estudos realizados sobre os processos sucessórios em empresas familiares é instrumental, uma vez que analisam os processos de sucessão como um conjunto de etapas, ações e atividades e relegam a dimensão subjetiva entre sucedido(a) e sucessor(a), faz-se necessário aprofundar o estudo do fenômeno da sucessão levando em conta essa vivência subjetiva e considerar as dimensões afetivas, sociais e de dominação que ocorem nas relações familiares e que, muitas vezes, vão fazer morada nas empresas. Dessa forma, esta investigação teve como objetivo principal compreender a vivência subjetiva do(a) sucedido(a) e do(a) sucessor(a) durante o processo de sucessão em pequenas empresas familiares. Como aporte teórico, optou-se pela Psicodinâmica do Trabalho. Quanto à metodologia, utilizou-se um paradigma interpretativista e uma abordagem qualitativa, tendo como método de coleta de dados a história oral temática. Os participantes desta investigação foram dez empresários (sucedidos(as) e sucessores(as)) de cinco pequenas empresas localizadas na cidade de João Pessoa - PB que já passaram pelo processo da sucessão empresarial e que atenderam aos seguintes critérios: a empresa deve ser familiar e ter pelo menos dez anos de existência; o processo de sucessão empresarial já deve ter acontecido há pelo menos dois anos; e o(a) sucessor(a) deve ser filho(a) do(a) sucedido(a). Os instrumentos de coleta de dados foram dois roteiros de entrevistas, sendo um para o(a) sucedido(a) e outro para o(a) sucessor(a). Para a análise das falas dos entrevistados, optou-se por utilizar a análise sociológica do discurso (ASD), a qual revelou a existência de categorias temáticas para cada uma das dimensões estudadas. A dimensão afetiva revelou o amor e a renúncia, a frustração e a mágoa e o perdão. A dimensão social revelou o sentido do trabalho para sucedidos(as) e sucessores(as), empresa e família: tudo junto e misturado, e a dificuldade do(a) sucedido(a) em realizar a sucessão. A dimensão de dominação revelou o conflito entre pais e filhos sobre a administração de suas empresas, a falta de reconhecimento do(a) sucessor(a) por parte do(a) sucedido(a) e o preconceito de gênero. A conclusão deste estudo é que não é possível compreender os processos de sucessão em empresas familiares sem considerar a vivência subjetiva de sucedidos(as) e sucessores(as). Ao lançar um olhar mais subjetivo nos estudos sobre a sucessão em empresas familiares, esta tese pretendeu fazer com que as famílias empresárias consigam perceber e transpor os obstáculos que, muitas vezes, impedem a família e a empresa de seguirem juntos.
2022
Descrição
  • JESSICA QUEIROGA DE OLIVEIRA
  • VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA ENTRE PARCEIROS ÍNTIMOS RECORRENTE E CONTINUADA
  • Orientador : CICERO ROBERTO PEREIRA
  • Data: 16/12/2022
  • Hora: 09:00
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  • Estar diante da violência entre parceiros íntimos (IPV) pode desencadear comportamentos e avaliações distorcidas em relação às vítimas, um fenômeno que denominamos de vitimização secundária. Essa vitimização ocorre por meio da culpabilização da vítima, pela desvalorização, pela evitação e pela minimização do sofrimento dela. Contudo, quando as vítimas se mantêm no relacionamento sob sofrimento persistente, é mais provável que os observadores se comportem de forma a vitimizar secundariamente mais essas vítimas do que quando elas interrompem o relacionamento, pondo, assim, fim ao sofrimento. Nesse sentido, hipotetizamos que as vítimas serão mais vitimizadas secundariamente quando se mantêm num relacionamento abusivo do que quando terminam o relacionamento em definitivo. Para tal, desenvolvemos um programa de pesquisa no qual conduzimos sete estudos organizados em três artigos empíricos. No primeiro artigo, apresentamos os resultados de quatro estudos e descrevemos o desenvolvimento e validação da Escala de Vitimização Secundária de Mulheres Vítimas de Violência Conjugal (SVS). O Estudo 1 objetivou construir os itens e realizar a análise de conteúdo desses itens por meio de uma avaliação feita por juízes especialistas. No Estudo 2 (N = 374), realizamos uma análise fatorial exploratória, resultando em quatro fatores, e calculamos os índices de confiabilidade e consistência interna. Desenvolvemos o Estudo 3 (N = 292) para compararmos o modelo de medida proposto com modelos alternativos e realizamos a validade convergente- discriminante da SVS. Nesse estudo, encontramos uma estrutura bi-factor, sugerindo a presença de um fator geral da vitimização secundária e quatro fatores específicos (culpabilização da vítima, desvalorização, evitação e minimização do sofrimento). No Estudo 4 (N = 311), analisamos experimentalmente a validade de critério da escala manipulando o sexismo societal, cujos resultados mostraram índices satisfatórios de validade e fidedignidade da SVS. No segundo artigo, desenvolvemos um estudo experimental (N= 261) para testar a hipótese de que é mais provável uma mulher vítima de IPV ser vitimizada secundariamente quando decide reatar um relacionamento abusivo do que quando não reata m relacionamento, e que os homens serão as pessoas que mais usam estratégias de vitimização secundária quando as vítimas reatam do que quando não reatam. Os resultados mostraram que os participantes reconhecem o sofrimento da vítima, desvalorizam e evitam mais as vítimas quando elas reatam o relacionamento com o agressor do que quando não reatam ou quando não recebem informações sobre a reconciliação com o agressor, e os homens culpabilizam, desvalorizam a vítima e reconhecem menos o sofrimento dela. No terceiro artigo, desenvolvemos dois estudos experimentais para investigar o papel do sexismo societal na vitimização secundária de mulheres vítimas de IPV e testar a hipótese de que as mulheres serão mais vitimizadas quando o processo de saída envolve vários retornos ao relacionamento abusivo e que este fenômeno ocorre sobretudo em contexto no qual o sexismo societal está saliente. Os resultados que encontramos indicam que, quando os participantes são instruídos a responder de acordo com o que a sociedade pensa, eles mais facilmente expressam sexismo societal e tenderam a vitimizar secundariamente mais um mulher vitima de IPV e isso aconteceu especialmente quando os participantes receberam a informação de que essa vítima tinha um histórico de saída e retorno ao relacionamento com o agressor. Em síntese, o conjunto dos estudos vão ao encontro da nossa hipótese central sugerindo que as mulheres serão mais vitimizadas secundariamente quando voltam repetidas vezes ao relacionamento abusivo. Além disso, reforça evidência empírica sobre o papel do sexismo societal nessa vitimização.
  • TATIANA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE LEAL
  • Os Efeitos da Confiança Institucional na Relação entre Crença no Mundo Justo e Vitimização Secundária de Pessoas Presas Injustamente
  • Data: 12/12/2022
  • Hora: 09:00
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  • Erros judiciais, como as condenações injustas, são falhas graves no sistema de justiça que acontecem diariamente em todos os sistemas de justiça do mundo. A maioria desses casos é devida à má conduta institucional. A sociedade, no entanto, culpa, desvaloriza e não oferece apoio às pessoas presas injustamente, resultando na vitimização secundária delas. Abordamos este fenômeno propondo a hipótese de que a Crença no Mundo Justo (CMJ) prediz a vitimização secundária de pessoas presas injustamente e que o nível de confiança nas instituições medeia essa relação. Desenvolvemos um programa de pesquisa composto por três artigos, compreendendo cinco estudos. O primeiro artigo consistiu em um estudo preliminar (N = 381) no qual avaliamos o nível de confiança em diversas instituições, e comparamos esses níveis entre dois contextos políticos diferentes no Brasil, os anos de 2018 e 2019. Encontramos um baixo nível de confiança institucional, especificamente nas instituições políticas democráticas. Também encontramos uma mudança nesses níveis de um contexto para outro, pois a confiança nas instituições coercitivas foi mais forte em 2019 do que em 2018. No segundo artigo (N = 381), também um estudo preliminar, investigamos se a confiança institucional estava relacionada à CMJ e se essa relação era moderada por fatores sociais e políticos. A análise revelou que a CMJ se relacionou de fato com a confiança institucional, mas apenas em participantes de esquerda e de baixa renda. O terceiro artigo, com três estudos, foca mais diretamente a hipótese nuclear desta tese. Testamos experimentalmente nossa hipótese principal, a saber, que a CMJ prediria a vitimização secundária de pessoas presas injustamente e que isso aconteceria indiretamente por meio da confiança institucional, dependendo de se a injustiça ameaçaria a CMJ. No primeiro estudo (N = 150), ativamos experimentalmente a ameaça à CMJ e constatamos que a confiança nas instituições de coerção social, políticas e de justiça mediou a relação entre a CMJ e culpabilização da vítima presa injustamente. Além disso, a confiança nas instituições políticas e de justiça também mediou essa relação quando se tratou da minimização do sofrimento da vítima. No segundo estudo (N = 539), replicamos o primeiro estudo com uma amostra maior. Especificamente, na condição de ameaça à CMJ, verificamos que a confiança na mídia mediou a relação da CMJ com a culpabilização da vítima. Da mesma forma, a confiança nas instituições de coerção social e de justiça mediou a relação dessa crença com a dimensão de minimização do sofrimento da vítima. A confiança nas instituições de coerção social mediou essa relação com a dimensão de evitação da vítima. O terceiro estudo (N=252) foi realizado na Inglaterra, contexto cultural onde a democracia está mais bem consolidada. Verificamos que a confiança nas instituições políticas mediou a relação da CMJ com a culpabilização da vítima e com a minimização do sofrimento, e confirmamos o papel de atenuador da vitimização secundária exercido pela confiança nas instituições de justiça. Em geral, os resultados foram consistentes com a hipótese proposta e mostraram como a crença no mundo justo contribui para o processo de legitimação de injustiças cometidas pelas instituições nucleares da sociedade brasileira e inglesa. Também aponta que a confiança nessas instituições pode ser uma ponte para a legitimação.
  • LIVIA BRAGA DE SA COSTA
  • RESOLUÇÃO DE CONFLITOS FAMILIARES: O PAPEL DOS DOMÍNIOS SOCIAIS E DA LEGITIMIDADE DA AUTORIDADE PARENTAL
  • Data: 18/11/2022
  • Hora: 14:30
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  • Compreender as formas de resolução de conflitos dos adolescentes com seus pais é central para o entendimento de como ocorre o ajustamento saudável do adolescente. Até o presente momento, as pesquisas têm partido de um enfoque generalista com o objetivo de encontrar a predominância de uma estratégia de resolução sobre outras. O objetivo desta tese de doutorado foi testar a hipótese de que as estratégias de resolução de conflitos utilizadas pelos adolescentes nas relações com seus pais podem variar, no próprio indivíduo, a depender do tipo de percepção que o adolescente tem sobre os eventos sociais (teoria dos domínios sócio-cognitivos). Além disso, foi testada a hipótese de que a legitimidade da autoridade parental dos adolescentes media a relação entre os domínios sociais e as estratégias de resolução de conflito. A tese foi estruturada em três artigos. O primeiro artigo, de natureza teórica, teve como objetivo examinar o problema da resolução de conflito à luz da teoria dos domínios sociais e embasar a realização de pesquisas que visem testar a hipótese de que os domínios sociais influenciam a estratégia de resolução de conflito que o adolescente adota. Além disso, articulou-se teoricamente as estratégias de resolução de conflitos com outros dois aspectos psicossociais: a legitimidade da autoridade parental e a tomada de decisão familiar. O segundo artigo, de natureza empírica e psicométrica, teve como objetivo adaptar e validar para o contexto brasileiro o Conflict Resolution Styles Inventory (CRSI), o instrumento mais utilizado no cenário internacional para avaliar as estratégias adotadas por adolescentes para resolver conflitos entre eles e seus pais. No Estudo 1, analisamos a validade de conteúdo por meio da análise de especialistas (N = 4 avaliadores especialistas) e realizamos um estudo piloto com adolescentes (N = 15). No Estudo 2, verificamos as propriedades psicométricas do CRSI em uma amostra de adolescentes (N = 276), reunindo evidências de validade fatorial e confiabilidade. No Estudo 3, avaliamos a adequação da estrutura fatorial do CRSI (N = 224). Os resultados demonstraram que o CRSI é um instrumento confiável e adequado para avaliar as estratégias de resolução de conflitos que adolescentes utilizam nas discordâncias com seus pais. O terceiro e último artigo, de natureza empírica, procurou responder aos objetivos principais da tese. Neste sentido, foram realizados dois estudos experimentais: o primeiro estudo (N = 316) teve como objetivo testar a hipótese de que as estratégias de resolução de conflito que o adolescente adota nas interações com seus pais variam em função do domínio social ao qual o conflito pertence. O segundo estudo (N = 356) foi realizado com o objetivo de testar a hipótese de que a legitimidade da autoridade parental funciona como um mediador da relação entre os domínios sociais e as estratégias de resolução de conflito. De modo geral, os resultados confirmaram as hipóteses propostas, indicando que a resolução de conflitos que o adolescente adota varia em função dos domínios sociais e é mediada pela legitimidade da autoridade parental.
  • RAFAELA ROCHA DA COSTA
  • TRAJETÓRIAS E PROJETOS DE VIDA DE ADOLESCENTES EM CUMPRIMENTO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE (PSC)
  • Orientador : MARIA DE FATIMA PEREIRA ALBERTO
  • Data: 25/10/2022
  • Hora: 09:00
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  • O objetivo geral da presente tese é analisar as trajetórias de vida e os projetos de vida de adolescentes a quem foi atribuída a Prestação Serviços à Comunidade (PSC). Os objetivos específicos são: apresentar as características biossociodemográficas de adolescentes a quem foi atribuída a PSC; conhecer as trajetórias de vida, identificando as violações sofridas e políticas sociais acessadas; discutir sobre os interesses e necessidades de adolescentes a quem foi atribuída a PSC; identificar as perspectivas sobre a PSC; conhecer os projetos de vida de adolescentes a quem foi atribuída a PSC; refletir sobre o papel da PSC para a construção dos projetos de vida. A tese é que as trajetórias dos adolescentes em cumprimento da Prestação de Serviços à Comunidade são permeadas por violações e mesmo com o acesso a algumas políticas sociais estas não foram suficientes para garantir o desenvolvimento integral difundido e instituído a partir do ECA, pois a falta de ênfase nos interesses, sentimentos e necessidades contribuiu para a manutenção das expressões da questão social, de trajetórias marcadas por negligência planejada e perspectivas de futuro limitadas e limitantes diante das condições objetivas que inviabilizam projetos de vida orientadores e motivadores. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada por meio de entrevistas abertas, analisadas descritivamente a partir da Análise de Conteúdo Temática e de uma análise explicativa baseada no Modelo de Equifinalidade das Trajetórias. Além das entrevistas, também foi utilizado o diário de campo para registros descritivos e reflexivos, com destaque para quatro momentos em que foram conduzidas oficinas temáticas sobre projetos de vida e protagonismo juvenil. Os resultados e discussões desta tese têm como aporte teórico a Psicologia Histórico-Cultural, orientando-se a partir das categorias Desenvolvimento Humano, Trajetórias de Vida, Projetos de Vida e Política Social. Os resultados se direcionaram para a compreensão de que as trajetórias dos adolescentes em cumprimento de PSC são marcadas por uma negligência planejada a partir de diferentes expressões da questão social, como a pobreza, violência, homicídio, trabalho infantil e evasão escolar, que mutilam suas potencialidades, seus sentimentos, sua autonomia e perspectivas de futuro. A partir do Modelo de Equifinalidade das Trajetórias foi possível compreender que a maioria das trajetórias não realizadas eram trajetórias de acessos aos direitos e que o trabalho infantil foi uma atividade que foi se tornando principal precocemente, violando outros direitos e a garantia de uma proteção integral. Os serviços e programas acessados – apesar de necessários diante das condições objetivas de vida – não foram capazes de garantir que as situações sociais de desenvolvimento se materializassem a partir de vivências de proteção social, mas reproduziram desigualdades que tiveram a medida socioeducativa como consequência. Com a PSC, da trajetória marcada pelo trabalho infantil passam para o lugar de “trabalhadores socioeducativos” e as práticas desenvolvidas a partir da medida são percebidas como punitivas. Considera-se essencial que haja atenção para a trajetória de desenvolvimento desses sujeitos e para intervenções que se orientem para suas necessidades, interesses, sentimentos e para a construção de motivos (dotantes de sentido) para atividades que promovam um desenvolvimento omnilateral. Para tanto, faz-se necessário um projeto de Estado, Sistema de Justiça e de Sociedade que não os invisibilizem, não os viole e não tornem-os alheios aos seus projetos de vida e de sociedade, mas que possibilite autonomia na construção de suas trajetórias em condições de vida dignas.
  • ANNE KAROLINE PINTO ROCHA
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ACERCA DO USO DO CIGARRO CONVENCIONAL E DO CIGARRO ELETRÔNICO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA
  • Data: 29/09/2022
  • Hora: 14:00
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  • Semelhante ao cigarro convencional, o cigarro eletrônico é um dispositivo que libera nicotina e tem sido utilizado como ferramenta auxiliar para cessação tabágica, embora os dados científicos sobre sua eficácia sejam escassos. Nesta dissertação, foram realizados estudos de revisão da literatura e empíricos. No primeiro estudo, cujo objetivo foi de realizar uma revisão da literatura acerca do uso de cigarros eletrônicos como ferramenta para redução ou cessação tabágica, foram realizadas buscas nas bases Scopus, Scielo e PubMed até junho de 2020, e incluídos apenas estudos empíricos que tratassem do uso do cigarro eletrônico para redução ou cessação tabágica. Quanto aos resultados da revisão, foi identificada uma grande aceitação da população leiga, que vê o cigarro eletrônico como inofensivo e reforça a ideia de uma nova identidade social para os vapers (usuários do cigarro eletrônico); enquanto que os profissionais de saúde destacam a importância de informações baseadas em evidências científicas consistentes em relação ao dispositivo; na medida em que os estudos sobre a eficácia dos cigarros eletrônicos e sua segurança a longo prazo permanecem inconclusivos. Para as pesquisas empíricas, foram realizados estudos com método misto, coleta e análise de dados quanti-qualitativas. No segundo estudo, realizado para acessar e comparar as representações sociais dos cigarros eletrônicos e convencionais, que contou com 119 participantes da população geral, foram utilizados como instrumentos um questionário sociodemográfico e a técnica de associação livre de palavras (com os estímulos “Cigarro Eletrônico” e “Cigarro Convencional”), cujos dados foram analisados no Iramuteq. Nos resultados do estudo, percebeu-se que as representações acerca do cigarro eletrônico estão majoritariamente relacionadas a uma ideia de modernidade e juventude, relacionando-o ao uso recreativo; enquanto as representações sobre o cigarro convencional estão mais relacionadas de uma forma mais consistente a uma imagem negativa, fatores desagradáveis e até aos consequentes malefícios à saúde. No terceiro estudo, realizado com o objetivo de investigar o posicionamento dos participantes frente ao cigarro eletrônico e de realizar um rastreio da saúde mental deles, que contou com 154 participantes da população geral, os instrumentos utilizados foram o questionário sociodemográfico, perguntas abertas sobre os cigarros eletrônico e convencional, a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão e a Escala de Satisfação com a Vida; os dados foram analisados com auxílio do software SPSS. Quanto aos resultados do estudo, não foram encontradas diferenças significativas entre os participantes fumantes e não fumantes; a maioria dos participantes acredita que o cigarro convencional seja mais prejudicial que o eletrônico; 41,2% dos participantes usuários de cigarro eletrônico não possuíam um dispositivo próprio; a maior parte dos participantes acredita que o cigarro eletrônico pode ser usada para cessação tabágica, embora esse não tenha sido o motivo para início do uso para 49% dos participantes; a maior parte dos usuários de apenas cigarro eletrônico não se consideram “fumantes”; a maioria dos participantes acredita que o uso de cigarros eletrônicos e convencionais se dá para acalmar os nervos e que o uso de cigarros eletrônicos ocorre por razões como: ter um ambiente é propício, para integração grupal, possuir aparência tecnológica, odor que não incomoda ou por acreditarem que são dispositivos inofensivos. Além disso, a representação da maior parte dos participantes reconheceu os malefícios relacionados aos cigarros eletrônicos e sua composição diferente dos convencionais, contudo desconhece que sua comercialização é proibida no Brasil. De forma geral, foi possível detectar a necessidade de estudos longitudinais, estudos capazes de apresentar evidências reais, a fim de esclarecer dúvidas e lacunas referentes aos impactos do uso de cigarros eletrônicos para a saúde das pessoas e sobre a eficácia ou não do cigarro eletrônico para redução ou cessação tabágica. Foi possível realizar algumas reflexões sobre o papel do cigarro eletrônico para a sociedade e como as pessoas têm introjetado as informações acessadas e compartilhadas sobre o dispositivo. E, por fim, ressalta-se a necessidade de novos estudos para embasar as regulamentações normativas necessárias e cabíveis, além de atualizar e aprimorar novas estratégias de prevenção e promoção de saúde alinhadas ao controle sobre questões relacionadas aos cigarros eletrônicos.
  • ANNE KAROLINE PINTO ROCHA
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ACERCA DO USO DO CIGARRO CONVENCIONAL E DO CIGARRO ELETRÔNICO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA
  • Data: 29/09/2022
  • Hora: 14:00
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  • Semelhante ao cigarro convencional, o cigarro eletrônico é um dispositivo que libera nicotina e tem sido utilizado como ferramenta auxiliar para cessação tabágica, embora os dados científicos sobre sua eficácia sejam escassos. Nesta dissertação, foram realizados estudos de revisão da literatura e empíricos. No primeiro estudo, cujo objetivo foi de realizar uma revisão da literatura acerca do uso de cigarros eletrônicos como ferramenta para redução ou cessação tabágica, foram realizadas buscas nas bases Scopus, Scielo e PubMed até junho de 2020, e incluídos apenas estudos empíricos que tratassem do uso do cigarro eletrônico para redução ou cessação tabágica. Quanto aos resultados da revisão, foi identificada uma grande aceitação da população leiga, que vê o cigarro eletrônico como inofensivo e reforça a ideia de uma nova identidade social para os vapers (usuários do cigarro eletrônico); enquanto que os profissionais de saúde destacam a importância de informações baseadas em evidências científicas consistentes em relação ao dispositivo; na medida em que os estudos sobre a eficácia dos cigarros eletrônicos e sua segurança a longo prazo permanecem inconclusivos. Para as pesquisas empíricas, foram realizados estudos com método misto, coleta e análise de dados quanti-qualitativas. No segundo estudo, realizado para acessar e comparar as representações sociais dos cigarros eletrônicos e convencionais, que contou com 119 participantes da população geral, foram utilizados como instrumentos um questionário sociodemográfico e a técnica de associação livre de palavras (com os estímulos “Cigarro Eletrônico” e “Cigarro Convencional”), cujos dados foram analisados no Iramuteq. Nos resultados do estudo, percebeu-se que as representações acerca do cigarro eletrônico estão majoritariamente relacionadas a uma ideia de modernidade e juventude, relacionando-o ao uso recreativo; enquanto as representações sobre o cigarro convencional estão mais relacionadas de uma forma mais consistente a uma imagem negativa, fatores desagradáveis e até aos consequentes malefícios à saúde. No terceiro estudo, realizado com o objetivo de investigar o posicionamento dos participantes frente ao cigarro eletrônico e de realizar um rastreio da saúde mental deles, que contou com 154 participantes da população geral, os instrumentos utilizados foram o questionário sociodemográfico, perguntas abertas sobre os cigarros eletrônico e convencional, a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão e a Escala de Satisfação com a Vida; os dados foram analisados com auxílio do software SPSS. Quanto aos resultados do estudo, não foram encontradas diferenças significativas entre os participantes fumantes e não fumantes; a maioria dos participantes acredita que o cigarro convencional seja mais prejudicial que o eletrônico; 41,2% dos participantes usuários de cigarro eletrônico não possuíam um dispositivo próprio; a maior parte dos participantes acredita que o cigarro eletrônico pode ser usada para cessação tabágica, embora esse não tenha sido o motivo para início do uso para 49% dos participantes; a maior parte dos usuários de apenas cigarro eletrônico não se consideram “fumantes”; a maioria dos participantes acredita que o uso de cigarros eletrônicos e convencionais se dá para acalmar os nervos e que o uso de cigarros eletrônicos ocorre por razões como: ter um ambiente é propício, para integração grupal, possuir aparência tecnológica, odor que não incomoda ou por acreditarem que são dispositivos inofensivos. Além disso, a representação da maior parte dos participantes reconheceu os malefícios relacionados aos cigarros eletrônicos e sua composição diferente dos convencionais, contudo desconhece que sua comercialização é proibida no Brasil. De forma geral, foi possível detectar a necessidade de estudos longitudinais, estudos capazes de apresentar evidências reais, a fim de esclarecer dúvidas e lacunas referentes aos impactos do uso de cigarros eletrônicos para a saúde das pessoas e sobre a eficácia ou não do cigarro eletrônico para redução ou cessação tabágica. Foi possível realizar algumas reflexões sobre o papel do cigarro eletrônico para a sociedade e como as pessoas têm introjetado as informações acessadas e compartilhadas sobre o dispositivo. E, por fim, ressalta-se a necessidade de novos estudos para embasar as regulamentações normativas necessárias e cabíveis, além de atualizar e aprimorar novas estratégias de prevenção e promoção de saúde alinhadas ao controle sobre questões relacionadas aos cigarros eletrônicos.
  • FLÁVIA MARCELLY DE SOUSA MENDES DA SILVA
  • MODELO MULTIDIMENSIONAL DO RECONHECIMENTO: EVIDÊNCIAS PSICOMÉTRICAS E CORRELATOS PSICOLÓGICOS
  • Orientador : VALDINEY VELOSO GOUVEIA
  • Data: 23/09/2022
  • Hora: 15:00
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  • A presente tese objetivou testar um modelo psicológico multidimensional do construto do reconhecimento, assim como investigar os correlatos psicológicos e intersubjetivos desta variável no contexto brasileiro. Para tanto, foram elaborados três artigos. No Artigo 1, de natureza teórica, propôs-se um modelo multidimensional do construto do reconhecimento no campo psicológico, abrangendo quatro dimensões distintas, mas relacionadas: amorosa, familiar, laboral e de amizade. Assim, recorreu-se a uma revisão teórica do reconhecimento no âmbito das teorias sociais contemporâneas, assim como na ciência psicológica a fim de sustentar a possibilidade de tais dimensões do reconhecimento. O Artigo 2, empírico de natureza psicométrica, versou sobre a elaboração e levantamento das evidências psicométricas da estrutura interna e externas da Escala Multidimensional de Reconhecimento (EMR). No Estudo (n= 210) 1 foram elaborados 40 itens preliminares da EMR. Após a fase de validação de conteúdo, contouse com a versão composta por 32 itens. Uma análise fatorial exploratória (método de extração: análise paralela), indicou uma estrutura tetrafatorial com índices adequados de consistência interna: laboral (ω = 0,90), amoroso (ω = 0,86), familiar (ω = 0,61) e amizade (ω = 0,94). Ademais, via Teoria de Resposta ao Item, propôs-se uma versão reduzida da escala composta por 20 itens (EMR-20), mantendo amplitude adequada na mensuração do traço latente. A estrutura tetrafatorial da EMR se mostrou adequada no Estudo 2 (n= 235), sendo o modelo reduzido, a EMR-20, estatisticamente superior nas análises confirmatórias. Ademais, ratificaram-se as evidências com base nas relações com variáveis positividade, gratidão, vitalidade, satisfação com a vida e florescimento. Por fim, no Artigo 3 (n = 235), objetivou-se identificar as relações entre o Modelo do Reconhecimento Multidimensional (MRM), os valores humanos e os traços aversivos e luminosos da personalidade. Os dados foram analisados por meio da técnica de análise de redes. Os resultados mostraram relações de magnitude moderada entre as variáveis pesquisadas. Frente às dimensões do reconhecimento multidimensional, os dados evidenciaram a centralidade e força das variáveis Psicopatia e Perdão (i.e., personalidade) e das subfunções valorativas interativa, normativa e existência. Conclui-se que a percepção de se sentir reconhecido em múltiplas esferas pode ser explicada tanto a partir de variáveis estáveis (i.e., personalidade) quanto de processos intersubjetivos, mais dependentes do contexto de socialização (i.e., valores humanos). Finalmente, os objetivos foram atingidos a partir da proposição de um modelo psicológico multidimensional do reconhecimento. Ademais, as evidências empíricas, de natureza psicométrica e correlacional, apontam para a plausibilidade prática dos resultados ora apresentados diante da operacionalização do reconhecimento e de suas relações com construtos psicológicos intraindividuais e de variáveis clássicas do campo da psicologia social. Em suma, espera-se fomentar estudos futuros que investiguem novas implicações práticas do fenômeno do reconhecimento nas mais diversas esferas sociais dos indivíduos.
  • LAWERTON BRAGA DA SILVA
  • REVISTA VEJA: UMA MEMÓRIA LGBT E SUAS REPRESENTAÇÕES NO DISCURSO EM REVISTA
  • Data: 23/09/2022
  • Hora: 09:00
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  • VEJA MAGAZINE: A LGBT MEMORY AND ITS REPRESENTATIONS IN THE SPEECH IN MAGAZINE
  • MARIA RENATA FLORENCIO DE AZEVEDO
  • Entre normalizações e estranhamentos: tensões subjetivas nos processos de tornar-se mãe
  • Data: 30/08/2022
  • Hora: 14:00
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  • Na nossa realidade histórica, identificamos que há um modelo ideal de maternidade radicado nos discursos sexistas, que funciona como um dispositivo de poder quando analisamos que, as condições de emergência desse modelo de maternidade e as injunções que dele decorre no processo de subjetivação materna, trata- se menos de uma preocupação com o bem estar das crianças, e mais de um projeto político. Ao mesmo tempo, temos que, essa realidade histórica – que deu condições de emergência para esse dispositivo - vem sofrendo mudanças significativas em seus pressupostos, de modo que, a subjetivação materna não é mais a única forma de realização pessoal para as mulheres, melhor dizendo, não é mais o único caminho para as mulheres tornarem-se pessoas. No entanto, a experiência de maternidade possível, subordina as mulheres a uma performance subjetiva – relações pré-estabelecidas sobre aquilo que deve ser pensado, dito, visto e praticado, centralizando sobre elas posições de sujeito, que intenta endereça-las para uma sobrecarga de trabalho e um progressivo apagamento subjetivo e social. Partindo dessa compreensão, propomos a tese de que, no processo de subjetivação materna, as linhas de subjetividade se movimentam entre o estranhamento e a normalização dos discursos sexistas, que endereçam as mulheres a reposicionamentos que socialmente, fragilizam o modo como fazem a experiência de si e reforçam as desigualdades de gênero. Assim, o presente estudo tem como objetivo geral: Analisar as produções subjetivas em movimento na experiência da maternidade, a partir de posições de sujeito, ações e efeitos discursivos no processo de tornar-se mãe, e como estas tem reverberado no tratamento de si. Tratou-se de um estudo exploratório, de caráter transversal, com design qualitativo, que permitiu a análise das produções subjetivas em movimento na experiência da maternidade e as vicissitudes encontradas por essas mães nesse contexto. As pesquisas foram realizadas nos locais propostos pelas participantes, considerando a condição fisiológica e emocional, das mulher-mães e seus filhos, sobretudo, em decorrência das limitações impostas pelo isolamento social vivenciado durante a pandemia do Covid-19. Trata-se de uma amostra de conveniência (não probabilística), composta por 9 mulheres-mães primíparas com filhos entre 1 ano e 2 anos, casadas, com idade entre 24 e 35 anos. Foram utilizados um questionário sociodemográfico e realizada uma entrevista semiestruturada. A análise dos dados coletados nas entrevistas foi realizada a partir da Análise do Discurso inspirando-se nas contribuições foucaultiana, delineando às relações produzidas a partir das práticas normativas e seus efeitos discursivos, observamos que, as linhas de subjetivação que funcionam como guia de ação e fragmentos formadores de subjetividades, movimentam-se entre a normalização de discursos com posições legitimadas pelos discursos sexistas, podendo endereçar para quadros de compreensão da realidade pautados na reprodução dessas raízes históricas que só contribuem para a perpetuação de relações de desigualdade, exploração e opressão, e o estranhamento desses discursos com posições insurgentes, podendo endereçar para quadros de compreensão da realidade que maximiza as possibilidades de se conduzir nas relações consigo mesmo na experiência da maternidade. Vislumbro concluir a partir disso que, as relações de força que as mulheres estabelecem com as linhas de subjetivação do dispositivo materno, quando analisadas perspectivando compreender suas tensões - entre as normalizações e os estranhamentos - com seus respectivos efeitos, considerando a constituição histórica que os fizeram emergir, será possível construir conjugações maternas que não se encerram em conflitos e ambivalências individuais, ou seja, será possível pensar outras formas de relação com as verdades, outros modos de ser e agir que não sejam sempre reiteradas por verdades hegemônicas, que produzem uma estilização maciça de subjetividades.
  • THAÍS DE SOUSA BEZERRA DE MENEZES
  • MODELO EXPLICATIVO DO PRECONCEITO CONTRA PESSOAS GORDAS
  • Data: 26/07/2022
  • Hora: 14:00
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  • O excesso de peso (que inclui sobrepeso e obesidade), apesar de ser um fenômeno que envolve aspectos sociais, é majoritariamente investigado a partir da priorização de aspectos individuais. A presente tese teve por propor um modelo explicativo do preconceito contra pessoas gordas que considera Preconceito Hostil e Benevolente e é pautado nos Estereótipos sobre as pessoas gordas, na Atribuição de locus interno e controle sobre o início do ganho de peso, na Atribuição de instabilidade do excesso de peso e na Crença na culpa pelo excesso de peso. Desse modo, a tese foi estruturada em um capítulo teórico, cinco estudos e considerações finais. O primeiro capítulo da tese é um capítulo teórico cuja finalidade é introduzir construtos de interesse para o trabalho além de traçar um percurso histórico sobre o tema do preconceito contra pessoas gordas. O primeiro estudo foi apresentado no formato de artigo e teve como objetivo identificar as crenças e estereótipos relacionados ao preconceito contra pessoas gordas através de revisão sistemática da literatura. O segundo estudo, também apresentado em formato de artigo, teve caráter exploratório e objetivou analisar as crenças apontadas como relevantes para a explicação do preconceito contra pessoas gordas segundo o primeiro estudo (Atribuição de locus interno e controle sobre o início do ganho de peso, a Atribuição de instabilidade do excesso de peso, a Crença na culpa pelo excesso de peso, bem como os Estereótipos sobre as pessoas gordas). Participaram 200 indivíduos da população geral residentes na Paraíba. Foram utilizadas questões abertas, analisadas através de Análise de Conteúdo, e fechadas, analisadas com estatísticas descritivas no SPSS, para a apreensão das crenças. Também foi utilizada Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), com o estímulo indutor “pessoa gorda”, para obtenção dos Estereótipos sobre as pessoas gordas. Os resultados apontaram a necessidade de avaliação dessas crenças em conjunto, investigando suas interações na explicação do preconceito contra pessoas gordas. O terceiro estudo, no formato de capítulo, apresentou estudos de adaptação transcultural e análises exploratórias das escalas Controllability Scale-Revised (Parry, 2011); Implicit Theories of Weight Management (Burnette, 2010); das escalas Competence e Warmth Stereotype Content Model de Fiske et al. (2002); Paternalistic Anti-Fat Attitudes Scale (Parry, 2011) e da Measure of Fat Bias (UMB-FAT) (Latner et al., 2008). Este estudo contou com 200 participantes da população geral de residentes no Brasil para as análises fatoriais exploratórias, realizadas no software FACTOR Os resultados indicaram propriedades psicométricas satisfatórias. Ademais, todas as adaptações transculturais apresentaram estruturas fatoriais semelhantes às dos estudos originais. A exceção foi a UMB-FAT que apresentou 3 fatores ao invés dos 4 do estudo original. Apesar disso, os itens da UMB-FAT se agruparam de forma teórico e qualitativamente coerentes, além de ter apresentado índices psicométricos adequados. O quarto estudo, também no formato de capítulo, apresenta as análises confirmatórias das escalas adaptadas transculturalmente no estudo III. O estudo contou com 194 participantes da população geral de residentes no Brasil e as análises foram realizadas com o software JASP. Os índices psicométricos se mostraram adequados para os fatores definidos pelas análises exploratórias no estudo III. Assim, este estudo indicou que esses instrumentos são adequados para medir, respectivamente: Estereótipos sobre as pessoas gordas através da adaptação transcultural das escalas Competence e Warmth do Stereotype Content Model, Atribuição de locus interno e controle sobre o início do ganho de peso através da adaptação transcultural da escala Controllability Scale-Revised, Atribuição de instabilidade do excesso de peso através da adaptação transcultural da escala Implicit Theories of Weight Management; Preconceito Benevolente através da adaptação transcultural da escala Paternalistic Anti-Fat Attitudes Scale e Preconceito Hostil contra pessoas gordas através da adaptação transcultural da escala Measure of Fat Bias. O quinto estudo, apresentado no formato de artigo, utilizou os instrumentos anteriormente validados e o instrumento de culpabilização contra pessoas gordas validado por Obara e Alvarenga (2018) para testar um modelo explicativo do preconceito contra pessoas gordas. O modelo foi construído no software Mplus versão 8. Espera-se com este trabalho estimular estudos futuros e intervenções que apresentem informações acuradas sobre o excesso de peso que possam diminuir o preconceito em relação às pessoas gordas.
  • THEREZA CHRISTINA GARCIA BEZERRA
  • ABUSO DIGITAL NAS RELAÇÕES AMOROSAS: UMA EXPLICAÇÃO A PARTIR DE VARIÁVEIS EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS
  • Data: 19/07/2022
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação objetivou avaliar diferentes aspectos do abuso digital nos relacionamento amorosos e suas relações com dependência emocional e aceitação da violência. Para tanto, foram elaborados três estudos distribuídos em dois artigos. No artigo 1 foi realizada a construção do Teste de Associação Implícia (TAI) de abuso digital nos relacionamentos amorosos. Nele foram realizados dois estudos empríricos. Do estudo 1, referente à elaboração do TAI de abuso digital nas relações amorosas, participaram 100 pessoas, em sua maioria mulheres (78%), com média de idade de 23,8 anos (DP = 5,6). Como resultados, foram apresentados pontuações satisfatórias quanto ao Escore C (M = 671,70; DP = 475,58) e escore D (M = 0,94; DP = 0,62), assim como foi apresentado o seguinte resultado em relação a comparação dos acertos nas respostas entre os blocos congruentes e incongruentes: Lambda de Wilks = 0,96, F (2, 136) = 2,54, p > 0,05. Do estudo 2, participaram 143 pessoas, em sua maioria do sexo feminino (80,4%), com média de idade de 24,7 anos (DP = 7,9). Foi realizado o processo de validade convergente entre o TAI desenvolvido no estudo 1 e o Questionário de Abuso Digital nos Relacionamentos Amorosos (QADRA) e validade discriminante entre o TAI e a Escala de Desejabilidade Social. Como resultados foram encontradas as seguintes correlações: desejabilidade social e os escores C (r = 0,007, p < 0,93) e D (r = -0,008, p < 0,92); questionário relacionado à vítima: [Escore C – Agressão Geral (r = 0,05, p < 0,54) e Controle/Monitoramento (r = -0,02, p < 0,79); Escore D - Agressão Geral (r = 0,05, p < 0,54) e Controle/Monitoramento (r = -0,03, p < 0,70)]; questionário relacionado ao abusador: [Escore C – Agressão Geral (r = 0,15, p < 0,07) e Controle/Monitoramento (r = -0,10, p < 0,20); Escore D - Agressão Geral (r = 0,13, p < 0,12) e Controle/Monitoramento (r = -0,11, p < 0,18)]. Quanto ao artigo 2, objetivou-se averiguar em que medida a dependência emocional e a aceitação da violência se relacionam com as dimensões do abuso digital no namoro, bem como verificar se a dependência emocional e aceitação da violência podem se constituir como variáveis preditoras das dimensões do abuso digital no namoro. Para tanto, contou com a participação de 302 respondentes, sendo em sua maioria universitários (86,4%), mulheres (77,5%), de classe social média (48,7%), com média de idade de 26,5 anos (DP = 8,46). Além de questões sociodemográficas, estes responderam ao QADRA, ao Questionário de Dependência Emocional (CDE) e à Escala de Aceitação da Violência no Namoro. Como resultados, pode-se destacar que houveram relações estatísticamente significativas entre algumas dimensões do abuso digital no namoro com a dependência emocional geral e fatores da aceitação da violência, tanto para vítima, como para o perpetrador, assim como, pode-se destacar o poder preditivo da aceitação da violência frente ao abuso digital no namoro, tanto nas vítimas [β = 0,43; t(355) = 9,99; p < 0,003], quanto nos perpetradores [β = 0,46; t(360) = 8,79; p < 0,001]. O fator geral de dependência emocional, por sua vez, predisse o abuso digital no namoro na versão direcionada ao perpetrador do abuso [β = 0,16; t(332) = 9,10; p < 0,005]. Confia-se que a presente dissertação contribuiu para a literatura na área, fornecendo uma medida implícita para mensuração de uma variável susceptível à desejabilidade social (i.e., abuso digital nos relacionamentos amorosos), além de ampliar a compreensão em torno do abuso digital no namoro e sua relação com outros construtos psicossociais.
  • MOISES FERNANDES DE ARAUJO SILVA
  • Relações entre a Empatia, o Raciocínio Moral e o Comportamento Pró-Ambiental
  • Orientador : CLEONICE PEREIRA DOS SANTOS CAMINO
  • Data: 29/04/2022
  • Hora: 15:30
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  • O objetivo do presente trabalho foi construir e validar um modelo de explicação do Comportamento Pró-ambiental a partir do Raciocínio Moral e da Empatia. Para essa proposição, a presente tese foi estruturada em três artigos. O primeiro artigo apresentou um estudo de revisão cujo objetivo foi identificar, descrever e analisar como algumas dimensões morais estão relacionadas ao Comportamento Pró-ambiental (CPA). Com base em uma revisão de 71 publicações internacionais, observou-se que os estudos têm se preocupado em mostrar relações entre o CPA e: obrigação moral; favorabilidade moral; habilidades morais; emoções morais; influência sóciomoral; autoavaliação moral; licença moral e limpeza moral. A partir dessa revisão, o segundo artigo apresentou um estudo teórico que objetivou estabelecer uma articulação teórica entre algumas dessas dimensões morais e perspectivas teóricas sobre a Empatia, o Raciocínio Moral e o CPA. Desse modo, o segundo artigo propôs que o envolvimento com a execução do CPA requer três condições: (1) habilidades cognitivas e afetivas próprias do julgamento moral que podem favorecer a construção de determinadas (2) crenças que ativam a obrigação moral, a qual por sua vez pode se converter em CPA após uma (3) autorregulação moral. A partir dessa articulação teórica, o terceiro artigo testou a validade de um modelo explicativo do CPA com base no Raciocínio Moral e na Empatia. Hipotetizou-se que a Empatia pode favorecer a relação do Raciocínio Moral com o CPA, e que a relação entre essas variáveis podia ser mediada por crenças ambientais e pela preocupação ambiental. Nesse estudo, participaram 315 sujeitos que responderam a um questionário disponibilizado online. As respostas foram analisadas através de Regressões Hierárquicas para verificar as variáveis preditoras do CPA, e posteriormente as relações dessas variáveis foram testadas por Modelagem de Equações Estruturais. Os resultados permitiram confirmar a validade de um modelo em que a dimensão da Consideração Empática foi capaz de predizer o Raciocínio Moral Pósconvencional, e a relação dessas variáveis com as dimensões do CPA foi mediada por crenças ambientais gerais (NEP) e pela preocupação ambiental biosférica. Além disso, o modelo mostrou relações diretas entre o raciocínio moral pós-convencional e comportamentos de ativismo e consumo, bem como entre a Tomada de Perspectiva e a economia de água e energia. Desse modo, julga-se os resultados encontrados permitem afirmar que o CPA pode ser motivado moralmente e que essa motivação pode ser favorecida pela empatia.
  • ERLAYNE BEATRIZ FELIX DE LIMA SILVA
  • SENTIDOS E SIGNIFICADOS DE SOCIOEDUCAÇÃO NO CONTEXTO DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS DE INTERNAÇÃO
  • Orientador : MARIA DE FATIMA PEREIRA ALBERTO
  • Data: 01/04/2022
  • Hora: 09:00
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  • Este estudo trata-se de uma tese de doutorado cujo objetivo é analisar os sentidos e significados de socioeducação produzidos a partir do duplo caráter sancionatório-pedagógico presente nas normativas legais para as medidas socioeducativas de internação. Os objetivos específicos são: Caracterizar os significados de socioeducação determinados pelas normativas legais nacionais para as medidas socioeducativas de internação; Identificar os sentidos e significados de socioeducação presentes nas regulamentações e Projeto Político Pedagógico de uma instituição gestora e executora das medidas socioeducativas de internação em um estado da Região Nordeste do Brasil; e Descrever os sentidos e significados de socioeducação presentes nos Projetos Políticos Pedagógicos das unidades socioeducativas de internação de um estado da Região Nordeste do Brasil. Defende-se a tese que Os sentidos e significados sobre socioeducação no contexto das medidas socioeducativas de internação são construídos a partir do duplo caráter pedagógico-punitivo, baseados em diferentes perspectivas e bases epistemológicas que representam concepções de sociedade e interesses políticos e econômicos no processo de aplicação e execução das MSE, sobressaindo a perspectiva punitivista de criminalização da juventude historicamente empobrecida pelo modo de produção capitalista. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, composta por uma pesquisa documental realizada em duas etapas: a primeira refere-se aos significados sobre socioeducação nas normativas legais nacionais para as medidas socioeducativas de internação, e a segunda etapa tem por finalidade conhecer os sentidos e significados sobre socioeducação no contexto da instituição gestora e unidades socioeducativas em um estado nordestino. Os resultados desta pesquisa foram descritos por meio da análise temática de conteúdo e analisados com base nos aportes teóricos da Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski e da Pedagogia Histórico-Crítica de Saviani. A partir dos resultados da pesquisa notou-se que o conceito de socioeducação tem sido construído a partir de diferentes perspectivas teóricas, entre elas destaca-se a educação social, a justiça restaurativa e as políticas públicas. Somado a isso, os documentos analisados possibilitaram compreender que as normativas legais que regulam as MSE de internação nos últimos 30 anos, tem buscado pautar a execução dessas medidas numa perspectiva garantista dos direitos humanos fundamentais proclamados a partir da Constituição Federal de 1988. Tal constatação pode ser considerada um avanço para a execução da política socioeducativa, tendo em vista que a defesa e garantia dos direitos humanos são um primeiro passo necessário para alcançar a emancipação política e exercer a cidadania nos moldes de uma sociedade capitalista. No entanto, devido às próprias características das políticas sociais numa conjuntura política e econômica capitalista, a política de socioeducação, enquanto ferramenta do Estado para responsabilização de adolescentes e jovens a quem se atribui a autoria de atos infracionais, tem se apresentado como principalmente punitiva e no máximo tem conseguido promover o acesso destas e destes a um suposto exercício de uma cidadania possível no sistema capitalista, que se caracteriza pela obtenção formal de direitos, mas não é considerada suficiente para promoção do desenvolvimento humano emancipatório e libertador. Nesse sentido, defende-se uma perspectiva de socioeducação que esteja comprometida com a emancipação dos sujeitos, a partir da construção de um projeto pedagógico humano, solidário e equitativo, que se constitua como elemento mediador para transformação dos projetos de vida e das relações sociais estabelecidas pelos sujeitos na realidade sócio-histórica da qual fazem parte, indo além apenas da conquista formal de direitos, e se materializando como exercício concreto da emancipação dos sujeitos do sistema opressor e desigual. Por fim, entende-se que esta perspectiva de socioeducação não tem como se concretizar em contextos de privação de liberdade.
  • DANIEL DE OLIVEIRA SILVA
  • “Tudo que eu pegar, eu transformo numa arte”: significados do acesso à cultura por parte da juventude empobrecida.
  • Orientador : MARIA DE FATIMA PEREIRA ALBERTO
  • Data: 31/03/2022
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação tem como objetivo geral analisar o significado do acesso ao direito à cultura para a juventude empobrecida. Os objetivos específicos são: Mapear os órgãos públicos e privados de cultura prestadores de serviços à população disponíveis nas cidades de João Pessoa-PB e Juazeiro do Norte-CE; Analisar a concepção de cultura por parte dos jovens; Identificar jovens que acessaram a cultura através de órgãos públicos e privados; Caracterizar quais foram os meios de acesso à cultura que essa juventude teve; Analisar as implicações do acesso à cultura para o desenvolvimento dos jovens. Deste modo, partiremos do Materialismo Dialético, da Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski e da Pedagogia Histórico-Crítica de Saviani. Para a realização desta investigação, foi adotada a perspectiva de pesquisa qualitativa em dois momentos. O primeiro consistiu no mapeamento de órgãos públicos e privados de cultura prestadores de serviços à população em duas cidades: Juazeiro do Norte, no Ceará e João Pessoa, na Paraíba, que consistiu em uma pesquisa documental realizada a partir de um levantamento desses serviços através de recursos eletrônicos, buscando compreender o quantitativo, os tipos de espaços e as áreas de atuação. Para este primeiro momento, houve a descrição dos aspectos identificados no mapeamento e o mesmo compôs o lócus do método. No segundo momento realizou-se entrevistas abertas, buscando-se analisar os significados do acesso ao direito à cultura por parte da juventude empobrecida. Ocorreram nas cidades de Juazeiro do Norte-CE, na Secretaria de Cultura, e João pessoa-PB, em uma Unidade de Medida Socioeducativa de Internação. Participaram desta investigação 8 jovens privados de liberdade e 4 jovens que frequentam espaços e serviços de cultura, públicos ou privados, mas como lócus da expressão da cidadania. Para a análise dos dados foi utilizado o Método da Comparação Constante, com auxílio do software MaxQDA. A análise possibilitou identificar que o acesso dos jovens às expressões artísticas pouco se deu por meio das políticas públicas de cultura, mas por outras vias, como a escola e comunidade. Essa participação se deu por meio dos elementos dispostos nesses espaços, como o teatro, a literatura, a dramaturgia, a escrita, as festas populares, a capoeira, o rap, o skate e o grafite, tanto os elementos da cultura popular, como erudita. A privação de liberdade se mostrou como fator impeditivo para o acesso e desenvolvimento das atividades artísticas por parte dos jovens em cumprimento de Medida Socioeducativa, no qual o Estado não garante esse direito ou o faz de maneira fragilizada, fatores que impedem o desenvolvimento omnilateral dos indivíduos. Os e as jovens significam esse acesso tanto de maneira positiva, quando reconhecem as potencialidades que esses elementos artísticos possuem em suas vidas, apresentando impactos positivos e viabilizando desenvolvimento, quanto de maneira negativa, quando esse direito não é garantido, gerando angústia pela ausência de algo que julgam importante. Dessa maneira, conclui-se que é dever do Estado garantir o direito de acesso à cultura por parte dos jovens, visto que o contato com as expressões do erudito e do popular viabilizam significações positivas, promovendo novas formas de desenvolvimento psíquico e social.
  • LUDWIG FÉLIX MACHADO LEAL
  • EXPOSIÇÃO À MÍDIA E PERSONALIDADE: EFEITOS DE LONGO PRAZO NO CYBERBULLYING
  • Data: 31/03/2022
  • Hora: 14:00
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  • Resumo: O objetivo geral da presente dissertação é analisar a relação entre exposição à mídia violenta, pró-social e personalidade com o cyberbullying através do Modelo Geral da Agressão - GAM. Foram planejados quatro estudos, dos quais o primeiro se trata de uma revisão sistemática da literatura, o segundo e o terceiro consistem em estudos psicométricos sendo eles, respectivamente, análise fatorial exploratória (N = 263; M idade = 29,1) e confirmatória (N = 266; M idade = 30,2) da Extended Version of the Content-Based Media Exposure Scale (C-ME2). Por fim, o último possui um delineamento correlacional (N = 265; M idade = 27,2) considerando as relações entre as variáveis já destacadas. Os estudos de validação demonstraram que escala apresentou um índice de consistência interna satisfatório para os dois fatores, estimando um modelo fatorial indicando adequação estrutural desse construto para amostras de pessoas brasileiras. Os resultados do último estudo demonstram que a exposição à conteúdo antissocial nas diversas plataformas de mídia está correlacionada positivamente com a cyber agressão e com a cyber vitimização, sendo um mediador significativo dessa relação. Além disso, um modelo de mediação foi testado indicando que a estabilidade emocional não impacta diretamente a cyber vitimização, isso acontece apenas quando se leva em consideração o cenário em que o indivíduo é um cyber agressor.
  • NATALIA LINS PEQUENO DE ASSIS
  • A CONTRIBUIÇÃO DA EMPATIA E DA JUSTIÇA NAS ESTRATÉGIAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS EM MORADIAS UNIVERSITÁRIAS
  • Data: 31/03/2022
  • Hora: 10:00
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  • O objetivo deste trabalho de tese foi verificar se as dimensões da empatia, combinadas com princípios morais de justiça poderiam explicar as estratégias de resolução de conflitos que estudantes de graduação julgavam adotar em situações de desentendimentos nas moradias universitárias onde residiam. Para a construção desse estudo, a tese foi estruturada em três artigos empíricos. O primeiro artigo, de natureza exploratória objetivou investigar as queixas sobre possíveis situações desencadeadoras de conflitos em universitários residentes em uma moradia estudantil, a percepção deles acerca da moradia e da resolução de conflitos. Foram entrevistados 60 estudantes e constatou-se, por meio de análise de conteúdo, a existência de 215 queixas, classificadas em três categorias de conflitos: Transgressão da lei, Instituição e Próprios residentes. Verificou-se, ainda, que os problemas de convivência eram os maiores desencadeadores desses conflitos e que a maioria não era resolvido, levando à insatisfação nas relações sociais e ao isolamento dos estudantes na moradia universitária. O segundo artigo se insere no campo da Psicometria e procurou, com base no estudo exploratório, criar uma escala de Estratégias de Resolução de Conflitos em Moradias Estudantis (ERCME); para tanto, reuniu evidências de validade fatorial e consistência interna. Dois estudos foram realizados com uma população de estudantes residentes em moradias universitárias paraibanas. No Estudo 1, depois da construção da ERCME, o instrumento foi aplicado em 200 residentes (Midade=23 DP=4,20). A análise exploratória possibilitou identificar uma estrutura trifatorial - Estratégia Agressiva, Estratégia Assertiva e Estratégia Submissa - com índice de consistência interna acima do ponto de corte. O Estudo 2 foi composto de uma nova amostra de 200 residentes (Midade=23 DP = 3,04). Por meio da análise fatorial confirmatória, constatou-se que a estrutura trifatorial representou a melhor alternativa, observando-se indicadores de ajuste meritórios [ꭓ² (101) = 176,860, p < 0,001, ꭓ²/gl=1,751, CFI= 0,90, GFI = 0,90, TLI = 0,88 e RMSEA = 0,06 (IC90% = 0,04 – 0,07)]. Concluiu-se que a ERCME é um instrumento confiável e adequado para avaliar as estratégias de resolução de conflitos de estudantes residentes em moradias estudantis e pode ser usado em pesquisas sobre esse tema. O terceiro artigo, com o objetivo de compreender os processos psicológicos envolvidos nas estratégias de resolução de conflitos no contexto de moradias estudantis, testou um modelo teórico que explica o conjunto de associações entre as variáveis psicossociais: consideração empática, angústia pessoal, tomada de perspectiva, fantasia, julgamento de justiça e as três estratégias de resolução de conflitos – assertiva, agressiva e submissa. Participaram deste estudo 394 estudantes universitários residentes em moradias estudantis (Midade=24,02, DP=3,43). Por meio de uma modelagem de equações estruturais, verificou-se que os resultados confirmaram a hipótese central de que as dimensões da empatia e a justiça encontravam-se relacionadas às diferentes formas de resolver conflitos χ²(12)=12,225; p=0,428; χ²/g.l= 1,019; GFI=0,991; AGFI=0,979; CFI=0,998; MSEA=0,07). Este estudo mostrou a importância do uso de dimensões psicológicas desenvolvimentistas para a compreensão do processo de resolução de conflitos e contribuiu para sua expansão para contextos sociais mais amplos. Ademais, os resultados destes estudos poderão colaborar para elaboração de atividades intervencionistas que promovam estratégias de resolução de conflitos mais assertivas e pró-sociais em moradias universitárias.
  • MAYARA ELLEN MORAIS DE OLIVEIRA MENDES
  • “O Bagulho Ficou Doido” As (Re)xistências Juvenis no Sistema Socioeducativo
  • Orientador : MARIA DE FATIMA PEREIRA ALBERTO
  • Data: 30/03/2022
  • Hora: 14:30
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  • A realidade de adolescentes e jovens privados de liberdade em unidades socioeducativas brasileiras é marcada não só pela violação de direitos no presente, como por um histórico de violências diversas anteriores à internação. Nesse sentido, rebeliões são acontecimentos que perpassam o cotidiano da vida nas unidades. Faz-se uso do conceito de resistência para analisar as rebeliões enquanto movimentos sociais da juventude com quem a lei entra em conflito, num enfrentamento às contradições da sociedade capitalista. Trata também das vivências juvenis nos contextos de desenvolvimento a partir da perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski para compreender como essas formas de violências se dão nas relações sociais, sendo internalizadas e passando a guiar o desenvolvimento. Diante disso, o objetivo geral desta pesquisa é analisar as rebeliões que acontecem em unidades socioeducativas de internação para adolescentes e jovens que com quem a lei entra em conflito, tendo como pressuposto de que elas são formas de expressões e reações à dominação. Para atingir os objetivos, foi realizada uma pesquisa qualitativa, composta por uma pesquisa documental e entrevistas abertas com atores sociais que fazem parte da política de Socioeducação na Paraíba, Brasil. Para análise procedeu-se com a Análise Comparativa Constante feita com o apoio do Software MaxQDA. Os resultados informam que as rebeliões acontecem na forma de um processo, marcadas por se darem num contexto de violações diárias e incessantes e sendo motivadas por elementos diversos, como as relações de poder, os sentimentos de revolta frente à realidade e os desejos de liberdade. Ensejam vivências determinadas pela dominação dos afetos juvenis considerados inadequados. Deste modo, as análises indicam que as rebeliões são movimentos de resistência juvenis diante da vivência de um contexto de violações de direitos e dominação de seus afetos, que, ao atingirem o limite do insuportável culminam em atos de rebeldia contra as estruturas opressivas.
  • JANDIRLLY JULIANNA DE SOUZA SOUTO
  • Avaliação da Percepção Visual de Cores em Adultos Acometidos pela COVID-19
  • Data: 30/03/2022
  • Hora: 14:00
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  • DDesde o final de 2019, a pandemia causada pela COVID-19 impactou a humanidade impondo desafios clínicos, econômicos e sociais. A doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 é considerada neuroinvasiva pois alcança o sistema nervoso central (SNC) principalmente através do sistema sensorial, ocasionando sequelas sensório-motoras, perceptuais e cognitivas. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da COVID-19 no SNC, utilizando como parâmetro medidas sensoriais clássicas relacionadas à percepção visual de cores. Participaram do estudo 30 voluntários, com idades entre 20 e 40 (27,5 ± 9,10) anos e possíveis diferenças foram comparadas entre dois grupos: GRUPO COVID-19 (GC; n=13) e GRUPO NÃO COVID-19 (GNC; n=17). Como forma de analisar subgrupos, o GC foi subdividido em GRUPO COVID-19 VACINADO (GCV; n=5) / GRUPO COVID-19 NÃO VACINADO (GCNV; n=8) e o GNC em GRUPO NÃO COVID-19 VACINADO (GNCV; n=10) / GRUPO NÃO COVID-19 NÃO VACINADO (GNCNV; n=7). Como forma de controle e comparações entre os grupos, foram utilizados: Questionário de dados sociodemográficos e clínicos, Mini Exame do Estado Mental (MEEM), Inventários de Ansiedade e Depressão de Beck (BAI e BDI II). A percepção visual de cores foi medida através do Lanthony Desaturated D-15 Test (D15d) para a discriminação de cores e do Cambridge Color Test (CCT) para sensibilidade cromática. Os resultados não demonstraram diferença entre GC e GNC, em nenhum dos testes. A análise de subgrupos demonstrou diferença significativa no GNCNV quando comparados ao GNCV para o eixo de confusão Tritan (p=0,033). No BDI II, os sintomas de depressão também demonstraram diferença no GCNV quando comparados ao GCV (p=0,045) e no GNCNV quando comparados ao GNCV (p=0,019). Isso demonstra que os efeitos da COVID-19 parecem não alterar diretamente a percepção visual de cores. Contudo, os dados são preliminares e os mecanismos fisiopatológicos que explicam as alterações causadas pela COVID-19 no SNC permanecem insuficientes na literatura. Espera-se contribuir com estudos futuros que analisem as funções sensoriais como preditoras de alterações no SNC, pois todas as alternativas de manejo clínico mais preciso devem ser consideradas.
  • FERNANDA MOREIRA LEITE
  • ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL E O ENFRENTAMENTO DA VULNERABILIDADE SOCIAL
  • Data: 28/03/2022
  • Hora: 14:00
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  • O objetivo desta tese é analisar a função da escola de tempo integral no enfrentamento da vulnerabilidade social. Os objetivos específicos são: Analisar como se constituiu a Política de Educação Integral; identificar como se configura a escola de tempo integral no município de João Pessoa; caracterizar o funcionamento da escola de tempo integral no município de João Pessoa; caracterizar a atuação dessas escolas frente a situações de vulnerabilidade social; caracterizar as ações relacionadas ao processo de ensino-aprendizagem nas escolas de tempo integral; analisar quais ações da escola de tempo integral possibilitam o desenvolvimento dos estudantes. Defende-se a tese de que a escola de tempo integral contribui para minimizar situações de vulnerabilidade social imediatas, mas não garante o acesso à diversidade do saber sistematizado, promotor de desenvolvimento. Foi realizada uma pesquisa qualitativa dividida em duas etapas: a primeira foi uma pesquisa documental na normativa federal e municipal acerca da constituição da política de educação integral e da configuração da escola de tempo integral em João Pessoa; foi feita uma análise descritiva dos dados seguindo a ordem temporal de publicação dos documentos. Na segunda etapa foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, on-line, com profissionais atuantes em escolas de tempo integral municipais; os dados foram submetidos à análise de conteúdo temática com sistematização e codificação dos dados no software MAXQDA. Os resultados indicam que a política de educação integral se constituiu no Brasil de forma processual e condicionada por cada momento histórico do país. A escola de tempo integral é situada na legislação como forma de promover educação integral, proporcionando mais possibilidades de aprendizagem e minimização da vulnerabilidade social através de ações de proteção social, e é nessa direção que se constitui a escola de tempo integral em João Pessoa. Os relatos dos profissionais revelam que a principal forma de enfrentamento da vulnerabilidade social na escola de tempo integral é o maior tempo de permanência no espaço escolar, que protege da vulnerabilidade externa. Ao mesmo tempo, a escola proporciona vulnerabilidade institucional, ao funcionar sem as condições adequadas e sem uma proposta pedagógica consistente. O aspecto pedagógico é situado no enfrentamento da vulnerabilidade social à medida que possibilita aos (às) estudantes a formação adequada para o mercado de trabalho, bem como descobertas e desenvolvimento de habilidades nas atividades extracurriculares. Compreende-se que o enfrentamento da vulnerabilidade social acontece de forma pontual e fragmentada, agindo sobre as expressões da questão social que se manifestam na escola, mas sem a possibilidade de superação das desigualdades sociais. Apesar de ter potencial para proporcionar o acesso ao conhecimento historicamente acumulado pela humanidade, fundamental ao processo de desenvolvimento humano e superação das condições de opressão, nas condições atuais de funcionamento a escola de tempo integral não garante esse acesso e nem sempre é promotora de desenvolvimento.
  • FRANCISCA ADILA DOS SANTOS
  • Discriminação contra Pessoas Cegas: O Papel da Percepção de Ameaça e do Preconceito
  • Data: 28/03/2022
  • Hora: 14:00
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  • Pessoas com deficiência carregam estigmas negativos desde as sociedades mais primitivas. Com a eminência dos direitos humanos e da norma antipreconceito nas sociedades democráticas, a expressão da discriminação tem se tornado mais insidiosa. Isto ocorre porque as pessoas passaram a usar justificações que dissimulam a natureza preconceituoso de suas ações, como a ideia de que a mera existência da pessoa-alvo dessas ações representa uma ameaça social. Analisamos esse fenômeno num conjunto de estudos sobre a influência da ameaça intergrupal na discriminação contra pessoas cegas e questionamos se o preconceito contra cegos modera essa influência. Para tanto, realizamos três estudos experimentais no qual manipulamos a ameaça intergrupal (condição de saliência da ameaça vs. ameaça não saliente) em uma situação fictícia de seleção de candidatos (com cegueira vs. não cegos) no contexto universitário (Estudo 1); e de recursos (favoráveis às pessoas cegas vs. aos não cegas) a serem aplicados na educação (Estudos 2 e 3). No Estudo 1 (N= 182), testamos as nossas hipóteses numa amostra de estudantes matriculados em Universidades Federais brasileiras. No Estudo 2 (N=121), replicamos o procedimento em uma amostra de professores da educação básica. No Estudo 3 (N=234), expandimos os resultados encontrados para uma amostra de estudantes matriculados em diferentes modalidades de ensino. Os resultados obtidos nos três estudos evidenciaram que a ameaça representada pela mera saliência da presença de pressas cegas influencia comportamentos discriminatórios em relação aos estudantes cegos e, de modo mais importante, que esse efeito ocorre apenas nos participantes que mais fortemente expressaram o preconceito. Nos participantes que manifestaram preconceito em menores proporções, a saliência da ameaça não exerceu influência significativa na discriminação. São discutidas as implicações da discriminação contra as pessoas cegas, especificamente no contexto educacional, bem como a importância da redução do preconceito como meio de minimizar a discriminação que ocorre como resposta à ameaça.
  • LÍVIA LAENNY VIEIRA PEREIRA DE MEDEIROS
  • Escala de Crenças acerca da Violência Sexual - Versão Breve: Evidências de validade e precisão
  • Data: 28/03/2022
  • Hora: 14:00
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  • A dissertação teve como objetivo investigar o fenômeno das crenças acerca da violência sexual contra a mulher. Especificamente, busca-se apresentar evidências de validade e precisão da Escala de Crenças sobre a Violência Sexual (ECVS). Para tanto, foram realizados três estudos. O Estudo 1 (N = 231) objetivou realizar a análise fatorial exploratória da versão curta da ECVS. Através da fatoração dos eixos principais foi observada uma estrutura unifatorial com os quinze itens (eigenvalue = 3,43; variância explicada = 23%), que apresentou confiabilidade adequada (α = 0,81). O Estudo 2 (N = 231), buscou realizar a análise fatorial confirmatória do instrumento. Os índices de adequação do modelo corroboraram a validade da versão de 15 itens (χ2/gl = 1,21; GFI = 0,91; CFI = 0,96; TLI = 0,96; RMSEA = 0,03 |IC 90% 0,01 — 0,05|). Finalmente, o Estudo 3 (N = 240) analisou as correlações entre as crenças sobre violência sexual e outras variáveis de interesse. Foram observadas relações positivas com os quatro fatores da Escala de Aceitação dos Mitos do Estupro (responsabilização da mulher, minimização da gravidade, desculpa feminina e instinto masculino), demonstrando a validade convergente do instrumento. Além disso, as crenças sobre violência sexual se correlacionaram positivamente com a agressão física, a raiva e o traço de personalidade conscienciosidade e negativamente com a abertura à experiência.
  • GABRIELLA MEDEIROS SILVA
  • EFEITOS DA COVID-19 NA FUNÇÃO VISUAL DE CONTRASTE PARA GRADES SENOIDAIS EM ADULTOS
  • Data: 25/03/2022
  • Hora: 14:00
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  • Existem muitas lacunas quanto a extensão dos danos causados pela COVID-19. Um exemplo é a ausência de publicações relacionando-a a Função de Sensibilidade ao Contraste (FSC). Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar a FSC para frequências espaciais baixas, médias e altas em pessoas com e sem histórico de COVID-19. Participaram 30 voluntários, com idades entre 18 e 49 anos, divididos em dois grupos, com base na presença ou não do diagnóstico de COVID-19: Grupo de Estudo (GE; M = 28,00; DP = 8,92 anos) e Grupo Controle (GC; M = 26,27; DP = 4,89 anos). Foram utilizados como instrumentos: Questionário de dados sociodemográficos e clínicos, Mini Exame do Estado Mental (MEEM), Inventários de Ansiedade e Depressão de Beck (BAI e BDI II) e a Escala Subjetiva de Anomalias Sensoriais e Perceptuais da COVID-19 (ESASP-COVID-19). A FSC foi medida através do software Metropsis (versão 11), utilizando como estímulos grades senoidais verticais para frequências espaciais entre 0.2 e 19.8 ciclos por grau (cpg). Os resultados indicaram que há efeito da COVID-19 para a FSC nas frequências espaciais 6.1 (U = 36,000; p = 0,003; r = - 0,55), 13.2 (U = 29,000; p = 0,001; r = - 0,61), 15.9 (U = 17,000; p = 0,001; r = - 0,70) e 19.8 cpg (U = 13,000; p = 0,001; r = - 0,73). Isso demonstra redução na sensibilidade ao contraste para as frequências espaciais altas, sinalizando que a COVID-19 parece afetar principalmente o hemisfério esquerdo, associado ao processamento analítico de informações e que parece ser mais especializado no processamento de frequências espaciais altas. Desse modo, pressupõe-se que doença pode causar prejuízos no processamento de detalhes finos, como bordas e quinas em altos níveis de contraste. Entretanto, os dados ainda são preliminares e novos estudos são necessários para avaliar melhor os efeitos da COVID-19 nas funções visuais.
  • MÍSIA CAROLYNE PEREIRA DE MORAIS
  • EFEITOS DA CYBER VITIMIZAÇÃO NA SAÚDE MENTAL: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE NÃO HETEROSSEXUAIS E HETEROSSEXUAIS
  • Data: 25/03/2022
  • Hora: 09:00
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  • Cyberbullying é o termo que vem sendo utilizado para caracterizar agressão intencional e prejudicial que se dá por meio de troca de informação eletrônica. Essa modalidade de violência é direcionada normalmente a pessoas ou grupos que pertencem a algum tipo de minoria, e pode acarretar danos à saúde mental das vítimas. A presente dissertação objetivou, com base na Teoria do Estresse de Minorias, investigar possíveis relações entre cyber vitimização, minorias sexuais e saúde mental. Foi feita uma revisão sistemática da literatura na busca de variáveis que pudessem atuar dentro da relação entre esses três constructos, como mediadoras ou moderadoras. A partir dos resultados da revisão foram criadas hipóteses para dois estudos empíricos. O primeiro estudo foi realizado com 256 participantes, com idade média de 25,92 anos (DP = 5,19), e o segundo, com 254 participantes com idade média de 27,56 anos (DP = 7,56). Estes primaram por entender, na relação entre cyber vitimização e saúde mental, respectivamente: (1) o papel da autoeficácia em atividade física e do apoio social; e (2) a dependência de smartphones e a frequência do uso de substâncias. Em ambos, foram analisadas diferenças entre heterossexuais e não heterossexuais. Análises de moderação e mediação não demonstraram resultados significados. Por outro lado, no primeiro estudo empírico, uma ANOVA uni fatorial indicou maiores índices de ansiedade entre aqueles que pertenciam ao grupo LGBTQIAP+ [F (1,254) = 7,08; p = 0,01; η2 = 0,03]. O segundo estudo chama atenção para o fato de que, de um modo geral, o grupo LGBTQIAP+ consome, em maior medida, tanto bebida alcoólica, quanto tabaco e maconha. Destaque para o tabaco [t (254) = 3,90; p = 0,00]. Em vista de sua complexidade e atualidade são necessários novos estudos sobre o tema.
  • LUIZA LINS ARAUJO COSTA
  • Toda mulher na política me representa? Normatividade e ideologia no apoio a uma candidata.
  • Data: 22/03/2022
  • Hora: 10:00
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  • Esta tese objetivou analisar a relação entre a representação social da mulher e o apoio a uma candidatura feminina, considerando especificamente o impacto da normatividade e da ideologia no apoio a uma mulher na política no Brasil e na Espanha. Para isso, apresentamos um trabalho composto por três artigos. O primeiro deles é um estudo teórico (Artigo 1) que consiste em uma revisão sistemática da literatura científica sobre representações sociais da mulher. Esta revisão embasou a construção do cenário experimental dos artigos empíricos apresentados na sequência. Seus resultados evidenciaram uma imagem ambivalente da mulher com base na normatividade e indicaram a posição central que a norma da maternidade ocupa nessa análise. No Artigo 2 (N = 370), por meio de um delineamento experimental, investigamos o impacto do posicionamento ideológico e da normatividade no apoio a uma candidata, analisando o papel moderador do sexismo nessa relação. Os resultados, nos dois países, indicaram que o posicionamento dos participantes no espectro político esquerda-direita é o principal determinante do apoio, sendo que no Brasil também houve impacto da normatividade, quando relacionada à ideologia dos participantes. Na Espanha, por sua vez, o fato de a mulher desviar dos papéis de gênero não afetou o apoio à sua candidatura. Os resultados indicam também o papel moderador do sexismo nessa relação, especialmente no Brasil, onde houve maior endosso às ideologias sexistas. Já no Artigo 3 (N = 370), partindo da mesma manipulação experimental, investigamos o papel moderador dos Valores Políticos na relação entre normatividade, ideologia e apoio a uma candidata no Brasil e na Espanha. Os resultados no Brasil indicam a moderação de valores como Lei e Ordem e Moralidade Tradicional na relação entre normatividade e apoio, o que não ocorre entre os participantes da Espanha. Por outro lado, valores políticos como Igualdade e Livre Iniciativa parecem refinar a análise sobre os aspectos ideológicos, explicando a direção e a força da relação entre ideologia e apoio à candidata nos dois países. Em geral, os resultados confirmam a hipótese principal desta tese de que há relação entre a representação social da mulher e sua presença na política, sendo que a normatividade e a ideologia atuam no apoio a uma candidatura feminina, variando sua expressão a depender das características e peculiaridades do contexto cultural. Reunidos, esses artigos visam adicionar elementos à compreensão do apoio a uma liderança feminina, suscitando discussões sobre o que (ou quem) uma mulher na política representa.
  • LAWERTON BRAGA DA SILVA
  • Homossexualidades e LGBT: suas representações sociais no meio acadêmico e midiático
  • Data: 21/03/2022
  • Hora: 10:00
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  • Esta tese tem o objetivo de analisar as representações sociais sobre Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros (LGBT) propagadas e difundidas no meio acadêmico e midiático. Nesse sentido, dois estudos foram realizados. O primeiro, é uma revisão sistemática que visa internacionalizar o conhecimento produzido sobre as homossexualidades e LGBT pelas ciências sociais e humanas brasileira, evidenciando importantes subtemas que versam sobre as vivências, o preconceito e a luta por direitos dessa população, enfatizando a pouca atenção às lésbicas e travestis. O segundo, analisa as matérias da revista Veja em um período de 50 anos que falam sobre as homossexualidades e a população LGBT. A tese evidencia que os conhecimentos e interesses produzidos nesses meios são concomitantes; silenciam grupos específicos e reverberam o racismo, cuja relação intrínseca com essa população se evidencia no fato de suas maiores conquistas, como a criminalização da homofobia e LGBTfobia, estarem equiparadas aos crimes de racismo.
  • ISABELLA LEANDRA SILVA SANTOS
  • COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL ONLINE: UMA ABORDAGEM PAUTADA NO MODELO GERAL DA AGRESSÃO
  • Data: 16/03/2022
  • Hora: 14:00
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  • O objetivo da presente pesquisa foi analisar o comportamento antissocial online através do Modelo Geral da Agressão. Os objetivos específicos foram investigar o impacto da personalidade e da exposição ao conteúdo antissocial online e observar o papel das atitudes frente à violência e dos afetos positivos e negativos como possíveis mediadores. Para tal, quatro estudos foram conduzidos. O estudo 1 objetivou realizar uma revisão sistemática da literatura acerca do tema. Vinte e cinco estudos compuseram a amostra analisada, sendo observadas quatro categorias principais de comportamento antissocial online: cyberbullying, cyberstalking, trollagem e comportamento antissocial sexual online. O estudo 2, subdividido em 2.1 (N = 215; 72,1% mulheres; média de idade = 26,58 anos; DP = 7,84) e 2.2 (N = 214; 71,5% mulheres; média de idade = 23,57 anos; DP = 7,04), buscou validar medidas para os dois comportamentos posteriores. A Escala de Avaliação Global da Trollagem Online (valor próprio de 2,28; variância explicada de 28,55%; ω = 0,74 no estudo 2.1; GFI = 0,98; CFI = 0,99; RMSEA = 0,02 |IC de 90% entre 0,01 — 0,03|; e SRMR = 0,04 no estudo 2.2) e a Escala de Comportamento Antissocial Sexual Online (valor próprio de 1,54; variância explicada de 38,57%; ω = 0,71 no estudo 2.1. GFI = 0,97; CFI = 0,96; RMSEA = 0,05 |IC de 90% entre 0,01 — 0,15|; e SRMR = 0,10 no estudo 2.2) demonstraram índices psicométricos adequados de validade e fidedignidade. O estudo 3 (N = 397; 71% mulheres; média de idade = 29,3 anos; DP = 8,54) teve como objetivo observar as relações entre os quatro comportamentos antissociais online, a personalidade, a exposição a conteúdo antissocial online e as atitudes frente à violência. Os traços de personalidade amabilidade (cyberbullying: r = -0,21; p < 0,01; cyberstalking r = -0,10; p < 0,05; trollagem: r = -0,27; p < 0,01; comportamento sexual r = -0,11; p < 0,05) e estabilidade emocional (cyberbullying: r = -0,13; p < 0,01; cyberstalking r = -0,17; p < 0,01; trollagem: r = -0,12; p < 0,05; comportamento sexual r = -0,14; p < 0,01;) se relacionaram negativamente com os quatro comportamentos. Finalmente, o estudo 4 analisou experimentalmente o impacto do conteúdo antissocial online no comportamento dessa natureza, além do papel da personalidade e dos afetos positivos e negativos nesse modelo. Participaram 302 voluntários (73,2% mulheres; média de idade = 26,57 anos; DP = 8,87), divididos em dois grupos (experimental: estímulo antissocial; e controle: estímulo neutro). Foram observados efeitos multivariados da exposição no comportamento, afetos positivos e negativos (Λ de Wilks = 0,936; F[3, 298] = 6,812; p = 0.001 ; η2 = 0,064). Adicionalmente, o modelo explicativo incluindo a exposição a conteúdo antissocial, personalidade, afetos e comportamento obteve índices significativos de adequação (GFI = 0,98; CFI = 0,99; RMSEA = 0,01 |IC de 90% entre 0,01 — 0,04|; SRMR = 0,05). É possível concluir que os objetivos foram cumpridos, destacando o papel do conteúdo consumido na internet no desenvolvimento de comportamentos antissociais.
  • TACIANA SILVA NEGREIROS
  • A PSICOLOGIA SOCIAL DO COMPLEXO DE VIRA-LATA: CONTRIBUIÇÕES PARA O ESTUDO DA IDENTIDADE NACIONAL
  • Data: 03/03/2022
  • Hora: 09:00
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  • O Complexo de Vira-Lata foi descrito em 1958 pelo escritor e jornalista Nelson Rodrigues como uma característica nacional representada na “inferioridade a qual o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face ao resto do mundo”. Estudos recentes têm mostrado que esse fenômeno é seletivo: brasileiros brancos favorecem europeus em relação aos brasileiros (i.e., favorecimento exogrupal), mas desvalorizam os africanos (i.e., favorecimento endogrupal). O presente trabalho analisa o papel da cor da pele dos participantes e de fatores identitários propondo a hipótese de um complexo de vira-lata seletivo (CVL) no comportamento dos brasileiros brancos, mas não de negros; e explora a relação entre a identificação nacional com esse fenômeno. No Estudo 1 (N = 410), variamos a cor da pele (Branca vs. Negra) de um alvo de violência policial e a origem cultural deste alvo (Europa vs. Brasil) e demonstramos existir um CVL no comportamento dos participantes brancos, enquanto os participantes negros mostraram favorecimento endogrupal. O Estudo 2 (N = 423) replicou esse paradigma experimental e adicionou uma nova origem cultural do alvo (América Latina) com o objetivo de verificar a seletividade do CVL frente a um alvo de origem latino-americana. Os resultados mostraram diferenças entre a atribuição de indenização à vítima de violência onde o alvo de origem europeia foi mais valorizado que o brasileiro e latino-americano. O Estudo 3 (N = 413) introduziu um novo paradigma ao estudo do CVL onde a situação experimental abordou a contratação de um candidato ao emprego, variando sua cor de pele (Negra vs. Branca) e sua origem cultural (Europa vs. Brasil vs. América Latina), além de analisar o papel da identidade nacional dos participantes juntamente a ascendência cultural. Os resultados deste estudo mostraram a presença de um CVL seletivo no comportamento dos brasileiros que valorizaram os europeus em detrimento dos brasileiros, e valorizam os brasileiros em detrimento dos latinoamericanos. Diferente do que prevíamos, esse padrão se fez presente sobretudo nos participantes negros. A discussão destes estudos sugere que o CVL é consistente com os postulados da teoria da justificação do sistema, mas também pode representar uma estratégia de gestão da identidade nacional por meio da qual os brasileiros buscam distanciar-se de sua origem africana e nativo-americana.
  • TAMYRES TOMAZ PAIVA
  • O Papel Legitimador de Percepções de Justiça na Relação entre o Sexismo e a Violência Contra as Mulheres
  • Data: 21/02/2022
  • Hora: 09:00
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  • A violência contra as mulheres é umas das mais severas formas de expressão da subjugação que minorias sociais são submetidas. Nesta tese, propomos a hipótese de que o preconceito societal influencia o apoio que as pessoas dão à violência contra as mulheres nas relações conjugais e que essa influência é facilitada por um processo de legitimação que envolve percepções de justiça, especificamente a restrição do âmbito de justiça (scope of justice) e a crença no mundo justo. Desenvolvemos um programa de pesquisa no qual conduzimos nove estudos, organizados em três artigos empíricos. No primeiro artigo (N = 922), realizamos quatro estudos nos quais desenvolvemos e validamos a Acceptance of Violence Against Women Scale (AVAWS) para avaliarmos o apoio à violência contra as mulheres em cenários de violência doméstica. Os resultados demonstraram que essa escala possui uma estrutura bi- factor e mostrou-se ser adequada para avaliar o apoio que as pessoas dão a cinco tipos de violencia. No segundo artigo (N = 314), realizamos um estudo para testar a hipótese de que a negação da aplicação de princípios fundamentais de justiça às relações conjugais (restrição do âmbito de justiça) contribui para legitimar o apoio à violência contra as mulheres. Prevemos também que esse processo ocorre nos universitários com forte crença de que o mundo é um lugar justo para se viver. Os resultados demonstraram que a relação entre o sexismo e o apoio à violência foi mediada pela restrição do âmbito de justiça nos participantes com alta CMJ. No terceiro artigo (N = 1.579), conduzimos quatro estudos experimentais nos quais mostramos que o sexismo societal influencia o apoio à violência contra as mulheres e que esta influência é mediada pela restrição do âmbito da justiça, mas este fenômeno ocorreu apenas nos participantes com baixa CMJ geral, mas não nos com alta ou baixa CMJ pessoal. Porém, quando a CMJ geral foi experimentalmente manipulada, a restrição do âmbito de justiça relacionou-se positivamente com a aceitação da violência. Em síntese, quando as pessoas são colocadas em contextos sexistas e são confrontadas com o infortúnio da violência doméstica, elas tendem a apoiar essa violência porque reduzem o seu âmbito de justiça, ou seja, tendem a seguir o adágio de que “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. Esses achados são discutidos à luz das teorias sobre os processos de legitimação das desigualdades sociais, especialmente no quadro do modelo da discriminação justificada e da teoria sobre a crença no mundo justo.
  • KALINE DA SILVA LIMA
  • Preconceito e Discriminação contra Pessoas Transgênero: O Papel da Ameaça à Distintividade de Gênero
  • Data: 01/02/2022
  • Hora: 11:00
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  • Atitudes negativas e discriminação contra pessoas transgênero são generalizadas no Brasil. No entanto, pouca atenção tem sido dada à especificidade do preconceito transfóbico e ao papel da ameaça à distintividade de gênero nas atitudes discriminatórias contra essas pessoas. Para elucidar essa questão, desenvolvemos um programa de pesquisa no qual realizamos oito estudos, os quais apresentamos em três artigos empíricos. No primeiro artigo, apresentamos quatro estudos preliminares nos quais descrevemos o desenvolvimento e a validação de uma escala de preconceito contra mulheres (PTS-W) e homens transgênero (PTS-M). Os resultados mostraram evidência empírica consistente de validade de construto e fiabilidade da PTS-M e da PTS-W. No segundo artigo (N = 300), realizamos um estudo experimental no qual avaliamos a especificidade na discriminação contra pessoas transgênero expressa no valor social que as pessoas atribuem a pessoas transgênero que são vítimas de injustiça. Manipulamos o sexo da vítima designado no nascimento (masculino vs. feminino) e a informação sobre a sua pertença categorial (heterossexual vs. homossexual vs. transgênero). Os resultados mostraram maior valorização de uma vítima heterossexual em relação à uma transgênero. O artigo 3 descreve três estudos experimentais que testam a hipótese de que a discriminação de transgêneros é mais forte nos homens do que nas mulheres, e que essa diferença decorre da ameaça à distintividade de gênero e do preconceito transfóbico. No estudo 1 (N = 162), manipulamos o sexo da vítima designado no nascimento (feminino vs. masculino) e a sua identidade de gênero (cisgênero vs. transgênero) e medimos o suporte social dado a essa vítima. Os participantes homens expressaram menor suporte social à vítima transgênero, tendo este efeito sido mediado pelo preconceito transfóbico. No estudo 2 (N = 196), manipulamos a ameaça à distintividade de gênero usando uma notícia fictícia que destacava a semelhança (i.e., ameaça à distintividade) entre pessoas cisgênero e transgênero e uma condição controle (i.e., notícia neutra). Os resultados indicaram que a percepção de distintividade de gênero e o preconceito contra transgêneros mediaram sequencialmente a relação entre o sexo dos participantes e o menor suporte social dado à vítima transgênero, especialmente na condição de ameaça à distintividade de gênero. No Estudo 3 (N = 350), manipulamos a ameaça à distintividade de gênero por meio de falsos feedbacks descrevendo a semelhança (i.e., ameaça à distintividade) ou a diferença (i.e., afirmação da distintividade) entre pessoas cisgênero (vs. transgênero). Os homens cisgêneros perceberam maior distintividade face aos transgêneros, expressaram mais preconceito e ofereceram menor suporte social a pessoas trans do que a cisgêneros, especialmente na condição de afirmação da distintividade de gênero. No geral, os resultados são consistentes com as hipóteses que propomos e as inconsistências observadas foram discutidas com base na Teoria da Identidade Social, destacando o papel da ameaça à distintividade intergrupal.
2021
Descrição
  • OLINDINA FERNANDES DA SILVA NETA
  • Flow em relacionamentos amorosos: mensuração e correlatos intraindividuais e psicossociais
  • Data: 15/12/2021
  • Hora: 14:30
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  • A presente tese tem por objetivo verificar o papel dos traços de personalidade sombria e virtuosa, dos valores humanos e dos componentes do amor sobre a experiência de flow em relacionamentos amorosos. Desse modo, a tese foi estruturada em três artigos. O Artigo 1, de natureza teórica, tem como objetivo apresentar um breve histórico sobre o desenvolvimento da Teoria da experiência de flow proposta por Csikszentmihalyi (1997), seus pressupostos teóricos, mensuração e correlatos. Por sua vez, o Artigo 2 apresentou como objetivo adaptar para o contexto brasileiro uma medida para mensurar o flow nos relacionamentos amorosos, a Flow State Scale (FSS). No Estudo 1, de caráter exploratório, participaram 230 pessoas (Midade = 30,27). A análise de componentes principais revelou uma estrutura hexafatorial [foco (α = 0,83), percepção do tempo (α = 0,77), perda de autoconsciência reflexiva (α = 0,76), fusão entre ação e consciência (α = 0,57), experiência autotélica (α = 0,76) e controle das ações (α = 0,80)]. No estudo 2 (N = 249, Midade = 27,94) buscou-se verificar evidências de validade fatorial confirmatória, consistência interna e validade convergente. Os resultados indicaram que o modelo hexafatorial apresentou ajuste significativamente superior quando comparado aos modelos hierárquico e unifatorial. Os resultados do alfa de Cronbach, confiabilidade composta e variância média extraída indicaram que os componentes apresentaram bons índices de consistência interna, com exceção das dimensões perda de autoconsciência reflexiva e fusão entre ação e consciência. Por fim, verificou-se que as dimensões do flow apresentaram correlações significativas com os indicadores de bem-estar. O Artigo 3 objetivou conhecer o papel da personalidade, dos valores humanos e dos componentes do amor sobre o flow em relacionamentos amorosos. Para tanto, foram realizados dois estudos. No Estudo 1 participaram 249 pessoas com idades variando entre 18 e 56 anos, as quais responderam a Escala de Flow em Relacionamentos Amororos, Dark Triad Dirty Dozen, Inventário de Personalidade Pró-Social, Questionário dos Valores Básicos, além de questionário sociodemográfico. Os resultados indicaram que o narcisismo se correlacionou negativamente com perda de autoconsciência. Os traços de personalidade virtuosa se correlacionaram positivamente com as dimensões do flow, em especial os traços altruísmo e gratidão. Ademais, as subfunções valorativas também se correlacionaram positivamente com as dimensões do flow, sobretudo interativa e experimentação. No Estudo 2 participaram 201 pessoas (M = 28,81, DP = 11,0). Além da Escala de Flow em Relacionamentos Amorosos, os participantes responderam à Escala Tetrangular do Amor. Os resultados indicaram correlação positiva entre os componentes do amor, no âmbito da Teoria Tetrangular do Amor, e as dimensões do flow, destacando-se o componente paixão romântica, que foi um importante preditor. Diante dos resultados, conclui-se que a Escala de Flow em Relacionamentos Amorosos é psicometricamente adequada e pode ser utilizada para mensurar o flow em relacionamentos amorosos no contexto brasileiro. Ademais, verificou-se o papel de variáveis intraindividuais e psicossociais na compreensão do flow em relacionamentos amorosos.
  • POLLYANA LUDMILLA BATISTA PIMENTEL
  • A PSICOLOGIA DAS EMERGÊNCIAS E DOS DESASTRES FRENTE À POLIDEMIA DE COVID-19: DIÁLOGOS ENTRE SAÚDE MENTAL, VULNERABILIDADES, ENVELHECIMENTOS E SOCIABILIDADE ONLINE
  • Data: 15/12/2021
  • Hora: 08:00
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  • A polidemia de Covid-19 tornou-se a maior emergência internacional de saúde pública sem precedentes no mundo moderno. Neste sentido, o objetivo geral deste estudo foi realizar uma análise sobre a saúde mental e o uso de redes sociais online por pessoas na maturidade e velhice, durante a emergência da polidemia covídica, bem como a autopercepção de vulnerabilidade frente ao novo coronavírus. Para tanto, parte-se da tese de que usuários de redes sociais online apresentam melhores índices de saúde mental do que não usuários, uma vez que estas redes funcionam como facilitador da interação social, principalmente diante do isolamento social adotado como medida de contenção do vírus. Outrossim, acredita-se que pessoas na maturidade e velhice apresentam nível elevado de autopercepção de vulnerabilidade frente ao novo coronavírus, haja vista a grande repercussão midiática acerca da letalidade da doença nessa faixa etária, um dos principais grupos de risco. Estruturalmente, esta tese foi dividida em quatro estudos distintos. O primeiro estudo tratou-se de uma revisão integrativa da literatura científica nacional dos últimos dez anos (2009-2019), objetivando conhecer a literatura nacional acerca do uso de redes sociais online por brasileiros com 50 anos ou mais. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, dois artigos foram selecionados. Verificou-se que a produção científica relacionada à temática é bastante escassa. Os resultados apontaram que as principais redes utilizadas pelos participantes foram: Whatsapp, Facebook, Messenger, Instagram, Snapchat e Linkedln. Além disso, foi possível constatar que as redes sociais online se apresentam como importante instrumento na contribuição para um processo de envelhecimento saudável, melhorando a qualidade de vida de pessoas na maturidade e velhice. O segundo estudo objetivou conhecer as representações sociais de pessoas com 50 anos ou mais acerca da internet e das redes sociais online. A amostra que compõe esse estudo é independente da amostra que compõe o estudo III e IV. Participaram 50 pessoas, com média de idade de 60 anos, variando entre 50 e 82 anos. Os participantes responderam a um questionário sociodemográfico e à Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), tendo como estímulos: “Internet” e Redes Sociais Online”. Utilizando o software Iramuteq, foram realizadas a análise de frequência múltipla, a análise de similitude, bem como a análise prototípica. Os resultados apontam que as representações sociais dos participantes acerca da internet referem a um meio de comunicação, que auxilia a busca por informações e na disposição das redes sociais virtuais. Sobre o estímulo redes sociais online, observaram-se representações sociais como uma fonte de atualização, além de ser mais um meio de comunicação. De forma geral, a internet e as redes sociais online são vistas pelos participantes como algo bom e ruim simultaneamente, exigindo cuidado dos usuários. O terceiro estudo apresenta uma investigação e análise acerca da prevalência de transtornos mentais comuns e sintomas de ansiedade e depressão em brasileiros, com 50 anos ou mais, durante a polidemia da Covid-19, bem como da autopercepção de vulnerabilidade desta população frente ao novo coronavírus. Participaram 571 pessoas, com idades variando entre 50 e 88 anos (M=58,83; DP=6,74), sendo 41,5% (N= 237) pessoas idosas (acima de 60 anos). A maioria (78,5%) do sexo feminino, com 93,3% afirmando estar em quarentena (ou isolamento social?). Como instrumentos, utilizou-se um questionário sociodemográfico, o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) e a Escala de Percepção de Suporte Social (EPSS). Todos os escores apresentaram diferenças significativas em relação ao sexo dos participantes. As mulheres apresentaram maiores médias com relação à ansiedade, à depressão, ao Transtorno Mental Comum, e ao distress. Enquanto os homens apresentam maior média do que as mulheres na Percepção de Suporte Social. Observou-se também que adultos entre 50 a 59 anos, com renda mensal inferior a dois salários mínimos e aqueles com maior percepção de vulnerabilidade à Covid-19 apresentaram maior prevalência de Transtornos Mentais Comuns, ansiedade, depressão e distress do que idosos. Faz-se necessário o cuidado em saúde mental, sobretudo das mulheres, das pessoas com menor acesso à renda e daquelas que se percebem mais vulneráveis ao vírus. Por fim, o quarto estudo apresenta uma análise acerca do impacto do uso e não uso de redes sociais online na saúde mental de brasileiros com 50 anos ou mais durante a emergência de Covid-19 no Brasil. Participaram 571 pessoas, com idades variando entre 50 e 88 anos (M=58,83; DP=6,74), sendo 78,5% do sexo feminino, com 93,3% afirmando estar em quarentena. É importante ressaltar que do total dos participantes, 41,5% (N= 237) foi composta por pessoas idosas (acima de 60 anos). Com relação ao uso de redes sociais online (RSO), 93% dos participantes afirmaram que faziam uso dessas ferramentas. A maioria fazia uso de RSO há mais de 5 anos e permanece conectado mais de 3 horas por dia. As redes sociais online mais utilizadas pelos participantes são o Whatsapp, o Facebook e o Instagram. Como instrumentos, utilizou-se um questionário sociodemográfico, o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) e a Escala de Percepção de Suporte Social (EPSS). No tocante aos escores de ansiedade, depressão, TMC e Percepção de Suporte social, não foram verificadas diferenças entre pessoas que fazem uso de RSO e não usuários de RSO. Contudo, quando o tempo de uso de RSO foi moderado por variáveis sociodemográficas, constataram-se diferenças significativas em relação ao sexo dos participantes, a faixa etária, renda e nível de religiosidade. As mulheres apresentaram maiores médias com relação à ansiedade e depressão, enquanto os homens apresentam maior média do que as mulheres na Percepção de Suporte Social. Observou-se também que adultos entre 50 a 59 anos, com renda mensal inferior a dois salários mínimos maiores prejuízos psíquicos quando comparado aos idosos. Percebe-se a importância do uso de redes sociais online no período de polidemia de Covid-19 para todos os participantes, principalmente para os idosos, dado que para estes, encontraram-se mais benefícios quanto ao bem estar mental. Portanto, espera-se que os resultados desta tese auxiliem planejamentos de práticas na atenção psicossocial e estratégias de cuidados em saúde, bem como de políticas públicas efetivas para essa população.
  • POLLYANA LUDMILLA BATISTA PIMENTEL
  • A PSICOLOGIA DAS EMERGÊNCIAS E DOS DESASTRES FRENTE À POLIDEMIA DE COVID-19: DIÁLOGOS ENTRE SAÚDE MENTAL, VULNERABILIDADES, ENVELHECIMENTOS E SOCIABILIDADE ONLINE
  • Data: 15/12/2021
  • Hora: 08:00
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  • A polidemia de Covid-19 tornou-se a maior emergência internacional de saúde pública sem precedentes no mundo moderno. Neste sentido, o objetivo geral deste estudo foi realizar uma análise sobre a saúde mental e o uso de redes sociais online por pessoas na maturidade e velhice, durante a emergência da polidemia covídica, bem como a autopercepção de vulnerabilidade frente ao novo coronavírus. Para tanto, parte-se da tese de que usuários de redes sociais online apresentam melhores índices de saúde mental do que não usuários, uma vez que estas redes funcionam como facilitador da interação social, principalmente diante do isolamento social adotado como medida de contenção do vírus. Outrossim, acredita-se que pessoas na maturidade e velhice apresentam nível elevado de autopercepção de vulnerabilidade frente ao novo coronavírus, haja vista a grande repercussão midiática acerca da letalidade da doença nessa faixa etária, um dos principais grupos de risco. Estruturalmente, esta tese foi dividida em quatro estudos distintos. O primeiro estudo tratou-se de uma revisão integrativa da literatura científica nacional dos últimos dez anos (2009-2019), objetivando conhecer a literatura nacional acerca do uso de redes sociais online por brasileiros com 50 anos ou mais. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, dois artigos foram selecionados. Verificou-se que a produção científica relacionada à temática é bastante escassa. Os resultados apontaram que as principais redes utilizadas pelos participantes foram: Whatsapp, Facebook, Messenger, Instagram, Snapchat e Linkedln. Além disso, foi possível constatar que as redes sociais online se apresentam como importante instrumento na contribuição para um processo de envelhecimento saudável, melhorando a qualidade de vida de pessoas na maturidade e velhice. O segundo estudo objetivou conhecer as representações sociais de pessoas com 50 anos ou mais acerca da internet e das redes sociais online. A amostra que compõe esse estudo é independente da amostra que compõe o estudo III e IV. Participaram 50 pessoas, com média de idade de 60 anos, variando entre 50 e 82 anos. Os participantes responderam a um questionário sociodemográfico e à Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), tendo como estímulos: “Internet” e Redes Sociais Online”. Utilizando o software Iramuteq, foram realizadas a análise de frequência múltipla, a análise de similitude, bem como a análise prototípica. Os resultados apontam que as representações sociais dos participantes acerca da internet referem a um meio de comunicação, que auxilia a busca por informações e na disposição das redes sociais virtuais. Sobre o estímulo redes sociais online, observaram-se representações sociais como uma fonte de atualização, além de ser mais um meio de comunicação. De forma geral, a internet e as redes sociais online são vistas pelos participantes como algo bom e ruim simultaneamente, exigindo cuidado dos usuários. O terceiro estudo apresenta uma investigação e análise acerca da prevalência de transtornos mentais comuns e sintomas de ansiedade e depressão em brasileiros, com 50 anos ou mais, durante a polidemia da Covid-19, bem como da autopercepção de vulnerabilidade desta população frente ao novo coronavírus. Participaram 571 pessoas, com idades variando entre 50 e 88 anos (M=58,83; DP=6,74), sendo 41,5% (N= 237) pessoas idosas (acima de 60 anos). A maioria (78,5%) do sexo feminino, com 93,3% afirmando estar em quarentena (ou isolamento social?). Como instrumentos, utilizou-se um questionário sociodemográfico, o SelfReporting Questionnaire (SRQ-20), a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) e a Escala de Percepção de Suporte Social (EPSS). Todos os escores apresentaram diferenças significativas em relação ao sexo dos participantes. As mulheres apresentaram maiores médias com relação à ansiedade, à depressão, ao Transtorno Mental Comum, e ao distress. Enquanto os homens apresentam maior média do que as mulheres na Percepção de Suporte Social. Observou-se também que adultos entre 50 a 59 anos, com renda mensal inferior a dois salários mínimos e aqueles com maior percepção de vulnerabilidade à Covid-19 apresentaram maior prevalência de Transtornos Mentais Comuns, ansiedade, depressão e distress do que idosos. Faz-se necessário o cuidado em saúde mental, sobretudo das mulheres, das pessoas com menor acesso à renda e daquelas que se percebem mais vulneráveis ao vírus. Por fim, o quarto estudo apresenta uma análise acerca do impacto do uso e não uso de redes sociais online na saúde mental de brasileiros com 50 anos ou mais durante a emergência de Covid-19 no Brasil. Participaram 571 pessoas, com idades variando entre 50 e 88 anos (M=58,83; DP=6,74), sendo 78,5% do sexo feminino, com 93,3% afirmando estar em quarentena. É importante ressaltar que do total dos participantes, 41,5% (N= 237) foi composta por pessoas idosas (acima de 60 anos). Com relação ao uso de redes sociais online (RSO), 93% dos participantes afirmaram que faziam uso dessas ferramentas. A maioria fazia uso de RSO há mais de 5 anos e permanece conectado mais de 3 horas por dia. As redes sociais online mais utilizadas pelos participantes são o Whatsapp, o Facebook e o Instagram. Como instrumentos, utilizou-se um questionário sociodemográfico, o Self-Reporting Questionnaire (SRQ- 20), a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) e a Escala de Percepção de Suporte Social (EPSS). No tocante aos escores de ansiedade, depressão, TMC e Percepção de Suporte social, não foram verificadas diferenças entre pessoas que fazem uso de RSO e não usuários de RSO. Contudo, quando o tempo de uso de RSO foi moderado por variáveis sociodemográficas, constataram-se diferenças significativas em relação ao sexo dos participantes, a faixa etária, renda e nível de religiosidade. As mulheres apresentaram maiores médias com relação à ansiedade e depressão, enquanto os homens apresentam maior média do que as mulheres na Percepção de Suporte Social. Observou-se também que adultos entre 50 a 59 anos, com renda mensal inferior a dois salários mínimos maiores prejuízos psíquicos quando comparado aos idosos. Percebe-se a importância do uso de redes sociais online no período de polidemia de Covid-19 para todos os participantes, principalmente para os idosos, dado que para estes, encontraram-se mais benefícios quanto ao bem estar mental. Portanto, espera-se que os resultados desta tese auxiliem planejamentos de práticas na atenção psicossocial e estratégias de cuidados em saúde, bem como de políticas públicas efetivas para essa população.
  • THALITA LAYS FERNANDES DE ALENCAR
  • UM MODELO SOCIOCOGNITIVO PARA O AUTOPERDÃO
  • Data: 12/11/2021
  • Hora: 15:00
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  • Essa tese propõe um modelo sociocognitivo que estabelece cinco níveis de raciocínio sobre o autoperdão, hierarquizados a partir do nível de descentração teoricamente necessário para alcançá-los. O objetivo central deste estudo é testar empiricamente este modelo, verificando sua adequação aos dados e sua relação com a idade e com a] habilidade de descentração. Para atender tal objetivo, primeiramente é apresentado um capítulo teórico que versa sobre a elaboração do modelo sociocognitivo proposto e sua fundamentação teórica. Em seguida, estudos empíricos que testam o modelo são descritos em dois artigos. O primeiro artigo foi um estudo transcultural com o objetivo de validar a Escala de Raciocínios sobre o Autoperdão (ERA), um instrumento construído para representar os níveis de raciocínio do modelo proposto. O estudo contou com a participação de estudantes universitários brasileiros (n = 309) e portugueses (n = 363). A validade fatorial foi testada em dois estudos nas amostras de cada país. As análises fatoriais exploratórias (estudo 1) indicaram que o instrumento possui uma organização bifatorial que explica cerca de 60% da variância total (α = 0,72 / 0,73). As análises confirmatórias (estudo 2) corroboraram o modelo bifatorial que se organiza em dois tipos de raciocínio sobre o autoperdão: egocêntrico e descentrado. Os resultados mostraram que o instrumento apresenta boas propriedades psicométricas e é apropriado para avaliar o que se destina. A estrutura encontrada sustenta as proposições teóricas sobre a hierarquia entre os níveis do modelo. Também foi corroborada a relação com a habilidade de descentração, através das correlações significativas entre o tipo de raciocínio sobre o autoperdão e as variáveis consideração empática e tomada de perspectiva. O segundo artigo, por sua vez, apresenta os resultados de um estudo buscou verificar o efeito da idade no raciocínio sobre o autoperdão. Participaram 151 estudantes organizados em três grupos de idades: G1 (7-9 anos), G2 (12-14 anos) e G3 (17-19 anos). Os instrumentos utilizados foram: a ERA para avaliar o tipo de raciocínio sobre o autoperdão e a prova piagetiana das Três Montanhas para avaliar a tomada de perspectiva espacial, que representou a habilidade de descentração neste estudo. Corroborou-se a existência de correlação entre essas variáveis, conforme proposto pelo modelo. O efeito do desenvolvimento também recebeu suporte empírico uma vez que os resultados mais robustos das análises de variância seguiram as suposições teóricas do modelo, e demonstraram uma diminuição significativa no raciocínio egocêntrico ao longo do desenvolvimento. Finalmente, nas considerações finais, foi apresentada uma discussão geral dos resultados obtidos nos dois artigos relatados, assim como reflexões sobre estudos futuros. Considera-se que os estudos apresentados atenderam aos objetivos estabelecidos e corroboraram o modelo sociocognitivo para o autoperdão.
  • MARIA GABRIELA COSTA RIBEIRO
  • OS VALORES HUMANOS E O TOQUE SOCIAL AFETIVO: UMA ANÁLISE A PARTIR DE VARIÁVEIS COGNITIVO-EMOCIONAIS
  • Data: 29/10/2021
  • Hora: 14:30
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  • Esta tese teve por objetivo verificar em que medida a relação dos valores humanos e toque social afetivo pode ser explicada por variáveis cognitivo-afetivas. Para tanto, três artigos procuram atender ao objetivo geral. No artigo 1 foi realizada uma revisão sistemática sobre o estudo do toque social no âmbito da psicologia no período entre os anos 2000 e 2020. A presente revisão indicou que essa temática ganhou notoriedade nos últimos cinco anos, abarcando linhas de pesquisas no âmbito dos relacionamentos amorosos, a experiência do toque social, a localização do toque social, domínio psicológico e na relação com uma pessoa desconhecida. Em conjunto, os resultados apontam para a natureza comportamental de tal construto e suas relações com o bem-estar psíquico. O Artigo 2, por sua vez, objetivou elaborar e conhecer as evidências psicométricas das medidas Escalas de Toque Social Afetivo – Receptor e Provedor (ETSA – Receptor e Provedor), em que foram realizados três estudos, a saber: o primeiro estudo focou na elaboração dos itens e nas evidências baseadas no conteúdo. Foram elaborados 24 itens tanto para versão receptor, assim como versão provedor, totalizando 48 itens, sendo submetidas a análise dos juízes, apresentando indicadores de concordância acima de 0,83; o segundo estudo procurou verificar as estruturas fatoriais das medidas. Participaram 204 indivíduos (Midade =28,8 anos; DP = 9,47), os quais responderam as versões iniciais da ETSA – Receptor e Provedor e perguntas demográficas. Uma análise Principal axis factoring (rotação Promax) e retenção das dimensões com análise paralela, indicou uma solução bifatorial para a ETSA - receptor, com as dimensões toque receptor – parceiro(a) íntimo(a) (α = 0,92) e toque receptor – família, amigos e desconhecido (α = 0,93), apresentando confiabilidade aceitáveis. Para a versão provedor, através dos mesmos procedimentos, verificou-se uma solução bifatorial, com as dimensões provedor do toque – parceiro(a) íntimo(a) (α = 0,93) e toque provedor – família, amigos e desconhecido (α = 0,94), as quais também apresentaram indicadores de consistência interna adequados. Por fim, o terceiro estudo, objetivou confirmar a estrutura fatorial das escalas. Participaram 200 pessoas (Midade = 29,7 anos; DP = 9,19), os quais responderam as mesmas medidas do estudo anterior, com 43 itens. A partir da comparação dos modelos (unifatorial, bifatorial e multifatorial correlacionado), o modelo representado por quatro fatores das versões receptor e provedor indicou um ajuste adequado (e.g., CFI = 0,99; TLI = 0,99; RMSEA = 0,03), relacionado com a Teoria do Toque Social. Assim, os três estudos apresentaram evidências que atestam a adequação da ETSA – Receptor e Provedor. O Artigo 3, por último, objetivou conhecer em que medida o suporte social percebido e bem-estar subjetivo explicam a relação dos valores humanos e toque social afetivo. O estudo 1 (n = 242; Midade = 29,00; DP = 10,75), de caráter exploratório, testou-se a relação entre valores humanos, toque social e bem-estar subjetivo. Ainda, testou-se o papel mediador do bem-estar subjetivo na relação entre os valores interativos e toque social afetivo (receptor e provedor) e suas respectivas dimensões. O estudo 2 (n = 404; Midade = 29,30; DP = 9,33), por sua vez, demonstrou que a inclusão do suporte social percebido como mediador, em conjunto com o bem-estar subjetivo explicam a relação dos valores interativos e toque social afetivo. Portanto, os resultados acima descritos demonstram à natureza comportamental do toque social afetivo, assim como expandem as evidências dos correlatos deste construto no Brasil frente a indicadores do bem-estar psicológico e variáveis clássicas do campo da psicologia social.
  • JULLIANA DINIZ PEIXOTO
  • O USO DE SI AO EXTREMO: UM OLHAR SOBRE AS VIVÊNCIAS DE SOFRIMENTO DE TRABALHADORES AFASTADOS POR LER/DORT
  • Data: 29/09/2021
  • Hora: 14:30
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  • Essa dissertação teve por objetivo analisar as vivências de sofrimento de trabalhadores afastados, acometidos por alguma patologia relacionada as Lesões por Esforços Repetitivos (LER)/ Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort). Para alcançar tal objetivo o trabalho foi organizado primeiramente com a apresentação de um capítulo teórico utilizando como aporte a Psicodinâmica do trabalho. Na sequência, apresenta-se um primeiro artigo que compreende uma revisão da literatura sobre vivências de sofrimento e LER/Dort, utilizando as bases de dados Scielo, Lilacs e Index Psi. A partir da análise dos artigos da amostra foi possível constatar três dimensões no que se refere aos distúrbios osteomusculares: a dimensão física, a dimensão psicossocial e a relação entre organização do trabalho e adoecimento. O segundo artigo apresenta uma pesquisa de natureza qualitativa realizada a partir de entrevistas telefônicas, com cinco trabalhadores acometidos por LER/Dort, afastados do trabalho e usuários do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de João Pessoa (CEREST-JP). A partir dos relatos, foi possível verificar que o trabalhador afastado por essa síndrome enfrenta além das dores físicas, sentimentos de culpabilização, inutilidade e incertezas sobre o futuro. A dimensão subjetiva é fator chave no adoecimento e contribui para as vivências de sofrimento tanto físico quanto psíquico dos trabalhadores. As LER/Dort figuram como uma das maiores causas de afastamento dos trabalhadores de seus postos de trabalho. É nessa perspectiva que se entende a importância de um olhar sobre as vivências de sofrimento dos trabalhadores afastados por LER/Dort.
  • ISABELLE TAVARES AMORIM
  • CRENÇAS SOCIETAIS ACERCA DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO
  • Data: 27/09/2021
  • Hora: 14:00
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  • RESUMO: Partindo da tese de que elementos de cunho sociodemograficos e socioeconômicos podem refletir na forma como o indivíduo enxerga e avalia o mundo que o rodeia, de modo que as influências de tais elementos também podem contribuir no processo de construção, manutenção e compartilhamento das crenças sobre violência de gênero, emergiu-se como objetivo geral analisar as crenças societais acerca da violência de gênero, propôs-se a realização de dois estudos com amostras independentes. O primeiro estudo avaliou os parâmetros psicométricos da Escala de Crenças Societais de Legitimação das Violências de Gênero para população adulta. A partir da Técnica de Associação Livre de Palavras aplicadas a 201 estudantes do ensino médio, obteve-se 61 itens, agrupados em cinco subescalas pré-determinadas a partir da classificação da Lei Maria da Penha, posteriormente aplicados a uma amostra de 202 adultos. Foi utilizado Análise Fatorial pelo método dos Componentes Principais e o alfa de Cronbach para avaliar os índices de consistência interna. A análise de variância e a comparação de médias (par a par) foi feita pela análise de variância one-way (ANOVA), verificando-se a significância das diferenças pelo teste de Tukey. Como resultado, obteve-se uma estrutura unifatorial para todas as subescalas: (1)Violência Sexual,13 itens explicando 41,4% da variância e Alpha de Cronbach de 0,858; (2)Violência Psicológica, 14 itens explicando 39,3% da variância e Alpha de Cronbach de 0,871; (3) Violência Física, 13 itens explicando 40,8% da variância e Alpha de Cronbach de 0,849; (4) Violência Patrimonial, 08 itens explicando 46,3% da variância e Alpha de Cronbach de 0,820; e (5) Violência Moral , 12 itens explicando 43,3% da variância e Alpha de Cronbach de 0,849. A análise de variância (ANOVA) e o Teste de Tukey apontaram significância das diferenças entre as médias dos itens. Concluiu-se que, apesar da necessidade de coletar mais informações que suportem essas propriedades psicométricas, principalmente no aumento da variabilidade de respostas, os resultados apontam evidências de validade de conteúdo e de critério, assim como consistência interna da medida. O segundo estudo objetivou identificar a tipologia modal das crenças societais acerca da violência de gênero e verificar a influência das variáveis socioeconômicas e institucionais associadas. A amostra foi composta por 202 participantes, via plataformas online, sendo, 59,9% do sexo feminino, com idade variando de 19 a 59 anos, sendo 68% na faixa etária de 18 a 29 anos, que responderam a “Escala de Crenças Legitimadoras da Violência de Gênero para Adultos” e um questionário incluindo aspectos socioeconômicos, analisados por estatística descritiva, teste de associação (ANOVA e Test t), correlação de Pearson e Regressão Multivariada (Stepwise). Os resultados evidenciaram maior explicação da Violência Física (R²=,844), apresentando três variáveis preditoras: Faixa etária, (5% da variância); Afiliação Religiosa (5% de explicação); Sexo e Renda Familiar (com 5% e 2% de predição respectivamente). Violência Moral: Religiosidade (6%); Sexo (5%) e; Estado Civil (2%). Violência Psicológica foi predita pelo sexo (6%), religiosidade (7%) e estado civil (3%). Violência Patrimonial com sexo (5%), afiliação religiosa (7%), identidade racial (2%), estado civil (2%) e; escolaridade (2%). Por fim, a Violência Sexual com Afiliação Religiosa (6%), Faixa Etária (4%) e Sexo (3%). A Violência de Gênero deve ser entendida como estrutural porque se materializa em qualquer aspecto da vida e é transmitida a partir dos mecanismos de socialização. Por fim, no Capítulo Final, são feitas considerações gerais na interseção entre a teoria proposta e os resultados alcançados.
  • JENNIFER OLIVEIRA AMARO DOS SANTOS
  • Vivência subjetiva dos profissionais de um CEREST no tocante à Vigilância em Saúde do Trabalhador em assédio moral no trabalho
  • Data: 20/09/2021
  • Hora: 14:00
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  • As novas transformações no contexto do trabalho passam, cada vez mais, a preconizar espaços laborais propulsores de altos índices de desempenho e produtividade, tendo por base exigências que muitas vezes excedem a capacidade física e psíquica de suportá-las, o que acontece a partir de meios cada vez mais sofisticados de mecanismos de controle e coerção sendo, portanto, o assédio moral parte dessa engrenagem. O assédio moral no trabalho se dá mediante um processo de silenciamento das relações sociais de trabalho, o que é enfatizado na lógica do desemprego estrutural, de modo que o silêncio passa a ser um recurso de submissão do trabalhador para manter-se trabalhando por medo de que a sua voz implique em alguma retaliação ou até em desemprego. Nesse cenário, destaca-se a importância da Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) enquanto prática de fortalecimento dos trabalhadores na luta pela saúde e de intervenções de caráter transformador de intervenção nos contextos de trabalho. Essa tese teve por objetivo geral: Analisar a vivência subjetiva dos profissionais de um CEREST no Nordeste brasileiro no que se refere à Vigilância em Saúde do Trabalhador em Assédio Moral no trabalho. Por objetivos específicos, pode-se citar: Compreender o processo de VISAT a partir da vivência dos entrevistados; Entender quais são as competências e estratégias necessárias para a VISAT; Analisar a relação entre o cenário atual e a VISAT; Verificar como se dá a relação entre a VISAT e o assédio moral. Com relação à metodologia, foi privilegiada a abordagem qualitativa, fazendo uso de dois instrumentos: um questionário sócio demográfico e uma entrevista semiestruturada. Participaram deste estudo seis trabalhadores de ambos os sexos. A análise dos dados foi conduzida através de uma abordagem hermenêutica a partir da Psicodinâmica do Trabalho. Verificou-se que, mesmo diante de tentativas da organização em distorcer a sua realidade, a equipe demonstra ser competente e atua de forma coletiva para compreender os elementos subjetivos que perpassam o contexto de trabalho. Observou-se ainda que mesmo em nítidas condições de sofrimento, os profissionais apontam o reconhecimento enquanto via de luta pela saúde. Obteve-se que a cooperação no trabalho da equipe enquanto fator primordial para permanecer lutando por sua saúde.
  • ISAAC RODAS ARAÚJO
  • PREFERÊNCIAS POR MÍDIAS DE ENTRETENIMENTO E OS EFEITOS NO COMPORTAMENTO AGRESSIVO E SUICÍDIO
  • Data: 20/08/2021
  • Hora: 14:00
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  • O uso das mídias de entretenimento tem se tornado algo muito frequente no cotidiano das pessoas, partindo disto vários estudos envolvendo esta temática foram realizados com a proposta de compreender o impacto causado por essas mídias no comportamento humano. Uma das temáticas que mais tem sido relacionada ao uso das mídias é a agressão, principalmente com filmes, música e jogos de vídeo game. Outro comportamento muito preocupante que pode ser impactado pelas mídias é o suicídio, porém menos estudado. Assim, esta dissertação teve como objetivo analisar as relações existentes entre as preferências por diferentes tipos de mídia de entretenimento, a agressão e o comportamento suicida, além de levar os fatores de personalidade em consideração. Para tanto, parte-se da hipótese de que as pessoas que tem preferência por mídias consideravelmente violentas, terão maiores pontuações na presença de comportamentos agressivos, seja contra as outras pessoas ou contra si mesmo (suicídio). Para chegar a estes resultados, inicialmente se fez necessário dividir esta dissertação em três estudos, presentes no capítulo 2, sendo eles: 1) uma revisão sistemática sobre a psicologia da mídia no Brasil nos ultimos cinco anos, compreendendo que esta temática tem se relacionado com grande frequência à mídias de formato jornalístico e teve um crescimento dos estudos nos ultimos dois anos; 2) a validação da Escala de Preferências por Mídias de Entretenimento (Rentfrow, et al., 2011) para o contexto brasileiro, considerando o modelo original de cinco fatores, se demonstrando favorável após às adaptações e análises; 3) a realização de um estudo para verificar as relações existentes entre as preferências por mídias de entretenimento, agressão contra si mesmo e contra os outros e com os aspectos da personalidade humana. Após a conclusão desta dissertação, espera-se compreender o impacto das mídias de entretenimento no comportamento humano, confirmando as hipóteses teóricas do Modelo Geral da Agressão que afirma que a utilização de determinadas mídias violentas, pode aumentar a frequência dos comportamentos agressivos.
  • ADRIELE VIEIRA DE LIMA PINTO
  • MÃES PRIVADAS DE LIBERDADE: UM OLHAR PSICOSSOCIAL SOBRE A MATERNIDADE
  • Data: 25/06/2021
  • Hora: 14:00
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  • A maternidade nas prisões brasileiras é marcada por vivências de vulnerabilidades e sofrimento psíquico. Esses aspectos são acentuados diante da invisibilidade histórica associada ao encarceramento feminino, que nega as especificidades das mulheres, dentre elas, as questões relacionadas à maternidade. Nesse contexto, buscou-se estudar a temática através da Teoria das Representações Sociais (TRS), que possibilitou acessar a rede de sentidos e significados, compartilhada pelas mães em privação de liberdade, construindo um conhecimento prático e multifacetado sobre a temática. Nesse direcionamento, a seguinte tese objetivou conhecer os aspectos psicossociais inter-relacionados à maternidade no contexto prisional. Estruturalmente, dividiu-se em duas partes, a primeira constituída pelos capítulos teóricos e a segunda composta por três estudos. No primeiro estudo, realizou-se uma revisão da produção científica nacional, publicadas entre 2009 e 2019. Foram selecionados 15 artigos, analisados pela Classificação Hierárquica Descendente (CHD) e da Análise de Similitude, através do Iramuteq. Os resultados indicaram o caráter recente das produções acerca da temática, com foco principal, nas questões da saúde, garantia/violação de direitos, nos danos para a relação mãe-filhos e por questões voltadas a assistência pré-natal, gestação e amamentação. Os outros dois estudos, empíricos, foram norteados pela TRS. O primeiro estudo empírico, analisou as Representações Sociais (RS) de mães privadas de liberdade, baseado em seis palavras evocadoras (ser mãe, maternidade, paternidade, família, prisão e eu mesmo). Participaram 52 mães, entre 21 a 64 anos (M=33,08; DP=8,71), do Centro de Ressocialização Feminino de João Pessoa, Paraíba. As participantes responderam ao Questionário Sociodemográfico e a Técnica de Associação Livre de Palavras. Os dados foram processados pelo SPSS (versão 21) e Tri-Deux-Mots e interpretados pela Análise Fatorial de Correspondência. Observou-se que o contexto prisional traz implicações na produção de sentidos e significados atribuídos a diferentes aspectos da vida das mães custodiadas. Os resultados indicaram representações consensuais entre ser mãe, maternidade, paternidade e família. A prisão foi associada às experiências negativas estigmatizantes e ao sofrimento psíquico. O estímulo eu mesma trouxe elementos ambíguos que manifestaram engajamento e autopunição. O segundo estudo empírico, objetivou conhecer as RS sobre a maternidade, elaboradas por mães privadas de liberdade. Participaram 15 mães, entre 21 e 44 anos (M=30,47; DP=6,25), custodiadas no mesmo centro de ressocialização feminino do estudo anterior. Responderam ao questionário sóciodemográfico e a entrevista em profundidade. Os dados foram processados pelo SPSS (versão 21) e software Alceste, e analisados pela CHD. Emergiram dois eixos principais de sentidos: “A prisão e seu sistema de deveres e direitos” e “Vulnerabilidades e o significado da maternidade”. Neles a maternidade foi marcada pela perda dos laços psicossociais entre mãe-filho. Ser mãe foi objetivada como sinônimo de sofrimento, incerteza e culpa pela ausência nos cuidados maternos e separação dos filhos e familiares. Destaca-se que as RS sobre a maternidade no cárcere adquiriram diferentes facetas que ora se aproximavam e se distanciavam do ideal de maternidade socialmente disseminado. Assim, a condição materna das mães em privação de liberdade, conduz ao reconhecimento de que o aprisionamento feminino não pode ser considerado isoladamente, pois existirá implicações para sua família e filhos e, de forma ampla, para a sociedade. Portanto, espera-se que os resultados dessa tese auxiliem planejamentos de práticas sociais e de saúde, efetivas para essa população e seus dependentes.
  • ALESSANDRO TEIXEIRA REZENDE
  • CRENÇAS SOBRE A CURA DA HOMOSSEXUALIDADE: UMA EXPLICAÇÃO A PARTIR DE VARIÁVEIS SOCIOCULTURAIS
  • Data: 18/06/2021
  • Hora: 15:00
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  • Esta tese objetivou verificar a extensão em que variáveis socioculturais (i.e., atitudes frente a gays e lésbicas, preconceito sexual, orientação à dominância social e valores humanos) explicam crenças sobre a cura da homossexualidade. Para tanto, foram elaborados seis artigos. No Artigo 1 foi realizada uma revisão sistemática sobre o estudo da cura da homossexualidade nos últimos 19 anos, buscando compreender como essa temática vêm sendo estudada nas diversas áreas do conhecimento (e.g., direito, psicologia, psiquiatria). A presente revisão demonstrou que durante quase uma década profissionais da psicologia e psiquiatria fizeram uso do conhecimento científico para legitimar práticas voltadas para a suposta cura da homossexualidade. O Artigo 2, de natureza empírica e qualitativa, buscou mapear por meio dos discursos sociais as crenças associadas à cura da homossexualidade. Participaram 237 universitários (Midade = 21,0; DP = 5,07), os quais responderam, além de questões sociodemográficas, um roteiro de entrevista composto por três questões abertas. Em síntese, apesar da natureza exploratória e da ausência de evidências empíricas no contexto brasileiro a respeito das crenças sobre a “cura gay”, os resultados apontaram a existência de seis classes direcionadas para a desfavorabilidade em relação aos profissionais que apoiam tratamentos de reversão da orientação sexual. O Artigo 3, por sua vez, versou sobre a elaboração da Escala de Crenças sobre a Cura da Homossexualidade (ECCH), cujos itens foram construídos com base na literatura da área. Participaram desse estudo 225 universitários (Midade = 21,0; DP = 5,78), que responderam a versão inicial da ECCH, composta por 36 itens, e perguntas demográficas. Uma análise de componentes principais indicou uma solução pentafatorial para a medida, com indicadores aceitáveis de fidedignidade. As dimensões foram nomeadas como crenças religiosas (α = 0,95), crenças morais (α = 0,95), crenças biológicas (α = 0,96), crenças psicológicas (α = 0,92), sendo estas dimensões favoráveis à cura da homossexualidade, e, finalmente, uma dimensão de crenças desfavoráveis à reversão sexual (α = 0,93). Cada uma das dimensões reuniu quatro itens na versão final do instrumento. Estas dimensões foram correlacionadas às medidas de crenças sobre a homossexualidade (ECH) e desejabilidade social (EDSMC), sendo observadas correlações nas direções esperadas. Em razão de as análises apresentadas até aqui serem eminentemente exploratórias, decidiu-se elaborar o Artigo 4, que objetivou confirmar a estrutura fatorial previamente observada (N = 215), e cujos resultados indicaram um ajuste satisfatório para o modelo pentafatorial (e.g., CFI = 0,95; TLI = 0,94; RMSEA = 0,06). Na sequência, buscando reunir evidências de validade convergente, novos participantes (N = 430 universitários; Midade = 23,5; DP = 7,90) responderam a medidas de preconceito sexual (EMPS) e de atitudes frente a gays e lésbicas (EMAFGL). Os resultados indicaram que as dimensões da ECCH apresentaram fortes correlações na direção esperada. Com evidências preliminares que atestam a adequação da ECCH, partiu-se para o Artigo 5, objetivando conhecer o poder preditivo das dimensões do preconceito sexual e das atitudes face a gays e lésbicas em relação à des(favorabilidade) à cura da homossexualidade, propondo e testando dois modelos explicativos. Para tal, contou-se com a participação de 375 universitários (Midade = 21,7; DP = 6,80), os quais responderam a EMPS, EMAFGL e ECCH, além de perguntas sociodemográficas. Os resultados indicaram a adequação teórica e empírica dos modelos de favorabilidade (e.g., CFI = 0,98; TLI = 0,97; RMSEA = 0,07) e desfavorabilidade à cura da homossexualidade (e.g., CFI = 0,99; TLI = 1,00; RMSEA = 0,03). Por fim, buscando ainda reunir evidências adicionais a respeito das crenças sobre a cura da homossexualidade, realizou-se o Artigo 6, no qual buscou-se verificar o poder preditivo da ODS e dos valores humanos em relação a estas crenças. Participaram 391 pessoas da população geral (Midade = 25,7; DP = 7,20), os quais responderam a ECCH, a Escala de Orientação à Dominância Social (ODS), o Questionário de Valores Básicos (QVB) e questões sociodemográficas. Os resultados indicaram que a ODS e os valores humanos foram bons preditores das crenças sobre a cura da homossexualidade (p < 0,001). Ademais, os modelos de mediação propostos, que consideraram as crenças separadamente como variáveis dependentes, a ODS como variável independente e os valores normativos como variável mediadora, obtiveram efeitos indiretos significativos, demonstrando que a ODS explica todas as crenças através dos valores normativos (p < 0,001). Estima-se que os objetivos propostos nessa tese foram alcançados, podendo-se contar com uma medida para avaliar as crenças sobre a cura da homossexualidade psicometricamente adequada, com evidências de validade (e.g., fatorial, convergente e discriminante) e consistência interna satisfatórios, além de ampliar a compreensão em torno destas crenças a partir de suas relações com outros construtos psicossociais.
  • HEMERSON FILLIPY SILVA SALES
  • INVESTIGAÇÃO DO VIÉS ATENCIONAL NA ANSIEDADE MEDIANTE EXPOSIÇÃO DE EXPRESSÕES FACIAIS: EVIDÊNCIAS DE RASTREAMENTO OCULAR
  • Data: 17/06/2021
  • Hora: 14:00
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  • A presente tese buscou estudar os mecanismos envolvidos no Viés Atencional na Ansiedade (VAA) frente à exposição de expressões faciais por meio de medidas de Rastreamento Ocular (RO). Para isso foram elaborados dois artigos. O Artigo I teve como objetivo analisar o uso de medidas de rastreamento ocular na avaliação do viés atencional na ansiedade, por meio de uma revisão da literatura. Para isso, foi realizada uma busca eletrônica abrangente, nas bases de dados PsycINFO, PubMed e Web of Science nas quais foram identificados 57 relatos. Contudo, após a eliminação dos duplicados, da triagem de títulos e resumos, e da avaliação dos critérios de elegibilidade, restaram apenas oito estudos. Os resultados trouxeram questões significativas no tocante ao uso do rastreamento ocular na investigação do viés atencional na ansiedade. Algumas delas dizem respeito à necessidade de melhorias nos protocolos, mas a principal questão refere-se à observação do mecanismo de manutenção como principal fator envolvido no processamento da atenção na ansiedade. Tal fato diverge da maioria das pesquisas anteriores, trazendo implicações importantes para o entendimento de como se dá a manutenção dos sintomas ansiosos. Já o Artigo II teve como objetivo investigar o VAA mediante exposição de expressões faciais com medidas de RO. Utilizou-se uma amostra por conveniência de 76 participantes, divididos em três grupos, de acordo com a pontuação no IDATE-T: Baixa Ansiedade Traço (BAT; n = 26), Moderada Ansiedade Traço (MAT; n = 25), e Alta Ansiedade Traço (AAT; n = 25). Por meio de ANOVAs mistas os resultados evidenciaram um viés de vigilância para expressões de nojo independentemente do nível de ansiedade; e um viés de manutenção para expressões de alegria do grupo BAT em comparação com o grupo AAT, independentemente do tempo de apresentação dos estímulos. Apesar dos dados concordarem em parte com estudos na área, as hipóteses levantadas nesta pesquisa não foram corroboradas. Diferente disso, os resultados mostraram um processamento atencional diferenciado e evidenciaram questões fundamentais relacionadas à importância de estímulos positivos no tratamento da ansiedade e às especificidades dos tipos, níveis e características dos estímulos utilizados nas pesquisas. Conclui-se assim, que, de uma forma geral, esta tese mostra um direcionamento um pouco distinto do que tem sido encontrado na literatura e propõe um padrão de processamento atencional diferenciado, que pode ser considerado em estudos futuros na investigação do VAA.
  • HEMERSON FILLIPY SILVA SALES
  • INVESTIGAÇÃO DO VIÉS ATENCIONAL NA ANSIEDADE MEDIANTE EXPOSIÇÃO DE EXPRESSÕES FACIAIS: EVIDÊNCIAS DE RASTREAMENTO OCULAR
  • Data: 17/06/2021
  • Hora: 14:00
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  • A presente tese buscou estudar os mecanismos envolvidos no Viés Atencional na Ansiedade (VAA) frente à exposição de expressões faciais por meio de medidas de Rastreamento Ocular (RO). Para isso foram elaborados dois artigos. O Artigo I teve como objetivo analisar o uso de medidas de rastreamento ocular na avaliação do viés atencional na ansiedade, por meio de uma revisão da literatura. Para isso, foi realizada uma busca eletrônica abrangente, nas bases de dados PsycINFO, PubMed e Web of Science nas quais foram identificados 57 relatos. Contudo, após a eliminação dos duplicados, da triagem de títulos e resumos, e da avaliação dos critérios de elegibilidade, restaram apenas oito estudos. Os resultados trouxeram questões significativas no tocante ao uso do rastreamento ocular na investigação do viés atencional na ansiedade. Algumas delas dizem respeito à necessidade de melhorias nos protocolos, mas a principal questão refere-se à observação do mecanismo de manutenção como principal fator envolvido no processamento da atenção na ansiedade. Tal fato diverge da maioria das pesquisas anteriores, trazendo implicações importantes para o entendimento de como se dá a manutenção dos sintomas ansiosos. Já o Artigo II teve como objetivo investigar o VAA mediante exposição de expressões faciais com medidas de RO. Utilizou-se uma amostra por conveniência de 76 participantes, divididos em três grupos, de acordo com a pontuação no IDATE-T: Baixa Ansiedade Traço (BAT; n = 26), Moderada Ansiedade Traço (MAT; n = 25), e Alta Ansiedade Traço (AAT; n = 25). Por meio de ANOVAs mistas os resultados evidenciaram um viés de vigilância para expressões de nojo independentemente do nível de ansiedade; e um viés de manutenção para expressões de alegria do grupo BAT em comparação com o grupo AAT, independentemente do tempo de apresentação dos estímulos. Apesar dos dados concordarem em parte com estudos na área, as hipóteses levantadas nesta pesquisa não foram corroboradas. Diferente disso, os resultados mostraram um processamento atencional diferenciado e evidenciaram questões fundamentais relacionadas à importância de estímulos positivos no tratamento da ansiedade e às especificidades dos tipos, níveis e características dos estímulos utilizados nas pesquisas. Conclui-se assim, que, de uma forma geral, esta tese mostra um direcionamento um pouco distinto do que tem sido encontrado na literatura e propõe um padrão de processamento atencional diferenciado, que pode ser considerado em estudos futuros na investigação do VAA.
  • CIBELE SOARES DA SILVA COSTA
  • CONTEXTOS DE DESENVOLVIMENTO E PROJETOS DE VIDA DE JOVENS NOS PROGRAMAS DE ACOMPANHAMENTO AOS EGRESSOS DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO
  • Data: 20/04/2021
  • Hora: 14:00
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  • O objetivo geral desta tese é: analisar os contextos de desenvolvimento proporcionados pelos programas de acompanhamento aos jovens egressos de medida socioeducativa de internação para a construção e efetivação do projeto de vida. Os objetivos específicos são: Identificar os princípios e diretrizes que norteiam o acompanhamento dos programas de jovens egressos de MSEI; Identificar os objetivos do acompanhamento ofertado nos programas de jovens egressos de MSEI; Caracterizar o jovem acompanhado nos programas de egresso de MSEI; Caracterizar as ações oferecidas nos programas de acompanhamento aos jovens egressos de MSEI; Analisar a trajetória de acesso e permanência do jovem nos programas de acompanhamento aos egressos de MSEI; Analisar quais atividades são ofertadas nos programas de acompanhamento aos jovens egressos de MSEI e se estas possibilitam o desenvolvimento e efetivação dos projetos de vida. Defende-se a tese que, a implementação dos programas de acompanhamento aos jovens egressos de medidas socioeducativa, se caracteriza enquanto ações fragmentadas e compensatórias na política de socioeducação, não visando o desenvolvimento omnilateral do jovem, mas por exercer uma função mediadora e da articulação das políticas sociais, pode contribuir na garantia dos direitos sociais e fornecer algumas atividades para a efetivação dos projetos de vida dos jovens. Os referenciais teóricos que nortearam a análise são a perspectiva crítico-dialética das Políticas Sociais e a Psicologia histórico-cultural. A pesquisa de campo foi realizada com programas em três estados brasileiros – Bahia, Paraíba e Rio Grande do Sul, realizando-se dois estudos empíricos: Estudo I - Caracterização dos programas de acompanhamento aos jovens egressos da medida socioeducativa de internação, realizado em duas etapas, intituladas: Etapa I – Análise documental: bases dos programas de acompanhamento aos egressos de medida socioeducativa de internação, e Etapa II – Os programas de acompanhamento aos egressos de MSEI na perspectiva dos atores. Na primeira etapa realizou-se uma pesquisa documental, analisando-se as leis, documentos orientadores, cartilhas e instrumentais técnicos e na segunda etapa realizou-se entrevistas semiestruturadas com 10 profissionais das equipes técnicas de referência e 4 membros da coordenação e gestão nos três programas. No Estudo II foram realizadas entrevistas abertas individuais com 9 jovens egressos de MSEI, acompanhados pelos programas. Os dados dos dois estudos foram analisados utilizando-se a Análise Temática de Conteúdo e na pesquisa documental utilizou-se o software MaxQDA. A análise possibilitou identificar que os programas de acompanhamento aos egressos de MSEI necessitam de maiores investimentos, que assegurem a permanência da oferta, a partir do estabelecimento de um serviço de caráter continuado na política de socioeducação; que as ações realizadas nos programas estão guiadas pela articulação com as políticas sociais correspondentes aos eixos pedagógicos do atendimento socioeducativo; que os jovens acompanhados, necessitam e reconhecem a intervenção dos programas no auxílio da construção e efetivação do projeto de vida; para que a construção do projeto de vida seja efetivo, os programas necessitam ofertar condições de acesso e permanência; a construção e efetivação dos projetos de vida auxiliado pelos programas ocorre na medida em que são realizados o planejamento e disponibilizados as atividades principais e codeterminantes para o desenvolvimento dos jovens. Diante disso, conclui-se que os programas de acompanhamento aos egressos de MSEI podem funcionar como contextos de desenvolvimentos dos projetos de vida dos jovens, na medida em que, ao realizar a mediação com a políticas sociais, fornecem os elementos e atividades fundamentais para a construção de novos interesses, proporcionando novas situações sociais de desenvolvimento.
  • VANESSA DA CRUZ ALEXANDRINO
  • PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL, ARTE E DESENVOLVIMENTO HUMANO: CONTRIBUIÇÕES PARA PRÁTICA DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
  • Data: 08/04/2021
  • Hora: 15:00
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  • A arte é considerada uma ação humana intencional, que reúne elementos do meio cultural e influencia no desenvolvimento de funções psicológicas humanas, a exemplo da imaginação, potencializada pela diversidade de experiências vivenciadas pelos sujeitos. Apoiada em argumentos apresentados em pesquisas no campo da Educação Infantil e em documentos oficiais que orientam práticas neste contexto, esta Tese defende que a criança tem o direito a vivências estéticas que potencializem o desenvolvimento global infantil. Diante disso, o objetivo geral deste estudo foi analisar as concepções e atuação de profissionais de Educação Infantil sobre arte e suas configurações, nesse contexto. Participaram deste estudo, 14 profissionais da educação que atuavam junto a Centros de Referência em Educação Infantil (CREI), na cidade de João Pessoa-PB. Para atender aos objetivos deste estudo, foi realizado um levantamento da literatura em bases de dados acadêmicos sobre esta temática; a análise do perfil sociodemográfico dos profissionais participantes do estudo; uma análise de documentos oficiais de Centros de Referência em Educação Infantil- CREIS; entrevistas com profissionais da Educação Infantil; e observações em contextos de Educação Infantil, que incluíram o mapeamento dos espaços e fotografia das produções artísticas infantis. Os resultados deste estudo foram discutidos com base na Psicologia histórico-cultural do desenvolvimento humano de Vigotski, incluindo aqui pesquisadores contemporâneos dessa vertente teórica e do campo da Educação Infantil. No que se refere ao levantamento da literatura, a maior parte dos estudos relacionados à temática são voltados à contação de histórias, embora não tenham sido encontradas produções acadêmicas nas quais o psicólogo escolar seja o profissional que utiliza recursos artísticos como ferramenta de mediação nas instituições de Educação Infantil. A análise dos documentos oficiais das instituições de Educação Infantil pesquisadas permitiu identificar que a imaginação e a criação comparecem nestes documentos, mas associadas às datas comemorativas e culminâncias de projetos das instituições. As entrevistas permitiram verificar que a arte é compreendida pelos profissionais entrevistados por meio das expressões de atos criativos infantis e pelas atividades pedagógicas realizadas. Esta recolha de informações permitiu, ainda, verificar que os profissionais da educação entrevistados, atribuem a habilidade de criar ao “dom artístico” ou ainda, à maturação infantil para criar. Contudo, um conjunto de psicólogas mencionou a importância da formação continuada para que profissionais da Educação Infantil possam internalizar conceitos sobre imaginação e criação, e assim auxiliar os diálogos junto aos demais profissionais destes contextos. As observações, descritas e analisadas, revelaram que as atividades desenvolvidas junto às crianças eram realizadas pela pintura de materiais xerografados, leitura de livros pela professora, construção de cartaz com os alunos, e desenhos, todos com base no que foi trabalhado pelas docentes. Estas observações levaram à percepção de que as professoras de Educação Infantil não exploravam recursos artísticos, e quando exploravam algum tipo de material, as atividades limitavam a imaginação das crianças e suas criações. Defende-se o direito de crianças nos anos iniciais de escolarização vivenciarem experiências diversificadas de aprendizado, mediadas por profissionais de Educação Infantil, que utilizem como ferramenta pedagógica, recursos artísticos, uma vez que tais recursos potencializam o desenvolvimento de funções psicológicas superiores e colaboram com processos de aprendizado, nestes contextos. Ademais, o desenvolvimento humano mediado pela arte, desde a infância, encontra-se amparado por documentos oficiais da Educação Infantil, pesquisas no campo da Psicologia histórico-cultural e da Educação Infantil, o que os tornam imprescindíveis para profissionais da Educação Infantil, em suas práticas junto às crianças.
  • JESSICA ANDRADE DE ALBUQUERQUE
  • Análise da habilidade de atenção conjunta em interações educadora-bebê: um estudo em contexto de creches
  • Data: 08/04/2021
  • Hora: 09:00
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  • A presente tese evidencia as interações educadora-bebê em contexto de creches e demarca a relevância da habilidade sociocognitiva da atenção conjunta como importante elemento para o desenvolvimento global infantil, sendo organizada em três estudos que exploram a temática. O primeiro estudo consiste em uma revisão sistemática sobre as repercussões da atenção conjunta na cognição social infantil em interações educadora-bebê em contextos de creches. A revisão seguiu as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyse (PRISMA) e a análise dos estudos selecionados revelou que os bebês ao se engajarem em episódios de atenção conjunta com seus educadores apresentaram desenvolvimento da comunicação e linguagem oral, passaram a se interessar mais pelas ações do parceiro, a se comunicar com maior frequência suas intenções e a direcionar ativamente a atenção para o objeto ou atividade de interesse, o que possibilitou afirmar que a atenção conjunta estabelecida entre educador e bebê, em contextos de creches, repercute na cognição social do bebê. O segundo estudo refere-se a uma pesquisa sobre as concepções de educadoras infantis acerca de sua atuação junto a bebês, discutindo suas repercussões nas interações estabelecidas. Os resultados desse estudo evidenciaram uma dissonância entre as verbalizações de educadoras infantis sobre o desenvolvimento de bebês, sua atuação em creches, e o que postulam teóricos da psicologia do desenvolvimento de base histórico-cultural e os documentos oficiais que norteiam a Educação Infantil brasileira sobre o assunto. Discute-se o impacto dessas concepções para as interações estabelecidas e a relevância de formações continuadas em serviço direcionadas aos educadores infantis com vistas a promover práticas amparadas em pressupostos teórico-metodológicos científicos que ressaltem o espaço de educação infantil como promotor de aprendizado e desenvolvimento. O terceiro estudo aborda uma pesquisa longitudinal que investigou as configurações de atenção conjunta em interações educadora-bebê em creches em três etapas do desenvolvimento em situação de brincadeira livre e estruturada. Os resultados deste estudo demonstraram diferentes configurações da habilidade de atenção conjunta ao longo dos três períodos do desenvolvimento observados e a emergência de outras habilidades sociocomunicativas e linguísticas que mobilizam e redirecionam as interações com as educadoras em cada período. Considera-se que o conjunto de resultados extraídos da presente tese contribuem para a discussão sobre os processos de desenvolvimento de bebês em creches no primeiro ano de vida, para o planejamento de intervenções no âmbito da educação infantil, com vistas à promoção de ações potencializadoras de desenvolvimento nos contextos de creches e na proposição de realizações de pesquisas futuras na área.
  • JÉSSYCA CRISTINA MOURA NUNES
  • VANDALISMO NA ESCOLA: UMA EXPLICAÇÃO PAUTADA NOS TRAÇOS DE PERSONALIDADE, VALORES HUMANOS E DESEMPENHO ACADÊMICO
  • Data: 31/03/2021
  • Hora: 17:00
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  • A presente dissertação objetivou conhecer em que medida os traços de personalidade, os valores humanos e o desempenho acadêmico explicam o vandalismo na escola. Para tanto, foram elaborados dois artigos e o terceiro encontra-se em construção. No Artigo 1, de natureza teórica, propôs-se introduzir a temática do vandalismo nas escolas, caracterizado com o ato de destruir ou inviabilizar os espaços e objetos escolares, podendo acarretar danos ambientais e sociais. O Artigo 2 versou sobre a elaboração da Escala de Condutas Vândalas na Escola (ECVE), reunindo evidências de suas propriedades psicométricas. Para tal, dois estudos foram realizados com amostras de estudantes do ensino fundamental II. No Estudo 1 (N = 200; Midade = 13,8; DP= 1,51, 54% do sexo masculino), os estudantes responderam a Escala de Condutas Vândalas na Escola e perguntas sociodemográficas. Uma análise fatorial exploratória indicou uma estrutura bifatorial, composta por 24 itens. No Estudo 2 (Midade = 13,7; DP = 1,71; 51,5% do sexo masculino), os participantes responderam a ECVE, agora com 14 itens. Uma análise fatorial confirmatória corroborou com a estrutura bifatorial: Atos de destruição (α = 0,71) e Atos de desfiguração (α =0,75) [CFI = 0,89 e RMSEA = 0,07 (IC90% = 0,05 - 0,08)]. Com evidências atestando a adequação da ECVE, partiu-se para o Artigo 3, que objetivou avaliar o vandalismo na escola, traços de personalidade sombria, valores humanos e desempenho acadêmico. Especificamente, pretendeu-se (1) conhecer a relação entre o vandalismo na escola, os traços de personalidade e os valores humanos e (2) entender o papel dos traços de personalidade sombria, dos valores humanos e do desempenho acadêmico na explicação do vandalismo na escola. Para isso, participaram 400 estudantes do ensino fundamental II (Midade = 13,7; DP= 1,61; 52,8% do sexo masculino), estes responderam questões demográficas e as seguintes medidas: Escala de Condutas Vândalas na Escola (ECVE), Dark Triad Dirty Dozen (DTDD), Questionário dos Valores Básicos (QVB) e Escala de Autoavaliação do Desempenho Acadêmico (EADA). Os resultados indicaram que o vandalismo na escola se correlacionou com personalidade sombria e suas dimensões; valores suprapessoais, normativo e de realização; desempenho acadêmico. Também constatou-se que as variáveis que melhor explicaram o vandalismo na escola são os traços de personalidade sombria e o desempenho acadêmico. Diante dos achados, acredita-se que o objetivo central foi alcançado, com a construção de uma medida com evidências psicométricas adequadas, além de contribuir para o entendimento do vandalismo na escola.
  • AMANDA NUNES DO NASCIMENTO
  • COMPRAS ON-LINE NAS REDES SOCIAIS: UMA ANÁLISE EXPLICATIVA PAUTADA NA TEORIA DO COMPORTAMENTO PLANEJADO
  • Data: 31/03/2021
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação tem como objetivo geral verificar o papel de fatores internos e externos da Teoria do Comportamento Planejado (TCP) na intenção de compra on-line nas redes sociais. Para tanto, foram realizados quatro estudos, no Estudo 1 foi realizada uma revisão sistemática visando integrar os principais achados acerca da temática. De um total de 198 artigos, 6 estudos foram selecionados, os quais demonstraram a escassez de pesquisas sobre compras on-line a partir da TCP. No Estudo 2, foi realizado um levantamento de caráter descritivo sobre as crenças a respeito da CONRS. Foram aplicados questionários abertos com 30 pessoas da cidade de João Pessoa - PB, com idades entre 19 e 37 anos (M = 25,1 anos, DP = 6,27). Os dados foram transcritos e analisados no IRAMUTEQ, onde foi realizada uma Análise Hierárquica Descendente. Em linhas gerais, foi possível evidenciar que as crenças estão relacionadas a aspectos positivos e negativos (preços acessíveis, demora na entrega) e foram significativamente afetadas pelas influências sociais (família, amigos) e pelas condições percebidas (facilidade, medo). Já no Estudo 3, o objetivo foi elaborar, testar a estrutura fatorial e verificar a consistência interna da Escala de compras on-line nas redes sociais. Participaram deste estudo 250 pessoas, majoritariamente do sexo feminino (70,4%), com idades entre 18 e 61 anos (M = 28,0 anos; DP = 8,65). Por meio da análise confirmatória, o modelo tetra-dimensional foi o que apresentou melhores índices de ajuste. Deste modo, a validade fatorial da escala foi corroborada com os pressupostos da TCP, e a medida final constou de 19 itens. Ademais, pode-se comprovar a consistência interna da medida, onde foram obtidos alfa e ômega de 0,93. Por fim, no Estudo 4, testaram-se dois modelos explicativos baseados na TCP. Participaram deste estudo 250 pessoas, a maioria do sexo feminino (67,2%) e com idade entre 18 a 71 anos (M= 25,76; DP= 7,63), os quais responderam a escala do estudo anterior, bem como outras escalas (big five, questionário de publicidade e sociodemográfico). Por meio da path analysis os modelos foram testados e verificou-se que o modelo original TCP apresentou melhores índices de ajuste que o modelo estendido. Analisou-se também os efeitos dos construtos na intenção de compra on-line nas redes sociais, onde foi possível observar que a atitude e a norma subjetiva foram antecedentes significativos da intenção de compras on-line nas redes sociais e o controle percebido se mostrou como um elemento ativador da norma na intenção. Esses resultados fornecem subsídios importantes sobre o comportamento de compra on-line nas redes sociais a partir de uma perspectiva teórica consolidada na psicologia social. Finalmente, espera-se que os resultados apresentados e discutidos nesta dissertação possam contribuir com a comunidade acadêmica, especificamente no âmbito da psicologia social e do comportamento do consumidor.
  • RAYSSA SOARES PEREIRA
  • A ORIENTAÇÃO PARA COMPARAÇÃO SOCIAL COMO MEDIADORA DA PERSONALIDADE E AFETIVIDADE NEGATIVA
  • Data: 31/03/2021
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação objetivou explicar o papel mediador da orientação para comparação social na relação entre personalidade e afetividade negativa. Para alcançar esse objetivo, esta dissertação compõe-se de três artigos. O Artigo 1 trata-se de uma revisão teórica acerca das contribuições da personalidade, orientação para comparação social na explicação da afetividade negativa. Evidências sugerem que os construtos abordados são variáveis significativas para analisar como, em conjunto, a personalidade e a orientação para comparação social podem contribuir para o surgimento da afetividade negativa. O Artigo 2 teve como objetivo adaptar para o contexto brasileiro a Escala de Orientação para a Comparação Social (INCOM). Realizaran-se dois estudos: o primeiro exploratório, com 356 participantes (Midade = 35,42; DPidade = 8,29), 73% mulheres. Que sugeriu uma estrutura bifatorial (Aptidão e Opinião) e apresentou índice de confiabilidade adequada. O segundo, com 300 participantes (Midade = 21,77; DPidade = 2,51), 74,8% mulheres. Análises confirmatórias (AFCs) apontam indicadores satisfatórios no modelo bifatorial: (CFI = 0,85, TLI = 0,88, RMSEA = 0,13) e unifatorial: (CFI = 0,70, TLI = 0,76, RMSEA = 0,18), porém, o modelo bifatorial foi estatisticamente superior. Posteriormente, realizaram-se AFCs para versão reduzida da medida para os modelos bifatorial: (CFI = 0,99, TLI = 0.98, RMSEA = 0,06) e unifatorial (CFI = 0,63, TLI = 0,80, RMSEA = 0,26), o modelo bifatorial foi estatisticamente superior. Ademais, reuniram-se evidências de validade convergente, considerando as duas versões da INCOM (completa e curta) e Autoestima (EAR). Correlações de Pearson apresentaram relações negativas e estatisticamente significativas (p < 0,000) entre autoestima e os fatores da orientação para comparação social. Na versão completa, verificou-se: Aptidão (r = - 0,46) e Opinião (r = - 0,20). Na versão curta: Aptidão o (r = - 0,43) e Opinião (r = - 0,22). Estes resultados indicam que pessoas com alta orientação para comparação social, possivelmente tendem a apresentar baixa autoestima. Em síntese, os estudos empíricos demonstraram evidências satisfatórias de validade fatorial e consistência interna, possibilitando verificar a sua adequação para o contexto considerado. Por último, o Artigo 3 propôs verificar o papel mediador da orientação para comparação social na relação entre personalidade e afetividade negativa. Participaram 416 pessoas (Midade = 29,33, DP = 11,60), 66,8% mulheres, que responderam ao Inventário dos Cinco Grandes Fatores, Escala de Orientação para Comparação Social, Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse e questões demográficas. Os resultados demonstraram que a afetividade negativa foi explicada pelo traço de personalidade neuroticismo e orientação para comparação social. Por conseguinte, testou-se os feitos da personalidade na afetividade negativa, mediadas por orintação para comparação social. Observaram-se efeitos indiretos significativos da orientação para comparação social na relação entre neuroticismo e depressão, ansidade e estresse. Portanto, conclui-se que o neuroticismo pode induzir à uma maior tendência para comparação social e, conjuntamente, esses fatores interferirem no surgimento e manutenção da sintomatologia de depressão, ansiedade e estresse. Os achados deste estudo oferecem recursos científicos que podem auxiliar na compreensão das relaçõs sociais e no desenvolvimento de novas pesquisas e intervenções eficazes para a saúde mental.
  • MAIANNA COSTA FERNANDES
  • Da Comparação Social à Ideação Suicida: O Papel Mediador da Autoestima e de Sintomas Depressivos
  • Data: 30/03/2021
  • Hora: 15:00
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  • O suicídio é considerado uma grave questão de saúde pública em todo o mundo e muitos estudos têm sido empregados para identificar fatores que contribuem com a sua etiologia. Neste estudo propomos a comparação social (i.e., a tendência das pessoas a avaliarem-se em comparação com as outras) como um fator associado à ideação suicida, sendo essa associação sequencialmente mediada pela autoestima e depressão. No Estudo 1 (N = 210), a análise da mediação foi realizada para testar se a associação entre comparação social e ideação suicida era mediada sequencialmente pela autoestima e depressão. Com o resultado foi verificado que a comparação tem impacto negativo na autoestima e, subsequentemente, na sintomatologia depressiva e na ideação suicida. No Estudo 2 (N = 270), manipulamos uma comparação social favorável aos participantes a fim de verificar sua influência na autoestima e, sequencialmente, na depressão e na ideação suicida. Os resultados indicaram que a manipulação da comparação social influenciou a autoestima, o que, subsequentemente, implicou menos sintomas de depressão e menor índice de ideação suicida. A síntese dos resultados mostra que, quando as pessoas são questionadas para indicar o quanto se compara com as outras, comparação social resultante está associado à maior ideação suicida, mas este fenômeno pode ser inibido com uma intervenção que promove comparações favoráveis na medida em que compromete a autoestima e leva à sintomatologia depressiva. O que indica a necessidade de implementação de programas que visem a melhora da autoestima como forma de intervenção.
  • FERNANDA DA SILVA MIRANDA
  • INTERAÇÃO MÃE-CRIANÇAS GÊMEAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: ANÁLISE DOS COMPORTAMENTOS COMUNICATIVOS
  • Orientador : NADIA MARIA RIBEIRO SALOMAO
  • Data: 30/03/2021
  • Hora: 14:00
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  • O presente estudo buscou analisar as interações mãe-crianças gêmeas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em situações de brincadeira livre. Verificou-se especificamente os estilos comunicativos utilizados pela mãe ao se dirigir às crianças, como também a participação e respostas destas aos enunciados maternos, nesse contexto interativo. Participaram do estudo uma mãe e seus filhos gêmeos de 4 anos de idade, do sexo masculino e diagnosticados com TEA, ambos com nível de comprometimento grave, de acordo com a escala CARS (Childhood Autism Rating Scale) aplicada com a mãe. Também foi realizada uma entrevista semiestruturada, com a finalidade de coletar os dados sociodemográficos a respeito da mãe e das crianças gêmeas, como também o processo diagnóstico do TEA, as rotinas/atividades das crianças e as concepções maternas sobre o desenvolvimento delas e realizadas observações na residência da família, em situações de brincadeira livre, registradas através de filmagens por meio de uma câmera de vídeo digital. As crianças foram observadas com a mãe separadamente, durante 20 minutos. A análise dos dados ocorreu a partir da transcrição da entrevista materna e da transcrição das observações seguindo as normas do programa computacional CHILDES (Child Language Data Exchange System). Os resultados indicaram que os estilos comunicativos maternos verbais mais apresentados aos gêmeos nas sessões de brincadeira livre foram os diretivos, seguido pelas requisições. As análises concernentes aos tipos de diretivos que predominaram na fala materna revelaram que, com ambos os gêmeos, os diretivos de instrução e os diretivos de atenção foram os mais utilizados, indicando que no intuito de interagir com as crianças a mãe buscava engajá-las nas atividades e brincadeiras, na maioria das vezes, através de comandos e solicitações para que participassem das atividades propostas. Com relação aos comportamentos comunicativos da criança, ambos os gêmeos apresentaram uma maior proporção de resposta não verbal inadequada aos enunciados maternos, que decorreu nos momentos em que demonstraram recusa e desinteresse nas atividades propostas, apresentadas ou solicitadas, como também distrações em outras atividades. Todavia, estes resultados foram problematizados considerando que as crianças estão dentro do espectro autista. Cabe ainda salientar que o fato do presente estudo ter sido realizado com as duas crianças gêmeas com TEA interagindo separadamente com sua mãe permitiu melhor avaliar os estilos comunicativos maternos dirigidos a elas e como esses estilos são influenciados não apenas pelo contexto da brincadeira em que estão inseridas, mas também pelas características próprias de cada criança. Ademais, espera-se que este estudo contribua para uma melhor compreensão acerca dos estilos comunicativos maternos dirigidos às crianças com TEA nos contextos de interação, bem como da participação das crianças neste processo interativo, considerando que elas possuem comprometimentos na dimensão comunicativa e de interação social. Logo, a partir da compreensão das maneiras peculiares pela qual essas crianças estabelecem suas relações e se comunicam, contribuirá para que, dentro do contexto interativo, as mães possam respondê-las conforme suas particularidades, favorecendo seu desenvolvimento.
  • WILZA KARLA DOS SANTOS LEITE
  • Rotações de tarefas baseadas nas cargas físicas e psicológicas: uma proposta para a indústria calçadista
  • Data: 30/03/2021
  • Hora: 14:00
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  • Esta tese objetiva propor modelos de rotações de tarefas em células de produção de calçados para minimizar o risco para distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) integrando cargas físicas e psicológicas. Para tal, foram elaborados cinco artigos. O primeiro artigo objetivou analisar os fatores relacionados às queixas de saúde e à gravidade de recorrência em trabalhadores da indústria calçadista ao longo de dois anos. Foram averiguados 9016 casos de queixas de trabalhadores de diversos setores da indústria calçadista nos anos de 2018 a 2019. As cargas físicas foram avaliadas por meio do Occupational Repetitive Actions e as psicológicas, pela versão resumida e adaptada para o português da Job Stress Scale. Para analisar os fatores associados às queixas utilizou-se um modelo de regressão logística binária e para a recorrência, um modelo de Poisson. Constatou-se que: (1) a maioria das atividades apresenta risco para distúrbios osteomusculares e os trabalhadores, baixa latitude de decisão; (2) as queixas de saúde abrangeram diferentes funções corporais fisiológicas e psicológicas; (3) mulheres, setor de produção e apoio à produção e segundo turno de trabalho apresentam uma estimativa de recorrência maior; (4) as queixas relacionadas ao sistema neuromusculoesquelético e a prescrição de relaxantes musculares estão entre as mais recorrentes; e, (5) um padrão sazonal de adoecimento parece ocorrer no último trimestre do ano e aumentar de acordo com o tempo e demandas de produção. Concluiu-se que as queixas podem estar relacionadas a movimentos realizados acima das amplitudes recomendadas, ciclos curtos das atividades, repetitividade maior ou igual a 51% do tempo total da jornada e pouca margem de manobra. O segundo artigo objetivou analisar os fatores relacionados ao afastamento e os indicadores de adoecimento em termos de recorrência e dias perdidos em trabalhadores de uma empresa de calçados. Foram averiguados 9072 casos de afastamento do trabalho em unidades de produção de calçados nos anos de 2014 a 2017. Utilizou-se um modelo de regressão logística binária para estimar o risco de ocorrência de um acometimento no estado de saúde associado ao sexo, unidade de produção e setor de trabalho; e, um modelo de Poisson para analisar o tempo e recorrência dos afastamentos conforme sexo, função corporal afetada, unidade de produção e setor de trabalho. Constatou-se que: (1) a maioria das unidades de produção e setores de trabalho relacionou-se a uma ou mais funções corporais afetadas; (2) as disfunções neuromusculoesqueléticas e relacionadas com o movimento e os setores de preparação de entressolas e solados; corte e montagem dos componentes dos calçados; e, acabamento, inspeção da qualidade do produto final demandam um maior tempo de recuperação para o retorno ao trabalho e possuem uma maior recorrência de afastamentos; (3) as mulheres parecem ser mais afetadas em termos de reaparecimento dos sintomas. Concluiu-se que lesões osteomusculares e os riscos biomecânicos, organizacionais e psicossociais parecem influenciar na gravidade dos indicadores de adoecimento. O terceiro artigo objetivou investigar a influência de fatores biomecânicos, psicossociais, ambientais e individuais nos sintomas locais e múltiplos de DORT em trabalhadores de uma empresa de manufatura de calçados. A amostra foi composta por 267 trabalhadores. Os resultados mostraram que: (a) idade, sedentarismo, postura inapropriada e esforço percebido foram associados a sintomas nos ombros, e a combinação desses fatores aumentou em quatro vezes as chances de ocorrência; (b) postura inpropriada, esforço percebido e bullying estavam relacionados a sintomas nos punhos, e a combinação desses fatores aumentou em sete vezes as chances; e, (c) postura inapropriada, esforço percebido, tempo de trabalho na empresa e baixo apoio social foram associados a sintomas múltiplos e sua combinação aumentou as chances em até 30 vezes. O quarto artigo objetivou propor um modelo de rotações de tarefas em células de produção de calçados visando reduzir a exposição ao risco para DORT considerando cargas físicas e psicológicas. Avaliou-se a carga física pelo método Occupational Repetitive Actions e a psicológica, pela versão resumida e adaptada para o português da Job Stress Scale. Foram encontradas cinco soluções de rotações para as células de produção de sandálias (CPS) e doze para as células de produção de tênis (CPT). Houve redução na variação das cargas físicas e psicológicas em todas as soluções de ambas as células quando comparadas à condição sem rotação. Porém, para as CPS a redução da variação entre as cargas físicas das condições sem e com rotações não foi significativa devido à similaridade dos índices de exposição. Embora as soluções minimizem à exposição ao risco para DORT é necessário o replanejamento das atividades e dos postos de trabalho. Por fim, o quinto artigo objetivou adaptar para a língua portuguesa a New Job Stress Scale (NJSS), que mensura um conjunto de estressores relacionados ao desenvolvimento do trabalho. Foram aplicadas uma versão traduzida e adaptada para o português da NJSS e a versão resumida e adaptada para o português da JSS. Participaram 674 trabalhadores (setor industrial e de serviços) de cinco cidades brasileiras. Considerando-se os indicadores de ajuste, um modelo com 20 itens se mostrou mais adequado que o original (χ²/gl = 2,22; CFI = 0,95; GFI = 0,96; TLI = 0,94; ECVI = 1,96; e, RMSEA = 0,08). Concluiu-se que a NJSS apresenta uma estrutura fatorial confiável para mensurar o estresse ocupacional no Brasil.
  • SAULO BAGATINI SILVA
  • IDEOLOGIA, INSERÇÕES SOCIAIS E PERCEPÇÕES SOBRE A CRISE DURANTE AS ELEIÇÕES DE 2018
  • Orientador : LEONCIO FRANCISCO CAMINO RODRIGUEZ LARRAIN
  • Data: 29/03/2021
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertação foi concebida na segunda metade de 2018, quando o Brasil vivenciava um período de acentuada turbulência social e política, em meio a um cenário amplamente noticiado de crise econômica e política e polarização ideológica. Nesse sentido, este trabalho teve o objetivo de investigar como os conflitos ideológicos estruturais se manifestavam nas visões da população, a partir de variáveis como a tendência política, a visão da estrutura sóciopolítica e as percepções a respeito do contexto da época. Objetivou-se também investigar o papel das inserções sociais dos indivíduos sobre essas percepções e posicionamentos. Foram realizados dois estudos empíricos, que resultaram na elaboração de três artigos. O primeiro artigo propôs-se a realizar uma espécie de mapeamento da forma como os diversos posicionamentos no espaço político e percepções sobre o cenário de crise se apresentavam no momento histórico concreto da realização da pesquisa. Participaram deste estudo 159 estudantes universitários, com média de idade de 21.5 anos (DP = 5.6), distribuídos de forma balanceada quanto ao sexo, que responderam a um questionário com questões fechadas e abertas. Foi realizada uma Classificação Hierárquica Descendente a respeito da natureza da crise, que obteve cinco classes: Estrutural; Valores; Polarização; Representatividade e Administrativa. Foram encontradas três visões sobre a estrutura sócio-política, que relacionaram-se com a tendência política. Foi observada a existência de percepções e sentimentos polarizados acerca do cenário político, que também relacionaram-se com a tendência política. O segundo artigo, realizado com a mesma amostra, objetivou investigar o papel das inserções sociais sobre os posicionamentos político-ideológicos e a crença no mundo justo. As inserções sociais Sexo, Curso, Renda Familiar e Religião relacionaram-se de maneira significativa com a Tendência Política. As inserções Sexo, Curso e Religião relacionaram-se com a confiança nas instituição. As variáveis Curso e Religião associaram-se com a Crença no Mundo Justo. O terceiro artigo teve o objetivo de aprofundar-se sobre quais eram as diferentes percepções existentes acerca de temas e figuras que vinham obtendo destaque midiático no cenário de crise e como as mesmas relacionavam-se com a tendência política. Participaram da pesquisa 51 jovens abordados em shoppings, com idade média de 20 anos (DP = 3.5), sendo 55.1% do sexo feminino e 44.9% do sexo masculino. Os participantes foram abordados individualmente pelos aplicadores nas áreas comuns do shopping, e responderam a uma entrevista estruturada composta por questões abertas e fechadas. Foi realizada a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) para evocar respostas sobre fotos de Dilma, Lula e Bolsonaro. Os resultados indicaram a existência de representações opostas, que pareciam organizar-se a partir da Tendência Política. A Tendência Política mostrou-se ainda relacionada com a Confiança Institucional, com a preferência por páginas de Facebook de conteúdo político e com o posicionamento frente ao Lulismo e Antilulismo. De uma forma geral, os resultados dos estudos mostram a existência de percepções distintas e polarizadas da realidade brasileira, que organizam-se a partir de variáveis como a tendência política, a confianças nas instituições e as inserções sociais.
  • SAULO BAGATINI SILVA
  • IDEOLOGIA, INSERÇÕES SOCIAIS E PERCEPÇÕES SOBRE A CRISE DURANTE AS ELEIÇÕES DE 2018
  • Orientador : LEONCIO FRANCISCO CAMINO RODRIGUEZ LARRAIN
  • Data: 29/03/2021
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertação foi concebida na segunda metade de 2018, quando o Brasil vivenciava um período de acentuada turbulência social e política, em meio a um cenário amplamente noticiado de crise econômica e política e polarização ideológica. Nesse sentido, este trabalho teve o objetivo de investigar como os conflitos ideológicos estruturais se manifestavam nas visões da população, a partir de variáveis como a tendência política, a visão da estrutura sóciopolítica e as percepções a respeito do contexto da época. Objetivou-se também investigar o papel das inserções sociais dos indivíduos sobre essas percepções e posicionamentos. Foram realizados dois estudos empíricos, que resultaram na elaboração de três artigos. O primeiro artigo propôs-se a realizar uma espécie de mapeamento da forma como os diversos posicionamentos no espaço político e percepções sobre o cenário de crise se apresentavam no momento histórico concreto da realização da pesquisa. Participaram deste estudo 159 estudantes universitários, com média de idade de 21.5 anos (DP = 5.6), distribuídos de forma balanceada quanto ao sexo, que responderam a um questionário com questões fechadas e abertas. Foi realizada uma Classificação Hierárquica Descendente a respeito da natureza da crise, que obteve cinco classes: Estrutural; Valores; Polarização; Representatividade e Administrativa. Foram encontradas três visões sobre a estrutura sócio-política, que relacionaram-se com a tendência política. Foi observada a existência de percepções e sentimentos polarizados acerca do cenário político, que também relacionaram-se com a tendência política. O segundo artigo, realizado com a mesma amostra, objetivou investigar o papel das inserções sociais sobre os posicionamentos político-ideológicos e a crença no mundo justo. As inserções sociais Sexo, Curso, Renda Familiar e Religião relacionaram-se de maneira significativa com a Tendência Política. As inserções Sexo, Curso e Religião relacionaram-se com a confiança nas instituição. As variáveis Curso e Religião associaram-se com a Crença no Mundo Justo. O terceiro artigo teve o objetivo de aprofundar-se sobre quais eram as diferentes percepções existentes acerca de temas e figuras que vinham obtendo destaque midiático no cenário de crise e como as mesmas relacionavam-se com a tendência política. Participaram da pesquisa 51 jovens abordados em shoppings, com idade média de 20 anos (DP = 3.5), sendo 55.1% do sexo feminino e 44.9% do sexo masculino. Os participantes foram abordados individualmente pelos aplicadores nas áreas comuns do shopping, e responderam a uma entrevista estruturada composta por questões abertas e fechadas. Foi realizada a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) para evocar respostas sobre fotos de Dilma, Lula e Bolsonaro. Os resultados indicaram a existência de representações opostas, que pareciam organizar-se a partir da Tendência Política. A Tendência Política mostrou-se ainda relacionada com a Confiança Institucional, com a preferência por páginas de Facebook de conteúdo político e com o posicionamento frente ao Lulismo e Antilulismo. De uma forma geral, os resultados dos estudos mostram a existência de percepções distintas e polarizadas da realidade brasileira, que organizam-se a partir de variáveis como a tendência política, a confianças nas instituições e as inserções sociais.
  • NATÁLIA LEANDRO DE ALMEIDA
  • VISÃO DE CORES EM PARTICIPANTES INSONES
  • Data: 29/03/2021
  • Hora: 14:00
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  • A insônia é um transtorno do sono caracterizado pela dificuldade em iniciar ou manter o sono, acompanhada por uma sensação constante de sono insuficiente e pouco restaurador, que pode comprometer a saúde de forma geral e a qualidade de vida, além dos processos psicossociais e neurobiológicos. O objetivo deste estudo foi investigar o processamento visual de discriminação de cores de sujeitos adultos insones. Participaram desse estudo 31 voluntários, sendo: 16 no Grupo Controle (GC; 25,38 ± 4,1 anos de idade) e 15 no Grupo Estudo (GE; 27,6 ± 4,9 anos de idade). Foram utilizados como instrumentos o Índice de Gravidade da Insônia (ISI), Escala de insônia de Atenas, Índice da Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), Inventários de depressão e ansiedade de Beck (BAI e BDI) e o Questionário de Matutinidade e Vespertinidade (MEQ). Para avaliação da função visual utilizou-se Optotipos “E” de Rasquin para verificar a acuidade normal ou corrigida (20/20), o teste Placas Pseudo-isocromáticas de Ishihara e o teste de ordenamentos de matizes Lanthony Desaturated Test D-15. O estudo foi realizado em duas etapas, na primeira etapa foi realizado um rastreio de sinais para o transtorno da insônia por meio de questionário online e logo depois foram avaliados as medidas comportamentais subjetivas do sono e processamento visual de discriminação de cores. Para análise dos dados utilizou-se software estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, v. 25.0). Os resultados não apontaram diferença significativa entre a idade (p = 0,211) e o grau de escolaridade (p = 0,265) dos grupos. A análise de dados não paramétrica para grupos independente Mann-Whitney também não apontou diferenças significativas para o Índice de Confusão de Cores (ICC) [U = 74,00, p = 0,069, r = 0,32] e S-Index [U = 110,5, p = 0,707, r = 0,067]. Este estudo não apontou diferenças significativas entre a insônia e o teste de discriminação do cores. Contudo sugere-se mais pesquisas que utilizem o ordenamento de matizes por meio de testes comportamentais e eletrofisiológicas em pacientes insones e outros distúrbios do sono.
  • ALEFF SILVA ALEIXO
  • AS POLÍTICAS BRASILEIRAS SOBRE DROGAS E SUA DIMENSÃO ASSISTENCIAL SOB UM OLHAR CRÍTICO DIALÉTICO: DA REPÚBLICA VELHA À REFORMA PSIQUIÁTRICA (1889-2001)
  • Data: 29/03/2021
  • Hora: 09:00
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  • Desde o ano de 2016, as políticas brasileiras sobre drogas vêm sofrendo profundas modificações que podem ser resumidas à subsunção de sua dimensão de cuidado a regimes assistenciais pautados na abstinência, proibicionismo e manicomialização, o que vai de encontro aos princípios contidos no Sistema Único de Saúde (SUS), na Reforma Psiquiátrica Brasileira (RPb) e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Essas modificações vêm a reboque de uma reestruturação contrarreformista neoliberal de todo o Estado brasileiro, bem como de sua base econômica. Desse modo, a presente pesquisa teve como principal objetivo compreender como um paradigma de assistência às pessoas com problemas decorrentes do uso de drogas mundialmente reconhecido e respaldado pôde ser substituído por um regime assistencial datado, comprovadamente danoso e ineficaz que em muito lembra o passado do nosso país. Para tanto, lançamos mão de um exame histórico, à luz do materialismo histórico-dialético, das legislações brasileiras sobre drogas desde a proclamação da república até o ano de 2001 (portanto, o "antes" do que vivíamos antes), atentando para a forma como a dimensão assistencial aparece nesses dispositivos. Assim, associando tais políticas aos movimentos estruturais da formação social brasileira, que é de base colonial/dependente, e ao capitalismo enquanto totalidade social, pudemos assinalar que a repressão a pessoas que habitualmente usam drogas, sobretudo suas frações pobres e pretas, cumpre uma função fulcral para a manutenção da estrutura brasileira de classes desde sua alvorada, configurando-se, portanto, como um recurso oportuno para a atualização e alargamento do abismo social que marca nossa sociabilidade. No que tange às políticas sobre drogas, sobretudo em sua verve assistencial, o relativo progresso vivido entre 2001 e 2016, quando posto em perspectiva, é, na verdade, uma exceção que, até o presente momento, confirma a regra brasileira.
  • LAYS BRUNNYELI SANTOS DE OLIVEIRA
  • VALORES HUMANOS E CRESCIMENTO PÓS-TRAUMÁTICO: PAPEL MEDIADOR DA RESILIÊNCIA FAMILIAR EM PESSOAS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA
  • Data: 29/03/2021
  • Hora: 09:00
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  • A presente dissertação teve por objetivo testar o papel mediador da resiliência familiar na relação entre valores humanos e crescimento pós-traumático em pessoas com doença renal crônica. Deste modo, optou-se por realizar quatro estudos em formato de artigos. O Artigo 1, é uma revisão teórica e teve como objetivo realizar uma revisão teórica sobre as contribuições dos valores humanos, resiliência familiar e crescimento pós-traumático no enfrentamento de situações adversas. A revisão indicou que os construtos apresentados são variáveis importantes para analisar como pessoas com doença renal crônica lidam com a adversidade, além de fornecer explicações para o melhor entendimento das relações familiares que se processam no contexto da saúde mental dessas pessoas e como o apoio familiar pode contribuir com o crescimento pessoal e aceitação da doença. O Artigo 2 teve como objetivo adaptar para o contexto brasileiro a escala Family Resilience Assessment Scale (FRAS) reunindo evidências de validade e precisão. Para tanto, foram realizados dois estudos com participantes de diferentes estados brasileiros. Participaram do primeiro estudo, 314 pessoas (Midade = 31,87; DP = 10,58), sendo 56,4% do sexo feminino, 48,4% da Paraíba e São Paulo (20,4%). No estudo 1, foi realizada uma análise fatorial exploratória, que sugeriu uma estrutura tetrafatorial, com adequado índice de confiabilidade(CFI = 0,84, TLI = 0,83, RMSEA = 0,06). O Estudo 2 contou com 336 pessoas portadoras de doença renal crônica (Midade = 41,44; DP = 11,02), a maioria (54,1%) do sexo feminino, São Paulo (33,1%) e Rio de janeiro (14,5%)e que realizavam hemodiálise (46,4%). A análise fatorial confirmatória corroborou a estrutura composta por quatro fatores por meio de uma versão reduzida da escala (CFI = 0,96, TLI = 0,95, RMSEA = 0,07). Portanto, os resultados mostraram que a versão reduzida da FRAS pode ser uma alternativa para avaliar a resiliência familiar e seus correlatos no Brasil. O Artigo 3, objetivou verificar a influência de variáveis sociodemográficas na resiliência familiar em pessoas com doença renal crônica. Participaram da pesquisa 210 portadores de doença renal crônica (Midade = 42,1; DP = 10,80), sendo a maioria de São Paulo (29,5%), mulheres (68,6%), católicas (44,3%). Observou-se relações positivas e significativas entre o grau de religiosidade e o fator da resiliência familiar: espiritualidade familiar (r = 0,62; p = 0,01). Ademais, visando verificar se o tipo de religião influencia na resiliência familiar foi realizada uma MANOVA, a qual indicou que existem diferenças significativas apenas quanto ao tipo de religião no fator espiritualidade familiar [Lambda de Wilks = 0,668, F (24,618) = 3,164, p = 0,01, η² (tamanho do efeito) =0,09]. Os resultados sugerem que a religiosidade pode ajudar a superar as situações traumáticas pois, através dos ensinamentos religiosos, as pessoas socializam, inserem-se em grupos e participam de atividades sociais que acontecem com regularidade no contexto das comunidades religiosas, contribuindo como estratégia de adaptação a nível da estruturação da resiliência familiar. Por fim o Artigo 4, objetivou testar o papel mediador da resiliência familiar na relação entre valores humanos e crescimento pós-traumático em pessoas com doença renal crônica. Contou-se com 342 pessoas portadoras de Doença Renal Crônica (Midade = 41,37; DP = 11,06; amplitude 19 a 72 anos), de 24 estados brasileiros, maioria de São Paulo (32,7%), Rio de janeiro (14,6%) e mulheres (54,7%). Destes 46,2% realizam hemodiálise e 29,5% transplante de rins. Foram aplicadas a FRAS, PTGI, QVB além de questões demográficas. Realizaram-se correlações, seguidas de regressões. Modelos de mediação demonstraram a contribuição dos valores sociais (subfunções interativa e normativa), buscando verificar o poder preditivo crescimento pós-traumático, mediado pela resiliência familiar (utilização de recursos sociais e econômicos e espiritualidade familiar) em pessoas com doença renal crônica. Assim, conclui-se que melhorar os níveis de resiliência familiar pode ser uma maneira de minimizar os sintomas da doença e promover o crescimento em pessoas com doença renal crônica.
  • AMANDA WANDERLEY LEITE DE SOUSA
  • Mulheres na política: estereotipia, sexismo e posicionamento político
  • Data: 26/03/2021
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação teve como objetivo investigar a influência do posicionamento político de candidatas (e.g. conservadora/centro/progressista) e do sexismo ambivalente na atribuição de estereótipos às candidatas a cargos eletivos ao congresso nacional. Para alcançar esse objetivo, foram realizados dois estudos experimentais. Os resultados do Estudo 1 (N=112) mostrarm que, em conjunto, a candidata de direita pontuou menos do que as de centro e de esquerda nas três dimensões estereotípicas (moralidade, sociabilidade e competência), não havendo diferenças entre essas duas últimas candidatas. No Estudo 2 (N=129) analisou-se se a atribuição de estereótipos é influenciada pelo grau de adesão ao sexismo hostil ou benevolente. Os resultados mostraram que, entre as pessoas com baixo grau de adesão ao sexismo benevolente, a candidata de esquerda foi vista como possuindo mais atributos morais que a de centro e a candidata de direita foi vista como tendo menos atributos morais do que as outras duas. Pessoas com baixa adesão ao sexismo benevolente também apresentaram diferenças significativas na atribuição de estereótipos de sociabilidade e de competência entre as candidatas em todas as condições. Dessa forma, a candidata de esquerda foi vista como possuindo mais atributos de sociabilidade e de competência que a de centro e a candidata de direita foi vista como tendo menos atributos sociabilidade e de competência do que as outras duas. Entre os participantes com um baixo grau de adesão ao sexismo hostil, as candidatas de esquerda e de centro foram vistas como sendo igualmente morais, competentes e sociáveis e a candidata de direita como sendo menos moral, competente e sociável do que as outras duas duas. Chama atenção, no entanto, que não foram observadas diferenças significativas entre as candidatas na situação de alto sexismo hostil e benevolente. Em conjunto, os resultados dos dois estudos realizados mostram a importância tanto das pertenças sociais como das ideologias (e.g. sexismo ambivalente) na atribuição de estereótipos.
  • INGRID RAYSSA LUCENA FERREIRA
  • CONCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL ACERCA DA INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM MICROCEFALIA DECORRENTE DO VÍRUS ZIKA
  • Data: 26/03/2021
  • Hora: 14:00
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  • Estudos relatam que a infecção fetal pelo vírus da zika acarreta a denominada síndrome congênita pelo ZIKV que acarretam vários comprometimentos que vão além da microcefalia, que é uma anomalia congênita que possui causalidade complexa e multifatorial. Com o surto da febre do vírus zika em 2015 e o aumento dos casos de microcefalia em fetos de gestantes infectadas, evidenciou-se uma nova causalidade para a microcefalia. Pesquisas sobre essa síndrome demonstram a necessidade da estimulação sensorial precoce para minimizar as limitações e potencializar o desenvolvimento humano desde os anos iniciais, em contextos que podem favorecer interações sociais significativas e, consequentemente, promover aprendizado e desenvolvimento, tais como os espaços de Educação Infantil. Dessa forma, o objetivo geral dessa pesquisa é conhecer as concepções e expectativas de profissionais de educação infantil acerca de crianças com microcefalia por infecção fetal do vírus zika. Entende-se que estes aspectos podem influenciar os tipos de interações e propostas pedagógicas inclusivas que podem vir a ser implementadas com estas crianças. De modo específico, buscou-se levantar dados epidemiológicos sobre este grupo de crianças; descrever os programas e projetos desenvolvidos nas instituições de Educação Infantil; apreender as concepções e expectativas dos profissionais sobre o processo de inclusão, aprendizagem e desenvolvimento das crianças com microcefalia decorrente do vírus zika nos espaços públicos de Educação Infantil; listar os profissionais que atuam diretamente com as crianças; identificar as atribuições de profissionais da Educação Infantil no trabalho com essas crianças. Participaram deste estudo três gestoras, duas professoras e uma psicóloga que trabalham ou prestam serviço em instituições de Educação Infantil do município de João Pessoa/PB. Como instrumentos foram utilizados três roteiros de entrevista semiestruturada, um para cada categoria profissional e um questionário sociodemográfico. Os procedimentos para coleta, organização e análise dos dados seguiram as diretrizes de Bardin (2011). O resultado do levantamento da literatura sobre o tema demonstrou que predominaram estudos com viés neuropsicológico com foco em aspectos biológicos e individuais das crianças com microcefalia por infecção fetal por ZIKV, e nos cuidados a elas direcionados. Os resultados da análise documental acerca dos programas e ações desenvolvidas no contexto local sobre esse grupo de crianças sugerem uma compreensão desta questão estritamente no contexto médico e familiar. As ações que predominam nesses documentos são atendimentos em saúde, tais como puericultura, estimulação precoce e atendimento especializado, entre outras ações com menor frequência. Os resultados das entrevistas evidenciaram que as profissionais conhecem pouco sobre o referido grupo, afirmam não se sentirem preparadas para facilitar a inclusão deste público, e concebem como difícil a inclusão destes bebês e crianças na Educação Infantil. Entende-se como contribuições deste estudo aprofundar os conhecimentos sobre o grupo de crianças com microcefalia decorrente ao ZIKV no contexto local. Para compreender o processo de inclusão dessas crianças em Instituições de Educação Infantil, e assim como planejar propostas de intervenção inclusivas, mediadas pelo conhecimento psicológico, e que promovam seu desenvolvimento integral.
  • LINNIKER MATHEUS SOARES DE MOURA
  • PRECONCEITO, RELIGIOSIDADE E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: ARTICULAÇÕES SOBRE A ESQUIZOFRENIA
  • Orientador : SILVANA CARNEIRO MACIEL
  • Data: 24/03/2021
  • Hora: 15:00
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  • Quanto à temática dos transtornos mentais, o preconceito é um elemento que vem se reapresentando sistematicamente, e estudos demonstram que alguns transtornos sofrem mais do que outros, como é o caso da esquizofrenia. Desta forma, estudar este fenômeno requer diversos olhares e análises, principalmente sobre elementos que possam influencia nessa dinâmica que engloba práticas, realidades sociais e representações. Estudar essas representações também permite o contato com toda essa dinâmica social e psíquica, permite analisar aspectos que são um retrato da dinâmica social. O artigo 1, trouxe uma discussão teórica, conduzindo à a reflexão sobre a influência do contexto na formação e manutenção do preconceito, bem como na gênese e desenvolvimento das representações sociais e qual o papel da religiosidade nesta dinâmica. O artigo 2 (N=80; média de idade 29,91 anos, DP 10,81) teve por objetivo levantar e analisar as representações sociais sobre a esquizofrenia, encontrando que ela continua com um aspecto fortemente negativo, tendo um foco na patologização e nos sintomas, vinculado o transtorno a estereótipos estigmatizados, como os de periculosidade e agressividade. A representação traz a força do componente afetivo “medo”, no núcleo central da representação, indicando que a visão negativa sobre esquizofrenia influencia nas emoções expressas frente às pessoas com esse transtorno. Foi possível identificar que o preconceito e exclusão foram apresentados como elementos importantes da relação entre a sociedade e as pessoas com esquizofrenia, demonstrando a força que as representações têm como moduladoras de ações e influenciadoras de comportamentos. O artigo 3, foi subdivido em dois estudos (N=400) com o objetivo de adaptar e validar a Escala de Expressão Emocional, encontrando evidências satisfatórias o suficiente dos índices de validade fatorial e consistência interna para considerar que a escala é um instrumento com boas propriedades psicométricas, com dois fatores correlacionados (F1 – eingenvalue 4,55; variância explicada 56,98%; α = 0,89/ F2 - eingenvalue 1,25; variância explicada 15,69%; α = 0,82). O artigo 4, que teve por objetivo mensurar em uma amostra da população geral (N=281; média de idade 30,04; DP 12,50) os níveis de rejeição à intimidade, estereótipos negativos, emoções negativas, crenças religiosas sobre a esquizofrenia e religiosidade, correlacionando-os em busca de indícios explicativos do preconceito. Os resultados parciais indicam que a amostra demonstrou um nível de atitude religiosa acima do ponto médio com uma média de 3.28 pontos (DP=1,16; mediana= 3,6), a adesão às crenças religiosas demonstrou correlações positivas extremamente significativas com a atitude religiosa e com a religiosidade autodeclarada, ainda que tenham valores considerados “fracos” isso pode indicar que em estudos maiores e com outras técnicas de amostragem esse resultado pode ser replicado e seus valores podem indicar correlações mais fortes. Todas as variáveis apresentaram correlações extremamente significativas positivas entre si, exceto a relação entre emoções negativas e atitude religiosa que foi apenas significativa, e uma análise de regressão linear múltipla mostrou que a atitude religiosa e as crenças preveem o preconceito [F(2,287) = 20,274, p < 0,001; R2 = 0,127]. Esses resultados indicam que as variáveis que mensuram o preconceito se correlacionam com as variáveis que mensuram religiosidade e crenças religiosas sobre a doença mental, à medida que estas últimas aumentam o preconceito também tende a aumentar. Espera-se que com a conclusão das análises do artigo 4, possamos propor um modelo explicativo do preconceito frente à esquizofrenia, auxiliando no entendimento do fenômeno.
  • DÉBORA CRISTINA NASCIMENTO DE LIMA
  • MÚSICA E MISOGINIA: OS IMPACTOS DE CURTO PRAZO NAS ATITUDES FRENTE À MULHER E NA AGRESSÃO
  • Data: 24/03/2021
  • Hora: 14:00
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  • A indústria musical, com estratégias cada vez mais sofisticadas, vem crescendo exponencialmente ano após ano, repassando os mais diversos tipos de mensagens nas letras das músicas. Composta por “elementos simbólicos”, as músicas podem ajudar a romper paradigmas ou auxiliar na manutenção das violências e desigualdades. No entanto, sabemos pouco sobre os efeitos de músicas misóginas nas atitudes frente às mulheres e na agressão. Assim, a presente dissertação teve como objetivo superar essa lacuna teórica investigando os efeitos de músicas misóginas em atitudes frente às mulheres e na agressão. Para tanto foram realizados quatro estudos. O Estudo 1 se tratou revisão bibliográfica, a fim de alcançar uma visão panorâmica dos estudos com letras de música. Os resultados mostraram que os efeitos negativos das músicas são os mais estudados. O Estudo 2 teve como objetivo adaptar e validar a Escala de Atitudes frente a Mulher (AFM). Através das análises fatorial exploratória (N = 224, M idade = 32,46; DP = 10,87) e confirmatória (N = 254, M idade = 30,2; DP = 10,99). Os resultados apontaram para uma escala unifatorial e com consistência interna satisfatória. O Estudo 3 (N = 261, M idade = 29, 14; DP = 10,14), procurou investigar as relações das atitudes frente às mulheres com o sexismo ambivalente, agressividade e personalidade. Os resultados revelaram correlações negativas e significativas entre a AFM e sexismo benevolente (r = -0,46), hostil (r = -0,52) e agressão física (r = -0,10). Por fim, o experimento realizado no Estudo 4 (N = 147, M idade =29,4; DP=9,86) mostrou efeitos da música misógina na agressão, porém não nas atitudes frente às mulheres. Esses resultados confirmam parcialmente as hipóteses levantadas e vão de encontro com outras pesquisas. Por fim, a hipótese teórica do Modelo Geral da Agressão de que a exposição a mídia violenta pode influenciar na agressão foi corroborada.
  • FERNANDA CRISTINA DE OLIVEIRA RAMALHO DINIZ
  • SUPER-HEROÍNA (EN)CENA: REPRESENTATIVIDADE E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DAS MULHERES E DAS SUPER-HEROÍNAS
  • Data: 24/03/2021
  • Hora: 14:00
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  • Visto que o cinema se apresenta como uma forma de linguagem e uma fonte de (des)construção de representações sociais, esta dissertação teve como objetivos principais analisar as representações sociais sobre: a) as mulheres no geral; b) as super-heroínas; c) homens no geral e d) os super-heróis, investigando se os elementos da divisão sexual de papeis surgem nesses conteúdos representacionais e se afetam a tomada de posição frente à igualdade de gênero. Para isso, foram realizados dois estudos apresentados em formato de artigos. No primeiro Estudo, participaram 206 estudantes universitários, sendo 57,3% mulheres, com idade média de 20 anos, que responderam sobre a concordância com a atual ascensão de protagonistas femininas nos filmes de super-heróis, sua justificativa para o posicionamento e ao questionário sociodemográfico. Os resultados apontaram que há concordância de 95,6% dos participantes frente à ascensão de protagonistas femininas nesses filmes, mas as justificativas se diferenciaram com base na ancoragem do gênero dos participantes. Os dois dendrogramas encontrados se organizaram em cinco classes cada, sendo as justificativas das mulheres organizadas em “Representatividade importa”, “Filmes e realidade”, “Potencial da representação”, “Visibilidade, ocupação e cinema” e “Participação com sentido”, enquanto as dos homens organizadas em “Sim para as super-heroínas”, “Concordo, mas com ressalvas”, “Por que não?”, “Ascensão feminina” e “Cinema e feminismo”. No geral, as mulheres trazem uma possibilidade de ressignificação da figura da mulher no imaginário social por meio das personagens de super-heroínas, enquanto os homens trazem mais ressalvas a participação delas, bem como sua qualidade. Em ambos os grupos os discursos fazem referência a questões como feminismo e representatividade, porém sob perspectivas ambivalentes. No segundo Estudo participaram 145 estudantes universitários, sendo 51% homens, com idade média de 20 anos, que responderam a Técnica de Associação Livre de Palavras referente aos estímulos indutores “mulher”, “super-heroína”, “homem” e “super-herói”. As respostas foram divididas em oito bancos de acordo com o gênero do respondente e submetidas a análise prototípica feita com o auxílio do software IRAMUTEQ. Os resultados apontaram que as representações sociais da mulher e do homem se estruturam de formas diferentes com base no gênero do participante, enquanto a representação social do super-herói traz uma imagem hegemônica, isto é, compartilhada de modo semelhante por ambos os grupos, e discute-se sobre a representação social da super-heroína ser uma representação não autônoma, ou seja, abarcada pela da mulher. Assim, conclui-se que as pautas levantadas pelos movimentos feministas estão se fazendo cada vez mais presentes no cotidiano, mas, por outro lado, alguns grupos mais conservadores vão defender a manutenção de uma estrutura social desigual e se sentirão ameaçados com a ascensão dos grupos minoritários. Nessa interface entre esses grupos, podemos ter o cinema como um aliado para a construção de representações sociais mais igualitárias e que auxiliam na flexibilização de estereótipos e papeis de gênero, na desconstrução ou no reforço do machismo e do sexismo.
  • LETÍCIA DE MÉLO SOUSA
  • SLUT SHAMING OU EXPOSIÇÃO ÍNTIMA ONLINE: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E POLÍTICAS PÚBLICAS DE ENFRENTAMENTO
  • Data: 24/03/2021
  • Hora: 14:00
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  • A exposição íntima online (pornografia de vingança; slut shaming) denomina a cultura de humilhação de mulheres por suas práticas sexuais, atualizada através da internet, com objetivos de controle e dominação, através da culpabilização das vítimas. Objetiva-se com esta pesquisa analisar a experiência da exposição intima online vivenciada pelas mulheres e o enfrentamento dessa violência pelas políticas públicas. Foram realizados três estudos, fundamentados na perspectiva de gênero: o primeiro, documental, pela pesquisa de 55 documentos oficiais, nacionais e internacionais, de políticas públicas focadas no combate à violência contra a mulher; o segundo partiu de um questionário online sobre a vivência e entendimento das mulheres brasileiras quanto à violência, que foi respondido por 1.028 mulheres; o terceiro estudo foi realizado através de seis entrevistas semiestruturadas com profissionais das políticas de enfrentamento à violência contra a mulher. Os dados quantitativos foram analisados através de estatística descritiva (SPSS 20) e os dados qualitativos através da análise de conteúdo temático-categorial (MaxQDA). Os resultados apontam que o Brasil possui mecanismos legais de garantia dos direitos das mulheres vítimas da exposição íntima online. Constatou-se que 5% havia sofrido exposição íntima online, todavia, a busca por políticas de defesa ou atendimento foi baixa. As(os) profissionais entrevistados afirmaram que a naturalização da violência psicológica e a culpabilização das vítimas de exposição íntima online são os principais desafios ao seu atendimento nas políticas públicas. Estimamos que esta pesquisa contribua para construção do conhecimento científico acerca desta forma de violência, podendo embasar o atendimento profissional às vítimas e ações de enfrentamento.
  • SUIANE MAGALHAES TAVARES
  • O efeito da crença no mundo justo, da vitimização secundária e do sexismo societal no apoio a violência contra a mulher
  • Data: 23/03/2021
  • Hora: 15:30
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  • A violência no namoro praticada contra mulheres é definida como ameaça ou uso real de abuso físico, psicológico, verbal/sexual, patrimonial e moral. A maneira pela qual vemos essas situações pode impactar na vida das pessoas envolvidas e nas relações interpessoais. A teoria da Crença no Mundo Justo e seus correlatos: vitimização secundária tem um papel no entendimento desse fenômeno complexo. No entanto, nenhuma pesquisa, até onde sabemos, investigou o efeito da CMJ, da vitimização secundária e do sexismo societal no apoio a violência contra a mulher nas relações de namoro. Levantamos as hipóteses de que o fenômeno da vitimização secundária medeia a relação entre o sexismo societal e o apoio a violência e, em um segundo momento, hipotetizamos a CMJ como moderadora dessa relação, e fomos um pouco além, em um terceiro momento, ao manipular a ameaça da CMJ dos observadores em uma amostra heterogênea. No Estudo 1 (N = 200), manipulamos o sexismo societal (individual vs. sociedade) e verificamos que pessoas com níveis altos de sexismo vitimizaram secundariamente uma vítima de violência. No Estudo 2 (N = 204), além da manipulação do sexismo societal, incluímos a manipulação da CMJ. Verificamos o impacto da vitimização secundária no apoio a violência mais uma vez, a hipótese da CMJ foi de encontro aos resultados esperados. Finalmente, para ajudar a entender o processo anterior, realizamos o Estudo 3 (N = 305), manipulamos uma situação que desafia a CMJ, em comparação a uma situação controle. Os resultados desse estudo mostraram uma mediação da vitimização secundária, bem como o efeito mais forte da moderação da evitação da vítima na condição de ameaça da CMJ. No geral, o que encontramos, confirma os resultados de achados anteriores, bem como estende a contribuição para pesquisas psicológicas do fenômeno em questão, sobretudo no quadro da violência de gênero na abordagem da teoria do mundo justo. Além De relevar o papel da vitimização secundária na legitimação da violência em mulheres que estão em um relacionamento de namoro.
  • RENAN SILVA DE SOUSA
  • A IDENTIDADE DA DIREITA BOLSONARISTA EM NARRATIVAS DE SEUS MILITANTES
  • Data: 22/03/2021
  • Hora: 15:00
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  • Nos últimos anos o cenário político brasileiro vem passando por grandes transformações. A crise econômica mundial, o surgimento da ultradireita no mundo e a insurgência de junho de 2013, tiveram um papel central na aparição de uma nova direita que se consolidou em 2018 com a vitória de Jair Messias Bolsonaro para a presidência da república. O discurso dessa nova direita tem sido retoricamente eficaz na produção de subjetividades ajustadas ao pensamento de ultradireita no Brasil e no mundo. Com uma pluralidade de formas discursivas, contradições, facetas e dubiedades, a direita, e mais precisamente, o bolsonarismo, se constituí como essa força política tão complexa, potente e disruptiva. Indicando a necessidade de se pensar esse movimento de política extrema de forma mais aprofundada. Desse modo, o objetivo desse estudo é investigar as narrativas de militantes bolsonaristas procurando compreender como constroem uma identidade para o bolsonarismo e para si mesmos como militantes do bolsonarismo. Mais especificamente, identifica e analisa argumentos mobilizados por militantes bolsonaristas para justificar a adesão ao movimento bolsonarista, argumentos esses que descrevem um conjunto de traços que definem a identidade desse movimento de ultradireita para seus militantes; analisa o impacto da identificação com o bolsonarismo nas trajetórias de vida narradas por esses militantes; identifica e analisa os recursos retóricos utilizados para dar verossimilhança às suas narrativas e argumentos. Para isso, conduzimos dois estudos com abordagem qualitativa utilizando a análise do discurso. No primeiro estudo buscamos descrever os argumentos mobilizados por militantes bolsonaristas para defender a sua adesão e o seu posicionamento político dando atenção especial aos processos retóricos utilizados por eles, com isso identificamos uma série de contradições e especificidades que dão as bases para essa identificação coletiva. No segundo estudo, nos debruçamos sobre a construção identitária desses militantes quando reconstroem narrativamente sua trajetória dentro do movimento, analisando as mudanças no modo como se definem. A análise de dados teve como perspectiva teórico-metodológica a Psicologia Social Discursiva, que compreende o discurso/linguagem como uma ferramenta capaz de produzir, por meio de diferentes ações, a realidade social em que vivemos, seus grupos, identidades, etc. Concluiu-se que os militantes, ao falarem da sua adesão ao bolsonarismo indicam seis categorias como fundamentais: defesa da liberdade, transparência e simplicidade, combate ao crime, mudança e ruptura, nacionalismo e patriotismo e a defesa da moralidade cristã. Além disso, a construção dos argumentos/pensamentos dos militantes está sujeita a uma série de temas contrários e dilemas ideológicos que são explorados durante a análise, mostrando o caráter multideterminado em que a identidade desses grupos são formuladas. Os militantes ao narrarem sua inserção no bolsonarismo relatam um conjunto de fatores que colaboraram para a construção identitária, como também narram através da construção de identidades individuais as consequências de tornar-se um militante. Esses e outros resultados ajudam-nos a compreender a formação subjetiva desses militantes lançando um olhar crítico sobre um grupo extremista, que mesmo com todas as contradições próprias da formação discursiva do pensamento, tende a buscar validade e legitimidade quando falam usando estratégiasretóricas para tornar o seu relato factual, racional e distante da passionalidade característica de um grupo radical. No entanto, devido à complexidade do movimento e da sua constante transformação, indica-se novos estudos mais confrontativos a fim de compreender essas estratégias discursivas em outros contextos. mais confrontativos, a fim de compreender essas estratégias discursivas em outros contextos.
  • WASHINGTON ALLYSSON DANTAS SILVA
  • Será que os brasileiros veem a forma em que as coisas estão como aquilo que realmente deve ser? Uma nova escala de justificativa do sistema
  • Data: 22/03/2021
  • Hora: 14:00
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  • A teoria da justificação do sistema prevê que as pessoas são motivadas a considerarem os arranjos sociais, políticos e econômicos como sendo justos, legítimos e necessários. Uma questão importante é avaliar adequadamente as diferenças individuais nessa motivação, especialmente em um contexto cultural de profundas desigualdades sociais como o Brasil. Para respondermos esse problema de pesquisa, buscamos desenvolver e validar uma nova Escala de Justificação do Sistema (SJS). No Estudo 1, verificamos a validade semântica e de conteúdo da SJS por meio da análise de juízes (N = 5). No Estudo 2 (N = 305), exploramos a estrutura fatorial da nova medida, encontrando a emergência de um único fator. No Estudo 3 (N = 307), confirmamos essa estrutura fatorial e verificamos a invariância configural, métrica e escalar por gênero. No Estudo 4 (N = 204), avaliamos a validade convergente-discriminante e incremental da SJS, comparando-a com construtos correlatos. Finalmente, no Estudo 5 (N = 100), observamos o seu poder preditivo através da manipulação experimental de uma notícia sobre alta (vs. baixa) ameaça ao sistema brasileiro. No geral, os resultados demonstraram que a SJS apresenta índices satisfatórios de validade e de precisão. Além disso, sugerem importantes implicações na explicação sobre como as desigualdades sociais são legitimadas em contextos de profundas disparidades sociais.
  • GLEIDSON DIEGO LOPES LOURETO
  • Amor romântico evolutivo: o continuum rápido-lento e seus correlatos individuais e psicossociais
  • Data: 19/03/2021
  • Hora: 16:00
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  • . A presente tese objetivou testar uma taxonomia do amor romântico (AR) baseada no referencial evolutivo da Teoria de História de Vida (THV) e avaliar suas relações com variáveis individuais, evolutivas e interindividuais. Para tanto, cinco artigos foram elaborados. No Artigo 1, de natureza teórica, apresentam-se os pressupostos da THV e propõe-se teoricamente o denominado Fator-K do AR que implica no continuum do amor-lento, formado por cinco componentes (i.e., proxies) do AR evolutivo: sócio-sexualidade restrita, ponderação e flexibilidade frente aos conflitos, orientação futura, propensão ao investimento parental e estilo íntimo nos relacionamentos. Em síntese, na THV o AR consiste em um conjunto de expressões de determinada estratégia de sobrevivência para a resolução de desafios evolutivos, ao longo de um contínuo rápido↔lento. O Artigo 2, de natureza empírica (N = 225), objetivou elaborar e investigar as evidências preliminares de validade (i.e., de conteúdo, estrutura interna e relações com variáveis externas) e fidedignidade da Escala do Fator-K do AR (EFKA). Inicialmente, via coeficiente de validade de conteúdo, corroborou-se a validade de conteúdo das cinco facetas do instrumento. Em seguida, uma análise fatorial exploratória indicou uma estrutura unidimensional da EFKA, com adequada fidedignidade. Em relação às evidências de validade convergente, a medida correlacionou-se positivamente com medidas de estabilidade familiar na infância, estilo parental autoritativo percebido e estratégias gerais de vida (e.g., aversão ao risco, propensão à cooperação, etc.). O Artigo 3, de igual modo psicométrico, buscou levantar evidências de validade e fidedignidade complementares da EFKA, através de dois estudos. No Estudo 1 (n = 249), o modelo fatorial hierárquico bifator foi superior às estruturas unifatorial e pentafatorial. Assim, demonstrou-se que a EFKA representa um funcionamento combinado (i.e., um fator global, o Fator-K) das cinco facetas do AR evolutivo. No Estudo 2 (n = 203), observou-se que a EFKA se relacionou negativamente com as intenções frente à infidelidade e as atitudes frente ao poliamor e positivamente com a autoestima; tais resultados estendem as evidências de validade convergente da medida. No Artigo 4 testou-se o poder preditivo da EFKA na explicação da satisfação e conflitos em relações românticas. No Estudo 1 (n = 205), a EFKA apresentou validade incremental na explicação da satisfação em relacionamentos frente a dois modelos clássicos do AR. No Estudo 2 (n = 251), a EFKA predisse respostas construtivas ao conflito. Adicionalmente, atestou-se o efeito moderador dos valores interativos e do traço de psicopatia na relação EKFA-respostas construtivas: sujeitos com níveis médio e alto na subfunção interativa reagem de forma mais construtiva; em contraste, sujeitos com níveis médio e alto de psicopatia reagem de forma mais destrutiva. Por fim, o Artigo 5, de natureza experimental (2x2x2; n = 212) com delineamento misto, objetivou testar o efeito dos traços românticos (amor rápido vs. amor lento) e o endosso de valores humanos (valores pessoais vs. valores sociais) na desejabilidade de um alvo romântico como parceiro(a) de longo prazo. Conforme esperado, indivíduos com traços de “amor lento” e endossando valores sociais foram avaliados como mais desejáveis como parceiros em uma relação de longo prazo, convergindo com os pressupostos evolutivos. Em suma, conclui-se que os objetivos foram alcançados diante da proposição de um modelo evolutivo do AR teoricamente orientado. Ademais, a presente tese contribui para a articulação de aspectos intraindividuais, evolutivos e psicossociais na compreensão das interações românticas humanas, convergindo com a crescente aproximação entre os campos da psicologia social e das ciências evolutivas.
  • VIVIANE ALVES DOS SANTOS BEZERRA
  • VARIÁVEIS PREDITORAS DA DISPOSIÇÃO DE JOVENS PARA AJUDAR PESSOAS EM RISCO DE SUICÍDIO
  • Data: 19/03/2021
  • Hora: 15:00
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  • Estudos recentes têm apontando que os jovens poderiam exercer um papel importante na prevenção do suicídio caso estivessem dispostos a ajudar pessoas que apresentam risco para esse comportamento. As pesquisas indicam ainda, que variáveis afetivas, como a empatia; variáveis sociodemográficas, como o sexo e a idade; e variáveis psicossociais, como a exposição e a experiência com o suicídio, podem estar associadas a maior disposição dos jovens para se envolverem em comportamentos de ajuda frente a pessoas em risco de suicídio. Todavia, verificou-se que, até o momento, os estudos não se interessaram por conhecer o quanto um conjunto de diferentes variáveis seria capaz de prever a disposição dos jovens para se envolver em comportamentos de ajuda frente a pessoas em risco de suicídio. Diante dessa lacuna, a presente dissertação teve como objetivo principal verificar o poder preditivo de variáveis afetivas, sociodemográficas e psicossociais na disposição de jovens para ajudar pessoas em risco de suicídio. Para atender a esse objetivo, realizou-se inicialmente a adaptação e validação para o contexto brasileiro da Suicide Helpfulness Scale – SHS (Escala de Apoio à pessoa em Risco de Suicídio - EARS), por meio de dois estudos. No Estudo 1, 206 participantes responderam à EARS e a questões sociodemográficas. Os resultados obtidos apoiaram o modelo original de quatro fatores e verificou-se Confiabilidade Composta de 0,90. Do Estudo 2, de caráter confirmatório, participaram 212 estudantes e foram testados três modelos para a EARS; os resultados corroboraram a adequação da estrutura tetrafatorial, observando-se indicadores de ajuste meritórios. Assim, conclui-se que a EARS apresentou características psicométricas adequadas para o contexto brasileiro, podendo ser utilizada para fins de pesquisa. Após a adaptação e validação da EARS, foi conduzido um terceiro estudo que objetivou verificar o papel preditor de variáveis afetivas, sociodemográficas e psicossociais na disposição de jovens para ajudar pessoas em risco de suicídio. Participaram deste estudo 490 jovens, majoritariamente do sexo feminino (73,3%), com idades variando de 18 a 29 anos (M = 23,61; DP = 3,30), de diferentes níveis socioeconômicos, grupos religiosos e residentes em sua maioria na região Nordeste do Brasil (82%). Os participantes responderam a um questionário referente a variáveis sociodemográficas e psicossociais, à Escala de Apoio à pessoa em Risco de Suicídio (EARS), para avaliar a sua disposição para ajudar pessoas em risco de suicídio; à Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal (EMRI), para avaliar a empatia; e à Escala de Desejabilidade Social de Marlowe-Crowne (EDSMC), para avaliar a desejabilidade social. Na análise de dados, empregou-se o Teste de Correlação de Spearman e os Testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Os resultados dessas análises evidenciaram que houveram associações positivas e significativas entre a empatia, a disposição para ajudar e a desejabilidade social; também observadas diferenças significativas na disposição para ajudar pessoas em risco de suicídio em função do nível de empatia, do sexo, da faixa etária, da exposição ao suicídio e do grau de proximidade com alguém que se suicidou. Por fim, realizou-se uma análise de Regressão Linear Múltipla para atender ao objetivo principal desta dissertação, verificando-se que, dentre as variáveis investigadas, a empatia e o grau de proximidade foram os únicos preditores significativos da disposição para ajudar. Esses achados apontam para a importância de incluir a promoção da empatia em programas de prevenção do suicídio. No entanto, indica-se a necessidade de serem investigadas outras variáveis que possam contribuir para a compreensão dos fatores que influenciam a disposição para ajudar pessoas em risco de suicídio.
  • PATRICIA MENEZES PEREIRA
  • RELAÇÃO TRABALHO E SAÚDE DE MOTORISTAS DE TRANSPORTE ALTERNATIVO EM UMA CAPITAL DO NORDESTE BRASILEIRO
  • Data: 15/03/2021
  • Hora: 09:00
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  • Os motoristas de transporte alternativo informal são profissionais que exercem de forma autônoma as suas atividades, realizando transporte de passageiros para regiões periféricas e/ou metropolitanas aos grandes centros. Atuam assim de forma paralela ao sistema de transporte público legal. O cenário desse estudo é a capital paraibana, mais especificamente a região central da cidade, onde existem diversos pontos de encontro de motoristas em busca de passageiros para municípios vizinhos e mesmo para fora do estado. Nesse estudo, buscou-se investigar a relação trabalho e saúde dos motoristas de transporte alternativo informal. A atividade de motorista profissional se mostra vulnerável a riscos de adoecimento, pela exposição constante a condições precárias em função das demandas de trabalho e das políticas de mobilidade urbana e também em decorrência da própria imprevisibilidade do ambiente do trânsito. Tomando como referência a relação trabalho e saúde dos motoristas que exercem sua atividade de modo formal, pode-se supor que os motoristas de transporte alternativo informal estejam expostos aos mesmos condicionantes de vulnerabilidade no trânsito que podem interferir em sua saúde. Participaram deste estudo oito profissionais que desempenham a sua atividade há pelo menos um ano e que tem o centro de João Pessoa como ponto de partida de suas viagens. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, sendo três de forma individual e uma em grupo com a presença de cinco participantes. Como aporte teórico, empregou-se a Psicodinâmica do Trabalho, a partir das contribuições de Christophe Dejours, tendo em vista as premissas de que o trabalho mobiliza a subjetividade para dar conta do real do trabalho, assim como tem papel fundamental na construção da identidade a partir da busca de auto-realização e de reconhecimento, sendo desse modo fonte potencial tanto de vivencias de sofrimento quanto de prazer. Identificou-se, a partir dos relatos, a percepção da atividade como uma opção de sobrevivência que, embora desperte a identificação dos profissionais, representa para eles algo transitório devido as suas incertezas, e que impõe ao profissional ônus pelas intempéries encontradas na realização da atividade através de uma falsa premissa de liberdade. Conclui-se que, para lidar com o status de desemprego, esses profissionais recorrem a formas de trabalho precárias e, como forma de manutenção da saúde, se mobilizam em busca do reconhecimento da categoria.
  • AMANDA TRAJANO BATISTA
  • CRENÇAS E ATITUDES DAS POPULAÇÕES CHAVES ACERCA DA PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO AO HIV/AIDS
  • Data: 09/03/2021
  • Hora: 14:00
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  • Ao propor um método preventivo baseado no uso de antirretrovirais (ARVs), a profilaxia Pré-Exposição (PrEP) trouxe impacto na prevenção do HIV, surgindo a preocupação sobre como os usuários podem alterar seus comportamentos sexuais e preventivos. Fundamentado na Teoria da Ação Racional e no Modelo da Vulnerabilidade E Direitos Humanos, essa tese parte do pressuposto que a PrEP é um fenômeno dinâmico, sendo mais do que uma intervenção biomédica e farmacológica, incorpora aspectos psicológicos e sociais que, em conjunto, afetam a vulnerabilidade do sujeito à prevenção da infecção pelo HIV e outras ISTs, como também a dinâmica de relacionamento e práticas sexuais, assim desenvolveu-se quatro estudos. No estudo I realizou-se uma análise documental de 100 prontuários de usuários de PrEP, sendo verificado um aumento discreto de ISTs e diminuição do uso do preservativo. O estudo II objetivou um levantamento de Crenças salientes e referentes modais acerca da PrEP, contou com 31 participantes de três populações chave nos quais foram identificados fatores que podem influenciar positivamente ou negativamente a adoção do comportamento preventivo. No Estudo III foi realizado a construção e validação de um instrumento de atitudes frente à PrEP a partir das crenças obtidas no estudo II. Por fim, no Estudo IV investigou-se a intenção comportamental das populações chaves usuárias de PrEP quanto ao uso do preservativo.
  • CAMILA CRISTINA VASCONCELOS DIAS
  • MODELO EXPLICATIVO DA DISCRIMINAÇÃO CONTRA PESSOAS AUTISTAS PAUTADO NAS REPRESENTAÇÕES, CRENÇAS, ESTEREÓTIPOS, PERCEPÇÃO DE AMEAÇA, PRECONCEITO E FASE DO DESENVOLVIMENTO
  • Data: 01/03/2021
  • Hora: 14:00
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  • Com uma história marcada pela exclusão social e pela relação, a priori, com a esquizofrenia, o autismo é atualmente considerado um transtorno do neurodesenvolvimento de etiologia múltipla sob a nomenclatura Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ainda que direitos em prol da inclusão social de pessoas autistas tenham sido legislados, elas permanecem alvos de preconceito e discriminação. Esta tese tem como objetivo propor um modelo explicativo da discriminação contra pessoas autistas. A tese defendida é a de que há discriminação contra pessoas autistas e ela está pautada nas representações sociais vinculadas à doença mental, na crença sobre a dificuldade de socialização, nos estereótipos de ameaça e de incapacidade, na percepção de ameaça e no preconceito, sendo a discriminação influenciada pela fase do desenvolvimento da pessoa autista (criança vs. adulto) e pelo grau de severidade do TEA (leve vs. severo). Para alcançar o objetivo proposto, foram elaborados cinco artigos. O artigo 1 objetivou realizar um levantamento de dados da literatura sobre as contribuições das representações sociais, das crenças e dos estereótipos relacionados ao autismo e à pessoa autista, propondo uma articulação teórica a fim de fundamentar a compreensão do preconceito e da discriminação contra pessoas autistas. O artigo 2 teve como objetivo identificar a estrutura e os processos sociocognitivos da representação social do autismo elaborada por universitários. Participaram da pesquisa 206 universitários que responderam à Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) com o estímulo Autismo, além de questões dissertativas sobre conceito e causa do autismo. Os dados da TALP foram analisados por meio da análise prototípica no IRAMUTEQ e os dados das questões dissertativas por meio da análise de conteúdo temática-categorial. A representação social elaborada pelos participantes se estruturou em torno dos elementos: criança, dificuldade, isolamento, doença; sendo objetivada na descrição de Autismo Infantil contida na CID-10, e ancorada na doença mental, recuperando a associação histórica entre o autismo e a esquizofrenia, uma vez que ela consiste no protótipo da doença mental. O artigo 3 objetivou conhecer e analisar as representações sociais de universitários e da população geral sobre a pessoa autista, visando identificar os estereótipos que as compõem e evidências de preconceito por meio da investigação da zona muda, região de difícil acesso das representações sociais. Participaram 411 indivíduos, 205 indivíduos da população geral e 206 universitários que responderam à TALP com o estímulo Pessoa Autista e a uma questão dissertativa sobre como sociedade enxerga a pessoa autista. Foram utilizadas as mesmas técnicas de análise de dados do artigo anterior. As representações sociais sobre a pessoa autista elaboradas pelos participantes se organizaram em torno dos estereótipos: isolada, inteligente e especial; os termos foram os mesmos para os dois grupos de participantes, confirmando a estabilidade do núcleo central. Contudo, nas respostas da questão dissertativa emergiram, principalmente, estereótipos negativos, como doente mental, isolado, incapaz, anormal, estranho, perigoso e agressivo, e atitudes negativas, como o preconceito, confirmando o acesso à zona muda. O artigo 4 objetivou desenvolver e reunir evidências de validade de uma escala que mensura a crença sobre dificuldade de socialização da pessoa autista por meio de dois estudos. No estudo 1, participaram 295 indivíduos da população geral e análises fatoriais exploratórias indicaram a presença de um fator único composto por 8 itens (α = 0,76). No estudo 2, participaram 276 indivíduos da população geral e uma análise fatorial confirmatória reforçou a unidimensionalidade da escala mediante satisfatórios índices de ajuste [CFI = 0,93; TLI = 0,90; RMSEA = 0,05 (IC90% = 0,031-0,086) e SRMS = 0,05], permanecendo com 8 itens (α = 0,74). Por fim, o artigo 5 teve como objetivo propor um modelo explicativo da discriminação contra pessoas autistas baseado na crença sobre a dificuldade de socialização, nos estereótipos de ameaça e incapacidade, na percepção de ameaça e no preconceito, verificando os efeitos da fase de desenvolvimento da pessoa autista (criança vs. adulto) e do grau de severidade do TEA (leve vs. severo) na discriminação. Para tanto, realizou-se um estudo com 360 indivíduos da população geral que responderam a uma manipulação quase experimental e aos instrumentos de medida das variáveis do modelo. Os resultados demonstraram efeito principal significativo da variável fase do desenvolvimento sobre a discriminação; contudo, para a variável grau de severidade não houve efeito principal significativo, assim como também não houve interação entre as duas variáveis independentes. Ademais, a crença na dificuldade de socialização e os estereótipos de ameaça explicaram a percepção de ameaça que, com os estereótipos de incapacidade, explicou o preconceito. O preconceito, assumindo papel mediador, explicou a discriminação, que sofreu efeito da variável fase do desenvolvimento, resultando em uma mediação moderada pela fase do desenvolvimento, cujo efeito da percepção de ameaça na discriminação, mediado pelo preconceito, ocorreu quando a pessoa autista era um adulto. Os resultados encontrados nos estudos desta tese contribuem para compreender fenômenos como a discriminação e o preconceito contra pessoas autistas de modo a possibilitar reflexões sobre como atuar diretamente nos processos que os sustentam a fim de reduzi-los em prol da inclusão social dessas pessoas, principalmente adultos autistas.
  • LAYANNE VIEIRA LINHARES
  • CULPABILIZAÇÃO DA VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL: UMA ANÁLISE DO EFEITO DA COMBINAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS DA VÍTIMA E DO OBSERVADOR
  • Data: 26/02/2021
  • Hora: 08:30
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  • Apesar de alguns avanços na luta e conscientização sobre a garantia de direitos e de formas de lidar com a discriminação e todos os tipos de violência contra a mulher, a incidência da violência sexual ainda permanece em níveis elevados. A culpabilização da vítima é um aspecto que merece maior atenção sobre esse tipo de violência. O conjunto de estudos aqui apresentados surgiu do seguinte questionamento: será que todas as mulheres são culpabilizadas de forma igual por terem sido vítimas de violência sexual? Considera-se que existem algumas situações em que as vítimas estão mais vulneráveis a serem percebidas como culpadas pela violência sofrida. Assim, a tese ora apresentada busca analisar em que medida as características das vítimas de violência sexual, o sexo e os sistemas de crenças (e.g. CMJ e sexismo ambivalente) dos participantes, influenciam a culpabilização da vítima pela violência por ela sofrida. Buscamos também analisar como estão estruturadas as representações sociais de estudantes universitários sobre mulheres vítimas de violência sexual. Para tanto, essa tese é composta por quatro artigos que estão apresentados em quatro capítulos. Os resultados do primeiro artigo confirmaram as hipóteses propostas, indicando que as mulheres negras vítimas de violência sexual tendem a ser mais culpabilizadas do que as mulheres brancas e que a alta adesão a CMJ contribui para essa culpabilização. O artigo dois analisou o efeito da combinação das variáveis características da vítima (cor da pele e normatividade), sexo do observador (masculino e feminino), CMJ e o sexismo ambivalente (hostil e benevolente) na culpabilização da vítima de violência sexual. Os resultados confirmam que as variáveis investigadas interagem entre si e resultam em experiências diferentes para as vítimas. O objetivo do terceiro artigo desta tese foi investigar quais são as representações sociais de estudantes universitários acerca da Violência Sexual contra mulher. Os resultados indicaram que a maioria das representações sociais compartilhadas pelos estudantes englobam a culpabilização da vítima. Por fim, em anexo, encontra-se os resultados de dois estudos que objetivaram validar uma versão revisada da Escala de Crença no Mundo Justo com Ditados Populares desenvolvida por Linhares, Torres e Pereira (2020, no prelo). Percebe-se que a culpabilização da mulher pela violência por ela sofrida é um fenômeno multicausal e em nossa linha de pesquisa procuramos analisar os diversos fatores que podem ajudar a compreende-lo. Com isso, ressaltamos a importância de considerar a complexidade das vulnerabilidades que as mulheres estão expostas para a investigação desse fenômeno. experimentais que buscaram analisar o efeito da combinação das variáveis características da vítima (cor da pele e normatividade), sexo do observador (masculino e feminino), CMJ e o sexismo ambivalente (hostil e benevolente) na culpabilização da vítima de violência sexual. Por fim, o artigo em anexo contou com dois estudos exploratórios que objetivaram validar uma versão revisada da Escala de Crença no Mundo Justo com Ditados Populares desenvolvida por Linhares, Torres e Pereira (2020, no prelo). Em conjunto, os resultados mostram que as variáveis investigadas interagem entre si e resultam em diferentes níveis de culpabilização da vítima, gerando assim experiências distintas para cada tipo de vítima. Diante disso, entende-se que a realização de estudos que analisem a influência dessas variáveis é fundamental para a compreensão desse fenômeno.
  • NOEMIA SOARES BARBOSA LEAL
  • FORMAÇÃO PROFISSIONAL E PROJETOS DE VIDA: VIVÊNCIAS DE JOVENS COM TRAJETÓRIAS EM INSTITUIÇÕES DE ACOLHIMENTO
  • Data: 25/02/2021
  • Hora: 14:00
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  • Ancorada na Psicologia Histórico-Cultural, esta Tese buscou analisar o contexto de desenvolvimento disponibilizado pela política de acolhimento, notadamente quanto à atividade guia da formação profissional e a sua relação com a construção dos projetos de vida dos jovens. Para tanto, utilizou a estratégia metodológica da triangulação, fez uso do Diário de Campo e desenvolveu três estudos de delineamento qualitativo. O Estudo I foi desenvolvido em duas etapas: a) pesquisa documental nos prontuários individuais de jovens com trajetórias nas instituições de acolhimento e b) entrevistas com seis profissionais da política de acolhimento. O Estudo II abarcou entrevistas individuais com oito jovens egressos do acolhimento que foram inseridos na formação profissional enquanto acolhidos. O Estudo III compreendeu uma pesquisa longitudinal com quatro jovens que estavam acolhidos em 2018 e inseridos na formação profissional. Parte dos dados da pesquisa documental foram analisados descritivamente e outra parte foi submetida à Análise de Conteúdo Temática, técnica também empregada nas entrevistas, com auxílio do MAXQDA. Os resultados apontam que a política de acolhimento é operacionalizada com as limitações típicas do sistema capitalista, sendo o direito dos jovens à formação profissional viabilizado de modo impreciso e descontínuo. O conteúdo das propostas formativas tem ênfase em aspectos comportamentais e o caráter educativo é secundarizado, limitando o modo como os jovens vivenciam a experiência e passam a projetar a vida. Conclui-se que a formação acessada possibilita uma contribuição pontual com elementos para a construção de projetos de vida profissional, porém não abarca em amplitude outras esferas da vida dos jovens e não oferece condições adequadas ao desenvolvimento omnilateral.
  • ANDREZA SILENE SILVA FERREIRA
  • A RELAÇÃO ENTRE O JULGAMENTO MORAL, O PRECONCEITO RACIAL E A VIOLÊNCIA POLICIAL
  • Orientador : ANA RAQUEL ROSAS TORRES
  • Data: 24/02/2021
  • Hora: 08:30
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  • A violência policial é utilizada como principal instrumento de combate à violência e outras violações da lei e o que tem sido observado é que essas ações são influenciadas pela cor da pele das vítimas dessa mesma violência. Essa desigualdade sugere que o julgamento dessas ações é afetado pela forma como a justiça é percebida em relação a determinados grupos sociais. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar o papel do julgamento moral na relação entre a cor do alvo da violência policial e a percepção de legitimidade dessa violência. Para o alcance deste objetivo, foram desenvolvidos quatro estudos apresentados em dois artigos. No artigo 1, (N = 105), observamos por meio de análises léxicas que embora os discursos tenderam a discordar da prática da violência policial os argumentos dos participantes para justificar esse posicionamento diferiram em função da cor do alvo da violência e apresentaram mudanças qualitativas em seus significados a depender do tipo de raciocínio de justiça utilizado pelos participantes. Quando o suspeito era negro, a violência policial foi vista como inadequada e injustificada, sem fazer referência ao caráter ilegal dessas ações. Quando o suspeito era branco a violência foi vista como ilegal e arbitrária. No artigo 2, no Estudo 1 (N = 123), verificamos que o preconceito racial está na base da percepção de legitimidade da violência policial e esta relação foi moderada pelo julgamento moral. No Estudo 2 (N = 71) observamos que a violência contra os negros foi percebida como mais legítima quando comparada às condições branco e controle. Neste sentido, a categoria social foi utilizada como princípio para diferenciação grupal, evidenciando o aspecto do preconceito e discriminação racial no contexto da violência policial. Por fim, no Estudo 3 (N = 129) replicamos o Estudo 2 e testamos a hipótese de que julgamento moral modera a relação entre a cor do alvo e a percepção de legitimidade da violência policial. Os resultados demostraram que a percepção de legitimidade da violência policial variou em função da cor de seu alvo, corroborando os resultados do estudo 2 e essa relação foi moderada pelo julgamento moral. Neste sentido, há uma diferença significativa na percepção de legitimidade da violência policial em função da cor do alvo da violência, de modo que esta diferença aumenta à medida que também aumenta o nível de moralidade convencional, e reduz à medida que aumenta o nível de moralidade pós-convencional. Diante disso, podemos concluir que a perspectiva do julgamento moral na análise do preconceito e da discriminação auxilia na redução das desigualdades historicamente construídas em nossa sociedade
  • LUIZE ANNY GUIMARÃES AMORIM
  • CONTRIBUIÇÕES DE VARIÁVEIS INDIVIDUAIS E SOCIAIS NA SATISFAÇÃO COM A VIDA FAMILIAR
  • Data: 22/02/2021
  • Hora: 14:00
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  • A presente tese tem como objetivo testar um modelo de mediação, tendo a personalidade como preditora da satisfação familiar e os valores humanos e atitudes religiosas como mediadoras dessa relação. Para seu alcance foram elaborados quatro artigos. O primeiro é de natureza teórica, onde são apresentados os construtos em estudo, bem como seus correlatos na literatura. O segundo é dividido em dois estudos os quais objetivaram adaptar para o português brasileiro a escala Satisfaction With Family Life (SWFL), verificando seus parâmetros psicométricos de validade e precisão. No primeiro estudo contou-se com uma amostra de 216 pessoas, com idades entre 18 e 92 anos (M = 38,43; DP = 15,90), sendo 71,6% mulheres, que responderam ao instrumento e a questões sociodemográficas. A análise fatorial exploratória indicou uma estrutura unifatorial com 70% de variância total explicada e um alfa de Cronbach de 0,89. No Estudo 2, a amostra foi de 214 pessoas, com idades entre 18 e 77 anos (M = 29,8; DP = 11,65), a maioria mulheres (69,6%),, que responderam aos mesmos instrumentos do Estudo 1. Os achados asseveraram a estrutura unifatorial apresentando parâmetros psicométricos adequados. O terceiro artigo objetivou verificar a validade convergente da escala de Satisfação com a Vida Familiar (ESVF), validada para o português no estudo anterior, com outra medida que avalia o mesmo construto (Escala de Satisfação Familiar); além de analisar o poder moderador do sexo na relação entre idade e satisfação familiar. Participaram 401 pessoas, com idades entre 18 e 60 anos (M = 31,57; DP = 11,23), sendo 71,8% mulheres, que responderam aos instrumentos: ESVF, Escala de Satisfação Familiar (ESF) e a questões sociodemográficas. Os resultados indicaram que a validade convergente da ESVF foi satisfatória apresentando uma correlação de Pearson de 0,77 com a ESF; ademais, não houve efeito moderador significativo do sexo na relação entre idade e satisfação familiar, indicando que aquele não afetou a direção e/ou a força dessa associação. O quarto artigo verificou o poder preditivo da personalidade na explicação da satisfação familiar, controlando o efeito da escolaridade e do estado civil, além de testar um modelo de mediação considerando a personalidade como variável independente, a satisfação familiar como variável dependente e os valores humanos e as atitudes religiosas como mediadoras dessa relação. Contou-se com uma amostra de 336 pessoas da população geral, com idade média de 33,18 anos (DP = 11,28; variando de 18 a 70 anos), a maioria do sexo feminino (68,5%), casada ou em união estável (47,9%), em nível de pós-graduação (36,9%). Os instrumentos utilizados foram a ESVF, o Inventário dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade, o Questionário de Valores Básicos e a Escala de Atitude Religiosa (versão expandida), além de perguntas sociodemográficas. Por meio de regressões lineares múltiplas, método stepwise, obteve-se que apenas o fator de personalidade Amabilidade predisse de forma positiva a Satisfação familiar, quando controlado o efeito do estado civil e da escolaridade. Os achados também evidenciaram mediação total da subfunção Normativa e da atitude religiosa de Conhecimento na relação entre Amabilidade e Satisfação Familiar. Confia-se que esta tese contribuirá para os estudos em Psicologia Social de Família, fornecendo uma medida com qualidades psicométricas a ser utilizada nas pesquisas da área, além de reforçar a influência de construtos sociais na explicação da satisfação familiar.
2020
Descrição
  • CAMILA DE ALENCAR PEREIRA
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS FRENTE AO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: um estudo comparativo sobre a culpabilização da vítima e as penalidade processuais
  • Data: 17/12/2020
  • Hora: 08:30
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  • A implementação das política públicas sobre o abuso sexual contra crianças e adolescentes tem grande influência da área jurídica, uma vez que é a partir da aplicação do direito que o Estado manifesta sua reação preventiva e repressiva ao agressor e reparatória à pessoa agredida. A presente tese tem como objetivo identificar e comparar a forma como a vítima de abuso sexual é representada socialmente, considerando a variável faixa etária (criança e adolescente), e como essas representações repercutem nas tomadas de decisões judiciais, amparando-se na Teoria das Representações Sociais e na culpabilização da vítima. Essa tese foi desenvolvida em formato de artigos, sendo, um teórico e quatro empíricos. O primeiro artigo objetivou realizar um levantamento bibliográfico sobre o abuso sexual contra crianças e adolescentes, os aspectos da culpabilização da vítima e as representações sociais sobre o fenômeno. O segundo artigo traz uma revisão sistemática da literatura sobre o abuso sexual contra crianças e adolescentes, utilizando os critérios estabelecidos pelo PRISMA e três blocos temáticos de palavras-chave: sexual abuse, childhood e theory. As bases de dados utilizadas foram a PUBMED, Web of Science, Lilacs, Cinahl, PsycINFO, PsyArticles e Google Scholar. Por meio da busca, foram encontrados 185 artigos nas bases de dados, sendo acrescentados a estes 7 estudos referentes à busca manual, totalizando 208. Com a remoção das duplicatas, foram para a primeira etapa de análise um total de 158 manuscritos. Vencido essa etapa o material foi enviado para dois avaliadores para análise, considerando os critérios de inclusão e exclusão. Em caso de divergência recorria-se a um terceiro avaliador. Nessa etapa foram excluídos 132 artigos. Na segunda etapa (leitura na integra) foram analisados os 26 manuscritos, correspondentes a 25 estudos, dos quais 13 artigos/12 estudos foram selecionados para análise final. Na extração dos dados desses 13 manuscritos, pode-se verificar que ao estudar sobre a representação social do abuso sexual contra crianças e adolescentes, alguns aspectos representacionais são frequentes: o abuso sexual e o tratamento, os fatores de manutenção e promoção do abuso sexual, a vítima e suas consequências e o agressor. No que diz respeito abuso sexual, este foi representado com um crime violento de difícil comprovação. Sobre as causas para o acontecimento e manutenção do fenômeno, observou-se a representação sobre o contexto de vulnerabilidade social que as vítimas e seus familiares encontram-se inseridos. No que diz respeito às vítimas e as consequências, verificou-se que estas foram vistas como vulneráveis, sendo a criança representada como inocente, ao passo que as adolescentes eram representadas como sedutoras. Constatou-se como consequências mais frequentes nessas representações sociais, as alterações emocionais (o trauma, a culpa, o medo e o sofrimento). Já o agressor foi representado como um indivíduo despersonalizado, doente, animalesco e como alguém que também já foi vítima. Percebe-se algumas lacunas nas pesquisas já desenvolvidas sobre o tema até o presente momento. Desse modo, sugere-se o desenvolvimento de estudos mais aprofundados sobre o agressor sexual, afim de averiguar os efeitos que a despersonalização desse agressor pode ocasionar; pesquisas comparativas sobre a representação social da vítima, a fim de investigar se há diferença na forma como essas vítima são vistas e tratadas socialmente; e, estudos considerando o sexo da vítima, em especial do sexo masculino. O terceiro artigo objetivou identificar e comparar a estrutura da representação social sobre o abuso sexual contra crianças e adolescentes. Fez-se uso da Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), com os estímulos “abuso sexual contra crianças” e “abuso sexual contra adolescentes”. Participaram deste estudo 266 estudantes de graduação dos cursos de psicologia e direito de instituições públicas e privadas da Paraíba. Os dados foram analisados com auxílio do IRAMUTEQ, por meio da análise prototípica. Os resultados apontaram que, quando a vítima é uma criança, os participantes tendem a evocar termos voltados para a vítima, tais como: sofrimento, trauma, inocência e vulnerabilidade. Quando o estímulo foi adolescente, o abuso sexual era retratado principalmente pelo ato, por meio das evocações: estupro, banalização, violência, irreal/sexualização e culpabilização, o que nos remete à ideia de o abuso sexual contra adolescentes ser mais banalizado e a vítima ser vista como sedutora e, portanto, culpada em parte pela própria violência sofrida. Percebe-se que quando a vítima é criança, a representação é mais voltada para os danos sofridos e sua fragilidade, o que não é visto quando é adolescente. Considerando que as representações sociais guiam os comportamentos e por conseguinte podem repercutir nas tomadas de decisões, optou-se por escrever o quarto artigo, que abordou as representações sociais de juízes acerca do abuso sexual de crianças e adolescentes. Para isso, realizou-se uma entrevista semiestruturada com 12 juízes de direito de primeira e segunda instância. Com os dados, foi realizada uma análise de conteúdo categorial temática de Bardin. Constatou-se haver uma diferença na forma como a vítima de abuso sexual é vista pelos profissionais, verificando-se, por meio da fala dos participantes, que os aspectos físicos e posturais do agredido eram, muitas vezes, considerados como critérios avaliativos e validativos da violência sofrida, promovendo, assim, a cocupabilização da pessoa agredida. Diante de tais representações, percebeu-se a necessidade de averiguar se as representações sociais influenciavam nas tomadas de decisões judiciais, objeto de defesa da presente tese. Desse modo, o quinto artigo buscou fazer uma análise comparativa de casos jurídicos caracterizando as vítimas de abuso sexual, os agressores e as penalidades aplicadas ao réu. Realizou-se por meio de uma análise de 238 processos de segunda instância, observando e comparando, nestes, as penalidades aplicadas na primeira e segunda instâncias. Tais processos foram obtidos por meio de uma busca eletrônica no site do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), entre os anos de 2016 e 2018, a partir dos termos “abuso sexual” e “estupro de vulnerável”, optando-se por trabalhar com esses descritores, pois o primeiro remete ao modo como o fenômeno é conhecido socialmente e o segundo é uma terminologia comumente utilizada na área jurídica. Observou-se que, em geral, a vítima é do sexo feminino e sofre esse tipo de violência por volta dos 10 anos de idade, sendo sexualmente abusada por um agressor comumente do sexo masculino. Em regra, o agressor é condenado a 9 anos em regime fechado em ambas as instâncias, um pouco mais que a pena mínima aplicada ao crime. Constatou-se, ainda, que há uma atenuação na penalidade aplicada ao agressor, cuja a vítima era uma adolescente, possível fruto das representações sociais destes profissionais, mais especificamente do compreensão coletiva acerca da sexualização precoce como comportamento que contribui para a prática dos crimes pelos agressores.
  • EMELLYNE LIMA DE MEDEIROS DIAS LEMOS
  • Transtorno do Espectro Autista: um estudo sobre concepções familiares e interações entre irmãos
  • Data: 16/12/2020
  • Hora: 09:00
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  • O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por um continuum de prejuízos, com intensidades diferentes e manifestação precoce no domínio sociocomunicativo e por meio de comportamentos restritivos e repetitivos. Considerando estas características, as vivências a elas relacionadas e sua influência no desenvolvimento, destaca-se o papel dos contextos familiares e, mais especificamente, das interações estabelecidas entre os irmãos nesse processo. Fundamentada no modelo bioecológico, parte-se da compreensão de que múltiplos fatores se relacionam com estes contextos, e a convivência com um membro na família com TEA pode ser influenciada por uma variedade de aspectos relacionados às características das pessoas, dos processos, dos contextos e do tempo (PPCT). Nessa direção, esta tese objetiva analisar as concepções sobre vivências familiares e as interações entre irmãos de famílias de jovens com TEA. Para tanto, foram realizados cinco estudos. O primeiro apresenta aspectos teórico-metodológicos do modelo bioecológico articulando-os ao TEA e às vivências fraternas. Os resultados demonstram a relevância da aplicabilidade do modelo ao fenômeno estudado, por elucidar aspectos positivos do desenvolvimento, que podem atuar nessas vivências e auxiliar famílias e profissionais. O segundo estudo objetivou analisar as concepções de jovens com TEA, suas mães e irmãos acerca de suas vivências familiares. Foram realizadas entrevistas com 12 mães, 17 irmãos de indivíduos com TEA e dois jovens com TEA, as quais foram transcritas e analisadas por meio da técnica de análise de conteúdo. De acordo com os resultados, os entrevistados utilizam fatores de proteção através de suas atividades, concepções e redes de apoio, apesar da presença de fatores de risco. O terceiro estudo objetivou analisar interações entre irmãos com desenvolvimento típico e aqueles com TEA, em situações de brincadeira livre, a partir de três estudos de caso. Os processos proximais foram analisados em termos de episódios interacionais e foi utilizada a técnica de triangulação dos dados, devido aos diferentes instrumentos no delineamento da pesquisa. O estudo mostrou a importância das atividades cotidianas para o desenvolvimento dos irmãos. As interinfluências entre as dimensões PPCT foram elucidativas das interações e seu tempo de duração foi influenciado pelo conhecimento prévio das atividades e dos objetos e pelas características das interações entre pares. Ressalta-se que a mediação materna teve um papel proeminente nesse processo. O quarto estudo traz uma experiência de devolutiva de pesquisa por meio da técnica de grupo focal e analisa os conteúdos que emergiram dos discursos de cinco mães de jovens com TEA. O encontro foi gravado e registrado em diários de campo. As gravações foram transcritas, analisadas, discutidas e apresentadas em oito categorias. As mães destacaram temas relacionados às transições ecológicas como: momento do diagnóstico, receio em relação à sua finitude e preparação dos filhos para essa etapa, além da necessidade de apoio, orientações e estratégias relacionadas à convivência com os filhos. O quinto estudo versa sobre a experiência com quatro adolescentes, irmãos de indivíduos com TEA, diante da devolutiva da pesquisa a partir de uma roda de conversa. Os dados foram registrados em gravações e diários de campo. As gravações foram transcritas, analisadas e discutidas com base na literatura. Os jovens demonstraram interesse em conhecer as respostas dos pares, dado que indica a importância da troca de experiências. As falas foram caracterizadas por empatia, maturidade e naturalidade no compartilhamento de relatos. Eles também relataram se sentirem representados com os resultados da pesquisa e elaboraram sugestões para outras famílias. Verificou-se que as estratégias utilizadas pelas famílias e suas redes de apoio podem favorecer suporte emocional e que as interações nestes contextos podem ser promotoras de desenvolvimento. Espera-se contribuir para o desenvolvimento de novas pesquisas e intervenções na área.
  • TÁTILA RAYANE DE SAMPAIO BRITO
  • Eu não sou racista, tenho até amigos negros: o papel egodefensivo das justificações do racismo
  • Data: 16/12/2020
  • Hora: 09:00
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  • Atitudes e comportamentos racistas têm resistido fortemente à norma antirracismo. A teorização e as pesquisas sobre as relações intergrupais têm demonstrado que isto ocorre porque as pessoas usam justificações para mitigar a natureza discriminatória de seu comportamento. A este respeito, a literatura ainda não esclareceu se o simples ato de justificar o comportamento racista em si é suficiente para proteger tanto a imagem pessoal e social do perpetrador. A presente tese discute esta questão propondo que indivíduos elaboram espontaneamente justificações para seus comportamentos discriminatórios contra grupos protegidos pela norma antirracismo, preservando assim sua autoestima e imagem social. Desenvolvemos um programa de pesquisa para testar esta hipótese, cujos resultados organizamos em três artigos. Em um artigo preliminar, realizamos três estudos nos quais avaliamos a validade e a confiabilidade de uma escala de autoestima que utilizamos em estudos subsequentes. No segundo artigo, realizamos um estudo exploratório (N = 100) que mostrou que as pessoas negras são percebidas como o grupo mais protegido pela norma antipreconceito do contexto brasileiro. No artigo principal desta tese, realizamos cinco estudos experimentais para testar os aspectos centrais da hipótese proposta. No Experimento 1 (N = 203), mostramos que os participantes acusados de serem racistas tiveram sua autoestima implícita afetada. No Experimento 2 (N = 102), mostramos que o simples ato de justificar o racismo mitiga os impactos negativos sobre a autoestima implícita dos participantes acusados de racismo. No Experimento 3 (N = 137), reproduzimos os resultados anteriores em outro contexto cultural (i.e., na Espanha). No Experimento 4 (N = 196), fomos além, mostrando que o impacto negativo de ser acusado de racismo ocorre na gestão da imagem social dos participantes mais igualitários. O Experimento 5 (N = 148) analisou o papel moderador da norma antipreconceito no impacto de ser acusado de racismo na autoestima dos indivíduos. Em geral, os resultados confirmam as hipóteses propostas e contribuem para estudos sobre processos que legitimam o preconceito e a discriminação.
  • KARLA SANTOS MATEUS
  • Social Psychology of Violence against Minority Groups: The Legitimizing Role of Justice Perceptions
  • Data: 19/10/2020
  • Hora: 14:00
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  • Black people, women and homosexuals are groups of individuals who severely suffer with intentional violence in the world and are commonly secondarily victimized by both citizens and institutions. The persistence of this type of violence and the social support it encounters is based on a legitimation process. This process often involves different perceptions and a desire for justice. Based on recent literature addressing the social psychology around legitimation processes of social inequalities, this thesis proposes the hypothesis that perceptions of justice, such as secondary victimization, work as a justification for discrimination against social minorities in situations of violence. To test the hypothesis proposed here, we developed a research program in which we carried out three experimental studies and a correlational one, which we present throughout two different articles. In the first piece, we preliminarily tested our hypothesis in two experimental studies on violence against minority groups (black people vs. women vs. homosexuals). In Study 1 (N = 104), the results revealed that participants blamed more women for their own victimization, in addition to holding the aggressor less accountable when the victim was black, and described homophobic violence as a common social issue similar to the general violence that occurs in society. Study 2 (N = 217) took it a step further and demonstrated that these effects occur mainly when participants are asked to respond according to what society thinks. In the second article, we conducted two new studies with the aim of testing whether the secondary victimization of an aggression victim is related to prejudice and the belief in a just world (BJW). In Study 1 (N = 102), we manipulated the hints about the sexual orientation of a man who was a victim of violence and we found that the most prejudiced participants minimized the victim's suffering and blamed them more once they realized this victim was a homosexual. Study 2 (N = 205) replicated the role of prejudice in this secondary victimization and revealed that, in participants with a high BJW, prejudice motivates the minimization of the victim's suffering when they are perceived as a homosexual. We discussed the set of results in the context of the Justified Discrimination Model, highlighting the role of prejudice, BJW and secondary victimization in the process of legitimizing violence against minority groups.
  • KARLA SANTOS MATEUS
  • Social Psychology of Violence against Minority Groups: The Legitimizing Role of Justice Perceptions
  • Data: 19/10/2020
  • Hora: 14:00
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  • Black people, women and homosexuals are groups of individuals who severely suffer with intentional violence in the world and are commonly secondarily victimized by both citizens and institutions. The persistence of this type of violence and the social support it encounters is based on a legitimation process. This process often involves different perceptions and a desire for justice. Based on recent literature addressing the social psychology around legitimation processes of social inequalities, this thesis proposes the hypothesis that perceptions of justice, such as secondary victimization, work as a justification for discrimination against social minorities in situations of violence. To test the hypothesis proposed here, we developed a research program in which we carried out three experimental studies and a correlational one, which we present throughout two different articles. In the first piece, we preliminarily tested our hypothesis in two experimental studies on violence against minority groups (black people vs. women vs. homosexuals). In Study 1 (N = 104), the results revealed that participants blamed more women for their own victimization, in addition to holding the aggressor less accountable when the victim was black, and described homophobic violence as a common social issue similar to the general violence that occurs in society. Study 2 (N = 217) took it a step further and demonstrated that these effects occur mainly when participants are asked to respond according to what society thinks. In the second article, we conducted two new studies with the aim of testing whether the secondary victimization of an aggression victim is related to prejudice and the belief in a just world (BJW). In Study 1 (N = 102), we manipulated the hints about the sexual orientation of a man who was a victim of violence and we found that the most prejudiced participants minimized the victim's suffering and blamed them more once they realized this victim was a homosexual. Study 2 (N = 205) replicated the role of prejudice in this secondary victimization and revealed that, in participants with a high BJW, prejudice motivates the minimization of the victim's suffering when they are perceived as a homosexual. We discussed the set of results in the context of the Justified Discrimination Model, highlighting the role of prejudice, BJW and secondary victimization in the process of legitimizing violence against minority groups.
  • MARIA CECÍLIA VITORINO ALVES FLORENCIO MOURA
  • CONCEPÇÕES DE PRETENDENTES À ADOÇÃO SOBRE O PROCESSO ADOTIVO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
  • Data: 30/09/2020
  • Hora: 14:30
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  • RESUMO As concepções parentais influenciam as interações entre pais e filhos, que são de fundamental importância para o desenvolvimento infantil. Logo, salienta-se o papel da família na promoção do desenvolvimento das crianças, destacando-se o papel das famílias adotivas nesse processo. O presente estudo tem por objetivo analisar as concepções de pretendentes à adoção sobre o processo de adoção e o desenvolvimento infantil. Para isso, participaram deste estudo catorze pretendentes à adoção, sendo oito mulheres e seis homens, cujas idades variaram entre 32 e 50 anos (M=38). Doze participantes estavam inseridos no Sistema Nacional de Adoção e dois estavam em processo de Habilitação para Adoção. Apenas um deles pleiteava uma adoção unilateral, enquanto os demais (n=11) desejavam adotar juntamente com o(a) cônjuge. Os mesmos responderam a um questionário sócio-demográfico, questionário quanto ao perfil da criança desejada e a uma entrevista semiestruturada. O perfil desejado pelos candidatos é de até duas crianças de até cinco anos de idade, independente do sexo e da cor e com possibilidade de ter alguma doença passível de tratamento. Os dados das entrevistas foram analisados com base na Análise de Conteúdo de Bardin (2011) e apontaram dois eixos de resultados: concepções sobre adoção e concepções sobre desenvolvimento infantil. No primeiro eixo, os participantes apresentaram significados, motivações, planejamento, expectativas, dificuldades, desafios e concepções sobre adoção tardia. No segundo eixo temático, os participantes falarem sobre aspectos genéticos e ambientais que acreditam influenciar o desenvolvimento da criança; aspectos que consideram importantes para promover o desenvolvimento infantil e sobre a rede de apoio e informações, citaram a ajuda de familiares, amigos, profissionais, além de informações obtidas na literatura e na internet. Portanto, foi possível compreender as concepções de pretendentes à adoção sobre o processo adotivo e o desenvolvimento infantil, informações essas que podem auxiliar na elaboração de estratégias mais eficazes de orientação de postulantes, pais e profissionais
  • GABRIELA RAMOS DE BARROS
  • Análise do trabalho de motoristas de aplicativo: um novo paradigma de trabalho?
  • Orientador : ANISIO JOSE DA SILVA ARAUJO
  • Data: 30/09/2020
  • Hora: 14:00
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  • A Economia de compartilhamento é uma modalidade econômica que nasceu com as novas tecnologias, através de plataformas tecnológicas, e tem como base a cooperação, a troca e a partilha entre os indivíduos na sociedade, pressupondo-se que se todos contribuem, todos se beneficiam. Porém, é possível constatar que esta visão cooperativa e comunitária não encontra respaldo na realidade, o que parece projetar um futuro precário e desigual no mundo do trabalho e na sociedade. É essa modalidade econômica que serviu de base para esta pesquisa sobre a atividade de trabalho de motoristas de aplicativo. O presente estudo tem como objetivo compreender as características dessa nova atividade de trabalho marcada pelo uso de novas tecnologias, e quais vivências subjetivas emergem entre os seus trabalhadores diante desta nova realidade. Do ponto de vista teórico, duas abordagens ancoram a presente dissertação: a Psicodinâmica do trabalho e os estudos oriundos da Sociologia do trabalho que investigam a chamada ‘Uberização’ do trabalho, termo cunhado para caracterizar essa nova modalidade de trabalho. A pesquisa é de natureza qualitativa, realizada por meio de questionário sociodemográfico e entrevistas semiestruturadas em uma capital do nordeste brasileiro. O grupo pesquisado é composto por 17 participantes e foi construído a partir de visitas a pontos de encontro dos motoristas de aplicativo existentes na cidade onde a pesquisa ocorreu. Para análise dos dados, utilizamos a Análise de Conteúdo Temática. Como resultados, foi possível constatar que o desemprego é o fator predominante pela busca dessa nova atividade e que o retorno financeiro depende diretamente do tempo investido, o que configura sobrecarga de trabalho. Verificou-se uma falsa liberdade repassada aos motoristas pelo aplicativo de transporte, através da flexibilidade de horário, tal como acontece com um ‘microempreendedor’, o que mascara a realidade do trabalho informal, sem amparos legais e garantias de direitos. Percebeu-se a busca de constituição de um coletivo de trabalho entre os motoristas visando construir estratégias para evitar situações inseguras e de risco, questões que não encontram apoio no aplicativo de transporte. A perspectiva futura desses trabalhadores é de retomar os trabalhos que haviam abandonado em função da crise do emprego ou de ‘evoluir’ para a conquista de trabalhos formais, pois acreditam que essa realidade é transitória. Com essa pesquisa pudemos constatar que a precariedade é a marca principal dessa nova realidade de trabalho, que surgiu num contexto de flexibilidade e de incremento de inovações tecnológicas e que transfere todos os riscos e implicações da atividade aos trabalhadores. Os resultados apresentados nesta pesquisa podem servir de contribuição para formulação de políticas de regulação deste novo tipo de atividade, bem como inspirar novos estudos sobre essa realidade de trabalho.
  • ALINE CARVALHO DE ALMEIDA
  • SOU UMA FRAUDE (?): EXPLICANDO A SÍNDROME DO IMPOSTOR
  • Data: 22/09/2020
  • Hora: 14:00
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  • A presente tese tem como objetivo avaliar a Síndrome do Impostor, a Autoestima, o Desconforto Psicológico e os Traços de Personalidade em estudantes de graduação, para isso foram construídos 4 artigos. O primeiro tratou de um estudo teórico, que reuniu dados da literatura sobre conceitos, correlatos e mensuração da síndrome do impostor. O segundo artigo objetivou construir e reunir evidências de validade e precisão da Escala de Síndrome do Impostor (ESI). Foram realizados dois estudos. O primeiro contou com a participação de 280 sujeitos (professores, funcionários e alunos) vinculados a uma instituição de ensino público superior, com média de idade de 27,4 anos (DP = 8,89). Os mesmos responderam à versão preliminar da ESI e a um questionário sociodemográfico. A análise fatorial exploratória demonstrou uma estrutura tetrafatorial e consistência interna satisfatória (α = 0,82). Assim foram selecionados os itens com carga fatorial igual ou superior a |0,50|, resultando, portanto, em uma estrutura com 16 itens. No estudo 2, procurou-se confirmar a estrutura encontrada no estudo anterior, para isso, 200 estudantes universitários (Midade = 24,2; DP = 9,17) responderam à ESI e perguntas sociodemográficas. A análise fatorial confirmatória apontou bons índices de ajustes [χ² = 178,227, p < 0,001, χ²/gl = 1,95, GFI = 0,90, AGFI = 0,85, CFI = 0,90, TLI = 0,87 e RMSEA = 0,066 (IC90% = 0,05-0,08)], após as ligação realizada entre os erros e1 e e2 (11,9), e9 e e10 (17,3) e e11 e e12 (17,9). Por fim, os índices de consistência interna foram considerados adequados para cada componente [Auto depreciação (ω = 0,70), Medo da avaliação (ω = 0,82), Fraude (ω = 0,84) e Gerenciamento de impressão (ω = 0,62)] e para a escala de forma geral (ω = 0,86). Com evidências atestando a adequação da ESI, partiu-se para o terceiro artigo, que objetivou verificar as relações entre a síndrome do impostor, a autoestima e o desconforto psicológico. Foram realizados dois estudos, o primeiro contou com 200 alunos de graduação, vinculados a uma instituição de ensino em João Pessoa-PB, com média de idade de 24,5 anos (DP= 8,34). Estes responderam questões demográficas e as seguintes medidas: Escala de Síndrome do Impostor (ESI), Escala Autoestima de Rosenberg (EAR) e Questionário de Saúde Geral (QSG-12). Já no segundo estudo foi realizada uma replicação do Estudo 1. Participaram 200 alunos de cursos superiores da mesma instituição, com média de idade de 24,3 (DP= 9,17). Os instrumentos usados e análises de dados realizadas foram semelhantes aos do Estudo 1. Os resultados indicaram que a variável com maior poder preditivo sobre a síndrome do impostor é autoestima. Por fim, o quarto artigo buscou conhecer as relações entre a síndrome do impostor, os Big Five, a tríade sombria e luminosa. Realizaram-se, portanto, dois estudos. O Estudo 1 testou hipóteses de associação entre as variáveis. Contou com a participação de 200 alunos de graduação, vinculados a uma instituição de ensino em João Pessoa-PB, com média de idade de 24,5 anos (DP= 8,34). Estes responderam questões demográficas e as seguintes medidas: Escala de Síndrome do Impostor (ESI), Inventário dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade (ICGFP), Inventário de Personalidade Virtuosa (IPV) e Dark Triad Dirty Dozen (DTDD). O segundo estudo foi uma replicação do primeiro. Participaram 200 alunos de cursos superiores de uma instituição e ensino de João Pessoa-PB, com média de idade de 24,3 (DP= 9,17). Os instrumentos e análises de dados foram semelhantes aos do Estudo 1. Os resultados indicaram que a conscienciosidade, o neuroticismo e o narcisismo são os traços que melhor explicam os sentimentos impostores. Diante dos achados, acredita-se que o objetivo central foi alcançado, com a construção de uma medida com evidências psicométricas adequadas, além de contribuir para o entendimento da síndrome do impostor.
  • NÁJILA BIANCA CAMPOS FREITAS
  • GRANDE AMOR ROMÂNTICO: EVIDÊNCIAS PSICOMÉTRICAS E CONTRIBUIÇÕES PSICOSSOCIAIS
  • Data: 21/09/2020
  • Hora: 14:00
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  • O grande amor romântico diz respeito às expectativas sobre como um relacionamento amoroso deve se formar, desenvolver, funcionar e ser mantido, ao menos idealmente. A presente tese aborda essa questão propondo a hipótese de que as crenças acerca do grande amor romântico estão ancoradas em variáveis psicológicas individuais e sociais. Para verificar tal hipótese, contou-se com os seguintes estudos: No Estudo 1, de natureza teórica, buscou-se introduzir a temática das crenças acerca do grande amor romântico e a partir disso, identificar os critérios que a compõe, tomando por base os modelos teóricos mais disseminados da Psicologia Social dos relacionamentos amorosos. No Estudo 2 (N= 276), de natureza quantitativa, desenvolveu-se uma medida (Escala de Crenças do Grande amor romântico; ECGAR) que reunisse evidências psicométricas satisfatórias de validade fatorial e convergente (tríade sombria, personalidade virtuosa, valores humanos e bem-estar), além da consistência interna. A Análise Fatorial Exploratória resultou em uma medida unifatorial com KMO = 0,64 e esfericidade de Bartlett χ² (6) = 296,5; p < 0,001), observou-se um índice de adequação satisfatório (CFI = 0,99), com valor-próprio de 2,18, variância explicada de 54,0% e índice de consistência interna de 0,84. A ECGAR foi correlacionada com traços de maquiavelismo (r = -0,15), psicopatia (r = -0,23), com as subfunções valorativas normativa (r = 0,35) e interativa (r = 0,17) e as variáveis do bem-estar satisfação com a vida (r = 0,13), afetos positivos (r = 0,17), positividade (r = 0,22), vitalidade (r = 0,22) e afetos negativos (r = -0,20, p < 0,01). Dessas, a ECGAR foi predita pela psicopatia [R² ajustado = 0,05; F (1,263) = 14,88; p = 0,001] subfunção normativa [R² ajustado = 0,12; F (1,263) = 35,66; p = 0,001] e positividade [R² ajustado = 0,05; F (1,263) = 13,96; p = 0,001]. No estudo 3 (N = 391), de natureza quantitativa, objetivou-se, por sua vez, testar os efeitos da Escala Triangular do Amor (intimidade, paixão e compromisso) nas crenças acerca do grande amor romântico, moderados pelos valores sociais. Comprovou-se então um efeito moderador dos valores sociais na relação ETA_Total  ECGAR (β = 0,20, t = 2,07, p = 0,039), verificou-se ainda que quanto mais as pessoas forem guiadas por valores sociais, maior será a interação entre ETA e ECGAR. Portanto, conclui-se que a compreensão acerca das crenças acerca do grande amor romântico favorece o conhecimento dos componentes que as constitue, bem como as variáveis psicossocais que interferem na sua formação. Isto posto, possibilita compreender previamente como se constitui os relacionamento românticos e, a partir disso, realizar interferências que antecedem seu início e, em razão disso, prevenir ou estimular mecanismos que otimizarão uma relação saudável e durável.
  • TAILSON EVANGELISTA MARIANO
  • OS EFEITOS DE CURTO E LONGO PRAZO DOS VIDEOGAMES VIOLENTOS NA AGRESSÃO
  • Data: 14/05/2020
  • Hora: 14:00
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  • O estudo dos efeitos dos videogames na agressão tem se desenvolvido bem nos últimos 30 anos. Contudo, pouco se sabe sobre o efeito dos videogames violentos quanto a atitudes frente as armas de fogo e intenção de possuir arma de fogo. Assim, a presente tese teve como objetivo superar essa lacuna analisando os efeitos de curto e longo prazo dos videogames violentos. Para tanto, propõe a hipótese de que a exposição a videogames violentos esteja positivamente correlacionada com essas duas variáveis. Para testar essa hipótese foram realizados dois estudos correlacionais transversais com jovens adolescentes (N = 479; M idade = 15,7) e adultos (N = 320; M idade = 22,0) e um estudo experimental (N = 66; M idade = 23,6). Os estudos transversais demonstraram que existe relação positiva entre jogar videogames violentos e a agressão física em jovens e adultos; e correlação positiva com atitudes favoráveis e intenção de possuir arma de fogo. Mostrou ainda, que o sexo dos participantes, a quanto tempo se joga videogames violentos e horas de jogo por semana atuam como preditores da intenção de possuir arma de fogo (efeito de longo prazo); e o experimental mostrou que jogar videogame violento por 20 minutos influencia comportamentos agressivos (efeito de curto prazo). Esses resultados confirmam as hipóteses levantadas e convergem com os encontrados em outras pesquisas, corroborando a hipótese teórica do Modelo Geral da Agressão de que a exposição a mídia violenta pode aumentar o comportamento agressivo.
  • PATRICIA FONSECA DE SOUSA
  • ADESÃO AO PARADIGMA PSICOSSOCIAL DA SAÚDE MENTAL: PAPEL DOS ESTEREÓTIPOS, CRENÇAS, PERCEPÇÃO DE AMEAÇA E PRECONCEITO
  • Data: 29/04/2020
  • Hora: 14:00
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  • A Reforma Psiquiátrica, atual política do campo da saúde mental, propõe uma transição de postura, de técnica e de tratamento pautada no estabelecimento do paradigma psicossocial em substituição ao biomédico, porém, observam-se dificuldades a efetivação do paradigma psicossocial.Esta tese tem como objetivo propor um modelo explicativo de adesão/não adesão ao paradigma psicossocial a partir dos estereótipos, das crenças sobre a etiologia da doença mental, da percepção de ameaça e do preconceito.A tese defendida é que a não adesão ao paradigma psicossocial está associada à permanência do preconceito e da percepção de ameaça frente ao doente mental, os quais estão ancorados em crenças acerca da etiologia da doença mental e em estereótipos negativos.Para alcançar o objetivo proposto e confirmar ou refutar a presente tese foram elaborados quatro estudos em formato de artigo. O artigo 1 é uma revisão teórica sobre os construtos teóricos da tese,abarcando as contribuições dos estereótipos, das crenças sobre a etiologia da doença mental, da percepção de ameaça e do preconceito na explicação da adesão/não adesão ao paradigma psicossocial.O resultado da revisão indicou que os construtos analisados nesse estudo são variáveis importantes na determinação das ações intergrupais e, portanto, podem contribuir para a compreensão da adesão/não adesão ao paradigma psicossocial.O artigo 2 teve como objetivo conhecer as representações sociais de profissionais da saúde mental, universitários da área da saúde e estudantes do ensino médio acerca do louco e do doente mental, fazendo um levantamento dos estereótipos relacionando-as aos paradigmas de atenção à saúde mental (biomédico e psicossocial). A amostra dessa pesquisa foi formada por 150 participantes, sendo 50 de cada grupo social. Para a coleta de dados, foi usada a Técnica de Associação Livre de Palavras, com os estímulos louco e doente mental. Os dados foram analisados no programa Tri-Deux-Mots. Os estudantes do ensino médio e os universitários apresentaram representações do louco e do doente mental ancoradas no paradigma biomédico, já os profissionais apresentaram representações ancoradas no paradigma psicossocial. O artigo 3 teve como propósito desenvolver a Escala de Estereótipos sobre o Doente Mental (EEDM), reunindo evidências psicométricas e para tanto foram realizados dois estudos. No Estudo 1, participaram 210 universitários e análises fatoriais exploratórias indicaram a existência de dois componentes (Estereótipos de Ameaça, α = 0,81; Estereótipos de Incapacidade, α = 0,80) com 10 itens no total. No estudo 2, participaram 206 universitários e uma análise fatorial confirmatória indicou que o modelo bifatorial proposto para a escala era adequado: χ²/gl = 2,31, GFI = 0,93, CFI = 0,94 e RMSEA = 0,08 (IC 90% = 0,057 - 0,103). Oartigo 4teve como objetivo propor um modelo explicativo de adesão/não adesão ao paradigma psicossocial da saúde mental a partir dos estereótipos, das crenças sobre a etiologia da doença mental, da percepção de ameaça e do preconceito.Participaram 400 universitários, que responderam aos seguintes instrumentos: Escala de Crenças sobre a Doença Mental, Escala de Estereótipos sobre o Doente Mental, Escala de Percepção de Ameaça frente ao Doente Mental, Escala de Preconceito frente ao Doente Mental, Escala de Atitudes em Saúde Mental. Os resultados demonstraram que quanto maior a percepção de ameaça e a concordância com o estereótipo de incapacidade, menor o apoio ao paradigma psicossocial. Os resultados também indicaram que as crenças acerca da etiologia da doença mental e os estereótipos estão na base da percepção de ameaça e estas variáveis juntas predizem maior preconceito.Os achados apresentam contribuição para a compreensão dos fatores que podem favorecer a efetivação do paradigma psicossocial no cenário da saúde mental e adesão aos preceitos da Reforma psiquiátrica.
  • REBECA KELLY GOMES DA SILVA
  • "ANÔNIMAS GUERREIRAS’’: A INTERFACE ENTRE CONDIÇÃO JUVENIL, QUESTÃO SOCIAL E MOVIMENTO DE MULHERES NEGRAS
  • Orientador : MARIA DE FATIMA PEREIRA ALBERTO
  • Data: 22/04/2020
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertação tem como objetivo geral analisar a ação política da juventude no Movimento de Mulheres Negras em João Pessoa, sendo os objetivos específicos: Apresentar a organização do Movimento de Mulheres Negras; Discutir a atuação e participação política da juventude no Movimento de Mulheres Negras; Refletir sobre as pautas apresentadas pela juventude no Movimento de Mulheres Negras; e Discutir de que forma a atuação política da juventude no Movimento de Mulheres Negras pode colaborar para o projeto de emancipação humana. Os aportes teóricos que fundamentam esta dissertação estão embasados na perspectiva crítica gramsciana sobre movimentos sociais e no pensamento feminista negro sobre interseccionalidade e matriz de dominação. A fim de responder os objetivos elencados, adotou-se como percurso metodológico a pesquisa exploratória de caráter qualitativa. Foram utilizados como técnicas e instrumentos: documentos, diário de campo e grupos de discussão. Seis jovens mulheres negras participaram dos grupos de discussão. Os dados dos documentos e dos grupos de discussão foram submetidos ao software MaxQDA e analisados pela Análise de Conteúdo Temática baseada em Minayo. Os resultados revelaram a diversidade da juventude que compõe o movimento social, as ações individuais e coletivas utilizadas pelo referido grupo social e a relação entre ativismo e o acesso ao ensino superior. Os achados da pesquisa indicaram que as principais pautas e demandas apresentadas pela juventude são: enfrentamento ao racismo, direito à vida, afetividade, segurança, saúde, educação e trabalho. O movimento social foi reconhecido pelas participantes como um espaço organizado de luta, mas também de solidariedade entre as mulheres negras de gerações diferentes. Dessa forma, evidencia-se a dinamicidade das relações e as diversas formas de enfrentamentos às opressões vivenciadas pelas jovens mulheres negras, as quais visam uma sociedade baseada em novos marcos civilizatórios.
  • NAILA LOPES DE ARAUJO BRONZEADO
  • VALORES, PREOCUPAÇÃO HABITUAL E ATITUDES COMO PREDITORES DE COMPORTAMENTOS PARA MITIGAR A MUDANÇA CLIMÁTICA: UMA ABORDAGEM FUNCIONAL
  • Orientador : VALDINEY VELOSO GOUVEIA
  • Data: 14/04/2020
  • Hora: 15:00
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  • Trata-se de estudo com o propósito de conhecer o impacto dos valores humanos, da preocupação habitual e atitudes para explicar comportamentos para mitigar mudança climática. Consideraram-se duas amostras (população geral e evangélicos), cada uma formada por 198 participantes, os quais responderam medidas de valores humanos, hábitos de consumir carne, atitudes frente à mudança climática, percepção de gravidade da mudança climática e condutas que mitigam esta mudança. Os resultados mostraram, consoante com a literatura, que os valores podem predizer comportamentos de mitigar mudança climática, sobretudo por meio das atitudes sociais e instrumentais, e que o hábito de consumo de carne e a percepção de gravidade da mudança climática podem ser dois preditores relevantes. Concluindo, consideraram-se limitações potenciais do estudo, apresentando ainda recomendações de estudos futuros e sobre como os achados desta pesquisa poderão ser aplicados.
  • MICHAEL AUGUSTO SOUZA DE LIMA
  • CRENÇAS, ATITUDES E PRECONCEITO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE FRENTE À VULNERABILIDADE EM SAÚDE SEXUAL DE LÉSBICAS
  • Data: 03/04/2020
  • Hora: 14:00
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  • O objetivo geral desta tese foi analisar as crenças, as atitudes e o preconceito de profissionais de saúde frente à saúde sexual lésbicas. Para tanto, parte-se da tese de que existem elementos de cunho individual, como crenças e atitudes de profissionais de saúde; social, como o preconceito e a discriminação; e programático, como a insuficiência e ineficácia das atuais campanhas em saúde, que associados podem refletir no atendimento prestado por profissionais de saúde no cuidado em saúde sexual de lésbicas. Para confirmar esta tese a presente pesquisa foi dividida em quatro capítulos, que correspondem cada, a um estudo. Capítulo I: Tratou-se de um estudo exploratório e descritivo, com design qualitativo, que permitiu identificar e analisar as crenças de médicos(as), enfermeiros(as), técnicos(as) de enfermagem e agentes de saúde que trabalham em Unidades de Saúde da Família acerca das práticas afeito-sexuais de lésbicas. A amostra foi estratificada por conveniência, assim fazem parte do estudo 31 (trinta e um) participantes de ambos os sexos. Para a coleta dos dados utilizou-se de um questionário sociodemográfico e da Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP). Para a análise dos dados utilizou-se os softwares SPSS (estatística descritiva) e IRaMuTeQ (análise de similitude e prototípica). A maioria das palavras evocadas pelos participantes apontaram a possibilidade de existência de crenças positivas sobre as mulheres lésbicas. Contudo, também emergiram evocações que apontaram crenças de desaprovação do comportamento homossexual feminino, considerando esta prática como algo errada, incomum e desviante. Alguns participantes atribuíram a vulnerabilidade sexual de lésbicas à perversão, traição e até mesmo como resultado de castigo divino. Capítulo II: Tratou-se de um estudo exploratório e descritivo, com design qualitativo, que permitiu a investigação e análise das atitudes de médicos(as), enfermeiros(as), técnicos(as) de enfermagem e agentes de saúde que trabalham em Unidades de Saúde da Família acerca das práticas afeito-sexuais de lésbicas. A amostra foi estratificada por conveniência, assim fazem parte do estudo 31 (trinta e um) participantes de ambos os sexos. Para a coleta dos dados utilizou-se de dois questionários, um sociodemográfico e um questionário de atitudes composto por cinco questões. Para a análise dos dados utilizou-se os softwares SPSS (estatística descritiva) e a técnica de Análise de Conteúdo Categorial Temática. Os resultados indicaram a existência de uma dicotomia de atitudes, sendo essas favoráveis e desfavoráveis. Foi possível perceber o quanto elementos de ordem individual podem interferir nos atendimentos prestados, visto que, estes elementos fazem parte constituição da percepção que os profissionais possuem acerca da figura da usuária lésbica, e tudo que está associado a ela, como suas demandas, especificidades, formas de prevenção às IST’s e promoção da saúde. Capítulo III: Tratou-se de um estudo exploratório e descritivo, com design qualitativo, que permitiu a investigação e análise das opiniões de médicos(as), enfermeiros(as), técnicos(as) de enfermagem e agentes de saúde que trabalham em Unidades de Saúde da Família sobre a existência de preconceito e de discriminação contra usuárias lésbicas nos serviços de saúde. A amostra foi composta pelos menos participantes do Estudo II. Para a coleta dos dados utilizou-se de dois questionários, um sociodemográfico e um Priming precedido por um questionário composto por cinco questões relacionadas ao enredo apresentado. Para a análise dos dados utilizou-se os softwares SPSS (estatística descritiva) e a técnica de Análise de Conteúdo Categorial Temática. Os resultados indicaram a existência de opiniões que dividiram os posicionamentos em dois grupo opostos: desfavoráveis e favoráveis à conduta do personagem do médico que negou atendimento médico à personagem Sofia. Conclui-se que o preconceito ainda se faz presente entre os profissionais de saúde, no entanto, é recorrente sua manifestação de forma sutil, já que sua forma explícita seria moralmente e juridicamente reprovável, então, demonstrá-lo de forma sutil seria a forma utilizada por parte dos profissionais que possuem crenças e atitudes desfavoráveis em relação as lésbicas. Contudo, isso não o faz menos danoso para a vítima. Capítulo IV: Tratou-se de um estudo exploratório, transversal e documental realizado com materiais de domínio público disponíveis na internet com o intuito realizar a análise documental de materiais oriundos de campanhas realizadas pelo e/ou em parceria com o governo, elaboradas no Brasil, voltadas para profissionais de saúde e/ou usuárias, para a promoção da saúde sexual de lésbicas. Para localização dos sites foram utilizadas palavras-chave relacionadas ao tema. Tomou-se como referência para delimitação dos documentos a faixa temporal que vai do ano de 2004 até 2019. Localizou-se um total de 7 documentos. Os resultados apontaram que parte dos materiais localizados apresentam orientações superficiais e pouco detalhadas, além de informação imprecisas sobre as necessidades específicas das lésbicas. Deficiências na forma como estes materiais são disponibilizados para os profissionais e/ou para população lésbica também foram percebidas.
  • JÉSSICA BRUNA SANTANA SILVA
  • EFEITOS DA NEUROESTIMULAÇÃO NA COGNIÇÃO SOCIAL E CORRELATOS PSICOFISIOLÓGICOS EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
  • Data: 03/04/2020
  • Hora: 13:00
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  • O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do desenvolvimento neurológico que é caracterizado por déficits na comunicação e interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento. A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) tem se apresentado como uma técnica promissora de modulação neural de domínios da cognição social. O presente estudo objetivou caracterizar os efeitos terapêuticos da ETCC anódica na cognição social de crianças com TEA leve. Para alcançar esse objetivo, esta tese está organizada em três artigos. O primeiro artigo objetivou sistematizar evidências sobre o uso da ETCC na reabilitação cognitiva social de pacientes com TEA. Realizou-se uma revisão sistemática nas bases eletrônicas PubMed, Web of Science e SCOPUS, resultando em cinco artigos. Os estudos sugerem efeitos benéficos da ETCC na rehabilitação social de indivíduos com TEA. O segundo artigo consiste em um protocolo que objetiva avaliar a segurança e os efeitos terapêuticos da ETCC no tratamento de déficits sociais de crianças com TEA. O protocolo descreve um ensaio clínico placebo-controlado, duplo-cego e randomizado. Os pacientes receberão cinco sessões consecutivas de ETCC durante 20 minutos, com corrente anódica de 1,5 mA sobre o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo (F3) e o cátodo colocado na região supraorbital direita. Os pacientes passarão por três avaliações funcionais: linha de base (T0); semana seguinte a intervenção com ETCC (T2); e 1 mês após a intervenção (T4). Os participantes serão divididos randomicamente em 02 grupos: Ativo – participantes que receberão corrente ativa; e Placebo – participantes que receberão corrente simulada. Todos os participantes receberão intervenção cognitiva, concomitantemente a neuroestimulação. Serão utilizados instrumentos que avaliam a cognição social (desfecho primário): o subteste teoria da mente - Nepsy II e o teste de reconhecimento de faces emocionais; e os testes que avaliam as funções executivas (medidas de desfecho secundário): Trail Making Test A e B, Span de dígitos, subteste WISC-IV e o Teste dos sete erros. Este protocolo foi utilizado na execução dos estudos subsequentes. No terceiro artigo o objetivo foi investigar a eficácia da ETCC anódica na cognição social de crianças diagnosticadas com TEA. Participaram do estudo um total de 18 crianças do sexo masculino, portadoras de TEA leve e com idade entre 09 e 12 anos (M= 10,9; DP= 1,72). Os resultados sugerem que participantes que receberam ETCC ativa sobre o CPFDL esquerdo apresentaram escores significantemente menores (p = 0,05) no número e na duração de fixações no reconhecimento das emoções alegria, raiva, medo e neutra. No entanto, não houve efeito significativo no número de emoções reconhecidas, bem como no subteste Teoria da mente - Nepsy-II (p > 0,05). O quarto artigo objetiva investigar a eficácia da ETCC anódica no funcionamento executivo de crianças com TEA leve. Os resultados sugerem que não houve efeito significativo da ETCC ativa sobre o CPFDL esquerdo nos parâmetros de movimentos oculares durante o Teste dos Sete erros (p = 0,26), apresentando efeito significativo apenas no tempo total para identificação dos erros no estímulo elefante (p = 0,02). Os resultados do rastreamento ocular sugerem que a ETCC anódica sobre o CPFDL esquerdo parece atuar de maneira seletiva melhorando o processamento psicofisiológico envolvido no reconhecimento de expressões faciais, mas não apresentou efeitos significativos nas funções executivas, centrais para a cognição social. Nesse sentido, os achados devem ser analisados com cautela, sendo necessários estudos adicionais sobre o uso da ETCC como estratégia complementar na reabilitação cognitiva e social do TEA.
  • JÉSSICA BRUNA SANTANA SILVA
  • EFEITOS DA NEUROESTIMULAÇÃO NA COGNIÇÃO SOCIAL E CORRELATOS PSICOFISIOLÓGICOS EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
  • Data: 03/04/2020
  • Hora: 13:00
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  • O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do desenvolvimento neurológico que é caracterizado por déficits na comunicação e interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento. A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) tem se apresentado como uma técnica promissora de modulação neural de domínios da cognição social. O presente estudo objetivou caracterizar os efeitos terapêuticos da ETCC anódica na cognição social de crianças com TEA leve. Para alcançar esse objetivo, esta tese está organizada em três artigos. O primeiro artigo objetivou sistematizar evidências sobre o uso da ETCC na reabilitação cognitiva social de pacientes com TEA. Realizou-se uma revisão sistemática nas bases eletrônicas PubMed, Web of Science e SCOPUS, resultando em cinco artigos. Os estudos sugerem efeitos benéficos da ETCC na rehabilitação social de indivíduos com TEA. O segundo artigo consiste em um protocolo que objetiva avaliar a segurança e os efeitos terapêuticos da ETCC no tratamento de déficits sociais de crianças com TEA. O protocolo descreve um ensaio clínico placebo-controlado, duplo-cego e randomizado. Os pacientes receberão cinco sessões consecutivas de ETCC durante 20 minutos, com corrente anódica de 1,5 mA sobre o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo (F3) e o cátodo colocado na região supraorbital direita. Os pacientes passarão por três avaliações funcionais: linha de base (T0); semana seguinte a intervenção com ETCC (T2); e 1 mês após a intervenção (T4). Os participantes serão divididos randomicamente em 02 grupos: Ativo – participantes que receberão corrente ativa; e Placebo – participantes que receberão corrente simulada. Todos os participantes receberão intervenção cognitiva, concomitantemente a neuroestimulação. Serão utilizados instrumentos que avaliam a cognição social (desfecho primário): o subteste teoria da mente - Nepsy II e o teste de reconhecimento de faces emocionais; e os testes que avaliam as funções executivas (medidas de desfecho secundário): Trail Making Test A e B, Span de dígitos, subteste WISC-IV e o Teste dos sete erros. Este protocolo foi utilizado na execução dos estudos subsequentes. No terceiro artigo o objetivo foi investigar a eficácia da ETCC anódica na cognição social de crianças diagnosticadas com TEA. Participaram do estudo um total de 18 crianças do sexo masculino, portadoras de TEA leve e com idade entre 09 e 12 anos (M= 10,9; DP= 1,72). Os resultados sugerem que participantes que receberam ETCC ativa sobre o CPFDL esquerdo apresentaram escores significantemente menores (p = 0,05) no número e na duração de fixações no reconhecimento das emoções alegria, raiva, medo e neutra. No entanto, não houve efeito significativo no número de emoções reconhecidas, bem como no subteste Teoria da mente - Nepsy-II (p > 0,05). O quarto artigo objetiva investigar a eficácia da ETCC anódica no funcionamento executivo de crianças com TEA leve. Os resultados sugerem que não houve efeito significativo da ETCC ativa sobre o CPFDL esquerdo nos parâmetros de movimentos oculares durante o Teste dos Sete erros (p = 0,26), apresentando efeito significativo apenas no tempo total para identificação dos erros no estímulo elefante (p = 0,02). Os resultados do rastreamento ocular sugerem que a ETCC anódica sobre o CPFDL esquerdo parece atuar de maneira seletiva melhorando o processamento psicofisiológico envolvido no reconhecimento de expressões faciais, mas não apresentou efeitos significativos nas funções executivas, centrais para a cognição social. Nesse sentido, os achados devem ser analisados com cautela, sendo necessários estudos adicionais sobre o uso da ETCC como estratégia complementar na reabilitação cognitiva e social do TEA.
  • JACQUELINE MATIAS DOS SANTOS
  • A INTERFACE ENTRE A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA E AS DIMENSÕES DE VULNERABILIDADE: UMA ABORDAGEM QUALI-QUANTITATIVA NA PARAÍBA
  • Orientador : ANA ALAYDE WERBA SALDANHA PICHELLI
  • Data: 31/03/2020
  • Hora: 14:00
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  • Introdução: A Violência Obstétrica (VO) pode ser considerada como sendo todos os atos praticados contra a mulher no exercício de sua saúde sexual e reprodutiva, podendo ser cometida por profissionais de saúde, servidores públicos, profissionais técnico-administrativos de instituições públicas e privadas, bem como civis. Entendendo que as vulnerabilidades inseridas na VO vão além da dicotomia entre o individual e o coletivo, mas sim de uma totalidade compreensiva, utiliza-se como aporte teórico o conceito de Vulnerabilidades proposto por Ayres e a categoria teórica de Violência Obstétrica. Objetivo: Partindo da premissa que aspectos socioeconômicos, demográficos e organizacionais estão associados às vulnerabilidades encontradas no contexto de Violência Obstétrica, este estudo tem como objetivo geral analisar e os aspectos das vulnerabilidades à Violência Obstétrica sofrida por mulheres no estado da Paraíba. Método: Estudo 1 - Relatos de violência obstétrica e percepções de vulnerabilidades individual, social e programática. Estudo quanti-qualitativo, exploratório e transversal com amostra composta por 106 mulheres da população geral. Critérios de inclusão: ter mais de 18 anos no momento da coleta de dados e ter notadamente percebido que sofreu violência obstétrica. Foram utilizados 3 instrumentos organizados em formato de questionário autoaplicável: Técnica de Associação Livre de Palavras com um estímulo: “Quando você lembra da Violência Obstétrica no seu parto, quais são as três primeiras palavras que vem à sua cabeça?”; Questionário sociodemográfico; Questionário sobre percepções de vulnerabilidades relativas à VO composto por dez questões e a solicitação do relato da violência. Estudo 2 -Construção e validação do Instrumento de Medida de Percepção de Vulnerabilidades à Violência Obstétrica. Resultados: Estudo 1 - as evocações da vivência foram representadas desde uma perspectiva de suas próprias condições físicas e psicológicas (dor, medo, raiva, vergonha, humilhação, tristeza, impotência, entre outras) até das relações interpessoais entre elas e as pessoas que cometeram a violência (abuso, negligência, irresponsabilidade, “fazer foi bom”, “não grita”, entre outras). Os relatos de violência demonstram a figura central do médico na cena de violência seguido pela do enfermeiro, responsáveis pelas intervenções físicas e verbais. A palavra hora permite o o entendimento de uma necessidade de avaliação temporal do processo de nascimento associadas a dor física. A percepção de vulnerabilidade individual emergiu 4 categorias: conhecimento, escolha da via de parto, interação em cena e denúncia. A percepção de vulnerabilidade social emergiu 3 categorias: conhecimento, hierarquia das relações, denúncia e mobilização social. A percepção de vulnerabilidade programática emergiu 4 categorias: relação hierárquica e autoritária, assistência não baseada em evidências, humanização da assistência, e efetivação dos direitos. Estudo 2- O instrumento inicial foi composto por 114 itens, dos quais permaneceram 65 divididos em três subescalas contemplando cada um dos tipos de vulnerabilidade – individual, social e programática, segundo o modelo proposto por Ayres.
  • GISELLI LUCY SOUZA SILVA
  • Modelo Explicativo da Exclusão Social do Doente Mental baseado nas Crenças, Preconceito, Percepção de Ameaça, Curabilidade e Responsabilização
  • Orientador : SILVANA CARNEIRO MACIEL
  • Data: 31/03/2020
  • Hora: 08:00
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  • Ainda são poucos os estudos que propõe um modelo explicativo da exclusão social dos doentes mentais. Diante disto, esta tese tem como objetivo principal propôr um modelo explicativo da exclusão social do doente mental baseado nas crenças causais da doença mental, no preconceito, na percepção de ameaça na curabilidade e responsabililzação. Para atingir o objetivo geral, esta tese apresenta uma sequência de estudos multimétodos, estruturada em um artigo teórico e três empíricos. O primeiro artigo compreende uma revisão da literatura articulando os diversos arcabouços teóricos que dão sustentáculo a tese. O segundo artigo, de abordagem mista, buscou identificar o nível de preconceito frente aos doentes mentais e analisar as justificativas apresentadas para aceitação/rejeição as situações de contato. Participaram 171 universitários, que responderam a Escala de Preconceito frente ao Doente Mental e justificaram suas respostas aos itens do instrumento. Foram realizadas estatísticas descritivas com o auxílio do SPSS e Análise de Conteúdo Temática proposta por Bardin. Os resultados demonstraram que persiste o preconceito contra o doente mental, revelado pelo distanciamento das relações sociais justificada pela percepção de ameaça. O terceiro artigo, correlacional, analisa as relações entre as crenças causais sobre a doença mental, a percepção de ameaça e o preconceito. Universitários (N = 323) responderam a Escala de Crenças Sobre a Doença Mental, Escala de Preconceito, Escala de Percepção de ameaça frente ao Doente Mental e um questionário biossociodemográfico. Os dados apontaram correlação significativa entre todos os construtos. A percepção de ameaça, no fator periculosidade, foi predita pelo preconceito e pelas crenças religiosas. O fator imprevisibilidade foi explicado pelo preconceito e pelas crenças causais: drogas, religiosas e contingenciais. Os resultados são consonantes com as justificativas apresentadas pelos participantes no segundo artigo. O quarto artigo , está dividido em duas análises: A Análise 1, experimental (N = 413), analisou a influência das crenças causais da doença mental, preconceito, percepção de ameaça, curabilidade e responsabilização no processo de exclusão social. O estudo apresenta uma vinheta que relata o adoecimento mental de um homem. Na história apresentada foram manipulados o tipo de crença causal (biológica, psicológica, religiosa, uso de drogas e grupo controle) e a curabilidade (curável x incurável). Os participantes também responderam a uma medida de atribuição responsabilização do doente mental. Os resultados mostraram efeito significativo das crenças sobre a exclusão (crença religiosa gera maior exclusão), percepção de ameaça e responsabilização (crença no uso de drogas gera maior responsabilização). A crença na incurabilidade da doença mental mostrou efeito significativo para exclusão e percepção de ameaça. A Análise 2 (N = 413) buscou dimensionar o efeito dos construtos propondo um modelo de mediação moderadora estatisticamente significativo. Análises de regressão demonstraram que para que o preconceito produza exclusão é necessária a mediação da percepção de ameaça . Os resultados também indicam que o preconceito é moderado pelas crenças causais e moderado pela curabilidade e responsabilização, oferecendo então suporte ao processo de exclusão social. Desarte, as implicações desses resultados devem ser considerados como uma contribuição para compreender o preconceito destinado ao doente mental, bem como servir de suporte para formulação de estratégias para reduzir o preconceito e a exclusão social.
  • JOCERLANDIO APOLINARIO ALVES
  • TÉCNICAS DE SOCIALIZAÇÃO NA FAMÍLIA E JULGAMENTO MORAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
  • Data: 30/03/2020
  • Hora: 15:00
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  • Este estudo verificou o efeito de técnicas de controle materno no processo de socialização de crianças na família e a formação sociomoral, especificadamente o julgamento moral e a empatia dos filhos. A amostra deste estudo foi composta por 94 díades de mães e avós que eram primeiras cuidadoras das crianças e jovens adolescentes. Três grupos de idade foram formados a partir da idade dos filhos(as)/netos(as): G1: 34 crianças de 6 a 7 anos com idade média de 7 anos (DP = ,485) e 34 cuidadoras em idade média de 38 anos (DP = 12,252); G2: 27 jovens adolescentes de 8 a 9 anos com idade média de 8 anos (DP = ,501) e 27 cuidadoras com 35 anos em média (DP =6,01); G3: 33 adolescentes de 10 a 11 anos com idade média de 10 anos (DP = ,502) e 33 cuidadoras com 38 anos de idade em média (DP = 6,693), estudantes do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental da rede pública municipal. Os instrumentos utilizados um questionário Sócio demográfico, uma escala de Técnicas de Controle – ETC e uma escala de Intenções composta por duas estórias estimulo comparando comportamentos morais: Estória 1: Antônio (Agressão sem intenção explicita) e Mario (Altruísmo) e Estória 2: Tereza (Agressão com intenção) e Lourdes (Agressão sem intenção). Os procedimentos de coleta de dados variaram para o grupo de mães e de crianças e jovens adolescentes. As mães responderam os instrumentos com papel e lápis em grupos. As crianças e jovens adolescentes foram entrevistados verbalmente e individualmente. Os resultados foram satisfatórios para a escala ETC com dois fatores: Controle Externo e Controle Interno, a técnica de controle interno favoreceu significativamente o julgamento moral e a empatia das crianças com relação a compreensão da Estória 2 que testava agressões cometidas com e sem intenção a partir dos personagens das estórias. Os participantes reconheceram as emoções apropriadas a cada personagem. Não ocorreram mudanças por idade ou sexo.
  • JOCERLANDIO APOLINARIO ALVES
  • TÉCNICAS DE SOCIALIZAÇÃO NA FAMÍLIA E JULGAMENTO MORAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
  • Data: 30/03/2020
  • Hora: 15:00
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  • Este estudo verificou o efeito de técnicas de controle materno no processo de socialização de crianças na família e a formação sociomoral, especificadamente o julgamento moral e a empatia dos filhos. A amostra deste estudo foi composta por 94 díades de mães e avós que eram primeiras cuidadoras das crianças e jovens adolescentes. Três grupos de idade foram formados a partir da idade dos filhos(as)/netos(as): G1: 34 crianças de 6 a 7 anos com idade média de 7 anos (DP = ,485) e 34 cuidadoras em idade média de 38 anos (DP = 12,252); G2: 27 jovens adolescentes de 8 a 9 anos com idade média de 8 anos (DP = ,501) e 27 cuidadoras com 35 anos em média (DP =6,01); G3: 33 adolescentes de 10 a 11 anos com idade média de 10 anos (DP = ,502) e 33 cuidadoras com 38 anos de idade em média (DP = 6,693), estudantes do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental da rede pública municipal. Os instrumentos utilizados um questionário Sócio demográfico, uma escala de Técnicas de Controle – ETC e uma escala de Intenções composta por duas estórias estimulo comparando comportamentos morais: Estória 1: Antônio (Agressão sem intenção explicita) e Mario (Altruísmo) e Estória 2: Tereza (Agressão com intenção) e Lourdes (Agressão sem intenção). Os procedimentos de coleta de dados variaram para o grupo de mães e de crianças e jovens adolescentes. As mães responderam os instrumentos com papel e lápis em grupos. As crianças e jovens adolescentes foram entrevistados verbalmente e individualmente. Os resultados foram satisfatórios para a escala ETC com dois fatores: Controle Externo e Controle Interno, a técnica de controle interno favoreceu significativamente o julgamento moral e a empatia das crianças com relação a compreensão da Estória 2 que testava agressões cometidas com e sem intenção a partir dos personagens das estórias. Os participantes reconheceram as emoções apropriadas a cada personagem. Não ocorreram mudanças por idade ou sexo.
  • LEILANE CRISTINA OLIVEIRA PEREIRA
  • O ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL A PARTIR DA PRODUÇÃO E DOS DISCURSOS DE PSICÓLOGOS
  • Data: 30/03/2020
  • Hora: 14:00
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  • A presente tese tem como objetivo analisar o acolhimento institucional a partir da produção científica e dos discursos dos profissionais de psicologia que atuam nas instituições de acolhimento. Acolhimento institucional é um tipo de medida protetiva que pode ser tomada em situação de violência contra crianças e adolescentes. A psicologia está inserida como equipe técnica das instituições de acolhimento de crianças e adolescente e devem produzir relatórios trimestralmente sobre os casos de acolhimento de forma a contribuir com a análise judicial dos casos, além de atuar, cotidianamente, juntos aos acolhidos. Pressupoe-se que: a produção científica da psicologia sobre acolhimento é principalmente feita e dirigida a acadêmicos, é impulsionada por novas legislações; a atuação da psicologia nas instituições de acolhimento é modelada pela construção histórica da profissão e dos modelos de assistência à infância e dos discursos que são formulados e sustentam esses modelos de psicologia e assistência; e que a psicologia atua respaldando a valorização das instituições de acolhimento e culpabilizando as famílias pobres das crianças e adolescentes acolhidos institucionalmente. Partindo-se dos pressupostos apresentados, defende-se a tese de que a psicologia, em sua produção científica e atuação nas instituições de acolhimento, está fixada ao discurso materno, atuando para garantir direitos e atualizando discursos de assujeitamento da infância pobre. Para tal, elegeu-se como categorias teóricas, construídas com base na teoria foucaultiana, discurso e verdade. O estudo 1 tratou-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo cientometria com vista a cumprir o primeiro objetivo. Foram utilizados como descritores de busca nas bases de dados o termo “abrigo”, para as publicações entre 2005 e 2010, e o termo “acolhimento institucional”, para as publicações entre 2010 e 2017, nas bases de dados SciELO e Portal de Periódico CAPES/MEC. Foi realizada estatística descritiva como análise de dados. O estudo 2, com vista a cumprir os demais objetivos específicos, foi realizado através da análise crítica do discurso de entrevistas com 6 profissionais de psicologia que atuam em instituições de acolhimento. Segundo as características estabelecidas no método para o estudo 1, foram identificadas 54 publicações, sendo 18 artigos com o termo “abrigo” e 36 artigos com o termo “acolhimento institucional”. Observou-se que, em sua maioria, os artigos foram publicados por mulheres com formação em psicologia, ligadas a instituições de ensino federais das regiões Sul e Sudeste do Brasil e possuíram financiamento público. A maior parte das publicações envolveu entrevistas com crianças e adolescentes acolhidos e foi impulsionada por mudanças na legislação. Os resultados do estudo 2 apontam que: a atuação da psicologia nas instituições de acolhimento é impactada pelo processo de feminilização do trabalho; a psicologia atua garantindo direitos; a atuação da psicologia nas instituições de acolhimento colabora na atualização das formas de assujeitamento da infância pobre; e os psicólogos que atuam em instituições de acolhimento consideram que a formação que recebeu os preparou para a atuação clínica. A partir dos resultados, conclui-se que a tese foi corroborada a psicologia, em sua produção científica e atuação nas instituições de acolhimento, está fixada ao discurso materno, atuando para garantir direitos e atualizando discursos de assujeitamento da infância pobre. Nas instituições de acolhimento, a psicologia é fixada ao discurso materno além de sofrer impactos do processo de feminilização da profissão.
  • ALBERT SILAS FREITAS DE MORAES
  • A Normatividade do Perdão Interpessoal em Ambientes de Trabalho
  • Orientador : JULIO RIQUE NETO
  • Data: 30/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • Estudos realizados por Aguiar (2018) revelaram que o perdão das injustiças que ocorrem nas relações familiares e de amizade é uma atitude que possui valor social. Portanto, o perdão é afetado pelo contexto no qual as mágoas ocorrem. Considerando isto, esta dissertação teve como objetivo investigar se o perdão das injustiças que ocorrem em ambientes de trabalho é uma atitude que também possui valor social. Para alcançar este objetivo esta dissertação foi organizada em dois artigos que adotaram como referencial teórico e metodológico a abordagem sociocognitiva de estudo das normas sociais (Dubois, 2003; Gilibert & Cambon, 2003). O primeiro artigo investigou a valorização social do perdão em ambientes de trabalho através da desejabilidade e da utilidade social. Neste artigo foram realizados dois estudos experimentais. No Estudo 1 (N = 80), os participantes foram instruídos a responderem uma adaptação da escala de Resolução de Problemas Interpessoais (ERPI) para transmitirem uma imagem pessoal positiva ou negativa deles mesmos. Os resultados revelaram que os participantes se descreveram como pessoas que possuíam uma capacidade elevada de perdoar ao transmitirem uma imagem pessoal positiva e, portanto, desejável aos olhos das demais pessoas. No Estudo 2 (N = 183), foi solicitado que os participantes avaliassem três entrevistas de supostos candidatos a uma vaga de emprego que expressavam diferentes graus de concordância com o perdão: pouco vs moderadamente vs muito. Dois instrumentos foram utilizados para medir a avaliação dos participantes: uma lista de adjetivos (α = 0,81) e um índice avaliativo global (α = 0,95). Os resultados revelaram que candidatos que concordavam com o perdão em graus mais elevados foram mais positivamente avaliados pelos participantes. Em conjunto, os resultados dos dois estudos sugerem que o perdão é uma atitude valorizada (i.e., desejável e útil) em ambientes de trabalho. Além disso, revelam que as pessoas manipulam o seu grau de concordância com o perdão para transmitirem uma imagem pessoal socialmente positiva, o que é uma estratégia eficaz sobre o julgamento das demais pessoas. O segundo artigo investigou a utilização da virtude do perdão em estratégias de diferenciações interpessoais e de autopromoção e a influência do grau de proximidade com o agente da injustiça sobre o grau de perdão em ambientes de trabalho. Neste artigo foram realizados dois estudos experimentais. No Estudo 1 (N = 182), foi utilizado um desenho fatorial 2 (referente: expressar a própria opinião vs responder de acordo com a opinião de um colega) x 2 (alvo: colegas de tralho vs chefes). Os resultados indicaram que os participantes se descreveram como pessoas que perdoam mais do que seus pares as injustiças cometidas por colegas de trabalho. No Estudo 2 (N = 215), também foi utilizado um desenho fatorial 2 (imagem: positiva vs negativa) x 2 (alvo: colegas de trabalho vs chefes). Os resultados revelaram que os participantes se descreveram como pessoas perdoam em graus elevados para, assim, transmitirem uma imagem pessoal positiva e desejável, o que corrobora os resultados do Estudo 1 do primeiro artigo. Além disto, estes resultados reforçam os achados do Estudo 1 deste segundo artigo, que indicam que se perdoa os pares (i.e., colegas de trabalho) em maior grau que perdoam os superiores (i.e., chefes). Em conclusão, os resultados revelam que perdoar é uma virtude socialmente desejável e útil (artigo 1) para aqueles com os quais se têm um maior grau de proximidade (artigo 2). No conjunto, os estudos indicam, de maneira consistente, que o perdão das injustiças que ocorrem em ambientes de trabalho é uma atitude valorizada.
  • VALÉRIA NICOLAU DE SOUSA
  • A ATIVIDADE DE TRABALHO DE COORDENADORES DE CURSOS DE GRADUAÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO NORDESTE DO BRASIL
  • Data: 30/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • Essa dissertação tem como objetivo analisar a atividade de trabalho de coordenadores de curso de graduação em uma instituição de ensino superior pública. Os objetivos específicos são: averiguar a existência de formação para o exercício da função; identificar as prescrições do trabalho existentes e confrontá-las com o trabalho efetivamente realizado; caracterizar as condições e a organização do trabalho; levantar as variabilidades no trabalho e seus modos de enfrentamento; verificar como se apresentam as relações intersubjetivas; identificar as fontes de sofrimento e prazer no trabalho e examinar a questão do reconhecimento no trabalho. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que utilizou como instrumentos um questionário sociodemográfico, uma entrevista individual semiestruturada e uma ficha para autoanálise do trabalho. Participaram nove coordenadores de variados centros de ensino e os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo temática. Os resultados apontaram um certo padrão na rotina de trabalho da coordenação de graduação, variando entre picos intensivos de trabalho a períodos mais calmos. Quanto a formação, não se identificou nenhum treinamento prévio para a função de coordenador, para a qual concorrem, em geral, pessoas com alguma experiência anterior de gestão. Os dados apontaram que sugestões e propostas são frequentes da parte dos coordenadores, embora muitas não tenham o encaminhamento esperado. Os riscos psicológicos foram os mais apontados, especialmente o estresse decorrente do volume de trabalho. Outros tipos de riscos foram também assinalados. Os afastamentos, embora justificados, parecem ser evitados, indicando um provável presenteísmo em parcela dos entrevistados. O reconhecimento se expressa em homenagens públicas, ações e elogios. Não obstante, o reconhecimento institucional não foi mencionado. As principais fontes de prazer no trabalho são: resolver problemas, ajudar o aluno e as relações interpessoais. Como fontes de sofrimento, certas condutas de alunos, de professores, entre outros. Percebeu-se que a maior motivação do coordenador é a possibilidade de poder contribuir para o curso que o formou. Conclui-se enfatizando a necessidade de uma atenção maior à questão da saúde do coordenador e do estudante. Infere-se que este estudo possa ser usado para embasar políticas institucionais em prol da melhoria da saúde de discentes e docentes.
  • ANDREZZA MANGUEIRA ESTANISLAU
  • Quando a vontade de comprar torna-se incontrolável: um estudo a partir da personalidade e valores humanos
  • Data: 27/03/2020
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação tem como objetivo testar um modelo de mediação, considerando os Valores Humanos como mediadora da relação entre Personalidade e Compra Compulsiva (CC). Para tal, foram realizados três estudos: o Estudo 1 objetivou adaptar a Richmond Compulsive Buying Scale (RCBS) para região Nordeste do Brasil. Participaram 300 universitários, a maioria de universidade particular (67%), do sexo feminino (71%), com média de idade de 23,5 anos (DP = 6,7). Responderam a RCBS e a um questionário sociodemográfico. Realizou-se uma Análise Fatorial Exploratória e os resultados sugeriram a unidimensionalidade do instrumento, explicando 51,85% da variância total e uma consistência interna (α de Cronbach = 0,86) favorável. O Estudo 2 teve como finalidade testar a estrutura encontrada no Estudo 1. Contou-se com a participação de 279 universitários, a maioria de universidade pública (54,1%), do sexo masculino (51,3%), com média de idade de 23,1 anos (DP = 4,74). Os participantes responderam aos mesmos instrumentos do Estudo 1. Realizou-se uma Análise Fatorial Confirmatória e os resultados apontaram bons índices de qualidade de ajustes da RCBS, confirmando sua estrutura unifatorial. O Estudo 3 pretendeu conhecer a relação entre os Traços de Personalidade, as Subfunções Valorativas e a Compra Compulsiva (CC); verificar o poder preditivo dos Traços de Personalidade e dos Valores Humanos nas CC; e, por fim, testar o modelo de mediação. Participaram 329 universitários, a maioria de universidade privada (54,1%), do sexo masculino (51,7%), com média de idade de 24,67 anos (DP = 6,34), que responderam aos mesmos instrumentos do Estudo 2, acrescidos do Inventário dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade e do Questionário dos Valores Básicos. O resultado das correlações, seguidas de regressões e modelo de mediação demonstraram a contribuição dos traços Extroversão, Neuroticismo e da subfunção Realização na explicação do Comportamento de Compra Compulsiva. Diante dos objetivos alcançados, confia-se que a presente dissertação contribui com a literatura da Compra Compulsiva e com a Psicologia Social, sobretudo na explicação do Comportamento de Compra Compulsiva a partir de uma perspectiva psicológica, já que a maioria dos estudos acerca desse construto é constituída na área de administração, mais especificamente em marketing. Além disso, ao conhecer os fatores que podem influenciar na Compra Compulsiva, é possível auxiliar tanto os consumidores quanto os profissionais que lidam com esse tipo de questão.
  • PIERRE GONÇALVES DE OLIVEIRA FILHO
  • “DESAFIOS E LIMITES PARA A ATUAÇÃO D0 PSICOLOGO NA ATENÇÃO BÁSICA: AS PERCEPÇÕES DAS PSICOLOGAS QUE ATUAM NO NASF SOBRE A SUA IDENTIDADE PROFISSIONAL”
  • Data: 27/03/2020
  • Hora: 13:30
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  • O NASF (Núcleo de apoio ao Saúde da Família) surgiu a partir da portaria M.S. nº 154, de 24 de janeiro de 2008 e se consolidou como um novo campo de trabalho para os psicólogos nas políticas públicas de saúde, em especial na Atenção Básica. Assim, a identidade do psicólogo neste campo, foi um tema de muitos debates e discussões. Nesta conjuntura, este estudo partiu da seguinte tese: A atuação do psicólogo nos Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF) possibilitou a construção de uma “nova” identidade profissional. Como objetivo principal tivemos a proposta de analisar a construção da identidade dos psicólogos que atuam no NASF em um município no Estado da Paraíba – PB. Sendo este um estudo qualitativo, descritivo, onde utilizamos: um questionário sócio-laboral e as entrevistas em profundidade. O primeiro estudo empírico foi na forma de um artigo de revisão sistemática da literatura, onde buscamos as referencias dos últimos 5 anos, nas seguintes bases de dados: Google acadêmico, Pepsic, Portal Scielo e portal Capes. E no segundo artigo foram realizadas 5 entrevistas semiestruturadas, com as psicólogas que estavam atuando nas equipes do NASF em um município do Estado da Paraíba. As entrevistas foram transcritas e analisadas utilizando o método de Analise Categorial Temática. Os resultados da revisão da leitura indicaram que existe um forte conflito na construção da identidade do psicólogo neste contexto, pois a influencia da clínica tradicional ainda é uma realidade, enquanto que as demandas dos equipamentos indicam a necessidade de uma atuação mais voltada ações coletivas, multiprofissionais e de apoio matricial. Enquanto resultado nas análises das entrevistas identificamos vários discursos contraditórios e que demonstram a vivência de uma busca constante de construção da identidade profissional do psicólogo neste campo. Na analise dos discursos presentes nas entrevistas identificamos discursos instituídos na construção de práticas que já são hegemônicas neste cenário, e discursos instituintes que sinalizam para a necessidade de mudanças na formação e na atuação dos profissionais de psicologia nas equipes do NASF.
  • FRANCICLÉIA LOPES SILVA
  • ATITUDES NEGATIVAS FRENTE A VÍTIMAS DE ESTUPRO: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA ATRIBUIÇÃO DE CAUSA E CULPA NO ESTUPRO
  • Data: 27/03/2020
  • Hora: 10:00
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  • Esta dissertação objetivou verificar quais aspectos minimizam a percepção de culpa do agressor no estupro, admitindo a orientação a dominância social e os valores humanos como preditores. Neste sentido, dois artigos foram realizados. O Artigo 1 Objetivou reunir evidências psicométricas da adaptação da Escala de Percepção de Causa do Estupro. Este artigo foi dividido em dois estudos, o primeiro contou a participação de 220 universitários da cidade de João Pessoa – PB, de ambos os sexos (64,5% do sexo feminino), com idade média de 23,48 anos (DP = 7,56; amplitude de 18 a 63 anos). Estes responderam, além de perguntas sociodemográficas, a versão brasileira da medida de percepção de causa do estupro, já no segundo estudo a amostra foi composta por 203 universitários de ambos os sexos (54,2% do sexo feminino), com idade média de 21,45 anos (DP = 5,17; amplitude de 18 a 51 anos), que responderam a versão brasileira do instrumento e a medida de Atitudes Frente a Vítimas de Estupro (EAVE). As análises corroboraram a estrutura fatorial de 5 componentes como sugere a versão original do instrumento, estes componentes são organizados em estilos de ordem individuais: Culpabilização da Vítima (α=0,86), Sexualidade Masculina (α=0,84) e Hostilidade Masculina (α = 0,70); e estilos sociais: Dominação Masculina (α=0,92) e Sociedade / Socialização (α= 0,86). Por fim, a análise confirmatória do segundo estudo corrobora a estrutura pentafatorial do instrumento (e.g., χ2/gl = 2,00, GFI = 0,81, AGFI = 0,78, CFI = 0,88, RMSEA = 0,07 (IC90% = 0,062-0,078), ECVI = 3,47 e CAIC = 969,427) e de sua validade convergente com a escala EAVE. O Artigo 2, trata-se de um estudo de caráter quase-experimental, 2x2 e teve como objetivo analisar a influência dos valores humanos normativos e da orientação a dominância social na percepção de causa do estupro em atitudes negativas frente as vítimas. Participaram deste estudo 369 estudantes universitários de uma instituição pública de João Pessoa - PB. Estes tinham idade média de 21, 32 anos (DP = 4,53; amplitude de 18 a 49 anos), sendo a maioria do sexo masculino (52,9%), que responderam a questões sociodemográficas e as medidas: Escala de Percepção de Causa do Estupro (EPCE), Escala de Atitudes Frente a Vítimas de Estupro (EAVE), Questionário de Valores Básicos(QVB), Escala de Orientação a Dominância Social SDO, e além dos instrumentos supracitados, foi utilizado um cenário experimental onde foram manipulados a etnia da vítima e o contexto em que levava a vítima a situação que ocorria a violência. Os resultados corroboram aos encontrados na literatura existente, os homens continuam sendo aqueles que apresentam maiores atitudes negativas frente a vítimas de estupro; pessoas que se identificam com o movimento feminista tendem a endossar menos apoio a atitudes negativas frente a vítimas de estupro, pode-se verificar ainda que vítimas negras são mais culpabilizadas pela violência que sofrem; podendo aferir que a orientação a dominância social assim como os valores normativos são preditores das atitudes frente a vítimas de estupro, sendo a percepção de causa do estupro de ordem social um mediador na diminuição de culpabilização da vítima de estupro (e.g., coeficiente = 0,0294, SE = 0,0091, IC90% = 0,0130 até 0,0492). Desta forma, estima-se que os objetivos propostos foram alcançados.
  • MARÍLIA PEREIRA DUTRA
  • AVALIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS PARA A REDUÇÃO DE COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS EM CRIANÇAS DE 9 A 12 ANOS
  • Data: 27/03/2020
  • Hora: 10:00
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  • Diante dos elevados índices de agressão no âmbito educacional e da necessidade de encontrar estratégias de intervenção cujos efeitos na redução de comportamentos agressivos na infância fossem confiáveis, comparou-se o efeito de duas estratégias na redução desses comportamentos, a técnica afetiva-discursiva e a informativa-discursiva. Participaram da pesquisa-intervenção 43 alunos/as do 4º ano do ensino fundamental de uma escola pública da Paraíba, com idade de 9 a 12 anos (M= 9,84; DP= 0,84) que foram distribuídas em 3 grupos (afetivo-discursivo, informativo-discursivo e controle). Para a verificação dos efeitos das intervenções, os participantes foram avaliados no pré-teste, no pós-teste e no follow-up, por meio dos seus escores à Escala de Empatia para Crianças e Adolescentes, ao Questionário de Agressão de Buss e Perry e por suas verbalizações em um Grupo Focal, feito após o término das intervenções. Além disso, os participantes foram avaliados por uma docente, através dos escores atribuídos por ela a um Questionário de Avaliação do Comportamento Agressivo do Discente, antes e depois das intervenções. Os dados quantitativos obtidos com a escala e os questionários foram analisados com testes paramétricos (Teste t e Análises de Variância). Em relação aos dados do grupo focal, utilizou-se a Análise de Conteúdo Temática. Os resultados dos dados quantitativos indicaram um aumento significativo da média de empatia apenas no grupo afetivo-discursivo e uma diminuição significativa da média de agressividade nos grupos afetivo-discursivo e informativo-discursivo, do pré-teste para o pós-teste. As análises dos dados qualitativos do grupo focal confirmaram esses resultados. Nota-se que, no grupo de controle, houve um aumento significativo da média de agressividade, do pré-teste para o pós-teste. Já os resultados do pós-teste para o follow-up indicaram que houve uma diminuição significativa da empatia no grupo afetivo-discursivo e uma manutenção do nível de empatia nos outros grupos. Quanto ao escore médio de agressão verificou-se que ele se manteve constante no grupo afetivo-discursivo, aumentou significativamente no grupo informativo-discursivo e diminuiu significativamente no grupo de controle. Esses resultados mostram, de um modo geral, que as duas estratégias utilizadas na intervenção foram eficazes para a redução da agressão, porém, em um prazo mais longo, a estratégia afetiva-discursiva mostrou-se mais efetiva do que a informativa-discursiva.
  • ANA ROGELIA DUARTE DO NASCIMENTO
  • ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR JUNTO A PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS
  • Data: 27/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • A presente pesquisa analisou as concepções e práticas de psicólogas(os) escolares e docentes sobre a atuação da(o) psicóloga(o) escolar junto a professoras(es), no acompanhamento ao processo de ensino e aprendizagem. Estudos do campo da psicologia escolar de base crítica assinalam a importância do trabalho de psicólogas(os) com professores mediando a relação professor-aluno, para promover e potencializar os processos de aprendizado e desenvolvimento, relevância abordada inclusive em documentos técnicos para nortear o trabalho de psicólogas(os) na Educação Básica. O marco teórico que fundamenta essa pesquisa é a teoria histórico-cultural de Vigotski que elaborou um conjunto de argumentos para explicar as relações entre aprendizagem e desenvolvimento humano, e como os processos de ensino e aprendizagem colaboram para a formação de conceitos científicos dos quais os sujeitos se apropriam a partir de sua inserção na escola. Também fundamentadas nessa teoria, foram explicitadas formulações e propostas de intervenção de pesquisadores brasileiros do campo da psicologia escolar, entendidas como marcos para a discussão e análise do objeto da presente pesquisa. Neste sentido, realizou-se uma pesquisa de campo do tipo qualitativa, com dezessete psicólogas(os) escolares, dezesseis professores do Ensino Fundamental I e dezesseis professores do Ensino Fundamental II, de escolas públicas da rede municipal da cidade de João Pessoa-PB. Para analisar as concepções e práticas dos participantes foram utilizados dois roteiros de entrevista semiestruturada e dois questionários sociodemográficos, direcionados a cada grupo. As entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas na íntegra para análise, conforme as diretrizes do método de categorização de conteúdo apresentadas por Bardin (2000). Os resultados permitiram perceber, de maneira geral, que as ações das(os) psicólogas(os) tinham um caráter coletivo, com intervenções mais voltadas ao corpo docente e demais profissionais da instituição, do que ações pontuais com alunos e suas famílias. No que se refere ao acompanhamento do professor ao processo de ensino e aprendizagem, não foi explicitado pelas(os) psicólogas(os) como essas ações ocorriam e como contribuíam no processo de ensino e aprendizagem e na prática pedagógica. Parte das(os) psicólogas(os) afirmou efetivar ações formativas com o corpo docente, bem como realizar um trabalho preventivo. Para a maioria dos dois grupos de professores o seu papel no processo de ensino e aprendizagem é de mediador e este processo ocorre pela utilização de diversas estratégias pedagógicas. No que concerne aos profissionais que auxiliam a prática docente, os professores mencionaram com maior frequência as(os) psicólogas(os), os gestores e demais funcionários. Verificou-se que os professores de ambos os seguimentos compreendem, em sua maioria, a atuação da(o) psicóloga(o) ainda associada a questões emergenciais e a atendimentos individuais com alunos e suas famílias. Ainda para os docentes, ações como atividades formativas, de orientação e reflexão sobre a prática pedagógica também constituem possibilidades de intervenção de psicólogas(os). Os resultados também demonstraram que na visão de psicólogas(os), as situações que os professores consideram interferir no processo de ensino e aprendizagem foram os problemas/dificuldades dos alunos. Já para os professores do primeiro seguimento foi a ausência do acompanhamento familiar na vida escolar dos estudantes, e para os professores do segundo seguimento foi o déficit na estrutura escolar e de recursos. As análises desses resultados permitem defender a plausibilidade do trabalho de psicólogas(os) junto a docentes no sentido de estabelecer parceria com essa(e) profissional, bem como foi um importante indicador para a proposição de intervenções junto ao corpo docente, pautadas em uma perspectiva preventiva, psicossocial e institucional. Adverte-se ainda para a importância de psicólogas(os) no contexto da educação se apropriarem continuamente de pressupostos teóricos e metodológicos para atuarem de forma crítica, consciente e transformadora, para assim mobilizarem concepções e práticas dos demais atores escolares sobre sua importância na educação e no desenvolvimento humano.
  • HELOISA BÁRBARA CUNHA MOIZÉIS
  • Síndrome de donjuanismo: conceitos, medidas e correlatos
  • Data: 27/03/2020
  • Hora: 08:00
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  • A presente dissertação objetivou elaborar e testar uma medida para avaliar as dimensões que compõem a síndrome de donjuanismo, relacionando-os aos traços de personalidade sombrio, compulsividade sexual e valores humanos. Para tanto, foram elaborados três artigos. No Artigo 1, de natureza teórica, propôs-se introduzir a temática acerca desta síndrome, que é caracterizada por uma compulsão a conquistar parceiros, podendo estar presente em pessoas solteiras e casadas. Foram apresentadas também suas características, consequências psicossociais e seus correlatos. O Artigo 2 versou sobre a elaboração da Escala de Síndrome de Donjuanismo (ESDJ), reunindo evidências de suas propriedades psicométricas. Para tal, dois estudos foram realizados com amostras de estudantes universitários. O presente estudo teve como objetivo desenvolver a Escala de Síndrome de Donjuanismo (ESDJ). No estudo 1 (N = 215; M idade = 22,6; 55,8% mulheres), os participantes responderam a Escala de Síndrome de Donjuanismo e perguntas sóciodemográficas. Uma análise fatorial exploratória indicou uma estrutura pentafartorial, composta por 30 itens, com fidedignidade adequada. No Estudo 2 (N = 246; M idade = 23,09; 54,9% feminino), os participantes responderam adicionalmente a Escala Tetrangular do Amor. Uma análise fatorial confirmatória corroborou a estrutura pentafatorial da ESDJ : traição (α= 0,81), romantismo disfarçado (α= 0,77), sedução (α= 0,72), instabilidade afetiva (α= 0,70) e estratégia de conquista (α= 0,70), que se correlacionou da maneira esperada com os fatores da ETA (paixão romântica, paixão erótica, compromisso e intimidade). O Artigo 3, objetivou, por sua vez, conhecer as correlações e o poder preditivo da personalidade sombria, compulsividade sexual e valores humanos em relação a síndrome de donjuansimo. Participaram 402 sujeitos que responderam às medidas de personalidade sombria, compulsividade sexual, valores humanos e a escala de síndrome de donjuanismo. Os resultados sugeriram que o fator geral de donjuanismo foi explicado pelos fatores que compõem a personalidade sombria (e.g., narcisismo, psicopatia e maquiavelismo), compulsividade sexual e valores de experimentação (R = 0,63; p < 0,001). Testou-se, por conseguinte, os efeitos dos traços de personalidade sombria na síndrome de donjuanismo, mediados por valores humanos e compulsividade sexual. Observaram-se, na sequência, efeitos diretos e indiretos dos traços em relação ao donjuanismo. Portanto, conclui-se que o donjuanismo pode ser preditos pelos traços sombrios, quando mediados pelos valores de experimentação e compulsividade sexual. Assim, conclui-se que a ESDJ corresponde a uma ferramenta adequada para avaliação das dimensões da síndrome de donjuanismo, e seus fatores estão relacionados aos traços sombrios, compulsividade sexual e correlatos valorativos.
  • GIULLIANY GONÇALVES FEITOSA
  • Concepções e expectativas parentais sobre o filho com Transtorno do Espectro Autista
  • Data: 26/03/2020
  • Hora: 15:00
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  • O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do desenvolvimento que envolve comprometimentos nas áreas de socialização, comunicação e comportamento. As concepções dos pais sobre o autismo influenciam as práticas de cuidado e as interações com a criança, de modo a refletir no desenvolvimento infantil. Este estudo tem como objetivo investigar as concepções e expectativas parentais sobre a criança com TEA. Os participantes deste estudo são 30 mães e pais de crianças, com até cinco anos de idade, diagnosticadas com TEA. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados são uma ficha de dados da criança e do genitor e uma entrevista semiestruturada. A coleta de dados foi realizada em duas instituições: em um Centro de Atenção Psicossocial Infantil e em um Centro Médico, ambos localizados na cidade de Campina Grande, na Paraíba. A análise dos dados ocorreu à luz da análise do conteúdo proposta por Bardin, e indica que as concepções parentais sobre o autismo se centram, especialmente, em não saber definir o TEA e em defini o TEA a partir das características e comportamentos apresentados pela criança. Já as expectativas parentais versam sobre o desejo de que o filho obtenha maior desenvolvimento nas áreas comprometidas pelo TEA, especialmente na socialização e linguagem. Além disso, os pais também nutrem expectativas de que o filho venha a ser independente e possa, futuramente, suprir suas próprias necessidades. Os resultados indicam que as concepções e expectativas parentais sobre o TEA são construções complexas que se relacionam com os fatores socioeconômicos e psicossociais da família, com as características da criança e do transtorno, com as informações recebidas, com o entendimento dos pais sobre o papel parental e com suas estratégias de ação. Os resultados deste estudo fornecem subsídios para elaboração de possíveis materiais instrucionais para as famílias, além de servir como base para elaboração de estratégias de ação e orientação junto a profissionais da saúde e a famílias de crianças com TEA.
  • CAMILLA VIEIRA DE FIGUEIREDO
  • The Effect of Gender and Male Distinctiveness Threat on Prejudice Against Homosexuals
  • Data: 26/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • Positive distinctiveness threat is central for understanding ingroup bias, but its role in gender differences in the expression of sexual prejudice is not yet satisfactorily elucidated. We analyzed this issue by proposing that sexual prejudice is a defensive strategy to ensure intergroup distinctiveness and that consequently, heterosexual men are more prejudiced against homosexuals because they strive more for positive distinctiveness. In Study 1 (N = 232), we manipulated the target of prejudice (gay man vs. lesbian) and found that men exhibited more prejudice against gay men, while women did not significantly differentiate their prejudice against these target groups. In Study 2, we manipulated the target group of prejudice (gay men vs. lesbians) in a sample of men (N = 79) and confirmed that they made greater efforts to differentiate heterosexual men from gay than heterosexual women from lesbians. In Study 3 (N = 178), we indirectly manipulated the threat to the distinctiveness between homosexual and heterosexual and demonstrated that the need for positive distinctiveness mediates the relationship between gender and prejudice in men but not in women. Finally, in Study 4 (N = 75), we directly manipulated the perception of distinctiveness for men and women and measured sexual prejudice by means of an implicit measure (IAT). The results showed more implicit prejudice in men than in women when intergroup distinctiveness was threatened. Our results have important implications for understanding sexual prejudice by shedding light on the role played by the distinctiveness threat of gender difference in expressing homophobia.
  • NATALIA DE LOURDES FERREIRA DOS SANTOS
  • A ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS EM INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE EDUCADORES E PSICÓLOGOS
  • Data: 26/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • Atualmente as crianças são inseridas no contexto da educação infantil desde os primeiros meses de vida e em tempo integral. Com isso a sociedade vem requerendo uma maior qualidade dos espaços de educação infantil em seus aspectos estruturais e pedagógicos. No presente estudo será discutido o papel dos arranjos espaciais e seu impacto no processo de aprendizagem e desenvolvimento, nas interações estabelecidas entre educadores e crianças e suas propostas pedagógicas na educação infantil. Defende-se que uma educação infantil de qualidade está fortemente atrelada às concepções e práticas dos profissionais de educação, tais como professores e psicólogas(os) escolares, por seu papel mediador de processos de aprendizado e desenvolvimento no citado contexto. Essa questão foi discutida a partir da teoria Histórico-Cultural do desenvolvimento de Vygotsky (1996/2004), marcadamente sua concepção acerca do desenvolvimento humano e o papel do adulto como mediador de processos de aprendizado infantil. Neste sentido, o objetivo geral desta pesquisa foi analisar as concepções e práticas de educadores e psicólogos sobre a organização dos espaços em instituições de educação infantil, discutindo seus impactos nas interações educadores-crianças e nas práticas pedagógicas em curso. A pesquisa é do tipo qualitativo e descritivo e foi realizada em seis instituições públicas de Educação Infantil do Município de João Pessoa (PB), que atendem crianças de 4 a 5 anos e 11 meses de idade. Como parte da pesquisa, foram realizadas a descrição e análise da organização e estrutura física das instituições de educação infantil pesquisadas, visando mapear os tipos de arranjos espaciais de turmas de pré-escolares. Foi ainda realizada uma análise dos documentos oficiais que regem cada instituição de ensino, tais como o Projeto Político Pedagógico (PPP) e o regimento interno da instituição, por meio do qual foi possível apreender informações que remetam à organização espacial, ao modo como ela vem sendo abordada em tais documentos, bem como verificar que não consta nos documentos institucionais direcionamentos ou orientações acerca dos arranjos espaciais e sua importância para o desenvolvimento infantil. Para conhecer as concepções e práticas das profissionais acerca dos arranjos espaciais e seu papel nas práticas pedagógicas e nas interações estabelecidas, foram entrevistadas seis professoras e cinco monitoras, todas do sexo feminino, com idade média de 33,9 anos, cuja participação foi condicionada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As entrevistas, registradas por meio de um gravador de voz, ocorreram em local reservado, na presença apenas da pesquisadora e da profissional que participou da pesquisa. As entrevistas foram transcritas literalmente, sendo organizadas em eixos de análise, categorizadas de acordo com a similaridade semântica e os conteúdos que emergiram por meio das perguntas do roteiro. Esse material foi discutido com base em pesquisas relativas ao tema proposto e no marco teórico vigotskiniano. Os resultados das entrevistas permitiram identificar que as concepções e práticas das profissionais entrevistas ainda estão desvinculadas do que preconizam os documentos oficiais e as pesquisas sobre a organização dos espaços e seu papel no aprendizado infantil. Também foi verificada, pelos relatos, a importância que atribuem ao planejamento intencional de atividades e à exploração de aspectos e materiais adequados à faixa etária das crianças. Destaca-se que, para a efetivação de práticas pedagógicas que englobem a organização do espaço, é necessária a qualificação continuada de profissionais e a conscientização, por parte do educador, de que a organização dos espaços é um facilitador do processo de aprendizado, sendo necessário planejar em um mesmo espaço, diferentes arranjos espaciais e suas variadas funções, visando promover interações nos diferentes contextos. Evidencia-se a relevância dessa pesquisa, pois o espaço de educação infantil deverá estar organizado para promover o psiquismo infantil e, portanto, ser um ambiente potencial para o desenvolvimento. Os resultados da pesquisa permitiram ainda a proposição de um protocolo de intervenções de psicólogos relacionadas a modalidades de arranjos espaciais que potencializem as interações entre crianças e educadores e reflexões sobre o impacto da pesquisa para a prática de psicólogas(os) na educação infantil.
  • ANA KAROLYNE FLORENCIO AMORIM
  • Legitimizing Role of the Content of Stereotypes in the Gender Pay Gap
  • Data: 25/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • Discrimination against women is widespread in contemporary societies, and unequal pay for the performance of the same functions suggests that this bias is socially accepted. We addressed the proposed problem that people spontaneously use gender stereotypes in a way that reinforces their motivation to reaffirm gender pay gaps. In Study 1 (N = 96), we showed that the simple act of justifying hiring favors the gender pay gap. In Study 2 (N = 298), we showed that this difference is mediated by the greater evocation of competence traits to justify hiring a male candidate. Study 3 (N = 382) revealed that the gender pay gap is moderated by a position in which the female candidate receives a higher salary when applying for a stereotypically masculine position. Study 4 (N = 303) confirmed this finding after the manipulation of stereotypic content associated with male and female candidates. In the discussion, we addressed the central role of the content of gender stereotypes as a justification for the gender pay gap and as a possible source for reversing the direction of this gap.
  • MARIA HELENA VENÂNCIO DE VASCONCELOS
  • Efeitos de mídia de música em pensamentos e sentimentos agressivos
  • Data: 24/03/2020
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação teve como objetivo verificar os efeitos de capas de álbuns violentas em pensamentos e sentimentos agressivos, além de validar e reunir evidências de adequação psicométrica para a Escala de Estado de Hostilidade e Tarefa de Completar Palavras. Para tanto, foram realizados três estudos com graduandos. No Estudo 1, realizou-se uma Análise Fatorial Exploratória (AFE). A partir da análise dos componentes principais, verificaram-se boas cargas fatoriais numa estrutura unifatorial, com alfa de 0,83. No Estudo 2, realizou-se uma validade convergente entre a Escala de Estado de Hostilidade e a Tarefa de Completar Palavras, que mede Cognições Agressivas (r = 0,26), p < 0,01. Por outro lado, encontraram-se relações sutis com a desejabilidade social, sugerindo a validade discriminante. A medida tem validade fatorial, convergente e discriminante, além de ser precisa, podendo ser utilizada em estudos futuros. No estudo 3, por sua vez, realizou-se uma análise de variância múltipla (MANOVA), verificaram-se efeitos marginalmente significativos das capas nos pensamentos agressivos, F (2, 147) = 2,694, poder = 0,53, eta parcial2 = 0,035, p = 0,07. As comparações por pares (comparações múltiplas), por sua vez, apresentaram que a diferença se encontra entre a capa do grupo controle e do grupo experimental 2 (Legacy of Kain), p = 0,035, como esperado.
  • JUAN ALVES APOLINARIO
  • A CONCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO DE UMA CAPITAL DO NORDESTE BRASILEIRO SOBRE CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS
  • Orientador : ANISIO JOSE DA SILVA ARAUJO
  • Data: 24/03/2020
  • Hora: 10:00
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  • As Certificações em Tecnologia da Informação (CTI) ocupam um espaço considerável nas discussões na área. Como modalidade de certificação focada em competências, torna-se um objeto de estudo relevante para o campo da psicologia social do trabalho ao englobar conceitos comuns ao campo. O presente estudo buscou explorar o tema da concepção acerca das CTIs através de um pesquisa qualitativa, utilizando-se de entrevistas semiestruturadas com profissionais de Tecnologia da Informação de uma capital do nordeste brasileiro e, para a análise dos dados, recorreu a análise de conteúdo temática, . Como aportes teóricos recorremos, no que tange ao tema competência, a Philippe Zarifian, e quanto ao debate sobre Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) utilizamos Umbelino, 2006; Marques, 2007; Cartaxo 2009; Nico, 2009; Lima, 2012 e Cavaco, 2016. Os resultados mostraram que os profissionais consideram esse tipo de certificação como relevante, mas explicitaram algumas limitações em relação aos critérios usados para avaliação das competências. Ao fim, foram feitos alguns apontamentos como propostas de melhorias baseado nos resultados obtidos.
  • RUTH PEREIRA GOMES
  • Análise da atividade dos operadores industriais na fabricação de descartáveis
  • Data: 23/03/2020
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação tem como objetivo geral analisar a atividade dos operadores de máquina na fabricação de bandejas e copos descartáveis. Para tanto utilizou-se da ergonomia da atividade e da psicodinâmica do trabalho como aportes teóricos para discutir as questões que emergiram na pesquisa. Participaram dela 20 trabalhadores de dois polos fabris do setor industrial de um estado do Nordeste brasileiro. Os operadores de máquina responderam a um questionário sociodemográfico e a uma entrevista semiestruturada. Para análise dos dados do questionário foi feita uma análise descritiva básica e para tratamento dos materiais das entrevistas recorremos a análise de conteúdo temática. Os resultados serão apresentados em três artigos. O primeiro artigo, finalizado, evidenciou a discrepância entre o trabalho prescrito e o real da atividade, e mostrou que as variabilidades mais perceptíveis são: os imprevistos na atividade, as dificuldades de operacionalização das ferramentas e maquinário, prazos curtos, e a complexidade na programação da produção. Confirma-se que tais variabilidades demandam dos operadores conhecimentos, habilidades e atitudes para administrar a diversidade de contextos que eles se inserem. O segundo artigo apresentou os riscos presentes na atividade e os seus modos de enfrentamento. Nele foi apresentado a caracterização dos participantes, as questões sobre inserção e formação profissional, as formas de enfrentamento dos riscos presentes no cotidiano e as medidas de segurança adotadas na perspectiva de minimizar os riscos. Os resultados indicaram que a maioria dos trabalhadores tem visão parcial dos riscos inerentes a sua atividade, desconhecendo especialmente os riscos químicos e biológicos; os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) não são utilizados por todos, conforme exigem as normas de segurança, a empresa fornece os EPIs de acordo com o posto de trabalho, porém com restrições de quantidade. O terceiro artigo versa sobre a intersubjetividade da relação entre o homem e o trabalho, no que diz respeito as fontes de prazer e sofrimento, foi possível concluir que os trabalhadores operários foram definidos como um grupo de risco, com inclinação a produzir comportamentos patológicos prejudiciais as relações interpessoais, as competências institucionais e, sobretudo a saúde. Por fim, espera-se que esse estudo possa contribuir com as discussões que viabilizem transformações no trabalho, principalmente o que foi apontado como nocivo pelos entrevistados e que reforce as ações que promovam a saúde física e psicológica dos operadores de máquina.
  • FLAVIANE MICHELLY TENORIO DE SOUZA
  • Mediating Role of Prejudice in the Relationship Between Conservatism and Support for Sexual Reorientation
  • Data: 23/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • O suporte político que as pessoas dão às práticas terapêuticas de reorientação sexual pode ser motivado pelo preconceito homofóbico impulsionado pelos grupos conservadores. Neste artigo analisamos o problema do apoio político à reorientação sexual (ARS) propondo a hipótese de que esse apoio é motivado pelo conservadorismo e que essa relação é mediada pelo preconceito contra os homossexuais. Propomos também que o papel do preconceito na relação entre o conservadorismo o ARS é moderado pelas crenças sobre a natureza da homossexualidade. Testamos essas hipóteses em três estudos. No Estudo 1 (N = 249), verificamos que os valores conservadores prevêem o ARS, sendo esse efeito mediado em parte pelo preconceito. No Estudo 2 (N = 247), replicamos essa mediação e verificamos ser essa mediação moderada pelas Crenças Ético-Religioso e Crenças Psicológicas sobre a natureza da homossexualidade. O Estudo 3 (N = 210) foi além ao mostrar experimentalmente as consequências políticas do ARS. Por meio de uma mediação sequencial, mostramos como os indivíduos mais conservadores tendem a absolver um psicologo que pratica a reorientação sexual. Em conjunto, os resultados desta pesquisa têm implicações importantes para a compreensão do significado político do ARS e processo psicossocial que motiva o suporte social a sua implementação.
  • AMANDA DIAS DOURADO
  • A AVALIAÇÃO E A SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE DAS PESSOAS AFASTADAS DO TRABALHO
  • Data: 23/03/2020
  • Hora: 08:30
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  • Esta dissertação corresponde a um estudo de natureza qualitativa que buscou como objetivo geral investigar relação da operacionalização de violentos métodos avaliativos no contexto laboral com a saúde do trabalhador, e como objetivos específicos: analisar o que acontecia com esses trabalhadores durante a tentativa de alcançar os resultados exigidos no processo avaliativo do trabalho quando ainda ativos no emprego; compreender as vivências de sofrimento oriundo do processo de avaliação que se tornou fonte de sofrimento patógeno e investigar como esses trabalhadores estão vivenciando a experiência de rompimento com o trabalho. A pesquisa foi realizada no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador - CEREST, de uma capital do Nordeste Brasileiro. Para tanto, foi utilizado como instrumento um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada norteada pelos objetivos do estudo junto a nove trabalhadores. A análise dos dados aconteceu por meio da análise de conteúdo temática com o auxílio teórico da Psicodinâmica do Trabalho. Os resultados encontrados para os objetivos propostos foram: a tentativa para corresponder às altas cobranças por resultados, muitas vezes inatingíveis, se depara com a fragilização dos coletivos de trabalho e o presenteísmo. Percebeu-se que os sofrimentos decorrentes do processo avaliativo envolvem sentimento de injustiça, ausência de reconhecimento, metas inalcançáveis, pressão psicológica e humilhação na exposição dos resultados. Na condição de afastados, os trabalhadores revelaram o incomodo pela própria patologia somado à sensação de inutilidade e a vergonha de estar doente.
  • HYALLE ABREU VIANA
  • Discriminação contra homens igualitários no mercado de trabalho
  • Data: 20/03/2020
  • Hora: 14:00
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  • O objetivo desta tese é investigar como reagimos a homens que defendem a igualdade de gênero, que nesta tese foram denominados de homens igualitários. Para alcançar este objetivo, esta tese organiza-se em dois artigos. No primeiro artigo foram desenvolvidos dois estudos. O Estudo 1 (N = 250) investigou a atribuição de estereótipos a homens igualitários por meio de uma pergunta aberta e o estudo 2 (N = 221) analisou a atribuição estereotípica a homens e mulheres igualitários em um contexto de trabalho considerado masculino. Tomados em conjunto, os resultados deste artigo mostram que o homem igualitário é percebido como frágil e possivelmente homossexual. Mas por outro lado ele é percebido como mais competente do que os homens tradicionais. O segundo artigo, por meio de dois estudos, investigou a discriminação contra homens igualitários no mercado de trabalho. Dessa forma, o Estudo 1 (N = 235) testou a hipótese de que o posicionamento igualitário ou tradicional de um homem em relação à divisão dos papeis de gênero influencia na concordância da sua contratação/reprovação para um cargo de chefia. Analisou-se também o papel do sexismo na relação entre tipo de posicionamento do homem (tradicional X igualitário) e a decisão tomada pelo recrutador em um processo seletivo (contratá-lo ou não) na percepção da legitimidade dessa decisão. O Estudo 2 (N = 278), por sua vez, analisou quais tipos de justificativas as pessoas usam para concordarem ou discordarem da contratação/reprovação de candidatos igualitários ou tradicionais. Os resultados desses dois estudos mostraram que quanto mais se adere ao sexismo hostil, maior a legitimidade percebida na contratação do candidato tradicional. No que se refere às justificativas verificamos que a contratação do candidato tradicional é justificada por sua dedicação ao trabalho e sua reprovação pelo fato de ser dependente da esposa. Já a contratação do candidato igualitário é justificada por ele parecer ser um bom profissional e sua reprovação por sua prioridade dada à família. Em conjunto, os resultados apresentados nesta tese mostram as diversas faces que o sexismo pode assumir na sociedade brasileira.
  • MAYARA DE OLIVEIRA SILVA MACHADO
  • ENGAJAMENTO PARENTAL E VALORES HUMANOS: O PODER MEDIADOR DA SATISFAÇÃO PARENTAL
  • Data: 20/03/2020
  • Hora: 09:30
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  • A presente dissertação objetivou testar um modelo de mediação, considerando a satisfação parental como mediadora da relação entre valores humanos e engajamento parental. Para isso, foram realizados dois estudos. No Estudo 1 objetivou-se reunir evidências de validade e precisão da Escala de Engajamento Parental (EEP) e da Escala de Satisfação Parental (ESP). Participaram 226 indivíduos (pais e mães) residentes de vários estados brasileiros, sendo a maioria da Paraíba (66,8%), mulheres (57,5%), casados ou em união estável (86,3%), com idade média de 37,47 anos (DP = 7,92, amplitude 19 a 60 anos), e com pelo menos um filho entre 5 a 12 anos de idade (M = 8,89; DP = 7,65), que responderam a EEP, a ESP e um questionário sociodemográfico. Os resultados da análise fatorial exploratória, por meio dos critérios HULL e MAP, sugeriram a unidimensionalidade das medidas, apresentando evidências de validade e precisão favoráveis para a EEP (α de Cronbach e ômega de McDonald = 0,87) e para a ESP (α de Cronbach e ômega de McDonald = 0,82). O Estudo 2 teve como objetivos averiguar a estrutura da EEP e da ESP encontradas no Estudo 1, verificar a contribuição das variáveis sociodemográficas na explicação do engajamento parental e da satisfação parental, identificar a relação entre as subfunções valorativas a satisfação parental e o engajamento parental, e, por fim, testar um modelo de mediação do engajamento parental. Contou-se com 204 indivíduos (pais e mães) do estado da Paraíba, sendo a maioria mulheres (88,6%), casados ou em união estável (77,3%), com idade média de 35,10 anos (DP = 7,00, amplitude 23 a 58 anos) e com pelo menos um filho entre 5 a 12 anos de idade (M = 8,99; DP = 5,40). Apresentaram uma média de 3,54 (DP = 0,68) na avaliação da relação conjugal e de 3,81 (DP = 0,46) na autoavaliação como pai/mãe. Os participantes responderam os mesmos instrumentos do Estudo 1, com o acréscimo do Questionário dos Valores Básicos. Os resultados da análise fatorial confirmatória revelaram parâmetros psicométricos aceitáveis que corroboraram com a estrutura unifatorial da EEP [χ²/ gl = 1,91, GFI = 0,91, CFI= 0,91 RMSEA = 0,07 (IC90% = 0,05 - 0,08), com alfa de Cronbach de 0,82 e confiabilidade composta (CC) de 0,83, e da ESP [χ²/gl = 3,58, GFI = 0,97, CFI = 0,94, RMSEA = 0,07 (IC90% = 0,05 – 0,08), com alfa de Cronbach de 0,75 e confiabilidade composta (CC) de 0,77. Posteriormente, foi possível verificar através de correlações de Pearson, seguidas de regressões lineares, que a avaliação conjugal e a autovaliação como pai/mãe apresentaram-se como melhores preditores do engajamento parental e da satisfação parental, e a quantidade de filhos como preditor do engajamento parental, embora, na direção negativa. Pode-se ainda, identificar relações positivas e estatisticamente significativas (p < 0,05) entre a satisfação parental e o engajamento parental, além das subfunções valorativas (interativa, normativa, suprapessoal, existência e realização), com ambas variáveis supracitadas. Em seguida, através de regressões lineares (simples e múltiplas) pode-se identificar como variáveis preditoras do engajamento parental, a satisfação parental (β = 0,66; p < 0,001) e as subfunções valorativas (normativa, β = 0,20; p < 0,05; e realização, β = 0,20; p < 0,05), e como preditor da satisfação parental a subfunção normativa (β = 0,26; p < 0,001). Observa-se então, que a subfunção realização não apresentou poder preditivo na satisfação parental, por esse fato, opta-se por excluí-la do modelo. A partir disso, foi testado um modelo de mediação considerando o engajamento parental como variável critério, a subfunção normativa como variável independente e a satisfação parental como mediadora, cujos os resultados apresentaram uma mediação total, visto que, na presença da satisfação parental os efeitos diretos entre a subfunção normativa e o engajamento parental deixaram de ser significativos (λ = 0,09; p = 0,07; IC 90% = 0,01/0,18). Dessa forma, tem-se que pessoas que priorizam a subfunção normativa são mais engajadas em suas funções parentais porque apresentam maiores níveis de satisfação parental. Assim, acredita-se que os valores humanos e a satisfação parental configuram-se como importantes variáveis na promoção do engajamento parental. Desse modo, o estudo contribui com a Psicologia Social, sobretudo no que se refere às relações familiares, uma vez que busca explicar o engajamento parental. A presente dissertação, colabora assim, com o avanço científico do tema, fornecendo dados empíricos que instigam a reflexão acerca de possibilidades de intervenções nas relações parentais a fim de se obter experiências positivas na vida de pais e filhos.
  • IARA MARIBONDO ALBUQUERQUE
  • PROCESSOS PSICOSSOCIAIS DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER
  • Data: 19/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • Esta tese tem como objetivo investigar quais processos psicossociais estão subjacentes à persistência da discriminação contra a mulher em dois contextos: laboral e de violência sexual. Para alcançá-lo este trabalho foi organizado em três artigos que adotam como referencial teórico os pressupostos a perspectiva das relações intergrupais (Tajfel, 1982). O primeiro artigo analisou, em dois estudos experimentais, o efeito do sexo do candidato (homem vs. mulher) e do status referente à licença parental (desfruta vs. não desfruta) na discriminação contra a mulher no âmbito laboral; bem como avaliou a atribuição de traços estereotípicos para tais candidatos em termos das dimensões de competência, sociabilidade e moralidade. O sexo do candidato e o status referente à licença parental interagem e juntos influenciam a discriminação (Estudo 1, N = 315). Por sua vez, a mulher que disfrutava da licença por maternidade foi avaliada mais positivamente nas três dimensões estereotípicas quando comparada à mulher que tinha renunciado a licença e pior avaliada na dimensão de competência quando comparada ao homem que desfrutava do mesmo direito (Estudo 2, N = 312). O segundo artigo, verificou a influência da pertença grupal (endogrupo vs. exogrupo) e da adesão aos valores morais e à Crença no Mundo Justo na responsabilização da mulher vítima da violência sexual por ela sofrida. A vítima do endogrupo foi mais responsabilizada (Estudo 1, N = 250); e essa relação foi moderada pelos valores vinculativos (Estudo 2, N = 117) e pela CMJ (Estudo 3, N = 258). Em conjunto, os resultados sugerem que a responsabilização da vítima de violência sexual é maior quando ela pertence ao endogrupo; e que esta relação é predita pela alta adesão aos valores vinculativos e baixa adesão à Crença em um Mundo Justo (CMJ). No terceiro artigo, em andamento, será realizada a análise de conteúdo dos depoimentos das vítimas presentes nos inquéritos policiais relacionados à violência contra a mulher movimentados no período entre 2015 e 2017, com o propósito de investigar variáveis tais como a cor da pele e o status socioeconômico da vítima e do agressor na violência por ela sofrida.
  • ITALO DE OLIVEIRA GUEDES
  • AS CONDIÇÕES OBJETIVAS DE VIDA DA JUVENTUDE VÍTIMA DE HOMICÍDIO NA CIDADE DE JOÃO PESSOA
  • Data: 19/02/2020
  • Hora: 14:00
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  • A juventude se configura como a principal vítima de homicídios. Assim, esta dissertação objetiva analisar as condições objetivas de vida da juventude vítima de homicídio em João Pessoa, com objetivos específicos de fazer uma caracterização biosociodemográfica dessa juventude, caracterizar o contexto social dos homicídios, conhecer os elementos sociais comuns à juventude assassinada, identificar processos de criminalização dessa população. O estudo foi desenvolvido em duas etapas, a partir de pesquisa documental com inquéritos policiais de homicídios, da Polícia Civil. Utilizando o software SPSS, realizou-se uma análise descritiva dos dados biosociodemográficos de 136 inquéritos, definidos a partir de cálculo amostral; na segunda, selecionou-se nove casos para realização de análise de conteúdo temática, utilizando o software MAXQDA. Observou-se que, das vítimas, 58,1% estavam na faixa etária jovem-jovem, 99,2% eram pessoas pretas, 52,2% dos crimes aconteceram em apenas 10 bairros da cidade, 58,8% foram assassinadas nos bairros que residiam, 60% eram analfabetas, 21,43% foram consideradas “desocupados” e 91,2% dos homicídios utilizaram armas de fogo. A análise de conteúdo revelou dois grandes códigos: Criminalização pela justiça, composto pelas categorias Uso de drogas, Ausência de atividade de trabalho, Histórico de violência e Amizades; e Criminalização social, com as categorias Ineficiência do Estado, Território e Trabalho precoce.
2019
Descrição
  • YANA THAMIRES MENDES FELIX
  • A Cooperação na atividade das equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)
  • Data: 13/12/2019
  • Hora: 14:00
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  • O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) possui uma função social de extrema importância, além de ser uma das portas de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS). Esse serviço trata de situações onde a violência social se mostra com muita evidência e que exigem uma intensa mobilização por parte dos profissionais em cada atendimento. Diante disso, em um primeiro estudo realizado junto aos técnicos de enfermagem, a cooperação emergiu significativamente no discurso desses trabalhadores, o que motivou a realização do presente estudo, no qual a cooperação constitui o foco central. Como base teórica foi utilizada a Psicodinâmica do Trabalho. A pesquisa se caracteriza como qualitativa e a composição da amostra investigada foi de dez equipes do SAMU, seis compostas por um(a) Enfermeiro(a) e um Condutor que tripulam as Unidades de Saúde Básicas e quatro equipes compostas por um Médico, um(a) Enfermeiro(a) e um Condutor, tripulantes das Unidades de Saúde Avançadas. Os entrevistados foram selecionados por conveniência. Para a coleta de dados, utilizou-se entrevistas semi-estruturadas com cada equipe. Para tratamento dos dados, recorreu-se a Análise de Conteúdo Temática. O trabalho foi organizado e estruturado em formato de artigo, sendo um teórico e os demais frutos das entrevistas realizadas. Quanto aos resultados, destacou-se que a cooperação é determinante para o funcionamento do SAMU, em especial, entre os profissionais que compõem as equipes de rua, que levam nas ambulâncias/motolâncias socorro aos usuários em vias públicas e privadas. A capacidade de trabalhar junto, de forma coordenada, com fluidez e fazendo as escolhas pertinentes, permitem os melhores resultados em termos de eficiência e eficácia nos atendimentos. Assim, a cooperação perpassa diversos momentos do serviço: na entrada de um novo colega e sua familiarização com a atividade; durante as ações de rua; nos momentos de espera pelas ocorrências e em situações de informalidade. Os profissionais criam vínculos que ultrapassam o local de trabalho, considerando seus colegas como uma segunda família. Preocupam-se em dar uma mútua cobertura quando necessário e valorizam o papel de cada um para o sucesso do serviço em geral. Além disso, nos atendimentos, embora exista uma hierarquia, esta tende aliviar suas demarcações rígidas diante de algumas situações, especialmente as de maior gravidade e que exigem mais agilidade. A cooperação também surgiu na informalidade, nos momentos de descanso, onde os profissionais trocam conhecimentos e confidências, fazem escolhas e tomam atitudes considerando o bem-estar coletivo. Fica evidente, portanto que a cooperação permeia o SAMU em sua globalidade e que ela é de fato a base do serviço. Com os resultados encontrados, espera-se contribuir para a produção de conhecimentos sobre a cooperação, seu papel na saúde mental dos trabalhadores, os benefícios para o trabalho e para a organização SAMU.
  • KHALIL DA COSTA SILVA
  • TOLERÂNCIA À VIOLÊNCIA POLICIAL COMO EXPRESSÃO DA DISCRIMINAÇÃO
  • Data: 26/11/2019
  • Hora: 09:00
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  • A presente tese tem como objetivo analisar os fatores psicossociais capazes de favorecer e legitimar a relação entre a pertença grupal do contraventor e a tolerância à violência policial. Foram realizados estudos experimentais no Brasil e na Espanha que contribuíram de modo integrado para a consecução do objetivo geral. Todos os estudos desenvolvidos basearam-se nos pressupostos teóricos da perspectiva das relações intergrupais (Tajfel, 1981) e articulam os níveis de análise intergrupal e ideológico (Doise, 2002), uma vez pressupõem os seguintes aspectos: a) a tolerância à violência policial é influenciada pela estrutura das relações existentes entre grupos dominantes e minoritários, b) as relações estabelecidas entre os grupos está associadas a crenças sobre a ordem social vigente, as quais legitimam comportamentos discriminatórios. A tese está organizada em três artigos. O primeiro artigo consiste na pesquisa realizada no Brasil. No contexto brasileiro, a discriminação contra pessoas negras foi analisada com base na tolerância à violência policial, no apoio à redução da maioridade penal e no apoio ao pagamento de indenização pela polícia ao adolescente contraventor. Três estudos foram conduzidos, todos com estudantes universitários e do ensino médio. No Estudo 1 (N = 118), analisou-se a influência do tipo de crime (assalto versus tráfico de drogas) e o alvo do crime (identificável versus não identificável) sobre as variáveis aqui estudadas. O Estudo 2 (N = 343) avaliou o efeito da relação entre tipo de crime (assalto versus tráfico de drogas), o alvo do crime (identificável versus não identificável) e o grupo racial do adolescente contraventor (branco versus negro) sobre a discriminação. O Estudo 3 (N = 316) replicou o Estudo 2, adicionando a crença no mundo justo (CMJ) como moderadora da discriminação. Em conjunto, os resultados indicaram a discriminação racial por meio da maior tolerância à violência policial e apoio à redução da maioridade penal para os crimes cometidos por adolescentes negros. Além disso, verificou-se maior apoio ao pagamento de indenização pela policial ao adolescente transgressor quando o crime foi cometido por adolescentes brancos. Níveis elevados de adesão à CMJ acentuaram a discriminação racial. O segundo artigo, apresenta dois estudos experimentais realizados na Espanha. Nesse contexto, investigou-se a discriminação contra suspeitos de terrorismo islâmico com base na tolerância à utilização da tortura contra esse grupo. No Estudo 1 (N= 282), analisou-se a influência da nacionalidade das vítimas de crimes de terrorismo (espanhóis versus outra nacionalidade) e da nacionalidade dos torturadores (polícia espanhola versus polícia estrangeira) sobre à tolerância à utilização de tortura contra suspeitos de terrorismo islâmico. O Estudo 2 (N= 165) analisou a interação entre Percepção de Ameaça (Real e Simbólica) e Autoritarismo de Direita (RWA) como moderadores da relação entre nacionalidade das vítimas de crimes de terrorismo (espanhóis versus outra nacionalidade) e a discriminação. Em conjunto, o Estudo 1 indicou que a tolerância à utilização de tortura era maior quando as vítimas de ações terroristas pertenciam ao endogrupo (espanhóis). Ademais, o Estudo 2 indicou que a relação entre nacionalidade das vítimas de ações terroristas e tolerância à tortura foi simultaneamente moderada nas interações entre percepção de ameaça real e RWA e percepção de ameaça simbólica e RWA, as quais elevam a tolerância à tortura, independentemente da nacionalidade das vítimas de terrorismo. O terceiro artigo é composto por dois estudos experimentais também realizados no cenário espanhol. Nesta investigação, analisou-se o papel mediador da desumanização na relação entre percepção de ameaça terrorista e tolerância ao uso de violência policial contra suspeitos de terrorismo islâmico, sendo a tolerância à violência mensurada dentro de um continuum de procedimento de justiça, que varia do aspecto retributivo (punição) ao restaurativo (reabilitação). O Estudo 1 (N =215) demonstrou que a percepção de ameaça terrorista contra o endogrupo (espanhóis) eleva o processo de desumanização do suspeito de terrorismo islâmico (exogrupo) que, por sua vez, resulta numa maior à tolerância à utilização de violência contra o mesmo. O Estudo 2 (N=304) analisou como o RWA modera a relação identificada no estudo anterior, sendo revelado que a maior adesão ao RWA favorece à desumanização do membro do exogrupo, independentemente da ameaça terrorista ser direcionada ao endogrupo. Em síntese, identificou-se que a desumanização é o mecanismo subjacente ao apoio a diferentes mecanismos de justiça e que a adesão ao RWA favorece a expressão desse fenômeno.
  • RICARDO NEVES COUTO
  • FORÇAS DE CARÁTER E SUA RELAÇÃO COM VARIÁVEIS INDIVIDUAIS E SOCIAIS
  • Data: 11/11/2019
  • Hora: 14:00
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  • Esta tese tem como objetivo geral verificar o padrão de relação linear das forças de caráter com os traços de personalidade, valores humanos e crescimento pós-traumático em situações de luto no Nordeste brasileiro. Para alcançar esse objetivo, esta tese é composta por quatro artigos. O primeiro objetiva verificar a prevalência das forças de caráter nos nordestinos, especificamente, reunir novas evidências psicométricas da Escala de Forças de Caráter (EFC). Contou-se com uma amostra de 383 pessoas (Midade = 27,81; DP = 10,83) oriunda em sua maioria da Paraíba (24,3%), do sexo feminino (65,4%) e solteira (73,1%), que responderam a EFC e questões demográficas. Uma Análise Fatorial Exploratória indicou a unidimensionalidade da escala, as 24 forças saturando no fator com valor próprio igual a 9,69, explicando 43% da variância e cargas fatoriais de 0,41 (perdão) até 0,72 (vitalidade). O alfa de Cronbach = 0,94 e ômega de McDonald = 0,95 indicam precisão satisfatória. Ademais, estatísticas descritivas foram realizadas identificando as forças mais prevalentes no Nordeste, respectivamente: gratidão, bondade, curiosidade, imparcialidade, amor ao aprendizado e esperança. O segundo artigo, busca verificar em que medida os traços de personalidade explicam as forças de caráter, controlando o efeito da idade e do sexo. Participaram 251 pessoas residentes no Nordeste brasileiro (Midade = 18,51, DP = 9,03), 66,9% mulheres, respondendo um livreto contendo a EFC, Inventário dos Cinco Grandes Fatores (ICGF) e questões demográficas. A partir de correlações, seguidas de regressões múltiplas hierárquicas, verificou-se que idade e sexo foram importantes para explicar algumas forças. Controlando o efeito dessas variáveis demográficas, observou-se que os traços de personalidade amabilidade, conscienciosidade, extroversão e abertura à experiencia explicaram diretamente as forças, ao contrário do traço neuroticismo, que o fez de maneira inversa. O terceiro artigo objetiva-se de maneira geral testar um modelo explicativo do CPT em situação de luto, com a contribuição dos traços de personalidade, valores humanos e forças de caráter, especificamente identificar o padrão de relação linear entre as subfunções valorativas e as forças de caráter, além do papel mediador dos valores humanos na relação entre personalidade e forças. Contou-se com duas amostras, a 01 com 243 pessoas (Midade = 27,88, DP = 9,74), 63,4% mulheres responderam a EFC, ICGF, QVB e questões demográficas, a 02 respondeu também o PTGI, a qual totalizou 207 pessoas que passaram por luto Midade = 27,56, DP = 12,24), 74,8% mulheres. Correlações, seguidas de regressões e modelos de mediação demonstraram a contribuição dos traços extroversão, amabilidade, subfunção normativa e das forças na explicação do crescimento pós-traumático. Dessa forma, discute-se a importância de contar com variáveis de cunho social na promoção de vivências positivas e superação de adversidades e de maneira geral com um quadro de pontos fortes para proporcionar mecanismos de uma vida satisfatória.
  • RICARDO NEVES COUTO
  • FORÇAS DE CARÁTER E SUA RELAÇÃO COM VARIÁVEIS INDIVIDUAIS E SOCIAIS
  • Data: 11/11/2019
  • Hora: 14:00
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  • Esta tese tem como objetivo geral verificar o padrão de relação linear das forças de caráter com os traços de personalidade, valores humanos e crescimento pós-traumático em situações de luto no Nordeste brasileiro. Para alcançar esse objetivo, esta tese é composta por quatro artigos. O primeiro objetiva verificar a prevalência das forças de caráter nos nordestinos, especificamente, reunir novas evidências psicométricas da Escala de Forças de Caráter (EFC). Contou-se com uma amostra de 383 pessoas (Midade = 27,81; DP = 10,83) oriunda em sua maioria da Paraíba (24,3%), do sexo feminino (65,4%) e solteira (73,1%), que responderam a EFC e questões demográficas. Uma Análise Fatorial Exploratória indicou a unidimensionalidade da escala, as 24 forças saturando no fator com valor próprio igual a 9,69, explicando 43% da variância e cargas fatoriais de 0,41 (perdão) até 0,72 (vitalidade). O alfa de Cronbach = 0,94 e ômega de McDonald = 0,95 indicam precisão satisfatória. Ademais, estatísticas descritivas foram realizadas identificando as forças mais prevalentes no Nordeste, respectivamente: gratidão, bondade, curiosidade, imparcialidade, amor ao aprendizado e esperança. O segundo artigo, busca verificar em que medida os traços de personalidade explicam as forças de caráter, controlando o efeito da idade e do sexo. Participaram 251 pessoas residentes no Nordeste brasileiro (Midade = 18,51, DP = 9,03), 66,9% mulheres, respondendo um livreto contendo a EFC, Inventário dos Cinco Grandes Fatores (ICGF) e questões demográficas. A partir de correlações, seguidas de regressões múltiplas hierárquicas, verificou-se que idade e sexo foram importantes para explicar algumas forças. Controlando o efeito dessas variáveis demográficas, observou-se que os traços de personalidade amabilidade, conscienciosidade, extroversão e abertura à experiencia explicaram diretamente as forças, ao contrário do traço neuroticismo, que o fez de maneira inversa. O terceiro artigo objetiva-se de maneira geral testar um modelo explicativo do CPT em situação de luto, com a contribuição dos traços de personalidade, valores humanos e forças de caráter, especificamente identificar o padrão de relação linear entre as subfunções valorativas e as forças de caráter, além do papel mediador dos valores humanos na relação entre personalidade e forças. Contou-se com duas amostras, a 01 com 243 pessoas (Midade = 27,88, DP = 9,74), 63,4% mulheres responderam a EFC, ICGF, QVB e questões demográficas, a 02 respondeu também o PTGI, a qual totalizou 207 pessoas que passaram por luto Midade = 27,56, DP = 12,24), 74,8% mulheres. Correlações, seguidas de regressões e modelos de mediação demonstraram a contribuição dos traços extroversão, amabilidade, subfunção normativa e das forças na explicação do crescimento pós-traumático. Dessa forma, discute-se a importância de contar com variáveis de cunho social na promoção de vivências positivas e superação de adversidades e de maneira geral com um quadro de pontos fortes para proporcionar mecanismos de uma vida satisfatória.
  • GABRIELA MARCOLINO ALVES MACHADO
  • CONCEPÇÕES SOBRE O PRIMEIRO ANO DE VIDA DO BEBÊ: REDES DE APOIO E FONTES DE INFORMAÇÕES PARENTAIS
  • Data: 31/10/2019
  • Hora: 14:00
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  • As concepções parentais sobre o desenvolvimento infantil influenciam a interação pais-bebês e estão relacionadas, dentre outros fatores, às informações que os pais buscam ou recebem desde a gravidez e nos primeiros anos de vida do bebê. Partindo-se da perspectiva que o desenvolvimento humano é um processo cultural, portanto, deve ser compreendido a partir das práticas, dos ambientes e das circunstâncias culturais de um determinado grupo social, os quais constantemente se modificam (Bronfenbrenner, 1996; Harkness & Super, 1996; Rogoff, 2005). Este estudo tem como objetivo geral analisar as concepções maternas e paternas sobre o desenvolvimento no primeiro ano de vida do bebê, destacando-se as redes de apoio e as fontes de informações parentais. Através de um delineamento transversal, participaram desta pesquisa, 150 pais e mães primíparos com filhos de 3, 6, 9 ou 12 meses, de nível instrucional entre ensino médio incompleto e pós-graduação, moradores da cidade de João Pessoa (PB) e região metropolitana. A idade das mães variou entre 18 e 39 anos, com média de 27 anos (DP=5,26), a idade dos pais variou entre 19 e 41 anos, com média de 28 anos (DP=4,86). Foram utilizados um questionário sociodemográfico e duas entrevistas semiestruturadas: a primeira acerca do desenvolvimento infantil e das redes de apoio e a segunda sobre fontes de informações parentais. Para a análise dos dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo. Os resultados serão apresentados em dois eixos temáticos: Concepções parentais acerca do desenvolvimento infantil no primeiro ano de vida e Fontes de informações parentais. Em relação ao primeiro eixo, ao falarem sobre os seus filhos, os participantes evidenciaram aspectos: afetivos, da rotina, do temperamento, sobre a gravidez e parto, das habilidades dos filhos, das dificuldades enfrentadas e, em relação à primiparidade. Sobre a rede de apoio social, de modo geral, no grupo de pais que possuíam o ensino superior um houve um maior número de referência em relação à rede de apoio, do que no grupo de pais do ensino médio. Ainda em relação a rede de apoio, as participantes citaram suas mães, seus maridos e suas sogras. Os homens citam suas sogras, suas esposas e suas mães. Sobre os cuidados com os bebês, os participantes revelaram suas dificuldades, dúvidas e preocupações, as mais relatadas foram sobre a saúde do bebê, sobre aquisição de habilidades e sobre as dificuldades em torno da rotina como o cansaço e a renúncia e por não conseguirem conciliar suas atividades com as necessidades dos filhos. O mais gratificante para eles foi o sorriso do bebê e a possibilidade de acompanhar o desenvolvimento do filho. Sobre os fatores que influenciam o desenvolvimento infantil estão a interação social; os aspectos emocionais e o ambiente familiar. No que se refere ao segundo eixo, as fontes de informações mais utilizadas pelos participantes foram: os profissionais de saúde, familiares e sites. Os tipos de informações mais procurados são sobre: a saúde do bebê, alimentação, aquisições de habilidades infantis e os cuidados e rotinas com o bebê. Como pontos positivos, tais informações auxiliam na aquisição de conhecimento, na facilidade de buscar ou comparar informações; na autonomia e nas tomadas de decisões sobre práticas diárias. E como pontos negativos destacaram-se: o excesso de informações e a falta de confiança e, a padronização das informações. Ao fim deste estudo pôde-se compreender as concepções de pais primíparos sobre o desenvolvimento infantil no primeiro ano de vida, suas maiores dificuldades e dúvidas, bem como as novas configurações das fontes de informações que auxiliam o início da parentalidade. Deve-se considerar que estes dados são importantes para elaboração de programas de orientação de pais, mães e profissionais.
  • LIDIANNY BRAGA DE SOUZA
  • PELO DIREITO À SAÚDE: VULNERABILIDADES, PERCEPÇÕES E PRÁTICAS DE CUIDADO NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE NO CONTEXTO RURAL
  • Data: 30/09/2019
  • Hora: 08:00
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  • A garantia do direito a saude no Brasil foi assegurado na Constituicao Federal de 1988 e operacionalizado com a Lei 8080/90 que implantou o Sistema Unico de Saude (SUS), exigindo compromisso do Estado para com o bem-estar social. Desde entao, muitos sao os desafios enfrentados para a sua consolidacao, tornando-se importante conhecer e discutir o “SUS vivo”, aquele que acontece nas relacoes estabelecidas dentro dos servicos, onde ocorre o processo de producao do cuidado em saude. Com o aporte teorico do quadro conceitual da Vulnerabilidade e Direitos Humanos (V&DH) e da Percepcao Social, este estudo teve como objetivo investigar as vulnerabilidades e as praticas de cuidado em saude no ambito da atencao basica que repercutem na garantia do direito a saude e na efetivacao desta enquanto tal no contexto rural paraibano. Para tanto, propos-se dois estudos interdependentes, o primeiro partindo das percepcoes dos usuarios e o segundo dos profissionais de saude. Metodo: Estudo 1: A amostra, por conveniencia, foi composta por 689 usuarios da atencao basica de 37 municipios rurais da Paraiba, sendo maioria do sexo feminino (75,2%), com idades variando entre 21 e 85 anos (M=43,5; DP=14,7), de baixa escolaridade (59,9%), sendo a agricultura a atividade mais referida (24,2%). Foi utilizado um questionario com 47 questoes, incluindo dados sociodemograficos, analisados atraves de estatistica descritiva e inferencial; e questoes abertas, as quais foram categorizadas. Estudo 2: A amostra, por conveniencia, foi composta por 122 profissionais pertencentes a equipe de saude de 36 servicos de 17 municipios selecionados a partir do Estudo I, representativos das regioes de saude do Estado. A maioria do sexo feminino (81%), com idades variando entre 20 e 72 anos (M=37,1; DP=10,2), com curso superior (56,6%), da area de enfermagem (52,4%), com pouco tempo de trabalho no atual servico (46,2%) e na atencao basica (39,3%). Foi utilizado um questionario estruturado com 57 questoes, incluindo aspectos socio demograficos e laborais, analisados atraves de estatistica descritiva e inferencial; e a Tecnica de Associacao Livre de Palavras a partir dos estimulos “SUS” e “saude”, categorizadas a posteriori. Alem disso, foram realizadas e analisadas por categorizacao tematica 45 entrevistas semiestruturadas. Resultados: Estudo 1: As percepcoes de saude dos usuarios ressaltaram mais os aspectos individuais das vulnerabilidades em saude. A procura pela UBS aconteceu na maioria como pronto atendimento, tendo como principal dificuldade de acesso conseguir atendimento, devido ao numero de fichas. No geral, a situacao de saude local e da UBS foi avaliada positivamente, havendo queixa mais quanto a falta de medico diariamente, este aparecendo como uma figura central na percepcao dos usuarios. Estudo 2: Os profissionais de saude apresentaram percepcoes sobre saude e SUS mais voltada aos aspectos programaticos e bem menos individuais e sociais. Ao avaliar a saude local, a UBS e o proprio trabalho em si, estes ressaltaram aspectos subjetivos e simbolicos que permeiam as relacoes de cuidado em saude, como o relacionamento em equipe, a humanizacao e o comprometimento profissional. Tambem apresentaram alto nivel de satisfacao com o trabalho, apesar das nuances que envolvem o trabalho no contexto rural. Assim, confirmou-se a tese que as vulnerabilidades e necessidades de saude do contexto rural sao produtoras de percepcoes estereotipadas sobre o cuidado, gerando praticas de cuidado que interferem na efetivacao do direito a saude e desvirtuam a saude enquanto direito, produzindo, por sua vez, novas vulnerabilidades.
  • CIBELE SHIRLEY AGRIPINO RAMOS
  • INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UM ESTUDO LONGITUDINAL
  • Data: 19/09/2019
  • Hora: 14:30
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  • Adotando como referencial teorico a perspectiva historico-cultural, aponta-se para a relevancia dos espacos de educacao infantil como promotores do desenvolvimento das criancas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Assim, esta pesquisa teve como objetivo analisar, ao longo de um ano letivo, as interacoes sociais entre criancas com TEA e com desenvolvimento tipico (DT), considerando a mediacao das educadoras, bem como as concepcoes destas, de pais e de pares acerca da inclusao escolar de criancas com TEA, sendo realizada em dois Centros de Referencia em Educacao Infantil (CREI) da cidade de Joao Pessoa-PB. Participaram do estudo tres criancas com TEA, na faixa etaria de 4-5 anos, nove educadoras, 42 criancas com DT, os pais das criancas com TEA e 20 pais das criancas com DT. Foi aplicada a escala CARS de avaliacao, por meio da qual se verificou que uma das criancas com TEA apresentava um nivel grave do transtorno e as outras duas um nivel de leve a moderado. Tambem foram realizadas entrevistas semiestruturadas com as educadoras, com os pais e com as criancas com DT, no inicio e no final do ano letivo, as quais foram analisadas a partir da tecnica de analise de conteudo de Bardin, alem de observacoes das interacoes sociais em sala de aula, em cinco momentos ao longo do ano. Quanto aos resultados, as educadoras descreveram as criancas com TEA principalmente a partir das suas dificuldades de socializacao e alteracoes comportamentais, caracterizando como insuficiente o apoio que recebiam do CREI para trabalharem com elas e mencionando a internet como principal fonte de informacao. Contudo, ao final do ano letivo, as educadoras de ambos os CREI afirmaram perceber mudancas positivas nos comportamentos das criancas com TEA, o que tambem foi referido pelos pais dessas criancas, embora estes tenham revelado preocupacoes quanto ao ingresso do seu filho em uma escola de ensino fundamental. Em relacao as concepcoes das criancas com DT, foram utilizados termos como “especial” ou “bebe” para caracterizar seus colegas com TEA, o que pareceu estar relacionado ao modo como as educadoras se referiam as criancas com o transtorno. Alem disso, as criancas com TEA foram mencionadas por seus pares dentre os colegas preferidos e, com o tempo, passaram a ser vistas por eles a partir das suas capacidades e interesses. Destacou-se o fato de que, como colegas com quem as criancas com DT nao brincavam, foram citadas outras criancas com DT que apresentavam comportamentos agressivos, indicando rejeicao maior a essas ultimas criancas do que aos seus pares com TEA. Os pais das criancas com DT, por sua vez, afirmaram ser favoraveis a inclusao escolar de criancas com TEA, entretanto, demonstraram desconhecimento em relacao ao transtorno. No que diz respeito a analise das observacoes, realizada a partir da identificacao de episodios interacionais, verificou-se que as criancas com nivel de leve a moderado estiveram envolvidas em interacoes sociais mais duradouras do que a crianca com nivel grave do transtorno, alem disso, enquanto no CREI 1 as interacoes entre a crianca com TEA e os seus pares foram se tornando mais frequentes no decorrer do ano, no CREI 2 as interacoes tiveram mais participacao das educadoras. Dentre os aspectos contextuais considerados favorecedores das interacoes entre as criancas com TEA e com DT, destacou-se, alem do incentivo das educadoras para a participacao das criancas com TEA, o uso de objetos que eram do interesse das criancas com o transtorno. Enfatiza-se a relevancia dos resultados obtidos por oferecerem indicios acerca das interacoes sociais envolvendo criancas com TEA e de como promove-las nas situacoes vivenciadas na educacao infantil, evidenciando as possibilidades interativas das criancas com TEA, mas tambem a necessidade do estabelecimento de estrategias que favorecam tanto as concepcoes quanto as interacoes no contexto da educacao infantil.
  • ANDERSON MESQUITA DO NASCIMENTO
  • Medindo Valores Humanos por meio de Processamento de Linguagem Natural
  • Data: 19/09/2019
  • Hora: 14:00
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  • O estudo dos valores humanos ocupa um lugar central dentro da Psicologia Social. Os valores humanos sao definidos como caracteristicas abstratas que servem como principio-guia na vida dos individuos. Desde a segunda metade do seculo passado, foram propostos alguns modelos teoricos que buscaram identificar de que maneira os valores humanos estao organizados. Dentre estes, a Teoria Funcionalista dos Valores Humanos emergiu, partindo do pressuposto de que a estrutura dos valores humanos e definida por duas funcoes principais: guiar o comportamento e expressar cognitivamente as necessidades dos individuos. No tocante a estrategia metodologica para a mensuracao dos valores humanos, esta tem se pautado quase que exclusivamente em medidas de autorrelato. No entanto, avancos tecnologicos recentes tem permitido o desenvolvimento de estrategias de analise que possibilitam extrair caracteristicas psicologicas relevantes de dados quantitativos oriundos de bases textuais, campo conhecido como processamento de linguagem natural. A presente tese tem como objetivo geral testar a hipotese de que o uso do processamento de linguagem natural e adequado para mensurar os valores humanos a partir de indicadores lexicos (palavras). Esta tese encontra-se dividida em tres artigos. O primeiro trata-se de um artigo teorico que buscou identificar quais os aspectos principais da natureza dos valores humanos que influenciam em sua mensuracao. No segundo artigo foi utilizada a estrategia de vocabulario fechado para analisar 33.941 discursos de deputados federais na Camara Legislativa Brasileira entre os anos de 2011 e 2014. Nesta, os valores humanos foram mensurados a partir de um vocabulario de palavras pre-definido, selecionadas a partir de um processo de analise de juizes. Para o desenvolvimento deste vocabulario, partiu-se de um conjunto inicial de 100.886 palavras para chegar uma lista final de 24 indicadores lexicos, quatro para cada subfuncao. Os resultados do segundo artigo mostraram que os indicadores lexicos de cada subfuncao apresentaram maior indice de co-ocorrencia com indicadores da mesma subfuncao valorativa do que com outras, t (17) = 4,12, p = 0,001. Ademais, a media da correlacao teste-resteste das subfuncoes valorativas ao longo dos intervalos entre 2011 e 2014 foi de 0,70 dando indicios da estabilidade temporal do vocabulario proposto. Por fim, analises de regressao multinivel demonstraram haver efeito do genero e de ideologia partidaria na prevalencia dos indicadores lexicos de valores nos discursos dos deputados. O objetivo do terceiro estudo foi investigar quais caracteres de linguagem tem maior relacao com diferentes tipos de valores basicos, usando como base a teoria funcionalista dos valores. Para tal, foram utilizadas tanto abordagens de vocabulario fechado (Linguistic Inquiry and Word Count) e vocabulario aberto (Differential Language Analysis) para analisar 1.110.080 tweets de 1.883 participantes (80,4% do sexo feminino), os quais responderam aos 18 itens do questionario de valores basicos. Os resultados mostraram que cada uma das subfuncoes valorativas apresentou associacoes positivas com caracteres de linguagem que dao suporte a sua validade de face e que apontam para relacoes com o comportamento previamente encontradas na literatura. No padrao das relacoes negativas, houve uma predominancia de linguagem sugestiva de afetos negativos, instabilidade emocional e angustia pessoal para quase todas as subfuncoes valorativas. Os achados sugerem que a linguagem do Twitter pode ser utilizada para caracterizar os valores dos individuos. Espera-se que a presente tese contribua para a mensuracao dos valores humanos atraves de dados textuais, de modo a complementar aqueles provenientes de medidas de autorrelato e permitindo a analise de bases de dados de linguagem natural disponiveis aos pesquisadores em grande volume (e.g. mensagens de redes sociais).
  • JULIANA RODRIGUES DE ALBUQUERQUE LINS
  • Violência de Gênero: Crenças legitimadoras por adolescentes
  • Data: 30/08/2019
  • Hora: 14:00
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  • Resumo: Essa tese tem como objetivo analisar as crencas que estao subjacentes a legitimacao da Violencia de Genero por adolescentes. Para alcancar esse objetivo, este trabalho se organizou em quatro artigos, os quais adotam como referenciais teoricos as Crencas Societais, Cultura do Estupro e as correntes sociologicas de Dominacao Patriarcal e Dominacao Masculina. O primeiro artigo objetivou o levantamento de crencas que legitimam as categorias de violencia contra a mulher conforme abarca a Lei Maria da Penha. Participaram 201 adolescentes do Ensino Medio de escolas publica e privada da cidade de Joao Pessoa, com media de 16 anos de idade. Foram utilizados uma Tecnica de Associacao Livre de Palavras (TALP), contendo cinco estimulos indutores e tres perguntas acerca dos estimulos, onde cada estimulo correspondia a uma historia ficticia sobre um tipo de violencia. Foram executadas estatisticas descritivas e inferenciais. Sobre as evocacoes, foram analisadas por meio do programa computacional IRAMUTEQ. Os resultados apontaram para a percepcao do machismo pela maioria dos adolescentes, na violencia patrimonial, para o fenomeno de responsabilizacao da vitima na violencia sexual, para a justificacao da violencia fisica, para a culpabilizacao da mulher na violencia moral e para a "romantizacao do ciume" na violencia psicologica. O segundo artigo analisou as crencas de violencia sexual de genero. A amostra foi de 201 estudantes do Ensino Medio de escolas publica e privada da cidade de Joao Pessoa, com media de 16 anos de idade. Foi aplicada uma Escala de Aceitacao dos Mitos do Estupro (IRMA). Foram executadas estatisticas descritivas e inferenciais. No fator "Responsabilizacao feminina", os adolescentes legitimaram, significativamente, a violencia sexual e, por meio de teste t, verificou-se que, em alguns itens, os meninos e os alunos de escola publica legitimaram mais. Sobre o fator "Minimizacao da gravidade", a media maior envolveu a crenca de que a vitima de estupro precisa provar que lutou contra a violencia. O fator "Desculpa feminina" apontou para crencas relacionadas a agressividade masculina como algo esperado socialmente. E o fator "Instinto masculino" demonstrou a presenca de crencas sobre o estupro enquanto causa de um desejo sexual masculino incontrolavel. O artigo 3 objetivou reunir evidencias de validade de construto da Escala de Crencas Legitimadoras da Violencia de Genero para adolescentes. Participaram 513 estudantes do Ensino Medio de escolas publicas e privadas da cidade de Joao Pessoa, com media de 16 anos de idade. Aplicou-se a Escala de Crencas Legitimadoras da Violencia de Genero, abarcando todas as categorias de violencia. Utilizou-se estatisticas descritivas e analise fatorial, atraves da tecnica de Componentes Principais, bem como a tecnica de Alfa de Cronbach. Os resultados mostraram que o instrumento possui parametros estatisticos satisfatorios.
  • JAQUELINE GOMES CAVALCANTI SA
  • ABUSO DIGITAL NOS RELACIONAMENTOS AMOROSOS: UMA PERSPECTIVA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E DO MODELO GERAL DE AGRESSÃO
  • Data: 29/08/2019
  • Hora: 15:00
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  • A presente tese buscou conhecer os fatores de risco associados ao abuso digital nos relacionamentos amorosos (ADRA), tomando por base a Teoria das Representacoes Sociais e do Modelo Geral da Agressao. Para alcancar tal objetivo, foram delineados 5 estudos. O Estudo 1 objetivou fazer um levantamento de pesquisas empiricas relacionadas ao abuso digital nos relacionamentos amorosos, conhecendo suas prevalencias, instrumentos de avaliacao e fatores de risco associados. Foram encontrados e analisados 39 artigos referentes aos ultimos 10 anos (2008-2018). Os resultados apontaram que esse fenomeno emerge como um fenomeno psicossocial, podendo ser ocasionado por fatores de risco de diversas ordens, tais como: sociodemograficos; relativos ao relacionamento; familiares, psicologicos, relacionados as percepcoes, normas e crencas. O Estudo 2 teve como objetivo conhecer evidencias de validade fatorial e consistencia interna do Questionario de Abuso Digital nos Relacionamentos Amorosos (QADRA), por meio de analises fatoriais exploratorias. Para isso, contou-se com uma amostra de 215 participantes, com uma idade media de 28,27 (DP= 6,05; amplitude de 18 a 54). O Estudo 3 buscou reunir evidencias adicionais de validade (fatorial e convergente) e precisao do QADRA em uma nova amostra, a partir da analise fatorial confirmatoria (AFC). Contou-se com uma amostra de 248 participantes, com uma idade media de 27,80 (DP= 6,42; amplitude de 18 a 56). Os resultados apontaram para a estrutura bifatorial como a mais pertinente, sendo observados bons indices de consistencia interna. Alem disso, o QADRA demonstrou validade convergente atraves de associacoes significativas com a Escala Taticas de Confliros (violencia presencial) e a satisfacao global nos relacionamentos. O Estudo 4 buscou apreender as representacoes sociais (RS) de universitarios brasileiros acerca do abuso digital nos relacionamentos amorosos. Participaram da pesquisa 447 participantes os quais responderam a Tecnica de Associacao Livre de Palavras e ao QADRA. Os resultados indicaram que o ADRA se ancorou na incerteza relacional contemporanea, na concepcao de dominancia dentro dos relacionamentos intimos e na violacao dos direitos a privacidade. Alem disso, os dados revelaram que o "ciume" se apresenta como elemento central e organizador das RS desse fenomeno, motivando acoes virtuais abusivas.O Estudo 5 objetivou conhecer os efeitos diretos e indiretos da personalidade e violencia tradicional entre parceiros intimos no abuso digital nos relacionamentos amorosos, tomando por base o Modelo Geral da Agressao. Delineou-se dois modelos: um para perpetracao e outro para vitimizacao. Para isso, contou-se com uma amostra de 356 participantes, com uma idade media de 27,05 (DP= 6,99). No que tange ao modelo de vitimizacao, nao foram encontrados efeitos indiretos, de modo que os dados nao foram confirmados. Quanto ao modelo de perpetracao, os resultados apontaram que tracos neuroticos em conjunto com o envolvimento em perpetracao em violencia tradicional entre parceiros intimos (fisica e psicologica) aumentam o ciume romantico influenciando, por sua vez, no aumento de comportamentos de controle e monitoramento entre parceiros. Os achados dessa tese apresentam importantes implicacoes empiricas, teoricas e praticas para entender o ADRA, fenomeno ainda pouco explorado.
  • KARLA COSTA SILVA
  • VIOLÊNCIA NO NAMORO ENTRE ADOLESCENTES: UM ESTUDO PSICOSSOCIOLÓGICO
  • Data: 14/08/2019
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertacao teve como objetivo compreender as representacoes sociais (RS) da violencia no namoro (VN) entre adolescentes escolares. Para isso contou-se com quatro estudos: um teorico e tres empiricos. O primeiro objetivou realizar uma revisao bibliometrica na literatura sobre a VN entre adolescentes nos ultimos dez anos (2007-2017). Os resultados apontaram para 70 artigos empiricos, os quais contemplaram: i) intervencao/prevencao; ii) fatores de risco para a VN; iii) consequencias da VN; iv) psicometricos; v) prevalencia; vi) significados da VN. Apontaram ainda para uma insuficiencia de estudos qualitativos, o que indica a necessidade do desenvolvimento de pesquisas nessa perspectiva, que possibilitem captar aspectos da dinamica psicossocial. O segundo estudo teve como objetivo analisar as representacoes sociais de adolescentes acerca do namoro e da VN. Participaram 215 adolescentes do ensino fundamental e medio em escolas publicas da cidade de Joao Pessoa-PB, com idades entre 14 e 18 anos (M=16,00; SD= 1,25), prevalentemente do sexo feminino (60%). Os instrumentos foram: a Tecnica de Associacao Livre de Palavras (TALP), o Conflict in Adolescent Dating Relationship Inventory (CADRI) e um questionario sociodemografico. Os dados do CADRI e sociodemograficos foram submetidos a analises descritivas com o auxilio do software IBM SPSS (versao 21.0), enquanto os da TALP foram processados pelo software Tri-Deux-Mots (versao 5.1), gerando-se uma Analise Fatorial de Correspondencia. Os resultados ancoraram os objetos sociais nas esferas afetiva, psicoafetiva, interpessoal, moral e dos valores humanos. O namoro foi objetivado como cumplicidade, fidelidade, respeito, amor, compromisso, decepcao, traicao, beijo e briga. Enquanto a VN foi objetivada como ciumes, desrespeito, tristeza, briga, covardia, estupro, errado, odio, morte e verbal. O terceiro estudo objetivou apreender as Representacoes Sociais de adolescentes acerca da VN. Participaram 30 adolescentes, com idades entre 14 e 18 anos (M=15,66; DP=1,29), predominantemente do sexo masculino (53,3%). Para coleta de dados utilizou-se um questionario sociodemografico e entrevistas semiestruturadas, tendo suas respostas submetidas a Analise Hierarquica Descendente (CDH) e de Similitude (AS), desempenhadas com o software IRAMUTEQ. Os resultados apontaram para uma compreensao multifacetada da VN, percebendo-se a tentativa de transformar o saber reificado acerca da violencia em teorias do senso comum. O quarto estudo objetivou conhecer a relacao da violencia no namoro com a aceitacao de violencia no namoro, auto estima e satisfacao com a vida de adolescentes. Para isso, contou com 200 adolescentes de escolas publicas da cidade de Joao Pessoa-Paraiba, com idades entre 14 e 18 anos (M=16,00; SD= 1,25), prevalentemente do sexo feminino (60%). Os participantes responderam o Conflict in Adolescent Dating Relationship Inventory; Escala de Aceitacao de Violencia de Casais; Escala de Autoestima de Rosemberg; Escala Global de Satisfacao com a vida para adolescentes, e; um questionario sociodemografico. As respostas foram submetidas a analises estatisticas descritivas e inferenciais por meio do software IBM SPSS (versao 21.0). Os principais resultados indicaram que a aceitacao de violencia no namoro explica significativamente a perpetracao de violencia sexual, bem como, a vitimizacao da violencia verbal/ emocional; relacional; sexual e fisica. De modo geral, verifica-se que VN se apresenta como um problema de saude publica complexo e multifatorial, com consequencias negativas ao bem-estar fisico, social, emocional e mental dos envolvidos, de modo que, a Psicologia Social pode contribuir de forma relevante para a compreensao desse fenomeno e avanco cientifico. Espera-se que com os resultados advindos dessa pesquisa seja possivel um maior aprofundamento teorico-conceitual acerca da VN entre adolescentes, bem como, auxiliar no planejamento de praticas para intervencoes direcionadas a essa populacao.
  • THIAGO MEDEIROS CAVALCANTI
  • ESTABILIDADE E MUDANÇA DOS VALORES HUMANOS: A DUALIDADE DOS PRINCÍPIOS DE VIDA
  • Data: 30/07/2019
  • Hora: 14:00
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  • A presente tese objetivou contribuir para o entendimento das modificacoes que ocorrem com os valores humanos em nivel teorico e empirico. A estabilidade e mudanca e uma tematica a muito investigada. Entretanto, apenas recentemente uma atencao maior vem sendo despendida para os fatores que proporcionam as alteracoes e em quais condicoes ocorre. Neste sentido, de maneira geral, entende-se os valores humanos como principios-guia do comportamento e que representa cognitivamente as necessidades humanas, assim possui influencia sobre o individuo de forma transituacional. Esquematicamente a tese e formada por tres artigos. O primeiro trata dos 100 anos de pesquisa da variavel, e uma revisao historica mostrando a evolucao conceitual e empirica, discutindo sobre o seu passado, presente e futuro. O segundo artigo possui natureza meta-analitica, visa avaliar os estudos longitudinais de valores humanos nos ultimos 10 anos. Para tanto, inicialmente realizou uma revisao sistematica considerando a base de dados PsychINFO, chegando a um numero final de 4 artigos e 7 estudos com 1952 participantes de 6 paises diferentes. Na etapa seguinte processou a meta-analise por meio do software Comprehensive Meta-Analysis. Os resultados indicam elevada heterogeneidade para os dez tipos motivacionais, constatado pelo grafico de funil, o valor Q (p < 0,001) e o indice I². Os efeitos apontam para alta estabilidade dos valores, com valor medio do r da meta-analise de 0,64. O terceiro e um estudo empirico de carater longitudinal realizado ao longo de vinte e sete meses. Participaram 214 estudantes universitarios (63,4% do sexo feminino), com media de idade de 20,26 anos (DP = 4,67), de todos os cursos diurnos do campus I da Universidade Federal da Paraiba. Uma hipotese foi testada: plasticidade, isto e, os valores humanos mudam ao longo do tempo, mas sua estrutura permanece inalterada. O coeficiente de estabilidade permitiu entender que essa caracteristica e a mais saliente nos valores. Todavia, testando modelos lineares e curvilineos na Latent Growth Curve Model verificou mudancas nas subuncoes normativa (slope = -0,05; p < 0,05), experimentacao (slope = 0,10; p < 0,001) e realizacao (slope = -0,07; p < 0,001), compreendendo que o construto possui algum grau de alteracao. Em seguida examinou a estrutura nos tempos de mensuracao pelo Escalonamento Muldimensional, e depois comparando seus indices na Analise Procrustes Generalizada, os resultados permitiram concluir que sua composicao permanece inalterada com o tempo. Confia assim que a hipotese de estudo foi corroborada. Estima-se que a tese represente um arcabouco da tematica, mostrando evidencias empiricas e teoricas que permitem entender as modificacoes que ocorrem com o construto ao longo do ciclo vital.
  • ELDO LIMA LEITE
  • O papel das representações socias na relação entre a percepção de eficácia do Movimento Negro e o preconceito racial
  • Data: 27/06/2019
  • Hora: 08:00
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  • Esta tese objetivou testar a hipotese de que a relacao entre a Percepcao de Eficacia do Movimento Negro e o preconceito racial e explicada pelas representacoes sociais deste Movimento. Para alcancar este objetivo esta tese foi composta por dois artigos. O primeiro artigo buscou verificar quais as representacoes sociais que os brasileiros tem do Movimento Negro e verificar se nestas representacoes ha conteudos que possibilitem afirmar se este Movimento tem sido percebido de forma eficaz. Participaram deste estudo 173 estudantes universitarios do estado da Paraiba, com idades media de 22.16; DP= 5.4; sendo 32,9% do sexo masculino e 67,1% do sexo feminino. Referente a cor 40% eram da cor branca e 60% da cor parda. Os dados foram analisados por meio da tecnica da analise de conteudo e analise lexica. Os resultados demonstraram que o Movimento Negro e representado por ideias referentes a natureza dos conflitos vivenciados pela populacao negra, a evocacoes referentes a escravidao; assim como por uma visao ativa de enfrentamento de tais problemas sociais. A analise lexica da justificativa da eficacia do Movimento demonstrou que o Movimento Negro e percebido a partir de diferentes visoes sociais: Desamparo social, Indiferenca Social; Visao Positiva e Visao Negativa do Movimento. Por fim, os resultados relativos as conquistas demonstraram que a luta contra a discriminacao, as politicas de cotas, a abolicao da escravatura, a valorizacao da identidade negra sao as principais conquistas ja alcancadas pelo Movimento. Ja o Artigo 2 buscou testar a hipotese de que a relacao entre a Percepcao de Eficacia do Movimento Negro e o preconceito racial e explicada pelas representacoes sociais deste Movimento. Estas representacoes foram derivadas do Artigo 1 desta tese. Primeiramente foi realizado um estudo piloto com 164 estudantes universitarios do Estado da Paraiba, com idades media de 22,20; DP= 5,46, sendo 31,1% do sexo masculino e 68,9% do sexo feminino. Referente a cor, 41,1% era da cor branca, 47,9% da cor parda e 11% da cor preta. Foi verificado que a Percepcao de Eficacia do Movimento, operacionalizada em termos de conquistas, apresentou correlacoes significativas com variaveis de participacao politica, como previsto pela literatura. Em seguida foi realizado um segundo estudo para testar a hipotese desta tese. Participaram deste estudo 171 individuos da populacao geral, com idades media de 31,48; DP= 9,52, sendo 35,1% do sexo masculino e 64,9% do sexo feminino. Referente a cor 42,7% era da cor branca, 42,1% da cor parda e 15,2% da cor preta. Os resultados demonstraram que a Percepcao de Eficacia do Movimento esta relacionada de forma significativa com o preconceito racial. Em todos os modelos a relacao entre a Percepcao de Eficacia do Movimento e o preconceito racial foi mediada pelas representacoes sociais do Movimento, confirmando a hipotese principal desta tese. Por fim, foi realizado um terceiro estudo para testar a hipotese de que o efeito mediador das representacoes sociais no modelo e independente do efeito da variavel percepcao de ameaca real e simbolica. A amostra foi composta por 193 estudantes universitarios, com idades media de 20,93; DP = 4,24, sendo 45,6% do sexo masculino e 54,4% do sexo feminino. Referente a cor, 40,4% era da cor branca, 51,3% da cor parda e 8,3 da cor preta. Os resultados demonstraram que as representacoes do Movimento tem efeito independente das percepcoes de ameaca, mesmo estas tambem funcionando como variaveis mediadoras. Estes resultados sugerem que as representacoes sociais do Movimento Negro sao um dos principais fatores que devem ser utilizados como instrumento politico na luta do Movimento Negro contra o preconceito racial.
  • HÉVILLA RODRIGUES DE FREITAS
  • PRECONCEITO RACIAL E PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: O PAPEL MEDIADOR DO PRECONCEITO RACIAL NA RELAÇÃO ENTRE A COR DA PELE DA FAMÍLIA BENEFICIÁRIA E O NÍVEL DE APOIO A ESSE PROGRAMA
  • Data: 26/06/2019
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertacao objetiva analisar o papel mediador do preconceito racial na relacao entre a cor da pele da familia beneficiaria do Programa Bolsa Familia e o nivel de apoio a esse programa. Para alcancar esse objetivo, foram realizados tres estudos. Os dois primeiros objetivaram adaptar e apresentar evidencias psicometricas de um instrumento para mensurar o preconceito racial no Brasil. O terceiro estudo buscou analisar especificamente o papel mediador do preconceito racial na relacao entre a cor da pele da familia beneficiaria do Programa Bolsa Familia e o nivel de apoio a esse programa. Os resultados indicaram a existencia de nove itens que se estruturam em tres fatores e explicam conjuntamente 71,55% da variancia total. Eles foram nomeados como, a) Negacao da Discriminacao (α = 0,79); b) Acentuacao das Diferencas Intergrupais (α = 0,78) e c) Negacao de emocoes positivas frente ao movimento negro (α = 0,84). O segundo estudo objetivou efetuar a analise fatorial confirmatoria da escala construida no Estudo 1 e analisar sua validade convergente. Os resultados dos dois estudos revelaram um bom ajuste ao modelo de tres fatores e correlacoes satisfatorias entre escalas que medem o mesmo construto. Finalmente, os resultados do Estudo 3 apontaram que tanto a cor da familia como o preconceito racial sutil predizem de forma significativa o apoio ao PBF. No entanto, o preconceito tem como papel mediar a relacao entre a cor da familia e o apoio ao PBF. Neste sentido, na condicao familia negra, ha uma discordancia com o PBF, enquanto na condicao familia branca ha uma concordancia com o PBF, corroborando com a hipotese de pesquisa.
  • HANA DE CASTRO DOURADO ALMEIDA
  • INTERFACE ENTRE O TRABALHO PRECOCE E A PRÁTICA DE ATOS INFRACIONAIS: UMA ANÁLISE DE GÊNERO
  • Data: 30/04/2019
  • Hora: 08:00
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  • Tem-se como objetivo geral dessa dissertacao analisar a relacao entre a insercao precoce no trabalho e o envolvimento em atos infracionais a partir da analise de genero. Como objetivos especificos: Identificar os meninos e meninas que cumprem medidas socioeducativas em privacao de liberdade e que tenham trabalhado na infancia; Identificar as idades em que os meninos e as meninas comecaram a trabalhar na infancia; Caracterizar os tipos de trabalho infantil que desempenharam na infancia e se ha diferenciacao entre os generos; Caracterizar o contexto de envolvimento com o ato infracional de meninos e meninas; e Analisar as implicacoes do trabalho desempenhado pelos meninos e pelas meninas para a socializacao desviante. Para atingir os objetivos, foram aplicados questionarios diagnosticos para identificar os trabalhadores e trabalhadoras precoces e as idades em que comecaram a trabalhar. Desta etapa participaram 23 meninos e 13 meninas cumprindo medida socioeducativa de privacao de liberdade em duas unidades socioeducativas na cidade de Joao Pessoa. Identificados os trabalhadores e trabalhadoras precoces, foram realizados dois grupos de discussao, um com quatro adolescentes do genero masculino e outro com sete adolescentes do genero feminino. Os temas discutidos estavam relacionados ao trabalho infantil, genero e atos infracionais. Foi aplicado, adicionalmente um questionario para verificar o acesso a politicas publicas de saude, educacao e assistencia social. O aceite para participar da pesquisa foi registrado mediante a assinatura do termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A analise dos dados foi efetuada utilizando-se a tecnica de Analise de Conteudo Tematica proposta por Minayo (2014) para os grupos de discussao e uma analise descritiva de dados para os questionarios. Os dados levantados demonstram que ha uma relacao entre ter trabalhado precocemente e os atos infracionais, relacao que nao acontece de forma equanime entre os generos. Espera-se que esta dissertacao possa contribuir para ampliar as discussoes a cerca da relacao entre trabalho infantil, atos infracionais e as questoes de genero que a perpassa.
  • IVO JÚNIOR CELESTINO FERREIRA
  • O NOVO MUNDO DO TRABALHO NO CINEMA: A PRECARIZAÇÃO DA VIDA
  • Data: 29/04/2019
  • Hora: 09:00
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  • No ultimo terco do seculo XX, em decorrencia do processo de crise estrutural do capital, o mundo do trabalho passou por significativas transformacoes e a tendencia central desse movimento tem sido a precarizacao do trabalho em ambito global. Tendo por base teorica o marxismo e a psicologia social do trabalho, o presente trabalho objetiva apreender os impactos da precarizacao estrutural do trabalho na vida dos individuos da classe trabalhadora a partir da analise de algumas obras cinematograficas, procurando identificar a forma como estas obras tem conseguido captar as determinacoes do novo mundo do trabalho, em especial, o fenomeno da precarizacao da vida. Para isso, partimos das ideias acerca da arte como uma forma de conhecimento da realidade, desenvolvidas pelo filosofo hungaro Georg Lukacs. As obras selecionadas para a analise foram: Segunda-feira ao Sol (2002), de Fernando Leon de Aranoa; Dois dias, uma noite (2014), dos irmaos Dardenne e Eu, Daniel Blake (2016), de Ken Loach. Para a analise, recorremos ao metodo critico de Antonio Candido, sendo cada obra analisada individualmente e posteriormente procuramos apontar as convergencias e divergencias entre elas. As conclusoes a que chegamos indicam que o novo cinema do trabalho tem se mostrado fecundo em apreender, por meios esteticos, as determinacoes do novo mundo do trabalho e da precarizacao da vida, trazendo, dessa forma, importantes contribuicoes para que possamos compreender as principais contradicoes e desafios de nosso tempo historico.
  • ROMULO LUSTOSA PIMENTEIRA DE MELO
  • SOCIALIZAÇÃO INFANTIL PARA O PERDÃO: O LUGAR DA EMPATIA MATERNA NESSE PROCESSO
  • Data: 29/03/2019
  • Hora: 14:00
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  • O objetivo desta tese foi verificar se a empatia materna pode explicar os estilos parentais maternos, a empatia do filho e as crencas das maes e filhos sobre o perdao, e foi desenvolvida em quatro capitulos teoricos e dois artigos empiricos. Possui tres referenciais teoricos principais, o de Maccoby e Martin que descreve como se da o processo de socializacao dos filhos pelos pais; o de Martin L. Hoffman que conceitua e mostra como pode ocorrer o desenvolvimento da empatia, e por fim, o referencial do perdao interpessoal, sob a perspectiva de Enright e Human Development Study Group. Considerando o atributo do perdao interpessoal em majorar as relacoes interpessoais e melhorar a saude mental, este trabalho possui como questao principal verificar se as maes poderiam socializar seus filhos para que apresentassem melhores atitudes para o perdao interpessoal. Ou seja, existe uma socializacao infantil para o perdao? Defenderemos que a resposta e positiva e que passa pela empatia materna, que e importante para os estilos parentais de aceitacao e implicacao e promovem a empatia dos filhos, por consequencia, favorecendo maior orientacao dos filhos para o perdao. Assim, a tese defendida e que a empatia materna, por meio da socializacao materna, e um elemento de estimulo aos posicionamentos dos filhos para o perdao. As analises dos dois artigos empiricos foram realizadas principalmente por meio da modelagem de equacoes estruturais. No primeiro, propos-se a buscar evidencias de validade fatorial e consistencia interna de duas medidas de perdao, sendo uma de concordancia com o perdao como forma de resolucao de problemas interpessoais e outra de atitudes com o perdao para resolucao desses conflitos. Realizou-se tres estudos, o primeiro e o segundo com amostra independentes de 200 estudantes universitarios e o terceiro com amostra de 400 mulheres e seus filhos. Evidenciou-se melhor ajuste de uma estrutura bi-fator, de dois conjuntos de quatro fatores opostos, sendo quatro relativos aos eventos de injusticas e quatro relativos aos personagens envolvidos na magoa. Os resultados mostram que o raciocinio do perdao e explicado por dois conjuntos de variaveis latentes distintas, o tipo de injustica e a pessoa perpetradora. O segundo artigo apresenta os resultados que respondem diretamente o objetivo da tese. Apos a confirmacao da medida de perdao, deu-se prosseguimento ao segundo estudo. Nele foi empregado a amostra de 400 maes e seus filhos (as), todos cursando o ensino medio em escolas no interior da Paraiba - Brasil. Utilizou-se as respostas das maes as escalas de perdao, de empatia (Interpersonal Reactivity Index) e um questionario demografico. Os filhos (as) responderam a escala de socializacao parental na adolescencia (ESPA 29), a de empatia (Interpersonal Reactivity Index), a de perdao e um questionario sociodemografico. Os resultados confirmaram a implicacao da empatia materna em todo o processo de socializacao dos filhos para o perdao. Alem disso, tambem se verificou que a empatia do filho media a relacao entre a dimensao aceitacao/implicacao da socializacao e crenca do filho sobre o perdao. Outro resultado a ser mencionado foi a conservacao da congruencia de orientacao sobre o perdao entre maes e filhos. Por fim, considera-se que os resultados corroboraram a tese defendida e que contribuem para ampliacao dos modelos de socializacao voltados para o desenvolvimento moral.
  • THAMIRES PEREIRA ALVES
  • COPING ATRAVÉS DO USO DE MÍDIAS E SUA RELAÇÃO COM A PERSONALIDADE E O BEM-ESTAR SUBJETIVO
  • Data: 29/03/2019
  • Hora: 09:00
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  • A presente dissertacao teve como objetivo adaptar e reunir evidencias de validade e precisao de tres escalas de coping atraves do uso de midias, a Escala de Coping atraves da Leitura de Livros, a Escala de Coping atraves de Assistir Filmes e Series, e a Escala de Coping atraves do Uso da Internet. Alem disso, buscou-se investigar suas relacoes com os tracos da personalidade e o bem-estar subjetivo. Para tal, foram realizados tres estudos empiricos com estudantes do Ensino Medio e do Ensino Superior do Estado da Paraiba, Brasil. No Estudo 1, a Analise Fatorial Exploratoria (AFE) recomendou a solucao trifatorial, conforme descrito na literatura especializada, apresentando as variaveis latentes coping focado na emocao, coping focado no problema e coping evitacao. Os percentuais de variancia explicada variaram entre 71,65% e 76,8% (α≥0,89; λ-2≥0,89), indicando estrutura fatorial apropriada e confiavel, visto os bons indices de consistencia interna nos tres instrumentos. No Estudo 2, a Analise Fatorial Confirmatoria (AFC) ratificou as validades das estruturas fatoriais com tres dimensoes nas escalas propostas. A partir da testagem dos modelos alternativos, os modelos trifatoriais (original e reduzido) exibiram melhores indices de ajuste, sendo considerados equivalentes. Portanto, optou-se pelo modelo trifatorial original, uma vez que o mesmo mostrou adequacao satisfatoria aos dados e, alem dos criterios estatisticos, ponderou-se o significado teorico pertinente a extracao destes fatores. Subsequentemente, o Estudo 3 revelou que ouvir musicas e o comportamento de coping mais utilizado pela amostra em questao, enquanto a leitura de livros apresentou media consideravelmente inferior, sendo esta a estrategia menos usada. O fator coping focado na emocao foi o mais empregado, principalmente pelas mulheres, apresentando correlacoes com agradabilidade, conscienciosidade, satisfacao com a vida e afetos positivos. O coping focado no problema exibiu relacionamento positivo com a abertura a experiencia e os afetos positivos, no entanto o coping evitacao correlacionou-se com neuroticismo e afetos negativos, sendo o estilo menos empregado. Tambem foi verificada a presenca de relacoes significativas entre os tracos de personalidade e as dimensoes do bem-estar subjetivo. Os padroes de relacionamento verificados determinaram que o coping focado na emocao prediz a satisfacao com a vida, os afetos positivos e os afetos negativos, ja o coping focado no problema predisse os afetos positivos e negativos, enquanto o coping evitacao os afetos negativos. Observou-se tambem o aumento da variancia predita com a entrada da variavel agradabilidade nas relacoes do coping focado na emocao e do coping focado no problema com os afetos positivos, sugerindo que os individuos com fortes tracos de agradabilidade tendem a recorrer as estrategias emocionais e de resolucao de problemas a fim de otimizarem seus afetos positivos. As estimativas de correlacao e predicao mostraram-se em concordancia com o aporte teorico e empirico, indicando que as caracteristicas positivas da personalidade e do BES implicam nas estrategias focadas na emocao e no problema, enquanto as caracteristicas negativas sao arroladas ao estilo evitacao. Isto posto, espera-se que as medidas validadas e suas implicacoes sejam uteis para pesquisas futuras voltadas a tematica do coping e midias.
  • ALINE RODRIGUES GOMES
  • DOCUMENTOS OFICIAIS QUE ORIENTAM A PRÁTICA DE PSICÓLOGAS/OS EM CONTEXTOS ESCOLARES: DISCUTINDO FORMAÇÃO E ATUAÇÃO PROFISSIONAL.
  • Orientador : FABIOLA DE SOUSA BRAZ AQUINO
  • Data: 29/03/2019
  • Hora: 08:00
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  • O presente estudo e derivado de pesquisas realizadas em contexto local, sobre a formacao e atuacao do psicologo que atua em instituicoes publicas regulares de ensino basico. Diferente da maioria do panorama nacional, na cidade de Joao Pessoa (PB) o psicologo escolar compoe o quadro de profissionais efetivos da rede municipal devido a lei n°8682/98, cenario que possibilita um maior aprofundamento sobre concepcoes e praticas desse profissional em contextos escolares, e impulsiona a proposicao de pesquisas que demarquem o papel desse profissional enquanto mediador de processos de desenvolvimento humano e aprendizado. Para fundamentar as questoes propostas nessa pesquisa foram resgatados estudos de pesquisadores do campo da psicologia escolar educacional contemporanea que defendem uma psicologia escolar critica, ampliada e preventiva bem como referencias e textos tecnicos elaborados pelo Conselho Federal de Psicologia. Neste sentido objetiva-se conhecer e analisar os documentos oficiais que orientam a pratica da(o) psicologos(as) nos contextos de educacao local. Visando responder a esse objetivo foi realizada uma pesquisa documental que teve como base o “Plano de trabalho escolar”, documento que e utilizado pelas psicologas da rede de ensino municipal para orientar a sua atuacao. As informacoes obtidas a partir deste documento foram sistematizadas e analisadas considerando as acoes realizadas pela (o) psicologa(o) escolar em conjunto com a equipe de especialistas; as acoes realizadas especificamente pela(o) psicologa(o) escolar, e as acoes consideradas como funcao do psicologo escolar nao referidas no documento da escola. Os resultados da analise documental relevaram que os documentos analisados descrevem apenas o conjunto de acoes que sao realizadas pela(o) psicologa(o) escolar em conjunto com a equipe de especialistas da escola, mas nao disponibiliza informacoes sobre como se configura a participacao deste profissional, as especificacoes da funcao da(o) psicologa(o) escolar na instituicao ou ate mesmo junto a equipe de especialistas. Depreende-se do exposto a relevancia da construcao de um documento inspirado na realidade de educacao local que resgate as especificidades do trabalho do psicologo escolar, o que pode contribuir para auxiliar as psicologas a desenvolver uma atuacao critica que reafirme o seu papel de agente mediador das relacoes interpessoais na escola e dos processos de ensino-aprendizagem e desenvolvimento humano. Reafirma-se que a criacao e utilizacao de um documento que oriente a pratica de psicologos em contextos escolares e educacionais podem colaborar para impulsionar praticas que favorecam processos de ensino e aprendizado, e mobilizar acoes que fortalecam o compromisso etico e politico de psicologas (os) escolares na direcao de praticas que acompanhem e promovam o desenvolvimento humano. Para isso e necessaria a realizacao de pesquisas junto as psicologas(os) que atuam na rede de ensino municipal, visando obter um panorama mais aproximado sobre a realidade escolar e as acoes desenvolvidas por estas profissionais neste contexto. Do exposto, argumenta-se como fundamental ampliar e aprofundar a discussao sobre a formacao em psicologia escolar; a construcao da identidade profissional e das competencias especificas do psicologo escolar por meio de formacao continuada em servico do psicologo escolar visando promover praticas exitosas destas profissionais nos contextos educacionais.
  • EVELINE SILVA HOLANDA LIMA
  • AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO VISUAL DE COR EM ADULTOS COM TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR E PARENTES DE PRIMEIRO GRAU
  • Data: 28/03/2019
  • Hora: 13:00
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  • A presente dissertacao, investigou se a percepcao de cores e afetada em adultos com Transtorno Depressivo Maior (TDM) e parentes de primeiro, quando comparados com individuos nao-acometidos. Foram utilizados como parametros os limiares de discriminacao para os eixos de confusao Protan, Deutan e Tritan (Trivector); a area da elipse de MacAdam e sua elipticidade (Elipse), que correspondem ao Cambridge Coulor Test; e as medidas do Lanthony Desaturat Test D-15 que foram a Coulor Confusion Index (ICC). A amostra contou com 21 voluntarios, sendo 8 com TDM (Grupo de Estudo 1), 5 parentes de primeiro grau desses individuos com TDM (Grupo de estudo 2) e 8 individuos saudaveis, isentos de quaisquer patologias identificaveis (Grupo Controle). Todos os participantes foram submetidos ao Inventario de Depressao e Ansiedade de Beck II, bem como a questionarios sociodemograficos e ao termo de consentimento livre e esclarecido. Os resultados apontaram diferencas significativas com p < 0.05, entre os tres grupos nos testes de discriminacao de cores Lanthony D15, CCT protocolo Trivector e Elipses. Nao apresentando diferencas significativas apenas entre o GE1 e GE2 com p > 0.05. Isto pode ter sido em decorrencia do numero reduzido da amostra e ainda por conta dos participantes do GE1 nao apresentarem niveis do TDM graves. Portanto, a hipotese de pesquisa coadunava com a suposicao de que o prejuizo para percepcao a cor poderia apresentar alteracoes em pacientes com transtorno depressivo maior e parentes de individuos com TDM, quando comparados com controles saudaveis. Sugere-se que novos estudos sejam realizados com um numero amostral maior e com a maioria dos participantes do GE1 com TDM grave.
  • THIAGO FRANCISCO DE ANDRADE
  • Estilos de socialização parental, orientação para o perdão e suas relações com o ajustamento psicossocial na juventude e vida adulta
  • Orientador : JULIO RIQUE NETO
  • Data: 28/03/2019
  • Hora: 11:00
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  • Estudos em diferentes culturas tem apontado para o papel central dos estilos de controle exercidos pelos pais no desenvolvimento psicossocial dos filhos. Considerado o prototipo da parentalidade, o estilo Autoritativo, caracterizado por elevados niveis de controle e consideracao dos sentimentos e opinioes dos filhos tem sido associado a variaveis de ajustamento psicossocial e academico dos filhos. Entretanto, evidencias vem sendo recolhidas apontando melhores indicadores de ajustamento entre os filhos de pais Indulgentes (baixo controle e elevada consideracao), sobretudo em contextos latinoamericanos. Neste sentido, o presente estudo buscou identificar as relacoes entre os estilos de socializacao empregados pelos pais e o ajustamento psicossocial positivo dos filhos, avaliado em termos de satisfacao com a vida, felicidade subjetiva e sentido de vida. Ademais, buscou-se identificar em que medida os estilos parentais se relacionam com a transmissao de valores, especificamente a orientacao para o perdao de ofensas interpessoais. Para tanto, foram realizados dois estudos empiricos independentes e integrativos. No Estudo 1, que contou com a participacao de 80 estudantes universitarios, predominantemente mulheres (91,3%) e com media de idade de 28 anos (DP = 9,78), buscou-se testar a validade ecologica do modelo quadripartido dos estilos de socializacao (indulgente, negligente, autoritario e autoritativo). Uma analise de clusters com as praticas parentais elencadas na Escala de Socializacao Parental na Adolescencia (ESPA-29) permitiu classificar de forma satisfatoria as respostas nos quatro estilos propostos pelo modelo original. No Estudo 2, que contou com a participacao de 353 estudantes universitarios, predominantemente do sexo feminino e com idade media de 23,9 anos (DP = 0,39), buscou-se investigar (a) as qualidades psicometricas de uma Escala de Orientacao para o Perdao; (b) os efeitos dos estilos de socializacao sobre a Orientacao para o Perdao e (c) o impacto dos estilos parentais sobre os indicadores de ajustamento psicossocial (felicidade subjetiva, satisfacao com a vida e sentido de vida). Como resultados, tem-se que a Escala de Orientacao para o Perdao, nas suas duas formas (concordancia com o perdao e atitude para o perdao) apresentou estrutura unifatorial com bons indices psicometricos. O estudo dos efeitos dos estilos de socializacao sobre as demais variaveis, por meio de MANOVAs, mostrou que somente o estilo negligente apresentou efeitos significativos sobre o ajustamento psicossocial (sentido de vida e satisfacao com a vida), nao tendo sido encontrados efeitos dos estilos parentais sobre a orientacao para o perdao. As implicacoes dos achados e uma discussao sobre o poder estatistico como possivel explicacao para os achados nao significativos sao apresentados.
  • CLARA LOHANA CARDOSO GUIMARÃES FARIAS
  • EXPLICANDO O PERFIL DO MEDIADOR DE CONFLITOS A PARTIR DA PERSONALIDADE E DOS VALORES HUMANOS
  • Data: 26/03/2019
  • Hora: 09:00
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  • Buscou-se explicar o perfil do mediador a partir dos tracos de personalidade mediados pelos valores humanos. Para alcancar tal objetivo, foram realizados tres estudos. O Estudo 1 objetivou elaborar a Escala de Perfil do Mediador de Conflitos (EPMC), reunindo evidencias preliminares de sua validade e precisao. Participaram 248 universitarios, da area de saude, humanas e exatas, com idade media de 26 anos (DP = 7,66), 76,2% mulheres, de universidade publica (72,6%). Responderam a EPM e um questionario sociodemografico. Os resultados da analise fatorial exploratoria, por meio dos criterios HULL, MAP e AP, sugeriram unidimensionalidade do instrumento, o qual apresentou evidencias de validade e precisao favoraveis (α de Cronbach e omega de McDonald = 0,90); o Estudo 2, com a finalidade de testar a estrutura encontrada no Estudo 1, contou com 240 universitarios, distribuidos equitativamente entre os cursos de Direito e Psicologia. A idade media foi de 27 anos (DP = 7,70), 52,1% mulheres e de universidade privada (81,3%). Responderam aos mesmos instrumentos do Estudo 1. Os resultados revelaram parametros psicometricos aceitaveis [X²/gl = 2,07, CFI = 0,92, TLI = 0,91 e RMSEA = 0,07 (IC90% = 0,053 – 0,081), com α de Cronbach e Confiabilidade Composta semelhantes (0,89); e o Estudo 3 pretendeu identificar a relacao entre os tracos de personalidade, as subfuncoes valorativas e o perfil do mediador, verificar a contribuicao dos tracos de personalidade, das subfuncoes valorativas e das variaveis sociodemograficas (curso de graduacao, idade, sexo e tipo de instituicao) na explicacao do perfil do mediador, e, por fim, testar o modelo explicativo do perfil do mediador. Participaram 285 universitarios dos cursos de Direito e Psicologia, compreendidos entre os tres ultimos periodos, com idade media de 27,32 anos (DP = 7,80), 59,3% mulheres, de universidade privada (80,7%), que responderam aos instrumentos do Estudo 1, acrescidos do Inventario dos Cinco Grandes Fatores e do Questionario dos Valores Basicos. Correlacoes de Pearson demonstraram relacao positiva e estatisticamente significativa (p < 0,05) do perfil do mediador com os tracos amabilidade (r = 0,35), abertura a experiencia (r = 0,33), conscienciosidade (r = 0,32) e extroversao (r = 0,21), alem das subfuncoes valorativas suprapessoal (r = 0,27) e interativa (r = 0,24). Posteriormente, foi realizada regressao multipla hierarquica, ficando no passo final um modelo estatisticamente significativo [F(7;644) = 18,28; p < 0,001, R²= 0,24], entrando como variaveis preditoras do perfil do mediador o curso, com as maiores pontuacoes daqueles que cursam Psicologia (β = 0,14; p = 0,01), os tracos de personalidade (conscienciosidade, β = 0,21; p < 0,001; abertura a experiencia, β = 0,20; p < 0,001; e amabilidade, β = 0,18; p = 0,002) e a subfuncao interativa (β = 0,12; p = 0,03). A partir disso, foi testado um modelo de mediacao considerando o perfil do mediador como variavel criterio, tracos de personalidade como variaveis independentes e a subfuncao interativa como mediadora, cujos resultados apresentaram que os tracos conscienciosidade e abertura a experiencia explicam o perfil do mediador de forma direta, independente da subfuncao valorativa. No entanto, mediado pela subfuncao interativa, apenas a amabilidade apresentou resultado significativo. Assim, acredita-se que os tracos de personalidade e os valores humanos configuram-se como variaveis importantes na explicacao da formacao desse perfil, fornecendo dados empiricos que podem facilitar o recrutamento desses profissionais, assim como fomentar estrategias de capacitacao e intervencoes para o aperfeicoamento da atuacao. Em suma, confia-se que os objetivos foram alcancados e que este trabalho contribui com a Psicologia Social, sobretudo na explicacao do perfil do mediador, a partir de uma perspectiva psicologica, ja que a maioria dos estudos acerca da mediacao e constituida na area do Direito.
  • BRUNO ROLIM BAGGIO
  • O Nascimento da Moral: uma leitura crítica da teoria do desenvolvimento moral de Piaget
  • Data: 21/03/2019
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho consiste em uma leitura critica da teoria moral de Jean Piaget, apresentada em O Juizo Moral na Crianca (1932). Em um primeiro momento, procuraremos situar as teses piagetianas sobre a moralidade dentro do contexto da evolucao do pensamento do proprio autor. O Juizo Moral na Crianca foi publicado na fase inicial da producao teorica de Piaget e antecede, assim, algumas das principais contribuicoes do autor no campo da psicologia do desenvolvimento, em especial a publicacao de O Nascimento da Inteligencia na Crianca (1936), obra na qual o autor aponta a importancia dos processos sensorio-motores, ainda nos dois primeiros anos de vida, para a compreensao da genese do pensamento logico e conceitual. A partir dessa contextualizacao, e possivel identificar uma lacuna nas teses morais do autor, exatamente em relacao aos processos sensorio motores que estariam na base do desenvolvimento das estruturas morais que se desenvolvem mais tarde, como a heteronomia e a autonomia. Em um segundo momento, procuraremos discutir alguns apontamentos de Piaget, sobre o desenvolvimento afetivo, que lancam uma nova luz sobre a genese da moral. Em “A Formacao do Simbolo na Crianca” e “As Relacoes Entre a Inteligencia e a Afetividade (1954)”, Piaget retorna ao tema da moralidade, mas desta vez acomodando sua teoria moral a sua descricao do processo de estruturacao da inteligencia sensorio motora. Nestas obras, o autor esclarece alguns aspectos importantes da esquematizacao afetiva e os aponta como ponto de partida do desenvolvimento moral. Piaget apresenta, ainda, uma definicao mais ampla de moralidade, concebendo-a como uma estrutura operatoria de “condutas relativas a pessoas”. Por fim, abordamos o esforco de Piaget para integrar contribuicoes da psicanalise, especialmente quando procura descrever o desenvolvimento afetivo, e apresentamos algumas ideias do pediatra e psicanalista ingles Donald Wood Winnicott relativas a genese do desenvolvimento moral. Consideramos que as ideias de Winnicott sobre o desenvolvimento de uma moralidade sensorio motora (Concern), alem de estarem em sintonia com a descricao que Piaget faz dos anos inicias, podem elucidar alguns pontos pouco discutidos pelo autor suico e contribuir para uma renovacao teorica consistente com a evolucao de seu pensamento.
  • MARCOS FRANCISCO DOS SANTOS
  • A Psicologia Social do Complexo de Vira-Lata: Conciliando Distintividade Positiva e Justificação do Sistema
  • Data: 19/03/2019
  • Hora: 09:30
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  • O complexo de vira-lata foi descrito em 1958 pelo jornalista brasileiro Nelson Rodrigues como “a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo”. Na presente dissertacao levantamos o problema de saber se, de fato, os brasileiros se comportam “voluntariamente” como se, de fato, fossem motivados pelo efeito de um “complexo de vira-lata”. Baseados nas teorias da Identidade Social (Tajfel &Turner, 1979), da Justificacao do Sistema (Jost & Banaji, 1994) e na historia da dinamica da formacao da cultura brasileira, propusemos a hipotese de que o “complexo de vira-lata” e um fenomeno mais complexo do que o mero favoritismo exogrupal. Propomos ser o “complexo de vira-lata” uma estrategia de gestao da identidade nacional caracterizada pela negacao da origem cultural africana, marcada na tonalidade escura da cor da pele da populacao brasileira, e pela acentuacao de aspectos que lembram a origem europeista dessa populacao. Testamos esta hipotese em tres estudos usando o paradigma experimental desenvolvido por Oliveira (2013), no qual os participantes indicam a indenizacao a ser atribuida a uma vitima de violencia policial. No Estudo 1 os participantes foram alocados aleatoriamente em uma de seis condicoes de acordo com o desenho fatorial do tipo 2(cor da pele da vitima: negro vs. branco) x 3(origem da vitima: Africa, Brasil e Europa). Os resultados mostram a presenca de um “efeito vira-lata” seletivo: os participantes “voluntariamente” atribuiram menor indenizacao a vitima brasileira do que a europeia, mas demostraram favoritismo endogrupal ao atribuirem maior indenizacao a vitima brasileira do que a africana. Verificamos tambem ser esse efeito motivado, primariamente, por racismo: os participantes valorizaram muito mais a vitima branca do que a negra, sendo essa valorizacao potencializada pela informacao sobre a origem cultural dessa vitima. O Estudo 2 replicou esse efeito mostrando ser, de fato, a cor da pele da vitima um fator central para a emergencia do “efeito vira-lata”. O Estudo 3 foi alem e avancou na analise do mecanismo que medeia o “efeito vira-lata”. Especificamente, mostrou que a percepcao de injustica na detencao e tratamento dado pela policia a vitima atua como mediadora do efeito da cor e da origem cultural da vitima na indenizacao atribuida. A discussao dos resultados sugere existir um “complexo de vira-lata” no comportamento dos participantes e que esse complexo pode representar uma solucao de compromisso entre o desejo de reafirmarem o status quo das relacoes raciais no Brasil e a motivacao deles para distinguirem positivamente a identidade nacional de atributos africanizados.
  • CLEONIDES SILVA DIAS GUSMAO
  • VIVÊNCIA DO PROCESSO REPRODUTIVO POR HOMENS PAIS: UM OLHAR ATRAVÉS DOS ESTEREÓTIPOS DE GÊNERO
  • Data: 13/03/2019
  • Hora: 14:00
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  • Este estudo tem o objetivo principal investigar os estereotipos de genero que homens pais possuem e como se da sua vivencia do processo reprodutivo, abordando a contracepcao, aborto, gravidez, pre-natal, parto e paternidade. A fim de cumprir com o objetivo desta tese, foram realizados tres estudos empiricos de carater qualitativo, com amostragem nao probabilistica e por conveniencia. O primeiro estudo objetivou analisar os aspectos do processo reprodutivo enquanto uma construcao social; averiguar se os estereotipos de genero sao eficazes para analise do processo reprodutivo, contribuindo para seu entendimento; e compor a entrevista em profundidade do terceiro estudo. Este estudo contou com a participacao de 5 homens pais (Media de idade = 42,20 anos; DP = 10,71) e a utilizacao de um grupo focal. A analise dos dados foi realizada atraves da Analise Categorial que permitiu extrair dezenove subcategorias das duas classes tematicas e oito categorias pre-estabelecidas. As classes tematicas foram intituladas de: “Vivencia do Processo Reprodutivo” e “Estereotipos de Genero”. A primeira classe tematica esta voltada a descricao da vivencia do processo reprodutivo atraves da perspectiva do pai. Ela abarca as seguintes categorias: Contracepcao, Gravidez, Aborto, Pre-natal e Parto e Paternidade. A segunda classe tematica esta direcionada aos estereotipos de genero que, neste caso, guiaram as vivencias em relacao ao processo reprodutivo. Ela tem como categorias: Feminino e Masculino. Este primeiro estudo apontou de maneira preliminar a eficacia dos estereotipos de genero para analise do processo reprodutivo, fato que embasou a realizacao dos outros dois Estudos. O segundo estudo, teve como objetivo investigar os Estereotipos de Genero que os pais possuem. Neste, participaram 20 homens pais (Media de idade = 32,60 anos; DP= 6,08). Utilizou-se uma entrevista semiestruturada composta pela evocacao, enunciacao e averiguacao para investigacao dos estereotipos de genero. A analise dos dados foi realizada atraves da Analise Categorial, que permitiu extrair duas categorias e dezessete subcategorias. As duas categorias referem-se a Feminino e Masculino e as subcategorias denunciaram a adesao dos participantes a divisao de papeis tradicionais entre os homens e as mulheres, destacando-se os estereotipos femininos de Sensibilidade, Cuidado, Delicadeza e Fragilidade; e os estereotipos masculinos de Provisao de Recursos, Insensibilidade, Violencia e Forca. O terceiro estudo teve o objetivo de investigar as vivencias masculinas do processo reprodutivo. Participaram desse estudo os mesmos homens pais que compuseram a amostra do segundo estudo. Utilizou-se uma entrevista em profundidade formulada atraves do primeiro estudo, o qual proporcionou insights para composicao desta entrevista. A analise dos dados foi realizada por meio da Analise Categorial, utilizando-se como auxilio o software IRAMUTEQ, que permitiu a identificacao de cinco classes para categoria Contracepcao, cinco classes para categoria Gravidez, tres classes para categoria Aborto, cinco classes para categoria Pre-natal, cinco classes para categoria Parto e quatro classes para categoria Paternidade. De forma geral, este estudo permitiu a conclusao de que os estereotipos de genero influenciam a forma como os homens interpretam e se comportam diante do processo reprodutivo, servindo como um meio para justificar as desigualdades relatadas na vivencia deste processo. Nesse sentido, os tres estudos realizados apontam para importancia do combate aos estereotipos de genero com o intuito de promover a igualdade entre os generos, mais especificamente no que se refere a vivencia do processo reprodutivo.
  • RENALLE RUANA PESSOA RAMOS
  • OS EFEITOS DA CATEGORIZAÇÃO DE GÊNERO SOBRE A EMPATIA E O JULGAMENTO MORAL
  • Data: 28/02/2019
  • Hora: 15:00
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  • Estudos envolvendo a Teoria da Identidade Social tem sido eficientes em demonstrar diferencas na resposta a situacoes sociais variadas associadas a categorizacao do alvo enquanto membro do endogrupo ou do exogrupo como efeito do que foi denominado de vies do endogrupo. Uma vez que a categorizacao social e reconhecida enquanto um fenomeno inescapavel da vida social, de que maneira ela afeta decisoes morais no dia-a-dia, considerando que o julgamento moral parte de uma premissa de justica? Mediante uma proposta de investigacao da moralidade mais proxima da realidade cotidiana, o presente estudo utilizou uma adaptacao do classico dilema de Heinz com o objetivo de analisar os efeitos da categorizacao de genero sobre a empatia e o julgamento moral. Para tanto, tambem foi produzida uma versao do dilema com um protagonista do sexo feminino e as situacoes foram aplicadas em 183 participantes, 92 mulheres e 91 homens, em um delineamento experimental fatorial 2 (infrator mulher versus infrator homem) x 2 (participantes mulher versus participante homem) interssujeitos. Os dados de resposta foram coletados em escalas de medida situacionais de empatia e julgamento moral construidas para este fim. Ademais, verificou-se o potencial das variaveis de empatia disposicional, mensurada pelo EMRI, e de desenvolvimento moral, mensurado pelo DIT-1, enquanto moderadores da resposta as situacoes experimentais. Embora tenham sido relatadas na literatura diferencas na empatia como efeito da pertenca grupal do alvo, na direcao de uma maior empatia por membros do endogrupo, nao foram observadas diferencas na resposta empatica aos tratamentos mediante analise apenas dos efeitos da manipulacao do sexo do infrator e do sexo do participante. Da mesma forma, tambem nao foram encontradas diferencas no julgamento moral. Contudo, foram observadas diferencas baseadas nas medidas disposicionais, isto e, quando a analise considerou uma classificacao binaria dos participantes a partir de escores baixos ou altos em termos de empatia e de desenvolvimento moral. Com relacao a empatia, os efeitos do tratamento experimental pareceram associados a ativacao de estereotipos de genero, resultando em diferencas de empatia situacional como efeito da empatia disposicional para a condicao na qual os homens foram confrontados com um infrator do sexo masculino. Acerca do desenvolvimento moral, foi encontrada uma tendencia de derrogacao de membros do endogrupo com comportamento desviante (efeito ovelha negra), de modo que uma maior avaliacao negativa do infrator membro do endogrupo foi observada apenas no grupo de participantes com baixo desenvolvimento moral. De modo geral, os resultados sugerem que pode haver alguma distincao na experiencia moral de homens e mulheres em razao das diferencas entre os sexos em termos de empatia. De todo modo, a ocorrencia de vies no julgamento moral nao foi observada primariamente associada a empatia, mas como efeito do proprio desenvolvimento moral dos participantes. Mediante tais achados, ressalta-se a importancia da inclusao de variaveis de desenvolvimento nas investigacoes em psicologia social, bem como a contribuicao do baixo desenvolvimento moral na perpetuacao de determinadas problematicas sociais.
  • JOYCE HELEM DELMIRO MARTINS
  • VIOLÊNCIA EM RELACIONAMENTOS ÍNTIMOS ENTRE HOMENS
  • Data: 28/02/2019
  • Hora: 10:00
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  • A violencia em relacoes intimas (VRI) constitui um dos problemas importantes em nosso pais. Nao obstante, a midia e o imaginario social ressaltam apenas casos associados as mulheres em relacionamentos heterossexuais, ou seja, pouco se fala em como a violencia pode se expressar num namoro, noivado ou casamento entre dois homens ou duas mulheres. Partindo deste pressuposto, esta dissertacao tem como objetivo geral compreender a violencia entre homens em relacoes intimas. Parte-se de uma visao psicossociologica que tem como principais nortes teoricos a perspectiva de genero de Pierre Bordieu, a perspectiva da Vulnerabilidade de Ayres e a Teoria das Representacoes Sociais de Moscovici. Esta estruturada em tres artigos/pesquisas complementares em seus objetivos. O primeiro artigo teve como objetivo investigar os conteudos representacionais da midia acerca da violencia entre homens em relacao intima. Realizou-se um levantamento a partir de busca em portais de noticias jornalisticas, publicados em portugues, no intervalo de 2008 a 2018. Apos selecao por meio de criterios de exclusao, analisaram-se 32 artigos. A partir da Classificacao Hierarquica Descendente (CHD) e da Analise Fatorial de Correspondencia (AFC), emergiram cinco Classes discursivas nas quais, de maneira geral, evidencia-se a presenca de um discurso majoritariamente direcionado as formas mais extremas de violencia, delegando ao segundo plano a exposicao de aspectos mais sutis e psicologicos do fenomeno. Alem disso, confirma-se o carater subnotificado do fenomeno. O segundo artigo objetivou investigar o quanto a variavel preditora (VP) heterossexismo internalizado esta associada a variavel criterio (VC) violencia entre casais de homens. Para tanto, utilizou-se: a Escala Revisitada de Resolucao de Taticas de Conflito (CTS2) e a Escala de Homofobia Internalizada (HI), alem de um questionario sociodemografico. A amostra foi costituida por trinta homens ja estao ou ja estiveram em relacionamento amoroso com outro homem, com idades variando de 20 a 50 anos (M= 27,25, DP=7,5). Analisaram-se os escores dos participantes na escala CTS2 para obter dados de prevalencia das diferentes taticas de conflito. Observou-se que a tatica mais utilizada pelos participantes na resolucao dos conflitos e a Negociacao (M=18,73, DP=6,02), seguida da Agressao Psicologica (M=12,44, DP=5,87). Os participantes em media pontuaram alto na subescala Identificacao Publica como Gay (M=32,74, DP=8,93). Nao se verificou associacao entre as escalas, o que pode ser creditado ao tamanho reduzido da amostra. Assim, esse estudo nao possibilita verificar se o heterossexismo internalizado e um previsor da violencia entre casais de homens. Contudo, verificaram-se associacoes entre a identificacao publica como gay e a aceitabilidade moral de ser gay (rho=.636, p<0,01), Aceitabilidade Moral e Percepcao de Estigma (rho=.378, p<0,05), Tempo de relacionamento e Negociacao (rho=.374, p<0,05) Agressao Fisica e Agressao Psicologica (rho=.467, p<0,05), Agressao Psicologica e Coercao Sexual (rho=.593, p<0,05) e Religiosidade e Tempo de Relacionamento (rho=.465, p<0,05). De maneira geral, os dados indicam que a violencia entre homens e um fenomeno muito frequente que pode ser capturado mesmo em amostras pequenas, o que denuncia a urgencia de se trazer visibilidade ao problema. O terceiro artigo teve o objetivo de conhecer as vivencias de homens em relacao intima com outro homem. Foram entrevistados 7 homens gays com idades entre 27 e 40 anos (M= 32,7, DP= 4,7) e o conteudo das entrevistas foi submetido a analise de conteudo proposta por Bardin, que originou cinco grandes categorias tematicas: Vulnerabilidades e Violencias, Apoio Social, Desdobramentos das Experiencias, Construcao da Identidade e Negociacao/Parceria. As analises indicaram que as vivencias dos homens estao frequentemente atravessadas por elementos de violencia dos quais eles sao ora vitimas, ora perpetradores. Em conjunto, os resultados obtidos nesta dissertacao apontam que a violencia nos relacionamentos entre homens se manifesta em niveis elevados e so pode ser compreendida levando-se em conta as especificidades das praticas afetivas que vao alem da heteronormatividade.
  • LEONAM AMITAF FERREIRA PINTO DE ALBUQUERQUE
  • A Atuação dos Profissionais de Psicologia da Vara da Infância e Juventude na Política de Adoção
  • Data: 28/02/2019
  • Hora: 10:00
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  • Essa dissertacao tem por objetivo geral analisar a atuacao dos profissionais de Psicologia da Vara da Infancia e Juventude na politica de adocao. As acoes atribuidas pelas normativas da politica de adocao aos profissionais de Psicologia da equipe tecnica da Vara da Infancia e Juventude geram sobrecarga de trabalho e requerem praticas de carater tecnico e individualizante, baseadas em modelos reducionistas de adocao, infancia, adolescencia e familia, que contribuem para a reproducao de novas expressoes da questao social no ambito da garantia do direito das criancas e adolescentes a convivencia familiar e comunitaria. Adota-se como referencial teorico a perspectiva da politica social, entendida como resposta fragmentada as expressoes multifacetadas da questao social, e do significado, compreendido como uma zona do sentido, estavel, uniforme e exata, que a palavra adquire no contexto de algum discurso. A coleta de dados se deu por meio: a) da analise documental do Estatuto da Crianca e do Adolescente, da Lei Nacional da Adocao, do Provimento do Conselho Nacional de Justica sobre a estrutura e procedimentos das Varas da Infancia e Juventude e da Resolucao do Conselho Federal de Psicologia a respeito da atuacao do psicologo como perito e assistente tecnico no Poder Judiciario; b) da entrevista semiestruturada com os profissionais de Psicologia da 1ª Vara da Infancia e Juventude da Comarca da Capital e do setor civel da Vara Privativa da Infancia e Juventude de Campina Grande; e c) do questionario de informacoes sobre caracteristicas biologicas e condicoes sociais e demograficas dos participantes. Os dados foram analisados a partir da analise tematica de conteudo e da analise descritiva do conteudo. Os resultados indicaram que as acoes atribuidas aos profissionais de Psicologia da Vara da Infancia e Juventude pelas normativas da politica de adocao contribuem para a garantia do direito das criancas e adolescentes a convivencia familiar e comunitaria. Em sua maioria, os participantes foram mulheres, com 36 anos, pardas, casadas, pertencentes as religioes catolica e espirita, com renda familiar de 09 salarios minimos. A formacao academica caracterizou-se pela escassez, restricao a areas especificas e ocorrencia no ambiente de trabalho, contribuindo para auxiliar e orientar a pratica. As politicas sociais foram compreendidas como politicas publicas que geram melhorias sociais, de carater universal, acoes do Estado e da sociedade e formas de garantir o acesso dos cidadaos a direitos, e como politica de adocao em construcao, de garantia dos interesses dos pretendentes a adocao e dos direitos das criancas e adolescentes em condicoes de serem adotados. Os significados atribuidos a atuacao na politica de adocao remetem as acoes, atividades individuais e coletivas, normativas institucionais e legais, funcoes, sentimentos e dificuldades que permeiam a garantia do direito das criancas e adolescentes a convivencia familiar e comunitaria.
  • MARIA GABRIELA COSTA RIBEIRO
  • NOSTALGIA COMO EXPLICADORA DO BEM-ESTAR SUBJETIVO: O PAPEL MEDIADOR DOS VALORES HUMANOS
  • Data: 22/02/2019
  • Hora: 14:00
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  • O objetivo geral desta dissertacao, buscou verificar em que medida a nostalgia e os valores humanos explicam o bem-estar subjetivo. Nesta direcao, foram delineados quatro estudos. O Estudo 1, objetivou a construcao da Escala de Disposicao a Nostalgia (EDN) e conhecer seus indicadores psicometricos (e.g., validade fatorial, convergente e consistencia interna). Os participantes (N = 207 universitarios; Midade = 22,8 anos; DP = 6,13; 51% sexo masculino) responderam a versao inicial da EDN, composta por 20 itens, o Inventario de Nostalgia (IN), Escala de Nostalgia de Southampton (ENS) e questoes demograficas. Uma analise fatorial exploratoria (metodo de Eixos Principais e rotacao oblimin), demonstrou uma estrutura unifatorial e consistencia interna satisfatoria (α = 0,86). Entretanto, decidiu-se selecionar os itens com carga fatorial igual ou acima de |0,50| e os mesmos criterios anteriores foram adotados. Esta ultima versao apresentou novamente uma estrutura unifatorial, composta por 10 itens (α = 0,84), alem da validade convergente com IN (r = 0,57) e ENS (r = 0,31). No Estudo 2, procurou confirmar a estrutura fatorial do estudo anterior. Os participantes (N = 260 universitarios; Midade = 22,3 anos; DP = 5,92; 53% sexo feminino) responderam a versao reduzida da EDN, IN, ENS e questoes demograficas. Ao testar a estrutura, verificou-se que um item (8) havia compartilhamento alto de variancia com dois outros itens (2 e 10). Ao retira-lo, os indicadores foram satisfatorios (e.g., CFI = 0,94; TLI = 0,91; RMSEA = 0,06) e consistencia interna adequada (α = 0,78; teste-reteste t1 e t2= 0,82). Ademais, tambem se correlacionou as com as medidas IN (r = 0,55) e ENS (r = 0,36). Diante da adequacao psicometrica da EDN, o Estudo 3, objetivou conhecer a relacao entre nostalgia, valores humanos e as variaveis do bem-estar subjetivo (sentido de vida, autoestima e otimismo). Os participantes (N = 306 universitarios; Midade = 24,9 anos; DP = 7,86; 62% sexo feminino), os quais responderam a EDN, Questionario dos Valores Basicos, Questionario Sentido de Vida, Escala de Autoestima de Rosenberg, Escala de Afetos Positivos e Negativos e questoes demograficas. A EDN se correlacionou positivamente com os valores interativos (r = 0,18), experimentacao (r = 0,13) e suprapessoal (r = 0,14) e afetos negativos (r = 0,13), enquanto se relacionou negativamente com presenca de sentido (r = -0,14). Nao houve correlacoes com autoestima e afetos positivos. Ademais, testou-se o poder preditivo da nostalgia na autoestima e presenca e sentido, considerando o papel mediador da subfuncao interativa; observou-se um efeito indireto positivo. Observou-se tambem que os valores interativos apresentaram efeito supressor na predicao da nostalgia na autoestima e presenca de sentido, respectivamente. Por fim, o Estudo 4, buscou verificar o efeito do estado nostalgico no otimismo mediado pelos valores interativos e autoestima e se esses efeitos dependem do traco nostalgico. Os participantes (N = 193 universitarios; Midade = 24,3 anos; DP = 7,61; 65% sexo feminino), os quais responderam os mesmos instrumentos do estudo anterior, alem da Escala de Otimismo. Verificou-se que o estado nostalgico e a interacao (estado nostalgia x traco nostalgia) nao tiveram efeito no otimismo via caminho sequencial da subfuncao interativa e autoestima. Entretanto, o traco de nostalgia explicou o otimismo quando mediado pelos valores interativos e autoestima. A partir dos resultados dos quatros estudos, verificou-se a construcao e adequacao de um instrumento na mensuracao do traco de nostalgia. Alem disso, observou-se a importancia da funcao social na nostalgia, uma vez que individuos mais nostalgicos priorizam valores de afetividade, apoio social e convivencia e consequentemente, apresentam niveis maiores de bem-estar subjetivo (sentido de vida, autoestima e otimismo).
  • ALESSANDRO TEIXEIRA REZENDE
  • ENTENDENDO AS CRENÇAS EM TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO: CONTRIBUIÇÃO DOS TRAÇOS DE PERSONALIDADE E VALORES HUMANOS
  • Data: 21/02/2019
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertacao objetivou verificar em que medida os tracos de personalidade e valores humanos explicam as crencas em teorias da conspiracao. Neste sentido, quatro estudos empiricos foram realizados. O Estudo 1 objetivou mapear os significados que os individuos atribuem as teorias da conspiracao. Participaram 383 estudantes universitarios de instituicoes publicas de Joao Pessoa-PB, com media de idade de 21 anos (DP = 5,07). Estes responderam, alem de perguntas sociodemograficas, a um roteiro de entrevista composta por duas questoes abertas. Em sintese, os resultados mostraram-se congruentes com as pesquisas internacionais realizadas na psicologia, sugerindo que as teorias da conspiracao podem ser compreendidas como tendo uma funcao explicativa para eventos da realidade social. O Estudo 2 versou sobre a elaboracao da Escala de Crencas Gerais Conspiratorias (ECGC), nos quais foram construidos itens tendo como base as estruturas lexicas encontradas no estudo 1 e os instrumentos disponiveis na literatura. Participaram 229 estudantes universitarios de uma instituicao publica de Joao Pessoa-PB, com media de idade de 21 anos (DP = 4,50) que responderam a versao inicial da ECGC, composta por 39 itens, e perguntas demograficas. Uma Analise dos Componentes Principais (rotacao varimax) indicou uma solucao pentafatorial para o instrumento com indicadores aceitaveis de fidedignidade. Cada dimensao foi composta por tres itens: Manipulacao farmaceutica (α = 0,75), Conspiracoes globais (α = 0,80), Manipulacao de grupos secretos (α = 0,80), Encobrimento de contato extraterrestre (α = 0,92) e Controle de informacoes (α = 0,60). A ECGC explicou 55,4% da variancia total. Em razao de as analises deste estudo serem eminentemente exploratorias, decidiu-se realizar o Estudo 3, que objetivou confirmar as estruturas fatoriais previamente observadas. Participaram 229 estudantes de uma instituicao publica de Joao Pessoa-PB, com media de idade de 21 anos (DP = 5,31), que responderam a versao reduzida da ECGC, e questoes demograficas. Testaram-se modelos alternativos, nao obstante o modelo bifator (e.g., CFI = 0,96; TLI = 0,94; RMSEA = 0,06) apresentou melhor ajuste; ademais, a estabilidade temporal da escala avaliada em um intervalo de trinta dias revelou um valor de correlacao elevado nos dois momentos de aplicacao (r = 0,85). Com evidencias preliminares que atestam a adequacao da ECGC, partiu-se para o Estudo 4, objetivando verificar a relacao entre valores humanos, tracos de personalidade e crencas em teorias da conspiracao. Participaram 205 estudantes universitarios de uma instituicao publica da cidade de Joao Pessoa-PB, com media de idade de 21 anos (DP = 5,14), que responderam a versao adaptada da ECGC, o Inventario dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade, o Questionario dos Valores Basicos e questoes demograficas. Os resultados indicaram que tracos de personalidade e valores humanos foram bons preditores das crencas em teorias da conspiracao, ademais, o modelo explicativo proposto apresentou indicadores de ajuste satisfatorios (e.g., CFI = 0,95, TLI = 0,90). Estima-se que os objetivos propostos foram alcancados, com a construcao de uma medida de autorrelato para avaliar as crencas em teorias da conspiracao, apresentando evidencias preliminares de sua validade fatorial e consistencia interna, alem de aumentar o entendimento que se tem em torno das teorias da conspiracao a partir das relacoes que ela estabelece com outros construtos.
  • D'ANGELLES COUTINHO VIEIRA
  • DESIGUALDADES DE GÊNERO NO ÂMBITO LABORAL: O PAPEL DO SEXISMO NESSE CONTEXTO
  • Data: 21/02/2019
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertacao, cujo tema versa sobre sexismo no ambiente de trabalho, possui o objetivo de investigar o impacto do sexo dos participantes (masculino ou feminino), do sexo de um avaliador (masculino ou feminino) e do sexo de um avaliado (masculino ou feminino) na percepcao de justica de uma avaliacao profissional em que nao ocorre a contratacao, e avaliar o papel moderador do sexismo nessa relacao. Foram realizados tres estudos, dispostos em dois artigos, para alcancar este objetivo. O primeiro artigo, que reuniu os Estudos 1 e 2, teve como objetivo desenvolver uma medida de sexismo especifica para o ambiente de trabalho que seja valida para o contexto brasileiro. Para o Estudo 1, participaram 398 estudantes de duas universidades publicas do nordeste brasileiro, com idade media de 22,69 anos (DP = 6,56) e maioria do sexo feminino (52%). Os participantes responderam a uma escala composta por 37 itens formulados pelos autores e por itens adaptados de outras escalas. Os resultados indicaram que uma solucao bifatorial, composta por 16 itens, e a mais adequada. Alem disso, ambos os fatores do instrumento apresentaram correlacao positiva com os fatores do Inventario de Sexismo Ambivalente de Glick e Fiske. No Estudo 2 o instrumento foi testado em uma amostra de 412 estudantes de duas universidades publicas do nordeste brasileiro, com idade media de 22,84 anos (DP = 6,39) e maioria do sexo feminino (52,7%), para verificar a confirmacao da estrutura fatorial. Os resultados indicam que a estrutura encontrada se mostrou adequada (χ²/gl = 3,31; GFI = 0,91; CFI = 0,92; RMSEA = 0,075). O artigo 2 teve como objetivo investigar o impacto do sexo dos participantes (masculino ou feminino), do sexo de um avaliador (masculino ou feminino) e do sexo de um avaliado (masculino ou feminino) na percepcao de justica de uma avaliacao profissional em que nao ocorre a contratacao, e avaliar o papel moderador do sexismo nessa relacao. Para atingir este objetivo foi realizado um estudo experimental com desenho fatorial 2 x 2 x 2, abordagem quantitativa e recorte temporal transversal. Participaram do estudo 256 estudantes de uma universidade publica do nordeste brasileiro, com idade media de 22,84 anos (DP = 6,39) e sendo maioria do sexo feminino (51,3%), os quais foram distribuidos aleatoriamente nas quatro condicoes experimentais. Os resultados apontam que o sexismo e capaz de moderar a relacao entre o sexo dos participantes, o sexo do avaliador e a concordancia com a discriminacao, porem essa relacao nao ocorre quando se substitui a variavel Sexo do Avaliador pela variavel Sexo do Avaliado. No geral, os homens mais sexistas tenderam a concordar mais com a discriminacao proferida por um avaliador homem. Tomados em conjunto, esses resultados indicam que o sexismo ainda e prevalente no contexto laboral, e que seu efeito negativo esta associado tanto a sua forma hostil como benevolente.
  • OLINDINA FERNANDES DA SILVA NETA
  • SATISFAÇÃO EM RELACIONAMENTOS AMOROSOS: O PAPEL DAS ESTRATÉGIAS DE COMPORTAMENTO, DA PERSONALIDADE E DOS VALORES HUMANOS
  • Data: 20/02/2019
  • Hora: 14:00
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  • Buscou-se investigar como os tracos de personalidade sombrios, os valores humanos e as estrategias de comportamento nas relacoes (uso de engano, engano percebido, busca de verdade e entusiasmo) podem explicar a satisfacao em relacionamentos amorosos. Para tanto, foram realizados tres estudos. O Estudo 1 contou com a participacao de 223 pessoas e objetivou adaptar tres escalas para o contexto brasileiro: Entusiasmo e Busca de Verdade nos Relacionamentos Amorosos (EBVRA), Uso de Engano (UE) e a Engano Percebido pelo Parceiro (EPP). Sobre a escala EBVRA foi realizada uma Analise dos Componentes Principais - ACP, com rotacao obliqua, fixando-se em dois fatores. O primeiro fator, Entusiasmo (a = 0,75) foi composto por 6 itens; o segundo, Busca de Verdade (a = 0,73), foi composto por 5 itens. Quanto aos indicadores psicometricos das medidas UE e EPP, tambem realizou-se uma ACP, com rotacao obliqua, que indicou a unifatoralidade das medidas. A primeira composta por 9 itens (a = 0,82) e a segunda composta por 4 itens (a = 0,78). O Estudo 2, contou com a participacao de 300 pessoas e objetivou confirmar as estruturas encontradas, buscando verificar evidencias de validade fatorial e consistencia interna. Os participantes responderam as tres medidas do estudo anterior. Os resultados indicaram um ajuste satisfatorio das medidas, confirmando um ajuste bidimensional da EBVRA e unidimensionais da UE e da EPP. O Estudo 3 objetivou verificar a relacao entre tracos sombrios, valores humanos, estrategias de comportamento (uso de engano, engano percebido, busca de verdade e entusiasmo) e satisfacao em relacionamentos amorosos. Participaram 300 pessoas, as quais responderam alem das medidas mencionadas previamente, a Dark Triad Dirty Dozen, a Escala Fatorial de Satisfacao em Relacionamentos de Casais e ao Questionario dos Valores Basicos. Os resultados demonstraram que essas variaveis se relacionaram com a satisfacao em relacionamentos amorosos, evidenciando que uma percepcao positiva acerca do parceiro/relacao, aumenta os niveis de satisfacao, enquanto o engano diminui esses niveis. Ademais, demonstrou como as prioridades valorativas e a personalidade sombria podem contribuir no entendimento da satisfacao em relacionamentos amorosos. Confia-se que os objetivos foram alcancados e que a presente dissertacao traz contribuicoes para o entendimento da satisfacao em relacionamentos amorosos.
  • GLEIDSON DIEGO LOPES LOURETO
  • Tomada de Risco Orientada ao Status e Estratégias de Vida: Efeito Mediador das Prioridades Axiológicas
  • Data: 08/02/2019
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertacao objetivou responder ao problema: como a Tomada de Risco Orientada ao Status (TROS) e os valores humanos explicam as estrategias de historia de vida (LHS)? Para tanto, quatro estudos empiricos foram delineados. No Estudo 1, objetivou-se adaptar para o Brasil a Escala de Tomada de Risco Orientada ao Status, composta por 8 itens (ETROS-8). Participaram 233 estudantes universitarios com media de idade de 23,7 anos (DP = 5,77) que responderam a ETROS-8 e questoes sociodemograficas. Uma analise fatorial exploratoria indicou uma estrutura unidimensional (metodo Hull), explicando 53,0% da variancia total com adequada precisao (e.g., Ω = 0,87). Analises via Teoria de Resposta ao Item demonstraram que os itens da ETROS-8 discriminam adequadamente os participantes e exigem moderada quantidade de traco latente para serem endossados. O Estudo 2 objetivou reunir evidencias psicometricas complementares da ETROS-8. Participaram 202 estudantes universitarios com media de idade de 23,5 anos (DP = 6,07) que responderam a ETROS-8, o Big Six Factors of Personality (BSFP) e questoes sociodemograficas. A analise fatorial confirmatoria corroborou a estrutura unifatorial (e.g., CFI = 0,97) e invariancia total do instrumento frente ao sexo dos participantess (e.g., ΔCFI < 0,01). Ainda, a ETROS-8 correlacionou-se negativamente com os fatores Honestidade-Humildade e Amabilidade, indicando sua natureza socialmente hostil. Via teste-reteste (n = 43), os dados apontaram que a ETROS-8 apresenta estabilidade temporal (r = 0,81; intervalo de 30 dias de aplicacao). No Estudo 3, investigou-se a relacao da TROS com os valores humanos. Participaram 225 sujeitos da populacao geral com media de idade de 28,6 anos (DP = 9,39) que responderam a ETROS-8, o Questionario dos Valores Basicos (QVB) e questoes sociodemograficas. Analises bivariadas indicaram correlacoes positivas com os valores pessoais e negativas com os valores centrais e sociais. A Analise de Perfis Latentes revelou diferentes subgrupos em termos de padroes de associacao da TROS e valores humanos que diferiram quantitativa (Perfil autocentrado vs. Perfil pro-social) e qualitativamente (Perfil autocentrado e Perfil pro-social vs. Perfil Adaptativo). Os dados suportaram tanto uma relacao congruente (i.e., traco-expressivo e prioridade axiologica com metas compativeis), quanto uma associacao nao linear que pode refletir respostas a determinados contextos; plasticidade adaptativa. Por fim, no Estudo 4, buscou-se levantar evidencias evolutivas da TROS e valores humanos, sob o Paradigma da Historia de Vida, testando o papel mediador das prioridades axiologicas nesse cenario. Participaram 230 sujeitos da populacao geral com media de idade de 30,3 anos (DP = 9,22) que responderam a ETROS-8, o QVB, o Mini-K (medida de diferencas individuais em LHS lentas) e questoes sociodemograficas. Os resultados indicaram que a TROS apresenta LHS rapidas (e.g., altas taxas de fecundidade e mortalidade), admitindo-se o papel mediador dos valores interativos e normativos nesta relacao. Em suma, confia-se que o objetivo foi atingido. Alem da adaptacao um instrumento da TROS com evidencias psicometricas satisfatorias, atestou-se o poder preditivo da TROS e valores humanos frente as LHS, verificando um efeito mediador das prioridades axiologicas nesse cenario.
2018
Descrição
  • DENISE PEREIRA DOS SANTOS
  • O ENFRENTAMENTO AO TRABALHO PRECOCE E O PAPEL DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO ESTADO DA PARAÍBA
  • Data: 22/11/2018
  • Hora: 08:00
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  • Esta tese tem como objetivo geral analisar o enfrentamento ao trabalho precoce e o papel das politicas educacionais em municipios do Estado da Paraiba. Pressupoe-se que as acoes de enfrentamento ao trabalho precoce nos municipios tem sido de carater fragmentado e pontual; e de que as politicas educacionais nos municipios nao visualizam que suas acoes devem enfrentar o trabalho precoce. Defende-se a tese de que as politicas sociais educacionais nao tem desenvolvido o papel de enfrentamento ao trabalho precoce, uma vez que elas sao construidas pelo sistema capitalista de producao, contexto no qual as politicas sociais assumem um carater focalizado e residual, e em parceria com a sociedade civil; essa, ao mesmo tempo em que executa acoes substituindo o papel do Estado, contraditoriamente reivindica desse a garantia de direitos. Utiliza-se como referencial teorico a perspectiva das politicas sociais, que sao compreendidas como respostas fragmentadas e setorizadas as diversas formas de apresentacao da “questao social”. O trabalho de campo foi realizado em forma de estudos, sendo: a) o primeiro estudo, que consistiu em uma pesquisa documental realizada na Superintendencia Regional do Trabalho na Paraiba – SRTE/PB e no Sistema de Informacoes sobre o Trabalho Infantil – SITI do Ministerio do Trabalho e Emprego; b) o segundo estudo, uma pesquisa documental realizada com as atas do Forum de Prevencao e Erradicacao do Trabalho Infantil e Protecao ao Trabalhador Adolescente na Paraiba – FEPETI/PB; c) o terceiro estudo, que foi uma pesquisa documental acerca do marco legal da politica educacional nos sites do Governo Federal e sua relacao com o trabalho precoce; d) e o quarto estudo, dividido em duas etapas: a primeira, que versou sobre entrevistas com representantes dos eixos do Sistema de Garantia de Direitos da Crianca e do Adolescente- SGD, e a segunda, que consistiu na realizacao de grupos de discussao com as redes de protecao aos direitos das criancas e adolescentes em municipios da Paraiba. A analise dos dados foi realizada com a analise de conteudo tematica e utilizacao do software MAXQDA. Os dados revelaram que, ainda que historicamente fossem construidas acoes voltadas para o enfrentamento ao trabalho precoce, estas se davam de forma fragmentada e seletiva, dentro do embate entre Estado e sociedade civil, e que sofreram uma invisibilidade e desmonte ao longo dos anos. Ao mesmo tempo, a politica educacional e especificamente a escola, apesar de serem vistas como um dos pilares no enfrentamento ao trabalho precoce pelos planos de erradicacao do trabalho infantil e marco legal da educacao, nao tem enfrentado a problematica, ao nao participar dos espacos de discussao da tematica, nao enfatizar em suas acoes o seu papel na protecao de criancas e adolescentes trabalhadores, e nao reconhecer sua funcao na formacao da consciencia individual e coletiva, que contribua para a emancipacao humana.
  • VALERIA MACHADO RUFINO
  • Lugar de mulher é aonde ela quiser? Relações de gênero e trabalho das docentes em uma Universidade Federal
  • Data: 19/11/2018
  • Hora: 08:00
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  • Os novos cenarios produtivos, oriundos das transformacoes dos paradigmas no mundo do trabalho e das rapidas transformacoes sociais e tecnologicas tem impactado sobremaneira os estudos acerca da compreensao da relacao trabalho e genero. Atrelada a essa questao, a situacao que a mulher vivencia no mundo do trabalho, em todos os paises, e marcada por desigualdade de oportunidades, de tratamento e de direitos. Assim, a presente tese objetivou compreender a relacao genero e trabalho de mulheres docentes em uma universidade publica federal. Partimos do pressuposto de que, apesar do espaco de trabalho em uma universidade publica federal ser em principio isonomico e equanime, as relacoes sociais de genero interferem na organizacao e desenvolvimento da atividade docente das mulheres. Para tal a tese foi organizada em 04 artigos. O primeiro artigo objetivou analisar a situacao atual das mulheres no mundo do trabalho no Brasil, a partir de indicadores sociais de trabalho e genero. Para tal, realizamos um levantamento dos relatorios, estatisticas e analises da relacao trabalho e genero no Brasil produzidos pelo IBGE, IPEA, Fundacao Perseu Abramo, OIT Brasil, Forum Economico Mundial e ONU Mulheres. O segundo artigo tratou-se de uma metanalise qualitativa da producao cientifica brasileira em psicologia sobre trabalho e genero. Para tanto, uma revisao sistematica foi realizada a partir de cinco bases. Apos selecao pelos criterios de inclusao e analise de juizas, 59 artigos foram classificados como pertencentes a area da Psicologia. Nestes realizamos uma analise cientometrica, dividindo-os em dois grupos: (1) (2008-2017, N=38), e (2) (1997-2007, N=21). Uma metanalise qualitativa foi realizada com os artigos publicados nos ultimos 10 anos que foram submetidos a analises textuais com auxilio de software. O terceiro artigo objetivou refletir sobre o lugar da mulher docente em universidades federais, em especial na Universidade Federal da Paraiba (UFPB). Para tal, investigamos dados censitarios, junto a PROGEP (no periodo de 1998 a 2018) para o cenario local e para o cenario nacional os relatorios de 1999 a 2017, alem de relatorios do CNPq. O quarto artigo, a partir de uma pesquisa qualitativa, investigou a dinamica psiquica de mulheres docentes da UFPB a partir da relacao genero e trabalho. A combinacao dos 4 artigos nos permite pensar indicadores e contextos para a reproducao nas universidades federais da relacao de genero e trabalho para a mulher docente.
  • RENATA PIMENTEL DA SILVA
  • A INFLUÊNCIA DA COR DA PELE NO TEMPO DE ATENDIMENTO DE PACIENTES NEGROS EM UM CONTEXTO CLÍNICO
  • Data: 31/10/2018
  • Hora: 09:00
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  • A presente tese teve como objetivo testar a hipótese de que os médicos investem mais tempo ao consultar pacientes brancos do que negros, e que esse enviesamento no tempo está relacionado com a qualidade do diagnóstico que os pacientes recebem. Para tanto, realizou-se três estudos empíricos cujo objetivo foi testar a hipótese de que médicos investem mais tempos para pacientes brancos quando comprados com pacientes negros. O estudo 1, de caráter observacional e transversal, foi realizado em um Centro de Referência em Atenção à Saúde (CRAS). O estudo consistiu na observação de atendimentos médicos na qual era cronometrado o tempo de duração das consultas. Foram realizadas 169 observações, sendo 78 atendimentos de pacientes brancos, 57 negros e 34 morenos. Uma ANOVA unifatorial mostrou que os médicos investiram menos tempo no atendimento de pacientes negros (M = 5,31) do que de pacientes brancos (M = 7,23) e morenos (M = 7,36) (F = 4,09, p = 0,02). Tal resultado ocorreu em todas as especialidades médicas observadas, demonstrando que a variação no tempo de atendimento ocorre, de fato, mediante cor da pele dos pacientes. Embora esse estudo comprove o efeito ITB no contexto de saúde, julgou-se necessário analisar tal fenômeno de modo mais controlado. Logo, realizou-se o estudo 2 com o objetivo de avaliar a diferenciação no investimento de tempo na avaliação de pacientes brancos e negros e as possíveis consequências dessa diferenciação, de modo que avaliamos o enviesamento nas condutas médicas expressas no número de hipóteses diagnósticas que levantam para um caso clínico de baixa complexidade. Trata-se de um estudo experimental interparticipantes. Participaram 67 estudantes do intenato de Medicina de uma universidade pública, com idade média de 25,36 anos (DP = 2,99), em sua maioria homens (53,7%). Os participantes responderam ao experimento no software E-prime, e realizavam uma Avaliação de Caso Clínico, onde era apresentado aos participantes um prontuário de atendimento de um paciente, com a instrução de realizar uma avaliação do caso e a indicação de hipóteses diagnósticas. Para as análises dos dados utilizou-se o software SPSS 20. Para a avaliação do tempo investido na análise do caso clínico realizou-se uma ANOVA, cujos resultados indicaram que não houve efeito principal da cor de pele no tempo de avaliação, F (2, 76) = 1,0, ns. No entanto, quando comparamos o número de hipóteses diagnósticas e a cor da pele do paciente, verifica-se que os pacientes brancos receberam um maior número de hipóteses diagnósticas (M = 1.84, DP = 0.83) do que os negros (M = 1.24, DP = 0.72) e o paciente sem identificação de cor (M = 1,35, DP = 0,77) e esta diferença é significativa (F(2,64) = 3.56, p < 0.05). O Estudo 3 teve como objetivo demonstrar que o enviesamento no tratamento dado aos pacientes em função da cor de sua pele é uma consequência do ITB. Participaram do estudo 60 estudantes do internato de Medicina, com idade média de 25,20 anos (DP = 3,45), sendo a maioria homens (51,7%). Seguiu-se um planejamento metodológico semelhante ao estudo anterior, porém adotando-se um delineamento dentre participantes, de modo que cada participante avaliava três casos clínicos. Atraves de uma análise de regressão multinível, pode-se demonstrar que ao paciente branco (M = 0,54, DP = 0,08) foi investido mais tempo do que ao paciente negro (M = 0,36, DP = 0,08). Os reultados tambem evidenciaram que o tempo de diagnóstico está mediando o número de hipóteses diagnósticas, de modo que quanto mais tempo investido, maior o número de hipóteses diagnósticas (IC a 90%: 0.01; 0.19). Em conjunto esses resultados contribuem para o estudo da discriminação implícita motivada pelo preconceito.
  • SIMONE SALVIANO ALVES
  • ESTILOS DE SOCIALIZAÇÃO PARENTAL MATERNA E AJUSTAMENTO PSICOSSOCIAL: AUTOCONCEITO, AUTOESTIMA, EMPATIA E PERDÃO.
  • Orientador : JULIO RIQUE NETO
  • Data: 26/10/2018
  • Hora: 14:00
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  • Esta tese analisou as relacoes entre os estilos de socializacao materna e o ajustamento psicossocial no tocante ao autoconceito, autoestima, empatia e o perdao. Para tanto, foram realizados dois estudos empiricos. No primeiro estudo perguntou-se quais estilos de socializacao materna mais favoreciam o autoconceito e a autoestima? Contou-se com uma amostra de 211 universitarios com idade media de 22,8 anos (DP = 6,5) sendo 81,5% do sexo feminino e 18,5% do sexo masculino. Os instrumentos utilizados foram: escala de Socializacao Parental – ESPA29materna; escala Multidimensional de Autoconceito – AF5; e a escala de Autoestima de Rosenberg. Os dados foram analisados por meio do Statistical Package for Social Science for Windows - SPSS versao 20. Os resultados mostraram que 30,3% dos participantes perceberam-se socializados pelo estilo Autoritativo, assim como pelo estilo Negligente que tambem chegou a 30,3%. O estilo Indulgente foi percebido por 19,9%, e o Autoritario por 19,5%. Uma Analise de Variancia – ANOVA Oneway evidenciou os estilos Autoritativo e Indulgente como mais favoraveis ao autoconceito e a autoestima. Uma vez obtidos tais resultados, efetuou-se um segundo estudo para analisar o modelo teorico das relacoes entre estilos de socializacao materna, empatia e perdao. Contou-se com uma amostra de 316 universitarios com idade media de 24,2 anos (DP = 7,0) sendo 85,3% do sexo feminino e 14,7% do sexo masculino. Os instrumentos utilizados foram: escala de Socializacao Parental – ESPA29materna; Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal-EMRI; e a Escala de Atitudes para o Perdao-EFI. Os resultados mostraram que 31,60% dos participantes perceberam-se socializados pelo estilo Autoritativo, 31,30% pelo estilo Negligente, 18,70% pelo Indulgente, e 18,40% pelo Autoritario. Foi realizada uma Analise de Variancia – ANOVA Oneway para testar se a empatia e o perdao dependiam dos estilos de socializacao parental materna, como variavel independente. Evidenciou os estilos Autoritativo e Indulgente como mais favoraveis a empatia e ao perdao. Por fim, foi testado o Modelo 1: A socializacao parental materna, pelos estilos Autoritativo e Indulgente, relaciona-se positivamente com a empatia e ambas influenciam positivamente o perdao. A adequabilidade do referido modelo foi calculada e verificada no programa AMOS GRAFICS, atraves de seus indicadores e devidos ajustes nos parametros psicometricos (χ2/gl (0,059/1) = 0,59, p < 0,81; RMR = 0,07; GFI = 1,00; AGFI = 0,99; CFI = 1,00 e RMSEA = 0,00 (0,00-0,09)). Confirmou-se o modelo teorico em foco e a tese que a socializacao pela dimensao aceitacao/implicacao, composta pelos estilos autoritativo e indulgente, motiva a consideracao empatica e a atitude ara o perdao.
  • KATRUCCY TENÓRIO MEDEIROS
  • MODELO EXPLICATIVO DA EXCLUSÃO SOCIAL DE MULHERES USUÁRIAS DE DROGAS COM BASE NO PRECONCEITO E NOS ESTEREÓTIPOS DE GÊNERO
  • Data: 24/08/2018
  • Hora: 08:30
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  • Ainda que se visualize, na atualidade, uma diminuicao da rigidez social referente aos generos, as mulheres ainda se defrontam com o preconceito como seu maior adversario, tanto na sua manifestacao direta, quanto na sua expressao mais sutil, sendo o preconceito agravado quando as mulheres se envolvem em comportamentos considerados “transgressores”, como o consumo de drogas. Assume-se que, embora haja o discurso da inclusao, as usuarias de drogas constituem-se alvo de exclusao social, onde sao atribuidas caracteristicas de periculosidade e moralizacao, alem da contramao dos estereotipos de genero. A partir de uma abordagem multimetodo, foram realizados cinco estudos empiricos, cujo objetivo geral concentrou-se em criar um modelo explicativo da exclusao social de usuarias de drogas com base no preconceito e nos estereotipos de genero. Tais estudos estao articulados com o objetivo de responder a seguinte tese: As usuarias de drogas sao alvos de exclusao social explicada pela percepcao de ameaca, moralizacao e pelos estereotipos de genero. O Estudo 1, qualitativo, buscou conhecer e comparar os estereotipos das mulheres com os das mulheres tidas como usuarias de drogas. Participaram 100 universitarios de uma universidade publica na cidade de Joao Pessoa- PB, com media de idade de 22 anos, sendo a maioria mulheres (67%). Utilizou-se a Tecnica de Associacao Livre de Palavras (TALP) com os estimulos indutores Mulher e Mulher Usuaria de Drogas, analisados com o auxilio de um software de analise textual e interpretados por meio da Analise de Similitude. Em relacao ao estimulo Mulher, observou-se conteudos materno-familiares e a persistencia de estereotipos femininos relacionados a beleza, afetividade e ao contato interpessoal, revelando uma avaliacao aparentemente positiva, corroborando o criterio de sociabilidade. Quanto ao estimulo Mulher Usuaria de Drogas, os conteudos foram mais subjetivos e afetivos, ligados ao sentimento de abandono e isolamento, que se traduzem num enfoque negativo desta categoria. O Estudo 2, de carater correlacional e utilizando uma amostra de 208 universitarios brasileiros, sendo 64% mulheres com media de idade de 23 anos, objetivou criar a medida: Escala de Estereotipos Femininos frente as Usuarias de Drogas (EEFMUD); e adaptar e validar os seguintes instrumentos: Escala de Percepcao de Ameaca frente as Mulheres Usuarias de Drogas (EPAMUD); Escala de Moralizacao frente as Mulheres Usuarias de Drogas (EMMUD); Escala de Intencao de Contato Social frente as Mulheres Usuarias de Drogas (EICSMUD); e Escala de Exclusao Social frente as Mulheres Usuarias de Drogas (EESMUD). Os resultados apontaram bons indicadores de validade e de precisao. Ja o Estudo 3, reuniu evidencias de aceitabilidade das medidas empregadas no estudo anterior, utilizando-se de nova testagem com 200 universitarios brasileiros, 59% mulheres com media de idade de 21 anos. Os resultados comprovaram a adequabilidade das medidas testadas, assegurando bons indicadores psicometricos. Ja o Estudo 4, buscou dimensionar o efeito preditivo dos estereotipos, da percepcao de ameaca, da moralizacao e da intencao de contato social na exclusao social, utilizando uma amostra de 400 universitarios (61,5% mulheres) com media de 22 anos de idade, de universidade publica na cidade de Joao Pessoa. O modelo de regressao [F (3, 126) = 0,48, p < 0,01] inicalmente revelou que apenas os estereotipos de genero (ß = 0,08, p< 0,01); a percepcao de ameaca ß = 0,34, p< 0,01); e a moralizacao (ß = 0,37, p< 0,01), tiveram efeito preditivo estatisticamente significativo na exclusao social. Ao avaliar o efeito de mediacao dos Estereotipos, da Percepcao de Ameaca e da Moralizacao na variavel Exclusao Social, a partir da Intencao de Contato Social, observou-se o seguinte efeito estatisticamente significativo: λ = 0,55, IC 90% = 0,51/0,03 p<0,01; alem disso, os efeitos diretos dos Estereotipos λ = 0,21 (IC 90% = 0,17/0,03) p< 0,01, da Percecao de Ameaca λ = 0,53 (IC 90% = 0,50; 0,04) p< 0,01, e da Moralizacao λ = 0,15 (IC 90% = 0,08; 0,02) p< 0,01 na Exclusao social foram tambem estatisticamente siginificativos. Conclui-se que o modelo de mediacao simples teve o melhor ajustamento, expressando alta aptidao e compatibilidade com as relacoes que foram elaboradas baseadas na teoria. E por ultimo, o Estudo 5, de carater transcultural, qualitativo, buscou comparar os atributos estereotipicos associados a mulher e a mulher usuaria de drogas no Brasil e em Portugal, com 100 universitarios de cada localidade com media de idade de 22 anos. Utilizou-se a TALP com os termos indutores mulher e mulher usuaria de drogas/mulher toxicodependente, analisada por meio do software de analise textual, a partir da analise de similitude. Sobre o estimulo “mulher”, em ambos os grupos estiveram presentes componentes de sociabilidade, como saliencia do contexto maternal e dos estereotipos de expressividade. Quanto as usuarias de drogas, observou-se entre os brasileiros imagens estereotipadas baseadas na expressividade emocional negativa, de submissao e composta por tracos de passividade; e entre os portugueses, emergiram tracos que dao destaque a um quadro patologico a partir dos termos “vicio”, “doenca” e “seringa”. Este estudo revelou que o contexto cultural no que se refere ao genero e a questao das drogas exerce influencia na forma como os individuos se relacionam com as usuarias, e consequentemente, na expressao do preconceito frente a este grupo. De modo geral, o conjunto de estudos realizados possibilitou responder a tese proposta, a qual propoe que a exclusao social de mulheres usuarias de drogas e explicada pelas variaveis de percepcao de ameaca, estereotipos de genero e pela moralizacao, tendo a intencao de contato a funcao de mediar essa relacao. Ademais, a comparacao transcultural sobre a estereotipagem da mulher e das usuarias de drogas permitiu elucidar alguns questionamentos sobre os elementos culturais que emergem enquanto base de conhecimento social difundido sobre a tematica nos dois paises. Acredita-se, portanto, que tais estudos empreenderam importantes contribuicoes no entendimento da associacao dos estereotipos de genero e do preconceito com a manifestacao da discriminacao frente ao grupo de mulheres no contexto de uso de drogas.
  • EMERSON ARAÚJO DO BÚ
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO VITILIGO: DIMENSÕES SIMBÓLICAS DA MARCA BRANCA
  • Data: 21/08/2018
  • Hora: 14:30
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  • O Vitiligo e uma afeccao de etiologia complexa e nao consensual, que estima atingir ate 2% da populacao mundial, caracterizando-se por provocar a formacao de acromias atraves da despigmentacao da pele. Consensualmente, entende-se que se apresenta de forma assintomatica na dimensao fisico-organica de quem o dispoe. Nao obstante, as maculas esbranquicadas provocam experiencias subjetivas e intersubjetivas de estranhamento, causadas, prevalentemente, pela sua exposicao no contexto social. Destarte, pode-se dizer que o Vitiligo nao e apenas mais uma doenca que compoe o quadro nosografico das afeccoes de pele, mas e, sobretudo, um objeto gerador de Representacoes Sociais (RS), que servem como guias do comportamento frente a este quadro. Nesse contexto, tendo-se em vista que os estudos desenvolvidos sobre a tematica, em grande maioria, focam aspectos biologicos do processo de adoecimento da pele e, consecutivamente, demonstrando-se a incipiencia de pesquisas que apreendam a afeccao de forma holistica, a presente dissertacao buscou ampliar a compreensao do Vitiligo a partir da otica de quem o possui, considerando-se seus valores, percepcoes, opinioes e ideias. Para tanto, foram realizados dois estudos empiricos. O primeiro objetivou apreender as RS do Vitiligo elaboradas por pessoas que possuem tal afeccao. Nesse, participaram 196 brasileiros, de todas as regioes do pais, com idades de 18 a 70 anos (M=38,85; DP=12,53), prevalentemente do sexo feminino (70,02%), atraves da resolucao online de um questionario sociodemografico e da pergunta: “Para voce, o que e Vitiligo?”. A Classificacao Hierarquica Descendente e a Analise de Similitude do material coletado permitiram identificar enfoques multifacetados de compreensao da doenca, em que o conteudo emergido por meio da fala dos atores sociais ancora o entendimento desta a um saber de ordem ora apenas dermatologico/biomedico, ora psicodermatologico. Ja o segundo estudo teve por objetivo identificar o nucleo central e elementos perifericos das RS do Vitiligo, bem como da autoimagem que pessoas com a afeccao possuem. Esse contou com a participacao de 370 participantes de todas as regioes do Brasil, com idades de 18 a 67 anos (M=35,71; DP=12,11), prevalentemente do sexo feminino (80,7%), por meio da resposta online de um questionario sociodemografico e da Tecnica de Associacao Livre de Palavras (TALP). Destaca-se que, na TALP, a evocacao de respostas dos participantes foi dada a partir dos estimulos indutores “Vitiligo” e “eu mesmo”, estando o ultimo relacionado a percepcao que a pessoa com a doenca tem sobre si mesma. Os resultados indicaram, atraves da proeminencia de evocacoes de ordem psicossocial, que as marcas de Vitiligo nao se restringem a pele, mas sobrepoem-se a esta, uma vez que as possuir, na dinamica social estigmatizante e preconceituosa, afeta negativamente a vivencia social, a autoimagem e a autoestima das pessoas com a afeccao, ocasionando sentimentos autodepreciativos caracteristicos na autoestigmatizacao. Em linhas gerais, os resultados dos dois estudos empiricos realizados evidenciaram que a compreensao do Vitiligo e perpassada por dimensoes biopsicossociais. Tratam-se de contribuicoes significativas e inovadoras para a compreensao da afeccao, ampliando-se o dialogo entre a Psicologia Social e a Dermatologia, no que diz respeito a producao social de saude.
  • BRUNA DE JESUS LOPES
  • EXPLICANDO AS DIMENSÕES DA AMIZADE: CONTRIBUIÇÃO DOS VALORES E TRAÇOS DE PERSONALIDADE
  • Data: 10/08/2018
  • Hora: 14:00
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  • A presente tese objetivou investigar os relacionamentos de amizade e suas relacoes com os tracos de personalidade e valores humanos. Para isso, foram realizados quatro artigos empiricos. O Artigo 1 buscou adaptar e reunir evidencias de validade e confiabilidade da Escala de Qualidade da Amizade (EQA) para o Brasil, o qual considerou dois estudos. O primeiro contou com uma amostra nao probabilistica de 427 estudantes universitarios das cidades de Parnaiba e Teresina com idade media de 21,29 anos (DP = 4,48). Os mesmos responderam a EQA e um questionario sociodemografico. A Analise Fatorial Exploratoria (AFE) indicou uma solucao unifatorial, que apos a exclusao de alguns itens, ficou apenas com 18 itens que explicavam 47% da variancia total (α = 0,93). No segundo estudo, que visou investigar novas evidencias acerca da estrutura encontrada, contou-se com uma amostra nao probabilistica de 401 estudantes universitarios das cidades de Joao Pessoa e Cajazeiras, com idade media de 20 anos (DP = 4,83). A Analise Fatorial Confirmatoria (AFC) corroborou o modelo unifatorial da EQA [χ² (135) = 215,53, p < 0,001, χ²/gl = 1,59, CFI = 0,99, TLI = 0,99, RMR = 0,08, SRMR = 0,06, RMSEA = 0,04(IC 90% = 0,03-0,05), α = 0,91]. O Artigo 2, por sua vez, buscou adaptar e reunir evidencias de validade e confiabilidade da Escala de Intimidade da Amizade (EIA), fazendo uso de metodo semelhante ao primeiro artigo, divergindo apenas no instrumento aplicado, que foi a EIA. No primeiro estudo, a AFE indicou uma estrutura unifatorial com 29 itens, variancia total de 31,14 % e α = 0,91. A AFC, realizada no segundo estudo, confirmou a estrutura encontrada [χ² (377) = 532,18, χ²/gl = 1,41, p < 0,001, CFI = 0,98, TLI = 0,97, SRMR = 0,05 e RMSEA = 0,03 (IC90%= 0,02-0,04), α = 0,90]. O Artigo 3 objetivou investigar a influencia dos valores humanos e tracos de personalidade na qualidade e intimidade da amizade. Para isso, contou-se com uma amostra nao probabilistica de 200 estudantes universitarios, com media de idade de 22,81 (DP = 5,35). Os mesmos responderam ao EQA, o EIA, o Dark Triad Dirty Dozen (DTDD), o Inventario de Personalidade Virtuosa (IPV), o Questionario de Valores Basicos (QVB-18), alem de um Questionario Sociodemografico. Os resultados revelaram correlacoes significativas entre os atributos da amizade e algumas das variaveis inseridas. A partir dos resultados foram realizadas duas regressoes. Na primeira, considerando os tipos de orientacao dos valores como preditores, revelou-se que apenas gratidao, altruismo e valores centrais explicaram a intimidade [F (3, 163) = 9,82; p < 0,001; R² ajustado = 0,13] e a qualidade [F (3, 176) = 11,94; p < 0,001; R² ajustado = 0,15] da amizade. Na segunda, considerando os tipos de motivadores, somente gratidao, altruismo e valores humanitarios explicaram os atributos da amizade, a saber: intimidade [F (3, 166) = 10,85; p < 0,001; R² ajustado = 0,15] e qualidade [F (3, 176) = 13,78; p < 0,001; R² ajustado = 0,18]. Finalmente, o Artigo 4 voltou-se para a construcao de um modelo explicativo da amizade incluindo como explicadores os construtos personalidade virtuosa e valores humanos. Contou-se com uma amostra nao probabilistica de 200 estudantes universitarios, com idade media de 21 anos (DP = 4,24). Eles responderam a EQA, a EIA, a IPV, o QVB-18 e um Questionario Sociodemografico. O resultado da analise de caminhos revelou que o modelo com melhores indicadores de bondade de ajuste foi aquele em que os tracos de personalidade virtuosa, gratidao e altruismo, e os valores sociais explicaram os atributos da amizade [χ² (6) = 5,38; p < 0,001; χ²/gl = 0,90, CFI = 1,00, TLI = 1,00; RMSEA = 0,00 (IC 90% = 0,00 - 0,08)]. Diante disso, conclui-se que os objetivos de cada artigo foram alcancados, os quais proporcionaram medidas adaptadas para mensurar qualidade e intimidade da amizade, bem como exibiram o poder das variaveis antecedentes para explicar tais atributos, contribuindo para construcao de modelos explicativos no Artigo 4.
  • RONALDO MATOS ALBANO
  • INTERAÇÃO EDUCADOR-CRIANÇAS NA HORA DA LEITURA: UM ESTUDO EM CRECHES PÚBLICAS NA CIDADE DE JOÃO PESSOA-PB
  • Data: 09/08/2018
  • Hora: 14:30
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  • O presente estudo objetivou analisar as trocas interativas entre educadores e criancas e entre os pares durante o momento da leitura na creche, os aspectos contextuais inerentes a este momento e as relacoes destas trocas com o processo de desenvolvimento infantil. Para tanto, nos fundamentamos na perspectiva do desenvolvimento de Vygotsky, a qual, a partir da interacao social, compreende o homem como influenciado pelas dimensoes do contexto social, historico e cultural do qual faz parte. A partir de um delineamento longitudinal, primeiramente, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com tres educadoras de salas de criancas com faixa etaria entre 24 e 35 meses de idade de tres Centros de Referencia em Educacao Infantil - CREIs da rede publica da cidade de Joao Pessoa-PB. Posteriormente, realizamos observacoes sistematicas, por meio da filmografia, do momento da roda de leitura, totalizando seis observacoes em cada creche. Realizamos ainda, uma analise documental acerca do material de planejamento das educadoras correspondente ao referido ano, bem como do Projeto Politico Pedagogico de cada uma das tres creches pesquisadas. As entrevistas e os documentos das creches foram analisados a partir da tecnica da analise de conteudo. Para a analise das observacoes, foram feitas a transcricao e descricao dos comportamentos demonstrados no processo interativo entre educador e criancas e entre pares, no momento da leitura. As analises dos resultados indicam que as concepcoes das educadoras acerca do desenvolvimento infantil de criancas na faixa etaria de 24-35 meses, apresentam como aspectos significativos no desenvolvimento da crianca a cognicao, a interacao social, a linguagem, a motricidade, a identidade e a autonomia; apontam que a pratica educativa na educacao infantil se caracteriza por meio do planejamento coletivo baseado na rotina da creche, visando articular essa pratica com a habilidade atual da crianca. A analise documental demonstra que as creches apresentam uma base regimental fundamentando as concepcoes de desenvolvimento infantil e a importancia do momento da leitura. Em relacao aos episodios interacionais observados durante a leitura, os resultados indicam que nao sao perceptiveis mudancas nas interacoes educador-aluno no decorrer do tempo na hora da leitura, entretanto, destaca-se que as educadoras desenvolvem, nas suas narrativas, aspectos considerados positivos por meio de expressoes, contatos fisicos com os alunos e variados estilos de leitura dos livros; identificamos tambem aspectos desfavoraveis ao desenvolvimento da crianca, sobretudo, em relacao as fragilidades do planejamento previo e ao uso de recursos didatico-pedagogicos inadequados para o momento da contacao. As analises das interacoes apontam tambem a iniciativa da crianca durante a leitura, a qual faz solicitacoes as educadoras, mas nem sempre sao respondidas por estas. As educadoras apresentam praticas educativas antes, durante e depois do momento da leitura que apontam pontos de ambiguidades e contradicoes com as suas concepcoes de desenvolvimento infantil, no entanto, apresentam tambem a execucao de praticas, as quais se apresentam como favorecedoras da aprendizagem e do desenvolvimento da crianca.
  • CELIANA PEREIRA DE SOUZA
  • A RELAÇÃO TRABALHO E SAÚDE DE COLETORES DE LIXO DOMICILIAR
  • Data: 30/05/2018
  • Hora: 09:00
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  • A presente dissertacao tem como objetivo analisar a relacao entre trabalho e saude dos coletores de lixo domiciliar de uma cidade do nordeste brasileiro. Do ponto de vista teorico, a Ergonomia da Atividade e a Psicodinamica do Trabalho sao as abordagens utilizadas para analise da relacao trabalho e saude que emergiu neste estudo. Quanto ao metodo, privilegiou-se uma abordagem qualitativa que teve como instrumentos uma entrevista individual semiestruturada e um questionario sociodemografico. Para a analise dos dados, optou-se pela analise de conteudo tematico na perspectiva de Laville e Dione. Participaram deste estudo 13 coletores de lixo domiciliar do sexo masculino, com idades variando entre 25 a 51 anos (M = 32; DP = 6,94). Os resultados estao apresentados entre tres artigos. No primeiro constatou-se que a trajetoria de trabalho desses trabalhadores e similar, assinalada por empregos informais, sem garantia de salario fixo e de direitos basicos, conquistados apenas quando se tornaram coletores. Por outro lado, detectou-se que os coletores trabalham destituidos de qualquer formacao profissional, o que os torna ainda mais vulneraveis diante dessa atividade precaria, arriscada e insalubre em demasia. No segundo, evidenciou-se que os coletores estao expostos a uma diversidade de riscos (fisicos, quimicos, biologicos, ergonomicos, mecanicos e sociais) e que esta exposicao acarreta consequencias diversas a saude. Identificou-se tambem que a relacao dos coletores com os riscos e mediada pela utilizacao de estrategias defensivas capazes de atenua-los, porem, que pouco colaboram para transformar positivamente as situacoes reais de riscos. No terceiro, evidenciou-se a falta de reconhecimento por parte da hierarquia (diretores, chefes, supervisores), e embora os coletores recebam reconhecimento do clientes/usuarios, a relacao com estes ultimos nao e de tudo desprovida de constrangimentos e desagrados. Por fim, os coletores encontram nos seus pares a fonte mais abundante de reconhecimento pela atividade que desenvolvem.
  • CELIANA PEREIRA DE SOUZA
  • A RELAÇÃO TRABALHO E SAÚDE DE COLETORES DE LIXO DOMICILIAR
  • Data: 30/05/2018
  • Hora: 09:00
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  • A presente dissertacao tem como objetivo analisar a relacao entre trabalho e saude dos coletores de lixo domiciliar de uma cidade do nordeste brasileiro. Do ponto de vista teorico, a Ergonomia da Atividade e a Psicodinamica do Trabalho sao as abordagens utilizadas para analise da relacao trabalho e saude que emergiu neste estudo. Quanto ao metodo, privilegiou-se uma abordagem qualitativa que teve como instrumentos uma entrevista individual semiestruturada e um questionario sociodemografico. Para a analise dos dados, optou-se pela analise de conteudo tematico na perspectiva de Laville e Dione. Participaram deste estudo 13 coletores de lixo domiciliar do sexo masculino, com idades variando entre 25 a 51 anos (M = 32; DP = 6,94). Os resultados estao apresentados entre tres artigos. No primeiro constatou-se que a trajetoria de trabalho desses trabalhadores e similar, assinalada por empregos informais, sem garantia de salario fixo e de direitos basicos, conquistados apenas quando se tornaram coletores. Por outro lado, detectou-se que os coletores trabalham destituidos de qualquer formacao profissional, o que os torna ainda mais vulneraveis diante dessa atividade precaria, arriscada e insalubre em demasia. No segundo, evidenciou-se que os coletores estao expostos a uma diversidade de riscos (fisicos, quimicos, biologicos, ergonomicos, mecanicos e sociais) e que esta exposicao acarreta consequencias diversas a saude. Identificou-se tambem que a relacao dos coletores com os riscos e mediada pela utilizacao de estrategias defensivas capazes de atenua-los, porem, que pouco colaboram para transformar positivamente as situacoes reais de riscos. No terceiro, evidenciou-se a falta de reconhecimento por parte da hierarquia (diretores, chefes, supervisores), e embora os coletores recebam reconhecimento do clientes/usuarios, a relacao com estes ultimos nao e de tudo desprovida de constrangimentos e desagrados. Por fim, os coletores encontram nos seus pares a fonte mais abundante de reconhecimento pela atividade que desenvolvem.
  • LORENA FERNANDES RODRIGUES
  • CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE PROFESSORES, EDUCADORES E PSICÓLOGOS FRENTE AO PROCESSO DE TRANSIÇÃO ESCOLAR
  • Orientador : FABIOLA DE SOUSA BRAZ AQUINO
  • Data: 29/05/2018
  • Hora: 09:00
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  • Os periodos de transicoes de desenvolvimento se caracterizam por um processo que ocorre durante momentos no desenvolvimento dos sujeitos e provocam transformacoes de rotinas ou condicoes pre-determinadas que se alteram por diversos motivos, sejam estes internos ou externos (Zittoun, 2004). Como parte das transicoes vivenciadas pelos sujeitos destaca-se para esse trabalho o processo de transicao escolar que ocorre no periodo da educacao infantil ao primeiro ano do ensino fundamental I e que tem repercussoes na forma como adultos e criancas se percebem nesses espacos. Para fundamentar essa discussao, retomou-se a teoria historico-cultural do desenvolvimento humano de Vygotsky para quem a escola e um espaco fundamental para apropriacao de conceitos cientificos socioculturalmente organizados de uma cultura e as mediacoes pedagogicas essenciais a formacao de conceitos e o desenvolvimento de funcoes psicologicas superiores, tipicamente humanas. Nesta pesquisa, defende-se que o psicologo escolar pode atuar nesse processo de transicao escolar como mediador das relacoes entre os sujeitos envolvidos neste contexto, marcadamente as relacoes professor-aluno, proporcionando um suporte teorico e metodologico para subsidiar sua pratica no que se refere aos processos de desenvolvimento infantil e de aprendizagem. Participaram desse estudo seis psicologos escolares, dez educadores de pre-escolas e dez professoras do primeiro ano do ensino fundamental de escolas que integram pre-escolas publicas da cidade de Joao Pessoa – PB. O instrumento utilizado foi uma entrevista semi-estruturada. Foram elaborados tres roteiros de entrevista para cada grupo de participantes. Essas entrevistas foram registradas por meio de um gravador de voz e transcritas literalmente para analise de seus conteudos Os principais resultados dessa pesquisa demonstraram que os fatores citados como os que influenciam o aprendizado e o desenvolvimento no periodo de transicao escolar foram os pedagogicos e estruturais, a familia, a concepcao docente sobre a crianca, as experiencias das criancas em instituicoes de educacao infantil, as caracteristicas individuais infantis e a rotina das instituicoes. Quanto aos comportamentos manifestados pelas criancas no processo de transicao escolar, as profissionais mencionaram agressividade, indisciplina e falta de concentracao adaptacao das criancas ao contexto, agitacao da crianca em sala de aula e estados emocionais da crianca como animacao e alegria. Alem disso, as psicologas escolares relataram realizar acoes frente a transicao escolar, como: planejamento de atividades junto aos professores, acompanhamento da rotina da crianca na instituicao e acolhimento a crianca. Em relacao as atividades realizadas pelas instituicoes no periodo que antecede a entrada da crianca no ensino fundamental, a maioria das profissionais mencionou nao serem realizadas tais atividades em suas instituicoes. Os resultados dessa pesquisa foram discutidos considerando as pesquisas sobre o tema da transicao escolar, o papel de educadores e psicologos nesse processo e a importancia de acoes em conjunto com a equipa no sentido de favorecer
  • TAMARA RAMALHO DE SOUSA AMORIM
  • A JUSTIÇA RESTAURATIVA NA POLÍTICA DE SOCIOEDUCAÇÃO: CONCEPÇÕES, CRÍTICA E POSSIBILIDADES
  • Data: 27/04/2018
  • Hora: 09:00
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  • A presente tese tem como objetivo analisar a Justica Restaurativa (JR) no ambito da Politica de Socioeducacao. Segundo seu conceito mais utilizado, a JR pode ser entendida como o processo pelo qual as partes envolvidas em uma especifica ofensa resolvem, coletivamente, como lidar com as consequencias da ofensa e suas implicacoes para o futuro. Tem-se como pressupostos que: a Justica Restaurativa esta situada num contexto de parceria Estado e sociedade civil; na politica de Socioeducacao a JR adentra pela via do sistema de justica, caracterizando uma resposta do Estado a questao do ato infracional, por meio do consenso; ao considerar o crime como violacao de pessoas e relacionamentos, a JR apresenta um enfoque interpessoal, nao suscitando transformacoes estruturais; apesar disso, a JR pode se apresentar como uma possibilidade contra hegemonica, representando uma ferramenta que proporciona aos jovens usuarios da Politica de Socioeducacao a escuta e a participacao. A partir desses pressupostos, defende-se a Tese de que a Justica Restaurativa e uma resposta do Estado por meio do consenso, que tem sua base epistemologica nas relacoes interpessoais, revelando-se, na Politica de Socioeducacao, um instrumento de garantia de direitos, como o direito de participacao. Apoiada em uma perspectiva critica, foram utilizadas as categorias teoricas Politica Social e Justica Restaurativa. Em relacao ao metodo, a pesquisa de tese foi realizada em seis municipios brasileiros, nas regioes norte, nordeste, sul e centro-oeste. Participaram 20 profissionais que trabalham com JR no ambito da politica de socioeducacao. Como instrumento foram utilizadas entrevistassemiestruturadas, as quais foram gravadas, transcritas e submetidas a analise com o auxilio do software MaxQDA. Os resultados das entrevistas foram organizados em tres categorias: Justica Restaurativa, Justica Restaurativa como Politica Publica e Justica Restaurativa na Socioeducacao. De maneira geral, os dados apontaram a existencia da compreensao da JR como uma nova concepcao de justica e como uma pratica. A perspectiva teorico-epistemologica predominante elucidou o foco nas relacoes interpessoais. O sistema de justica foi identificado como o principal ator no que diz respeito a JR como politica publica, participando tanto da implantacao como da execucao da politica, parecendo representar um instrumento do Estado na articulacao do consenso. Entretanto, foi identificada tambem a atuacao do Estado em parceria com a sociedade civil, representada, por exemplo, por organizacoes nao governamentais. No que se refere a Socioeducacao, os dados apontaram que as praticas de JR sao utilizadas na comunidade, no contexto judicial e na execucao das medidas socioeducativas. A pratica restaurativa mais utilizada sao os circulos de construcao de paz. Percebeu-se que a JR tem sido usada como um novo recurso para atuacao com os jovens na socioeducacao, que possibilita acolhimento e escuta. Diante dos resultados, corrobora-se a tese de que Justica Restaurativa na Politica de Socioeducacao se caracteriza como uma resposta do Estado que tem base epistemologica nas relacoes interpessoais, revelando-se um instrumento de garantia de direitos, como o direito de participacao.
  • TAMARA RAMALHO DE SOUSA AMORIM
  • A JUSTIÇA RESTAURATIVA NA POLÍTICA DE SOCIOEDUCAÇÃO: CONCEPÇÕES, CRÍTICA E POSSIBILIDADES
  • Data: 27/04/2018
  • Hora: 09:00
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  • A presente tese tem como objetivo analisar a Justica Restaurativa (JR) no ambito da Politica de Socioeducacao. Segundo seu conceito mais utilizado, a JR pode ser entendida como o processo pelo qual as partes envolvidas em uma especifica ofensa resolvem, coletivamente, como lidar com as consequencias da ofensa e suas implicacoes para o futuro. Tem-se como pressupostos que: a Justica Restaurativa esta situada num contexto de parceria Estado e sociedade civil; na politica de Socioeducacao a JR adentra pela via do sistema de justica, caracterizando uma resposta do Estado a questao do ato infracional, por meio do consenso; ao considerar o crime como violacao de pessoas e relacionamentos, a JR apresenta um enfoque interpessoal, nao suscitando transformacoes estruturais; apesar disso, a JR pode se apresentar como uma possibilidade contra hegemonica, representando uma ferramenta que proporciona aos jovens usuarios da Politica de Socioeducacao a escuta e a participacao. A partir desses pressupostos, defende-se a Tese de que a Justica Restaurativa e uma resposta do Estado por meio do consenso, que tem sua base epistemologica nas relacoes interpessoais, revelando-se, na Politica de Socioeducacao, um instrumento de garantia de direitos, como o direito de participacao. Apoiada em uma perspectiva critica, foram utilizadas as categorias teoricas Politica Social e Justica Restaurativa. Em relacao ao metodo, a pesquisa de tese foi realizada em seis municipios brasileiros, nas regioes norte, nordeste, sul e centro-oeste. Participaram 20 profissionais que trabalham com JR no ambito da politica de socioeducacao. Como instrumento foram utilizadas entrevistassemiestruturadas, as quais foram gravadas, transcritas e submetidas a analise com o auxilio do software MaxQDA. Os resultados das entrevistas foram organizados em tres categorias: Justica Restaurativa, Justica Restaurativa como Politica Publica e Justica Restaurativa na Socioeducacao. De maneira geral, os dados apontaram a existencia da compreensao da JR como uma nova concepcao de justica e como uma pratica. A perspectiva teorico-epistemologica predominante elucidou o foco nas relacoes interpessoais. O sistema de justica foi identificado como o principal ator no que diz respeito a JR como politica publica, participando tanto da implantacao como da execucao da politica, parecendo representar um instrumento do Estado na articulacao do consenso. Entretanto, foi identificada tambem a atuacao do Estado em parceria com a sociedade civil, representada, por exemplo, por organizacoes nao governamentais. No que se refere a Socioeducacao, os dados apontaram que as praticas de JR sao utilizadas na comunidade, no contexto judicial e na execucao das medidas socioeducativas. A pratica restaurativa mais utilizada sao os circulos de construcao de paz. Percebeu-se que a JR tem sido usada como um novo recurso para atuacao com os jovens na socioeducacao, que possibilita acolhimento e escuta. Diante dos resultados, corrobora-se a tese de que Justica Restaurativa na Politica de Socioeducacao se caracteriza como uma resposta do Estado que tem base epistemologica nas relacoes interpessoais, revelando-se um instrumento de garantia de direitos, como o direito de participacao.
  • THAÍS GOMES CORDEIRO PASSOS
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E PERCEPÇÃO DE AMEAÇA FRENTE AOS USUÁRIOS DE DROGAS: UM ESTUDO COM PROFISSIONAIS DA REDE DE SAÚDE MENTAL
  • Data: 12/04/2018
  • Hora: 14:30
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  • O uso e abuso de drogas constituem-se como um problema de saude publica, que resultam em prejuizos biologicos, psicologicos e sociais para os usuarios e toda a sociedade. Nesse contexto, os profissionais da rede de saude mental e sua visao acerca dos usuarios de drogas sao determinantes para a qualidade do tratamento oferecido nos servicos. A fim de compreender os fatores psicossociais que envolvem este fenomeno, objetivou-se conhecer a relacao entre as representacoes sociais e a percepcao de ameaca frente aos usuarios de drogas por profissionais da rede de saude mental. Utilizou-se o aporte teorico da Teoria das Representacoes Sociais e da Percepcao de Ameaca, uma vez que reconhecem o valor da dimensao subjetiva e cognitiva dos individuos, as quais orientam as praticas e as condutas. Para alcancar o objetivo proposto, realizaram-se tres pesquisas empiricas. A primeira, de abordagem qualitativa, objetivou conhecer a estrutura das representacoes sociais sobre os usuarios de drogas elaboradas por 110 profissionais da rede de saude mental. Utilizou-se a Tecnica de Associacao Livre de Palavras (TALP), com o estimulo indutor usuarios de drogas, analisada por meio do programa IRAMUTEQ. Constatou-se que a representacao social dos usuarios de drogas embora tenha elementos do modelo psicossocial, ainda perpassa pelo modelo biomedico, portanto, precisando ser superada para a adesao ao modelo atual da saude pautado no paradigma psicossocial em conformidade com a Reforma Psiquiatrica. A segunda pesquisa, de abordagem qualitativa e quantitativa, objetivou elaborar a Escala de Percepcao de Ameaca frente aos Usuarios de Drogas (EPAUD) e testar seus parametros psicometricos de validade e precisao, tendo em vista que ha uma ausencia na literatura de medidas sobre a tematica, sendo composta por tres estudos. No primeiro, foi realizado um grupo focal sobre a percepcao acerca dos usuarios de drogas com 10 estudantes universitarios do curso de Psicologia submetidos a analise de conteudo tematica para construcao da escala. No segundo estudo, realizou-se a analise exploratoria, na qual participaram 221 estudantes universitarios. Utilizou-se a EPAUD e seus dados foram analisados pelo software IBM-SPSS, portanto, apresentaram indices satisfatorios de validade fatorial e consistencia interna (α=0,90) considerando uma estrutura unifatorial com 12 itens. No terceiro estudo, realizou-se a analise confirmatoria, com 234 estudantes universitarios, os quais responderam a EPAUD e seus dados foram analisados com o auxilio do AMOS e, por fim, resultou na adequacao da estrutura unifatorial com indices de ajuste satisfatorios (χ²/gl = 2,20, GFI = 0,92, AGFI = 0,88, CFI = 0,95, RMSEA = 0,072, ECVI = 0,715 e CAIC = 282,40). A terceira pesquisa, de abordagem qualitativa e quantitativa, com 110 profissionais, a mesma amostra da primeira pesquisa, objetivou conhecer a relacao entre as representacoes sociais e a percepcao de ameaca frente aos usuarios de drogas por profissionais da rede de saude mental. Utilizou-se a EPAUD analisada com o auxilio do software IBM-SPSS, e a TALP analisada por meio do programa IRAMUTEQ. Os resultados indicaram que, quanto maior o nivel de percepcao de ameaca dos profissionais maior a conotacao negativa da representacao social dos usuarios de drogas. Diante do exposto, o presente estudo pode fornecer subsidios teoricos para efetivação de politicas publicas e/ou capacitacao dos profissionais da saude mental que enfatizem uma visao psicossocial do fenomeno, a fim de diminuir o preconceito em relacao aos usuarios de drogas e melhorar a qualidade da assistencia oferecida a estes.
  • ALEXANDRE COUTINHO DE MELLO
  • REPRESENTAÇÃO SOCIAL SOBRE A DEPRESSÃO: UM ESTUDO COM ADOLESCENTES
  • Data: 10/04/2018
  • Hora: 09:00
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  • A depressao e retratada na literatura como um dos problemas mais prevalentes na adolescencia, afetando multiplas funcoes, com danos psicossociais e alteracoes no desempenho educacional, implicando no aumento de abandono escolar e suicidio. Utilizando-se da Teoria das Representacoes Sociais, especificamente das abordagens processual e estrutural, a presente dissertacao tem como objetivo geral: apreender as representacoes sociais sobre a depressao elaboradas por adolescentes; tendo em vista que esta teoria nos da subsidios para analisar como os adolescentes pensam o fenomeno da depressao e como isso direciona suas condutas e praticas em relacao a depressao e consequente aos sujeitos que apresentam depressao. Foi realizada uma pesquisa de campo, nao experimental de carater multimetodo, em escolas publicas e privadas da cidade de Joao Pessoa-PB. A amostra foi nao probabilistica, nao intencional e acidental, constituida por 168 adolescentes do ensino medio sendo 53,6% do sexo feminino e 46,4% do sexo masculino, com idades entre 14 e 18 anos (M = 16,27; DP = 1,11). Foram utilizados os seguintes instrumentos: Questionario sociodemografico; Escala de Ansiedade e Depressao Hospitalar (HAD), a Tecnica de Associacao Livre de Palavras; e um Questionario aberto sobre a depressao Os resultados da Escala de Ansiedade e Depressao Hospitalar (HAD) foi analisado com o auxilio do SPSS e apontou que os adolescentes do presente estudo apresentaram uma sintomatologia ansiosa em 41,1% e uma sintomatologia depressiva em 21,4% podendo estes indices estarem diretamente relacionados a vulnerabilidade emocional dos individuos durante o periodo da adolescencia. A TALP contou com o estimulo indutor “depressao”, e os dados coletados foram analisados com o auxilio do software IRAMUTEQ, onde realizou-se as analises prototipica e de similitude. Obteve-se 840 evocacoes, e ordem media de evocacoes de 2,95, agrupadas por criterios semanticos. A frequencia minima considerada para inclusao das palavras nos quadrantes foi de 10. A analise prototipica apresenta as duas palavras que se referem a elementos centrais da representacao social sobre a depressao, “tristeza” e “solidao”. O conhecimento compartilhado por esses adolescentes caracteriza-se por conceber a depressao como um disturbio afetivo que remete ao sofrimento e ao desamparo. Atraves da similitude foi possivel comparar a representacao social dos adolescentes que possuem depressao e os que nao possuem, fazendo um cruzamento dos dados do TALP e da HAD, para os com depressao surgiram evocacoes mais relacionadas aos sintomas e as questoes emocionais como suicidio, medo, angustia; e os sem depressao evocaram mais questoes relacionadas a doenca, sofrimento e relacoes interpessoais. O questionario aberto foi analisado atraves da Analise Tematica Categorial de Bardin e foram encontradas quatro categorias, a primeira denominada Conceitos da Depressao possibilitou compreender que a representacao dos adolescentes encontra-se objetivada na doenca, no sentimento de tristeza e no isolamento; a segunda categoria nomeada de Consequencias da Depressao aponta para os termos suicidio, isolamento e tristeza como sendo os mais significativos para esta categoria; a terceira intitulou-se Representacao Sobre a Pessoa Depressiva e encontra-se objetivada na pessoa triste, isolada e sem vontade de viver; a ultima categoria denominou-se Representacao da Sociedade Sobre a Pessoa Depressiva sendo possivel compreender que a representacao foi objetivada na pessoa triste, com transtornos psicologicos e com frescura, atraves desta categoria constatou-se por meio dos relatos dos adolescentes crencas geradoras de preconceitos e estigma social. Com este estudo, espera-se contribuir com politicas preventivas da depressao com o estudo das representacoes e dos fatores de vulnerabilidade e dos riscos (preconceito e sintomas depressivos e ansiosos) dos adolescentes.
  • LAISY DE LIMA NUNES
  • Concepções parentais sobre o desenvolvimento e a habilidade de comunicação intencional no primeiro ano de vida do bebê
  • Data: 28/03/2018
  • Hora: 15:00
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  • O processo de desenvolvimento das novas aquisicoes infantis, do ponto de vista historico-cultural, e permeado por acoes coconstrutivas e bidirecionais. As habilidades infantis sao significadas no contexto social no qual o bebe esta inserido e seus comportamentos sao aprimorados continuamente no decorrer do desenvolvimento. Entre os fatores que perpassam esse processo, o modo como os pais compreendem o desenvolvimento dos seus filhos influencia, direta ou indiretamente, as suas praticas. A presente tese buscou analisar as concepcoes parentais sobre o desenvolvimento dos bebes ao longo do primeiro ano de vida, com enfase nas concepcoes acerca do desenvolvimento da habilidade de comunicacao intencional. Apresentou delineamento longitudinal, com a participacao de 20 maes e 20 pais de bebes aos 3, 6, 9 e 12 meses de vida. A idade dos participantes variou entre 20 e 36 anos. Os instrumentos utilizados foram um questionario sociodemografico e duas entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram transcritas e analisadas de acordo com as diretrizes da analise de conteudo. Os resultados indicaram que, na visao dos pais, as novas aquisicoes infantis permitem maior interacao entre os cuidadores e o bebe. A maioria dos participantes mencionou os estimulos como aspectos promotores do desenvolvimento e apresentou concepcoes que reconhecem o papel parental como essencial na promocao do desenvolvimento saudavel dos filhos. Sobre as concepcoes parentais acerca da habilidade de comunicacao intencional, verificou-se que os relatos parentais indicaram comportamentos infantis especificos que podem ser indicios dessa habilidade, especialmente quando os bebes estavam no segundo semestre de vida. As maes conceberam que os bebes podem sentir emocoes, especialmente as positivas, reconhecer as emocoes dos outros sociais e apontar com mais frequencia do que relatado pelos pais. Esses dados sugerem que as maes percebem o desenvolvimento dos aspectos positivos da intencionalidade infantil um pouco antes do que o que e percebido pelos pais. Os pais, por sua vez, concebem que os bebes podem sentir tristeza, culpa e se comportar negativamente de proposito antes do que o que e percebido pelas maes. Apesar dessa diferenca, os pais parecem conhecer as etapas do desenvolvimento do bebe e, tambem exibem concepcoes realistas sobre o desenvolvimento infantil. Defende-se que a presente pesquisa contribue com a area de estudos da psicologia do desenvolvimento e pode auxiliar na fundamentacao de praticas profissionais.Considerando o referencial teorico adotado, os resultados empiricos e o levantamento bibliografico realizado, foram propostas diretrizes para a elaboracao de programas de orientacao que objetivem promover o desenvolvimento infantil por meio de acoes direcionadas aos pais e aos educadores.
  • MARIA RENATA FLORENCIO DE AZEVEDO
  • ATITUDES DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE FRENTE À SEXUALIDADE, VULNERABILIDADE E PREVENÇÃO AS IST’s/AIDS EM PESSOAS COM TRANSTORNOS MENTAIS
  • Data: 28/03/2018
  • Hora: 14:00
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  • A reorientacao do modelo assistencial de Saude Mental no Brasil do hospital para a comunidade, possibilitou a integracao da Politica de Saude Mental com as demais Politicas de prevencao e atencao do Sistema Unico de Saude, dentre elas a Politica de prevencao as Infeccoes Sexualmente Transmissiveis IST’s/Aids, tornando possivel pensar na vulnerabilidade, promocao e prevencao aos agravos na saude sexual da populacao com transtornos mentais. Dentre os obstaculos para a promocao da saude sexual no campo da saude mental, encontram-se as dificuldades dos profissionais para lidar com a tematica, podendo ser explicado, sobretudo, pelo estigma e preconceito, de serem percebidas com uma sexualidade sem controle ou assexuados, o que implica acoes e reacoes de negacao e repressao frente a vivencia sexual em muitos servicos de saude. Por conseguinte, entender como se da a formacao das atitudes entre os profissionais de saude acerca desse tema, torna-se premente nas questoes que envolvem a atuacao dos profissionais na reducao, reproducao ou aumento da vulnerabilidade as IST’s/Aids. Para tanto, fundamentada na Teoria da Acao Racional e no Modelo da Vulnerabilidade, esta dissertacao e composta por dois estudos. Estudo 1: teve por objetivo identificar como os profissionais percebem a sexualidade das pessoas com transtornos mentais. Tratou-se de um estudo qualitativo de corte transversal com carater exploratorio e descritivo, realizado em Centros de Atencao Psicossocial, localizados nas cidades de Joao Pessoa, Campina Grande, Patos e Guarabira; sendo a amostra composta por 27 profissionais do sexo feminino, sendo 13 enfermeiras, 11 psicologas e 3 assistentes sociais, situadas numa faixa etaria de 30 a 49, em sua maioria. No tocante ao tempo de atuacao a maioria varia de 1 a 5 anos de servico. Para a coleta dos dados utilizou-se um questionario sociodemografico e ocupacional e uma entrevista semiestruturada. Os dados quantitativos foram tabulados no Software SPSS e analisados por estatistica descritiva e de associacao, enquanto para os resultados qualitativos foi utilizada a categorizacao tematica. Os resultados destes estudos demonstraram que, embora a maioria dos participantes apresentem atitudes positivas frente a sexualidade, quando se trata da sexualidade dos usuarios verifica-se atitudes negativas expressas atraves do controle, vigilancia e silenciamento em torno da tematica. Sendo imperativa a associacao da sexualidade com a condicao psiquiatrica, invalidando as possibilidades destes usuarios vivenciarem a sexualidade. Destacando ainda aspectos que dificultam o manejo da sexualidade dentro dos servicos: dificuldades pessoais, falta de capacitacao, sobrecarga e falta de recursos materiais. Estudo 2: objetivou analisar a percepcao dos profissionais acerca da vulnerabilidade dos pacientes psiquiatricos as IST's/Aids; e verificar as estrategias de prevencao desenvolvidas ou nao nos dispositivos de saude mental estudados. Tratou-se de um estudo qualitativo de corte transversal com carater exploratorio e descritivo, realizado no mesmo local e com a mesma amostra do primeiro estudo. Para a coleta dos dados utilizou-se um questionario sociodemografico e ocupacional e entrevista semiestruturada. Os dados quantitativos foram tabulados no Software SPSS e analisados por estatistica descritiva e de associacao, enquanto para os resultados qualitativos, analise de categorizacao tematica. Os dados demonstram que quando se trata da percepcao de vulnerabilidade as IST’s/Aids, os participantes identificam um quadro preocupante de vulnerabilidade. No entanto, as intervencoes despendidas, alem de nao integrarem a promocao, prevencao e assistencia, ficam restritas ao individuo e sua condicao psiquiatrica. Nesta conjuntura, o modo como o trabalho de prevencao e operacionalizado se traduz na assistencia aos casos entendidos como de risco a saude dos usuarios, aqueles que chegam como demanda a ser resolvida pelo servico, resultando na falta de assistencia aqueles que nao sao identificados como envolvidos em casos de exposicao direta.
  • MARIA EDNA SILVA DE ALEXANDRE
  • Linchamento: representações sociais, motivações para linchar, simpatia ideológica, atitude institucional e fatores preditores.
  • Data: 28/03/2018
  • Hora: 10:00
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  • O fenomeno do linchamento tem sido recorrente no Brasil, assim como no cenario internacional, desafiando as instituicoes oficialmente responsaveis pela aplicacao da justica, a partir da disseminacao de expedientes extra-legais. Trata-se de uma peculiar forma de violencia coletiva, em que um grupo de pessoas se reune com o intuito de agredir e ate levar a morte um ou mais acusados de romper alguma norma social. Apesar das implicacoes para a convivencia social relativa a naturalizacao e legitimacao da pratica de linchamentos, as investigacoes acerca desse fenomeno ainda sao incipientes no contexto nacional e internacional, em todas as areas do conhecimento, especialmente relacionada a Psicologia. Considerando tais limitacoes, a presente dissertacao buscou ampliar a compreensao acerca do linchamento, das motivacoes para linchar e dos fatores preditores de sua favorabilidade. Para tanto, foram realizados dois estudos empiricos. O primeiro objetivou identificar as representacoes sociais de estudantes universitarios sobre o linchamento e as motivacoes para linchar. Consiste em um estudo de campo, quantitativo e qualitativo, de natureza descritiva e exploratoria, com amostra nao probabilistica do tipo intencional. Neste, participaram 122 estudantes de Psicologia e Ciencias Exatas, que responderam a uma lista de dados sociodemograficos e a dois questionarios semiestruturados sobre o linchamento e suas motivacoes. As analises, por meio da Classificacao Hierarquica Descendente, permitiram identificar que esses constructos sao representados pelos grupos pesquisados a partir de apropriacoes de nocoes de cunho societal e socioemocionais, que tornam inteligivel o fenomeno do linchamento. Ja o segundo estudo, teve por objetivo verificar o poder preditivo da simpatia ideologica e da atitude institucional em relacao a favorabilidade ao linchamento. Refere-se a um estudo quantitativo, de natureza descritiva, exploratoria e correlacional. Este, contou com a participacao de 850 brasileiros, que responderam a um questionario sociodemografico, duas Escalas de Atitudes frente ao Linchamento – uma com dilema moral e outra sem dilema, a Escala de Simpatia Ideologica e a Escala de Atitude Institucional. Os resultados indicaram diferencas em funcao das variaveis sociodemograficas em relacao a favorabilidade ao linchamento; bem como, evidenciaram que a simpatia ideologica contribuiu mais que a atitude institucional para predizer a favorabilidade ao linchamento, desvelando um modelo que prediz uma parcela significativa do fenomeno. Em linhas gerais, os resultados dos dois estudos empiricos realizados evidenciaram que o linchamento encerra uma problematica enraizada em dimensoes de ordem psicossociologicas. Trata-se de contribuicoes significativas e inovadoras para a compreensao do linchamento, alem de legitimar o lugar da Psicologia Social nesse processo.
  • ANA CRISTINA RAMOS COSTA
  • INTERAÇÃO MÃE-BEBÊ EM CONTEXTO DE BRINCADEIRA: LEVANTANDO INDICADORES DO USO INTENCIONAL DE BRINQUEDO
  • Data: 27/03/2018
  • Hora: 14:00
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  • As investigacoes referentes ao desenvolvimento humano inicial tem buscado apreender os processos de desenvolvimento humano em sua complexidade e dinamica. Nesta pesquisa aborda-se um tipo de habilidade que compoe a cognicao social infantil e que emerge nos primeiros anos de vida das criancas designada habilidade de comunicacao intencional. Essa habilidade foi investigada em um contexto de brincadeira livre, situacao que favorece a ocorrencia de mediacoes que podem contribuir para o desenvolvimento de habilidades tipicamente humanas. Partiu-se do marco teorico historico-cultural de Vigotsky (1929/1986; 1932/1996; 1984/1991) que defende o papel da interacao social e da cultura como elementos primordiais para o desenvolvimento humano, e de pesquisas contemporaneas que investigam a comunicacao intencional e do papel da brincadeira em episodios interativos adulto-bebe. Nesta direcao o objetivo principal dessa pesquisa foi conhecer e analisar as modalidades de brincadeiras e o uso intencional de brinquedos por bebes em interacao com as maes. Participaram deste o estudo seis diades mae-bebe distribuidas igualmente nas idades de nove, doze e quinze meses. As maes tinham idade media de 30 anos, e residiam em seus proprios domicilios. Como instrumentos foram utilizados um questionario sociodemografico, uma entrevista semiestruturada, camera de video, gravador de audio, lapis e papel. A analise do material da entrevista com as maes indicou de modo geral que, as maes percebem seus filhos com um bom desenvolvimento, e os definem como espertos e inteligentes. Referente as concepcoes das maes sobre as brincadeiras dos seus bebes, as maes relataram que em diferentes etapas do desenvolvimento seus filhos se engajavam em diferentes tipos de brincadeiras. Por exemplo, aos 9 meses as brincadeiras sao mais exploratorias e aos 15 meses as brincadeiras envolvem a interacao com o outro e manuseio de brinquedos em suas formas convencionais. No que diz respeito a analise das interacoes videogravadas, observou-se que todos os episodios interativos apresentaram engajamentos diadicos e triadicos e especificamente aos 15 meses houve um episodio de engajamento colaborativo. A analise dos episodios de brincadeira permitiu identificar mais brincadeiras exploratorias aos 9 meses destacando os atos intencionais dos bebes de olhar para a mae, acompanhar os movimentos que a mae realiza com o objeto e dancar; aos 12 meses houve a predominancia de episodios convencionais com a ocorrencia de gestos intencionais de pegar o brinquedo da mao da mae, vocalizacao e comportamento que indicavam que os bebes utilizavam brinquedos para um determinado fim. Por fim, aos 15 meses observou-se que todos os episodios de brincadeira constituiram-se como convencionais, destacando os atos intencionais de apontar com vocalizacao e verbalizacoes durante o manejo dos brinquedos. Os resultados do presente estudo ressaltam o papel mediador que exercem os adultos no desenvolvimento de habilidades sociocognitivas e linguisticas, especialmente em episodios de brincadeira conjunta, atividade que caracteriza a infancia e pode colaborar para o desenvolvimento global infantil. Assinala-se ainda a contribuicao dessa pesquisa no sentido de produzir reflexoes e dados empiricos que possam subsidiar programas preventivos de intervencao elaborados por psicologos e demais profissionais que atuam em contextos de educacao e de saude visando a promocao de desenvolvimento humano e a identificacao precoce de prejuizos na comunicacao e linguagem, desde os anos iniciais.
  • POLLYANA LUDMILLA BATISTA PIMENTEL
  • VULNERABILIDADES E ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO DE MÃES DE FILHOS COM MICROCEFALIA
  • Data: 27/03/2018
  • Hora: 09:00
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  • O aumento da prevalencia de bebes com microcefalia congenita em decorrencia da infeccao pelo virus da Zika tem sido um desafio nao apenas para os cientistas, trabalhadores da saude e governantes, mas, principalmente para as maes, as quais tem vivenciado uma rotina de cuidados, exames, consultas, estimulos, a maioria com dedicacao exclusiva. Neste sentido, fundamentado no Modelo da Vulnerabilidade e na Teoria de Estrategias de Enfrentamento, o objetivo geral deste estudo foi compreender elementos de vulnerabilidades envolvidas no cuidado de criancas com microcefalia e apreender as estrategias de enfrentamento utilizadas por estas maes. Tratou-se de um estudo exploratorio, de carater analitico, com abordagem qualitativa e quantitativa, sendo utilizado um questionario sociodemografico, entrevista e a Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP). Participaram 14 maes de criancas diagnosticadas com microcefalia, apresentando uma media de idade de 24 anos. Para analise dos dados quantitativos, utilizou-se estatistica descritiva com o auxilio do SPSS, enquanto que a analise das entrevistas se deu atraves da tecnica de analise categorial tematica. A maioria das entrevistadas era casada ou viviam em um relacionamento estavel, possuiam renda familiar de ate dois salarios minimos e tinham apenas um filho, sendo a media da idade das criancas que tinham microcefalia de 1 ano e 1 mes, onde oito destas criancas eram do sexo feminino. Com relacao a religiao, oito mulheres se autodeclararam catolicas, e sobre o nivel de religiosidade, onze maes afirmaram serem pouco religiosas ou religiosas. Acerca da analise dos dados obtidos a partir das entrevistas, no que diz respeito as vulnerabilidades, observou-se a emergencia de tres classes tematicas (Da gravidez ao parto; O cuidado assistencial; Vivencia das maes acerca do cuidado), as quais tiveram suas respectivas categorias e subcategorias, constatando-se que a historia destas mulheres e envolta por aspectos de vulnerabilidades, tanto no ambito individual, quanto no social e programatico. De acordo com a analise dos dados da Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas, o tipo de estrategia de enfrentamento que obteve maior media foi o Enfrentamento Focado no Problema (M = 4,30; DP = 0,52), indicando que diante do diagnostico de microcefalia do filho, estas maes se aprofundam nesta problematica, a fim de obter mais conhecimento sobre, buscar as melhores tecnicas e tratamentos para cada especificidade das suas criancas, objetivando o melhor prognostico para eles. Contudo, os outros tipos de Estrategias de Enfrentamento tambem sao utilizados pelas participantes deste estudo, o que foi corroborado com a analise das entrevistas. Verificou-se que o mito do amor materno perpassa por essas categorias, estando presente a todo o momento na vida dessas mulheres. Os resultados evidenciaram a ampla complexidade vivenciada por estas maes, contexto arduo, imbricado de vulnerabilidades, que leva a busca de estrategias de enfrentamento, colaborando com a manutencao da saude mental.
  • JULIANA DA ROSA SEIXAS
  • O TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DE UNIDADES DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS DE REGIME DE INTERNAÇÃO
  • Orientador : ANISIO JOSE DA SILVA ARAUJO
  • Data: 26/03/2018
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertacao tem como objetivo geral analisar o trabalho dos profissionais inseridos em uma unidade de medidas socioeducativas de internacao, dada a importancia desse tipo de instituicao e dos que nela trabalham. Para isso se utilizou da ergonomia da atividade e da psicodinamica do trabalho como aportes teoricos para discutir as questoes que emergiram na pesquisa. Participaram do trabalho 30 trabalhadores de uma unidade de medidas socioeducativas de internacao de um estado do Nordeste brasileiro. Os trabalhadores responderam a um questionario socio-demografico e a uma entrevista semiestruturada. Foi realizada analise descritiva basica dos dados dos questionarios e analise de conteudo tematica das entrevistas. Os resultados foram apresentados em tres artigos. Os dois primeiros referem-se respectivamente a pesquisa com 15 agentes socioeducativos e com 15 trabalhadores administrativos e tecnicos. Neles foram apresentadas a caracterizacao dos participantes, os modos de insercao no sistema socioeducativo, a formacao dos trabalhadores, as condicoes e a organizacao do trabalho na unidade e as formas de enfrentamento das variabilidades encontradas no cotidiano. O terceiro artigo abordou as fontes de sofrimento e prazer no trabalho, assim como as estrategias defensivas utilizadas pelos trabalhadores na busca pelo equilibrio em seu contexto laboral. Os resultados revelaram que as discrepancias entre o prescrito e real implicam forte mobilizacao dos trabalhadores, tendo como efeito uma sobrecarga de trabalho. Percebeu-se tambem que as frustracoes advindas das fontes de sofrimento fazem com que os trabalhadores se utilizem de estrategias defensivas para sua propria protecao. Ja as fontes de prazer constituem fatores preponderantes para a manutencao da mobilizacao de cada trabalhador, apesar de tudo, mostrando-se essenciais para a continuidade do trabalho na unidade de internacao.
  • THAÍS DE SOUSA BEZERRA DE MENEZES
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS FRENTE À OBESIDADE: UMA ANÁLISE COM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO E UNIVERSITÁRIOS
  • Data: 26/03/2018
  • Hora: 14:00
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  • A obesidade e a doenca nao transmissivel com maior incidencia em todo o mundo, mas frequentemente investigada atraves de aspectos individuais. A teoria da Representacao Social pode contribuir para a compreensao do fenomeno porque explica aspectos relevantes da realidade, orienta as praticas sociais e justifica acoes e tomadas de posicao. O objetivo deste estudo e analisar e comparar as Representacoes Sociais elaboradas por estudantes do ensino medio e universitarios frente a obesidade. Trata-se de um estudo exploratorio, descritivo e analitico de carater transversal e qualitativo. A pesquisa foi desenvolvida em escolas publicas, privadas e universidade de Joao Pessoa, Paraiba. Participaram do estudo no total 200 estudantes do ensino medio e 300 universitarios. A dissertacao foi dividida em tres artigos, o primeiro artigo e teorico e denominado Obesidade e Representacoes Sociais. Este artigo traz uma contextualizacao historica sobre obesidade tendo a Teoria das Representacoes Sociais como aporte teorico para o estudo deste fenomeno focando-se nas mudancas que esta representacao tem passado e em suas consequencias para as pessoas obesas. O segundo artigo e um estudo empirico e intitula-se A estrutura da Representacao Social da obesidade: uma analise com estudantes do ensino medio e universitarios. O instrumento utilizado foi a Associacao Livre de Palavras com o estimulo Obesidade analisado atraves de Analise Prototipica e Analise de Similitude no Software IRAMUTEQ. Na Analise prototipica, a frequencia media das evocacoes dos universitarios foi 16,85 e 18,52 nos estudantes do ensino medio. A frequencia minima para inclusao no quadro foi 5 nas duas amostras (2,5% de cada amostra). A Ordem Media de Evocacao foi de 2,81 nos universitarios e 2,69 nos estudantes. O ponto de corte da Ordem Media de Evocacao foi de 3 para as duas amostras. Essa analise revelou que o nucleo da representacao da obesidade para os universitarios e Doenca, Gordura, Gordo, Comida, Saude e Peso e para os estudantes Comida, Gordura e Gordo. A principal diferenca entre os nucleos dessas duas representacoes e que para os universitarios a obesidade e ancorada sobretudo na doenca, enquanto para os estudantes do ensino medio esta objetivada na comida. Na analise de Similitude, a frequencia minima para inclusao no quadro foi 12 (6% de cada amostra). Nessa analise, o termo que medeia as duas representacoes e Gordura, o que indica que este provavelmente e um ponto de consenso nas representacoes dos dois grupos. Esta analise revelou uma complexidade maior da representacao dos universitarios tanto em relacao a quantidade de elementos coocorrentes quanto a multifatorialidade causal da obesidade, provavelmente, devido ao maior acesso a informacao. Apesar disso, indicios de preconceito surgem nas duas analises e nos dois grupos principalmente atraves dos estereotipos negativos Feio e Preguica/Preguicoso e Baleia. O terceiro artigo denomina-se Obesidade e suas representacoes: um estudo com universitarios. Este estudo, tambem empirico, focou-se nos universitarios com a ampliacao da amostra em 100 participantes. Esta opcao aconteceu tanto devido a semelhanca nas representacoes de estudantes do ensino medio e universitarios reveladas no ultimo estudo quanto devido a maior capacidade de elaboracao para questoes abertas por parte dos universitarios. Assim, participaram do estudo 300 universitarios. Foi utilizado um Questionario Aberto sobre a obesidade analisadas atraves de Analise de Conteudo Tematico-Categorial de Bardin. Os resultados apontam para tres tipos de representacao social da obesidade: conceito, causas e consequencias, que estavam majoritariamente ligados aos fatores organicos e individuais da obesidade. Os dois artigos empiricos trazem que existe nos dois grupos de estudantes uma ancoragem unifatorial da obesidade essencialmente biologica, individual e ligada a fatores “controlaveis” como a ma-alimentacao e o sedentarismo, o que pode contribuir para a culpabilizacao do obeso por sua condicao e aumentar a chance de preconceito. Tambem foram encontrados indicios de preconceito nos dois grupos e nos dois estudos atraves dos estereotipos negativos. O presente estudo pode contribuir para a criacao de politicas publicas que preconizem intervencoes que enfatizem o carater multifatorial da obesidade tanto na educacao formal (escola e universidade) quanto na midia. Devido ao carater fluido das Representacoes Sociais, e possivel que essas intervencoes que possam modificar a representacao atual da obesidade e diminuir o preconceito em relacao a pessoas obesas.
  • TAMYRES TOMAZ PAIVA
  • VIOLÊNCIA ENTRE PARCEIROS ÍNTIMOS E SUAS RELAÇÕES COM OS GATILHOS DA AGRESSÃO
  • Data: 26/03/2018
  • Hora: 09:30
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  • O modelo geral da Agressao (GAM) emprega tres fatores centrais para se entender o comportamento agressivo: os fatores pessoais e situacionais, as trajetorias internas ou rotas e os fatores de respostas comportamentais. Estes fatores sao vistos como necessidades sociais, em que bastam ocorrer uma ameaca ao equilibrio, que as respostas agressivas ou violentas sao logo estimuladas. O GAM conceitua a violencia entre parceiros intimos (VPI) como um comportamento intencional que causa danos fisicos, sexuais, psicologicos e controle comportamentais. A partir desta definicao, foram feitos 7 estudos distribuidos em 5 artigos. Os dados foram analisados pelo programa estatistico IBM SPSS Statistics e o AMOS, ambos versao 21 e a linguagem “R. 3.4.2”. O primeiro artigo objetivou analisar a correlacao e predicao dos fatores comportamentais da violencia com os fatores pessoais e o comportamento assertivo. Participaram 305 residentes da cidade da Grande Joao Pessoa, com idades entre 18 e 56 anos (M= 25,29; DP= 7,32). Os resultados demonstraram que os fatores da violencia foram correlacionados com o genero, personalidade (agradabilidade, estabilidade emocional e abertura a experiencias) e valores (interativo, normativo, suprapessoal, existencia e realizacao). Em adicao, encontrou-se atraves da regressao e mediacao que esses fatores podem ter efeitos diretos como indiretos nos comportamentos sofridos de violencia entre parceiros intimos. O segundo artigo, de natureza psicometrica, buscou desenvolver uma medida que fosse de comportamentos praticados de violencia entre parceiros intimos. Foram divididos em dois estudos. O primeiro, contou com 280 respondentes residentes do Estado da Paraiba, com idades entre 18 e 58 anos (M = 26,83; DP = 6,93). A partir da analise dos componentes principais verificaram a existencia de 3 fatores (abuso psicologico, fisico e controle comportamental), apresentando coeficientes internos satisfatorios. O segundo estudo, contou-se com 218 participantes, a maioria da regiao nordeste (52,3%), com idades entre 18 e 60 anos (M = 28,59; DP = 6,95), e consistiu em uma analise confirmatoria apresentando bons indices de ajustes ao modelo, apresentando uma versao mais curta e parcimoniosa da escala. O terceiro artigo consistiu na contrucao e validacao de uma escala de violencia sexual, versao agressor, dividido em dois estudos. O primeiro estudo contou com os mesmos participantes do estudo dois do artigo 2, apresentando a partir da analise dos componentes principais a existencia de 1 fator e coeficientes internos satisfatorios. No segundo estudo, contou-se com 203 respondentes residentes do Estado da Paraiba, com idades entre 18 e 60 anos (M = 21,62; DP = 5,25), para a verificacao da analise confirmatoria. Os instrumentos mencionados do artigo 2 e 3, apresentaram propriedades psicometricas satisfatorias, apresentando validade de construto atraves das analises fatoriais. O quarto artigo, objetivou-se analisar a correlacao e predicao dos fatores pessoais nos comportamentos de violencia. Os resultados demonstraram correlacao e predicao entre os fatores da personalidade, valores humanos e atitudes implicitas com a violencia entre parceiros intimos. E o quinto artigo, objetivou-se analisar a correlacao e predicao da violencia (abuso fisico, psicologico, controle comportamental e sexual) com o fator pessoal (personalidade), fator situacional (uso do alcool) e da rota (afetos). Participaram 411 respondentes, a maioria residente do Estado da Paraiba (69,7%), com idades entre 18 e 60 anos (M = 25,22; DP = 7,10). Os resultados demonstraram uma correlacao significativa entre a violencia com a agradabilidade, estabilidade emocional, conscienciosidade, narcisismo, maquiavelismo, psicopatia, afetos positivos e negativos e a frequencia do consumo do alcool. Mas apenas os afetos negativos, o maquiavelismo e a psicopatia explicaram a violencia entre parceiros intimos. Portanto, o objetivo da presente dissertacao foi cumprido, devendo ponderar os resultados dos estudos, por apresentarem algumas limitacoes. Mas, incentivam-se novas pesquisas a fim da replicacao dos dados.
  • FRANKLEUDO LUAN DE LIMA SILVA
  • Raciocínios morais de justiça e de perdão em padres
  • Data: 23/03/2018
  • Hora: 10:00
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  • Cada vez mais, os estudos psicologicos tem mostrado que a experiencia religiosa constitui um fator relevante para o desenvolvimento moral do individuo, entretanto, tais investigacoes tem sido especialmente lacunares no tocante a analises mais rigorosas dos fundamentos dessa relacao. No presente estudo, considerando especificamente o universo do catolicismo e lancando luz sobre a justica e o perdao enquanto virtudes morais e de desenvolvimento, defende-se o argumento de tese de que os raciocinios morais de justica e de perdao de padres estao apoiados nas orientacoes doutrinarias do Catecismo da Igreja Catolica referentes a justica e ao perdao. Isto porque a forca doutrinal conservada no Catecismo, texto de exposicao dos conteudos essenciais a respeito da fe e da moral no ambito catolico, parece guiar o avanco moral dos seus seguidores. Duas teorias serviram de base principal para este estudo: a teoria do desenvolvimento do julgamento de justica, de Lawrence Kohlberg, e a teoria desenvolvimento do raciocinio de perdao, de Robert Enright. Cada autor apresenta uma tipologia de estagios, que representam a complexidade no raciocinio frente as decisoes morais. Ademais, reflexoes filosoficas e teologicas foram desenvolvidas a fim de conferir maior inteligibilidade as analises realizadas. Participaram do estudo 30 padres da Arquidiocese da Paraiba. Como instrumentos, foram utilizados um questionario biodemografico e um questionario composto por dois dilemas morais, o primeiro voltado para identificar os estagios dominantes do pensamento de justica e o segundo voltado para identificar os estagios dominantes do raciocinio de perdao. Verificou-se o uso predominante de raciocinios de justica pautados na valorizacao da obediencia a lei ou as convencoes para a manutencao da ordem social (estagio 4 na tipologia de Kohlberg) e de raciocinios baseados na compreensao de que as pessoas tem direitos individuais, sendo possivel, por meio de canais legais e acordos democraticos, alterar leis ou costumes morais eventualmente injustos (estagio 5). Ambos os raciocinios encontram lastro nas orientacoes catequeticas, as quais tanto podem suscitar pensamentos estritamente legalistas quanto raciocinios que transcendem o limite convencional da lei. Para o raciocinio de perdao, foram dominantes os estagios 3 (na classificacao de Enright), que esta em consonancia com as expectativas do grupo de pertenca; seguido do estagio 2,5, baseado em uma compensacao moral exemplificada no pedido de desculpas e na mudanca atitudinal do ofensor. Estes raciocinios seguem na direcao da ideia, evidenciada Catecismo, de que sao condicionantes do perdao o reconhecimento do erro, as desculpas, os sinais visiveis de arrependimento e o compromisso com a mudanca de comportamento. Comprovou-se, por meio de um teste de correlacao de Spearman, uma relacao significativa entre raciocinios de justica e raciocinios de perdao, indicando que quando o pensamento de justica avanca, o pensamento de perdao tambem avanca em algum grau. Verificou-se, atraves de um teste nao parametrico U de Mann Whitney, que os padres que coordenam paroquias com programas pastorais ativos, socialmente engajados, apresentam raciocinios de justica e de perdao mais avancados, em razao de, presumivelmente, conhecerem e considerarem as necessidades particulares, as circunstancias atenuantes e a perspectiva das pessoas antes de emitirem julgamentos de justica e de perdao. Relativamente ao conteudo das respostas dos padres sobre a pergunta “O que significa justica?”, as categorias mais frequentes – “igualdade” “direitos e deveres”, “cumprir a lei”, “equilibrio social” – sao alinhaveis as concepcoes de justica constantes no texto doutrinal do Catecismo da Igreja Catolica e corroboram o predominio do uso dos estagios 4 e 5 de pensamento de justica, pautados, respectivamente, na entronizacao da lei como uma entidade inviolavel e na reelaboracao de leis, mediante procedimentos contratuais democraticos, a fim de se maximizar o bem-estar geral. Com relacao as respostas sobre a questao “O que significa perdoar?”, a maioria dos padres, compativelmente com as concepcoes de perdao evocadas pelo Catecismo, enfatizou a diminuicao/interrupcao dos afetos e sentimentos negativos eliciados pela magoa, o reconhecimento da natureza falivel do humano, o perdao como um credito de confianca e como uma atitude que expressa amor, doacao e compaixao. De um modo geral, identificou-se grande compatibilidade entre os raciocinios dos participantes com o conteudo discursivo propalado pelo texto catequetico, sugerindo a confirmacao da tese proposta no presente estudo.
  • DINARA DAS GRAÇAS CARVALHO COSTA
  • ADOECIMENTO LABORAL: A TURBULÊNCIA E A VIVÊNCIA DOS AFASTAMENTOS
  • Data: 22/03/2018
  • Hora: 08:00
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  • Atualmente as pessoas ainda estao adoecendo por conta do trabalho (Lacaz, 2016) e por vezes esse adoecimento e negado e mesmo minimizado para que o individuo continue sustentando a si e aos seus, pois o trabalhado acaba sendo menosprezado e adoecer aproxima o desemprego, pois o que importa e a producao gerada pelo sujeito (Castel, 1998). Assim, essa pesquisa tem como objetivo geral“ compreender o papel do reconhecimento, ou da falta dele, na dinamica psiquica de trabalhadores que foram afastados do seu empr ego/trabalho regular em decorrencia de doenca surgida ou agravada durante a atividade de trabalho. Essa pesquisa e de carater exploratorio - descritivo e buscou conhecer a realidade dos trabalhadores que, adoecidos, procuram o Centro de Referencia em Saude do Trabalhador de Joao Pessoa (CEREST – Joao Pessoa) em busca de apoio em sua situacao de saude ou previdenciaria. Contou-se com a participacao voluntaria de 14 trabalha dores, com o tempo de experiencia flutuando de 6 a 52 anos, sendo que 11 estavam afastados e desse total, 4 afirmaram que nao era mais o seu primeiro afastamento. Utilizou-se como instrumento um Guia de Entrevista semi-estruturado dividido em duas partes: a sociodemografico e a entrevista semi-estruturada, que foi organizada em seis eixos: I – Desde suas historias de trabalho ate sua historia de adoecimento; II – O fator do Reconhecimento; III – As estrategias de Normalidade; IV – Relacao Sofrimento/Prazer; V – Doencas; e VI – Das Perspectivas atuais. Esse estudo faz parte de uma pesquisa maior, que foi Submetida ao Comite de Etica sobe a resolucao 466/12, respeitando todas as exigencias etica de pesquisas com seres humanos. Apos aprovacao, foi-se a campo no Centro de Referencia Estadual em Saude do trabalhador (CEREST) entre os dias 02 de Agosto e 20 de Setembro de 2016. Inicialmente apresentava-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para os voluntarios e se prosseguia a entrevista. Atraves de Analise de Conteudo proposta de Laville e Dionne (1999), utilizou-se um metodo hermeneutico de interpretacao das falas dos entrevistados, pretendendo-se dar voz e possibilitar que esses expressem suas opinioes sobre as formas de reconhecimento, ou de nao-reconhecimento, no ambiente laboral. Como resultados parciais identificou-se quando o reconhecimento e importante para a saude mental dos trabalhadores e o quanto sua ausencia pode ser definida como um agente desencadeante de formas de adoecimento. Como exemplo apontam-se duas falas: “O que voce ta fazendo no dia a dia pra eles e importante, mas a partir do momento que voce nao pode mais eles nao reconhecem que voce ta com um problema” (P12); e “No momento que a gente e reconhecido a gente trabalha muito satisfeito” (P4). Para Dejours (2012) o reconhecimento hoje e um elo distante na relacao do trabalhador com a empresa, pois o que se evidencia e um desfacelamento dos coletivos, que culminam com uma forma de individualismo pautada no medo de confiar no outro e mesmo nos superiores e/ou subordinados.
  • CELIA MARIA CRUZ MARQUES
  • PERCEPÇÃO MATERNA DA SOCIALIZAÇÃO E DOS COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN E EM DESENVOLVIMENTO TÍPICO.
  • Data: 13/03/2018
  • Hora: 15:00
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  • Apesar da relevancia de se estudar a socializacao materna bem como sua relacao com os comportamentos agressivos em criancas com e sem deficiencia, ha na literatura especializada uma acentuada lacuna no que se refere as contribuicoes voltadas para as criancas com deficiencia e mais especificamente para aquelas com Sindrome de Down (SD). Assim, o objetivo geral da presente pesquisa e averiguar em que medida as praticas e os estilos de socializacao, adotados por maes de criancas com Sindrome de Down (SD) e em Desenvolvimento Tipico (DT), se relacionam com a percepcao materna a respeito da emissao de comportamentos agressivos de seus filhos. Os estudos de Hoffman sao centrais no tocante as praticas e tem fundamentando diferentes pesquisas como a realizada por Camino Cleonice, Camino, Leoncio e Moraes (2003). Quanto aos estilos de socializacao, sao referencias as producoes de Baumrind e de Maccoby e Martin que influenciaram, por exemplo, as contribuicoes de Musitu e Garcia (2001). No tocante aos comportamentos agressivos, assume-se a classificacao de Buss e Perry (1992), que indica quatro tipos de comportamentos: Agressao Fisica, Verbal, Raiva e Hostilidade. Para atingir o objetivo proposto, desenvolveram-se dois estudos empiricos. O primeiro voltado para adaptacao e verificacao da estrutura fatorial dos instrumentos de pesquisa utilizados na tese, e o segundo para a averiguacao da relacao entre as medidas estudadas. Participaram do primeiro estudo 200 maes com idade media de 34,4 (DP = 7,1) sendo a maioria casada (74,5%), com dois filhos (44,5%), de religiao catolica (75,5%) e com ensino superior completo (30,0%). Para o segundo estudo, contou-se com a participacao de 164 maes de criancas com SD (f = 82) e em DT (f = 82) com idade media de 36,6; (DP = 7,4) majoritariamente casadas (65,9%), com dois filhos (35,4%), de religiao catolica (55,5%) e com ensino medio completo (29,9%). As amostras caracterizaram-se como nao probabilistica, isto e, de conveniencia, participando pessoas que, convidadas aceitaram colaborar. Nos dois estudos, alem das questoes sobre aspectos biosociodemograficos, as maes responderam a tres instrumentos: a versao adaptada para maes do Questionario de Agressao de Buss e Perry - BPAQ; a versao adaptada para maes da Escala de socializacao parental - ESPA29 e o Instrumento de Tecnicas de Socializacao - ITC. As aplicacoes ocorreram individualmente nos dias e locais indicados pelas participantes e duraram em media 50 minutos. Os resultados obtidos no primeiro estudo demonstraram, para o BPAQ, indices de ajuste muito semelhantes aos observados em pesquisas anteriores e, nessa mesma direcao, figuram os resultados referentes a validacao do ITC. Quanto aos resultados da ESPA29, observou-se uma organizacao fatorial diferente da indicada por Musitu e Garcia (2001). Entretanto, dada a confirmacao da estrutura proposta pelos autores do instrumento em diferentes contextos culturais, adotou-se nas analises posteriores a organizacao indicada por Musitu e Garcia (2001) e seus colaboradores. No segundo estudo, observou-se que as maes de criancas em DT pontuaram mais alto tanto na percepcao da dimensao de aceitacao/implicacao quanto de severidade/imposicao, sendo essa diferenca estatisticamente significativa. No tocante as dimensoes de controle, observou-se que as maes de criancas em DT se orientam pelo controle interno enquanto as maes de criancas com SD pelo externo. Especificamente, no que se refere aos estilos, as maes de criancas em DT utilizam de forma mais frequente o autoritativo (Green, Caplan & Backer, 2014; Herman & Shantz, 1983; Marfo,1992; Minetto, 2010; Nader-Gorsbois & Lefevre, 2012), seguido do autoritario, indulgente e negligente, enquanto que as maes de criancas com SD o negligente, indulgente, autoritativo e autoritario, diferindo das indicacoes de estudos anteriores (Green, Caplan & Backer, 2014; Herman & Shantz, 1983; Marfo,1992; Minetto, 2010; Nader-Gorsbois & Lefevre, 2012). Considerando a relacao entre as variaveis estudadas observou-se, para os dois grupos de maes, que o controle materno mais coercitivo esta positivamente relacionado ao comportamento agressivo nos filhos e o controle baseado em estrategias de apoio negativamente relacionado. A relacao entre coercao e agressao aqui observada ja e apontada na literatura psicologica para criancas em DT, no entanto, para aquelas com algum atraso no desenvolvimento, nao ha clareza sobre como essas variaveis se relacionam (Green, Caplan & Backer, 2014). Dentre as poucas pesquisas encontradas observam-se tanto indicacoes de que a coercao promove um impacto negativo (Cielinski, Vaughn, Seifer & Conteras, 1995) quanto positivo nos filhos (Herman & Shantz, 1983; Marfo, 1992; Nader-Gorsbois & Lefevre 2012). A esse respeito, acredita-se que os achados da presente pesquisa podem contribuir com essa discussao. Alem da socializacao materna, outras variaveis estao associadas a agressao, no entanto, considerando o publico de criancas com SD, a relacao entre socializacao e agressao precisa ser mais considerada em estudos futuros. Ademais, podem ser desenvolvidas pesquisas de intervencao com a finalidade de promover nas maes a reflexao de que o controle do comportamento das criancas e benefico, desde que centrado em estrategias de apoio. O desafio ao controlar os comportamentos dos filhos esta em atuar sem favorecer o aparecimento de problemas internos (ansiedade, culpa, depressao) ou externos (comportamentos agressivos) nas criancas (Grusec, 2011). Com a descricao e discussao dos resultados dessa tese, nao visou-se realizar conclusoes generalistas a respeito da tematica, nem promover estereotipos para os grupos pesquisados, mas fomentar outras reflexoes sobre as variaveis estudadas.
  • CELIA MARIA CRUZ MARQUES
  • PERCEPÇÃO MATERNA DA SOCIALIZAÇÃO E DOS COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN E EM DESENVOLVIMENTO TÍPICO.
  • Data: 13/03/2018
  • Hora: 15:00
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  • Apesar da relevancia de se estudar a socializacao materna bem como sua relacao com os comportamentos agressivos em criancas com e sem deficiencia, ha na literatura especializada uma acentuada lacuna no que se refere as contribuicoes voltadas para as criancas com deficiencia e mais especificamente para aquelas com Sindrome de Down (SD). Assim, o objetivo geral da presente pesquisa e averiguar em que medida as praticas e os estilos de socializacao, adotados por maes de criancas com Sindrome de Down (SD) e em Desenvolvimento Tipico (DT), se relacionam com a percepcao materna a respeito da emissao de comportamentos agressivos de seus filhos. Os estudos de Hoffman sao centrais no tocante as praticas e tem fundamentando diferentes pesquisas como a realizada por Camino Cleonice, Camino, Leoncio e Moraes (2003). Quanto aos estilos de socializacao, sao referencias as producoes de Baumrind e de Maccoby e Martin que influenciaram, por exemplo, as contribuicoes de Musitu e Garcia (2001). No tocante aos comportamentos agressivos, assume-se a classificacao de Buss e Perry (1992), que indica quatro tipos de comportamentos: Agressao Fisica, Verbal, Raiva e Hostilidade. Para atingir o objetivo proposto, desenvolveram-se dois estudos empiricos. O primeiro voltado para adaptacao e verificacao da estrutura fatorial dos instrumentos de pesquisa utilizados na tese, e o segundo para a averiguacao da relacao entre as medidas estudadas. Participaram do primeiro estudo 200 maes com idade media de 34,4 (DP = 7,1) sendo a maioria casada (74,5%), com dois filhos (44,5%), de religiao catolica (75,5%) e com ensino superior completo (30,0%). Para o segundo estudo, contou-se com a participacao de 164 maes de criancas com SD (f = 82) e em DT (f = 82) com idade media de 36,6; (DP = 7,4) majoritariamente casadas (65,9%), com dois filhos (35,4%), de religiao catolica (55,5%) e com ensino medio completo (29,9%). As amostras caracterizaram-se como nao probabilistica, isto e, de conveniencia, participando pessoas que, convidadas aceitaram colaborar. Nos dois estudos, alem das questoes sobre aspectos biosociodemograficos, as maes responderam a tres instrumentos: a versao adaptada para maes do Questionario de Agressao de Buss e Perry - BPAQ; a versao adaptada para maes da Escala de socializacao parental - ESPA29 e o Instrumento de Tecnicas de Socializacao - ITC. As aplicacoes ocorreram individualmente nos dias e locais indicados pelas participantes e duraram em media 50 minutos. Os resultados obtidos no primeiro estudo demonstraram, para o BPAQ, indices de ajuste muito semelhantes aos observados em pesquisas anteriores e, nessa mesma direcao, figuram os resultados referentes a validacao do ITC. Quanto aos resultados da ESPA29, observou-se uma organizacao fatorial diferente da indicada por Musitu e Garcia (2001). Entretanto, dada a confirmacao da estrutura proposta pelos autores do instrumento em diferentes contextos culturais, adotou-se nas analises posteriores a organizacao indicada por Musitu e Garcia (2001) e seus colaboradores. No segundo estudo, observou-se que as maes de criancas em DT pontuaram mais alto tanto na percepcao da dimensao de aceitacao/implicacao quanto de severidade/imposicao, sendo essa diferenca estatisticamente significativa. No tocante as dimensoes de controle, observou-se que as maes de criancas em DT se orientam pelo controle interno enquanto as maes de criancas com SD pelo externo. Especificamente, no que se refere aos estilos, as maes de criancas em DT utilizam de forma mais frequente o autoritativo (Green, Caplan & Backer, 2014; Herman & Shantz, 1983; Marfo,1992; Minetto, 2010; Nader-Gorsbois & Lefevre, 2012), seguido do autoritario, indulgente e negligente, enquanto que as maes de criancas com SD o negligente, indulgente, autoritativo e autoritario, diferindo das indicacoes de estudos anteriores (Green, Caplan & Backer, 2014; Herman & Shantz, 1983; Marfo,1992; Minetto, 2010; Nader-Gorsbois & Lefevre, 2012). Considerando a relacao entre as variaveis estudadas observou-se, para os dois grupos de maes, que o controle materno mais coercitivo esta positivamente relacionado ao comportamento agressivo nos filhos e o controle baseado em estrategias de apoio negativamente relacionado. A relacao entre coercao e agressao aqui observada ja e apontada na literatura psicologica para criancas em DT, no entanto, para aquelas com algum atraso no desenvolvimento, nao ha clareza sobre como essas variaveis se relacionam (Green, Caplan & Backer, 2014). Dentre as poucas pesquisas encontradas observam-se tanto indicacoes de que a coercao promove um impacto negativo (Cielinski, Vaughn, Seifer & Conteras, 1995) quanto positivo nos filhos (Herman & Shantz, 1983; Marfo, 1992; Nader-Gorsbois & Lefevre 2012). A esse respeito, acredita-se que os achados da presente pesquisa podem contribuir com essa discussao. Alem da socializacao materna, outras variaveis estao associadas a agressao, no entanto, considerando o publico de criancas com SD, a relacao entre socializacao e agressao precisa ser mais considerada em estudos futuros. Ademais, podem ser desenvolvidas pesquisas de intervencao com a finalidade de promover nas maes a reflexao de que o controle do comportamento das criancas e benefico, desde que centrado em estrategias de apoio. O desafio ao controlar os comportamentos dos filhos esta em atuar sem favorecer o aparecimento de problemas internos (ansiedade, culpa, depressao) ou externos (comportamentos agressivos) nas criancas (Grusec, 2011). Com a descricao e discussao dos resultados dessa tese, nao visou-se realizar conclusoes generalistas a respeito da tematica, nem promover estereotipos para os grupos pesquisados, mas fomentar outras reflexoes sobre as variaveis estudadas.
  • ANDREI ALVES DE AGUIAR
  • A Normatividade do Perdão Interpessoal
  • Orientador : JULIO RIQUE NETO
  • Data: 26/02/2018
  • Hora: 09:00
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  • Situacoes de transgressoes envolvendo magoa e decepcao sao comuns a maioria das pessoas. Estudos comprovam que guardar tais sentimentos pode gerar consequencias desagradaveis nos comportamentos e na vida como um todo. Assim, a importancia do perdao se faz clara. Este constructo pode ser entendido como uma atitude moral em que a pessoa abdica do ressentimento e de julgamentos e comportamentos negativos para com o seu ofensor. O que ainda tem sido motivo de divergencias e se o perdao se trata de um comportamento especifico (variavel de estado), de uma acao continuada dependendo da pessoa (variavel de traco) ou algo relacionado a norma social. Neste momento, hipotetiza-se que o perdao esta relacionado a norma social. Deste modo, a presente tese teve como objetivo principal verificar se ha uma expressao de normatividade no perdao. Como objetivos especificos, buscou-se: a) apresentar evidencias de validade das Escalas de Resolucao de Problemas Interpessoais – Geral; b) apresentar evidencias de validade das Escalas de Resolucao de Problemas Interpessoais –Pessoal; e c) testar tres paradigmas de normatividade, propostos por Alves (2008) e Jellison e Green (1981). A fim de cumprir com estes objetivos, dois estudos foram propostos: (A) o primeiro estudo teve por objetivo conhecer evidencias de validade fatorial e consistencia interna das Escalas de Resolucao de Problemas Interpessoais – Geral e Pessoal. Para tanto, ele contou com a participacao de 264 pessoas, as quais responderam as escalas de resolucao de conflitos, construidas nessa oportunidade, em suas duas versoes. Analises de Poder discriminativo dos itens, Analise dos componentes principais e Alfa de Cronbach, possibilitaram demonstrar evidencias de validade e precisao para ambas as versoes da escala, sendo estas unifatoriais. Entretanto, foi percebido ao longo do percurso da tese que fazia-se necessario, para um recorte adequado do objeto, uma medida mais refinada e parciomoniosa, reduzindo o numero de contextos e de catogorias de relacionamento vitima-ofensor. Tomando como base o estudo de Rique e Camino (2010), foi proposta a ERPI 12 – Geral e Pessoal, que reduziu os graus de proximidade para apenas familiares e amigos, e os contextos de magoa para: traicao, humilhacao, agressao fisica, promessa nao cumprida, evitacao e mentira. Este estudo contou com a participacao de 257 pessoas que responderam a ERPI 12 – Geral e Pessoal. Analises de Poder discriminativo do itens, Analise dos componentes principais e Alfa de Cronbach, possibilitaram demonstrar evidencias de validade e precisao para ambas as versoes da escala, sendo estas unifatoriais. (B) Para testar a normatividade do perdao, o Estudo 2, de cunho quase-experimental, foi composto por tres partes. Nestas, manipulou-se, respectivamente, os seguintes paradigmas: a) Identificacao; b) Auto-Apresentacao; c) dos juizes. Analises de Alfa de Cronbach demonstraram evidencias preliminares de adequacao das medidas utilizadas na manipulacao. No paradigma 1, do qual participaram 70 pessoas, comparando-se as condicoes de Perdao Geral (opiniao propria), Perdao Geral (opiniao sobre os outros), Perdao Pessoal (opiniao propria) e Perdao Pessoal (opiniao sobre os outros), observou-se que os participantes consideraram que perdoariam mais do que os seus colegas. Ja no paradigma 2, do qual participaram 129 pessoas, buscava verificar se os individuos se descreviam de modo mais positivo quando comparados a outras pessoas. De fato, isto foi comprovado, com os escores das imagens positivas sendo maiores do que os das imagens negativas, tanto com relacao ao perdao Pessoal quanto ao perdao Geral. Por fim, 286 pessoas participaram do paradigma 3. Este demonstrou que quanto maior o nivel de exigencia do perdao, tanto maior a media das valencias positivas e menor a das valencias negativas (adjetivos descrevendo a pessoa ficticia). Em suma, por meio dos tres paradigmas aqui testados, verificou-se a normatividade do perdao, com as medias do perdao Pessoal sendo mais altas do que do perdao Geral. Isso quer dizer que o mesmo e compartilhado e aprovado ou desaprovado pelos outros. Assim, estima-se que esta tese cumpriu com os seus objetivos, fornecendo quatro medidas de resolucao de problemas interpessoais, uma completa e outra reduzida, que podem ser utilizadas em novos estudos relacionados ao perdao e testando, por meio de tres paradigmas, a normatividade do perdao.
  • WILLYANS GARCIA COELHO
  • MODULAÇÃO DA EMPATIA: UM ESTUDO CORRELACIONAL ENTRE NÍVEL SUBJETIVO DE EMPATIA E RESPOSTA ELETROFISIOLÓGICA A EXPRESSÕES EMOCIONAIS EM ADULTOS
  • Data: 21/02/2018
  • Hora: 09:00
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  • O objetivo deste estudo foi analisar a correlacao entre o nivel de empatia e a resposta eletrofisiologica do cortex cerebral a estimulos audiovisuais com faces humanas que expressavam diferentes tipos de emocoes. A empatia e um processo que possibilita a partilha de estados emocionais e a compreensao do sentimento de outras pessoas, envolvendo aspectos afetivos e cognitivos. Pesquisas da area de Neurociencias Cognitivas Sociais que utilizam eletroencefalografia (EEG) apontaram que, diante de estimulos com expressoes emocionais, as duas dimensoes da empatia podem ser identificadas de forma distintas no potencial relacionado a eventos (ERP). Enquanto a empatia afetiva relaciona-se com a resposta rapida (componentes P100 e N170), o aspecto cognitivo da empatia pode ser verificado atraves do potencial positivo tardio (componentes P300 e LPP). Neste estudo, 18 participantes foram expostos a expressoes emocionais de alegria, raiva e tristeza, atraves de diferentes estimulos audiovisuais, e responderam a Escala de Empatia de Davis – Interpersonal Reactivity Index (IRI), composta por quatro sub-escalas, sendo duas cognitivas, Tomada de Perspectiva (TP) e Fantasia (FS), e duas afetivas, Angustia Pessoal (AP) e Consideracao Empatica (CE). A atividade eletrofisiologica foi medida atraves de um sistema de eletroencefalograma (EEG) de 32 canais. Os resultados indicam que ocorreram correlacoes significativas entre o nivel de empatia, especificamente na dimensao Tomada de Perspectiva, e todos os componentes do ERP avaliados, a saber, P100 na regiao occipital (Oz | r = -0,73), N170 na regiao temporal (TP9 | r = 0,72), P300 na regiao centro parietal (Cz | r = 0,58) e LPP na regiao frontal (Fz | r = 0,71). Dessa forma, conclui-se que o nivel de empatia do participante, avaliado atraves da escala subjetiva de empatia, esta associado a diferentes padroes de resposta eletrofisiologica do cortex cerebral em todos os componentes investigados.
  • WILLYANS GARCIA COELHO
  • MODULAÇÃO DA EMPATIA: UM ESTUDO CORRELACIONAL ENTRE NÍVEL SUBJETIVO DE EMPATIA E RESPOSTA ELETROFISIOLÓGICA A EXPRESSÕES EMOCIONAIS EM ADULTOS
  • Data: 21/02/2018
  • Hora: 08:30
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  • O objetivo deste estudo foi analisar a correlacao entre o nivel de empatia e a resposta eletrofisiologica do cortex cerebral a estimulos audiovisuais com faces humanas que expressavam diferentes tipos de emocoes. A empatia e um processo que possibilita a partilha de estados emocionais e a compreensao do sentimento de outras pessoas, envolvendo aspectos afetivos e cognitivos. Pesquisas da area de Neurociencias Cognitivas Sociais que utilizam eletroencefalografia (EEG) apontaram que, diante de estimulos com expressoes emocionais, as duas dimensoes da empatia podem ser identificadas de forma distintas no potencial relacionado a eventos (ERP). Enquanto a empatia afetiva relaciona-se com a resposta rapida (componentes P100 e N170), o aspecto cognitivo da empatia pode ser verificado atraves do potencial positivo tardio (componentes P300 e LPP). Neste estudo, 18 participantes foram expostos a expressoes emocionais de alegria, raiva e tristeza, atraves de diferentes estimulos audiovisuais, e responderam a Escala de Empatia de Davis – Interpersonal Reactivity Index (IRI), composta por quatro sub-escalas, sendo duas cognitivas, Tomada de Perspectiva (TP) e Fantasia (FS), e duas afetivas, Angustia Pessoal (AP) e Consideracao Empatica (CE). A atividade eletrofisiologica foi medida atraves de um sistema de eletroencefalograma (EEG) de 32 canais. Os resultados indicam que ocorreram correlacoes significativas entre o nivel de empatia, especificamente na dimensao Tomada de Perspectiva, e todos os componentes do ERP avaliados, a saber, P100 na regiao occipital (Oz | r = -0,73), N170 na regiao temporal (TP9 | r = 0,72), P300 na regiao centro parietal (Cz | r = 0,58) e LPP na regiao frontal (Fz | r = 0,71). Dessa forma, conclui-se que o nivel de empatia do participante, avaliado atraves da escala subjetiva de empatia, esta associado a diferentes padroes de resposta eletrofisiologica do cortex cerebral em todos os componentes investigados.
2017
Descrição
  • LAYRTTHON CARLOS DE OLIVEIRA SANTOS
  • MOTIVAÇÕES PARA ALIMENTAÇÃO (NÃO) SAUDÁVEL: CONTRIBUIÇÕES DOS VALORES HUMANOS, IMAGEM CORPORAL E AUTOCONTROLE
  • Data: 18/12/2017
  • Hora: 10:00
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  • Esta tese objetivou conhecer as motivacoes por tras da alimentacao saudavel e nao saudavel, desenvolver medidas para mensura-las e verificar como o autocontrole, valores humanos e imagem corporal se relacionam a elas. Foram elaborados tres capitulos. No Capitulo 1, objetivou-se explorar sob um enfoque qualitativo as referidas motivacoes. Participaram 205 estudantes universitarios que responderam a um questionario com perguntas abertas sobre as razoes que os levaram a consumir alimentos saudaveis ou nao saudaveis. Os resultados das Analises de Classificacao Hierarquica Descendente mostraram cinco motivos relacionados ao consumo de alimentos saudaveis (perda de peso, sentir-se bem, prevencao de doencas, necessidades do organismo e beneficios) e outros cinco ao de nao saudaveis (desejo, ocasioes diversas, falta de tempo, praticidade e vantagens). O capitulo 2 objetivou desenvolver a Escala de Motivacoes para Alimentacao Saudavel (EMAS) e a Escala de Motivacoes para Alimentacao Nao Saudavel (EMANS), e reunir evidencias de validade e precisao das mesmas, sendo dividido em duas etapas. Na etapa 1 participaram 208 universitarios, os quais responderam as versoes iniciais das medidas. Analises fatoriais exploratorias indicaram estruturas de tres fatores tanto para a EMAS [Prevencao de doencas (5 itens, α = 0,93), Perda de peso (5 itens, α = 0,91) e Vitalidade (5 itens, α = 0,91)] quanto para a EMANS [Falta de tempo (5 itens, α = 0,89), Desejo (5 itens, α = 0,89) e Interacao social (5 itens, α = 0,83)]. Na etapa 2 participaram outros 229 universitarios, os quais responderam as versoes finais da EMAS e da EMANS. Os resultados confirmaram tanto o modelo fatorial da EMAS (e.g., CFI = 0,96, TLI = 0,95) quanto o da EMANS (e.g., CFI = 0,95, TLI = 0,93), os quais tambem se apresentaram invariantes em relacao ao sexo dos participantes (ΔCFI < 0,010; ΔRMSEA < 0,015). Finalmente, o Capitulo 3 pretendeu conhecer a relacao entre o autocontrole, valores humanos e imagem corporal com as motivacoes para a alimentacao saudavel e nao saudavel, bem como desenvolver modelos explicativos dessas. Contou-se com uma amostra de 391 pessoas da populacao geral que responderam os seguintes instrumentos: Escala de Investimento Corporal, Escala de Avaliacao da Satisfacao com a Imagem Corporal, Escala de Motivacoes para Alimentacao Saudavel, Escala de Motivacoes para Alimentacao Nao Saudavel, Questionario dos Valores Basicos e o Brief Self-Control Scale. Em linhas gerais, os resultados indicaram que um maior nivel de autocontrole, valores sociais e centrais e uma maior satisfacao com a imagem corporal estao relacionados a uma maior motivacao para a alimentacao saudavel, enquanto um baixo autocontrole, valores pessoais e uma menor satisfacao com a imagem corporal estao relacionados a uma maior motivacao para a alimentacao nao saudavel. O modelo explicativo das motivacoes para a alimentacao saudavel a partir do autocontrole, valores sociais e cuidado corporal apresentou indicadores de ajuste satisfatorios (e.g., CFI = 0,95, TLI = 0,93) que indicaram sua plausibilidade. Diante desses resultados, confia-se que os objetivos da tese tenham sido alcancados. Foram exploradas em um enfoque qualitativo as motivacoes para a alimentacao saudavel e nao saudavel, desenvolvidas duas medidas parcimoniosas e com bons indicadores de validade de construto e fidedignidade, e conhecidas as relacoes dessas motivacoes com o autocontrole, valores humanos e imagem corporal. Decerto, estes achados contribuem para a literatura sobre a tematica no cenario brasileiro.
  • TACIANA DUARTE DE QUEIROZ BRITO
  • INVESTIGAÇÃO DO PADRÃO DE FIXAÇÃO DO MOVIMENTO OCULAR DURANTE A DETECÇÃO DE SINAIS DA MENTIRA EM ADULTOS
  • Data: 28/11/2017
  • Hora: 13:00
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  • A mentira e uma tematica de grande relevancia pois trata-se de um comportamento aparentemente recorrente que esta presente em grau e intensidade diferente na humanidade, com algumas excecoes dependendo do seguimento da populacao. Talvez por isto, os pesquisadores tem procurado desenvolver e aprimorar tecnicas para deteccao da mentira a partir de sinais verbais e nao verbais. O objetivo geral desta pesquisa foi utilizar o rastreamento ocular de videos com e sem conteudo de mentira, interpretados por alvos do sexo masculino e feminino, para investigar o padrao do movimento ocular na deteccao de sinais da mentira, em adultos jovens. Utilizou-se um delineamento experimental com medidas repetidas com duas condicoes: condicao controle (videos com alvos falando verdade) e condicao experimental (videos com alvos falando mentira), em ordem contrabalanceada. Os videos utilizados como estimulos continham faces de pessoas (alvos) que falavam verdade ou mentira. O rastreamento dos movimentos oculares dos participantes foi realizado com um Eye Tracker Tobii modelo TX300. Participaram do estudo 16 universitarios (oito homens e oito mulheres) do curso de psicologia, da UFPB. Inicialmente, os participantes assinaram o Termo de Consentimento (TCLE) e em seguida responderam na ordem o questionario sociodemografico, o teste de acuidade visual (optotipos E de Rasquin) e as escalas de ansiedade e depressao de Beck. A tarefa de deteccao de mentira iniciou com as instrucoes e calibracao do eye tracker. Em seguida, cada participante assistiu quatro videos monitorado com o eye tracker, com intervalos de 30 segundos entre eles, onde julgava se o video era verdadeiro ou falso em uma folha de resposta. O padrao do movimento ocular para cada video e as respostas foram agrupados em planilha de acordo com a condicao e analisados com o software SPSS versao 21. De acordo com os criterios de normalidade (teste Shapiro-Wilk) os dados foram analisados com uma ANOVA fatorial mista, para avaliar os efeitos principais e de interacao das variaveis dentre e entre participantes. Os resultados do padrao de movimento ocular demonstraram que houve diferencas significativas quanto ao numero de fixacoes entre os videos de verdade e mentira, pois verificou um efeito de interacao [F (1, 14) = 6,02, p = 0,028, e η2 = 0,30)] e um efeito principal do tipo de video [F (1, 14) = 72,78, p = 0,001, η2 = 0,84)]. Este efeito demonstrou um maior numero de fixacoes quando o video era de verdade (M = 129,53) do que quando o video era de mentira (M = 78,37). Considerando as diferencas entre as areas de interesse da face (nariz, boca e olhos) por tipo de video (verdade e mentira), a que obteve maior numero de fixacoes pelos participantes foi a area do nariz nos videos de mentira e verdade, com alvo do sexo masculino. Ja para o sexo feminino, a area de maior interesse foi o nariz com maior numero de fixacao no video de verdade e a boca em relacao a duracao da fixacao. A analise categorica dos sinais da mentira (DePaulo et al., 2003) revelou ainda que 83 % dos sinais detectados pelos participantes foram relacionados as expressoes faciais nao-verbais. Em ordem decrescente, os sinais de mentira identificados pelos participantes foram: expressoes faciais contrarias a fala como nojo, alegria, microexpressoes: mexer o canto da boca, apertar os olhos (33,5 %); sorrisos falsos e nervosismo (29 %); a direcao do olhar como olhar para os lados e desvio do olhar (19 %); seriedade (9,5 %); esforco cognitivo como respostas prolongadas, pensar muito para responder e pausas (4,5 %) e falta de entusiasmo (4,5 %). Portanto, os resultados sugerem que o padrao de rastreamento ocular na deteccao de mentiras difere significativamente de acordo com as areas de interesse da face e o tipo de video. E, que a face pode demonstrar sinais da mentira atraves das expressoes faciais dos alvos, principalmente pelos sinais nao-verbais.
  • TACIANA DUARTE DE QUEIROZ BRITO
  • INVESTIGAÇÃO DO PADRÃO DE FIXAÇÃO DO MOVIMENTO OCULAR DURANTE A DETECÇÃO DE SINAIS DA MENTIRA EM ADULTOS
  • Data: 28/11/2017
  • Hora: 13:00
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  • A mentira e uma tematica de grande relevancia pois trata-se de um comportamento aparentemente recorrente que esta presente em grau e intensidade diferente na humanidade, com algumas excecoes dependendo do seguimento da populacao. Talvez por isto, os pesquisadores tem procurado desenvolver e aprimorar tecnicas para deteccao da mentira a partir de sinais verbais e nao verbais. O objetivo geral desta pesquisa foi utilizar o rastreamento ocular de videos com e sem conteudo de mentira, interpretados por alvos do sexo masculino e feminino, para investigar o padrao do movimento ocular na deteccao de sinais da mentira, em adultos jovens. Utilizou-se um delineamento experimental com medidas repetidas com duas condicoes: condicao controle (videos com alvos falando verdade) e condicao experimental (videos com alvos falando mentira), em ordem contrabalanceada. Os videos utilizados como estimulos continham faces de pessoas (alvos) que falavam verdade ou mentira. O rastreamento dos movimentos oculares dos participantes foi realizado com um Eye Tracker Tobii modelo TX300. Participaram do estudo 16 universitarios (oito homens e oito mulheres) do curso de psicologia, da UFPB. Inicialmente, os participantes assinaram o Termo de Consentimento (TCLE) e em seguida responderam na ordem o questionario sociodemografico, o teste de acuidade visual (optotipos E de Rasquin) e as escalas de ansiedade e depressao de Beck. A tarefa de deteccao de mentira iniciou com as instrucoes e calibracao do eye tracker. Em seguida, cada participante assistiu quatro videos monitorado com o eye tracker, com intervalos de 30 segundos entre eles, onde julgava se o video era verdadeiro ou falso em uma folha de resposta. O padrao do movimento ocular para cada video e as respostas foram agrupados em planilha de acordo com a condicao e analisados com o software SPSS versao 21. De acordo com os criterios de normalidade (teste Shapiro-Wilk) os dados foram analisados com uma ANOVA fatorial mista, para avaliar os efeitos principais e de interacao das variaveis dentre e entre participantes. Os resultados do padrao de movimento ocular demonstraram que houve diferencas significativas quanto ao numero de fixacoes entre os videos de verdade e mentira, pois verificou um efeito de interacao [F (1, 14) = 6,02, p = 0,028, e η2 = 0,30)] e um efeito principal do tipo de video [F (1, 14) = 72,78, p = 0,001, η2 = 0,84)]. Este efeito demonstrou um maior numero de fixacoes quando o video era de verdade (M = 129,53) do que quando o video era de mentira (M = 78,37). Considerando as diferencas entre as areas de interesse da face (nariz, boca e olhos) por tipo de video (verdade e mentira), a que obteve maior numero de fixacoes pelos participantes foi a area do nariz nos videos de mentira e verdade, com alvo do sexo masculino. Ja para o sexo feminino, a area de maior interesse foi o nariz com maior numero de fixacao no video de verdade e a boca em relacao a duracao da fixacao. A analise categorica dos sinais da mentira (DePaulo et al., 2003) revelou ainda que 83 % dos sinais detectados pelos participantes foram relacionados as expressoes faciais nao-verbais. Em ordem decrescente, os sinais de mentira identificados pelos participantes foram: expressoes faciais contrarias a fala como nojo, alegria, microexpressoes: mexer o canto da boca, apertar os olhos (33,5 %); sorrisos falsos e nervosismo (29 %); a direcao do olhar como olhar para os lados e desvio do olhar (19 %); seriedade (9,5 %); esforco cognitivo como respostas prolongadas, pensar muito para responder e pausas (4,5 %) e falta de entusiasmo (4,5 %). Portanto, os resultados sugerem que o padrao de rastreamento ocular na deteccao de mentiras difere significativamente de acordo com as areas de interesse da face e o tipo de video. E, que a face pode demonstrar sinais da mentira atraves das expressoes faciais dos alvos, principalmente pelos sinais nao-verbais.
  • ELIS AMANDA ATANASIO DA SILVA
  • "A mão que afaga é a mesma que apedreja": preconceitos e percepções de vulnerabilidades de profissionais de saúde frente às pessoas que vivem com HIV/Aids
  • Data: 16/10/2017
  • Hora: 14:00
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  • Desde o seu advento na decada de 80 que a aids passa por inumeras metaforas que legitimam processos de estigma, preconceito e discriminacao frente as pessoas acometidas, tornando-se tal fato uma limitacao aos esforcos da prevencao e tratamento da doenca. Deste modo, as pessoas que vivem com HIV/Aids tendem a sofrer uma dupla vitimizacao: a primeira, causada pela enfermidade em si com suas consequencias psicofisiologicas; e a segunda que diz respeito ao preconceito vivenciado, marginalizando-as na sociedade. O preconceito se caracteriza como uma forma de relacao intergrupal organizada em torno das relacoes de poder entre grupos, produzindo representacoes ideologicas que justificam a expressao de atitudes negativas e depreciativas, bem como a expressao de comportamentos hostis em relacao aos membros de grupos minoritarios. Assim, os preconceitos tem componentes cognitivos (as crencas e os estigmas), afetivos (sentimentos, emocoes, antipatias e aversoes) e disposicionais (motivacao para agir ou tendencias para a discriminacao). Diante do exposto, tem-se como objetivo geral analisar os preconceitos e as percepcoes de vulnerabilidades individual, social e programatica de profissionais de saude frente as pessoas que vivem com HIV/aids. Para tanto, contou-se com a realizacao de tres estudos empiricos, tendo uma amostra nao-probabilistica por conveniencia, composta por 31 profissionais de saude atuantes na Paraiba, sendo 16 da atencao basica e 15 dos servicos de atencao especializada em HIV/aids, distribuidos equitativamente nas profissoes de enfermagem e medicina. A maioria dos participantes sao do sexo feminino, com as idades variando de 25 a 64 anos (M = 41,3; DP = 12,6), casados e catolicos. Foram utilizados tres instrumentos que se complementaram: teste de associacao livre de palavras; entrevista semi-estruturada e um questionario sociodemografico. A partir dos dados do Estudo I, de carater quantitativo e exploratorio, cujo objetivo foi identificar as crencas dos profissionais de saude frente as pessoas que vivem com HIV/aids, obteve-se duas categorias: crencas cognitivas (psicossocial e clinica) e crencas afetivas (sofrimento e preconceito), havendo a presenca de crencas paternalistas, assistencialistas e negativas sobre as pessoas soropositivas, a exemplo das evocacoes tristeza, medo, preocupacao, complicado e desinformacao. Verificou-se ainda a presenca de estigmas e estereotipos, bem como a responsabilizacao dos soropositivos pelo contagio. Ja o Estudo II, qualitativo, de levantamento e descritivo, teve como objetivo analisar o estigma, o preconceito e as narrativas de discriminacao dos profissionais de saude frente as pessoas que vivem com HIV. Aqui surgiram tres classes tematicas: I) Componente cognitivo do preconceito, a qual deu voz a categoria crencas estigmatizantes, com seis subcategorias (silencio; sentenca de morte; periculosidade; isolamento social; promiscuidade e corpo marcado); II) Componente afetivo do preconceito, na qual emergiu a categoria sentimentos dos profissionais de saude frente as PVHA, com tres subcategorias: pena, medo e tristeza; e III) Componente disposicional do preconceito, que trouxe tres categorias: Discriminacao nos servicos frente a PVHA; Discriminacao nos servicos frente ao profissional de saude e Discriminacao justificada, respectivamente. As tres classes tematicas que surgiram demonstram a forma que os profissionais de saude pensam, sentem e orientam suas acoes, fundamentados na atitude preconceituosa frente ao exogrupo. Por ultimo, o Estudo III, qualitativo e de levantamento, cujo objetivo foi analisar as dimensoes de vulnerabilidades individual, social e programatica que os profissionais de saude situam as pessoas que vivem com HIV. Emergiu nos resultados uma unica classe tematica denominada Vulnerabilidades, que deu seguimento a tres categorias: vulnerabilidade individual (estilo de vida, responsabilizacao da pessoa soropositiva, falta de informacao e banalizacao da prevencao); vulnerabilidade social (apoio social e discriminacao social) e vulnerabilidade programatica. Portanto, constatou-se que os profissionais de saude de ambas as redes apresentaram preconceito frente as pessoas que vivem com HIV/aids, baseado em crencas estigmatizantes que associa-as a desinformacao, responsabilizacao individual no contagio e estilo de vida devasso, bem como na expressao de sentimentos aparentemente positivos e benevolentes, mas que coloca-as num lugar de passividade, incapacidade e falta de autonomia perante a sociedade e a sua propria vida. Foi notoria a maior associacao dos soropositivos a vulnerabilidade de cunho individual, o que pode gerar um retrocesso na resposta a epidemia, ao admitir-se que a dificuldade reside nos individuos e nao nas relacoes sociais instaladas, colocando em segundo plano a necessidade de mudancas sociais e programaticas.
  • CLÓVIS PEREIRA DA COSTA JÚNIOR
  • Cor da Pele e Oposição à Imigração: o Papel do Preconceito e das Representações Sociais Sobre o Brasil
  • Data: 29/08/2017
  • Hora: 10:00
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  • Esta tese teve por objetivo investigar o papel do preconceito e das representacoes sociais sobre o Brasil, doravante denominadas “mitos fundantes” na relacao entre cor da pele e oposicao a imigracao. Parte-se do pressuposto de que este relacionamento e mediado pelos mitos e moderado pelo nivel de preconceito dos participantes. Para alcancar esse objetivo, tres artigos foram elaborados. O primeiro objetivou reunir evidencias de validade de construto da Escala dos Mitos Fundantes (EMF). Por meio de analises exploratoria e confirmatoria, os resultados mostraram que o instrumento de medida possui parametros estatisticos adequados na solucao com tres fatores. O artigo 2 objetivou investigar o papel mediador das representacoes sociais sobre o Brasil na relacao entre cor da pele e a oposicao a imigracao e analisar estas interacoes a partir a funcao moderadora do preconceito. Os resultados apontaram a ocorrencia de mediacao para os mitos “democracia racial” e “respeito a diversidade cultural”, respectivamente nos niveis alto e baixo do preconceito, indicando que o imigrante negro sofre oposicao a partir da ativacao de mecanismos psicologicos relativos a negacao da democracia racial brasileira e a percepcao de ameaca ao equilibrio cultural do pais. No terceiro artigo, foram analisados os discursos justificadores para a tomada de posicao frente a imigracao, tendo por base a cor da pele do imigrante. Utilizou-se uma abordagem policial excessiva a um imigrante como cenario para apreender as justificativas dos participantes. Os dados foram processados pelo software IRAMUTEQ e revelaram que, na condicao de imigrante branco, nao houveram posicionamentos favoraveis a conduta policial. Ja em relacao ao negro verificou-se a ocorrencia de culpabilizacao desse imigrante, inclusive por meio de adjetivos, tais como bandido e meliante. Em conjunto, os resultados obtidos nesta tese demonstram a importancia da cor da pele como principio organizador dos processos de exclusao social.
  • JOSÉ ANDRADE COSTA FILHO
  • SEXUALIDADE NO CONTEXTO DA PARAPLEGIA: UM ESTUDO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
  • Data: 23/08/2017
  • Hora: 10:00
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  • Partindo da premissa que sexualidade sempre adquiriu conotacoes diversas, em conformidade com os significados e os sentidos que lhe foram e sao atribuidos pela cultura, o termo sexualidade ora se relaciona a atividade sexual (biologico) ora ao papel de genero, influenciando o modo de ser dos individuos socialmente. Segundo a sexualidade e construida a partir do conjunto de instituicoes sociais, culturais, historicas e discursivas mediada pelo dispositivo do sabe – poder, uma vez que a relacao de poder gera normas, controle e vigilia daquilo em que determinada epoca e certo e normal. O corpo e a sexualidade ganham sentido por que existem nas sociedades e sao por elas fabricados, onde os discursos sao responsaveis por regular e normatizar os comportamentos sexuais em determinada epoca e contexto. O corpo deficiente sempre foi visto como negativo em todo transcorrer da historia, por nao corresponder as exigencias minimas para a cooperacao social e para as atividades requeridas ao trabalho, neste sentido as determinacoes historicas, economicas, sociais e culturais, se inscreve no contexto da paraplegia, pois, a mesma se caracteriza como um tipo de deficiencia que atinge a perda das funcoes motoras e sensibilidade das pernas. No que se refere a sexualidade, o desejo na pessoa paraplegica pode sofre alteracoes principalmente em decorrencia de questoes psicologicas e sociais, nao negando a existencia de problemas organicos. Este estudo tem como objetivo geral apreender as representacoes sociais das pessoas com paraplegia acerca da sexualidade. Trata-se de um estudo de campo de carater qualitativo, respaldado pela Teoria das Representacoes Sociais, realizado numa clinica publica, conveniada com o SUS na cidade de Campina Grande e tambem fez-se uso da metodologia bola de neve. A mostra foi composta de 40 participantes (Masculino = 28; Feminino = 12) entre 22 e 57 anos de ambos os sexos, diagnosticada com paraplegia. Como instrumento de coleta foram utilizados um Questionario Biopsicodemografico, analisado pelo Software SPSS 19.0 Estatistica Descritiva, uma Entrevista semi estruturada, analisada pelo software Alceste, PASW versao 18 e a Tecnica de Associacao Livre de Palavras(TALP) pelo software Trideux Mots. Os resultados apontam uma media de idade de 31,78 anos e um Desvio Padrao de 8, 636, uma predominante do sexo masculino, escolaridade de 50% que cursaram o Ensino Fundamental, estado civil solteiro (77%) sendo 80% por paraplegia adquirida, tendo como causa maior acidentes automobilisticos( moto e carro) e como nivel neurologico principal a lombar. As Representacoes Sociais acerca da sexualidade estao relacionada a notoria a re-significacao da sexualidade, diferenciando sexo e sexualidade, quando consideram sexualidade como um conceito mais amplo, que envolve relacionamento entre duas pessoas, atracao, carinho, prazer e envolvimento sexual, onde o sexo nao esta relacionado apenas ao prazer genital, tambem ligada a atracao, desejo, ao feminino e ao masculino, no sentido de encontrar o amor. Neste sentido a sexualidade refere-se a uma pessoa como um todo, seus pensamentos, sentimentos, atitudes e comportamentos com relacao a propria pessoa e aos outros., nao deixando de levar em consideracao a historicidade de cada pessoa, pois esta compreensao subjetiva da sexualidade diz respeito a vivencia emocional, nao podendo deixar de ser mediada pela sociedade , onde as pessoas com paraplegia depende do processo de socializacao, experimentacao e esclarecimento e informacoes a respeito de viverem a sua sexualidade.
  • IRIA RAQUEL BORGES WIESE
  • ATITUDES E VULNERABILIDADES FRENTE AO ABORTO PROVOCADO EM CONTEXTOS DE LEGALIDADE E ILEGALIDADE
  • Data: 01/08/2017
  • Hora: 10:00
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  • Este estudo teve como objetivo investigar os valores, crencas de genero, atitudes e vulnerabilidades associados ao aborto provocado em contextos de ilegalidade (Brasil – Paraiba) e legalidade (Uruguai – Montevideu). Partiu-se dos seguintes questionamentos: Podem os valores e as crencas de genero predizerem as atitudes favoraveis e contrarias ao direito aborto provocado? Quais as vulnerabilidades estao implicadas nessa pratica, tanto no contexto de ilegalidade quanto no de legalidade, e como elas influenciam nas vivencias e significados das mulheres? A tese a ser defendida, a qual foi analisada a partir de um modelo teorico, e a de que as atitudes frente ao direito ao aborto provocado podem ser explicadas pelos valores psicossociais e crencas de genero de uma sociedade. Tais atitudes, contrarias ou favoraveis, demarcam contextos de ilegalidade e legalidade, respectivamente, os quais reduzem, reproduzem ou aumentam as situacoes de vulnerabilidades experimentadas pelas mulheres que praticam aborto, podendo influenciar na sua vivencia e sentidos. A fim de responder a tese e o objetivo geral apresentados, foram realizados tres estudos. O estudo 1 consistiu na traducao, adaptacao e validacao dos instrumentos de medida (Gender Attitude Inventory – GAI e Questionarios de Valores Psicossociais – QVP-24) utilizados no estudo 2. Este, por sua vez, tambem de natureza quantitativa, teve como finalidade analisar um modelo preditivo das atitudes de estudantes universitarios, em ambos os contextos, frente ao direito ao aborto provocado, tendo como variaveis explicativas os valores psicossociais e as crencas de genero. Por fim, o estudo 3 (de natureza qualitativa) objetivou, de forma independente, identificar e analisar os elementos que reduzem, reproduzem ou aumentam determinadas vulnerabilidades implicadas no aborto provocado a partir do discurso das mulheres que o praticaram. Ao mesmo tempo, pretendeu-se investigar como tais contextos (de legalidade e ilegalidade) refletem na experiencia e sentidos produzidos pelas mulheres que provocaram aborto. Ao buscar identificar os valores, crencas de genero, atitudes e vulnerabilidades associados ao aborto provocado, pretende-se levantar elementos que poderao dar subsidios para a promocao da saude, buscando um olhar para outras dimensoes na assistencia. Participaram do estudo 1 e do estudo 2 398 estudantes universitarios brasileiros, acessados em universidades publicas e privadas do estado da Paraiba, sendo 50,8% do sexo masculino e 49,2% do sexo feminino, 39,4% estudantes da area de exatas, 33,2% de humanas e 27,4% de saude, com media de idade de 24,7 anos (DP = 6,8), bem como 384 estudantes uruguaios, sendo 46,1% do sexo masculino e 53,9% do sexo feminino, 44% da area de humanas, 41,9% de exatas e 14,1% de saude, com media de idade de 22,71 anos (DP = 4,6). Os questionarios foram adaptados e validados analisando-se as suas evidencias psicometricas. Para tanto, foi empregada a Analise Fatorial Exploratoria, utilizando-se o metodo de Analise dos Componentes Principais (ACP) com a finalidade de localizar dimensoes subjacentes ao conjunto de dados coletados, isto e, os fatores. Apos a validacao desses instrumentos de medida, procedeu-se o estudo 2. Na analise do modelo preditivo das atitudes frente ao direito ao aborto provocado observaram-se diferencas entre os dois contextos legislativos pesquisados. No contexto de ilegalidade (Brasil – Paraiba), as variaveis que explicaram as atitudes frente ao direito ao aborto provocado foram: o sistema religioso (23%), as crencas modernas no que diz respeito a iniciativa sexual tanto por homens como mulheres (8%), o sistema de valor hedonista (3%) e as crencas modernas (construtivistas) em relacao as diferencas nos papeis familiares e sexuais (1%). Diferentemente do Uruguai, o sistema de valor religioso foi a variavel que melhor explicou as atitudes em questao, num sentido negativo, ou seja, quanto mais religioso, menor as atitudes favoraveis ao direito ao aborto provocado. No contexto de legalidade (Uruguai – Montevideu), quatro variaveis explicaram as atitudes em relacao ao direito ao aborto provocado: liberdade sexual feminina (18%), religiosidade (7%), diferenca nos papeis profissionais (4%) e diferenca nos papeis familiares e sexuais (2%). Observou-se que as crencas de genero foram a variavel que melhor explicou a variancia das atitudes frente ao direito ao aborto provocado, mais especificamente o fator liberdade sexual feminina. Por fim, participaram do estudo 3 17 mulheres uruguaias e 13 mulheres brasileiras que provocaram aborto, as quais responderam a uma entrevista semiestruturada, utilizando uma metodologia baseada no metodo de cenas, o qual considera a subjetividade das pessoas e seu contexto sociocultural. Os dados foram analisados com base na categorizacao tematica. Emergiram, para ambos os contextos, quatro categorias, as quais se referem as cenas de interesse deste estudo, a saber: o momento da relacao sexual que gerou a gestacao nao planejada e indesejada, representada pela categoria nomeada de “Relacao afetivo-sexual e direitos sexuais e reprodutivos”, passando pela “Descoberta da gravidez e trajetoria”, pela “Decisao pelo aborto e trajetoria” e, por fim, a “Vivencia pos-aborto”. Observou-se, de forma geral que a subjetividade social, historicamente configurada em cenarios sociais e, ao mesmo tempo, individuais, ressoaram sobre as vulnerabilidades, a experiencia e sentidos das mulheres que provocaram aborto no contexto de legalidade e ilegalidade.
  • LARISSE HELENA G MACEDO BARBOSA
  • ATITUDES FRENTE ÀS VÍTIMAS DE ESTUPRO: O PAPEL DE VARIÁVEIS SOCIOCULTURAIS E SÓCIOPSICOLÓGICAS
  • Data: 19/06/2017
  • Hora: 14:00
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  • A presente tese objetivou avaliar diferentes aspectos das atitudes frente as vitimas de estupro e suas relacoes com tracos de personalidade, valores humanos, honra e machismo. Para tanto, foram elaborados um artigo teorico e quatro empiricos. O Artigo 1 discutiu o estupro, focando nas atitudes frente as vitimas, e as consequencias psicologicas e socioculturais dessas atitudes. Em seguida, foram realizados dois estudos empiricos (artigo 2) e (artigo 3) de adaptacao e validacao de instrumentos psicologicos para o contexto brasileiro. Precisamente, O Artigo 2 realizou o processo de validacao e comprovacao da estrutura da Escala de Atitudes frente a vitima de estupro (EAVE) por meio de dois estudos; no primeiro, participaram 200 pessoas, com media de idade de 21,8 anos (DP = 5,27), no qual, foi realizada uma analise dos componentes principais apontando uma estrutura de tres componentes que explicaram conjuntamente 39,02% da variancia total, apresentando indices de consistencia interna adequados, como seguem: credibilidade da vitima (α = 0,82), merecimento da vitima (α = 0,80) e culpa da vitima (α = 0,60). Do Estudo 2 participaram 231 estudantes universitarios, apresentando media de idade de 21,6 anos (DP=4,02), efetivou-se uma analise fatorial confirmatoria que corroborou a estrutura trifatorial [e.g., GFI = 0,86, RMSEA=0,05 (IC90% = 0,044-0,062)] dessa medida. O Artigo 3 objetivou adaptar a Escala de Machismo Sexual para o contexto brasileiro, reunindo evidencias de seus parametros psicometricos, sendo tambem composto de dois Estudos. Participaram 231 estudantes universitarios (Estudo 1) e 200 pessoas da populacao geral (Estudo 2), com medias de idade de 21,6 (DP = 4,02) e 21,8 (DP = 5,27), respectivamente. Como resultados, encontou-se uma solucao unifatorial, com indicadores de consistencia interna satisfatorios (α = 0,81 e α = 0,76) e validade convergente com os fatores Sexismo Hostil e Sexismo Benevolo da Escala de Sexismo Ambivalente. Ademais, uma analise fatorial confirmatoria corroborou tal dimensao preconizada [e.g., CFI = 0,97 e RMSEA = 0,02 (IC90% = 0,075-0,104)]. Dessa forma, conclui-se que tanto a EAVE quando a Escala de Machismo Sexual apresentaram evidencias de validade fatorial e consistencia interna, mostrando-se assim psicometricamente adequadas para utilizacao nos estudos posteriores da presente tese. O Artigo 4 avaliou os correlatos das atitudes frente as vitimas de estupro, construindo um modelo explicativo tendo, como variaveis independentes o machismo, a preocupacao com a honra, os valores humanos e os tracos de personalidade. Utilizando uma amostra de 212 pessoas da cidade de Patos-PB, com media de idade de 24,9 (DP = 9,58). A partir da realizacao de regressoes lineares, propos-se um modelo explicativo no qual os tracos de personalidade (extroversao e neuroticismo) predisseram os valores (interativo e existencia) e a preocupacao com a honra (honra masculina) e o machismo, e esses por sua vez explicaram as atitudes frente as vitimas de estupro. O modelo apresentou os seguintes indicadores de qualidade: χ²/gl = 2,75, GFI = 0,94, AGFI = 0,90, CFI = 0,87 e RMSEA = 0,09 (IC90% = 0,065 – 0,011); apontando para um ajuste satisfatorio deste modelo. Por fim, o Artigo 5 investigou a relacao entre os valores da vitima, o ambiente onde ela estava e o genero dos respondentes da pesquisa. Participaram 200 pessoas, com media de idade de 22,4 anos (DP = 8,37) que apos a leitura de cenarios de estupro de uma mulher, responderam, questoes relativas a situacao de violencia descrita no cenario. Os resultados demonstraram que quando a mulher e descrita como priorizando os valores de experimentacao, o homem tende a ser culpabilizado em menor medida pelo estupro do que quando a mulher e descrita como endossando valores normativos ou interativos. Confia-se ter contribuido para a literatura na area, fornecendo duas medidas breves, especificamente uma de avaliacao das atitudes frente as vitimas de estupro e outra de machismo, foi construindo um modelo explicativo das atitudes frente as vitimas de estupro, bem como, verificou-se a influencia dos valores humanos na culpabilizacao do estupro.
  • KAREN GUEDES OLIVEIRA
  • ATITUDES FRENTE À CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA: O PAPEL DOS TRAÇOS DE PERSONALIDADE, DOS ESTILOS PARENTAIS E DOS VALORES HUMANOS
  • Data: 19/06/2017
  • Hora: 09:00
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  • A presente tese objetivou conhecer em que medida os tracos de personalidade, os estilos parentais e os valores humanos predizem as atitudes de criancas frente aos seus pares com deficiencia. A fim de alcancar o objetivo proposto, foram realizados quatro estudos. O Estudo 1 objetivou conhecer as evidencias de validade da Chedoke-McMaster Attitudes towards Children with Handicaps Scale – CATCH (Escala de Atitudes frente a Crianca com Deficiencia - EAFCD) para o contexto brasileiro. Participaram 304 criancas de 7 a 12 anos (M= 9,75, DP= 1,63), a maioria do sexo feminino (57,9%), estudantes do segundo ao setimo ano do Ensino Fundamental de escolas da rede privada, situadas em uma capital nordestina. Todas as criancas responderam a EAFCD, em sua versao original com 36 itens e aos dados demograficos. Foi encontrada uma estrutura trifatorial, com sete itens cada, com os alfas de Cronbach variando entre 0,60 e 0,81. O Estudo 2 objetivou replicar a estrutura fatorial descrita no estudo anterior, a fim de conhecer as evidencias de validade fatorial e consistencia interna da EAFCD no contexto do interior do estado. Especificamente, objetivou-se avaliar a congruencia entre a estrutura fatorial resultante da amostra proveniente da capital e do interior. Para tanto, participaram 196 criancas com a mesma escolaridade e faixa etaria do estudo supracitado, sendo criancas residentes em cidade do interior do estado, com idade media de 10,7 anos (DP= 0,88), 50% do sexo masculino e 50% do sexo feminino. Os participantes responderam a EAFCD, com 21 itens, obtida por meio do estudo 1, Os resultados indicaram que por meio dos criterios de Catell e Horn, a medida apresentou uma estrutura tridimensional, com componentes relacionados a integracao social (α =0,85), isolamento social (α =0,65) e alta valoracao (α =0,54), sugerindo uma estrutura da EAFCD reduzida em 18 itens, bem como apresentou otimos indices de congruencia fatorial (variando de 0,93 a 0,99). Os achados sugeriram evidencias de validade e propriedades psicometricas adequadas do instrumento para seu uso no contexto brasileiro. Desse modo, o Estudo 3 foi realizado objetivando a analise confirmatoria da EAFCD. A amostra foi composta por 200 criancas com idade media de 9,89 anos (DP= 1,30), a maioria do sexo feminino (59,5%), estudantes do 2º ao 7º ano do Ensino Fundamental. Quanto a adequacao da dimensionalidade do instrumento, corroborou-se sua estrutura trifatorial com indicadores satisfatorios de ajuste: χ2/gl = 1,37, GFI = 0,99, AGFI = 0,99, RMSEA = 0,01 (IC90% = 0,015-0,0,62). Ressalta-se que todos os pesos fatoriais (lambdas) foram estatisticamente diferentes de zero (λ ≠ 0; z > 1,96, p < 0,05). Por ultimo, o Estudo 4 buscou a elaboracao de um modelo teorico explicativo das atitudes investigadas nos estudos supracitados. Participaram 314 criancas, com idade media de 9,96 anos (DP= 1,52), a maioria do sexo feminino (54,1%). Conclui-se que as atitudes frente a crianca com deficiencia podem ser explicadas pelo traco de personalidade “amabilidade”, estilo parental “autoritativo” e pela subfuncao valorativa “realizacao”.
  • ANA RAQUEL DE OLIVEIRA
  • Avaliação do rastreamento ocular e neurocognitiva de homens e mulheres expostos a solventes orgânicos
  • Data: 31/05/2017
  • Hora: 13:00
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  • O objetivo desta tese foi avaliar o rastreamento ocular e funcoes neurocognitivas de homens e mulheres com e sem exposicao a mistura de solventes organicos. Assim, esta tese apresenta-se dividida em dois estudos. Estudo 1: teve o objetivo de registrar o numero e a duracao de fixacoes de individuos com e sem exposicao a mistura de solventes organicos, mais especificamente verificar se a exposicao afeta de forma diferente as respostas de mulheres e homens expostos, correlacionando os resultados a alguns indices de composicao corporea. Participaram 44 voluntarios (M idade = 27,59; DP = 6,34). Foram utilizados o High-Speed Video Eye tracker Toolbox de 250 Hz, analise de bioimpedancia e questionario sociodemografico. Os resultados indicaram que o grupo de estudo apresentou fixacoes mais longas (t = 3,82; p = 0,001; r = 0,51) e duracao significativamente maiores (t = 4,27; p = 0,001, r = 0,54) do que o grupo controle. Entretanto, os resultados nao mostraram diferencas significantes entre mulheres e homens expostos (numero de fixacoes: t = 0,82; p = 0.42; r = 0.03; duracao de fixacoes: t = 0,27; p = 0,79; r = 0,01), assim como nao foram encontradas correlacoes entre o padrao do rastreamento ocular e as medidas de composicao corporal (p > 0,05). Ja o Estudo 2 objetivou avaliar a atencao, funcoes executivas e memoria de curto prazo de individuos com e sem exposicao a mistura de solventes organicos, mais especificamente se a exposicao afeta de forma diferente as respostas de homens e mulheres, correlacionando estes resultados a alguns indices de composicao corporea. Participaram 56 voluntarios (M idade = 27,80; DP = 6,70). Foram utilizados o Trail Making Test (TMT) A e B, Figura Complexa de Rey (FCR) Copia e Memoria, analise de bioimpedancia e questionario sociodemografico. Os resultados indicaram desempenho menor das mulheres expostas em comparacao as nao expostas em todos os testes (p 0,05). Ainda assim, as mulheres expostas apresentaram correlacao significante entre o desempenho no FCR-Copia com agua, peso, massa gorda, massa magra corporal e os homens expostos apresentaram correlacao significante entre o TMT-B com a Relacao Cintura-Quadril (RCQ) e gordura visceral. No geral, considera-se que os solventes organicos podem afetar o movimento ocular de fixacao e funcoes neurocognitivas, mas os efeitos variam conforme os testes neurocognitivos e com o indice de composicao corporea, independentemente do sexo.
  • LIDIANE SILVA DE ARAUJO
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA OBESIDADE: IDENTIDADE E ESTIGMA
  • Data: 31/05/2017
  • Hora: 08:30
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  • Esta tese buscou apreender as representacoes sociais (RS) da obesidade elaboradas por diversas pertencas sociais (grupos com historico de obesidade, populacao geral e futuros profissionais de areas relacionadas ao tratamento da obesidade). Ancorada na teoria das representacoes sociais, defende-se que a analise das pertencas sociais e condicao basilar para a apreensao contextualizada das RS da obesidade, painel que viabiliza a compreensao de correlatos psicossociais relevantes implicados na tessitura da obesidade. Nesta tela, tres estudos foram estruturados. Estudo 1. Objetivou comparar as RS da obesidade e da autoimagem elaboradas por 145 pessoas gastroplastias (n=69) e aspirantes a gastroplastia (n=76), a maioria do sexo feminino, com idades de 18 a 60 anos (M=35,05; DP=7,80), membros de grupos virtuais relacionados a cirurgia bariatrica. Utilizou-se como instrumento a TALP (estimulos: "obesidade" e "eu mesmo(a)"), cujas evocacoes foram submetidas a analise lexicografica pelo EVOC. Para os dois grupos, a obesidade foi associada a tristeza, sugerindo uma vulnerabilidade da condicao a assinalamentos depressivos. Alem disso, como doenca estigmatizada, a obesidade foi associada a uma marca moral, cuja vergonha e denunciada pelo proprio corpo, implicando positiva ou negativamente a qualidade da autoimagem dos atores sociais que realizaram ou nao o procedimento cirurgico. Estudo 2. Objetivou conhecer as RS da gordofobia segundo a populacao geral. Realizou-se uma pesquisa documental na internet, cujas opinioes constituiram um corpus textual submetido a analise lexical pelo IRAMUTEQ, desdobrando cinco classes tematicas. Evidenciou-se que a ancoragem da obesidade como doenca epidemica justificou a expressao do preconceito baseado no peso na maioria dos comentarios, muitos dos quais negaram a existencia da gordofobia, destacando, por outro lado, a preocupacao com a saude, identificando as pessoas gordas como inferiores e responsabilizando-as por suas "inadequacoes" corporais. Estudo 3. Objetivou conhecer como futuros profissionais de areas relacionadas ao tratamento da obesidade representam a obesidade e a pessoa com sobrepeso. Participaram 273 estudantes de uma IES publica da cidade de Joao Pessoa-Paraiba, com idades de 18 a 49 anos (M= 22,71; DP = 4,90), distribuidos em cursos de Medicina (n=36,3%), Nutricao (26%), Educacao Fisica (17,6%) e Psicologia (20,1%), os quais responderam a TALP (estimulos "obesidade" e "pessoa gorda"). Embora a tristeza tenha emergido no estudo 1 como nucleo central das RS da obesidade, sinalizando, ainda, outros aspectos subjetivos, psicologicos e sociais relacionados ao tema, no terceiro estudo, no entanto, os futuros profissionais, ancoraram as RS da obesidade, sobretudo, na esfera fisica. Ademais, alguns estereotipos foram associados a pessoa com sobrepeso (feia, doente, engracada, gulosa, preguicosa, entre outros), contribuindo para legitimar praticas discriminatorias e estigmatizantes. Esta realidade, indubitavelmente, desperta uma preocupacao quanto a formacao desses estudantes e seus futuros exercicios profissionais. Espera-se que os estudos conduzidos nesta tese ampliem a producao nacional do conhecimento cientifico sobre o tema, destacando o papel da Psicologia Social, assim como sugestoes de estudos futuros e a viabilidade de politicas publicas no ambito da obesidade.
  • ALEX SANDRO DE MOURA GRANGEIRO
  • DESONESTIDADE ACADÊMICA: O PAPEL MODERADOR DOS VALORES NORMATIVOS NA RELAÇÃO ENTRE AUTOCONTROLE E COMPORTAMENTO DE FRAUDE EM UNIVERSITÁRIOS
  • Data: 15/05/2017
  • Hora: 14:00
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  • A presente tese teve por objetivo verificar o papel moderador dos valores normativos na relacao entre autocontrole e comportamento de fraude em universitarios. Para alcancar esse objetivo foram delineados quatro estudos empiricos. No Estudo 1, buscou-se adaptar e reunir evidencia de validade e precisao da Escala de Fraude em Ambiente Academico (EFAA) para o Brasil. Para tanto, contou-se com a participacao de 474 estudantes universitarios (59,3% do sexo feminino; Midade = 21,8). As analises fatoriais exploratorias e confirmatorias demonstraram a adequabilidade da estrutura bifatorial do instrumento. O modelo proposto, composto por 9 itens distribuidos entre os fatores Plagio (KR20 = 0,68) e “Cola” Academica (KR20 = 0,69), apresentou indicadores de ajuste (χ²/gl = 2,13; CFI = 0,88; TLI = 0,84; RMSEA = 0,07) aceitaveis. Os resultados tambem demonstraram a validade convergente da medida. No Estudo 2, buscou-se adaptar e reunir evidencias de validade e precisao da Brief Self-Control Scale (BSCS) para o contexto brasileiro. Para tanto, contou-se com a participacao de 565 estudantes universitarios (59,3% do sexo feminino; Midade = 21,8). As analises fatoriais exploratorias e confirmatorias demonstraram a adequabilidade da estrutura bifatorial do instrumento. O modelo proposto, de 10 itens, distribuidos entre os fatores Controle de Impulsos (α = 0,63) e Autodisciplina (α = 0,65), apresentou indicadores de ajuste (χ²/gl = 1,78; CFI = 0,94; TLI = 0,92; RMSEA = 0,05) satisfatorios. Os resultados tambem demonstraram a validade convergente da medida. De posse de instrumentos fidedignos para mensuracao do traco de autocontrole e do comportamento de fraude, procedeu-se o Estudo 3 que teve por objetivo avaliar o papel moderador dos valores normativos na relacao entre autocontrole e comportamento de fraude. Para tanto, contou-se com a participacao de 485 estudantes universitarios (60,6% do sexo feminino; Midade = 22,1). Os resultados indicaram que os coeficientes de regressao do modelo como um todo foram significativamente diferentes de zero (R2= 0,12; F (457,3) = 3,54; p < 0,001). Especificamente, o termo de interacao entre controle de impulsos e valores normativos apresentou efeito significativo sobre o comportamento de fraude (β = -0,14; p <0,01), dando suporte a hipotese de que os valores normativos funcionam como uma variavel moderadora nessa relacao. O controle de impulso previu significativa e negativamente o comportamento de fraude (b = -0.81; p < 0,001) em participantes com altas pontuacoes (+1DP) em valores normativos, enquanto nao demonstrou efeito significativo sobre o comportamento de fraude (b = -0,17; p <0,05) em participantes com baixa pontuacao (-1DP) nesses valores. No entanto, na replicacao quase-experimental desse estudo (Estudo 4), o controle de impulsos e o termo de interacao entre controle de impulsos e saliencia de normatividade (β = -0,08; p < 0,001) nao se mostraram preditores significativos do comportamento de fraude diretamente observado. Com a conclusao desses estudos, acredita-se que os resultados obtidos tragam novos elementos para a compreensao da associacao classica entre auto-controle e comportamento desviante, demonstrando, sobretudo, a relevancia dos valores normativos para a compreensao do comportamento de fraude em ambiente academico.
  • ISABEL CRISTINA VASCONCELOS DE OLIVEIRA
  • Personalidade Virtuosa: evidências psicométricas e correlatos valorativos e pró-sociais
  • Data: 08/05/2017
  • Hora: 09:00
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  • A presente tese objetivou elaborar e testar uma medida para avaliar os tracos virtuosos da personalidade (bright side of personality), relacionando-os aos comportamentos pro-sociais, valores humanos e empatia. Para tanto, foram elaborados cinco artigos. No Artigo 1, de natureza teorica, foi proposto um modelo pautado nos tracos: perdao, abdicacao de ressentimentos e julgamentos negativos; gratidao, apreco e reconhecimento de acoes positivas; e, altruismo, beneficio e ajuda a outras pessoas, nos quais foram apresentadas as suas definicoes, caracteristicas e correlatos. O Artigo 2 versou sobre a elaboracao do Inventario de Personalidade Virtuosa (IPV), nos quais foram construidos itens sobre os tres tracos, e respondidos por 467 estudantes universitarios. Uma analise fatorial (PAF) apontou seis fatores que explicaram 55,6% da variancia total, como seguem: remissao (α = 0,83) e incriminacao (α = 0,73), que representam a dimensao perdao, reconhecimento (α = 0,76) e inexpressividade (α = 0,68), relacionados com a gratidao, e beneficencia (α = 0,78) e egotismo (α = 0,79), que cobrem a dimensao altruismo. Estas dimensoes foram correlacionadas a medidas da triade sombria e modelo CGF, sendo observadas correlacoes fracas e moderadas nas direcoes esperadas. O Artigo 3 objetivou verificar a estabilidade da estrutura hexafatorial previamente encontrada em outro conjunto de dados (N = 267). Foi replicada a mesma estrutura hexafatorial, que explicou 69% da variancia total e α superior a 0,70. Na sequencia, novos participantes (N = 299) responderam a medidas de personalidade virtuosa, big five (BFI) e comportamentos pro-sociais (SDQ). Os resultados indicaram um ajuste satisfatorio do modelo hierarquico de personalidade virtuosa, prevendo tres fatores de primeira ordem e seis fatores de segunda ordem (χ²/g.l. = 1,89, GFI = 0,92, CFI = 0,94, TLI = 0,93 e RMSEA = 0,05). Foram testados, alternativamente, modelos unidimensional e bifactor; no entanto, o hierarquico se mostrou mais adequado para avaliacao da triade virtuosa. Quanto a validade convergente, perdao, gratidao e altruismo apresentaram correlacoes positivas e moderadas com a amabilidade (r = 0,43 a 0,63) e os comportamentos pro-sociais (r=0,34 a 0,49). O Artigo 4 comparou individuos com altos e baixos escores de tracos de personalidade virtuosos (N = 114) e verificou que as mulheres, pessoas mais velhas, religiosas e da area de saude/humanas tem mais chances de apresentar os tracos virtuosos em percentil superior a 75. Quanto aos valores humanos, os individuos com tracos virtuosos elevados apresentaram maiores escores nos valores sociais (interativo e normativo) e menores escores nos valores pessoais (experimentacao e realizacao). O Artigo 5 objetivou, por sua vez, conhecer o poder preditivo da personalidade virtuosa, dos valores humanos e da empatia em relacao aos comportamentos pro-sociais. Participaram 750 pessoas que responderam as medidas de personalidade virtuosa, comportamentos pro-sociais, valores humanos e empatia. Os resultados sugeriram que os comportamentos pro-sociais foram explicados, respectivamente, pela amabilidade e extroversao, perdao, gratidao e altruismo, subfuncao interativa, e tomada de perspectiva e preocupacao empatica. Testou-se, por conseguinte, os efeitos dos tracos virtuosos nos comportamentos pro-sociais, mediados por valores humanos e empatia (R² = 0,45; p < 0,001). Observaram-se, na sequencia, efeitos diretos e indiretos dos tracos em relacao aos comportamentos pro-sociais. Portanto, conclui-se que o IPV corresponde a uma ferramenta meritoria para avaliacao dos tracos virtuosos, e que suas dimensoes estao relacionadas as variaveis demograficas e aos correlatos valorativos e pro-sociais. Conclui-se tambem que os comportamentos pro-sociais podem ser preditos pelos tracos perdao, gratidao e altruismo, quando mediados pelos valores interativos e fatores empaticos.
  • LIVIA BRAGA DE SA COSTA
  • DEFESA DO DOMÍNIO PESSOAL E RESOLUÇÃO DE CONFLITOS FAMILIARES HIPOTÉTICOS POR ADOLESCENTES
  • Data: 05/05/2017
  • Hora: 15:00
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  • O presente estudo teve como objetivo principal verificar como filhos adolescentes defendem o seu Domínio Pessoal (DP) quando este é confrontado com o uso da autoridade parental a partir de diferentes situações hipotéticas. O enfoque adotado foi o de Larry Nucci sobre o Domínio Pessoal. Segundo esse autor, o Domínio Pessoal corresponde a um domínio das cognições sociais que engloba comportamentos referentes ao próprio indivíduo, a regras estritamente pessoais e que se encontra fora da área de regulação social justificável. Para alcançar o objetivo proposto, 36 adolescentes, estudantes de escola da rede privada, divididos igualmente conforme o sexo, foram entrevistados. Na entrevista, foram apresentados aos participantes um instrumento com quatro dilemas relativos ao Início da Vida Sexual, à Escolha da Carreira, à Privacidade e à Saída Noturna. Para a análise dos resultados, foram realizados testes não-paramétricos e uma análise de conteúdo semântico. Dentre os resultados, verificou-se a existência de quatro categorias de Domínio Pessoal. Para cada categoria encontrada, foi atribuído um nível de defesa: Ausência de Defesa do DP, nível 0, em que os adolescentes não defendem o seu DP por se consideraram incapazes de gerirem sua própria vida; Defesa Inconsistente do DP, nível 1, que é hierarquicamente superior ao nível 0, porém, revela um baixo nível de defesa do DP, pois reflete um conflito entre seu direito e o de seus pais; Defesa do DP com Prudência, nível 2, que indica um nível mais elevado do que o nível anterior porque inclui respostas que envolvem a compreensão do adolescente sobre a preocupação dos pais em protegê-los; e Defesa Total do DP, nível 3, que foi considerado o mais elevado, pois as respostas incluídas nele revelam que os filhos reconhecem sua zona de privacidade e a defendem em detrimento das expectativas de seus pais. Os resultados de testes não-paramétricos indicaram que o nível prevalente de respostas no dilema do Início da Vida Sexual, da Escolha da Carreira e da Privacidade foi o nível 3. A única exceção foi em relação ao dilema da Saída Noturna, onde se verificou que a maior frequência de respostas foi para o nível 2. Acredita-se que essa exceção está relacionada à especificidade do conteúdo desse dilema, uma vez que a saída noturna pode representar uma ameaça à segurança do adolescente. Em relação à resolução de conflitos, verificou-se que: o Diálogo/Explicação obteve a maior frequência de respostas em relação a todos os dilemas, o que pode significar que os adolescentes encontraram uma forma democrática de resolverem conflitos; a Submissão e a Assunção de culpa associaram-se significativamente com os níveis 0 e 1 de defesa do DP, o que sugere que esses aspectos psicológicos impedem uma defesa eficiente do DP; A Negociação, por sua vez, associou-se ao nível 1 de defesa do DP, indicando que essa forma de resolução, embora favoreça um ambiente familiar mais harmonioso, pode não ser uma estratégia tão eficiente para a defesa da autonomia do adolescente.
  • POLLYANA DE LUCENA MOREIRA
  • O Julgamento Moral e a Construção da Ação Política
  • Data: 20/04/2017
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho defende a tese de que a acao politica pode ser compreendida a partir da psicologia social do desenvolvimento moral. Acredita-se que a integracao entre essas duas areas da psicologia possa ajudar a compreender melhor os fenomenos sociais pois, as acoes das pessoas na sociedade envolvem tanto elementos relacionados ao desenvolvimento psicossocial quanto elementos construidos a partir das suas acoes e interacoes na sociedade, enquanto membros de um grupo. Para o presente trabalho, considerou-se o julgamento moral como um dos fatores relacionados ao desenvolvimento psicossocial que podem afetar a forma como as pessoas constroem as reflexoes que as levam a decidir pelo engajamento em acoes politicas. Adotou-se a concepcao de acao politica enquanto as acoes de individuos ou grupos que tem a finalidade de promover mudancas sociais que acarretem alteracoes na forma como as instituicoes podem melhor atender as demandas da sociedade. A partir dessas consideracoes, o presente trabalho de tese teve como objetivo construir um modelo de acao politica como base o julgamento moral. Para a construcao desse modelo considerou-se a associacao entre variaveis relacionadas ao desenvolvimento psicossocial (ideologia politica, percepcao de justica e identidade social) e variaveis construidas a partir da interacao das pessoas na sociedade enquanto membros de um grupo (identidade ativista e comprometimento, saliencia politica pessoal e percepcao de eficacia). Considerou-se ainda que o proposito de vida afetaria e sofreria o efeito da acao politica, nas formas de ativismo e/ou radicalismo. Para a construcao desse modelo considerou-se que diferencas na qualidade do julgamento moral proporcionariam diferencas na forca da associacao entre essas variaveis para a promocao da intencao de engajamento em acoes politicas. Foram hipotetizados dois modelos de acao politica: um com base no julgamento moral convencional e outro com base no julgamento moral pos-convencional. Esses modelos foram testados em jovens universitarios brasileiros (n = 251) e espanhois (n = 201), com as idades dos jovens brasileiros variando de 18 a 30 anos (M = 23.06; dp = 3.76) e com as idades dos jovens espanhois variando de 18 a 27 anos (M =19,52; dp = 1.81). Como instrumentos foram utilizados o DIT, adaptado por Camino et al. (1998) para investigar o julgamento moral; a escala de ideologia politica de Evans, Heath e Lalljee (1996); a escala de identidade social, de Zomeren, Postmes e Spears (2012); a escala de percepcao de justica social de Klandermans, van der Toorn e van Stekelenburg (2008), a escala de saliencia politica pessoal, de Duncan e Stewart (2007), a escala de ativismo/radicalismo de Moskalenko e McCauley (2009), a escala de identidade ativista e comprometimento de Klar e Kasser (2009), a escala de percepcao de eficacia de Hornsey et al. (2006), a escala de proposito de vida, de Peterson, Park e Seligman (2005) e um questionario biodemografico. Para a testagem dos modelos foram realizadas analises de correlacao, analises de regressao hierarquicas e simples e modelagens de equacoes estruturais. Os resultados indicaram que as diferencas na qualidade do julgamento moral foram responsaveis pelas diferencas no modo como os jovens organizam as reflexoes e atitudes envolvidas com o engajamento em acoes politicas. Para os jovens espanhois, nao foi possivel verificar diferencas com relacao ao julgamento moral pois a amostra desses jovens apresentou julgamento moral pos-convencional predominante, nao havendo um numero de participantes com julgamento moral convencional que permitisse a realizacao das analises necessarias para a construcao do modelo. A partir dos resultados encontrados pode-se afirmar a validade da psicologia social do desenvolvimento moral para a explicacao da acao politica.
  • RENAN PEREIRA MONTEIRO
  • Tríade Sombria da Personalidade: Conceitos, medição e correlatos
  • Data: 20/04/2017
  • Hora: 09:00
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  • A presente tese objetivou explorar o lado sombrio da personalidade, verificando o ajuste de medidas que o operacionalizam e checando suas relacoes com fenomenos diversos (e.g., manipulacao interpessoal, impulsividade, valores, infidelidade e taticas para atracao de parceiros). Para tanto, foram desenvolvidos quatro artigos: um teorico e tres empiricos. O primeiro artigo versa sobre a Triade Sombria da personalidade, apresentando este modelo que enfoca tracos de natureza aversiva que fazem parte de uma faixa normal de funcionamento da personalidade. Foram apresentadas formas de mensurar estes tracos de personalidade, ressaltando, a partir de uma perspectiva evolucionista, o papel adaptativo que estes podem cumprir. O segundo artigo (N = 243) teve como escopo adaptar as duas medidas concisas mais utilizadas para avaliacao conjunta da Triade Sombria (Dirty Dozen e Short Dark Triad), reunindo evidencias em torno da validade (fatorial e convergente) e consistencia interna destas medidas. Ademais, analises a partir da Teoria de Resposta ao Item possibilitaram conhecer os parametros individuais dos itens, especificamente a dificuldade e discriminacao. O conjunto de evidencias psicometricas foi favoravel a Dirty Dozen, utilizada nos artigos subsequentes. O terceiro artigo (N = 397) avaliou o papel da Triade Sombria, em conjunto com os Cinco Grandes Fatores e valores humanos, para a predicao de atitudes e intencoes de ser infiel, sendo que estes dois ultimos explicaram o engajamento em relacoes extradiadicas. De modo geral, os resultados apontaram que Maquiavelismo, psicopatia e narcisismo sao diferencas individuais que podem predispor a infidelidade. O quarto artigo (N = 225) verificou que pessoas com tracos sombrios de personalidade desempenham taticas efetivas de autopromocao para conseguirem parceiros casuais, mesmo controlando pelos Cinco Grandes Fatores e orientacao sociossexual, sendo psicopatia e narcisismo preditores do uso de tais taticas para os homens, enquanto que apenas narcisismo o fez para as mulheres. As evidencias reunidas apontam para o importante papel da Triade Sombria da personalidade, sendo que estes tracos facilitam o sucesso reprodutivo dos individuos, descrevendo um perfil impulsivo, buscador de sensacoes e habil para manipular os demais, sendo direcionados para relacoes casuais, traindo seus parceiros quando encontram-se em relacionamentos compromissados. Apesar de quinze anos do surgimento deste modelo de personalidade, ele tem sido pouco discutido no Brasil. Portanto, a presente tese contribui para a literatura brasileira fornecendo evidencias psicometricas em torno de medidas que avaliam este agrupamento de tracos, verificando os correlatos deste conjunto de fatores que formam o lado sombrio da personalidade.
  • ELOÁ LOSANO DE ABREU
  • Influência das informações repassadas pela mídia na descentração social de julgamentos sociomorais.
  • Data: 07/04/2017
  • Hora: 10:00
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  • O objetivo desta tese foi verificar a influencia das informacoes na descentracao dos julgamentos sobre adolescentes envolvidos em atos infracionais. Mais especificamente, perguntou-se: A qualidade da descentracao varia de acordo com a quantidade das informacoes fornecidas sobre o problema dos adolescentes envolvidos em atos infracionais? Como aporte teorico foram utilizadas as teorias sobre descentracao e tomada de perspectiva social de Piaget, e os modelos de Flavell, Selman e Hoffman. Este trabalho consistiu numa pesquisa exploratoria de delineamento quase experimental utilizando quatro grupos. O tratamento experimental diferenciou a quantidade das informacoes fornecidas aos grupos: Grupo 1: recebeu informacoes sobre as estatisticas da violencia cometida por adolescentes no Brasil; Grupo 2: recebeu as mesmas informacoes do Grupo 1 mais informacoes sobre o contexto de vida de adolescentes envolvidos em atos infracionais; Grupo 3: recebeu as informacoes do Grupo 1 mais informacoes sobre o tratamento oferecido aos adolescentes nas unidades de ressocializacao e, finalmente, Grupo 4: recebeu todas as informacoes fornecidas aos demais grupos. As informacoes oferecidas para cada grupo foram apresentadas atraves de videos com reportagens televisivas sobre casos reais. Considerando-se encontrar uma variacao na descentracao dos argumentos para analise da situacao de acordo com o tipo de informacao fornecida aos grupos, esperava-se que os grupos que receberam mais informacoes apresentassem argumentos mais descentrados ao analisar a questao social. Participaram do estudo, 26 universitarios, com idades variando entre 17 e 28 anos, divididos nos quatro grupos. Como instrumentos, foram utilizados um questionario biodemografico e uma Entrevista sobre o Pensamento Social, que consiste num instrumento aberto com questoes que abordavam o tema dos adolescentes envolvidos em atos infracionais. A entrevista solicitava dos participantes sua opiniao sobre as causas da violencia cometida pelos adolescentes, quais as responsabilidades do governo e da sociedade na resolucao deste problema social, alem de uma analise sobre o tratamento judicial recebido pelos adolescentes quando se envolvem em atos infracionais. A conducao das atividades em cada grupo consistiu de dois momentos: primeiramente, os participantes de cada grupo assistiram ao video selecionado para sua condicao experimental; em seguida, responderam individualmente a entrevista. Para analisar os dados, foi efetuada uma analise de conteudo das respostas individuais da entrevista, que foram classificadas a partir de um sistema de niveis de descentracao. As respostas tambem passaram por uma analise lexical realizada atraves do software Alceste. Nesta analise, foram realizados dois procedimentos: a analise padrao e a analise cruzada (tri-croise). Os resultados da classificacao das respostas por niveis de descentracao permitem inferir uma influencia da informacao recebida durante o tratamento experimental. O grupo que recebeu a maior quantidade de informacoes apresentou o maior escore medio de descentracao. No que se refere ao Alceste, a analise padrao distribuiu as respostas em seis classes, que distribuiram as respostas dos participantes de acordo com as informacoes recebidas nos grupos. A analise cruzada apresentou os conteudos lexicais mais relevantes dentro de cada grupo. Na classe referente ao Grupo 1 encontrou-se uma enfase na necessidade de investimentos sociais e institucionais para prevenir o envolvimento de atos infracionais. No Grupo 2 as respostas centraram-se na falta de condicoes basicas de vida desses adolescentes para se sustentar de maneira honesta, e a enfase na necessidade de politicas publicas que ajudem a sanar esses problemas. O Grupo 3 apresentou respostas com foco no tratamento recebido pelos adolescentes quando internados em instituicoes de ressocializacao. Os participantes indicaram a dificuldade de ressocializacao dos adolescentes devido a qualidade das instituicoes e dos profissionais que trabalham nas instituicoes, e a necessidade de mudancas na maneira de funcionamento delas. No Grupo 4 destacaram-se as respostas que enfatizaram tanto a importancia da efetivacao de politicas publicas para diminuir a desigualdade social, quanto uma analise dos efeitos do tratamento recebido pelos adolescentes nas unidades de ressocializacao, com maior enfase nesse segundo aspecto. Em conclusao, observou-se que os grupos apresentaram respostas com conteudo relacionado ao tratamento experimental e, no que se refere ao objetivo principal desta tese, foi possivel identificar uma influencia das informacoes na descentracao dos participantes. No entanto, alguns resultados apontaram numa direcao diferente da expectativa indicada, como o alto escore de descentracao apresentado pelos participantes do Grupo 1, resultado que merece discussao e aprofundamento em estudos futuros.
  • PALOMA CAVALCANTE BEZERRA DE MEDEIROS
  • Efeitos da estimulação elétrica transcraniana em pacientes Esquizofrênicos com sintomas negativos: um ensaio clínico piloto, randomizado, duplo cego
  • Data: 07/04/2017
  • Hora: 08:30
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  • A Estimulacao Eletrica Transcraniana por Corrente Continua (ETCC) e uma tecnica que tem por funcao modular a atividade cortical, que tem se mostrado util no tratamento de sintomas positivos da esquizofrenia. Nao obstante, poucas ainda sao as evidencias considerando os sintomas negativos, o que motivou a proposta desta tese, que tem como principal objetivo investigar os efeitos da ETCC nos sintomas negativos de pacientes esquizofrenicos, sugerindo um protocolo padronizado para intervencoes. Para tanto, foram propostos dois estudos empiricos: um de natureza metanalitica e outro experimental. O Estudo 1 trata-se de uma revisao sistematica de estudos dos ultimos 5 anos, e teve como objetivo verificar a eficacia da ETCC no tratamento de pacientes esquizofrenicos. Buscou-se os artigos em seis bases de dados eletronicas, obedecendo 11 criterios de elegibilidade, e utilizando os seguintes descritores: transcranial direct-current stimulation and schizophrenia; transcranial direct current stimulation and schizophrenia; estimulacao transcraniana por corrente continua e esquizofrenia. Dos 643 artigos inicialmente apontados, apenas 3 foram incluidos na metanalise. O efeito da ETCC nos sintomas da esquizofrenia, foram avaliados atraves da Escala de Alucinacoes Auditivas (AHRS; Mondino et al., 2016) e Escala de Sintomas Positivos e Negativos (PANNS; Brunelin et al., 2012; Frohlich, et al., 2016). Os resultados indicaram moderada homogeneidade entre os tamanhos de efeitos (z de Fisher) encontrados nos estudos (I2 = 74%), embora analise de funil indicasse apenas 25% dos efeitos fora deste. Concluiu-se a necessidade de novas evidencias, ja que a metanalise apontou um efeito total levemente positivo, embora nao significativo [rmetanalise = 0,020 (IC 95% = -0,14 – 0,18); p = 0,813]. O estudo 2, foi um ensaio clinico piloto, aleatorio, placebo-controlado, duplo cego, com delineamento de medidas repetidas, onde os participantes com esquizofrenia responderam a todos os instrumentos antes e apos as sessoes de ETCC, nas condicoes ativa (GE1) ou placebo (sham) (GE2). Contou-se com 10 pacientes esquizofrenicos que foram aleatoriamente distribuidos nos dois grupos GE1 [n = 5; idade media 39,4 (9,55)] e GE2 [n = 5; idade media 41,2 (7,29)]. O grupo da condicao controle (GC) teve o mesmo numero de participantes [n = 5; idade media 47,6 (10,96)]. Foram utilizados os instrumentos PANSS (sub escala sintomas negativos), desfecho primario, medida de Performance Pessoal e Social (PSP), alem do rastreamento ocular na exploracao de faces expressando emocoes (Ekman, 1976), atraves do Eyetracker TOBII TX300, desfechos secundarios. As sessoes de ETCC foram realizadas nas residencias dos participantes. Este procedimento seguiu-se por dez dias, excetuando-se finais de semanas, por 20 minutos diarios. Na oportunidade realizou-se neuromodulacao excitatoria, com anodo, no cortex pre-frontal dorsolateral esquerdo, regiao entre PF1 e F3, enquanto o catodo foi fixado na juncao temporoparietal esquerda, regiao entre P3 e T3 (Sistema Internacional 10/20 para eletroencefalograma). Na condicao placebo a montagem foi identica, entretanto sem a emissao de corrente eletrica. Os resultados indicam que o GE1 [antes da intervencao (T0)] apresentou media de 21,8 (dp = 3,42) pontos de sintomas negativos. Apos a intervencao (T2) subiu para 24,2 (dp = 5,11), enquanto que retorna a pontuacao inicial no follow up (1 mes apos - T3) para 22 (dp = 5,09) pontos. Os participantes da condicao placebo (GE2) apresentaram tendencia ao aumento da pontuacao media de sintomas negativos, passando de T0 = 18,8 (dp = 6,45), para T2 = 19,6 (dp = 4,03), mas em T3 retorna a pontuar semelhante a sua medida em T0 18,4 (dp = 3,78). Realizou-se uma analise de variancia para verificar a diferenca entre as pontuacoes alcancadas pelos dois grupos, ao longo dos tres momentos de experimento, que apontou nao haver diferenca significativa (F2,7 = 2,35; p = 0,79; η2 = 0,63). No tocante a medida PSP, o GE1 apresenta uma melhora progressiva ao longo dos tres momentos do experimento [T0 = 53,4 (dp = 10,01); T1 = 56,6 (dp = 12,11); e T3 = 63,2 (dp = 6,97)]. No tempo em que o GE2 apresentou as seguintes pontuacoes T0 = 57,8 (dp=14,90), T2 = 71,2 (dp=9,47) e T3 = 68,0 (dp = 11,89). Realizando a ANOVA Split – plot de medidas repetidas esta analise nao verificou diferenca significativa (F2,7 = 3,07; p = 0,110; η2 = 0,468). Os dados do eyetracker nao mostram diferencas significativas entre os grupos, ao longo das tres medidas, tanto no numero (NF), quanto na duracao das fixacoes (DF), considerando todas as faces emocionais em sua totalidade [NF: (F 4, 36 = 0,33; p = 0,86; η2 = 0,035); DF: (F4, 36 = 0,44; p = 0,77; η2 = 0,047)], bem como para suas areas essenciais [NF: (F4, 36 = 0,30; p = 0,87; η2 = 0,033); DF: (F4, 36 = 0,36; p = 0,83; η2 = 0,039]. Os resultados desta tese sugerem a necessidade de novos estudos envolvendo ETCC, rastreamento ocular e esquizofrenia, com intuito de esclarecer melhor sobre o padrao visual destes pacientes na exploracao de faces emocionaies e os efeitos da tecnica de estimulacao sobre esse padrao e sintomas negativos.
  • TATIANA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE LEAL
  • FOLHA DE SÃO PAULO, PENA DE MORTE E JUSTIÇA: O QUE TRAZEM OS EDITORIAIS, JORNALISTAS, CONVIDADOS E LEITORES?
  • Data: 31/03/2017
  • Hora: 15:00
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  • A pena de morte e atualmente proibida no Brasil pelo inciso I do artigo 5o da Constituicao (1988). Apesar de nao permitida, trata-se do assunto que mais divide nossa populacao e constantemente volta com forca a midia, principalmente mediante crimes de grande repercussao nacional. Muitos a enxergam apenas sob uma perspectiva meritocratica e acreditam que ela seria uma solucao eficaz para reduzir a criminalidade. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar como se estruturam os grandes temas acerca da pena de morte para o os editoriais, jornalistas, convidados e leitores do jornal Folha de Sao Paulo ao longo de quatro anos, 1987, 1993, 2007 e 2015, escolhidos em funcao de determinados eventos que ocorreram neles e que reacenderam o debate. A pesquisa consistiu em uma analise documental e se utilizou de 94 textos de opiniao destes atores sociais que tinham a expressao “pena de morte” no titulo. Foram empregadas duas tecnicas de analise para atingir diferentes objetivos: uma analise lexical e uma analise de conteudo. Os dados foram primeiramente analisados pelo software de analise lexical IRAMUTEQ, que realizou uma Classificacao Hierarquica Descendente e uma Analise Fatorial de Correspondencia. Por meio delas, buscou-se verificar quais sao os assuntos sobre os quais versam os textos acerca da pena de morte e analisar como se organizam e se estruturam os grandes temas opinativos acerca da pena ao longo dos quatro anos. O programa gerou cinco classes de agrupamento de palavras, indicando que os atores tratavam a pena de morte na Folha em cinco temas: “Justa/Injusta” (29,7% do corpus), “Situacoes internacionais” (24,6% do corpus), “Capacidade de dissuasao” (20,5% do corpus), “Principios racionais” (12,1% do corpus) e “Principios Juridicos” (13,1% do corpus). Em uma segunda etapa, foi realizada a analise de conteudo. Dentre outros pontos, buscou-se analisar como cada um dos atores se posiciona e opina sobre a pena de morte ao longo dos anos e analisar como as nocoes de justica e a Crenca no Mundo Justo (CMJ) sao aplicadas para diferentes contextos que envolvem a pena. A analise evidenciou quatro grandes categorias contrarias, “Ineficaz”, “Cruel”, “Natureza do crime” e “Juridica”, com dez subcategorias, e tres categorias favoraveis a pena, “Meritocracia”, “Eficaz/intimidativa” e “Decisao popular”. Esta analise mostrou que, diante de crimes considerados hediondos e de grande cobertura midiatica, tendeu-se a nao perceber inequidade ou injustica social e a crenca no mundo justo nao e ameacada, tornando argumentos meritocraticos mais frequentes. Crimes como execucao de terroristas e de traficantes de drogas em outros paises aumentaram ainda mais essa tendencia. Concluiu-se tambem que a Folha nao realiza uma analise criminologica sobre o tema, discutindo a questao social no pais, o que e feito, em geral, pelos seus leitores. Salienta-se que a questao criminal e penal no Brasil e complexa e deve ser feita ao nivel societal, nao individual. Antes de se clamar por medidas punitivas mais severas, ha uma serie de questoes que precisam ser pensadas e transformadas, como a seguranca publica, o desemprego e o sistema prisional em si
  • ERLAYNE BEATRIZ FELIX DE LIMA SILVA
  • TRAJETÓRIAS DE ACESSO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS: JUVENTUDE E MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
  • Data: 30/03/2017
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertacao tem como objetivo geral: Compreender o acesso as politicas publicas de garantia de direitos na trajetoria de vida de jovens em cumprimento de medida socioeducativa de internacao na cidade de Joao Pessoa. E como objetivos especificos: Identificar as politicas publicas que os jovens em cumprimento de medidas socioeducativas acessaram em suas vidas antes do ato infracional; Identificar a trajetoria de acesso as politicas publicas dos jovens em cumprimento de medidas socioeducativas; e Analisar o contexto social dos jovens em cumprimento de medidas socioeducativas antes do ato infracional. A fundamentacao teorica deste estudo e a perspectiva historico cultural de Vigotski. A pesquisa ocorreu em uma instituicao publica que executa medidas socioeducativas na cidade de Joao Pessoa. Para coleta dos dados utilizou-se entrevistas abertas e um questionario. Dez jovens participaram da entrevista e seis do questionario, pois os demais foram transferidos para outras instituicoes durante a coleta de dados. Foram realizadas analises descritivas nos questionarios e Analise de Conteudo Tematica nas entrevistas. Os resultados revelaram que os participantes acessaram antes do cumprimento de medidas socioeducativas as politicas de saude, educacao e assistencia social. Entretanto, apesar desse acesso, tais politicas nao se apresentaram como espacos efetivamente protetivos e garantidores de condicoes plenas para o desenvolvimento destes sujeitos, de tal modo que estes jovens sao marcados por vivencias de negacao de direitos e ausencia de condicoes favoraveis ao seu desenvolvimento, impedindo que estes se enxerguem enquanto sujeito de direitos, resultando em processos de exclusao e criminalizacao da juventude pobre.
  • STEFANNY KARULAYNE FIGUEIREDO DE LUCENA
  • PERCEPÇÃO DE VULNERABILIDADE AO HIV/AIDS: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO COM JOVENS EM SITUAÇÃO DE RUA
  • Data: 29/03/2017
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertacao, apresentada em formato de artigo, tem com objetivo geral analisar a vulnerabilidade ao HIV/Aids com jovens em situacao de rua, tendo como referencial teorico o modelo teorico da vulnerabilidade. Os objetivos especificos sao: identificar aspectos da vulnerabilidade com os jovens em situacao de rua e verificar se os jovens identificam a condicao de rua como fator que pode influenciar no aumento da vulnerabilidade. Trata-se de um estudo de corte transversal, com design qualitativo, que foi realizado no Centro de Referencia Especializado para Populacao em Situacao de Rua (Centro POP). A amostra, por conveniencia, e composta por 20 jovens, sendo quatro jovens do sexo feminino e dezesseis do sexo masculino, que estao em situacao de rua, com idade variando entre 18 a 24 anos (M= 21; DP=1,9). Os instrumentos utilizados foram uma entrevista semiestruturada, um Questionario de Praticas Sexuais e Vulnerabilidade, e um questionario socio-demografico. Os dados socio-demograficos e do questionario de Praticas Sexuais e Vulnerabilidades foram analisados por estatistica descritiva. As entrevistas foram transcritas e analisadas atraves da tecnica de analise categorial tematica. Os resultados apontam que os jovens em situacao de rua estao expostos a vulnerabilidade em suas tres dimensoes, individual, social e programatica. Na dimensao individual surgiram duas categorias, intituladas como qualidade das informacoes acerca do HIV/Aids e outra o uso de preservativo no cotidiano. Nesta as informacoes acerca da transmissao ao HIV emergem enquanto erroneas e escassas e o uso da camisinha surge de forma contraditoria, sendo apenas necessario quando nao estao um relacionamento com envolvimento emocional. Identificou-se na dimensao social a categoria situacao de rua e vulnerabilidade, fragilidade nos vinculos afetivos e relacionais e situacao de rua e uso drogas. A situacao de rua aparece como um contexto que aumenta a vulnerabilidade ao HIV/Aids. Parece haver uma relacao de ruptura dos vinculos afetivos e relacionais, o uso de drogas e a situacao de rua. Surgiu na dimensao programatica a categoria nomeada como praticas de promocao e prevencao ao HIV/Aids, na qual observa-se acoes incipientes e sem aprofundamento das questoes relacionadas ao HIV/Aids no centro que os jovens sao usuarios.
  • LETÍCIA DE MÉLO SOUSA
  • SLUT SHAMING E PORN REVENGE: EXPERIÊNCIAS DE MULHERES JOVENS E AS REPERCUSSÕES PARA A SAÚDE MENTAL
  • Data: 28/03/2017
  • Hora: 09:00
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  • A exposicao e humilhacao de mulheres pelas suas praticas sexuais e conhecida pela expressao inglesa slut shaming (sem traducao para o portugues), destacando-se dentre suas praticas o porn revenge, conhecido no Brasil pelo termo “pornografia de vinganca”. A pornografia de vinganca consiste na publicacao e compartilhamento, sem o consentimento da vitima, de videos ou fotos que contenham nudez ou atos sexuais. Tal fenomeno configura-se como violencia psicologica contra a mulher, causando serios danos a sua saude mental e convivencia social. Considerando que a pratica do pornografia de vinganca e perpassada pelas relacoes de genero, este estudo tem como referencial teorico a perspectiva de genero, conforme propoe Scott (1995), objetivando analisar as vivencias de mulheres jovens que sofreram exposicao e humilhacao na internet por suas praticas sexuais e as repercussoes dessa vivencia para a saude mental. Participaram mulheres jovens, maiores de 18 anos, e que tivessem experienciado alguma forma de exposicao e humilhacao na internet por suas praticas sexuais. Como instrumentos de pesquisa foram utilizados um questionario online e uma entrevista. O questionario online foi respondido por nove mulheres, e nele verificou-se que o agressor foi, em maioria, um parceiro ou ex-parceiro. Entre aquelas que tiveram material intimo exposto na internet, elas declararam ter consentido a producao do material, mas nao a divulgacao pelo receptor/parceiro ou por terceiros. Ja aquelas que nao tiveram material intimo seu exposto na internet mas sofreram algum tipo de exposicao online declararam que sofreram com a exposicao de relatos (veridicos ou nao) acerca da sua vida sexual, que tiveram material intimo que nao era seu atribuido a si, ou que foi criado um perfil falso em sites/redes sociais pornograficos com fotos e informacoes pessoais suas. Algumas participantes tambem sofreram com ameacas de exposicao online, de forma a coagi-las a nao denunciar um crime (Ex.: estupro) ou para coagi-las a realizar ato libidinoso / manter uma relacao afetiva. O material coletado com as entrevistas foi analisado atraves do metodo da analise de conteudo tematico-categorial. Foram realizadas quatro entrevistas, das quais emergiram cinco categorias tematicas: Caracterizacao da Experiencia; Consequencias; Saude Mental; Apoio Profissional, e; Representacoes do Slut Shaming. Os resultados observados confirmam que a experiencia de violencia online causa danos para a vitima nos ambitos social, familiar, escolar e na sua saude mental. Ressalta-se nos conteudos das entrevistas o despreparo dos profissionais responsaveis por acolher e cuidar de tais mulheres, como policia e advogados, mas especialmente psicologos e psiquiatras, trazendo um questionamento sobre se os psicologos estao de fato preparados para acolher mulheres vitimas de uma violencia psicologica tao impactante nas suas vidas, mas ao mesmo tempo dotada de invisibilidade.
  • EUNICE ARISTIDES ARAÚJO
  • ELEMENTOS DE VULNERABILIDADE PROGRAMÁTICA EM SAÚDE SEGUNDO OS NÍVEIS DE ATENÇÃO EM CIDADES RURAIS
  • Data: 27/03/2017
  • Hora: 15:00
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  • Ao se analisar as praticas de atendimento e acesso em saude em localidades com baixo indice de desenvolvimento, como e o caso das consideradas cidades rurais (cidades com menos de 10.000 habitantes), constata-se uma deficiencia nesses servicos, ao serem comparadas com os territorios caracterizados como urbanos. Essas cidades sao marcadas pela precariedade na cobertura, organizacao, estrutura e acesso aos servicos de saude, elementos estes de vulnerabilidade programatica os quais deixam a populacao mais susceptivel ao adoecimento e/ou agravo das doencas, alem de comprometer a organizacao/hierarquia da rede de atencao a saude. Este estudo teve como objetivo analisar elementos de vulnerabilidade programatica em saude a partir da percepcao de moradores residentes em cidades rurais da Paraiba, segundo o nivel de atendimento. Contou com 992 participantes, distribuidos entre 31 municipios do estado. Para coleta dos dados foi utilizado o questionario "Levantamento de cuidados de saude e vulnerabilidades" analisados atraves do Software SPSS. for Windows (SPSS) versao 20.0. A amostra e composta por participantes, em sua maioria, feminino (74%), casado (70%), em idade produtiva (M=43,6 anos; DP=14,8; variando entre 21 e 85 anos. Com relacao a busca por atendimento e nivel de atencao constatou-se que 41% da amostra buscou os servicos de pronto atendimento, 12% consulta por medico especialista, 12% prevencao e 8% pre-natal. Para atender a seus problemas de saude, 32% dos participantes foram atendidos na atencao basica (PSF), 24% em servicos de media complexidade (UPA/Policlinica) e 44% na alta complexidade (hospitais). Para identificar a avaliacao da equipe e estrutura dos servicos de saude entre as macrorregioes os usuarios responderam a dois itens cujas respostas foram escalares com intervalo de 0 a 10. O resultado apontou para uma avaliacao regular, com media de 7,44 (DP=2,48) para a equipe de profissionais de saude e 6,93 (DP=2,73) para a estrutura fisica e organizacional do servico de saude. Em relacao as macrorregioes de saude, foi identificada diferenca estatisticamente significativas entre as medias avaliativas (p=,03) apenas entre Campina Grande (M=6,71; DP=2,85) e Sousa (M=7,43; DP=2,50) no que se refere a estrutura e organizacao do servico, com avaliacao mais positiva para a ultima. Para verificar a percepcao de moradores de cidades rurais acerca dos servicos de saude foram avaliados quatro aspectos: organizacao, vinculo e acolhimento, resolutividade e prevencao. Considerando os fatores avaliativos relacionados com as macrorregioes de saude, verifica-se avaliacoes positivas com alguma variabilidade nos indices, no entanto, apenas o fator Prevencao apresentou diferenca estatisticamente significativa (f=6,921; p=0,000). Em linhas gerais, os dados deste estudo permitem concluir que a precariedade na estrutura e organizacao dos servicos interferem no fluxo pela busca e nivel de atendimento, contribuindo para a desarticulacao nas redes de atencao como a superlotacao nos servicos de alta complexidade e esvaziamento na atencao basica.
  • JENNIFER OLIVEIRA AMARO DOS SANTOS
  • Compreendendo o papel da cooperação nos casos de afastamento do trabalho por motivo de doença
  • Data: 24/03/2017
  • Hora: 09:00
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  • De acordo com o Relatorio anual de gestao do Centro Regional de Referencia em Saude do Trabalhador(a) de 2015, em 2013 no Estado da Paraiba foram registradas 5.016 notificacoes de acidentes de trabalho, apresentando 19 obitos, a partir dos dados apresentados no Anuario Estatistico da Previdencia Social. Torna-se ainda mais problematico pensar que tais dados apenas comunicam sobre os trabalhadores inseridos no mercado formal, regidos pela Consolidacao das Leis Trabalhistas (CLT) e que notificaram o seu acidente atraves da Comunicacao de Acidente de Trabalho, de maneira que 53% da Populacao Economicamente Ativa (PEA) do Estado da Paraiba apresenta-se no mercado informal de trabalho e nao fazem parte das estatisticas oficiais de acidentes de trabalho, e que sao atendidos pelo Sistema Unico de Saude-SUS. Para analisar a complexa relacao entre cooperacao, saude, trabalho, adoecimento e afastamento por motivo de doenca adotou-se a Psicodinamica do Trabalho como aporte teorico. Com relacao ao metodo, foi privilegiada a abordagem qualitativa, fazendo uso de dois instrumentos: um questionario socio demografico e uma entrevista semiestruturada. Participaram deste estudo 10 trabalhadores de ambos os sexos com idades variando de 27 a 54 anos. A analise dos dados foi conduzida atraves de uma abordagem hermeneutica a partir da Psicodinamica do Trabalho. Verificou-se que a enfase na produtividade e gestao por metas tem gerado competitividade entre os trabalhadores, bem como a fragilizacao dos lacos de solidariedade nos ambientes de trabalho, de maneira que esse individualismo tem gerado adoecimento e, de fato, se torna necessario discutir acerca do papel da cooperacao na realidade de afastamento por motivo de doenca. Observou-se ainda que mesmo em nitidas condicoes de sofrimento, os trabalhadores ainda apontam o reconhecimento enquanto via de luta pela saude e sua ausencia e fonte de sofrimento e adoecimento. Verificou-se ainda que a maioria dos entrevistados nao conseguiu obtencao de beneficio pelo INSS, mesmo com exames medicos que acusavam patologias, o que se tornou ainda mais problematico para os casos de patologias do ambito mental. Notou-se a cooperacao da familia e amigos enquanto fator primordial para o sujeito permanecer lutando por sua saude.
  • JESSICA ANDRADE DE ALBUQUERQUE
  • CONCEPÇÕES DE FAMILIARES E AGENTES ESCOLARES ACERCA DA RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA: O QUE A PSICOLOGIA ESCOLAR TEM A DIZER?
  • Data: 24/03/2017
  • Hora: 09:00
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  • O presente estudo investiga as concepcoes de familiares e agentes escolares sobre a relacao familia-escola, discutindo, especificamente, a atuacao do psicologo escolar nessa relacao. A importancia e atualidade dessa tematica sao demonstradas por um conjunto de pesquisas que evidenciam o campo relacional entre familia e escola como fragil e marcado por tensoes e ainda referem que essa relacao ocorre frequentemente de maneira unilateral, configurada pelo poder de orientacao da escola sobre as familias, culpabilizacao das familias pelos entraves na educacao dos filhos e em razao da ausencia de responsabilizacao compartilhada. Diante do exposto, o trabalho que ora se apresenta tem como objetivo conhecer as concepcoes e acoes de psicologos escolares, professores, gestores escolares e pais/responsaveis de criancas acerca da relacao familia-escola. O estudo corresponde a uma pesquisa de campo de natureza qualitativa, cujos participantes foram sessenta pais/responsaveis, trinta professores, seis gestores e cinco psicologos escolares de seis escolas publicas de Ensino Fundamental I do municipio de Joao Pessoa-PB. Para conhecer as concepcoes dos participantes acerca da relacao familia-escola foram utilizados tres roteiros de entrevista semi-estruturadas, destinadas aos psicologos escolares, professores e gestores, e um questionario direcionado aos pais. As entrevistas foram realizadas individualmente e registradas por meio de audio para posterior analise, a qual foi inspirada nas diretrizes propostas por Bardin (2008). Foram analisados tambem os documentos oficiais das Instituicoes de Ensino. Os resultados da pesquisa foram organizados em sete eixos gerais de analise, quais sejam, a) Descricao da relacao familia-escola na percepcao de gestores escolares, psicologos escolares, professores e pais/responsaveis de criancas; b) Papel da escola e da familia no processo de escolarizacao dos estudantes na perspectiva de equipes escolares e de pais/responsaveis; c) Projetos desenvolvidos pelas instituicoes escolares envolvendo as familias; d) Situacoes que podem promover a participacao da familia na escola; e) Acoes que os professores podem desenvolver para promover a boa relacao entre familia e escola; f) Profissionais da escola que podem trabalhar para favorecer a relacao familia-escola; e g) Acoes que podem ser desenvolvidas pelos psicologos escolares para a promocao da relacao familia-escola. A pesquisa realizada possibilitou, de maneira geral, identificar que as instituicoes responsabilizam as familias pelos entraves na educacao dos filhos e apontam dificuldades em estabelecer uma relacao de parceria com as familias. Os familiares, por sua vez, indicaram superficialidade de informacoes nos encontros com a escola e mencionaram a necessidade de existir um contato mais proximo com as equipes escolares. Esses resultados revelam contradicoes e pouca clareza dos grupos pesquisados no que se refere aos seus distintos e inter-relacionados papeis, bem como as formas de participacao de ambos no que concerne as vivencias dos escolares. Por outro lado, a analise das entrevistas permitiu levantar indicadores de acoes que podem favorecer a relacao entre esses dois sistemas. No que se refere a atuacao dos psicologos escolares, esses profissionais afirmaram exercer acoes como, avaliar as criancas que supostamente possuem problemas de aprendizagem e realizar acompanhamento psicologico destas, e referiram tambem atuacoes construidas colaborativamente e voltadas a aspectos politicos e sociais das instituicoes, a exemplo da mencao de sua participacao na construcao dos documentos oficiais da escola e da realizacao de encontros continuos com os pais. Alem disso, tanto as equipes educacionais, quanto os familiares participantes demonstraram nao ter clareza sobre o papel do psicologo no ambiente escolar. As analises desses resultados reafirmam que uma atuacao efetiva desse profissional na escola deve ser sustentada por uma formacao inicial e continuada que possibilite a apreensao de pressupostos teorico-metodologicos que demarquem as especificidades do trabalho do psicologo escolar fortalecendo, dialeticamente, a relacao entre teoria e pratica profissional, baseada em uma concepcao integrada, critica e colaborativa de toda a comunidade escolar. Como derivado desse estudo elaborou-se uma proposta piloto de atuacao em forma de livreto, direcionada a psicologos escolares e profissionais da educacao, com a finalidade de prover informacoes que podem facilitar e colaborar no estreitamento da relacao entre escola e familias. A referida proposta considera o psicologo escolar como mediador da relacao familia-escola, com potencial para favorecer o desenvolvimento de acoes que fortalecam essa relacao, com o foco nos processos de ensino-aprendizagem.
  • CLÁUDIA HELENA COSTA DE OLIVEIRA ZAMBRONI
  • A RELAÇÃO SOFRIMENTO/PRAZER DOS EMPRESÁRIOS DO SETOR DE SEGUROS NO EXERCÍCIO DA SUA ATIVIDADE PROFISSIONAL
  • Data: 23/03/2017
  • Hora: 09:00
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  • Este trabalho tem como objetivo geral compreender como se configura a dinamica psiquica dos empresarios corretores de seguros – sua vivencia subjetiva e se e possivel formulacao coletiva desse tipo de experiencia – diante dos elementos que enfrentam em seu dia a dia de trabalho. Tal proposito se desdobra em objetivos especificos que pretendem compreender como esses empresarios se organizam em sua atividade de trabalho para o enfrentamento de problemas inerentes a sua profissao, nos seguintes planos: de sua relacao com o coletivo de profissao e os sistemas de defesa coletivamente erigidos; dos recursos que utilizavam para manter-se no campo da normalidade e em que momento tais recursos se mostram insuficientes; das formas de reconhecimento ou a falta dele por parte de seus pares, subordinados, clientes e fornecedores; da relacao sofrimento e prazer e do nivel de equilibrio dinamico que o participante consegue ter entre as atividades demandadas pela sua empresa e pela sua vida particular, incluindo ai, a familia. Participaram deste estudo dez empresarios do ramo de seguros da cidade de Joao Pessoa/PB, os quais atenderam os pre-requisitos de terem no minimo cinco anos de experiencia na atividade empresarial, serem responsaveis pela administracao de suas empresas e serem Corretores Oficiais de Seguros, devidamente habilitados pela Superintendencia de Seguros Privados (SUSEP). O aporte teorico que embasou este estudo foi a Psicodinamica do Trabalho. Quanto ao metodo, esta pesquisa se caracteriza por ser um estudo de campo, de natureza qualitativa, no qual foram aplicados os seguintes instrumentos: questionario socio demografico, questionario com os dados profissionais do entrevistado e uma entrevista semiestruturada. Para a analise dos dados, a perspectiva adotada foi a analise de conteudo com recortes por temas. Constatou-se que apesar de trabalhar na solidao, o empresario, assim como seu funcionario, necessita de um coletivo para poder contar, mesmo que este seja formado pelos seus concorrentes; que a maioria deles tem doencas que foram causadas ou agravadas em virtude do seu trabalho e que todos ja tiveram quadros de estresses decorrentes desta atividade. Verificou-se ainda que, na luta pela normalidade os empresarios utilizam estrategias para sair do quadro de sofrimento; que o reconhecimento do seu trabalho e de fundamental importancia para o desempenho da sua atividade, e que na relacao empresa/familia nao existe a separacao classica entre dentro-do-trabalho e fora-do-trabalho, uma vez que, a empresa nao so interfere na familia, mas faz parte da mesma.
  • VANESSA DA CRUZ ALEXANDRINO
  • CONCEPÇÕES DE PSICÓLOGAS (OS) ESCOLARES E EDUCADORES (AS) INFANTIS SOBRE O DESENVOLVIMENTO E A HABILIDADE DE COMUNICAÇÃO INTENCIONAL INFANTIL
  • Data: 23/03/2017
  • Hora: 09:00
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  • A presente pesquisa fundamenta-se nos pressupostos da Teoria Historico-cultural de Vygotsky para quem o desenvolvimento humano e favorecido por interacoes sociais mediadas por sujeitos mais experientes da cultura. A premissa desse autor de que a escola tem a funcao de transmissao dos conhecimentos sociohistoricamente construidos e organizados pela humanidade permite afirmar o impacto de instituicoes de educacao na formacao de conceitos cientificos e no incremento de habilidades sociocognitivas e comunicativas desde os anos iniciais. Nesta linha de pensamento, entende-se que os profissionais que trabalham em contextos de educacao infantil tem a funcao de mediar o aprendizado e facilitar o desenvolvimento das funcoes psicologicas superiores, essenciais para a constituicao de relacoes sociais gradativamente complexas. Dessa forma, enfatiza-se o papel das concepcoes de educadores infantis acerca o desenvolvimento infantil, em especial, de suas concepcoes sobre a habilidade de comunicacao intencional, considerando a importancia dessas concepcoes para as interacoes estabelecidas e para o desenvolvimento global e da linguagem. Dessa forma, o objetivo principal dessa pesquisa e conhecer e analisar as concepcoes e acoes de educadores infantis e psicologos(as) escolares sobre o desenvolvimento e a habilidade de comunicacao intencional de criancas que estao inseridas em contextos de Centro de Referencia em Educacao Infantil (CREI), na cidade de Joao Pessoa- PB. Participaram desta pesquisa 4 psicologas escolares e 34 educadoras infantis que trabalham em CREI's da cidade de Joao Pessoa- PB. Dentre as 34 educadoras infantis entrevistadas, 11 trabalhavam com criancas de seis meses a um ano de idade (bercario I e II) e 23 trabalhavam com criancas de 2 a 3 anos de idade (maternal I e II). Ja as psicologas trabalhavam com criancas de seis meses a um ano de idade. A idade das participantes variou entre 19 e 61 anos de idade, com media 40,0 (DP=29,6). Como instrumentos, foram utilizados: um questionario socio-demografico, o Roteiro de entrevista sobre concepcoes de educadores e psicologos acerca do desenvolvimento e educacao infantil e a Entrevista sobre percepcao de educadores e psicologos (as) escolares acerca da habilidade de comunicacao intencional de bebes/criancas. A analise do material recolhido seguiu as diretrizes do metodo de categorizacao de conteudo, proposto por Bardin (2009) e de producoes academicas ligadas a area da psicologia escolar e do desenvolvimento infantil. A recolha das informacoes indicou, de um modo geral, que as educadoras infantis percebem o desenvolvimento infantil a partir da resolucao, por parte da crianca, das atividades propostas em sala de aula e pelos comportamentos que exibem em situacoes de brincadeira. Ja as psicologas escolares relataram que o desenvolvimento infantil e um processo continuo e que pode ser percebido atraves das situacoes de interacao entre o adulto e a crianca. Ambos os grupos de profissionais destacaram a importancia do planejamento para elaboracao de atividades pedagogicas no contexto de educacao infantil. Tres das quatro psicologas entrevistadas relataram uma atuacao junto aos educadores, com a equipe tecnica, a familia e as criancas. No que diz respeito a habilidade de comunicacao intencional, a maioria das educadoras infantis e das psicologas escolares relataram que as expressoes emocionais infantis apresentam um carater intencional e auxiliam na comunicacao nao-verbal entre adulto e bebe. Os gestos infantis compareceram, no discurso das participantes, como um forte indicador de comunicacao intencional na crianca, mencionado principalmente pelas psicologas. Esse estudo reafirma a importancia da habilidade de comunicacao intencional para o desenvolvimento global infantil e a influencia das concepcoes sobre o desenvolvimento infantil na atuacao dos profissionais da educacao. Reconhecer a importancia dessa habilidade para/nas interacoes educadora-crianca favorece a elaboracao de propostas pedagogicas intencionais e intervencoes de psicologos nesses contextos, visando ressignificar e mobilizar praticas profissionais conscientes, criticas e intencionais, promotoras de aprendizado e desenvolvimento.
  • FABRYCIANNE GOLNCALVES COSTA
  • BEM-ESTAR SUBJETIVO, RESILIÊNCIA E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NO CONTEXTO DO DIABETES MELLITUS
  • Data: 22/03/2017
  • Hora: 14:00
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  • Esta tese teve como objetivo geral apreender as representacoes sociais acerca do diabetes e tratamento elaboradas por pessoas diabeticas e quantificar os niveis do Bem-Estar Subjetivo (BES) e da resiliencia nesse grupo de pertenca. Para alcanca-lo, foi necessario desenvolver quatro estudos, apresentados em formato de artigos, tres deles fundamentados na Teoria das Representacoes Sociais (TRS) e um respaldado nos construtos do BES e da resiliencia. O artigo 1 objetivou realizar uma revisao sistematica acerca do diabetes com base no aporte teorico das Representacoes Sociais. Assim, realizou-se um levantamento bibliografico atraves da busca de artigos publicados nas bases de dados GALE, SCIELO, MEDLINE e SCOPUS, entre os anos de 2006 e 2016, utilizando-se as combinacoes de descritores “diabetes and social representations”, “diabetes and representacoes sociais”, e “diabetes and representaciones sociales”. Foram selecionados 9 artigos, os resultados apontaram para quatro grandes eixos: (i) “Aspectos nutricionais”; (ii) “O diabetes e suas definicoes”; (iii) “Apoio do familiar e do profissional da saude” e as (iv) “Consequencias do diabetes”. Em suma, o pensamento do senso comum veiculado nos artigos revisados foi consensual no que diz respeito as dificuldades da dieta. Nao obstante a supervalorizacao da necessidade da reeducacao alimentar, existe uma dificuldade a sua aderencia devido principalmente ao carater emocional. Quanto ao apoio da familia e do profissional da saude, observou-se que a superprotecao por parte da primeira e que a falta de credibilidade na equipe medica podem interferir diretamente no engajamento da adesao ao tratamento. O artigo 2 objetivou apreender as representacoes sociais sobre o diabetes elaboradas por pessoas que tem a doenca. Participaram 31 pessoas com idades entre 34 e 76 anos (M= 55,68; DP= 11,6), que responderam a um questionario biossociodemografico e a Entrevista em Profundidade. Os dados foram processados pelo software Alceste e analisados por meio da estatistica descritiva e da analise lexical. Os participantes apontaram em suas representacoes sociais a falta de conhecimentos acerca do diabetes, destacando a surpresa do diagnostico; suas representacoes tambem estiveram ancoradas em fatores nutricionais e emocionais os quais foram permeados por emocoes de cunho negativo. Os participantes que utilizavam insulina ratificaram nocoes de responsabilidades voltadas para consequencias da doenca, como e o caso da amputacao de membros e o grupo que nao a utilizava descreveu a doenca atrelada a triade do tratamento (medicacao, reeducacao alimentar e atividade fisica). O artigo 3 objetivou analisar as representacoes sociais sobre o diabetes mellitus e seu tratamento elaboradas por pessoas diabeticas. A amostra foi constituida por 104 participantes com idades entre 19 e 79 anos (M= 56,16; DP= 13,01), que responderam a um questionario biossociodemografico e a Tecnica de Associacao Livre de Palavras. Os dados foram computados pelos softwares SPSS - 23.0 e Tri-deux-Mots e analisados por meio da estatistica descritiva e analise fatorial de correspondencia. Os resultados apontaram que o conhecimento consensual acerca do diabetes nao difere do saber erudito. No que tange a concepcao e ao tratamento, o diabetes foi representado enquanto doenca cronica relacionada a problemas de acucar no sangue, oscilacao de humor e perigo de vida, a semelhanca do conhecimento cientifico. O tratamento emergiu de forma associada ao controle alimentar, adesao e manutencao das orientacoes medicas. Foi possivel perceber representacoes consensuais e discensuais. As primeiras, dizem respeito ao controle que o tratamento exige. Nas discensuais, as mulheres focaram a doenca associada a restricao alimentar e a oscilacao de humor e os homens associaram o diabetes a problemas no sangue, perigo de vida que pode levar a morte e que devem obedecer as regras do tratamento. No artigo 4 objetivou-se analisar o BES e a resiliencia em pessoas com diabetes mellitus, foram aplicadas as escalas de BES e de resiliencia a 104 diabeticos com idade media de 56,16 anos (DP= 13,01). Os resultados evidenciaram que 65,4% dos participantes apresentaram altos niveis de BES, com maior media para os afetos positivos 3,65 (DP = 0,65); quanto a resiliencia, observou-se que a maioria dos participantes possui alta capacidade de resiliencia (87,5%). Constatou-se que a dimensao afeto positivo da escala BES correlacionou-se com as dimensoes, acoes e valores (r= 0,58) e autoconfianca (r= 0,23) da escala da resiliencia. O aumento da vivencia de emocoes positivas entre os diabeticos propiciou maior aceitacao de si no tocante a doenca e sua terapeutica. Espera-se que tais estudos contribuam para a construcao do conhecimento cientifico partindo da perspectiva da pessoa diabetica, assim como proporcione maior visibilidade a doenca no que tange a elaboracao de praticas terapeuticas voltadas tanto para seus aspectos fisicos, quanto emocionais.
  • TÁTIA MIRELLIS DE OLIVEIRA ALEXANDRE
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE FAMÍLIA E ABRIGO: UM ESTUDO COM CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL
  • Data: 22/03/2017
  • Hora: 14:00
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  • A familia se apresenta enquanto instituicao socio-historica, sendo considerada o principal grupo social responsavel pelo desenvolvimento do individuo. Porem, mediante situacoes de risco e vulnerabilidade social, criancas e adolescentes sao temporariamente afastados do convivio familiar e encaminhados aos servicos de acolhimento institucional. Diante disso, este trabalho objetivou conhecer e analisar as representacoes sociais de criancas em situacao de acolhimento institucional acerca da familia e do abrigo. Utilizou-se como suporte teorico a Teoria das Representacoes Sociais (Moscovici, 1978), a qual permite que o individuo construa uma referencia sobre determinado significante que faz parte da realidade cotidiana, interferindo nas suas condutas. Participaram da pesquisa 13 criancas acolhidas institucionalmente, com idade entre 07 e 12 anos. Na coleta utilizaram-se os seguintes instrumentos: questionario sociodemografico, entrevista semiestruturada e a Tecnica Desenho-Estoria. Os dados sociodemograficos foram analisados atraves de estatistica descritiva, a entrevista semiestruturada e o Desenho-Estoria atraves da analise de conteudo de Bardin (1977). Os resultados indicaram que as criancas representaram a familia como um grupo de pessoas ligadas afetivamente, geralmente convivendo no mesmo espaco e com condicoes para garantir os cuidados basicos de seus membros; ja o abrigo foi representado majoritariamente enquanto local que garante os cuidados materiais e de lazer das criancas. Percebeu-se, ainda, que os participantes ancoraram a representacao do abrigo em um ambiente com lacos afetivos proximos aos familiares, destacando a presenca da cuidadora e das outras criancas acolhidas como elementos que remetem o abrigo a imagem da familia, embora se possa verificar que a instituicao nao preenche totalmente a ideia de familia, o que gera sentimentos ambivalentes e afetos negativos em relacao ao abrigo. Observou-se, tambem, que os participantes percebem o preconceito da sociedade, sendo frequentemente representados atraves de termos pejorativos, fato que interfere negativamente na construcao da autoimagem e na identidade social dessas criancas. Acredita-se, portanto, que os resultados encontrados sirvam tanto para novas reflexoes como para realizacao de intervencoes praticas frente a populacao de criancas em situacao de acolhimento.
  • ADRIELE VIEIRA DE LIMA PINTO
  • QUALIDADE DE VIDA, BEM-ESTAR SUBJETIVO E DEPRESSÃO NO CONTEXTO DA ADOLESCÊNCIA
  • Data: 21/03/2017
  • Hora: 14:30
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  • Esta dissertacao objetivou verificar as inter-relacoes entre qualidade de vida (QV), bem-estar subjetivo (BES) e depressao de adolescentes no contexto escolar. A fim de ampliar a compreensao destes construtos, utilizou-se como enfoque teorico, a Teoria das Representacoes Sociais (TRS). Para alcancar este objetivo, desenvolveram-se tres estudos empiricos fundamentados na abordagem multimetodo, todos eles contaram com adolescentes com idade entre 12 e 18 anos, estudantes de escolas publicas da cidade de Joao Pessoa. O estudo 1, objetivou apreender as representacoes sociais dos adolescentes acerca da QV, BES e Depressao. Participaram do estudo 285 adolescentes, (M=14,86; DP=1,82), maioria do sexo feminino (56,8%), os quais responderam ao Inventario de Depressao Infantil (CDI), a Tecnica de Associacao Livre de Palavras (estimulos indutores: “qualidade de vida”, “bem-estar” e “depressao”) associados as variaveis fixas (“sexo”, “avaliacao da qualidade de vida” e “indicativo da sintomatologia depressiva”) e um questionario sociodemografico. Os dados foram submetidos a estatisticas descritivas atraves do SPSS (versao 21.0) e analise fatorial de correspondencia por meio do Tri-Deux-Mots. Os resultados evidenciaram tipos de ancoragem e elementos de objetivacao comuns para QV e bem-estar. Por outro lado, observaram-se dissensos entre esses dois construtos e o construto da depressao, tanto ao nivel da ancoragem quanto das objetivacoes. O estudo 2, objetivou verificar o poder de predicao da QV e do BES em relacao ao indicativo de depressao. Participaram 300 adolescentes, (M=14,84; DP=1,84), maioria do sexo feminino (56%), os quais responderam ao (CDI), ao Kidskreen-52, Escala de Satisfacao com a Vida (ESV), a Escala de Afetos Positivos e Negativos (EAPN) e um questionario sociodemografico. Os dados foram processados, pelo SPSS (versao 21.0). Evidenciou-se atraves da utilizacao da regressao multipla que a QV obteve o coeficiente de determinacao, R²=0,56, apontando que 56% da variancia da sintomatologia depressiva pode ser explicada atraves de seu relacionamento com a QV. Numa posterior analise os resultados apontaram que 62% da variancia da sintomatologia depressiva podem ser explicadas atraves de seu relacionamento com a QV e a dimensao afetiva do BES. A satisfacao com a vida, dimensao cognitiva do BES, nao foi significativa para esta relacao. De carater quantitativo, o estudo 3, objetivou conhecer a prevalencia da sintomatologia depressiva dos adolescentes; analisar a correlacao desse construto com a QV e comparar os grupos com e sem sintomatologia depressiva. Participaram 204 adolescentes, (M= 14,99; SD= 1,92), maioria do sexo feminino (53,4%), os quais responderam ao Inventario de Depressao Infantil (CDI), ao questionario de QV relacionada a saude de criancas e adolescentes (Kidskreen-52) e um questionario sociodemografico. Os dados foram submetidos a estatisticas descritivas e inferenciais, com o auxilio do SPSS (versao 21.0). Os resultados do CDI apontaram indicativos de sintomatologia depressiva de 8,3%, com predominancia do sexo feminino. Estes achados corroboram evidencias cientificas indicadas pela literatura especializada. As pontuacoes do CDI foram negativas e estatisticamente significativas com todos os dominios de QV. Esta relacao demonstra que os adolescentes com indicativos de depressao apresentam diminuicao do bem-estar fisico, psicologico e da percepcao de suporte familiar afetivo, alem de sentimentos de solidao, angustia, tristeza. Comparando os adolescentes com e sem sintomatologia depressiva, constataram-se diferencas significativas nos dominios: familia/ambiente familiar e provocacoes/bullying. Nos dois dominios os adolescentes sem sintomatologia evidenciaram maiores medias em detrimento dos adolescentes com indicativo de depressao. Verifica-se, portanto, que os adolescentes com sintomatologia depressiva, vivenciam mais sentimento de rejeicao, raiva e ansiedade repercutindo no desenvolvimento de transtornos psicoafetivos. Neste sentido, espera-se que esses achados possam subsidiar acoes de prevencao e de promocao da saude (qualidade de vida e bem-estar) do adolescente no contexto escolar.
  • AMANDA TRAJANO BATISTA
  • PREVENIR OU REMEDIAR? ATITUDES DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE FRENTE À PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO AO HIV/AIDS
  • Data: 20/03/2017
  • Hora: 14:00
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  • As taxas de novas infeccoes por HIV continuam elevadas em todo o mundo, trazendo a necessidade da criacao de novas estrategias de prevencao. Atualmente, os antirretrovirais (ARV) sao utilizados como tratamento (TARV), na estrategia de Testar e oferecer Tratamento (TAST), como profilaxia apos a exposicao ao HIV (PEP) e, mais recentemente, como profilaxia Pre-Exposicao (PrEP) indicada para populacoes-chaves. Esta ultima, nao obstante a eficacia observada tem levantado questionamentos. Considerando que a implementacao e adesao a PrEP e dependente da prescricao pelos profissionais de saude, utilizamos como aporte teorico o conceito de atitudes desenvolvido por Fishbein e Ajzen (1975), tendo como objetivo geral analisar as atitudes dos profissionais da area de saude sobre a utilizacao da Profilaxia Pre-exposicao (PrEP). Trata-se de um estudo exploratorio e descritivo, de carater quantitativo e qualitativo. A amostra foi composta por 68 profissionais de saude. Utilizou-se um questionario sociodemografico e profissional, a fim de caracterizar os participantes e, em seguida, foram realizadas entrevistas individuais, segundo o procedimento de Evocacao-Enunciacao-Averiguacao. Os participantes foram abordados em servicos especializados em Aids, assim como em um evento cientifico sobre HIV/Aids. Os dados quantitativos foram analisados por meio de estatisticas descritivas. Ja os dados qualitativos foram analisados por meio de analise de conteudo. A maioria dos participantes era do sexo feminino (66,2%), com media de idade de 41 anos (DP=11,3) sendo 35,3% enfermeiros e 20,6% psicologos, com tempo de atuacao media nos servicos de 9,5 anos (DP= 6,5). O locus de atuacao mais frequente foi o Servico de Atencao Especializado (SAE) (33,8%), seguido do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) (23,5%) e 19,1% na gestao. Em relacao a intencao de indicar a PrEP, 45,8% da amostra apresentou intencao positiva; 29,2% apresentaram intencao negativa e 25% se colocou numa posicao de intencao condicional. Ja as analises das entrevistas mostraram duas classes tematicas: A primeira intitulada “Crencas acerca da PrEP” e composta por seis categorias de analise (1-grupo-chave, 2-comportamento de risco, 3-Instrumento de prevencao, 4-Direitos, 5-Paradigma Biomedico, 6- consequencias de PrEP), e a segunda “Implantacao da PrEP nos Servicos de Saude” composta por tres categorias (1-Qualificacao, 2-Organizacao, 3-Estrategias para implementacao). Diante dos dados coletados, pode-se verificar, que embora parte dos profissionais entrevistados tenha afirmado intencao de prescrever a PrEP, a maioria ou apresenta intencao negativa ou ainda tem duvidas quanto aos efeitos beneficos desta estrategia, tornando-os reticentes a prescricao. Tais dados se tornam preocupantes em vista da implementacao da politica de prevencao que tem como norte a PrEP prevista para o corrente ano. Neste sentido, denota-se acoes verticalizadas na tomada e decisoes e implementacao de politicas de prevencao, onde a percepcao dos profissionais de saude que atuam nos servicos de combate ao HIV/Aids nao sao considerados, o que pode prejudicar sua eficacia.
  • CAMILA DE ALENCAR PEREIRA
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE O ABUSO SEXUAL INFANTOJUVENIL: UM ESTUDO COM JUÍZES E PROFISSIONAIS PSICOSSOCIAIS
  • Data: 13/03/2017
  • Hora: 09:00
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  • O abuso sexual infantojuvenil é definido como o evento no qual a criança ou o adolescente são usados para fins de obtenção de satisfação sexual de um adulto ou de um adolescente mais velho. Apesar de vários estudos e da criação de instrumentos legais para a proteção das crianças contra a violência, ainda existem muitas lacunas quando se trata de ações voltadas para o abuso sexual infantojuvenil, o que acaba por comprometer as formas de lidar com essa situação. As lacunas observadas residem, principalmente, no plano teórico e prático a partir da percepção do fenômeno pelos profissionais da área jurídica e psicossocial e na aplicação das políticas públicas existentes. Desse modo, o presente estudo busca conhecer e analisar as representações sociais que os juízes e os profissionais psicossociais possuem acerca do abuso sexual infantojuvenil, dado que são estes que lidam diretamente com a resolução das inúmeras situações jurídicas, sendo suas práticas influenciadas pelas representações acerca da temática. Como suporte teórico, fez-se uso da Teoria das Representações Sociais, na perspectiva da abordagem estrutural e dimensional, permitindo elucidar o conhecimento advindo do senso comum, com o saber científico sobre a temática. Trata-se de um estudo de campo descritivo, de cunho qualitativo, que foi realizado em instituições jurídicas da cidade de João Pessoa/PB. A amostra foi composta por 31 profissionais de ambos os sexos, sendo 12 juízes (primeira e segunda instância) e 19 profissionais psicossociais (psicólogos e assistentes sociais), que atuam ou já atuaram em casos de abuso sexual contra criança ou adolescente. Com a finalidade de alcançar tais objetivos, fez-se uso de quatro instrumentos: o questionário sociodemográfico, que foi analisado através de cálculos de frequência e porcentagens; a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), com o estímulo “abuso sexual infantojuvenil”, no qual se executou a análise prototípica e análise de similitude com o auxílio do software IRAMUTEQ; a entrevista semiestruturada, que foi analisada através da análise lexicográfica com amparo do IRAMUTEQ; e a Escala de Crenças sobre Abuso Sexual (ECASI) que foi analisada a partir do SPSS. Constatamos que os profissionais que participaram deste estudo apreendem o fenômeno como um ato de violência e agressão cometido contra vulneráveis (crianças/adolescentes), principalmente no âmbito familiar, gerando consequências profundas nas vítimas. Além disso, possuem a representação de que o abusador é um indivíduo doente, insensível e com atos que fogem do que é socialmente tido como aceitável para o ser humano. Verificamos ainda que o depoimento sem dano é uma metodologia que provoca controvérsias no meio pesquisado; contudo, revelou-se como consenso a necessidade de preparação dos profissionais para uso da técnica, assim como um ambiente e material adequados. A aplicabilidade da teoria da representação social é imprescindível para que se propague ao senso comum o saber científico, mediante a inserção de novos objetos de conhecimento para profissionais que lidam com a temática. Diante dos resultados encontrados, constatou-se que aqueles que trabalham com o tema apreendem o fenômeno e as suas consequências, contudo, precisam de capacitação para atuar nos casos. Espera-se, com esta pesquisa, fornecer subsídios para uma adequada efetivação de políticas públicas, repercutindo na finalidade preventiva de danos às vítimas.
  • EDILANE NUNES REGIS BEZERRA
  • SAÚDE MENTAL MASCULINA: PREVALÊNCIA E VULNERABILIDADES AOS TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS NOS CONTEXTOS RURAL E URBANO.
  • Data: 09/03/2017
  • Hora: 14:00
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  • O adoecimento psiquico, com destaque para os Transtornos Mentais Comuns (TMC), e um dos gran¬des problemas enfrentados na atualidade, de natureza nao psicotica, tais transtornos envolvem um conjunto de sinais e sintomas relacionados, principalmente, as queixas somaticas e sintomas depressivos e ansiosos, geralmente associadas as condicoes de vida e a estrutura ocupacional. Neste sentido, objetiva-se analisar os aspectos de vulnerabilidades aos transtornos mentais comuns em homens paraibanos comparando os contextos urbano e rural. Foram realizados dois Estudos Empiricos. O primeiro trata-se de uma pesquisa quantitativa, epidemiologica, com objetivo de estimar a prevalencia dos transtornos mentais comuns em homens da capital e de cidades rurais paraibanas, associados com fatores socioeconomicos, de estilos de vida, busca por atendimento e saude mental. Para uma amostra de 432 homens (160 residentes na capital e 272 em cidades rurais), na faixa etaria de 24 a 59 anos, foi aplicado um conjunto de instrumentos: SRQ-20 (rastreamento de transtornos mentais nao-psicoticos); Questionarios de Estilo de Vida; de Acesso e Atendimento em Saude; de Saude Mental; Socio-demografico, cujos resultados foram analisados por estatistica descritiva, razao de prevalencia, de associacao (qui-quadrado e test t) e multivariada (regressao logistica). A prevalencia de TMC encontrada entre os homens do contexto urbano foi de 46,3% e 18,4% no rural. Foi observado associacao entre a presenca de TMC com a faixa etaria (X2=9,183; p=0,01), com maior prevalencia na faixa etaria mais jovem (44%), diminuindo no decorrer da vida (40% na faixa entre 30 e 49 anos e 15% na faixa acima de 50 anos). A associacao com a escolaridade (X2=11,182; p=0,01) aponta o aumento da prevalencia juntamente com o aumento da escolaridade (fundamental: 29%; medio: 38%; superior: 30%), podendo-se inferir, dado a baixa renda familiar da amostra, que o sofrimento pode decorrer pela ausencia de melhoria na renda apos o aumento da escolaridade. Por fim, houve associacao da presenca de TMC com o estado civil (X2=11,755; p=0,008), com maior diferenca entre os solteiros (43%). O segundo estudo, qualitativo, objetivou analisar – a partir do relato dos participantes- quais elementos (individuais, sociais e programaticos) de vulnerabilidades aos TMC estao presentes nas vivencias dos homens de cidades rurais e urbana. Contou com a participacao de 07 homens do contexto rural e 15 do contexto urbano, com idades entre 24 e 59 anos, utilizando-se de entrevistas individuais, analisadas por meio da tecnica de analise categorial tematica. A categorizacao tematica permitiu a obtencao de tres classes tematicas: a primeira intitulada “Contextos de sofrimento masculino” fez referencia aos aspectos individuais do sofrimento e envolveu sete categorias de analise, a saber, a) Sintomatologia; b) Principais motivos para o adoecimento; c) Consequencias do adoecimento; d) Praticas de autocuidado; e) Cuidado em saude; f) Cuidado em saude mental; g) Rede de apoio social. Ja a segunda classe tematica, intitulada “Vivencias de sofrimento psiquico masculino, fez referencia aos aspectos sociais e intersubjetivos do sofrimento e envolveu quatro categorias de analise, a) Problemas relacionais; b) Relacoes de genero; c) Fatores no trabalho que interferem na saude psiquica; d) Cotidiano urbano e rural. Os resultados permitiram concluir que os homens do contexto urbano apresentaram maior prevalencia de transtorno mental comum, os eventos que mais foram associados a uma maior probabilidade de ocorrencia de TMC foram, violencia urbana, assalto ou roubo, vulnerabilidades (problemas financeiros, desemprego, problemas conjugais), problemas de saude (familiares, pessoal), sobrecarga de trabalho, baixa autoestima. Palavras-chave: vulnerabilidades, transtornos mentais comuns, homens, contexto urbano, contexto rural.
  • CAMILA CRISTINA VASCONCELOS DIAS
  • MÃES DE CRIANÇAS AUTISTAS: SOBRECARGA DO CUIDADOR E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE O AUTISMO
  • Data: 08/03/2017
  • Hora: 14:00
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  • O autismo e considerado um estressor potencial para a familia tendo em vista a extensao e a qualificacao dos seus comprometimentos. Geralmente, o papel de cuidador principal do filho e assumido pela mae, que pode se tornar vulneravel a sobrecarga fisica e emocional oriunda do alto investimento nas tarefas rotineiras dos cuidados maternos diretos. O presente trabalho objetivou conhecer e analisar as representacoes sociais que as maes de filhos autistas tem sobre o autismo considerando a sobrecarga do cuidador. Utilizou-se o aporte teorico da Teoria das Representacoes Sociais, uma vez que reconhece o valor da dimensao subjetiva e o aspecto cognitivo do individuo, os quais interferem nas praticas sociais, nas atitudes e condutas referentes ao objeto da representacao. Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem mista, realizado em instituicao publica para tratamento do TEA em Joao Pessoa-PB, com amostra de 30 maes de criancas autistas. Os instrumentos utilizados foram: questionario sociodemografico, analisado atraves do calculo de frequencias simples; a Associacao Livre de Palavras e entrevista semiestruturada, analisadas com o auxilio do programa IRAMUTEQ; e o Inventario de Sobrecarga do Cuidador de Zarit (ZBI), analisado atraves de estatisticas descritivas e inferenciais por meio do SPSS. Os resultados do ZBI indicaram a presenca de sobrecarga moderada na amostra geral, com escore medio de 38,53(DP=12,50), e a partir desse dado pode-se estabelecer 2 niveis de sobrecarga para comparar as RS elaboradas pelas maes. O nivel 1 referiu-se a uma menor sobrecarga e o nivel 2 a uma maior sobrecarga. Observou-se que as maes que apresentaram nivel 1, apesar de representarem o autismo atraves de conteudos negativos, ressaltando as dificuldades, demonstram ter mais esperanca. Ja as maes que apresentaram nivel 2 representaram o autismo sem conteudo representativo de carinho ou esperanca, expressando o cuidar como uma obrigacao que reflete um desafio. De modo geral, as maes representam o autismo como algo dificil de lidar, significando-o na propria dificuldade do exercicio de cuidar, que demanda paciencia e dedicacao. Os cuidados diarios exigem alto investimento das maes, que efetuam um cuidado solitario e em tempo integral. Alem disso, as participantes consideraram o autismo como um misterio, que pode estar relacionado tanto a indefinicao de sua etiologia e consequentemente ao prognostico da crianca, como tambem as duvidas de como cuidar do filho. Diante dos resultados encontrados, verificou-se que a RS do autismo se modifica a partir do nivel de sobrecarga apresentado pelas participantes, estando a sobrecarga mais alta relacionada a uma RS do autismo de conteudos mais negativos. Pode-se identificar que as maes objetivam o autismo nas vivencias diarias com o filho, que refletem a propria sobrecarga, embora o ancorem no amor, indicando que encontram no afeto fonte de motivacao e superacao para as adversidades. Espera-se, com esta pesquisa, fornecer dados cientificos que possam contribuir para elaboracao de politicas publicas visando a melhoria do suporte social oferecido a essas maes, com estrategias de apoio e prevencao de complicacoes de saude, fisica e emocional, oriundas da sobrecarga. Acredita-se que os dados deste estudo podem auxiliar nos programas de conscientizacao acerca do TEA, uma vez que as representacoes sociais de conteudo negativo apresentadas pelas maes refletem o que esta posto na sociedade e alimentam a sobrecarga do cuidador. Espera-se, ainda, fomentar reflexoes sobre a elaboracao de estrategias que visem reduzir os conteudos negativos das RS do autismo elaboradas pelas maes, tendo em vista que essas RS orientam os comportamentos e justificam as atitudes dessas maes frente aos seus filhos autistas, estando suas condutas diretamente relacionadas ao desenvolvimento das criancas.
  • TÁTILA RAYANE DE SAMPAIO BRITO
  • ADESÃO AO TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL: UMA EXPLICAÇÃO PAUTADA NOS VALORES HUMANOS, NA POSITIVIDADE E NO COPING
  • Data: 06/03/2017
  • Hora: 16:00
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  • Este estudo teve por objetivo geral analisar se os valores humanos, a positividade e o coping predizem a adesao ao tratamento antirretroviral. Em especifico, buscou-se conhecer a relacao entre as subfuncoes valorativas, a positividade, os tipos de coping e a adesao ao tratamento; e identificar em que medida os valores humanos, a positividade e o coping explicam a adesao ao tratamento antirretroviral. Para tanto, contou-se com uma amostra de 199 pacientes que vivem com HIV/AIDS, com idade media de 41 anos, variando entre 18 e 73 (DP = 10,98), em sua maioria homens (55,3%), solteiros (51,8%), heterossexuais (80,9%), com escolaridade fundamental (44,7%), que nao estao trabalhando no momento (62,3%) e de classe media (44,7%). Todos estavam em tratamento antirretroviral no Hospital de Doencas Infectocontagiosas Clementino Fraga, localizado na cidade de Joao Pessoa – PB. Apos aprovacao do Comite de Etica em Pesquisa da Universidade Federal da Paraiba, os participantes responderam o Questionario dos Valores Basicos, a Escala de Positividade, o Brief COPE, a Escala de Adesao ao Tratamento – CEAT – VIH, o questionario de evolucao da infeccao por HIV e o questionario sociodemografico. Os dados foram analisados utilizando os programas estatisticos PASW e AMOS (ambos em sua versão 18). Com o primeiro, realizaram-se estatisticas descritivas, análise de correlação r de Pearson e regressão linear simples e múltipla. Com o segundo, realizou-se uma análise de caminhos, estabelecendo como variáveis antecedentes as subfuncoes valorativas, a positividade e o coping positivo, e como variável consequente a adesao ao tratamento antirretroviral. Os resultados indicaram que as subfuncoes valorativas normativa, interativa e existencia relacionaram-se positivamente com a adesao ao tratamento antirretroviral. Ademais, observou-se que a adesao ao tratamento antirretroviral relacionou-se positivamente com a positividade, o coping positivo, o coping suporte, enquanto que o fez de maneira negativa com o coping negativo. A analise de regressao indicou que a adesao ao tratamento antirretroviral foi predita pelos valores sociais e pelo valor pessoal de existencia, como tambem pela positividade e pelas tres dimensoes do coping. Adicionalmente, construiu-se um modelo explicativo da adesao ao tratamento antirretroviral, tomando-se os valores sociais, a positividade e o coping positivo. Assim sendo, confia-se ter contribuido para a compreensao da tematica, ampliando o entendimento sobre o fenomeno da adesao ao tratamento antirretroviral a partir do papel dos valores humanos e das caracteristicas pessoais positivas.
  • JAQUELINE GOMES CAVALCANTI SA
  • BULLYING E SUAS IMPLICAÇÕES NA ADOLESCÊNCIA: UM ESTUDO PSICOSSOCIOLÓGICO
  • Data: 06/03/2017
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertacao objetivou apreender as representacoes sociais (RS) dos adolescentes acerca do bullying no contexto escolar e construir uma escala de percepcao acerca do bullying. Para atingi-lo fez-se necessario desenvolver tres estudos empiricos. O primeiro teve como objetivo apreender as RS do adolescentes acerca do bullying no contexto de adolescentes escolares. Participaram desse estudo 31 adolescentes com idades de 12 a 18 anos, sendo a maioria do sexo feminino (73,3%) e do ensino medio (63,3%), os quais responderam a uma entrevista em profundidade e um questionario sociodemografico. Os dados foram submetidos a estatisticas descritivas com o auxilio do IBM-SPSS (versao 21), e analise lexicografica pelo software Iramutec. Os dados resultantes da entrevista apos o processamento pelo iramutec revelaram a emergencia de seis classes distintas. O saber compartilhado pelos escolares ancorou o bullying como uma forma de expressao do preconceito e de intolerancia as diferencas, sendo por vezes reconhecida como sinonimo de brincadeira, realidade que pode mascarar a enredamento do problema. Alem disso, os adolescentes conceituaram o bullying, suas modalidades e consequencias, as quais, por seu tempo, demandam suporte aos escolares (envolvidos ou nao), apoiando-os e/ou empoderando-os ao enfrentamento do problema por meio de denuncias. A partir dessas entrevistas prosseguiu-se com o segundo estudo que teve como objetivo elaborar uma escala de percepcao do bullying escolar, bem como, testar seus parametros psicometricos: validade e precisao. Para alcancar esses objetivos, contou-se com a participacao de 447 estudantes, os quais responderam a escala de percepcao do bullying escolar e um questionario sociodemografico. Os dados, analisados pelo software IBM-SPSS (versao 21) e pelo software R, apresentaram parametros psicometricos satisfatorios quando considerada uma estrutura bidimensional. Finalmente realizou-se o terceiro estudo dessa dissertacao cujo objetivo foi conhecer a relacao entre vitimizacao, percepcao acerca do bullying escolar; e a sintomatologia depressiva. Para isso, contou-se com uma amostra de 243 adolescentes. Esses responderam aos seguintes instrumentos: Escala de Percepcao de Bullying escolar; Escala California de Vitimizacao e o CDI. Os resultados apontaram para uma relacao da vitimizacao com a percepcao do enfrentamento frente ao bullying e com a sintomatologia depressiva. Alem disso, observou-se efeitos da vitimizacao na percepcao do enfrentamento frente ao bullying e na sintomatologia depressiva. Diante do exposto, conclui-se que conhecer a forma como os adolescentes percebem o bullying pode colaborar na elaboracao de instrumentos de avaliacao, estrategias de intervencao e/ou prevencao desse fenomeno.
  • MARIA APARECIDA TRINDADE DO NASCIMENTO
  • ATITUDES FRENTE ÀS EMPREGADAS DOMÉSTICAS: VALORES HUMANOS E DOMINÂNCIA SOCIAL.
  • Data: 06/03/2017
  • Hora: 14:00
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  • Dentro suas manifestacoes contemporaneas, o trabalho domestico e uma organizacao global e um fenomeno que perpetua hierarquias com base em raca, etnia, estatuto indigena, casta e nacionalidade. Por este motivo muito tem se discutido em torno dos direitos e deveres desta classe trabalhadora e suas eventuais consequencias. No entanto, faz-se necessario investigar as atitudes formadas em relacao a estes profissionais e sua relacao com outros criterios de orientacao, tais como as prioridades valorativas e a orientacao a dominancia social. Neste sentido o objetivo da presente dissertacao foi investigar a relacao entre as atitudes frente as empregadas domesticas, valores humanos e dominancia social, oferecendo tambem um instrumento que reuna qualidades psicometricas aceitaveis para mensurar tais atitudes. O estudo 1 contou com a participacao de 200 sujeitos estudantes universitarios, onde os resultados demonstraram que a escala de Atitudes Frente as Empregadas Domesticas possui quatro fatores: Direitos Trabalhistas, Estima e Respeito, Trabalho Extra, e Exclusao. Todos demonstraram consistencia interna proxima ou superior a recomendada pela literatura, variando de 0,51 a 0,74. Alem disso tambem buscou-se conhecer os parametros psicometricos da Escala de Motivacao para Responder sem Preconceito Frente a Empredas Domesticas, a qual se estruturou em dois fatores, Preconceito Velado e Nao-preconceito, com valores alfa de 0,83 e 0,74, respectivamente. No estudo 2 contou-se com uma amostra de 210 respondentes da populacao geral e buscou conhecer evidencias adicionais de validade fatorial e consistencia interna da Escala de Atitudes Frente a Empregadas Domesticas , por meio da Analise Fatorial Confirmatoria. Os resultados demonstraram que a estrutura tetrafatorial apresentou indices de ajuste superiores aos recomendados na literatura, bem como consistencia interna variando de 0,51 a 0,77. Alem disso observou-se os fatores Preconceito Velado e Nao-Preconceito apresentaram correlacoes significativas tanto com os fatores da Escala de Atitudes Frente as Empregadas Domesticas como com as subfuncoes valorativas. Conclui-se que as escalas ora analisadas apresentam qualidades psicometricas aceitaveis, podendo ser utilizadas para medicao das atitudes e preconceito frente as empregadas domesticas.
  • MARIA APARECIDA TRINDADE DO NASCIMENTO
  • ATITUDES FRENTE ÀS EMPREGADAS DOMÉSTICAS: VALORES HUMANOS E DOMINÂNCIA SOCIAL.
  • Data: 06/03/2017
  • Hora: 08:30
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  • Dentro suas manifestacoes contemporaneas, o trabalho domestico e uma organizacao global e um fenomeno que perpetua hierarquias com base em raca, etnia, estatuto indigena, casta e nacionalidade. Por este motivo muito tem se discutido em torno dos direitos e deveres desta classe trabalhadora e suas eventuais consequencias. No entanto, faz-se necessario investigar as atitudes formadas em relacao a estes profissionais e sua relacao com outros criterios de orientacao, tais como as prioridades valorativas e a orientacao a dominancia social. Neste sentido o objetivo da presente dissertacao foi investigar a relacao entre as atitudes frente as empregadas domesticas, valores humanos e dominancia social, oferecendo tambem um instrumento que reuna qualidades psicometricas aceitaveis para mensurar tais atitudes. O estudo 1 contou com a participacao de 200 sujeitos estudantes universitarios, onde os resultados demonstraram que a escala de Atitudes Frente as Empregadas Domesticas possui quatro fatores: Direitos Trabalhistas, Estima e Respeito, Trabalho Extra, e Exclusao. Todos demonstraram consistencia interna proxima ou superior a recomendada pela literatura, variando de 0,51 a 0,74. Alem disso tambem buscou-se conhecer os parametros psicometricos da Escala de Motivacao para Responder sem Preconceito Frente a Empredas Domesticas, a qual se estruturou em dois fatores, Preconceito Velado e Nao-preconceito, com valores alfa de 0,83 e 0,74, respectivamente. No estudo 2 contou-se com uma amostra de 210 respondentes da populacao geral e buscou conhecer evidencias adicionais de validade fatorial e consistencia interna da Escala de Atitudes Frente a Empregadas Domesticas , por meio da Analise Fatorial Confirmatoria. Os resultados demonstraram que a estrutura tetrafatorial apresentou indices de ajuste superiores aos recomendados na literatura, bem como consistencia interna variando de 0,51 a 0,77. Alem disso observou-se os fatores Preconceito Velado e Nao-Preconceito apresentaram correlacoes significativas tanto com os fatores da Escala de Atitudes Frente as Empregadas Domesticas como com as subfuncoes valorativas. Conclui-se que as escalas ora analisadas apresentam qualidades psicometricas aceitaveis, podendo ser utilizadas para medicao das atitudes e preconceito frente as empregadas domesticas.
  • MOISES FERNANDES DE ARAUJO SILVA
  • ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DE MEDIDAS REFERENTES À AUTONOMIA COMPORTAMENTAL
  • Orientador : CLEONICE PEREIRA DOS SANTOS CAMINO
  • Data: 03/03/2017
  • Hora: 15:00
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  • O interesse do presente estudo centrou-se em analisar a autonomia na adolescência enquanto habilidade ou capacidade social, mais especificamente sobre a autonomia comportamental. Em nível internacional, a autonomia comportamental na adolescência tem sido estudada de maneira relevante, contudo, pouca produção publicada sobre o tema foi encontrada no Brasil. Talvez a insuficiência de trabalhos sobre o tema se deva a falta de instrumentos para avaliá-lo. Assim, tendo em vista a importância do tema da autonomia comportamental para a melhor compreensão do desenvolvimento psicossocial do adolescente e a necessidade de medidas para avaliá-lo, o objetivo geral do presente estudo foi a adaptação e validação de dois instrumentos referentes à avaliação da autonomia comportamental. Além disso, buscou-se investigar as influências de gênero, do avanço da idade e do contexto educacional dos adolescentes. Julga-se que a compreensão da Teoria do Domínio Pessoal (Nucci & Weber, 1995) fornece uma abordagem teórica relevante para a compreensão do desenvolvimento da autonomia comportamental e das suas relações com as variáveis consideradas neste estudo. Deste modo, o presente trabalho inicia pela apresentação de um capítulo cujo objetivo é revisar na literatura os principais conceitos de autonomia comportamental utilizados; e as variáveis associadas a esse construto. Foram selecionados apenas artigos que utilizaram a medida em processo de validação no presente estudo. No entanto, ainda pretende-se revisar os estudos que investigaram o tema a partir de outras abordagens metodológicas. O capítulo 2 tem por objetivo conceituar e caracterizar o Domínio Pessoal, apresentando os principais estudos que desenvolveram o tema, assim como as pesquisas que investigaram a relação desse domínio com outras variáveis. Os capítulos subsequentes dizem respeito à realização do estudo de validação. O Capítulo 3 descreve a amostra, os procedimentos e o método utilizados no estudo; o Capítulo 4 apresenta os principais resultados; e, por fim, o Capítulo 6 discute a aplicação deles, bem como as limitações e futura direção do estudo.
  • THALITA LAYS FERNANDES DE ALENCAR
  • Intervenção para o Perdão com Apenados
  • Data: 03/03/2017
  • Hora: 10:00
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  • Esta dissertacao consiste em um trabalho de intervencao com o objetivo de promover atitudes para receber o perdao e autoperdoar-se em um grupo de apenados. Este estudo fundamenta-se na teoria do perdao interpessoal de Enright et al. (1991, 1996), que concebem o perdao como uma atitude moral que contribui para resolucao de conflitos, continuidade das relacoes e manutencao dos vinculos afetivos, favorecendo o bem-estar fisico e emocional de vitimas e ofensores. E possivel estudar o perdao a partir em tres dimensoes: uma dimensao voltada para as vitimas, oferecer o perdao, e duas dimensoes voltadas para os ofensores, receber o perdao e autoperdao. Estas dimensoes sao independentes, porem relacionadas, e seguem uma progressao de desenvolvimento com componentes semelhantes distribuidos por quatro fases: reconhecimento, decisao, resolucao e aprofundamento. Essa pesquisa foi realizada com delineamento quase-experimental constituido por dois grupos: um grupo experimental que recebeu o tratamento da intervencao e o grupo controle que nao recebeu nenhum tratamento. Para avaliar os grupos foram utilizadas medidas de pre-teste e pos-teste. Participaram do estudo 22 apenados do sexo masculino em regime semiaberto na Penitenciaria de Seguranca Media Juiz Hitler Cantalice, na cidade de Joao Pessoa – PB, sendo cinco participantes do grupo experimental com idades entre 28 e 47 anos (M = 36,40; DP = 7,13) e 17 participantes do grupo controle com idades entre 20 e 49 anos (M = 31,24; DP = 8,22). Foram utilizadas medidas de Receber o Perdao, Autoperdao, Desejabilidade Social, Vulnerabilidade, Ansiedade, Depressao e Autoestima. O programa de intervencao consistiu em 17 sessoes com duracao de aproximadamente 90 minutos. Os encontros foram realizados em grupo e foram norteados pelo Manual de Intervencao para Ofensores, que foi construido pelos autores deste estudo, sendo adotadas como base as variaveis psicologicas e unidades dos processos clinicos de Receber o Perdao e Autoperdao. Os resultados mostraram que as ofensas foram predominantemente associadas a relacionamentos amorosos e pessoas proximas dos ofensores. Testes Mann-Whitney mostraram que nao houve diferencas significativas entre os grupos antes ou depois da intervencao. Com a finalidade de verificar diferencas entre o pre-teste e o pos-teste dentro de cada grupo foram realizados testes de Wilcoxon para amostras relacionadas que mostraram que apenas o grupo que recebeu tratamento experimental apresentou diferencas significativas do pre-teste para o pos-teste nas variaveis Receber o Perdao (MDPre= 3; MDPos= 4; z = -2,00; p = 0,046), Desejabilidade Social (MDPre= 17; MDPos= 22; z = -2,032; p = 0,042), Vulnerabilidade (MDPre= 78; MDPos= 38; z = -2,023; p = 0,043) e Ansiedade (MDPre= 67; MDPos = 46; z = -2,023; p = 0,043). Utilizando o metodo desenvolvido por Jacobson e Truax (“Metodo JT”, em Aguiar, Aguiar, & Del Prette, 2009) foi possivel analisar individualmente as mudancas confiaveis ocorridas que podem ser atribuidas ao tratamento experimental, bem como a significancia clinica dessas mudancas, que informa o quao robustas elas foram. Os participantes P1, P2, P3 e P4 apresentaram melhoras confiaveis em Receber o Perdao, os participantes P1 e P4 no Autoperdao, os participantes P1, P2 e P3 na Autoestima, o participante P3 na Depressao e os participantes P2 e P4 na Vulnerabilidade. Foram clinicamente significativas todas as mudancas em Autoestima e a mudanca em Autoperdao ocorrida no participante P1. Mudancas negativas confiaveis ocorreram apenas com o participante P5 nas variaveis Autoperdao e Autoestima, porem sem significancia clinica. E possivel afirmar que intervencao possibilitou a aprendizagem e elaboracao de estrategias de enfrentamento que poderao ser utilizadas pelos participantes na resolucao de conflitos e ter impacto na vida deles dentro e fora da prisao, podendo auxiliar, inclusive, na sua reinsercao social.
  • LAYANNE VIEIRA LINHARES
  • CRENÇA NO MUNDO JUSTO E DITADOS POPULARES
  • Data: 02/03/2017
  • Hora: 15:00
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  • Este trabalho se insere no conjunto de estudos sobre a Crenca no Mundo Justo (CMJ) e a discriminacao, tendo dois objetivos principais: a) investigar o papel moderador da CMJ na discriminacao contra homossexuais e b) desenvolver uma medida de CMJ que possua parametros psicometricos mais adequados ao Brasil. Para tanto, realizou-se tres estudos. Nos dois estudos iniciais (N = 177; N = 122), que formaram o primeiro artigo desta dissertacao, foi desenvolvido um novo instrumento da CMJ. Em conjunto, os resultados indicaram uma solucao unifatorial, com consistencia interna de 0,78, bem como uma correlacao positiva com outras escalas de CMJ validadas no Brasil e indices significativos, indicando o poder da nova escala de predizer a vitimizacao secundaria. Considera-se assim que os resultados apresentaram indices satisfatorios. O terceiro estudo (N = 295), que formou o segundo artigo, investigou a discriminacao contra homossexuais masculinos portadores da AIDS e a influencia da CMJ nas atribuicoes de responsabilidade pela sua doenca. Os resultados indicaram que os efeitos isolados da orientacao sexual e do tipo de doenca foram significativos, revelando que aos sujeitos portadores da AIDS foi atribuida mais responsabilidade do que aos portadores de cancer de pulmao, bem como os homossexuais foram mais responsabilizados do que os heterossexuais. O efeito isolado da CMJ nao foi significativo. Os resultados da moderacao indicaram que a CMJ exerce um papel moderador na atribuicao de responsabilidade, revelando que os participantes com alta adesao a CMJ responsabilizaram mais os homossexuais e os portadores da AIDS.
  • CIBELE SOARES DA SILVA COSTA
  • VIVÊNCIA E PROJETO DE VIDA DE JOVENS EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
  • Data: 02/03/2017
  • Hora: 09:00
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  • O objetivo geral desta dissertacao e analisar as implicacoes das vivencias de jovens em cumprimento de medidas socioeducativas para a construcao do projeto de vida. Sao objetivos especificos: analisar as vivencias dos jovens nas medidas socioeducativas; analisar os sentidos atribuidos pelos jovens para a experiencia do cumprimento das medidas socioeducativas; identificar o projeto de vida construido pelos jovens a partir das vivencias no cumprimento das medidas socioeducativas e identificar no Plano Individual de Atendimento (PIA) os registros sobre o projeto de vida dos jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. A fundamentacao teorica tem como base a perspectiva da Teoria Historico-Cultural de Vigostki, utilizando-se as categorias teoricas: Vivencia, Sentido e Projeto de Vida. A pesquisa foi realizada em uma instituicao que executa a medida socioeducativa de internacao em Joao Pessoa (PB), utilizando-se entrevistas individuais e uma pesquisa documental, abordando os registros sobre o projeto de vida nos Planos Individuais de Atendimento. Foram entrevistados dez jovens e analisados cinco PIAs. Para a analise dos dados procedeu-se a analise de conteudo e analise descritiva. Observou-se que a medida socioeducativa e significada como uma prisao e marcada pela ociosidade, contraditoriamente tambem apontaram para a medida socioeducativa como medida protetiva, oportunidade de realizar um curso profissionalizante e reinsercao escolar. Os jovens avaliam que a medida socioeducativa pouco contribui para a construcao do projeto de vida. Os cinco PIAs analisados nao traziam informacoes completas e apresentavam respostas repetidas. Percebe-se que na medida socioeducativa de internacao sobressai-se o carater sancionatorio em detrimento de uma acao pedagogica.
  • DALILA CASTELLIANO DE VASCONCELOS
  • CONCEPÇÕES DE MÃES, PAIS E EDUCADORAS SOBRE DESENVOLVIMENTO INFANTIL E GÊNERO
  • Data: 24/02/2017
  • Hora: 09:00
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  • Desde muito cedo, a interacao entre adultos e criancas e influenciada por questoes de genero. Esse e um aspecto importante do desenvolvimento infantil, uma vez que as concepcoes de genero dos adultos podem possibilitar diferentes oportunidades de desenvolvimento para meninas e meninos. Na primeira infancia, dois grandes contextos socializadores diretos fazem parte da vida da crianca: a familia, que e o contexto socializador primario, e a escola. Considerando isso, esta pesquisa tem o objetivo de identificar e analisar as concepcoes de maes, pais e educadoras de criancas de dois e tres anos de idade a respeito do desenvolvimento infantil e das relacoes de genero na infancia. Foram entrevistadas 40 maes - 20 de meninas e 20 de meninos - 40 pais, com a mesma distribuicao, e 20 educadoras - dez de centros de educacao infantil publicos e 10 de centros de educacao infantil privados. Os dados foram analisados a partir das contribuicoes teorico-metodologicas da analise de conteudo de Bardin. Os resultados indicam que as concepcoes sobre desenvolvimento infantil dos participantes influenciam as estrategias de cuidado utilizadas e as metas de socializacao apresentadas por eles. Maes, pais e educadoras definem meninas e meninos de forma antagonica, porquanto afirmam que as meninas sao delicadas, disciplinadas e gostam de brincadeiras de meninas, e que os meninos sao indisciplinados, ativos, agitados e gostam de brincadeiras de meninos. Um total de 65% de maes e pais de meninas e 25% das educadoras afirmaram que utilizam diretivos sexistas na interacao com meninas. Na interacao com meninos, esse numero se eleva para 95%, entre maes e pais de meninos e 65% das educadoras, o que indica que os meninos sofrem mais interferencias em seu comportamento do que as meninas. Os participantes interferem nas acoes das criancas e delimitam o que sao atividades exclusivas de cada sexo quando as criancas manipulam brinquedos e roupas e acessorios considerados do sexo oposto e expressam comportamentos tambem considerados do sexo oposto. Os pais afirmaram que nao interferem para que os filhos brinquem com criancas do mesmo sexo, entretanto, ao oferecer brinquedos diferentes para meninas e meninos, alem de propiciar uma esteriotipia na forma de brincar, eles poderao contribuir para a segregacao sexual entre as criancas durante as brincadeiras. Tais concepcoes devem ser consideradas em propostas de intervencao que visem a promocao do desenvolvimento infantil e relacoes de genero mais equitativas.
  • FLÁVIA MARCELLY DE SOUSA MENDES DA SILVA
  • O TRABALHAR DOS PROFISSIONAIS DOS SERVIÇOS GERAIS DE LIMPEZA HOSPITALAR: UMA ANÁLISE DA RELAÇÃO TRABALHO-SAÚDE
  • Data: 24/02/2017
  • Hora: 09:00
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  • A presente dissertacao tem como objetivo analisar a relacao entre trabalho e saude dos profissionais dos servicos gerais de limpeza hospitalar de um Hospital Universitario de uma capital do Nordeste brasileiro. Do ponto de vista teorico, a Psicodinamica do Trabalho e a Ergonomia da atividade sao as principais abordagens utilizadas para analisar as complexas elacoes entre trabalho e a saude dos servidores de limpeza hospitalar. Quanto ao metodo privilegiou-se uma abordagem qualitativa, os instrumentos utilizados foram uma entrevista individual semiestruturada (baseada em um roteiro construido a partir das categorias teoricas da pesquisa) e um questionario sociodemografico. Os dados foram analisados por meio do software IRAMUTEQ. A amostra foi composta por 30 servidores de limpeza hospitalar, com idade variando de 21 a 61 anos (M = 40,3; DP = 11,0), solteiros (43,3%), do sexo feminino (66,7 %), ensino medio incompleto (50%). O tempo de servico variou de tres dias a 28 anos na organizacao pesquisada. A partir da analise da Classificacao Descendente Hierarquica, o corpus se dividiu em 5 classes que foram nomeadas a partir de seus descritores mais representativos: Riscos no Trabalho, Formacao e Historia Profissional, Condicoes de trabalho, Sofrimento no trabalho e Estrategias de Defesa e Organizacao do Trabalho. Alem disso, atraves da analise de similitude, constatou-se que a palavra gente apareceu como nucleo central da distribuicao, estabelecendo conexao com as palavras trabalho e trabalhar. Na nuvem de palavras, evidenciaram-se as palavras com maior frequencia no discurso: trabalho, gente, trabalhar, hospital, limpeza, passar, casa, servico, Deus, treinamento, reuniao. No que se refere aos resultados constatou-se que os servidores de limpeza estao expostos a riscos em seu ambiente de trabalho, sendo estes fisicos, quimicos e biologicos decorrentes das situacoes de vulnerabilidade, dentre os quais foram identificados problemas infecciosos, osteomusculares, alem de problemas de ordem psiquica: ansiedade, estresse, alteracoes de sono, desgaste emocional. Quanto a historia e formacao profissional verificou-se que a maioria possui baixa qualificacao profissional, e sendo este o primeiro emprego de carteira assinada, tendo como empregos anteriores: empregada domestica, diarista, garcons, caseiro, e um treinamento deficitario que gera ansiedade e inseguranca aos servidores. No que diz respeito as condicoes de trabalho verificou-se que a ausencia de alguns equipamentos de seguranca (e.g., luva, mascara, gorro) expoe os servidores a situacoes de risco e que incidem na saude destes trabalhadores. Como fonte de sofrimento no trabalho ficou evidente o relacionamento conflituoso com a chefia, a invisibilidade e o preconceitos sofridos e a insatisfacao salarial. Entretanto, verificou-se como fonte de prazer o sentimento de utilidade na manutencao da limpeza e zeladoria do hospital, e sobretudo, o relacionamento com os pares. Os elogios proferidos pelos usuarios, pacientes e outros profissionais enalteciam o sentimento de utilidade e assim, transformavam o sofrimento em prazer no trabalho. Por fim, e nao menos importante, a organizacao do trabalho por meio de uma rigorosa fiscalizacao da chefia, controle do tempo, dos movimentos e das pausas, alem da alta sobrecarga de trabalho. Desta forma, almeja-se, por meio dos resultados deste estudo, contribuir para a producao de conhecimentos sua saude e dos aspectos que envolvem os servidores de limpeza hospitalar.
  • EDILANE NUNES REGIS BEZERRA
  • SAÚDE MENTAL MASCULINA: PREVALÊNCIA E VULNERABILIDADES AOS TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS NOS CONTEXTOS RURAL E URBANO.
  • Data: 23/02/2017
  • Hora: 14:00
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  • O adoecimento psiquico, com destaque para os Transtornos Mentais Comuns (TMC), e um dos gran¬des problemas enfrentados na atualidade, de natureza nao psicotica, tais transtornos envolvem um conjunto de sinais e sintomas relacionados, principalmente, as queixas somaticas e sintomas depressivos e ansiosos, geralmente associadas as condicoes de vida e a estrutura ocupacional. Neste sentido, objetiva-se analisar os aspectos de vulnerabilidades aos transtornos mentais comuns em homens paraibanos comparando os contextos urbano e rural. Foram realizados dois Estudos Empiricos. O primeiro trata-se de uma pesquisa quantitativa, epidemiologica, com objetivo de estimar a prevalencia dos transtornos mentais comuns em homens da capital e de cidades rurais paraibanas, associados com fatores socioeconomicos, de estilos de vida, busca por atendimento e saude mental. Para uma amostra de 432 homens (160 residentes na capital e 272 em cidades rurais), na faixa etaria de 24 a 59 anos, foi aplicado um conjunto de instrumentos: SRQ-20 (rastreamento de transtornos mentais nao-psicoticos); Questionarios de Estilo de Vida; de Acesso e Atendimento em Saude; de Saude Mental; Socio-demografico, cujos resultados foram analisados por estatistica descritiva, razao de prevalencia, de associacao (qui-quadrado e test t) e multivariada (regressao logistica). A prevalencia de TMC encontrada entre os homens do contexto urbano foi de 46,3% e 18,4% no rural. Foi observado associacao entre a presenca de TMC com a faixa etaria (X2=9,183; p=0,01), com maior prevalencia na faixa etaria mais jovem (44%), diminuindo no decorrer da vida (40% na faixa entre 30 e 49 anos e 15% na faixa acima de 50 anos). A associacao com a escolaridade (X2=11,182; p=0,01) aponta o aumento da prevalencia juntamente com o aumento da escolaridade (fundamental: 29%; medio: 38%; superior: 30%), podendo-se inferir, dado a baixa renda familiar da amostra, que o sofrimento pode decorrer pela ausencia de melhoria na renda apos o aumento da escolaridade. Por fim, houve associacao da presenca de TMC com o estado civil (X2=11,755; p=0,008), com maior diferenca entre os solteiros (43%). O segundo estudo, qualitativo, objetivou analisar – a partir do relato dos participantes- quais elementos (individuais, sociais e programaticos) de vulnerabilidades aos TMC estao presentes nas vivencias dos homens de cidades rurais e urbana. Contou com a participacao de 07 homens do contexto rural e 15 do contexto urbano, com idades entre 24 e 59 anos, utilizando-se de entrevistas individuais, analisadas por meio da tecnica de analise categorial tematica. A categorizacao tematica permitiu a obtencao de tres classes tematicas: a primeira intitulada “Contextos de sofrimento masculino” fez referencia aos aspectos individuais do sofrimento e envolveu sete categorias de analise, a saber, a) Sintomatologia; b) Principais motivos para o adoecimento; c) Consequencias do adoecimento; d) Praticas de autocuidado; e) Cuidado em saude; f) Cuidado em saude mental; g) Rede de apoio social. Ja a segunda classe tematica, intitulada “Vivencias de sofrimento psiquico masculino, fez referencia aos aspectos sociais e intersubjetivos do sofrimento e envolveu quatro categorias de analise, a) Problemas relacionais; b) Relacoes de genero; c) Fatores no trabalho que interferem na saude psiquica; d) Cotidiano urbano e rural. Os resultados permitiram concluir que os homens do contexto urbano apresentaram maior prevalencia de transtorno mental comum, os eventos que mais foram associados a uma maior probabilidade de ocorrencia de TMC foram, violencia urbana, assalto ou roubo, vulnerabilidades (problemas financeiros, desemprego, problemas conjugais), problemas de saude (familiares, pessoal), sobrecarga de trabalho, baixa autoestima. Palavras-chave: vulnerabilidades, transtornos mentais comuns, homens, contexto urbano, contexto rural.
  • GABRIELA FERNANDES ROCHA
  • A POLÍTICA DE SAÚDE NO ENFRENTAMENTO AO TRABALHO INFANTIL
  • Data: 23/02/2017
  • Hora: 14:00
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  • A POLITICA DE SAUDE NO ENFRENTAMENTO AO TRABALHO INFANTIL Aluna: Gabriela Fernandes Rocha Orientadora: Maria de Fatima Pereira Alberto A presente tese tem como objetivo geral analisar a politica de saude no enfrentamento ao trabalho infantil como garantia de direitos. Os objetivos especificos sao: identificar as acoes da politica de saude no enfrentamento ao trabalho infantil; identificar as acoes da atencao basica na promocao de saude e no desenvolvimento da crianca e adolescente trabalhador; caracterizar o sentido de “trabalho infantil” para os profissionais de saude; investigar as praticas quando se deparam com a existencia de trabalho infantil nas familias ou comunidades onde atuam; compreender de que forma a atuacao dos profissionais de saude esta relacionada a protecao e garantia dos direitos de criancas e adolescentes; identificar as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saude no processo de registro dos casos de trabalho infantil. Os problemas de tese sao: Ha enfrentamento ao trabalho infantil pela Politica de Saude? Qual o papel dos profissionais no enfrentamento ao trabalho infantil no ambito da atencao integral a saude de criancas e adolescentes? Os pressupostos sao os seguintes: As Politicas Publicas de Saude se constituem como mantenedoras do processo de exclusao e desigualdade social; A Atencao Basica em Saude nao assegura as oportunidades e facilidades a fim de facultar o desenvolvimento de criancas e adolescentes trabalhadores; Os profissionais de saude consideram o trabalho como educativo e formador, mesmo se realizado na infancia; Os profissionais de saude associam violacao de direitos aos trabalhos que envolvem violencia fisica ou exploracao; As formacoes e capacitacoes ofertadas pelo municipio nao preparam o profissional para identificar o trabalho infantil como violacao de direito e exploracao. Foi realizada uma pesquisa documental e uma pesquisa de campo. Os documentos utilizados foram fichas de acidente de trabalho, acessados no CEREST (Centro de Referencia em Saude do Trabalhador). Na atencao basica nao tinham registros acerca do trabalho infantil. Encontrou-se essas notificacoes de acidentes de trabalho no servico de vigilancia. Os participantes da pesquisa da campo foram profissionais de saude que trabalham em Unidades Basicas de Saude (UBS) da cidade de Joao Pessoa. O instrumento utilizado na coleta de dados foi uma entrevista semiestruturada. Os documentos foram analisados por meio do software SPSS versao 20. As entrevistas foram analisadas por meio do software QDA Miner. Os resultados dos documentos indicaram ausencia de registros sobre trabalho infantil nas UBS, embora haja a recomendacao 777 do Ministerio de saude (Brasil, 2004), que determina tal acao. Pode-se verificar que do total de 62 fichas analisadas, referentes ao periodo de 2011 a 2013, 95,72% de criancas e adolescentes acidentados sao do sexo masculino e 4,25% do sexo feminino e as idades variam entre 9 e 17 anos. Um problema observado foi o preenchimento inadequado da ficha, pois 42,64% dos itens nao fornecem os dados previstos, ou seja, sao deixados em branco ou preenchidos como “ignorado”. Em relacao a pesquisa de campo, foram realizadas doze entrevistas, de acordo com a disponibilidade dos profissionais em participar. Em relacao as entrevistas, foram doze no total, sendo distribuidas da seguinte forma: cinco agentes comunitarios de saude, cinco enfermeiras, uma dentista e uma tecnica de enfermagem. A analise resultou nas seguintes categorias: Sentido de trabalho infantil; Existencia de trabalho infantil; Atendimento; Demandas sociais; Atuacao contra o trabalho infantil; Formacao e Notificacao. Palavras-chave: trabalho infantil, politica de saude, profissionais de saude, politicas publicas.
  • JULIANA RIZIA FELIX DE MELO
  • PRECONCEITO FLAGRANTE E SUTIL FRENTE À ESQUIZOFRENIA: EXPLICAÇÕES COM BASE EM CRENÇAS CAUSAIS E ESTEREÓTIPOS
  • Data: 23/02/2017
  • Hora: 09:00
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  • O preconceito frente a esquizofrenia e um fenomeno muito presente e enraizado no tecido social. Os estudos mais atuais na area do preconceito mostram que este nao se da mais apenas de forma flagrante, uma vez que expressar o preconceito de maneira aberta numa sociedade considerada democratica e igualitaria tornou-se contra as normas sociais; entretanto, sabe-se que o preconceito nao deixou se existir, mas assumiu formas mais sutis de manifestacao. Diante disso, objetivou-se propor um modelo de preconceito flagrante e preconceito sutil para o contexto da esquizofrenia, indicando os estereotipos e as crencas causais que explicam esses dois tipos de preconceito. Para o alcance desse objetivo, foram realizados 3 estudos de cunho quantitativo e descritivo. O primeiro visou criar e validar as escalas de: percepcao de inadequacao ao padrao de normalidade, exagero das diferencas grupais e benevolencia; alem disso, se adaptou com o termo “portador de esquizofrenia” as escalas de: percepcao de ameaca frente o doente mental e a escala de distancia social frente o doente mental; sendo, portanto, essas cinco escalas os instrumentos deste primeiro estudo. A amostra contou com 200 estudantes de universidades publicas e privadas de cidades da Paraiba, com media de idade de 25,31 anos (DP=7,21). Os dados foram analisados por meio do SPSS, em que foram realizadas analises fatoriais exploratorias. As escalas apresentaram bons indices psicometricos com Alfas de Cronbach variando de 0,62 a 0,84. Com o intuito de efetuar uma analise confirmatoria da estrutura destas medidas, realizou-se o segundo estudo, que contou com 200 estudantes de universidades publicas e privadas de cidades da Paraiba, com media de idade de 24,82 anos (DP=6,97). Na analise dos dados foi utilizado o programa AMOS, que foi empregado para realizar analises fatoriais confirmatorias, adotando-se o estimador ML (Maxima Verossimilhanca). Os resultados das analises fatoriais confirmatorias permitiram comprovar a estrutura fatorial das escalas, as quais apresentaram indices de ajustes satisfatorios. Tendo em vista a adequabilidade das escalas propostas, realizou-se o terceiro estudo com o objetivo de testar o modelo do preconceito flagrante e sutil, indicando os estereotipos e as crencas causais que explicam esses dois tipos de preconceito. Para isso, contou-se com 200 estudantes de universidades publicas e privadas de cidades da Paraiba, com media de idade de 29,1 anos (DP=8,52). Utilizou-se como instrumentos as cinco escalas validadas nos estudos 1 e 2, bem como uma de estereotipos e uma de crencas causais. Foram efetuadas analises estatisticas descritivas e inferenciais por meio do SPSS e confirmatorias por meio do AMOS. Constatou-se que o modelo com dois fatores correlacionados, denominados de Preconceito Flagrante (reunindo as dimensoes: Percepcao de ameaca e Rejeicao a relacoes de intimidade) e Preconceito Sutil (agrupando as dimensoes: Benevolencia, Percepcao de Inadequacao e Exagero das diferencas grupais), foi o modelo que apresentou os melhores indices de ajustes quando comparados com outros seis modelos alternativos, mostrando evidencias de que ha a expressao de um preconceito sutil frente a esquizofrenia. Verificou-se ainda que o estereotipo de periculosidade e as crencas causais religiosas e psicologicas foram as que explicaram o preconceito flagrante. Observou-se tambem que os estereotipos de periculosidade, atribuicao de pena e incapacidade predizem o preconceito sutil, bem como as crencas causais religiosas. Com isso, conclui-se que e fundamental um trabalho de combate ao preconceito que envolva os valores, normas sociais e a propria cultura da nacao brasileira, considerando o preconceito como produzido e sustentado por teias ideologicas mais amplas e complexas, que precisam ser transformadas visando a uma sociedade verdadeiramente mais justa e igualitaria.
  • DANIELA HEITZMANN AMARAL VALENTIM DE SOUSA
  • RELAÇÕES DE GÊNERO E VULNERABILIDADES AO ADOECIMENTO EM CIDADES RURAIS PARAIBANAS
  • Data: 22/02/2017
  • Hora: 13:30
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  • Partindo da premissa de que o cuidado, as praticas em saude e o acesso aos servicos de saude sao influenciados pelas relacoes sociais de genero, sendo vivenciados de maneira diferente por homens e mulheres; tendo como base teorica o Modelo da Vulnerabilidade e Direitos Humanos (Ayres, 2012) e o Conceito Social de Genero (Scott, 1995) este estudo tem como objetivo geral analisar as vulnerabilidades perpassadas pelas relacoes sociais de genero no cuidado, nas praticas de saude e no acesso aos servicos de saude de homens e mulheres residentes em cidades rurais paraibanas. Trata-se de um estudo que teve por abordagem a Analise por Triangulacao de Metodo. A populacao deste estudo foi constituida por moradores (homens e mulheres) de cidades rurais do Estado da Paraiba, consideradas como sendo aquelas com ate de 10.000 habitantes. Uma amostra representativa da populacao foi determinada por um processo de multiplos estagios, considerando as quatro macrorregioes de saude, municipios com menos de 10.000 hab. e populares abordados em seus domicilios, logradouros ou pracas. A amostra quantitativa foi composta por 697 participantes, sendo 334 homens e 363 mulheres residentes em 24 cidades rurais paraibanas. A amostra qualitativa foi constituida por 19 homens e 28 mulheres residentes em 11 cidades rurais paraibanas. Como instrumento de coleta foram utilizados um Questionario sociodemografico, Questionario de Praticas e Acesso em Saude, Observacao e Diario de Campo e Entrevistas semiestruturadas baseada no metodo de cenas (Paiva & Zuchi, 2012). Para apresentacao dos resultados do questionario sociodemografico e questionario de praticas e acesso em saude foram utilizadas estatisticas descritivas, com a utilizacao de medidas de posicao (Media), de variabilidade (Desvio Padrao) e distribuicao de frequencias, alem de medidas de associacao (qui-quadrado e test t). A apresentacao dos conteudos das entrevistas foi realizada com base em Categorias determinadas a partir dos temas suscitados e processados em uma serie de etapas, de acordo com a proposta de Figueiredo (1993). O conteudo do diario de campo contem o registro de informacoes que emergiram do trabalho de campo sendo utilizadas na analise dos dados como complemento e contraponto dos dados recolhidos atraves da mobilizacao dos outros recursos tecnicos selecionados. Apos a analise e a apresentacao dos resultados de cada instrumento utilizado nessa pesquisa, se realizou a Analise por Triangulacao de Metodo, ou seja, se faz uso de tres pontos de referencia para adequar e articular as diferentes unidades, variaveis e indicadores diante da complexidade do contexto investigado, contribuindo para que os resultados obtidos possam ser examinados a partir de varias perspectivas (Minayo, Assis & Souza, 2005). Os resultados parciais, de carater apenas descritivo, apontam para um perfil dos participantes com idade variando de 21 a 89 anos (M=43,9 anos; DP=14,5), 57% casados, heterossexuais (99%) tendo como atividade laboral principal para as mulheres ser dona de casa (32%) e para os homens a agricultura (33%). Embora prevaleca a escolaridade ate o nivel fundamental (60%), tem maior numero de mulheres com ensino superior comparado aos homens (p=0,00). Nao obstante, os homens apresentam maior renda (p=0,00), ainda que na amostra geral, 57% recebem ate dois salarios minimos e as mulheres recebam mais beneficios publicos (32% mulheres/ 15% homens). Em relacao ao estilo de vida, o lazer para as mulheres refere-se a ficar em casa (18%), encontrar as amigas (17%) e frequentar a igreja (13%), enquanto para os homens e encontrar os amigos (24%) e jogar futebol (16%) (p=0,00). A atividade fisica regular foi relatada por 48% das mulheres e 44% dos homens (p=0,01). O tabaco e usado por 19% da amostra, sendo maior para os homens (58% - p=0,01) enquanto 43% sao usuarios de alcool, dos quais 63% sao homens (p=0,01). Os homens (15%) mais do que as mulheres (10%) declararam ter sofrido violencia, na maioria fisica (p=0,05), sendo o agressor desconhecido para os homens (71%) e o conjuge/parceiro para as mulheres (90%). A saude foi vista como prioridade (35%) e associada ao bem-estar (24%) e a melhoria depende de comportamentos individuais (28%) e melhor estrutura dos servicos (22%). As mulheres procuram atendimento em menos tempo (ultimos 6 meses; p=0,00), sendo a demora/mau atendimento (31%), dificuldade de agendamento (16%) e a distancia (16%) os maiores dificultantes. Em relacao aos exames preventivos, apenas 22% dos homens afirmaram ter feito exame de prostata, enquanto 66% das mulheres afirmaram consultas regulares ao ginecologista e ter realizado exame de Papanicolau (85%), USG (53%) e mamografia (29%). O constrangimento em exames intimos com profissional do sexo oposto foi relatado por 43% das mulheres contra 20% dos homens (p=0,00). A categorizacao tematica permitiu a obtencao de tres classes tematicas que foram organizadas conforme o modelo teorico das vulnerabilidades e dos objetivos contemplados nesse estudo: a primeira se refere a “Vulnerabilidade Individual”, que aborda as condicoes concretas, a vida em cena desses homens e dessas mulheres e a forma como experenciam e enfrentam sua realidade no contexto rural, que envolveu duas categorias de analise, a saber: a) “Cenarios do Cotidiano Rural” em que se obteve as subcategorias Ausencia de Trabalho, Ausencia de Recursos, Ausencia de Rede de Apoio, Violencia e Sofrimento Psiquico; e b) “Enfrentamento” em que emergiu as subcategorias Alcool e Rede Privada para os homens e Cuidado com os Filhos e Religiosidade para as mulheres. Na segunda classe tematica, “Vulnerabilidade Social” que contempla as experiencias sociais para os homens e para as mulheres baseadas na percepcao que possuem da diferenca dos sexos, se obteve duas categorias, intituladas: a) “Papeis de Genero” em que emergiram as subcategorias Homem Provedor, Mulher Cuidadora e Necessidades em Saude; e b) “Relacoes com os Servicos de Saude” em que emergiram as subcategorias Busca, Percepcao do Atendimento, Constrangimento e Prevencao. A terceira classe tematica “Vulnerabilidade Programatica” que indica a experiencia dos participantes quando utilizam os postos de saude nas cidades rural pesquisadas, teve as categorias nomeadas, a) “Servico de Saude” obtendo como subcategorias Atendimento e Acesso; e b) “Assistencialismo Partidario”. A leitura do diario de campo aponta para situacoes de desigualdades no cuidado da saude, principalmente pelas disparidades sociais a que estao submetidas. Os principios do SUS sao descumpridos e sobressai a politica partidaria como opressora, a falta de estrutura fisica e investimentos e um cotidiano marcado pela violencia e medo. De maneira geral, os resultados permitiram concluir que, no contexto rural, as concepcoes de genero promovem formas diferenciadas no cuidado, nas praticas de saude e no acesso aos servicos de saude, acentuando a vulnerabilidade de homens e de mulheres ao adoecimento e ao agravo de doencas e, de maneira intrinseca, na menor possibilidade de recursos e de condutas para a sua protecao. Verificou-se que as desigualdades de generos interagem com as desigualdades sociais, entre elas a pobreza; a carencia de infraestrutura, de servicos basicos, de educacao, de acesso a informacao; identificados nessas localidades que compoem as vulnerabilidades ao adoecimento e na menor disponibilidade de recursos para se protegerem.
  • MANUELLA CASTELO BRANCO PESSOA
  • Política de formação profissional e contextos sociais: trajetórias e projetos de vida de jovens.
  • Data: 21/02/2017
  • Hora: 14:00
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  • Esta tese tem como objetivo geral analisar o contexto disponibilizado pela Politica Publica de Formacao Profissional e a apropriacao desta pelos jovens, a partir de suas trajetorias de vida, para construir seus projetos de vida. Pressupoe-se que a Politica Publica de Formacao Profissional nao da conta de formar um tecnico especialista qualificado; que nao garante formacao articulada entre a educacao basica e a formacao tecnica; que passar por essa politica nao traz garantias de direitos de forma plena, porem auxilia na criacao de projetos de vida para esses jovens, elemento fundamental no desenvolvimento dessa etapa da vida. Defende-se a tese de que a Politica Publica de Formacao Profissional, apesar de nao garantir a formacao tecnica qualificada, possibilita aos jovens a construcao de projeto de vida, visto que se realizam em contextos educativos, possuem um efeito social e psicologico, auxiliando na constituicao desses jovens enquanto sujeito. Esta tese se ancora na perspectiva historico-cultural, utilizando-se das categorias teoricas desenvolvimento, consciencia e projeto de vida. Para tal, foram realizados tres estudos: I. “Retrato da Politica Publica de Formacao Profissional em Joao Pessoa: o que dizem os documentos?”, a partir dos documentos disponibilizados pelas instituicoes formadoras, analisados atraves da analise de conteudo e QDA miner; II. “Trajetorias de vidas: os jovens participantes das Politica Publica de Formacao Profissional”, a partir de questionarios aplicados com os jovens que estao inseridos na Politica, analisados atraves do SPSS; e III. “O que dizem os jovens? Desenvolvimento, contextos e projetos de vida”, a partir de grupos de discussao com os jovens, analisados atraves do QDA miner. Os achados apontam para uma juventude que advem da classe que vive do trabalho, contemplando os diversos segmentos sociais que fazem parte desta, sendo a juventude pobre a mais afetada. O acesso aos servicos ao longo da vida mostra que nem todos passaram pelas mesmas politicas, e que alguns comecaram a trabalhar ainda quando criancas. No discurso defendido pela Politica a formacao profissional e tida como a salvacao para os jovens, como infalivel contra o desemprego, porem percebeu-se que ela se configura muito mais como um conjunto de programas e projetos que atuam de forma fragmentada. Comprovamos que as condicoes socioculturais das trajetorias de vida desses jovens os transformaram, funcionando como alavancas para seus desenvolvimentos e constituicao enquanto sujeitos historicos e culturais. As vivencias nos programas tambem foram assinaladas como algo extremamente significativo em seus discursos, nas quais a troca de conhecimentos e as praticas acessadas pelos jovens sao postas como importantes para conhecer a profissao. Os jovens reconhecem em suas trajetorias o amadurecimento advindo de suas insercoes ao longo da vida, ficando nitido que o desenvolvimento desencadeado a partir de cada insercao contribuiu para delinear o sentido que foram atribuindo a suas vidas e para a formulacao de seus projetos de vida.
  • ANA CRISTINA DE OLIVEIRA BORBA PAULINO
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, INCLUSÃO SOCIAL E RESILIÊNCIA NO CONTEXTO DA DEFICIÊNCIA VISUAL
  • Data: 20/02/2017
  • Hora: 14:00
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  • Resumo: A presente tese objetivou apreender as representacoes sociais acerca da inclusao social de pessoas com deficiencia visual elaboradas por pessoas com essa deficiencia e quantificar os niveis de resiliencia nesse grupo de pertenca. Para alcanca-lo, fez-se necessario desenvolver tres estudos. O primeiro intitulado “Inclusao social da pessoa com deficiencia visual: um estudo das Representacoes Sociais”, teve como objetivo apreender as representacoes sociais acerca da inclusao social de pessoas com deficiencia visual, elaboradas por pessoas com essa deficiencia. Participaram deste, 30 pessoas com idade entre 18 e 65 anos (M=34,2 e DP=14,4), contatadas em duas instituicoes publicas que responderam a um questionario sociodemografico e a uma entrevista em profundidade. Os dados foram processados pelos softwares Excel e Alceste. Os resultados apontaram que as representacoes sociais elaboradas pelos participantes acerca da sua inclusao social revelaram que essas se dao prioritariamente pelo sistema educacional apesar de terem tecidos opinioes negativas sobre a educacao Inclusiva e as restricoes de acesso ao sistema educacional, como tambem aos Direitos humanos. As politicas publicas, garantias legais e a atividade laboral emergiram como eixos representacionais primordiais para a inclusao social. O segundo estudo denominado “Universos semanticos da inclusao social: um estudo das representacoes sociais”, objetivou apreender os campos representacionais acerca da inclusao social e da deficiencia visual elaborados por pessoas com deficiencia visual. A amostra foi constituida por 109 participantes com idade entre 18 a 69 anos (M= 26,02 e DP=11,57), que responderam a um questionario sociodemografico e a Tecnica de Associacao Livre de Palavras. Os dados foram computados pelos sofwares Excel e Tri-deux-Mots. Os resultados propiciaram uma leitura representacional das variacoes semanticas associadas aos estimulos indutores: deficiencia visual, inclusao social e eu mesmo. A “deficiencia visual”, foi objetivada nos elementos “condicao”, “superacao”, “visao” “viver”, “depende” “ajuda” e “limite”, e ancorada nas esferas biopsicossocial. No que se refere a “inclusao social”, este construto foi objetivado nos elementos “governo”, “acessibilidade”, “direito”, “lei”, “cotas”, “novidade”, “importante”, “oportunidade” e “emprego” ancorados na categoria da legislacao. Essas objetivacoes levam a inducao de que a inclusao social depende das prerrogativas governamentais que garantam o direito a acessibilidade nos diversos ambitos da saude, educacao, trabalho, lazer, entre outras. Quanto ao terceiro estimulo indutor “eu mesmo”, os participantes se definiram como pessoas “timidas”, “dependentes” “capazes” e “lutadoras” “calmas” e que em sua “vida” se “esforcam” para “estudar”, compondo um campo semantico ancorado na esfera psicossocial. O terceiro estudo versou sobre “A Resiliencia no contexto da Deficiencia Visual”, com o objetivo de quantificar os niveis da resiliencia, no contexto da deficiencia visual. A amostra foi a mesma do segundo estudo, que responderam alem do questionario sociodemografico a Escala da Resiliencia. Os dados foram processados pelo software Excel. Os resultados advindos da escala de resiliencia apontaram que a maior parte do grupo (49,5%) possui capacidade de resiliencia, moderada. vii Pode-se concluir que aproximadamente a metade dos participantes possuem capacidade para superar as adversidades frente a acessibilidade urbana, as dificuldades inerentes ao contexto do sistema educacional inclusivo bem como competencia em lidar com o preconceito, frustracoes, desanimos e na socializacao que convivem no cotidiano. Espera-se que esses resultados venham contribuir para uma maior visibilidade desse grupo de pertenca no que tange a inclusao social nos varios segmentos da sociedade.
  • RICARDO NEVES COUTO
  • Perdão e crescimento pós-traumático no âmbito do divórcio: uma explicação pautada nos valores humanos
  • Data: 09/02/2017
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertacao objetivou conhecer em que medida os valores humanos explicam o perdao e o crescimento pos-traumatico (CPT) no ambito do divorcio. Para tanto foram realizados dois estudos. No Estudo 1 objetivou-se reunir evidencias de validade e consistencia interna do Cuestionario de Perdon en Divorcio-Separacion (CPD-S) contando com uma amostra de 200 individuos (idades de 19 a 71 anos, M = 38,42, DP = 11,51) que ja passaram pelo processo de divorcio. A maioria residia nos estados da Paraiba (29,32%) e Piaui (27,21%) e foram distribuidos equitativamente entre os sexos. Todos responderam ao CPD-S e questoes sociodemograficas. Os resultados da analise fatorial exploratoria, apoiada pelo KMO = 0,72 e o teste de esfericidade de Bartlett = 268,59(10); p < 0,01, indicaram a extracao de um unico fator, composto por 4 itens, tendo cargas fatoriais variando de 0,55 a 0,81 e uma consistencia interna (alfa de Cronbach = 0,78) igualmente favoravel. O Estudo 2 teve como objetivos testar a estrutura do CPD-S, identificar a influencia de variaveis sociodemograficas no perdao e conhecer o poder preditivo dos valores humanos no perdao e no CPT no ambito do divorcio. A amostra foi composta por 200 individuos (idades de 18 a 84 anos, M = 42,02, DP = 11,99) que ja passaram pelo processo de divorcio, em sua maioria residentes no estado do Piaui (44,12%) e do sexo feminino (75%). Viveram em media 10,56 anos (DP = 7,48) ao lado do ex-conjuge, estao em media a 8,63 anos (DP = 8,19) divorciados e a maior parte (66,5%) tiveram um divorcio consensual (sem brigas), atualmente 58% afirmaram que nao estao em outro relacionamento amoroso. Com relacao ao nivel de religiosidade, em uma escala podendo variar entre 1 = nada/pouco e 7 = muito, a media dos participantes foi de 4,98 (DP = 1,83). Todos responderam os instrumentos do primeiro estudo alem do Questionario de Valores Basicos e o Posttraumatic Growth Inventory. O resultado da analise fatorial confirmatoria aponta bons indices de qualidade de ajuste do CPD-S (CFI = 0,98, TLI = 0,96, RMSEA = 0,091), confirmando sua estrutura unifatorial. Posteriormente, atraves de correlacao r de Pearson, observou-se uma relacao positiva e estatisticamente significativa do perdao com o tempo divorciado (r = 0,15; p = 0,03) e com o nivel de religiosidade (r = 0,21; p < 0,05) dos participantes, por meio do Teste t identificou-se a influencia do tipo de divorcio [t(196) = 2,95; p < 0,05; d = 0,22], sugerindo que aqueles que tiveram um divorcio consensual concedem mais o perdao e atraves da ANOVA verificou-se diferencas em relacao a faixa etaria [F (2,193) = 8,18, p < 0,001], com pessoas mais velhas apresentando maiores magnitudes de perdao. Observou-se tambem atraves de regressoes lineares multiplas (metodo Stepwise) que, unicamente, a subfuncao interativa explica o perdao (β = 0,17, p < 0,05) e que as subfuncoes normativa (β = 0,20, p < 0,01) e realizacao (β = 0,24, p < 0,01) sao as melhores preditoras do CPT. Os resultados sugerem que o individuo que endossa valores da subfuncao interativa, focando na qualidade das relacoes apresenta maiores indices de perdao, por se preocupar e nutrir sentimentos de cuidado e afeto com o outro. E pessoas que priorizam os valores da subfuncao normativa, reconhecendo a existencia de uma entidade superior e afirmacao de sua fe para superacao, e os da subfuncao realizacao, necessitando de uma alta autoestima e a demonstracao de competencias, experienciam mudancas positivas pos-divorcio. Diante dos objetivos alcancados com os resultados, confia-se que este trabalho contribui com a crescente literatura do perdao, com evidencias cientificas sobre a tematica e disponibilizando uma medida breve e adaptada para o Portugues brasileiro, com qualidades psicometricas asseguradas. Ademais, demonstra a centralidade dos valores humanos nos estudos da Psicologia Social, na explicacao de fenomenos psicossociais que promovem saude, harmonia social e adaptacao ao divorcio.
  • NÁJILA BIANCA CAMPOS FREITAS
  • ESTRATÉGIAS DE RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS CONJUGAIS: UMA EXPLICAÇÃO A PARTIR DA PERSONALIDADE E DOS VALORES HUMANOS
  • Data: 03/02/2017
  • Hora: 16:00
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  • Esta dissertacao tem por objetivo analisar se os tracos de personalidade e os valores humanos predizem as estrategias de resolucao dos conflitos conjugais. Especificamente, identificar a relacao entre os tracos de personalidade, as subfuncoes valorativas e as estrategias de resolucao dos conflitos conjugais; conhecer em que medida os tracos de personalidade e os valores humanos explicam as estrategias de resolucao dos conflitos; e, verificar a influencia das variaveis sociodemograficas nas estrategias de resolucao dos conflitos conjugais. Para tanto, contou-se com uma amostra de 252 participantes da cidade de Joao Pessoa (PB), sendo a maioria do sexo feminino (57,1%), com idade media de 38 anos (DP = 10,87), casados oficialmente (68,9%), com tempo de uniao superior a 10 anos (51,0%). Os participantes responderam o Conflict Resolution Behavior Questionnaire, o Questionario dos Valores Basicos, o Inventario dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade e o questionario sociodemografico. Para as analises, utilizou-se o programa SPSS para realizacao de estatisticas descritivas, correlacao (r de Pearson) e regressao linear multipla (metodo stepwise). Os resultados indicaram que as mulheres e, principalmente os homens, adotam estrategias de acordo. Todavia, elas tendem a apresentar em maior escala comportamentos de ataque, enquanto que eles adotam mais comportamentos de evitacao. Diante disso, observou-se que, fatores como jornada diaria de trabalho, tipo de uniao (oficialmente ou uniao estavel), tempo de servico profissional e o nivel de religiosidade influenciam na maneira como os casais lidam com as situacoes de conflitos. Verificou-se ainda que a estrategia acordo se relacionou positivamente com os tracos de personalidade abertura a mudanca, conscienciosidade, extroversao e amabilidade; e negativamente com o neuroticismo. A estrategia evitacao se relacionou de forma negativa com amabilidade, e por ultimo, a estrategia ataque se relacionou positivamente com o traco neuroticismo e negativamente com amabilidade. Com relacao aos valores humanos, observou-se que as subfuncoes suprapessoal e interativa apresentaram relacao positiva com a dimensao acordo. Na analise de regressao, verificou-se que a estrategia acordo foi predita de forma positiva pelos tracos amabilidade, abertura a experiencia e pela subfuncao valorativa suprapessoal e, de forma negativa, pelo traco neuroticismo. A dimensao evitacao foi predita negativamente pelo traco amabilidade. Por fim, a dimensao ataque foi predita positivamente pelo traco neuroticismo e, negativamente pelo traco amabilidade. Desse modo, estima-se que os objetivos da presente dissertacao foram alcancados, uma vez que, pode-se observar que as estrategias de resolucao adotadas pelos conjuges frente as situacoes de conflitos sao influenciadas pelas variaveis sociodemograficas, ademais, os tracos de personalidade e os valores humanos se revelaram como bons preditores
  • JERSSIA LAIS FONSECA DOS SANTOS
  • ESTEREÓTIPOS E INTENÇÃO DE ADOTAR UMA CRIANÇA: UMA EXPLICAÇÃO PAUTADA NOS VALORES HUMANOS
  • Data: 03/02/2017
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertacao tem como objetivo analisar se os valores humanos explicam os estereotipos da crianca adotada, bem como a intencao de adotar. Para alcancar tal objetivo foram realizados dois estudos. No estudo 1 objetivou-se elaborar e reunir evidencias de validade e precisao de um instrumento sobre estereotipos da crianca adotada. Participaram 208 pessoas da populacao geral de Joao Pessoa (PB), sendo 52,9% do sexo feminino, com idade media de 24,6 anos (DP = 7,27). Estas responderam a Escala de Estereotipos da Crianca Adotada (EECA) e questoes sociodemograficas. Para realizar as analises utilizou-se o SPSS. Uma analise de componentes principais (rotacao varimax) identificou uma estrutura com tres componentes que explicaram conjuntamente 54,3% da variancia total, apresentando indices de consistencia interna satisfatorios: comportamentos indesejaveis (α=0,87), comportamentos desejaveis (α=0,83) e atributos psicologicos negativos (α=0,71). No estudo 2 buscou-se comprovar a estrutura da EECA, alem de conhecer os correlatos valorativos dos estereotipos da crianca adotada e da intencao de adotar. Participaram 245 pessoas da populacao geral da cidade de Joao Pessoa (PB), sendo a maioria do sexo masculino (59,2%), com idade media de 25,5 anos (DP =7,10). Estes responderam a EECA, o Questionario de Valores basicos e um questionario sociodemografico. Por meio de uma analise fatorial confirmatoria ratificou-se uma estrutura tridimensional da EECA [χ² (129) = 317, 829; p < 0,001; χ²/gl = 2,46, CFI = 0,90, TLI = 0,88 e RMSEA = 0,07 (IC90% = 0,067 – 0,088)]. Ao realizar as analises de correlacao de Person, observou-se que os estereotipos da crianca adotada se correlacionaram-se de forma significativa e positiva com as subfuncoes normativa (r = 0,66; p < 0,01) e existencia (r = 0,17; p < 0,01); e negativamente com a subfuncao realizacao (r = -0,13; p < 0,05). Ja a intencao de adotar a intencao de adotar se correlacionou positivamente com a subfuncao interativa (r = 0,16; p < 0,05) e negativamente com a subfuncao realizacao (r = -0,13; p < 0,05). Ao realizar Regressoes lineares (Metodo Stepwise), verificou-se que os valores sociais explicaram os estereotipos positivos da crianca adotada [F= (6, 314) =16,597, p< 0,001]. Com relacao a intencao de adotar, os valores humanos explicaram 22% da intencao de adotar [F= (6, 314) =16,597, p< 0,001], especificamente as subfuncoes realizacao (β= 0,26, t= 4,42, p < 0,001) e interativa (β= 0,21, t= 4,00, p < 0,001). Conclui-se que os valores humanos constituem-se como uma variavel importante na explicacao dos estereotipos, bem como na intencao de adotar. Fornecendo dados empiricos para o desenvolvimento de intervencoes que busquem descontruir os estereotipos negativos e os preconceitos que envolve a adocao, sobretudo a crianca adotada, incentivando, assim, as pessoas a realizarem uma adocao.
  • CARLA FERNANDA DE LIMA
  • COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL: CORRELATOS VALORATIVOS E ORGANIZACIONAIS
  • Data: 27/01/2017
  • Hora: 09:30
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  • Esta tese objetivou desenvolver um modelo explicativo do comprometimento organizacional tendo como variaveis explicadoras o clima organizacional, a satisfacao no trabalho e os valores humanos. O Estudo 1 procurou conhecer os correlatos valorativos e organizacionais do comprometimento de trabalhadores em geral. Contou-se com 303 trabalhadores de empresas publicas e privadas de 18 estados brasileiros, com idade media de 32 anos (dp = 8,56), sendo a maioria do sexo feminino (61,4%), solteira (47,2%) e sem filhos (65%). Os participantes responderam a um instrumento online composto por quatro medidas: Escala de Bases do Comprometimento Organizacional, Escala de Clima Organizacional, Escala de Satisfacao no Trabalho e Questionario dos Valores Basicos, alem de perguntas demograficas. Os resultados indicaram que os valores pessoais (experimentacao e realizacao) e sociais (interativa e normativa), o clima organizacional e a satisfacao no trabalho foram antecedentes do comprometimento organizacional. O Estudo 2 objetivou elaborar um modelo teorico tendo como variavel dependente o comprometimento e como variaveis independentes os valores pessoais e sociais, o clima organizacional e a satisfacao no trabalho. Participaram 270 funcionarios de uma instituicao privada de Joao Pessoa (PB) com idade media de 29,7 anos (dp = 9,17), a maioria do sexo feminino (68,2%), casada (47,5%), sem filhos (53,3%) e com ensino medio completo (60,1%). Os resultados apontaram que o modelo mais adequado teve o comprometimento organizacional explicado por valores pessoais (experimentacao e realizacao) e sociais (interativa e normativa), o clima organizacional e a satisfacao no trabalho. O Estudo 3 procurou testar este modelo explicativo do comprometimento organizacional em uma instituicao publica. Contou-se com a participacao de 237 servidores de uma instituicao publica de Joao Pessoa (PB) com idade media de 40 anos (dp = 11,78), a maioria do sexo masculino (54,9%), casada (50,4%), sem filhos (55,7%) e com pos-graduacao (42,6%). Os resultados mostraram que o modelo elaborado na instituicao privada tambem se adequou na instituicao publica, observando-se indices mais ajustados, embora introduzindo uma alteracao na relacao entre valores pessoais e comprometimento. Estes achados foram discutidos a luz da natureza dos servicos privado e publico, procurando compreender como funcionam as instituicoes correspondentes e seu impacto no comprometimento organizacional. Concluiu-se com a proposicao de um modelo explicativo do comprometimento organizacional, tomando em conta os valores humanos, o clima organizacional e a satisfacao no trabalho. Procura-se reconhecer limitacoes potenciais dos estudos, sugerindo pesquisas futuras que possam ampliar o conhecimento sobre o comprometimento organizacional.
2016
Descrição
  • DIANA SAMPAIO BRAGA
  • PERCEPÇÃO VISUAL DE CONTRASTE E MOVIMENTO OCULAR EM LEITORES DISLÉXICOS
  • Orientador : NATANAEL ANTONIO DOS SANTOS
  • Data: 16/12/2016
  • Hora: 09:00
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  • A dislexia e uma dificuldade especifica de leitura que prejudica as habilidades de ortografia, soletracao, coordenacao e capacidade de sequenciacao. Uma das teorias propostas para explicar a origem da dislexia afirma que esta e decorrente de um deficit no processamento visual. Tarefas psicofisicas que avaliam a sensibilidade ao contraste e o movimento ocular sao consideradas indicadores adequados do funcionamento do processamento visual. Neste sentido, o principal objetivo desta pesquisa foi avaliar a percepcao visual de contraste e o movimento ocular de leitores dislexicos. Participaram deste estudo, 20 criancas e adolescentes de ambos os sexos (10 meninas e 10 meninos) com idades entre 10 e 15 anos, 10 leitores dislexicos (M = 12,6; DP = 1,5) e 10 leitores tipicos (M = 12,6; DP = 1,5). Estudo I: A sensibilidade ao contraste foi avaliada a partir de estimulos estaticos, com formatos quadriculares, acromaticos do tipo grade senoidal vertical nas frequencias espaciais 0,2; 0,5; 1,0; 2,0; 4,0; 7,9 com fase inicial em 180° em condicao de luminancia fotopica de 42 cd/m². O metodo psicofisico utilizado foi o da escolha forcada entre par de estimulos apresentado simultaneamente, os participantes eram orientados a escolher aquele que continha a frequencia espacial (grade senoidal). O estimulo neutro era sempre um padrao homogeneo com luminancia media. Nao se detectou em nenhuma das frequencias espaciais uma diferenca estatisticamente significante entre os participantes com dislexia e sem dislexia (p > 0,05), a saber: 0,2 [t(16) = -1,47, p > 0,05]; 0,6 [t(16) = -1,62, p > 0,05]; 1,0 [t(16) = -0,543, p = 0,595]; 2,0 [t(16) = 0,005, p > 0,05]; 4,0 [t(16) = 0,014, p > 0,05]; 7,9 [t(16) = 0,908, p > 0,05]. O grupo de leitores dislexicos foi classificado a partir das especificidades do seu desempenho na leitura e escrita: em fonologico (n = 6) e misto (n = 3). As medias de cada subgrupo foram comparadas as medias do grupo controle e nao foi detectada reducao significativa da SC em nenhuma das frequencias espaciais avaliadas: 0,2 [F(2)= 2,494, p > 0,05]; 0,6 [F(2)= 1,280, p > 0,05]; 1,0 [F(2) = 3,621, p > 0,05]; 2,0 [F(2)= 0,362, p > 0,05]; 4,0 [F(2) = 0,008, p > 0,05]; 7,9 [F(2) = 0,480, p > 0,05]. Estudo II: A avaliacao da movimentacao ocular foi feita atraves do eyetracker, usado para registrar e medir o movimento dos olhos de forma nao invasiva. Os estimulos visuais adotados para avaliar o comportamento ocular foram uma tarefa de trilha e a leitura de um fragmento de texto. Os parametros oculares monitorados foram: quantidade de fixacoes, media de duracao das fixacoes e tempo de duracao da tarefa. Com relacao ao numero de fixacoes durante a tarefa de leitura, os voluntarios dislexicos apresentaram uma quantidade significativamente maior quando comparados ao grupo controle [t(18) = -2,321, p 0,05). A media de duracao das fixacoes na tarefa de leitura e de trilha, nao revelou diferenca estatisticamente significante entre os grupos de leitores dislexicos e leitores tipicos (p > 0,05). A ANOVA one way identificou uma diferenca significante na media de duracao das fixacoes na leitura entre o subgrupo misto e o grupo controle (p < 0,05). Dessa forma, os achados desta tese sugerem que esta amostra de leitores dislexicos nao apresentou danos especificos no sistema parvocelular e que a tecnica de rastreamento ocular e um preditor adequado da habilidade de leitura. Porem, seu uso como ferramenta de diagnostico para a dislexia requer a realizacao de mais experimentos. A maior quantidade de fixacoes registradas na tarefa de trilha pode ser um indicador da presenca de um comprometimento oculomotor, fato que fornece suporte para a teoria do deficit no sistema magnocelular como fator etiologico da dislexia.
  • ANA PAULA FERNANDES RODRIGUES
  • RELAÇÕES ENTRE PRECONCEITO RELIGIOSO, PRECONCEITO RACIAL E AUTORITARISMO DE DIREITA: UMA ANÁLISE PSICOSSOCIAL
  • Data: 06/12/2016
  • Hora: 08:00
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  • Atualmente cresceu o numero de denuncias de intolerancia religiosa, especialmente contra as religioes de matriz africana, apesar da melhoria nos indicadores sociais brasileiros. A teoria da discriminacao justificada alega que um outro motivo que nao o preconceito socialmente proibido, mas que mantenha o status quo e que interligue cultura e raca, seria observavel neste caso. Com este marco teorico, investigou-se em que medida a discriminacao contra as religioes de matriz africana, o preconceito racial, a teologia da prosperidade, o tipo de religiao e grau de religiosidade, e o autoritarismo de direita estao relacionados e quais destes fatores medeiam essa relacao. Realizaram-se dois estudos (N = 300 e N = 519, respectivamente) onde utilizou-se uma escala para cada construto. A analise de regressao hierarquica verificou que os neopentecostais e protestantes se destacam na discriminacao contra religioes afro-brasileiras. O grau de religiosidade tambem predisse diretamente este preconceito. Catolicos, ateus e sem-religiao mostraram-se os mais tolerantes. Concluiu-se que nao o racismo, nem a teologia da prosperidade como defendido por varios estudiosos, mas o autoritarismo de direita e o construto que medeia a relacao entre o tipo de religiao/religiosidade e a discriminacao contra religioes afro-brasileiras.
  • MICHAEL JACKSON OLIVEIRA DE ANDRADE
  • VARIAÇÃO CIRCADIANA DA SENSIBILIDADE VISUAL ACROMÁTICA E CROMÁTICA
  • Data: 25/11/2016
  • Hora: 14:00
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  • A detectabidade do limiar visual possui um padrao flutuante em relacao as horas do dia. Pesquisas vem demostrando a existencia de uma ritmicidade na sensibilidade visual humana. Dessa forma, esse estudo teve o objetivo de mensurar a sensibilidade ao contraste visual acromatico e a discriminacao de cores durante um ritmo circadiano. Participaram deste estudo 28 jovens adultos do sexo masculino. Os sujeitos foram divididos em tres grupos de acordo com o cronotipo: Moderadamente Matutino (n = 8; M = 23,25; DP = 2,6); Indiferente (n = 10; M = 23,30; DP = 2,7) e Moderadamente Vespertino (n = 10; M = 23,70; DP = 2,5). Entre os instrumentos para avaliar os padroes comportamentais do sono, foram utilizados: o Indice de qualidade do sono de Pittsburgh, o diario do sono e o questionario de Matutinidade e Vespertinidade de Horne e Osterg. Utilizou-se o software Metropsisversao 11.0 da Cambridge Research Systems para mensurar a Funcao de Sensibilidade ao Contraste (FSC) e o software da Cambridge Colour Test para verificar a discriminacao de cores nos eixos de confusao protan, deutan e tritan. Tambem foi utilizado o teste de ordenamento de matizes de cores Lanthony Dessaturado (D-15). A FSC foi medida a partir de padroes de grade senoidais verticais com frequencias espaciais de 0,2; 0,6; 1; 3,1; 6,1; 8,8, 13,2 e 15,6 cpg. Os estimulos foram apresentados em um monitor de video colorido CRT com tela plana de 19 polegadas, resolucao de 1.024 x 786 pixels e taxa de atualizacao de 100 Hz. O monitor foi controlado por um microcomputador por meio de uma placa de video com entrada VGA e DVI, conectado ao ViSaGe. A luminancia e a correcao gama do monitor foram ajustadas com o programa LightScan e o fotometro OptiCAL. Todas as medidas foram realizadas em condicao de luminancia fotopica (39,6 cd/m²). Verificou-se a normalidade dos dados com o teste Kolmogorov-Sminorv e, consequentemente, foram realizadas analises descritivas e de variancia multivariada (MANOVA). Os resultados mostraram que os sujeitos apresentam diferencas nos comportamentos de levantar da cama em dias uteis (p < 0,05) e nao uteis (p < 0,05). Os sujeitos Moderadamente Vespertinos acordaram em media 2h mais tarde que os sujeitos Moderadamente Matutinos (p < 0,05). A MANOVA apresentou variacao no nivel de sonolencia entre os sujeitos tanto nos dias uteis (λ = 0,05; F(8,40) = 9,65; p < 0,05; η² = 0,76) quanto nos dias nao uteis da semana (λ = 0,19; F(8,26) = 4,10; p < 0,05; η² = 0,56), principalmente as 9h p < 0,05) e 21h (p < 0,05). De forma geral, os sujeitos apresentaram curvas de sensibilidade ao contraste visual com pico na frequencia espacial de 3,1 cpg. A MANOVA mostrou diferenca entre os horarios e os grupos nas frequencias espaciais de 0,2 (λ = 0,49; F(8,40) = 2,37; p < 0,05; η² = 0,76); 0,6 (λ = 0,14; F(8,40) = 9,42; p < 0,05; η² = 0,63); 3,1 (λ = 0,31; F(8,40) = 4,37; p < 0,05; η² = 0,44) e 8,8 (λ = 0,12; F(8,40) = 10,31; p < 0,05; η² = 0,65). Os resultados apontam maior sensibilidade ao contraste para sujeitos com cronotipo Moderadamente Vespertino tanto as 9h, 17h e 21h nas frequencias espaciais baixas, medias e altas. Nossos resultados ainda discutem que existe maior sensibilidade cromatica nas areas das elipses deutan (λ = 0,36; F(8,34) = 1,99; p < 0,05; η² = 0,40) e tritan (λ = 0,44; F(8,40) = 2,55; p < 0,05; η² = 0,34), principalmente nos periodos de 9h e 21h, para o grupo de sujeitos Moderadamente Vespertinos. Os resultados mostram que os mecanismos relacionados a informacao circadiana que processa cor possuem funcoes paralelas aos mecanismos que processam brilho. As diferencas encontradas entre os grupos pode estar relacionada ao mecanismo circadiano de temporizacao central e retiniano responsavel pelo processamento da informacao espacial durante o periodo de 24 horas. Estes mecanismos filtram, processam e sincronizam informacoes externas ao organismo de cordo as variacoes do padrao do cronotipo e a presenca/ausencia da luz.
  • JAQUELINE VILAR GRECO RAMALHO
  • PRECONCEITO RACIAL E DE CLASSE SOCIAL EM CRIANÇAS: O PAPEL MEDIADOR DOS VALORES HUMANOS
  • Data: 27/10/2016
  • Hora: 08:30
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  • Esta tese teve como objetivo geral investigar as expressoes de preconceito racial e de classe social a partir de um estudo comparativo entre criancas estudantes de escolas publicas e privadas. Como objetivo especifico investigou-se a autoidentificacao racial das criancas e analisou-se o papel mediador da adesao a sistemas de valores nas expressoes desses preconceitos. Para alcancar tais objetivos, realizaram-se tres estudos empiricos. O primeiro investigou o reconhecimento das marcas de vestuario infantil e a relacao feita pelos participantes entre as marcas e a classe social (rico e pobre). O segundo buscou desenvolver uma estrategia de mensuracao do preconceito racial por meio da relacao feita pelos participantes entre as marcas de vestuario infantil e cor da pele dos bonecos (negro e branco). O terceiro investigou as preferencias dos participantes em relacao aos bonecos brancos e negros, vestidos com roupas de marca e sem marca. Neste estudo, tambem se investigou o papel mediador dos sistemas de valores humanos na preferencia dos participantes. No Estudo1, (N=30) os resultados apontaram que, embora as criancas de uma forma geral nao tenham reconhecido as marcas, quando questionadas sobre marcas de ricos e de pobres, conseguiram diferencia-las. Em ambas as escolas, 46,66 % das criancas afirmaram que as criancas pobres nao usam as marcas apresentadas, por nao terem dinheiro, sinalizando percepcao do status economico e social pelas criancas. No Estudo 2 (N=80), em conjunto, os resultados nao apontaram diferencas entre o uso das marcas e a cor dos bonecos apresentados, embora o boneco branco (M=2,55; DP=0.77) tenha sido classificado como mais rico que o negro (M=1,75; DP=0,92), t(76) = 5,43, p<0,001. Quanto a autoidentificacao das criancas, na escola publica as criancas se autoidentificaram como negras, embora no momento da identificacao com a cor dos bonecos tenham se identificado com o boneco branco, tal fenomeno, sugere a hipotese do braqueamento. No Estudo 3, os resultados apontaram uma congruencia entre a pertenca racial quanto a proximidade com os bonecos mesmo este sendo negro e vestido com roupa sem marca. Na escola privada, as criancas demonstraram proximidade com o boneco negro, sinalizando a possiblidade da internalizacao da norma antipreconceito. Em relacao a mediacao dos valores humanos, foram confirmadas as hipoteses desta tese, visto que, tanto na escola publica quanto na escola privada, os valores de autopromocao predisseram a preferencia pelo boneco branco positivamente e negativamente pelo boneco negro.
  • ANA ISABEL ARAUJO SILVA DE BRITO GOMES
  • Satisfação conjugal e bem estar subjetivo: correlatos valorativos, de personalidade e de atributos
  • Data: 24/10/2016
  • Hora: 16:00
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  • A satisfacao conjugal e o bem-estar subjetivo dos parceiros constituem-se variaveis importantes a serem estudadas tendo em conta a relevancia que apresentam na dinamica dos relacionamentos intimos. Portanto o objetivo principal desta tese foi conhecer como os valores humanos, tracos de personalidade e os atributos reais do respondente influenciam em sua satisfacao conjugal e no bem-estar subjetivo. Deste modo, foram realizados quatro estudos empiricos. No estudo 1, a amostra foi composta por 218 estudantes universitarios, a maioria (51,4%) mulheres, com idade media 26,1 (DP = 7,8), aqui objetivou-se elaborar a Escala de Autopercepcao de Atributos Pessoais em Relacionamentos Intimos - EAAPRI a fim de avaliar os atributos que os individuos conferem a si mesmo. O estudo 2, apresenta os parametros psicometricos da EAAPRI elaborada no estudo anterior, participaram 213 estudantes universitarios, a maioria do sexo feminino (51%) media de idade (M = 23,39; DP = 6,99). Confirmou-se uma estrutura bifatorial com bons indicadores de ajustes ajuste [χ² (19) =48,35, p < 0,001; χ²/gl = 2,54; GFI = 0,94; AGFI = 0,89; RMSEA = 0,085 (IC 90% = 0,06 – 0,12)]. No estudo 3 contou-se com uma amostra de 416 pessoas, 208 casais heterossexuais, namorados (66,3%) e noivos (33,2%), para mulheres a idade media foi de 23,9 anos (DP = 5,04), majoritariamente catolica (68%); os homens, a media de idade foi 26 anos (DP = 6,30) de religiao catolica (67,7%). O objetivo nesse estudo foi conhecer como os valores humanos, a personalidade e os atributos reais se correlacionam com a satisfacao conjugal e o bem-estar subjetivo dos parceiros, considerando casais de namorados e noivos. Os resultados indicam que para a satisfacao conjugal os homens e mulheres sao estatisticamente diferentes (p < 0,001), no qual os homens apresentam maior nivel (M = 4,28; DP = 0,38). Quanto aos correlatos, suprapessoal apresentou as maiores magnitudes para homens (r = 0,27; p < 0,001) e mulheres (r = 0,25; p < 0,001) considerando a satisfacao conjugal; para o bem-estar subjetivo realizacao esta mais relacionado para homens (r = 0,25; p < 0,001) e interativa para mulheres (r = 0,34; p < 0,001). Quanto a personalidade abertura a mudanca e o traco mais consistente para homens (r = 0,22; p < 0,001) e mulheres (r = 0,13; p < 0,001) na satisfacao conjugal e bem-estar subjetivo [r = 0,34 (homens) r = 0,23 (mulheres); p < 0,001]. Os atributos indicaram mais relacao para o bem-estar subjetivo, em especial realizada [r = 0,50 (homens) r = 0,44 (mulheres); p < 0,001). O estudo 4 e uma replicacao do estudo anterior, mas contando com 480 pessoas, 240 casais heterossexuais, casados civilmente (66,3%) e uniao estavel (14,2%), para as mulheres a idade media foi de 35 anos (DP = 10,26), maioria catolica (63%), com emprego fixo (74,9%); os homens com idade media de 38 anos (DP = 10,66) sendo tambem a maior parte catolica (53,57%) e com emprego fixo (76,8%). Neste caso os resultados sao mais consistentes, a satisfacao conjugal voltou apresentar diferenca significativa quanto ao sexo, sendo os homens com maior media (M = 3,81; DP = 0,34). Para os valores humanos e personalidade, as correlacoes sao mais equiparadas para todos os fatores com os construtos analisados, somente neuroticismo nao apresenta relacao para homens na satisfacao conjugal e o bem-estar subjetivo. Os atributos estao no mesmo sentido, mas como ocorreu no estudo 3 realizada apresentou as maiores magnitudes para homens (r = 0,54; p < 0,011) e mulheres (r = 0,47; p < 0,001). Avalia-se desta forma que tais estudos contribuam para a construcao do conhecimento cientifico no ambito dos relacionamentos intimos.
  • MARIA JOSE NUNES GADELHA
  • MEMÓRIA HÁPTICA E VISUAL EM IDOSOS: AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL POR MEIO DE TAREFAS DE RECORDAÇÃO E RECONHECIMENTO
  • Data: 29/09/2016
  • Hora: 14:00
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  • A memoria e um sistema multiplo constituido por processos de codificacao, armazenamento e recuperacao de informacoes. Sua classificacao pode ser feita de acordo com o tipo de estimulo processado - visual, auditivo, gustativo, olfativo ou tatil. Dentro da memoria tatil, encontra-se a submodalidade memoria haptica, referente a aquisicao de informacoes pela manipulacao ativa dos objetos. Os subsistemas da memoria apresentam declinio significativo com o envelhecimento saudavel, com efeitos diferenciados em seus componentes. Foram encontrados poucos estudos relacionando o esquecimento a longo prazo para a memoria haptica em idosos saudaveis. Neste sentido, esta pesquisa teve por objetivo avaliar as taxas de esquecimento da informacao processada na modalidade haptica em comparacao a visual apos diferentes intervalos de tempo e a partir de tarefas de recordacao livre e reconhecimento em uma amostra de 144 idosos, de ambos os sexos, sem comprometimento cognitivo e com capacidade de leitura e escrita. Para isso, foi utilizada uma caixa de madeira especifica para apresentacao de estimulos hapticos e uma plataforma giratoria para a apresentacao de estimulos visuais. O procedimento se consistiu de duas fases, uma fase de estudo (apresentacao dos estimulos) e outra de teste (tarefas de recordacao livre ou reconhecimento), realizada apos os intervalos de tempo imediato, 20 ou 30 minutos. A ANOVA two way para a tarefa de recordacao livre apresentou efeitos principais significantes para a Pr entre as condicoes haptica e visual e entre os intervalos de tempo avaliados, com [F(1,66) = 9,9, p = 0,002, ƞ² = 0,13] e [F(2,66) = 3,19, p = 0,047, ƞ² = 0,088], respectivamente. Os contrastes posteriores realizados a partir do teste Bonferroni revelaram diferencas significantes entre a Pr da condicao haptica e visual apos os intervalos de 20 e 30 minutos, em que os idosos apresentaram uma Pr de 10,5% e 9% maior na condicao visual do que na condicao haptica, respectivamente. Ja a A ANOVA two way para a tarefa de reconhecimento nao apresentou efeitos principais significantes entre a Pr da condicao haptica e visual [F(1,66) = 0,50, p = 0,47, ƞ² = 0, 008] e dos intervalos de tempo avaliados [F(2,66) = 0,87, p = 0,42, ƞ² = 0,026]. Esses resultados mostraram que para as tarefas de recordacao livre pode existir uma vantagem na retencao de estimulos visuais em relacao aos hapticos e que para as tarefas de reconhecimento o tipo de estimulo parece nao interferir na retencao final, sugerindo que as alteracoes que os idosos sofrem na memoria podem estar relacionados ao tipo de modalidade sensorial utilizada na codificacao dos estimulos e ao tipo de tarefa de evocacao realizada.
  • MARIA JOSE NUNES GADELHA
  • MEMÓRIA HÁPTICA E VISUAL EM IDOSOS: AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL POR MEIO DE TAREFAS DE RECORDAÇÃO E RECONHECIMENTO
  • Data: 29/09/2016
  • Hora: 14:00
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  • A memoria e um sistema multiplo constituido por processos de codificacao, armazenamento e recuperacao de informacoes. Sua classificacao pode ser feita de acordo com o tipo de estimulo processado - visual, auditivo, gustativo, olfativo ou tatil. Dentro da memoria tatil, encontra-se a submodalidade memoria haptica, referente a aquisicao de informacoes pela manipulacao ativa dos objetos. Os subsistemas da memoria apresentam declinio significativo com o envelhecimento saudavel, com efeitos diferenciados em seus componentes. Foram encontrados poucos estudos relacionando o esquecimento a longo prazo para a memoria haptica em idosos saudaveis. Neste sentido, esta pesquisa teve por objetivo avaliar as taxas de esquecimento da informacao processada na modalidade haptica em comparacao a visual apos diferentes intervalos de tempo e a partir de tarefas de recordacao livre e reconhecimento em uma amostra de 144 idosos, de ambos os sexos, sem comprometimento cognitivo e com capacidade de leitura e escrita. Para isso, foi utilizada uma caixa de madeira especifica para apresentacao de estimulos hapticos e uma plataforma giratoria para a apresentacao de estimulos visuais. O procedimento se consistiu de duas fases, uma fase de estudo (apresentacao dos estimulos) e outra de teste (tarefas de recordacao livre ou reconhecimento), realizada apos os intervalos de tempo imediato, 20 ou 30 minutos. A ANOVA two way para a tarefa de recordacao livre apresentou efeitos principais significantes para a Pr entre as condicoes haptica e visual e entre os intervalos de tempo avaliados, com [F(1,66) = 9,9, p = 0,002, ƞ² = 0,13] e [F(2,66) = 3,19, p = 0,047, ƞ² = 0,088], respectivamente. Os contrastes posteriores realizados a partir do teste Bonferroni revelaram diferencas significantes entre a Pr da condicao haptica e visual apos os intervalos de 20 e 30 minutos, em que os idosos apresentaram uma Pr de 10,5% e 9% maior na condicao visual do que na condicao haptica, respectivamente. Ja a A ANOVA two way para a tarefa de reconhecimento nao apresentou efeitos principais significantes entre a Pr da condicao haptica e visual [F(1,66) = 0,50, p = 0,47, ƞ² = 0, 008] e dos intervalos de tempo avaliados [F(2,66) = 0,87, p = 0,42, ƞ² = 0,026]. Esses resultados mostraram que para as tarefas de recordacao livre pode existir uma vantagem na retencao de estimulos visuais em relacao aos hapticos e que para as tarefas de reconhecimento o tipo de estimulo parece nao inteferir na retencao final, sugerindo que as alteracoes que os idosos sofrem na memoria podem estar relacionados ao tipo de modalidade sensorial utilizada na codificacao dos estimulos e ao tipo de tarefa de evocacao realizada.
  • MARISSOL LOPES SOARES
  • O trabalhar do Gerente de Recursos Humanos
  • Data: 26/09/2016
  • Hora: 14:00
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  • O presente estudo procurou analisar a atividade de gerentes de recursos humanos de algumas empresas de expressao instaladas no nordeste brasileiro. Apesar da importancia que essa atividade adquiriu nas empresas em anos recentes, ele ainda e pouco investigada, razao pela qual optamos em estuda-la associada ao fato da autora desse estudo ter uma vasta experiencia nessa area. Do ponto de vista teorico, a abordagem que ancora esta dissertacao e a Psicodinamica do trabalho, disciplina que tem como objeto os processos psiquicos mobilizados pela confrontacao do sujeito com uma determinada realidade de trabalho. A amostra deste estudo e composta por seis participantes, gerentes de recursos humanos selecionados por conveniencia. Para a coleta de dados, utilizou-se de entrevistas individuais semiestruturadas, guiadas por um roteiro que contempla as categorias teoricas do estudo. Para analise dos dados, utilizamos a Analise de Conteudo Tematica. Identificaram-se tres eixos tematicos, que abrigam, cada um deles um certo numero de categorias. Os eixos sao: Trajetoria e Formacao Profissional, que revelou os caminhos percorridos por esses profissionais ate se tornarem gerentes de recursos humanos e a formacao que obtiveram para tal; o segundo eixo - Trabalho Real - tratou da atividade cotidiana desses gerentes de recursos humanos, desde o planejamento da atividade, as competencias requeridas para o desenvolvimento da atividade ate as interacoes do trabalho com as demais esferas da vida: privada, familiar e saude. Por fim, o eixo Reflexoes acerca do Trabalho, forneceu pistas para desvendar que trabalho e esse. Os dados sinalizaram para os dilemas vividos pelos gerentes de recursos humanos na sua funcao de intermediacao entre os interesses empresariais e dos trabalhadores, especialmente numa conjuntura competitiva e de luta pela manutencao de mercados; no quanto essa atividade consome tempo e energia desses gerentes, configurando-se como uma missao (mais que um trabalho) para varios dos entrevistados, o que conduz a um desequilibrio nas relacoes entre trabalho e vida privada. A exigencia de devotamento interfere negativamente no cuidado com a familia, chegando a negligenciar suas proprias vidas e as de seus familiares. Esperamos, com tais resultados ter contribuido para o conhecimento e compreensao dessa atividade de trabalho, de importancia reconhecida nas relacoes de trabalho no mundo contemporaneo.
  • JOSÉ RIVANDRO MARTINS MENDONÇA
  • A ANÁLISE DA ATIVIDADE DE TRABALHO DOS CONSELHEIROS TUTELARES
  • Data: 14/09/2016
  • Hora: 14:00
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  • Este estudo, de perspectiva qualitativa-descritiva, tem como objetivo central analisar a atividade de trabalho dos conselheiros tutelares de uma cidade paraibana. A pesquisa contou com a participação voluntária de 12 membros oriundos de quatro Conselhos Tutelares (CTs), com idade variando de 27 a 53 anos e em sua maioria, constituída por pessoas do sexo feminino (10). Como método foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas, observações no local de trabalho e uma restituição e validação com um grupo de conselheiros tutelares na última etapa da pesquisa de campo. Os dados coletados foram submetidos a análise de conteúdo temático, tendo a abordagem da Psicodinâmica do Trabalho como subsídio teórico que fundamentou toda a pesquisa. O presente estudo constatou que a organização do trabalho dos CTs, com sua característica de órgão colegiado, está pautada na importância do trabalho coletivo entre os seus membros. Evidenciou-se também as precárias condições de trabalho dos conselheiros tutelares, caracterizadas pela falta de uma equipe técnica para auxiliar no atendimento aos usuários, escassez de combustível para a realização de ocorrências externas e o uso de computadores obsoletos. Sobre as relações de trabalho, constatou-se a existência de cooperação entre os membros de um mesmo colegiado, a falta de união entre os conselheiros tutelares dos diferentes CTs e o relacionamento, por vezes, conturbado com policiais e autoridades externas a este órgão em decorrência de um conflito de atribuições. A relação com os usuários do serviço foi considerada pelos participantes da pesquisa como sendo positiva, porém, o local de trabalho é apontado como a causa de um distanciamento entre eles. Evidenciou-se que as vivências de sofrimento estão relacionadas aos: a) entraves causados por outros órgãos que dificultam, ou até mesmo impedem, a execução das tarefas, o que evidencia a falta de autonomia dos CTs; b) riscos e violência aos quais os conselheiros tutelares estão expostos no dia a dia de trabalho e; c) enfrentamentos de situações que envolvem óbito e violência contra crianças e adolescentes. No que diz respeito às vivências de prazer, elas estão diretamente relacionadas à efetivação de uma tarefa que trouxe benefícios para a vida do usuário, bem como todo o reconhecimento advindo do trabalho realizado. Apesar de os conselheiros tutelares afirmarem um sentimento de desvalorização advindo da sociedade e também do gestor municipal, eles se sentem reconhecidos pelos pares e também pelos usuários a quem prestam o serviço, configurando-se assim como uma importante fonte de prazer e sentido no trabalho.
  • Rafaella de Carvalho Rodrigues Araújo
  • Honra, Valores Humanos e Traços de Personalidade: A Influência da Cultura
  • Data: 05/09/2016
  • Hora: 10:00
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  • A presente tese objetivou conhecer a influencia de diferentes contextos culturais sobre tres diferentes construtos psicologicos: a preocupacao com a honra, os valores humanos e os tracos de personalidade. Mais especificamente, visou propor um modelo explicativo no qual os tracos de personalidade predizem os valores humanos e estes, por sua vez, explicam a preocupacao com a honra, sendo mediados pelo contexto cultural do local de residencia (capital/cidade do interior, regiao brasileira ou pais). Como objetivos especificos, buscou-se: (1) avaliar a relacao entre tais construtos; (2) comparar a influencia cultural sobre eles em capitais e cidades do interior; (3) comparar a influencia cultural dos mesmos de acordo com a regiao brasileira; e (4) comparar transculturalmente a influencia do contexto do local de residencia, mais especificamente, comparando amostras do Brasil e da Nova Zelandia. Para tanto, estao sendo realizados tres estudos empiricos, todos fazendo uso de tres medidas: (1) Escala de Preocupacao com a Honra (EPH), composta por 16 itens, (2) Questionario dos Valores Basicos (QVB), composto por 18 itens, e (3) Inventario dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade (ICGFP), composto por 20 itens. O Estudo 1 teve como objetivo mapear os tracos de personalidade, valores humanos e preocupacao com a honra no contexto brasileiro, buscando conhecer como estes tres construtos psicologicos se comportam em diferentes niveis geograficos do Brasil (nivel regional e de localidade – capitais e cidades do interior). Para tal, contou-se com a participacao de 7.024 pessoas de 24 unidades federativas brasileiras, sendo 1.479 da regiao Norte, 2.806 da regiao Nordeste, 958 da regiao Centro-Oeste, 956 da regiao Sudeste, e 825 da regiao Sul do pais. De forma conjunta, os participantes foram majoritariamente do sexo feminino (74,1%), com idades variando de 18 a 72 anos (M = 24,1; DP = 8,01). Os resultados apontaram para uma grande variabilidade cultural entre as regioes brasileiras para todos os construtos, principalmente no que concerne aos diferentes tipos de preocupacao com a honra: familiar [F (4, 7019) = 41,343; p < 0,001; η2 parcial = 0,023], social [F (4, 7019) = 6,222; p < 0,001; η2 parcial = 0,004], feminina [F (4, 7019) = 60,214; p < 0,001; η2 parcial = 0,033] e masculina [F (4, 7019) = 57,262; p < 0,001; η2 parcial = 0,032], corroborando as hipoteses formuladas de que este seria o construto de maior variabilidade. Verificadas as variacoes e perfis nacionais, buscou-se avaliar, no Estudo 2, a relacao direta entre os construtos de interesse. Para tal estudo, a mesma amostra descrita previamente foi utilizada. Deste modo, foram realizadas analises de regressao multipla e, posteriormente, analises de caminhos. Os resultados apontaram para um modelo explicativo conciso, onde a personalidade serviu de variavel independente e os valores humanos serviram de variaveis mediadoras na explicacao da preocupacao com a honra. Tanto o modelo livre para variacoes especificas [Sχ2 (60) 339,95; CFI = 0,98; TLI = 0,91; SRMR = 0,02; RMSEA = 0,05 (0,05 0,06)] como o modelo restrito [Sχ2 (268) 836,09; CFI = 0,97; TLI = 0,96; SRMR = 0,04; RMSEA = 0,04 (0,03 0,04)] apresentaram indices de ajuste satisfatorios. Por fim, no Estudo 3, buscou-se replicar os estudos apresentados em contexto transcultural, considerando uma amostra da Nova Zelandia composta por 196 individuos naturais do pais, com idade media de 36 anos, alem de amostras selecionadas randomicamente de todas as regioes do Brasil. Os resultados apontaram para uma grande variabilidade cultural entre ambos os paises no que concerne a personalidade [F (25, 4373) = 5,587; p < 0,001; Λ Wilks = 0,89; η2 parcial = 0,023], valores [F (30, 5840) = 18,509; p < 0,001; Λ Wilks = 0,64; η2 parcial = 0,086] e preocupacao com a honra [F (20, 3881) = 12,654; p < 0,001; Λ Wilks = 0,81; η2 parcial = 0,051]. Em relacao as pontuacoes especificas, observou-se que a regiao mais parecida com a Nova Zelandia foi o Sul. No que concerne a replicacao do modelo explicativo, Tanto o modelo livre para variacoes especificas [Sχ2 (72) 145,82; CFI = 0,97; TLI = 0,87; SRMR = 0,02; RMSEA = 0,07 (0,05 0,09)], como o modelo fixo [Sχ2 (262) 414,09; CFI = 0,94; TLI = 0,93; SRMR = 0,10; RMSEA = 0,05 (0,04 0,046)] e parcialmente fixo [Sχ2 (262) 374,28; CFI = 0,96; TLI = 0,94; SRMR = 0,10; RMSEA = 0,05 (0,03 0,06)] apresentaram indices de ajuste satisfatorios. Com isso, conclui-se que a presente tese alcancou os objetivos gerais de demonstrar a importancia da cultura na personalidade, valores e honra em contexto nacional e internacional, alem de demonstrar a relacao direta entre estes tres construtos.
  • TALITA LEITE TAVARES
  • DISCURSOS DE IGREJAS INCLUSIVAS E REGULAÇÃO DAS SEXUALIDADES EM CONTEXTO NÃO CONDENATÓRIO
  • Data: 01/08/2016
  • Hora: 09:00
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  • O movimento das Igrejas Inclusivas tem, como principal marca, a compreensão de que a homossexualidade não constitui pecado. O marco histórico emblemático desse movimento reside na criação da 1a Igreja Inclusiva – a Metropolitan Comunity Church (MCC) – em 1968, nos Estados Unidos. Contudo, no Brasil, as primeiras Igrejas Inclusivas tiveram início apenas nos anos 2000. Assim, guiado, teórica e metodologicamente, pela articulação que propõe – articulando Análise Crítica do Discurso (ACD), Estudos Queer e Construcionismo Social –, este estudo analisou, a partir dos discursos de auto apresentação de 15 Igrejas Inclusivas brasileiras publicados em sites de internet: como os modos de utilização dos discursos poderiam influir na regulação das sexualidades dxs fiéis em contextos que não condenam a ‘homossexualidade’ e; como pode se dar a produção de sujeitos nesse contexto normativo específico, diante das subjetividades nele experienciadas. Para tanto, foram desenvolvidos dois tipos de análise. O primeiro tipo constou de uma a Análise Lexical mediada pelo Software Alceste, que apresentou três classes discursivas – Caráter condicional do Livre-arbítrio (Classe 1 – 35% UCE ́s); Caráter geral da inclusão (Classe 2 – 30% UCE ́s) e Caráter missionário e transformador (Classe 3 – 35% UCE ́s) – que iluminaram os recursos discursivos utilizados pelas instituições para se dirigirem às/ aos fiéis. O segundo constou de uma ACD, do tipo Análise de Discurso Foucaultiana (ADF), mediada, inicialmente, por uma Análise Temática (AT) que viabilizou a construção de nove padrões de discursos utilizados pelas Igrejas Inclusivas: 1) Histórico de fundação; 2) Hermenêutica bíblica não condenadora da homossexualidade; 3) Conhecemos a realidade de homossexuais; 4) Homossexualidade sacralizada; 5) Normas de conduta; 6) Livre-arbítrio; 7) Promessa de transformação; 8) Missão expansionista e; 9) “Igreja Inclusiva não é ‘Igreja gay’”. Exibindo funções distintas, a análise dos quatro modos como os discursos diferentes e/ou 8 contraditórios se articulavam no interior do texto de uma mesma Igreja Inclusiva permitiu inferir que as Normas de conduta relativas à sexualidade eram sustentadas por outros discursos utilizados pelas instituições (Hermenêutica bíblica não condenadora da homossexualidade/ Homossexualidade sacralizada/ Promessa de transformação/ Livre- arbítrio/“Igreja Inclusiva não é ‘Igreja gay’”). E que os discursos que adotavam uma concepção teológica de homossexualidade como benção (Hermenêutica bíblica não condenadora da homossexualidade), no contexto institucional de igrejas cristãs, marcavam, no sentido foucaultiano, uma ‘variabilidade histórica’ conceitual, quiçá funcionando como tipo de discurso eficiente na garantia de abertura da vivência da religiosidade cristã por pessoas LGBT. Das análises realizadas, inferiu-se que as Igrejas Inclusivas usam uma combinação de discursos progressistas e conservadores para se direcionarem às/ aos fiéis.
  • ANA CLOTILDE COUTINHO BARBOSA
  • DA DITADURA A DEMOCRACIA: O QUE PUBLICAM OS JORNAIS DE SÃO PAULO SOBRE A PENA DE MORTE?
  • Data: 29/07/2016
  • Hora: 15:00
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  • A pena de morte tem sido foco de diversos estudos há décadas. Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo principal analisar os diversos discursos utilizados pelos dois jornais mais importantes de São Paulo (o Estado e a Folha) ao abordarem o tema da pena de morte em cada um dos três períodos políticos dos últimos cinquenta anos da história brasileira: Ditadura (1968 a 1974), transição da ditadura para de democracia (1987 a 1995) e período democrático (2005 a 2011). Para isso, foi utilizado como material de coleta os artigos dos jornais o “Estado de São Paulo” e “A Folha de São Paulo” que apresentou no título a expressão “pena de morte”. Na primeira análise, o material foi processado pelo pacote estatístico ALCESTE com a finalidade de verificar quais os temas gerais sobre a pena de morte que foram aglutinados por meio da análise lexical. Foram utilizadas duas técnicas de análise por meio do processamento dos dados pelo ALCESTE: A Classificação Hierárquica Descendente e a Análise Fatorial por Correspondência. Os resultados encontrados na primeira análise possibilitou a aglutinação das classes que se dividiram entre classes que situaram os artigos de debate e de caráter informativos. Da análise realizada no jornal “Estado de São Paulo” foram encontradas as seguintes classes “Debate: Vida e Crime”- Classe IV (47,71% do corpus), “Debate Constitucional”- Classe II (17,47%) que se destacaram por serem classes que contém artigos que possibilitaram o debate sobre a pena de morte; e as classes de caráter informativo “Julgamento na Ditadura” - Classe III (13,43%) e “Notícias Internacionais”- Classe I (21,39%). O resultado desta mesma análise no jornal “Folha de São Paulo” foram encontradas as seguintes classes classes “Debate: Vida e Crime” – Classe II (49%) e “Debate Constitucional”- Classe III (24%) que são representativas de elementos lexicais de artigos de caráter de debate e a classe I- “Julgamentos na Ditadura”(27%) que aglutinou as informações das notícias apenas de caráter informativas. Em um segundo momento, o material foi analisado à luz da Técnica de Análise de Conteúdo, visando encontrar quais os temas sobre a pena de morte mais citados pelos jornais estudados. Como resultados emergiram os seguintes argumentos acerca da pena de morte: “A Pena de Morte é Eficiente”versus “A Pena de Morte é Ineficente”, “A Pena de Morte é Justa”, “A pena de morte é Injusta” e “Sem Argumentos a Favor e Contra a Pena de Morte”.De fato, o debate sobre a pena de morte no Brasil foi reintroduzido de forma pública no final dos anos 80, e, esse debate tem se estendido até os dias atuais e em todos os recursos midiáticos. Verifica-se que muitos dos argumentos sobre a pena de morte tem se repetido em estudos anteriores, acredita-se que a manutenção desses estilos discursivos tem sido retroalimentada por meio de práticas discursivas antigas, de instituições, que mantêm tais ideias e que acabam por controlar a veiculação da informação.
  • ROSIANE ALVES DE ALBUQUERQUE
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE UNIVERSITÁRIOS SOBRE A COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE.
  • Data: 16/06/2016
  • Hora: 09:00
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  • A presente dissertacao de mestrado e fruto de um estudo empirico situado no campo da Justica transicional, mais especificamente, das Comissoes da Verdade (CV), das Representacoes Sociais (Moscovi, 1961/2012; 1975/2007) e dos Direitos Humanos (Doise, 2002a; 2002b). De modo mais amplo, este trabalho constitui a insercao do Brasil numa pesquisa sobre paises latinoamericanos que instauraram CVs, como o Chile, Argentina, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai. A CV e uma modalidade de justica transicional, instalada apos regimes repressivos ou conflitos armados, que contribui para a transicao democratica dos paises. Dentre os objetivos dessas comissoes estao: conhecimento da verdade sobre o ocorrido, construcao de uma memoria coletiva e busca por justica junto as vitimas. Implantada em marco de 2012, a Comissao Nacional da Verdade (CNV) estendeu suas atividades ate dezembro de 2014. Apesar da criacao da CNV constituir um marco para a historia e democracia brasileiras, a psicologia enquanto ciencia e conhecimento sociopolitico pouco tem contribuido com a discussao das graves violacoes dos DH ocorridas no Brasil. Esse deficit reflete na baixa producao sobre o tema. O Brasil figura como um dos ultimos paises da America Latina a instalar uma CV, considerando o intervalo de tempo entre o fim do regime ditatorial e a implantacao da comissao. Da Ditadura Militar (1964-1985) a criacao da CNV passaram-se 27 anos. Esses dados e o impacto pouco expressivo da CNV demonstram a dificuldade do brasileiro em lidar com o passado. No presente estudo, buscou-se verificar as representacoes sociais de universitarios sobre a CNV e como essas representacoes relacionavam-se com variaveis correspondentes as ideias forca. Especificamente, pretendeu-se investigar a relacao entre variaveis referentes as ideias forca; analisar a relacao entre variaveis correspondentes a Ditadura Militar (DM); verificar o relacionamento entre ideias forca e variaveis referentes a DM; examinar o relacionamento entre ideias forca e variaveis relativas a CNV e; investigar o relacionamento entre variaveis correspondentes a DM e variaveis relativas a CNV. Este estudo tem carater transversal e contou com a participacao de 252 universitarios do Centro de Ciencias Humanas e Letras da UFPB, localizado no Campus I, em Joao Pessoa/PB. O instrumento utilizado para a coleta de dados consistiu num questionario, composto por diferentes escalas tematicas (Grau de exposicao a violencia; Predisposicao para rever o passado; Compartilhamento social sobre a DM e a CNV; Avaliacao do trabalho da CNV; Indicadores de concordancia com o uso da violencia; Grau de pos-convencionalismo; Atitudes frente aos DH; Confianca institucional; Principios basicos de igualdade e tolerancia; Orientacao politica, etc.), ja elaborado e aplicado em outros paises (Arnoso, Cardenas & Paez, 2012; Cardenas, Paez & Rime, 2013; Arnoso et al., 2014a; 2014b; 2014c; Martinez et al., 2015), traduzido do espanhol para o portugues e validado semanticamente. Para a analise de dados foi utilizado o software SPSS. Realizaram-se analises descritivas, analises de correlacao, analises fatoriais e regressoes lineares multiplas. Dentre os resultados foi possivel verificar que as ideias forca (Doise, 2002a) – aspectos politicos, ideologicos e morais – ancoraram as representacoes sociais da CNV e que a aprovacao do trabalho da CNV e a predisposicao positiva para a revisao do passado sao coerentes com as atitudes positivas frente aos DH.
  • EDNEIA DE OLIVEIRA ALVES
  • O ACESSO DO SURDO USUÁRIO DE LIBRAS À EDUCAÇÃO ESCOLAR
  • Data: 27/04/2016
  • Hora: 14:00
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  • Os surdos usuarios de Libras nao tem se sentido satisfeitos com a implementado a “Politica de Educacao Nacional da Educacao Especial na perspectiva da educacao inclusiva” e tem reivindicado por uma educacao bilingue. Assim, tem-se como objetivo geral: analisar o sentido atribuido pelo surdo usuario de Libras sobre seu acesso a educacao escolar no intuito de comprovar a tese de que ele concebe a educacao escolar como um espaco de desenvolvimento intelectual e social, porem, mediada pelo respeito a Libras como condicao para o seu desenvolvimento educacional. Para tanto, contou-se com as categorias teoricas de Vigotsky: sentido, vivencia e mediacao. Optou-se por uma pesquisa qualitativa com duas tecnicas de analise: documental e entrevista. Os procedimentos foram: levantamento dos documentos e constituicao do corpus constituido por 26 documentos e as entrevistas realizadas com 07 surdos por meio da comunicacao em Libras, seguindo os preceitos do codigo de etica 466/12 e submetida a analise do Alceste com interpretacao a partir do Dendograma de Classificacao Hierarquica Descendente. Os resultados indicaram que a PNEE reproduz os sentidos de educacao especial e que os participantes concebem a educacao bilingue como o modelo educacional ideal para atender a sua especificidade linguistica porque tem a Libras e a visualidade como eixo mediador das praticas pedagogicas. Assim, a tese foi comprovada, pois, a educacao para o surdo e um meio de desenvolvimento intelectual e social e tem a Libras como condicao para o processo educacional.
  • FRANCISCA MARINA DE SOUZA FREIRE FURTADO
  • Vivendo à margem: prevalência e vulnerabilidades ao Transtorno Mental Comum em mulheres residentes em cidades rurais paraibanas
  • Data: 26/04/2016
  • Hora: 14:00
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  • O Transtorno Mental Comuns (TMC) envolve um conjunto de sinais e sintomas de natureza nao psicotica que, dado o seu carater social, pode ser facilmente encontrado em populacoes desfavorecidas economicamente, sobretudo, entre as mulheres. Ao ter como cenario os municipios de pequeno porte, este estudo tem por tese de que as precarias condicoes de vida quando associadas as questoes como desigualdades de genero e deficiencias nos servicos de saude contribuem para que as mulheres destas localidades se encontrem em situacoes de vulnerabilidades ao TMC. Neste sentido, objetivou-se analisar os principais elementos de vulnerabilidade ao TMC apresentados por mulheres residentes em cidades rurais paraibanas. Foram realizados dois estudos empiricos. O primeiro, de carater epidemiologico, transversal e quantitativo objetivou identificar a prevalencia do TMC nas mulheres residentes em cidades rurais paraibanas. Contou com a participacao de 608 mulheres (Media de idade = 43 anos; DP=14,64) e a utilizacao de um questionario sociodemografico e o Self-Reporting Questionnaire-20 (SRQ-20). A prevalencia de TMC encontrada entre as mulheres foi de 31,6% sendo os sintomas mais frequentes relacionados as queixas somaticas e sintomas depressivos e ansiosos. Estiveram associadas a presenca de TMC as variaveis: renda familiar menor que um salario minimo (χ2(gl)=3.951(1); p=0.047); ser vitima de violencia domestica (χ2(gl)=20,987; p=0,001); vivencia de situacao estressora (χ2(gl)= 38,913; p=0,001) e antecedentes familiares com as mesmas sintomatologias (χ2(gl)= 12,304; p=0,001). Por meio de regressao logistica, verificou-se como variaveis preditoras para o TMC na amostra investigada a) ser vitima de violencia domestica (OR=2.58; IC95%=1.23-5.45); b) estar vivenciando situacao estressora (OR=2.93; IC95%=1.85-4.65) e a interacao das variaveis c) ter mais de 50 anos e ter antecedentes familiares com sintomas de TMC (OR=3.96; IC95%=1.45-10.86) e d) ter cursado o Ensino Medio e ter rendimentos entre um e dois salarios minimos (OR=4.09; IC95%=1.44-11.66). De carater preliminar, o primeiro estudo veio apontar para o alto indice de TMC presente entre as mulheres rurais e para sua relacao com aspectos socioeconomicos e de genero. O segundo estudo, de natureza qualitativa, transversal, exploratoria e analitica, objetivou analisar - a partir do relato das participantes - quais elementos (individuais, sociais e programaticos) de vulnerabilidade ao TMC estao presentes nas vivencias das mulheres residentes em cidades rurais paraibanas que contribuem para estas sofram com o TMC. Contou com a participacao de 10 mulheres com idades entre 24 e 74 anos (M= 51,7; DP = 18,1) utilizando-se de entrevistas semi-estruturadas. Estas foram analisadas por meio da tecnica de analise de conteudo, utilizando como auxilio o software Maxqda versao 11. A categorizacao tematica permitiu a obtencao de duas classes tematicas: a primeira intitulada “Cenarios rurais do sofrimento feminino” fez referencia aos aspectos objetivos do sofrimento e envolveu seis categorias de analise, a saber, a) Sintomatologia; b) Motivos para o sofrimento; c) Consequencias do sofrimento; d) Praticas de autocuidado; e) Assistencia em saude e f) Cuidados em saude mental. Ja a segunda classe tematica, intitulada “Vivencias rurais do sofrimento feminino” fez referencia aos aspectos sociais e intersubjetivos do sofrimento e envolveu tres categorias de analise, a) Relacoes Conjugais; b) Rede de apoio social e c) Cotidiano rural. De maneira geral, os resultados permitiram concluir que, no meio rural, a relacao entre elementos individuais, sociais e programaticos perpassados por desigualdades de genero associadas aos papeis sexuais, em especial, o papel de mae, convergem para situacoes de vulnerabilidade ao TMC entre as mulheres rurais paraibanas.
  • LUCIVANDA CAVALCANTE BORGES DE SOUSA
  • Nichos de desenvolvimento infantil: um estudo com mães e educadoras de creches em contexto não urbano
  • Data: 01/04/2016
  • Hora: 08:30
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  • NICHOS DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL: UM ESTUDO COM MAES E EDUCADORAS DE CRECHES EM CONTEXTO NAO URBANO RESUMO: O presente estudo objetivou analisar o nicho de desenvolvimento infantil, no microssistema familiar e da creche, em contexto nao urbano. Para tanto, foram entrevistadas 30 maes e 21 educadoras de creches, de criancas na faixa etaria entre 06 e 36 meses, de tres contextos nao urbanos, baseados na agricultura de subsistencia, do municipio de Petrolina-PE. Como aporte teorico, baseou-se na perspectiva ecocultural do desenvolvimento humano, que o compreende como um processo complexo e dinamico, produzido pelo individuo e pelo meio fisico, social e cultural, como sistemas interativos, que tornam indispensavel a analise do contexto em que vivem as pessoas, pois, cada cultura e contexto em particular conduzem a diferentes processos de desenvolvimento. Destacam-se, neste estudo, a analise dos nichos de desenvolvimento infantil nos microssistemas familiar e creche, compreendidos como ambiente fisico e social, alem das praticas de educacao e as etnoteorias parentais, tendo em vista as influencias que exercem sobre o desenvolvimento da crianca. Como instrumentos, foram utilizados um questionario sociodemografico, um roteiro de entrevista semiestruturada, uma entrevista estruturada com questoes relativas aos nichos de desenvolvimento infantil no contexto da familia e da creche, como tambem observacoes assistematicas. As entrevistas foram transcritas e submetidas a analise tematica de conteudo, compreendendo a exploracao e a pre-analise do material, assim como a codificacao mediante o uso de palavras e frases descritoras, considerando os criterios de exaustividade, representatividade, homogeneidade e pertinencia. Posteriormente, foi realizada a frequencia de respostas das maes em cada categoria e subcategoria e calculado o percentual medio com base no numero total de respostas obtidas em cada uma delas. No que se refere as metas de socializacao, as respostas tambem foram discutidas com base nas categorias estabelecidas por Harwood et al., com o intuito de compreender as dimensoes culturais enfatizadas pelos participantes. Os resultados apontaram que as maes, em sua maioria, apresentam concepcoes positivas sobre o desenvolvimento da crianca, caracterizando-as como ativas, inteligentes e carinhosas e consideram os cuidados com saude, afetividade e educacao como fatores relevantes para o desenvolvimento infantil; envolvem-se em interacoes ludicas com os filhos e preocupam-se com acidentes domesticos; usam as praticas indutivas no controle do comportamento das criancas; priorizaram metas de socializacao voltadas para o modelo autonomo-relacional e estrategias centradas em si e no contexto em que vivem; esperam que os filhos possam contribuir para a sociedade a partir da pratica de valores sociais; e consideram a creche como instituicao que deve promover a educacao formal e o controle do comportamento da crianca. Em relacao as educadoras, estas apontam a educacao e a afetividade como principais aspectos para o desenvolvimento infantil, construidos a partir de processos interativos; concebem a infancia no contexto nao urbano como exposta ao perigo e carente, tanto afetiva quanto economicamente, tendo a creche e o educador as funcoes de suprir as necessidades basicas dessas criancas, estimular seu desenvolvimento e controlar o comportamento. Alem disso, destacam a necessidade de maior parceria entre familia e creche; almejam para as criancas metas de socializacao e contribuicoes para a sociedade relacionadas as expectativas sociais, seguidas da autonomia, centralizando em si as estrategias para o alcance dessas metas. Esses resultados sao discutidos a partir das caracteristicas do contexto ecocultural dos participantes e das consideracoes de autores da Psicologia do Desenvolvimento Infantil.
  • TAMIRIS MOLINA RAMALHO HIRSCHLE
  • MULHERES MASTECTOMIZADAS E SEUS PARCEIROS: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO CORPO E SATISFAÇÃO SEXUAL
  • Data: 29/03/2016
  • Hora: 09:15
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  • O câncer de mama é uma temática relevante para os estudos de psicologia por se tratar de um assunto atual que necessita de um olhar voltado para questões de ordem psíquica e social. As mulheres que passam pelo procedimento da mastectomia e seus parceiros deparam-se com o corpo transformado e precisam ressignificá-lo, além disso, a mastectomia pode trazer diversas mudanças na vida íntima do casal. Este corpo que é marcado pela falta do órgão, tem representações sexuais, afetivas e é símbolo de feminilidade em nossa sociedade. Diante disto, este trabalho ancorado na Teoria das Representações Sociais objetiva conhecer as representações sociais acerca do corpo da mulher, do corpo mastectomizado e o nível de satisfação sexual das mulheres mastectomizadas e de seus parceiros. Consiste em uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo e de campo, realizada em instituições que atendem às pessoas portadoras de câncer, localizadas na Paraíba. Compreendeu uma amostragem não probabilística e de conveniência, totalizando 20 participantes, sendo 10 mulheres mastectomizadas e seus parceiros. Os instrumentos utilizados foram: um questionário biosociodemográfico analisado a partir de estatísticas descritivas; a Técnica de Associação Livre de Palavras, utilizando os estímulos: ‘corpo da mulher’ e ‘corpo da mulher mastectomizada’; analisadas pela análise de conteúdo temática proposta por Bardin; uma entrevista semiestruturada, analisada através da análise lexical através do software IRAMUTEQ e uma escala de satisfação sexual analisada por meio da estatística do qui-quadrado e estatísticas descritivas. A aplicação dos instrumentos ocorreu de forma individual nas instituições e à domicílio com o auxílio de gravador; foram respeitados todos os procedimentos éticos que envolvem a pesquisa com seres humanos. Os resultados indicaram que as representações acerca do corpo da mulher mastectomizada são mais negativas quando comparado ao corpo da mulher, possuindo representações voltadas para a falta, a mutilação, a vergonha, bem como ao preconceito, além disso, o corpo da mulher mastectomizada não representa evocações voltadas à sexualidade quando comparadas ao corpo da mulher. Para os homens as representações são menos carregadas de palavras depreciativas, pois os parceiros demonstraram-se como apoiadores e auxiliares no tratamento e na recuperação integral de suas parceiras. Há um decréscimo da satisfação sexual do casal após a cirurgia, relacionada às alterações na autoimagem da mulher e suas representações devido à mastectomia, bem como aos tratamentos químicos do câncer. No entanto, os participantes ainda consideraram sua satisfação sexual boa e procuraram criar estratégias de enfrentamento para superar a perda da mama e as consequências do tratamento. O presente estudo oportunizou o olhar acerca do apoio do parceiro para as mulheres que é imprescindível na recuperação de sua integridade física e mental. Além disso, atenta para que os profissionais da saúde estejam orientados para proporcionar mais apoio e informação, criando projetos que forneçam o auxílio com vistas a promover a qualidade de vida desses atores sociais.
  • EDUARDO BRENO NASCIMENTO BEZERRA
  • O trabalhar de teleatendentes: uma análise da relação trabalho-saúde
  • Data: 23/03/2016
  • Hora: 14:00
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  • O trabalho em teleatendimento tem despertado o interesse de diversos pesquisadores, sobretudo devido a organizacao de trabalho e os altos niveis de rotatividade e adoecimento presentes nessa categoria profissional. Nesse sentido, a presente dissertacao tem como objetivo principal analisar a relacao entre o trabalho e a saude de teleatendentes. Para analisar as complexas relacoes entre trabalho e saude destes profissionais, a Psicodinamica do Trabalho foi tomada como aporte teorico, alem disso, adotou-se uma concepcao dinamica de saude inspirada na obra de Canguilhem, que compreende o ser humano como um ser ativo frente ao meio que este se encontra. Quanto ao metodo, privilegiou-se uma abordagem qualitativa, na qual procurou-se combinar uma entrevista semiestruturada com a aplicacao de um questionario acerca dos problemas de saude apresentados pelos participantes desde o ingresso destes na atividade de teleatendimento. Participaram deste estudo 13 teleatendentes, de ambos os sexos, com idades variando entre 20 a 31 anos, e tempo de trabalho oscilando entre dois meses e dois anos e dez meses. A analise dos dados foi conduzida atraves da analise de conteudo tematica. No que se refere aos resultados, constatou-se que os teleatendentes encontram-se submetidos a rigidas formas de comando, expressos por meio de mecanismo de controle de tempo, da fala, dos movimentos e das pausas. A organizacao do trabalho presente no teleatendimento e ainda marcada por excessivas prescricoes, muitas vezes contraditorias, metas abusivas e alta sobrecarga de trabalho. No que diz respeito as condicoes de trabalho verificou-se que a falta manutencao em equipamentos e em mobiliarios tem exposto esses profissionais a uma serie de situacoes de vulnerabilidade e riscos que podem provocar danos a saude desses trabalhadores, entre os quais, foram identificados problemas infecciosos e respiratorios, de visao, auditivos, digestivos, osteomusculares, alem de problemas de ordem psiquica como ansiedade, desgaste emocional, irritabilidade, alteracoes de humor, estresse e problemas do sono. Verificaram-se ainda como fontes de sofrimento no trabalho, as frustacoes por nao conseguir resolver os problemas dos clientes, o relacionamento conflituoso com os usuarios, a desvalorizacao em termos salariais e o preconceito sofrido no dia a dia de trabalho. Como fontes de prazer, foram identificadas o sentimento de utilidade ao resolver os problemas dos clientes, o horario de trabalho de seis horas diarias, a possibilidade de trabalhar em um ambiente diverso e, sobretudo, o relacionamento com os pares. Constatou-se, por fim, que os elogios proferidos tanto pelos pares quanto por alguns usuarios, se constituem como importantes meios de transformar o sofrimento em prazer no trabalho. Entretanto, esses fatores nao parecem ser suficientes para manter esses profissionais no teleatendimento, uma vez que nenhum dos profissionais entrevistados se ve por muito tempo exercendo a funcao de teleatendente.
  • HYALLE ABREU VIANA
  • SEXISMO NA DOCENCIA UNIVERSITARIA: EVIDENCIAS DA PERSISTENCIA DOS ESTEREOTIPOS DE GENERO
  • Data: 23/03/2016
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertacao objetivou responder dois problemas de pesquisa: a) sera que existem diferencas na atribuicao de estereotipos de sociabilidade e competencia para professores e professoras lecionando em contextos masculinos ou femininos? b) sera que a avaliacao do docente e influenciada pelo tipo de curso, pelo sexo do professor e sexo do discente? Para tal proposito, foram realizados tres estudos, todos com estudantes universitarios da Paraiba. O primeiro (N=100) buscou verificar a categorizacao de profissoes em “masculinas” ou “femininas”, de acordo com o pensamento socialmente compartilhado sobre a divisao do trabalho. O segundo estudo (N=305) tencionou analisar a influencia do sexo do aluno (masculino ou feminino) e do tipo de curso (masculino ou feminino) na atribuicao dos estereotipos de sociabilidade e competencia dos professores e professoras. Por fim, o terceiro estudo (N=384) pretendeu verificar se o tipo de curso (masculino ou feminino), o sexo do professor (masculino ou feminino) e o sexo do participante (masculino ou feminino) influenciam a percepcao de justica da nota recebida pelos discentes. Em conjunto, os resultados destes tres estudos revelam a persistencia do pensamento socialmente compartilhado de que ha profissoes melhor desempenhadas por homens e por mulheres e que, quando o/a docente foge desta categorizacao, ele/a e avaliado/a de forma mais negativa por seus discentes.
  • ELDO LIMA LEITE
  • EM BUSCA DA IDENTIDADE NACIONAL BRASILEIRA
  • Data: 22/03/2016
  • Hora: 15:00
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  • Este estudo teve por objetivo verificar a relacao entre a identidade nacional, o nacionalismo, o patriotismo e o essencialismo, bem como verificar se estes fatores fazem parte do autoconceito dos brasileiros. Participaram deste estudo 229 estudantes universitarios do Estado da Paraiba, com idade media de 20 anos, DP = 3,6; sendo 66 do sexo masculino e 163 do sexo feminino. No primeiro momento, os resultados demonstraram que os participantes apresentaram um maior nivel de identificacao com os paraibanos, regiao de procedencia da maioria dos participantes, quando comparados a identificacao com os brasileiros. No segundo momento, os resultados sugeriram que o nacionalismo, o patriotismo e o essencialismo sao bons preditores da identidade nacional, sendo o patriotismo o melhor destes. Os resultados tambem demonstraram que os brasileiros usam majoritariamente termos ligados a aspectos fisicos e psicologicos para se descreverem, fazendo pouco uso de categorias sociais como autodescritores. Referente ao modo como os participantes caracterizaram o Brasil e os brasileiros, observou-se que as principais caracteristicas que representaram o Brasil foram a beleza natural do pais e os problemas sociais, em especial a corrupcao. Ja referente aos brasileiros, estes foram caracterizados como miscigenados, afetuosos e pouco diligentes. Tal caracterizacao refletiria, em parte, crencas de carater essencialistas, uma vez que tais descritores sao justificados a partir de argumentos baseados na heranca genetica e cultural dos brasileiros. Estudos futuros poderao aprofundar estes resultados podendo, por exemplo, abordar o fenomeno da identidade nacional a partir de teorias que articulem tanto niveis intergrupais quanto societais.
  • ANDREZA SILENE SILVA FERREIRA
  • XINGAMENTO OU PRECONCEITO? UM ESTUDO SOBRE O PRECONCEITO RACIAL NO FUTEBOL BRASILEIRO
  • Data: 21/03/2016
  • Hora: 15:00
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  • Este trabalho teve como objetivo analisar em que medida o preconceito racial no futebol medeia a relacao entre o uso de agressoes verbais e a concordancia com acoes judiciais que negam a existencia do preconceito racial no futebol. Adicionalmente, buscou-se analisar os discursos que as pessoas utilizam para se posicionarem diante de situacoes de preconceito racial no futebol e quais principios que organizam essa tomada de posicao. Para alcancar estes objetivos foi realizado um estudo exploratorio e correlacional. Participaram desta pesquisa 295 estudantes de uma universidade publica do Estado da Paraiba, com idades entre 15 e 61 anos (M= 21, DP = 6.01) sendo 109 do sexo masculino e 185 do sexo feminino; um participante nao respondeu a questao. Os resultados demonstraram que a relacao entre a agressao verbal e a concordancia com o posicionamento do juiz ao retirar a acusacao de injuria racial foi totalmente mediada pelo preconceito. Os resultados tambem demonstraram que os discursos dos participantes, de um modo geral, admitem a existencia do preconceito, mas ao mesmo tempo, negam a gravidade de atos preconceituosos no contexto do futebol. Tomados em conjunto, estes resultados indicam que a manifestacao do preconceito racial no futebol brasileiro ocorre de forma flagrante, mesmo que nos consideremos uma democracia racial. Os discursos evidenciados indicam que os posicionamentos dos participantes variam de acordo com as ancoragens utilizadas para tais posicionamentos, seja o contexto da disputa, no qual alguns xingamentos decorrem de uma postura antietica ou sao construcoes midiaticas, seja no contexto social, no qual os xingamentos decorrem de uma postura preconceituosa e refletem a sociedade brasileira.
  • HYSLA MAGALHÃES DE MOURA
  • AUTOAVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ACADÊMICO E TRAPAÇA: CONSTRIBUIÇÕES DOS VALORES E DO JEITINHO BRASILEIRO
  • Data: 21/03/2016
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação objetivou propor um modelo explicativo da autoavaliação do desempenho acadêmico a partir da trapaça acadêmica, valores humanos e do jeitinho brasileiro. Para tanto, dois estudos foram conduzidos. No Estudo 1, além da validação das medidas de trapaça, objetivou-se conhecer as relações estabelecidas com a autoavaliação do desempenho acadêmico, para que então se pudesse propor um modelo explicativo. Logo, decidiu-se dividir este estudo em três partes: Propriedades psicométricas, Correlação e Modelo Explicativo. Para a Análise Fatorial Exploratória das medidas de trapaça acadêmica participaram 212 estudantes com idade media de 16 anos. Os resultados evidenciaram estruturas bifatorias com indicadores aceitáveis de fidedignidade: EAT (Alfa de Cronbach =0,84 no primeiro fator; Alfa de Cronbrach=0,76 no segundo fator) e EMT (Alfa de Cronbach =0,60 no primeiro fator; Alfa de Cronbrach=0,68 no segundo fator). Posteriormente, realizou-se a Análise Fatorial Confirmatória a qual contou-se com a participação de 229 estudantes com idade média de 16 anos. Os achados demonstraram que as estruturas bifatoriais da EAT (e.g., GFI = 0,90; RMSEA = 0,07) e da EMT (e.g., GFI = 0,90; RMSEA = 0,05) são aceitáveis. Por fim, para a realização da Correlação de Pearson e do modelo explicativo, reagrupou-se toda a amostra utilizada, de modo que contou-se com a participação de 441 estudantes do Ensino Médio. Para a realização destas últimas análises utilizou-se os seguintes instrumentos: Questionário de Valores Básicos (QVB), Escala de Admissão de Trapaça (EAT), Escala de Motivação de Trapaça (EMT), Escala de Autoavaliação do Desempenho Acadêmico (EADA) e questionátio sóciodemográfico. Os resultados despontam que a trapaça está positivamente relacionada com os valores de Realização e Experimentação, enquanto que está negativamente relacionado com o valor Normativo. Embora não se tenha verificado uma relação significativa entre a trapaça e o valor Interativo, decidiu-se por incluí-lo no modelo tento vem vista o arcabouço teórico. Para mais, verificou-se que a trapaça acadêmica está negativamente relacionada com a autoavaliação do desempenho acadêmico. Ainda, no Estudo 1 foi proposto e testado um modelo explicativo, contando com a trapaça acadêmica e os valores humanos, em suas orientações pessoal e social, como variáveis antecedentes, enquanto que a autoavaliação do desempenho acadêmico assumiu papel de variável critério. Logo, os índices de ajuste ao modelo demostraram que o modelo explicativo é aceitável (e.g. GFI= 0,95; RMSEA=0,11). Já no Estudo 2 objetivou-se testar um modelo alternativo, de modo que reaplicou-se a estrutura encontrado no Estudo 1, acrescendo a variável jeitinho brasileiro. Participaram deste estudo 205 universitários, com idade média de 24 anos, onde aplicou-se os mesmos instrumentos utilizados do estudo anterior, acrescendo a Escala de Jeitinho Brasileiro (EJB). Os achados despontam que este último modelo apresentou melhores índices de ajuste do que o modelo encontrado anteriormente (e.g. GFI= 0,94; RMSEA=0,07). Confia-se ter contribuído para a literatura na área fornecendo um melhor entendimento sobre os fatores explicativos da autoavaliação do desempenho acadêmico.
  • JÉSSIKA SONALY VASCONCELOS BARBOSA
  • O TRABALHAR COMO MÉDICOS OBSTETRAS
  • Data: 18/03/2016
  • Hora: 10:00
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  • A obstetricia e uma area de destaque para a medicina, pois representa uma das necessidades basicas da populacao. E responsavel por um evento social, cultural e historico muito importante que e a realizacao de um parto. Tal situacao submete os profissionais que atuam nessa area a uma pressao constante por bons resultados, alem das variabilidades e dilemas que sao inerentes do oficio. Desse modo, a presente dissertacao tem como objetivo principal compreender o trabalhar de medicos obstetras que atuam em uma maternidade publica. Para tanto, o aporte teorico desse estudo se baseia nas contribuicoes oriundas da Psicodinamica do Trabalho atraves das reflexoes trazidas por Christophe Dejours. No que se refere ao metodo, esta pesquisa apresenta-se como um estudo de campo de carater qualitativo. As tecnicas utilizadas foram entrevistas semiestruturadas e observacoes do trabalho. A perspectiva adotada para analise dos dados foi a analise de conteudo tematica. Participaram desta pesquisa 13 medicos obstetras que atuam em uma maternidade publica situada no interior do Nordeste, 10 sao do sexo feminino e tres sao do sexo masculino. As idades variaram entre 31 e 61 anos. Quanto ao tempo de atuacao como obstetra, este variou de um ano ate 40 anos de profissao. Como resultados, destaca-se a estreita ligacao presente entre a formacao profissional e o trabalho coletivo na atividade do medico obstetra. O desenvolvimento da inteligencia pratica, da mobilizacao subjetiva e, sobretudo, da cooperacao se apresentam como necessarias para que o obstetra realize seu trabalho e venca os obstaculos impostos pelo real. Alem dos riscos a saude inerentes da categoria profissional, os obstetras lidam cotidianamente com a violencia na relacao medicopaciente, na qual sofrem ameacas por parte dos beneficiarios de seu servico, em uma relacao ambigua, ora de dificuldade e empasses, ora de prazer, satisfacao e reconhecimento. Destacase, ainda, a presenca da atividade subjetivante no trabalho do medico obstetra; para trabalhar, o obstetra necessita corpopriar o mundo. Alem disso, verifica-se que o uso do tempo fora do trabalho e permeado pelo trabalho, dando pouco espaco para relacao familiar, o lazer e os cuidados com a saude. Por fim, apesar das dificuldades os obstetras sentem-se realizados e demonstram que a profissao possibilita ganhos para a identidade e realizacao de si.
  • ANA CRISTINA SERAFIM DA SILVA
  • A REDE DE PROTEÇÃO OS DIREITOS DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
  • Data: 04/03/2016
  • Hora: 08:30
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  • Esta tese tem como objetivo analisar a atuação da Rede que compõe o sistema de garantia na proteção dos direitos da criança e do adolescente. Partiu-se da problemática: Como vem se constituindo a Rede de proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como norte a política de proteção integral preconizada pelo ECA? Como a prática dos atores sociais tem garantido os direitos das crianças e dos adolescentes? Quais as ferramentas usam? Tendo como pressuposto, que mesmo diante dos avanços nas legislações decorrentes da Doutrina de proteção integral dos direitos das crianças e dos adolescentes, a Rede não funciona integrada e articulada, não garantindo a dignidade humana da criança e do adolescente. Defende-se a Tese de que a Rede de proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes não funciona integrada, articulada, interconectada com uma finalidade comum, e na prática, as políticas públicas não efetivam os direitos de proteção da infância e da adolescência, visto que as instituições e atores sociais trabalham com a noção de indivíduo, não considerando a noção de coletivo, sendo baseadas em práticas higienistas, que servem como mecanismo de controle político do Estado, refletindo uma lógica menorista. Pressupõe-se que os direitos positivados na Lei não são suficientes para que haja a proteção da criança e do adolescente, pois as práticas das instituições e dos atores sociais não consideram a condição peculiar de desenvolvimento nem o princípio de dignidade humana. Buscou-se aporte teórico na perspectiva dos Direitos Humanos a partir da dignidade humana para além da necessidade de positivação das leis, na perspectiva Histórico-Cultural de Vygotski que considera o meio como formador, promovendo elementos para constituição do sujeito e uma concepção de Rede como um mediador entre os direitos e as políticas. Como procedimentos metodológicos foi feito um levantamento das instituições que atuam no Sistema de Garantia de Direito da criança e do adolescente no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente e após identificação das instituições, utilizou-se a entrevista semiestruturada com dez atores sociais responsáveis pelas instituições identificadas. Para análise dos dados utilizou-se a Análise de Conteúdo de Bardin. A partir das falas dos atores sociais, percebeu-se uma Rede desestruturada, caracterizada pela falta de articulação entre as instituições que a compõem. É unânime a queixa da falta de retorno e do não funcionamento da Rede. Emergiram também, a partir das falas, a falta de capacitação dos atores sociais, no que se refere inclusive a aspectos legais, o que implica em práticas preconceituosas e estigmatizantes em que prevalece o modelo menorista e com forte discurso de culpabilização da família pela violação dos direitos. O conceito de infância e adolescência está arraigado numa concepção naturalizante e de desenvolvimento por etapas, desconsiderando o meio em que o sujeito vive como fator importante para o desenvolvimento, desta forma, esses sujeitos são tratados de forma homogênea, desconsiderando as particularidades. Percebe-se que o critério peculiar de sujeito em desenvolvimento é questionado e visto como um erro da lei, que a mesma deveria considerar adultos e crianças com as mesmas obrigações e penalizações. Observa-se a partir das falas que a Rede encontra-se em opacidade, devido à desarticulação das políticas sociais, ao não entendimento da lei e as diversas interpretações que a ela são dadas, aos estereótipos e estigmas com que ainda são tratados as crianças e os adolescentes comprometendo o critério da dignidade humana como princípio universal de todos
  • MICHAEL AUGUSTO SOUZA DE LIMA
  • VULNERABILIDADE E PREVENÇÃO ÀS DST’S NAS PRÁTICAS AFETIVO-SEXUAIS DE LÉSBICAS
  • Data: 02/03/2016
  • Hora: 14:00
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  • Introdução: As formas como lésbicas exercem a prevenção às DST’s em suas práticas afetivo-sexuais não estariam unicamente relacionadas a existência de fatores de ordem interna e individual, mas também elementos programáticos e aspectos que compõem a ordem social relacionados aos estigmas, mitos e sentidos construídos na sociedade sobre a homossexualidade feminina que influem sobre estas práticas e suas formas de vivenciá-las. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo geral analisar a vulnerabilidade e as práticas preventivas frente às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST`s) nas relações afetivo-sexuais de lésbicas. Método: Tratou-se de um estudo exploratório e descritivo, de caráter transversal e qualitativo. A amostra foi composta por 18 participantes mulheres que se autodefinem lésbicas, com idades variando de 19 a 42 anos (M=26; DP=6,1). Para a coleta dos dados foram utilizados um questionário sociodemográfico e entrevistas semiestruturadas. A coleta partiu de uma participante matriz e seguiu a seleção de novas participantes pelo método de “bola de neve”. Os dados oriundos do questionário sociodemográfico foram analisados por meio de estatísticas descritivas no Software PASW Statistics (SPSS) for Mac - versão 23, os dados obtidos nas entrevistas foram analisados por meio da análise categorial temática através do software MAXQDA 11 - Qualitative Data Analysis Software (Software de Análise de Dados Qualitativos). Resultados: Foi recorrente nos relatos a ideia de maior vulnerabilidade associada a presença masculina na relação, ficando subjacente nos discursos que o relacionamento apenas entre mulheres poderia ser um fator de proteção. Evidencia-se a ausência de maiores esclarecimentos sobre a existência, formas de uso e eficácia de insumos preventivos às DST’s que possam ser utilizados nas relações entre mulheres. Foram evidenciados nos discursos que os supostos métodos existentes não seriam próprios, específicos ou pensados para a prevenção as DST’s entre mulheres, tendo em vista que a maioria destes meios de prevenção seriam adaptações de métodos já existentes, como o preservativo masculino sem lubrificação ou adaptações de itens que originalmente seriam utilizados com outras finalidades (plástico filme de PVC, luvas, barreira de látex de uso odontológico). A confiança na parceria e na existência de fidelidade presumida foram elementos citados como formas de prevenção. O preconceito foi relacionado à ausência de campanhas que orientem às lésbicas sobre a necessidade de prevenção nas relações sexuais. A presença do elemento constrangimento foi destacado como um fator impeditivo para a busca por atendimento ginecológico. A ausência de informações nos serviços de saúde sobre meios de prevenção às DST’s nas relações entre mulheres emergiu como um fator que contribui como aumento da vulnerabilidade em saúde, a foi relacionado a possível falta de preparo dos profissionais de saúde em orientar e responder às demandas desta população. Conclui-se que estes achados podem servir como um quadro que evidenciam elementos de ordem individual, social, bem como deficiências de ordem programática, que se relacionam e podem influenciar para a situação de maior vulnerabilidade em saúde de lésbicas.
  • TAILSON EVANGELISTA MARIANO
  • O IMPACTO DOS VIDEOGAMES NOS COMPORTAMENTOS PRÓ E ANTISSOCIAIS
  • Data: 02/03/2016
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação teve como objetivo responder a três problemas de pesquisa sobre os videogames: o que motiva uma pessoa a jogar, como os valores podem explicar essas motivações e quais os efeitos dos jogos nos comportamentos. Para tanto, realizaram-se três estudos empíricos. O Estudo 1 teve como objetivo adaptar a Escala de Motivações para Jogos Online (EMJO) para o contexto brasileiro, conhecendo evidências de sua validade fatorial e consistência interna. Contou-se com a participação de 332 jogadores de diferentes estados do Brasil. Com o intuito de verificar a validade cruzada e a estabilidade fatorial da medida, a amostra total foi aleatoriamente dividida em dois grupos (Laros, 2005; Schumacker & Lomax, 2004), descritos a seguir: N1 = formado por 132 jogadores com idades variando entre 15 e 53 anos (M = 24,8; DP = 5,80), sendo a maioria do sexo masculino (83,2%), solteira (72,0%), sem religião (44,7%) e de classe média (28,0%) e residentes no estado de São Paulo (18,2%); e N2 = composta por 200 jogadores, cujas idades variaram entre 14 e 44 anos (M = 24,2; DP = 5,63), sendo a maioria do sexo masculino (85,9%) e solteira (79,5%), sem religião (51,5%) e de classe média (28,5%) e residentes no estado de São Paulo (20,0%). Com o N1 foi realizado uma análise dos componentes principais, que mostrou adequada a estrutura com três dimensões com consistência interna aceitável (alfa de Cronbach, α): realização (α = 0,76), imersão (α = 0,78) e social (α = 0,72). A partir do N2, testou-se a estrutura tridimensional por meio de análise fatorial confirmatória. Os indicadores de ajuste deste modelo corroboraram sua adequação (e.g., CFI = 0,94, RMSEA = 0,06), tendo os três fatores apresentado consistência interna superior a 0,70. Portanto, concluiu-se que esta medida reúne evidências de validade de construto, podendo ser utilizada em estudos futuros. O Estudo 2, por sua vez, teve como objetivo traçar um perfil valorativo e motivacional dos jogadores e seus correlatos. Contou com um amostra por conveniência (não probabilística) de 200 também jogadores de videogames, com idade média de 24,4 anos (DP = 5,90) em sua maioria do sexo masculino (75%), solteira (73%), sem religião (48,5%) e de classe média (28%). Estes responderam a medida empregada no estudo anterior (EMJO) e ao Questionário dos Valores Básicos (QVB) além de um Questionário Sociodemográfico. Os resultados das correlações permitiram corroborar as hipóteses elaboradas e conhecer os valores que os jogadores priorizam (existência M = 5,60; DP = 1,19) bem como o fator motivacional que mais influencia no ato de jogar (realização M = 4,09; DP = 0,87). Por fim, o Estudo 3 buscou verificar a incidência de cognições após jogar videogames. Participaram 30 estudantes universitários, com idade média de 22,3 anos (DP = 6,4; A = 18 a 44). Estes foram alocados aleatoriamente (quadrado latino) em um dos dois grupos experimentais (jogo pró-social, jogo agressivo) ou no grupo controle (jogo neutro). Os resultados evidenciaram que comparados com o grupo controle as condições Pró-social e Antissocial tiveram uma média menor de cognições positivas. Contudo, ao se verificar as diferenças entre as médias de cada condição quanto ao número de cognições positivas este mostrou diferenças significativas apenas na condição de jogos antissociais em relação a neutros F (2, 12) = 4,29, p < 0,03, η2 = 0,41. Concluindo, confia-se que os objetivos desta dissertação tenham sido alcançados, apresentando-se nesta oportunidade uma contribuição para um campo de estudo que estar se tornando consistente na Psicologia Social: o efeito dos videogames nos comportamentos sociais.
  • ANDERSON MESQUITA DO NASCIMENTO
  • SATISFAÇÃO COM A VIDA: UMA EXPLICAÇÃO PAUTADA NA CRENÇA NO MUNDO JUSTO E VALORES HUMANOS
  • Data: 02/03/2016
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação teve como objetivo principal testar um modelo de mediação em que a satisfação com a vida é explicada pelos valores humanos, tomando a crença no mundo justo como mediadores desta relação, o que foi buscado ao longo de três estudos. No estudo 1, buscou-se verificar se a versão da escala de Crença no Mundo Justo apresentava evidências de validade e fidedignidade em contexto brasileiro. Nesse estudo contou-se com uma amostra de 300 participantes, recrutados por critério de conveniência (não-probabilística) através das redes sociais e contatos via e-mail. Os resultados demonstraram que os dados podem ser apresentados em uma estrutura com dois fatores, apresentando índices de consistência interna adequados para a realização de pesquisas. No estudo 2 procurou-se verificar os correlatos valorativos da crença no mundo justo, observando, além disso, quais subfunções poderiam predizer tais crenças, considerando uma amostra composta por 4 países de diferentes continentes e contextos culturais (América do Sul: Argentina e Chile, Europa: Bélgica e Bulgária). Para tal, contou-se com a participação de 1294 pessoas provenientes de quatro países, sendo dois da América do Sul (Argentina e Chile) e dois do continente europeu (Bélgica e Bulgária). Os resultados demonstraram que as crenças no mundo justo apresentam relação com os valores normativos, o que pode ser observado nas amostras de todos os países investigados. No entanto, esta não a única relação verificada, pois os dois países da América do Sul investigados apresentaram padrões de correlação semelhantes entre si, apresentando relação com as subfunções suprapessoal, existência, interativa e normativa. Já os países da Europa, apresentaram padrões de correlação distintos entre si, sendo que na Bélgica, além da subfunção normativa, a CMJ teve relação com os valores interativos e uma relação, que não havia sido verificada em estudos anteriores, com os valores de realização. Já a Bulgaria as relações foram com a subbfunção interativa, normativa e experimentação. Por fim, no estudo 3 buscou-se verificar se as crenças no mundo justo poderiam mediar as relações entre os valores humanos e a satisfação com a vida em uma segunda amostra brasileira. Para tanto contou-se com uma amostra de 331 pessoas, incluindo pessoas da população geral e estudantes universitários, os quais responderam os questionários disponibilizados na internet através das redes sociais e também por solicitação via email. Os resultados demonstraram que a estrutura bifatorial da escala de Crença no Mundo Justo mostrava-se adequada. Ademais, foram executados testes de correlação para as três variáveis estudadas. Observou-se que a satisfação com a vida apresentou correlação positiva com as subfunções interativa e normativa e com as crenças no mundo justo geral e pessoal, além de correlação negativa com a crença no mundo injusto. Aa crenças no mundo justo apresentaram relação com as subfunções interativa, experimentação e normativa, sendo de maior magnitude com este último. Portanto pareceu coerente testar um modelo em que as crenças no mundo justo pessoal e geral mediasse a relação entre os valores normativos e a satisfação com a vida. Os resultados demonstraram que, de fato, existe mediação, sendo esta indireta, haja visto que com a entrada das crenças no modelo, a subfunção normativa continuou apresentando relação direta com a satisfação com a vida. Tendo em vista os resultados apresentados, confia-se que a presente dissertação contribui para o entendimento da satisfação com a vida e da crença no mundo justo, sendo esta última ainda pouco explorada no Brasil.
  • BRUNA DE JESUS LOPES
  • Perdão Conjugal: Uma explicação a partir dos Valores Humanos
  • Data: 29/02/2016
  • Hora: 14:00
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  • Resumo. A presente dissertacao tem como objetivo conhecer a relacao entre o perdao conjugal e os valores humanos, bem como verificar o poder deste ultimo em predizer a remissao marital. A fim de alcancar esse proposito, buscou-se adaptar e validar a Escala de Perdao Conjugal (MOFS) ao contexto brasileiro, a qual e composta por itens que expressam cenarios caracteristicos de relacionamentos matrimoniais, visando captar ao maximo a compreensao do perdao dentro do casamento. Para alcancar os objetivos foram realizados tres estudos. No Estudo 1 objetivou-se adaptar e conhecer as evidencias de validade de construto da MOFS no contexto brasileiro; para isso contou-se com uma amostra 205 pessoas, casadas ou em uniao estavel, da Paraiba (idademedia = 35,8; 59% do sexo feminino). Estes responderam a MOFS e perguntas sociodemograficas. Uma analise de componentes principais (rotacao varimax) mostrou uma estrutura com dois fatores, que explicaram conjuntamente 52,6 % da variancia total, apresentando alfas de Cronbach de 0,65 (benevolencia) e 0,80 (evitacao-ressentimento), sendo estes paramentros psicometricos aceitaveis. No Estudo 2, buscou-se confirmar a estrutura bifatorial. Participaram 225 pessoas, casadas ou em uniao estavel, sendo 41,3 % do estado do Piaui e 58,7 % do estado da Paraiba (idademedia = 36,94; 70,7% do sexo feminino). Por meio da Analise Fatorial Confirmatoria ratificou-se a bifatorialidade da MOFS [χ²/gl = 2,45; GFI = 0,93; CFI = 0,90; RMSEA (IC90%) = 0,08 (0,05 – 0,10)]. No Estudo 3 visou-se conhecer o poder dos valores humanos em predizer o perdao conjugal. Para isso contou-se com 313 pessoas, casadas ou em uniao estavel, do estado do Piaui (30 %) e da Paraiba (70 %) (idademedia = 35,00; 67,7% do sexo feminino). Estes responderam os seguintes instrumentos: MOFS, Questionario de Valores Basicos e um Questionario Sociodemografico. Visando alcancar o objetivo tracado foram executadas duas Analises de Regressao Linear Multipla (metodo Stepwise). Na primeira, teve-se como variaveis previsoras foram as subfuncoes valorativas. Nesta constatou-se que a subfuncao interativa [F (1; 303) = 15,74, p 1,96). Na segunda, fixou-se como variaveis explicativa os tipos de orientacao. Esta revelou que os valores sociais [F (1; 303) = 9,55, p 1,96) e de ordem direta (β Padronizado = 0,17). Diante destes resultados, conclui-se que os individuos guiados por valores sociais encontram-se mais predispostos a conceder o perdao dentro do casamento. Confia-se que o presente trabalho tenha fornecido mais evidencias sobre o poder dos valores humanos em explicar construtos sociopsicologicos, a exemplo do perdao conjugal. Alem de contribuir para a literatura sobre perdao, com a adaptacao de uma medida que mensure este construto dentro dos relacionamentos matrimoniais.
  • TIAGO JESSE SOUZA DE LIMA
  • O PAPEL DE REPRESENTAÇÕES SOBRE RAÇA E CLASSE SOCIAL NO PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO
  • Data: 26/02/2016
  • Hora: 10:00
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  • Esta tese teve por objetivo geral examinar como a cor da pele e a classe social interagem para predizer a discriminação. Especificamente, analisamos como a informação sobre a classe social afeta o julgamento que se faz de pessoas negras e brancas que cometeram um delito; avaliamos se o preconceito racial e de classe motivam a condenação de pessoas negras e de pessoas pobres, e estudamos como a norma antipreconceito atua neste processo. Para alcançar estes objetivos, realizamos um estudo teórico e seis pesquisas empíricas, resultando em três artigos que compõem esta tese. O objetivo do primeiro artigo foi fazer uma revisão teórica sobre os efeitos da cor da pele e da classe social e da interação entre estas duas dimensões, na categorização e julgamento social de alvos. A revisão da literatura indicou que ainda são poucos os estudos na psicologia social que têm em conta o papel desempenhado pela classe social na discriminação. É proposto que a interação entre a cor da pele e a classe social é a melhor maneira de conceituar os efeitos da cor e da classe. Ou seja, os subtipos formados pela conjunção entre a cor e a classe são mais significativos do que ter em conta estas categorias separadamente. O segundo artigo propõe a hipótese de que os indivíduos usam a informação sobre a classe socioeconômica quando avaliam o comportamento delituoso de uma pessoa, absolvendo-a quando é branca e condenando-a quando é negra. No Estudo 1 (N = 255) manipulamos a informação sobre a cor da pele e a classe do alvo e verificamos que os participantes condenam menos os alvos brancos e mais os alvos negros de classe baixa. O Estudo 2 (N = 282) replica os resultados anteriores e demonstra que o uso enviesado da informação sobre a classe social é motivado pelo preconceito de cor e de classe. Estes resultados contribuem para esclarecer o efeito conjunto das informações sobre a cor e a classe social no julgamento de alvos e representam uma primeira evidência do uso diferencial da informação sobre a classe baixa, que atenua a condenação do alvo branco e aumenta do alvo negro. O terceiro artigo objetivou elucidar o papel da informação sobre a classe baixa no julgamento social de alvos brancos e negros em contextos onde a norma antipreconceito está ativa. Em quatro estudos verificamos que a informação sobre a classe baixa aumentou a concordância com a condenação à prisão de um suspeito de cometer um delito apenas quando este é descrito como negro. O estudo 1 (N = 160), indicou que a informação sobre a classe socioeconômica baixa aumenta o suporte à condenação do alvo negro, mas não do branco. Além disso, os estudos 2 (N = 170) e 3 (N = 176) mostraram que a norma antipreconceito inibe a discriminação do alvo negro apenas quando a classe social não está saliente, pois quando ambas as categorias estão salientes, os alvos negros de classe baixa são mais discriminados (Estudo 4; N = 134). Os resultados sugerem que a classe social afeta negativamente o julgamento de alvos negros (mas não dos brancos) porque pode funcionar como justificação não racista para a discriminação. Em conjunto, os resultados obtidos nesta tese indicam que a informação sobre classe baixa é utilizada de forma diferencial no julgamento de negros e brancos, aumentando a concordância com a condenação apenas para os alvos negros. A informação sobre a classe social tem um efeito coadjuvante, porém muito importante no julgamento social sobre pessoas brancas e negras na medida em que facilita o apoio social à condenação de pessoas negras que cometeram delitos.
  • CLARISSA MARIA DUBEUX LOPES BARROS
  • O Papel do Preconceito e de Fatores Identitários na Oposição aos Imigrantes Qualificados
  • Data: 22/02/2016
  • Hora: 10:00
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  • Esta tese teve por objetivo investigar o papel do preconceito e da saliência de fatores identitários na oposição à imigração qualificada. Defendeu-se que a oposição ao imigrante qualificado é afetada por fatores motivacionais e ideológicos. Dentre esses fatores, analisou-se especificamente: a) as atitudes face ao exogrupo, particularmente o preconceito contra o grupo de origem do imigrante e b) as representações sobre o endogrupo, aqui analisadas a partir da identificação patriótica com o próprio país e a ideologia do lusotropicalismo. Para alcançar o objetivo proposto, utilizou-se o setting do Programa Mais Médicos, existente no Brasil, e o cenário de contratação de médicos estrangeiros realizado em Portugal. No total foram realizados três artigos, onde distribuíram-se cinco estudos. O primeiro artigo analisou, entre estudantes brasileiros de medicina, como o preconceito contribui para a oposição da contratação de profissional qualificado, neste caso, o médico imigrante. Nossa hipótese foi a de que a oposição à contratação de médicos imigrantes é afetada pelas atitudes face ao exogrupo, por meio do preconceito contra o grupo de origem do imigrante. Para analisá-la, realizamos um estudo experimental no qual manipulamos a origem nacional dos médicos e medimos a oposição à contratação deles. Os resultados indicam que os participantes se opuseram de forma igualitária à contratação de médicos estrangeiros do Programa Mais Médicos, não havendo diferenças na oposição face a cubanos, espanhóis e portugueses. Em contrapartida, os participantes não se opuseram à contratação de médicos brasileiros, o que reassegura a premissa do favoritismo endogrupal proposta pela Teoria da Identidade Social. O segundo artigo, por meio de dois estudos empíricos, buscou investigar, entre estudantes de cursos das áreas de humanas, exatas e de saúde de uma universidade pública brasileira, o papel do preconceito e da identificação patriótica na relação entre a origem do médico imigrante e a oposição à contratação deste. Os resultados indicaram que apenas os mais preconceituosos se opuseram aos médicos estrangeiros e que a identificação patriótica, em uma dimensão histórica, motivou os participantes a agirem de forma seletiva na oposição à contratação dos médicos. Assim, enquanto nos participantes menos patriotas, o efeito do preconceito na oposição é significativo para os grupos de portugueses, cubanos e brasileiros, nos mais patriotas, o efeito do preconceito na oposição é significativo para os cubanos, espanhóis e portugueses. No terceiro artigo, por meio de dois estudos empíricos, investigou-se a adesão à ideologia do lusotropicalismo e do preconceito na oposição à imigração qualificada em Portugal. Os resultados indicaram que apenas entre os indivíduos preconceituosos houve uma influência da origem do imigrante na oposição à contratação do imigrante qualificado. Os resultados sugerem a possibilidade de o lusotropicalismo ser uma ideologia facilitadora, e não atenuadora, do efeito do preconceito na discriminação, a desfavorecer mais os médicos que não compartilham a representação lusotropicalista, a exceção dos ucranianos. Destarte, as implicações destes resultados devem ser consideradas como o primeiro passo para analisar o papel do preconceito e de fatores identitários na oposição à contratação de imigrantes qualificados.
  • CARLA FERNANDA DE LIMA
  • COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL: CORRELATOS VALORATIVOS E ORGANIZACIONAIS
  • Data: 27/01/2016
  • Hora: 09:00
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  • Esta tese objetivou desenvolver um modelo explicativo do comprometimento organizacional tendo como variaveis explicadoras o clima organizacional, a satisfacao no trabalho e os valores humanos. O Estudo 1 procurou conhecer os correlatos valorativos e organizacionais do comprometimento de trabalhadores em geral. Contou-se com 303 trabalhadores de empresas publicas e privadas de 18 estados brasileiros, com idade media de 32 anos (dp = 8,56), sendo a maioria do sexo feminino (61,4%), solteira (47,2%) e sem filhos (65%). Os participantes responderam a um instrumento online composto por quatro medidas: Escala de Bases do Comprometimento Organizacional, Escala de Clima Organizacional, Escala de Satisfacao no Trabalho e Questionario dos Valores Basicos, alem de perguntas demograficas. Os resultados indicaram que os valores pessoais (experimentacao e realizacao) e sociais (interativa e normativa), o clima organizacional e a satisfacao no trabalho foram antecedentes do comprometimento organizacional. O Estudo 2 objetivou elaborar um modelo teorico tendo como variavel dependente o comprometimento e como variaveis independentes os valores pessoais e sociais, o clima organizacional e a satisfacao no trabalho. Participaram 270 funcionarios de uma instituicao privada de Joao Pessoa (PB) com idade media de 29,7 anos (dp = 9,17), a maioria do sexo feminino (68,2%), casada (47,5%), sem filhos (53,3%) e com ensino medio completo (60,1%). Os resultados apontaram que o modelo mais adequado teve o comprometimento organizacional explicado por valores pessoais (experimentacao e realizacao) e sociais (interativa e normativa), o clima organizacional e a satisfacao no trabalho. O Estudo 3 procurou testar este modelo explicativo do comprometimento organizacional em uma instituicao publica. Contou-se com a participacao de 237 servidores de uma instituicao publica de Joao Pessoa (PB) com idade media de 40 anos (dp = 11,78), a maioria do sexo masculino (54,9%), casada (50,4%), sem filhos (55,7%) e com pos-graduacao (42,6%). Os resultados mostraram que o modelo elaborado na instituicao privada tambem se adequou na instituicao publica, observando-se indices mais ajustados, embora introduzindo uma alteracao na relacao entre valores pessoais e comprometimento. Estes achados foram discutidos a luz da natureza dos servicos privado e publico, procurando compreender como funcionam as instituicoes correspondentes e seu impacto no comprometimento organizacional. Concluiu-se com a proposicao de um modelo explicativo do comprometimento organizacional, tomando em conta os valores humanos, o clima organizacional e a satisfacao no trabalho. Procura-se reconhecer limitacoes potenciais dos estudos, sugerindo pesquisas futuras que possam ampliar o conhecimento sobre o comprometimento organizacional.
2015
Descrição
  • REBECCA ALVES AGUIAR ATHAYDE
  • Bases neurais dos valores humanos: Efeito da neuromodulação nos valores e comportamentos
  • Data: 21/12/2015
  • Hora: 10:00
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  • Os valores humanos são considerados como um conjunto de princípios fundamentais que transcendem situações específicas, os quais são aprendidos por determinada cultura, sociedade, instituições e experiências pessoais. Eles são um dos construtos mais antigos e mais estudados em Psicologia Social, provavelmente devido à influência que exercem nas atitudes, julgamentos, escolhas, atribuições e ações dos indivíduos (Gouveia, 2013). Apesar do número expressivo de pesquisas na área, os estudos envolvendo os valores humanos são, predominantemente, correlacionais ou quase-experimentais, visando verificar a relação dos mesmos com traços de personalidade, atitudes e comportamentos. Entretanto, pouco tem sido discutido acerca dos aspectos evolutivos, neurobiológicos e genéticos de tal construto. A presente tese teve como objetivo geral verificar as bases neurobiológicas dos valores humanos. Como objetivos específicos, buscou-se: 1) verificar, via metanálise, o tamanho de efeito médio dos estudos que usam estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) e seu efeito no comportamento; 2) verificar se efeitos neuromodulatórios via estimulações transcranianas não-invasivas alteram os escores nas medidas implícitas dos valores humanos; 3) verificar se a neuromodulação produz alterações comportamentais; e 4) verificar se os escores nas medidas implícitas dos valores humanos, pós estimulação, correlacionam-se com as variáveis comportamentais. Para tanto, quatro estudos foram realizados. O Estudo 1 teve como objetivo realizar uma revisão sistemática e metanálise acerca dos estudos sobre estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) na região do córtex pré-frontal dorsolateral (CPFDL) e junção temporoparietal (JTP) e seus efeitos em variáveis sociais. De um total de 2814 artigos, 17 estudos foram selecionados, os quais demonstraram a carência de pesquisas relacionando as áreas cerebrais e as variáveis sociais. Também foi possível observar um baixo tamanho de efeito (r = -0,07). Já o Estudo 2 teve como objetivo construir e conhecer evidências de validade fatorial e de critério, bem como da consistência interna da Escala de disposições comportamentais. Participaram deste estudo 352 pessoas, majoritariamente do sexo feminino (74,1%) com média de idade de 28,2 anos (DP = 9,55). Por meio de Análise dos componentes principais e fixando a extração em seis fatores, considerando, unicamente, os quatro itens que mais saturavam em cada fator. Deste modo, a validade fatorial da escala foi corroborada, e a medida final constou de 24 itens. Ademais, pode-se comprovar validade convergente e discriminante da medida; os alfas de todos os fatores foram superiores a 0,69. Os Estudos 3 e 4 foram de caráter experimental, empregando a neuromodulação de caráter não-invasivo (Estimulação Transcraniana de Corrente Contínua). No Estudo 3 buscou-se verificar se efeitos neuromodulatórios do córtex pré-frontal dorsolateral (CPFDL) implicam em uma modificação nos escores implícitos das subfunções experimentação e normativa, bem como na tarefa comportamental relacionada (Balloon Analog Risk Task). Participaram deste estudo 45 pessoas, sendo 64,4% do sexo feminino e com idade média de 26,9 anos (DP = 7,02), os quais responderam a: Single Categorie IAT de Valores Humanos (SC-IAT-Valores) versão computadorizada, Questionário de Valores Básicos (Gouveia, 2003) e Questionário de Disposições Comportamentais. Por meio de análises de variância foi possível verificar uma relação negativa entre o CPFDL e os valores de experimentação, isto é, a inibição desta área surtiu efeito em tais valores e nos comportamentos subsequentes. De fato, o efeito da neuromodulação foi observado tanto a nível implícito [F (2) = 4,22; p < 0,05] quanto a nível comportamental [F (2) = 3,23; p < 0,05]. No Estudo 4 buscou-se verificar se efeitos neuromodulatórios da junção temporoparietal (JTP) implicam em uma modificação nos escores implícitos das subfunções experimentação e normativa, bem como na tarefa comportamental relacionada (Balloon Analog Risk Task). Participaram deste estudo 45 pessoas, sendo 66,7% do sexo feminino e com idade média de 25,5 anos (DP = 5,77), os quais responderam as mesmas medidas do estudo anterior. Por meio de análises de variância foi possível verificar uma relação entre a junção temporoparietal e os valores normativos [F (2) = 3,84; p < 0,05]; a medida comportamental também apresentou diferença significativa [F (2) = 3,48; p < 0,05], indicando o efeito da estimulação. Em suma, os resultados da presente tese corroboraram os achados anteriores que versavam sobre a relação entre o CPFDL e a normatividade (Boggio, Campanhã, Valasek, Fecteau, Pascual-Leone, & Fregni, 2010), sendo possível verificar que, além dos comportamentos, os valores humanos de experimentação e normativos também estão envolvidos em tais aspectos. Ademais, foi possível verificar a relação destes valores com a região da JTP, possibilitando novas descobertas a área. Finalmente, espera-se que os resultados apresentados e discutidos nesta tese possam contribuir com a comunidade acadêmica, especificamente no âmbito da Neurociência social, Psicologia social e Psicologia cognitiva.
  • LUCIENE COSTA ARAUJO MORAIS
  • BULLYING NA ADOLESCÊNCIA: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E IDENTIDADE SOCIAL
  • Data: 14/12/2015
  • Hora: 09:00
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  • esta tese objetivou analisar a percepção de estudantes sobre os diferentes papeis desempenhados diante do bullying e a influência do efeito do grupo. A fim de ampliar o nível de compreensão deste construto no contexto da adolescência, utilizaram-se como enfoques teóricos, a Teoria das Representações Sociais (TRS) e a Teoria da Identidade Social (TIS). Realizaram-se quatro estudos na cidade de João Pessoa-PB com estudantes entre 12 e 18 anos de idade. No Estudo 1, desenvolveu-se uma pesquisa de campo, exploratória, de cunho qualitativo e quantitativo tendo em vista apreender as representações sociais de estudantes sobre o papel dos pares diante da prática do bullying. Realizaram-se 46 entrevistas semiestruturadas e os dados oriundos foram submetidos à análise padrão do software ALCESTE. O bullying foi associado a agressões diretas e indiretas, evidenciando também a influência dos pares diante desta violência, relacionada a aspectos como: sentir-se aceito e pertencente aos diferentes grupos vivenciados na adolescência. O Estudo 2 teve como objetivo avaliar os diferentes papeis sociais no bullying, a partir da elaboração de três escalas. A elaboração dos itens foi proveniente dos dados do ALCESTE, sendo cada escala constituída por 16 itens inicialmente. Para a validação das mesmas participaram 249 estudantes, a maioria do sexo feminino (55%). Para a verificação das propriedades psicométricas das escalas, procedeu-se à análise fatorial exploratória, que evidenciou uma estrutura unifatorial para as três escalas construídas: Escala papel de agressor (α = 0,91), Escala papel de ajudante (α = 0,92) e Escala papel de vítima (α = 0,90). O Estudo 3 objetivou comprovar o modelo unifatorial para cada uma das escalas: Escala papel de agressor, com 16 itens (AGFI = 0,88 e RMSEA = 0,07) com α= 0,90; Escala papel de ajudante, com 16 itens (AGFI = 0,86 e RMSEA = 0,08) com α= 0,91; Escala papel de vítima, com 14 itens (AGFI = 0,88 e RMSEA = 0,07) com α= 0,89. Para tanto foi utilizada a análise fatorial confirmatória. Os resultados demonstraram que estas medidas podem ser empregadas adequadamente em pesquisas no contexto em que foram adaptadas. O Estudo 4 objetivou averiguar a influência do efeito grupal na percepção dos escolares sobre um episódio fictício de bullying, fundamentado na teoria da identidade social. Participaram 356 estudantes, os quais foram expostos a um cenário em que um personagem, apoiado por seu grupo, praticou bullying com um estudante de outro grupo. Os participantes foram submetidos a uma de duas condições discursivas; isto é, metade dos participantes receberam o episódio em que os personagens agressores pertenciam ao seu grupo (condição 1) e os demais receberam o episódio em que o estudante alvo das agressões fazia parte do seu grupo (condição 2). Verificou-se que os estudantes atribuíram menor culpa ao endogrupo, em detrimento do exogrupo. Ainda, à medida que ratificavam um gosto mais elevado em relação ao grupo interno, mais culpa e punição foram atribuídas ao exogrupo. Na condição 1, o efeito “ovelha negra” foi observado, evidenciando que, ao perceberem a positividade do grupo ameaçada, os participantes puniram mais severamente apenas um membro do endogrupo, desviando a atenção sobre o grupo. Os achados destacam a importância de se considerar o efeito grupal na compreensão do bullying, recomendando intervenções nas escolas ao nível das relações intergrupais.
  • ANA KARLA SILVA SOARES
  • VALORES HUMANOS NOS NÍVEIS INDIVIDUAL E CULTURAL: UM ESTUDO PAUTADO NA TEORIA FUNCIONALISTA
  • Data: 15/09/2015
  • Hora: 17:00
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  • Esta tese teve como objetivo expandir os achados da Teoria funcionalista dos valores humanos, reunindo evidências transculturais de adequação teórica no nível individual e cultural. Especificamente, buscou-se testar as suas hipóteses de conteúdo e estrutura e avaliar a semelhança (isomorfismo) entre as estruturas dos valores nos dois níveis, visando discutir a necessidade de modelos teóricos distintos para cada um deles. Para tanto, considerou-se uma amostra de 14.369 indivíduos, provenientes de 55 países, os quais tinham idade média de 26 anos, sendo a maioria do sexo feminino (56%). Os participantes responderam a uma versão do Questionário de Valores Básicos (QVB) adaptada para 21 idiomas. Inicialmente, foram feitas análises em nível individual. Assim, procurou-se identificar a pontuação média das subfunções valorativas entre os 55 países que compõem este estudo, organizados de acordo com os continentes. Considerando as prioridades valorativas de cada país, nos cinco continentes a subfunção existência foi a que maior média apresentou. Os valores dos alfas de Cronbach e correlações inter-itens para continente foram, respectivamente: 0,44 e 0,22 na África, 0,54 e 0,30 na América, 0,49 e 0,25 na Ásia, 0,54 e 0,30 na Europa e 0,64 e 0,38 na Oceania. Para testagem da hipótese de conteúdo, foram realizadas análises fatoriais para cada um dos 55 países. Os resultados indicaram que o modelo hexafatorial reuniu indicadores superiores àqueles observados nos modelos alternativos, reforçando a pertinência da hipótese de conteúdo. Isto é, as seis subfunções representam adequadamente os valores. A hipótese de estrutura da teoria também foi testada por meio de Análises de Escalonamento Multidimensional (MDS), sendo corroborada em 54 países, com exceção da Estônia, suportada pelos indicadores médios de ajuste satisfatórios, tais como o SSTRESS I (M = 0,342; DP = 0,01), DAF (M = 0,88; DP = 0,01) e Phi de Tucker (M = 0,94; DP = 0,01). Em seguida, buscou-se testar a teoria a nível cultural. Dentre as estatísticas descritivas, as subfunções menos e mais importantes foram normativa (M = 4,72) e realização (M = 4,77), respectivamente. Os Alfas de Cronbach variaram de 0,24 (experimentação) a 5,76 (existência), com valor médio de 0,62; seus índices de homogeneidade se situaram entre 0,10 e 0,85 (M = 0,43). Testando-se a hipótese de conteúdo a nível cultural, a mesma também corroborou a estrutura hexafatorial, a qual apresentou os melhores índices de ajuste quando comparados aos modelos alternativos. Análises de MDS corroboram a adequação da distribuição espacial do modelo preconizado [STRESS-I (0,333), DAF (0,89), Phi de Tucker (0,94)] e a hipótese de estrutura. Por fim, testou-se a hipótese do isomorfismo, isto é, os dois níveis de análises (individual e cultural) podem ser explicados pelos mesmos conceitos ou dimensões. Para tal procedimento, procederam-se análises de MDS para derivar as estruturas no nível individual e cultural e empregou-se a análise Procruste para realizar as rotações necessárias que possibilitem comparar as estruturas diretamente. As análises realizadas sugeriram o isomorfismo estrutural dos dados (correlação entre os níveis na Dimensão 1 = 0,89; e na Dimensão 2 = 0,96). Este resultado sugere que é adequado pensar em um modelo teórico que independa dos níveis de análises, sendo assim desnecessário o emprego de modelos teóricos distintos para avaliar valores individuais e culturais. Conclui-se que, o emprego de teorias especificas para avaliar valores nos diferentes níveis parece ser dispensável, além de se reunir evidência de adequação da Teoria funcionalista dos valores humanos nos níveis individual e cultural.
  • MARCELO XAVIER DE OLIVEIRA
  • Avaliação de Modelos Teóricos do Comportamento Antissocial em Adolescentes
  • Data: 09/09/2015
  • Hora: 09:00
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  • A presente tese objetivou avaliar modelos teóricos na predição do comportamento antissocial e do comportamento delitivo na adolescência. Os modelos teóricos testados aqui foram a Teoria do Vínculo Social e a Teoria da Aprendizagem Social do Desvio e do Crime. Para isto realizou-se o Estudo 1, com o objetivo de desenvolver e validar um Questionário da vinculação social (QVS) e os questionários da aprendizagem social do comportamento antissocial(QASA) e da aprendizagem social do comportamento delitivo(QASD). Realizou-se uma adaptação transcultural de itens utilizados na literatura internacional na mensuração dos elementos das teorias adotadas nesta tese. Posteriormente, efetuou-se análise fatorial exploratória, e obteve-se a uma versão inicial das escalas de um QVS, composto por cinco fatores: vínculo familiar (α = 0,87), crenças (α = 0,77), compromisso (α = 0,63), envolvimento acadêmico (α = 0,60) e envolvimento extracurricular (α = 0,60). Para o QASA, resultou uma solução tetrafatorial, com as escalas: associação/imitação (α = 0,82), recompensa (α = 0,86), definições (α = 0,77) e punição (α = 0,80). Para o QASD, a mesma solução fatorial com as escalas: associação/imitação (α = 0,89), definições (α = 0,88), recompensa (α = 0,90) e punição (α = 0,88). No estudo 2, comprovou-se através da análise fatorial confirmatória as soluções fatoriais para os questionários desenvolvidos e validados no estudo 1. Para o QVS resultaram em índices de ajuste aceitáveis (AGFI = 0,90 e RMSEA = 0,04) com a mesma solução fatorial; para os QASA e o QASD, os índices de ajuste apontaram para necessidade de mudança no modelo, resultando nas escalas: associação, imitação, recompensas e definições (AGFI = 0,92 e RMSEA = 0,05) e (AGFI = 0,91 e RMSEA = 0,07). Concluiu-se que estas medidas podem ser empregadas adequadamente em pesquisas no contexto em que foram adaptadas. Por fim, utilizou os questionários validados e o Questionário de comportamentos antissociais e delitivos (Versão Reduzida), que avalia comportamentos antissociais (α = 84) e delitivos (α = 82), para testar o ajuste dos modelos teóricos na predição dos comportamentos antissociais e delitivos. O QVS demonstrou ajuste do modelo da vinculação social apenas na predição de comportamentos antissociais (AGFI = 0,96 e RMSEA = 0,03), enquanto que, o QASA e o QASD, demostraram adequação na predição dos comportamentos antissociais e delitivos, respectivamente (AGFI = 0,91 e RMSEA = 0,09) e (AGFI = 0,93 e RMSEA = 0,08). Os resultados, em geral, apontam para a adequação dos modelos teóricos para o desenvolvimento de estudos acerca do comportamento antissocial no contexto brasileiro.
  • INAYARA OLIVEIRA DE SANTANA
  • VIOLÊNCIA URBANA E SUAS IMPLICAÇÕES NA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS IDOSAS
  • Data: 24/08/2015
  • Hora: 09:00
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  • Esta tese teve como objetivo geral analisar as implicações da violência urbana na qualidade de vida de pessoas idosas, na cidade de João Pessoa-PB. Para alcançar o objetivo, fez-se necessário desenvolver quatro estudos empíricos: o primeiro trata-se de uma pesquisa de campo exploratório-descritiva, com abordagem qualitativa e quantitativa de análise visando apreender as representações sociais de pessoas idosas sobre violência urbana. Participaram 30 idosos, com idade variando de 60 a 83 anos (m = 69,8; dp = 6,1), a maioria (70%) do sexo feminino que responderam a uma entrevista em profundidade. Os dados foram processados pelo software ALCESTE. Os resultados revelaram a emergência de quatro classes distintas, denominadas de Sistema de saúde, aspectos políticos e econômicos; Estatuto do Idoso e saúde privada versus pública; Serviços bancário, de transporte e saúde pública e Concepções sobre a violência urbana. De modo geral, a violência urbana foi ancorada em três dimensões principais: criminalidade, serviços institucionais (saúde, transportes coletivos e financeiros) e em aspectos político-econômicos. O Estudo 2 teve como objetivo construir e validar uma escala de percepção da violência urbana contra pessoas idosas, a partir dos resultados obtidos no estudo 1. A escala foi construída a partir de 34 itens, com opções de resposta do tipo Likert. Para o processo de validação, participaram 213 idosos com idades variando de 60 a 89 anos (m = 69,4; dp = 6,37), a maioria do sexo feminino (71,8%). Os resultados advindos da Análise Fatorial Exploratória indicaram a exclusão de dois itens, ficando a versão final da escala com 32 itens. Os parâmetros psicométricos demonstraram-se satisfatórios e evidenciaram uma estrutura bidimensional: Manifestações da Violência urbana e suas consequências (α = 0,91) e Violência urbana e serviços institucionais (α = 0,65). O Estudo 3 teve como objetivo principal realizar uma Análise Fatorial Confirmatória (AFC) da Escala de Percepção da Violência Urbana contra Pessoas Idosas validada no Estudo 2. Participaram 594 idosos, com idades variando de 60 a 87 anos (m = 70,0; dp = 7,0), a maioria do sexo feminino (70,7%). Os resultados revelaram que o modelo unidimensional apresentou melhores índices de ajustamento: Manifestações da violência urbana. O Estudo 4 teve como objetivo principal analisar as implicações da violência urbana na qualidade de vida dos idosos participantes da pesquisa. Participaram 165 idosos, com idades variando de 60 a 91 anos (m = 70,4; dp = 7,1), a maioria do sexo feminino (75,2%). Os resultados revelaram que não houve correlação entre a percepção da violência urbana contra pessoas idosas com a qualidade de vida, o que demonstra que apesar de vivenciarem e perceberem a violência urbana em suas relações cotidianas não houve relação entre essa variável e a qualidade de vida dos idosos pesquisados. Conclusão: Provavelmente, variáveis como a satisfação com a vida, o nível de escolaridade, o suporte familiar e social dos idosos que participaram da presente pesquisa influenciaram positivamente sua qualidade de vida e podem ajudar a compreender os resultados alcançados.
  • LEOGILDO ALVES FREIRES
  • Atitudes frente à homoparentalidade: Uma explicação a partir de variáveis explícitas e implícitas.
  • Data: 16/04/2015
  • Hora: 08:00
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  • A presente tese objetivou conhecer os correlatos e preditores das atitudes frente a parentalidade, a partir de variáveis explícitas e implícitas. Para atender este objetivo, realizaram-se cinco estudos. O Estudo 1, objetivou mapear as opiniões dos participantes acerca do contexto de adoção de crianças por homossexuais. Participaram 484 pessoas da população geral, com idade média de 26 anos (DP = 8,31). Estes responderam, além das perguntas sociodemográficas, a um roteiro de entrevista estruturada. Os bancos de dados textuais foram analisados no Iramuteqque. Em síntese, os resultados apontam para uma potencial aceitação homoparental, desde que condicionada a um contexto de favorabilidade emocional, financeira e educacional dos adotantes. O desenvolvimento da criança foi apontado como sujeito a implicações decorrentes da descarga de preconceito e ainda foi constada a influência dos papéis sociais de gênero quanto à aceitação homoparental. O Estudo 2 buscou testar os parâmetros psicométricos das medidas ora empregadas. Para tanto, contou-se com uma amostra de 223 estudante universitários, estes tinham idade média de 22 anos (DP = 4,42). Os participantes responderam as versões experimentais das seguintes medidas: a Escala de Atitudes Frente à Conjugalidade Homossexual (EAFCH), a Escala de Atitudes Frente à Homoparentalidade por Adoção (EAFHA) e a Escala de Multidimensional de Preconceito Sexual (EMPS). Os dados foram tabulados e analisados no programa estatístico R (R Development Core Team) e os principais resultados indicam que tais medidas reúnem evidências preliminares de validade e precisão. O Estudo 3 teve a finalidade de reunir evidências mais robustas de qualidade psicométrica dos instrumentos utilizados anteriormente. Participaram 261 sujeitos da população geral com idade média de 30 anos (DP = 9,35). Estes responderam as mesmas medidas do estudo anterior e os dados foram analisados no pacote estatístico AMOS (Versão 18). Os resultados permitiram comprovar as estruturas fatoriais presumidas de tais medidas e indicaram a adequação psicométrica dos modelos reduzidos (parcimoniosos). O Estudo 4, propiciou a elaboração dos modelos explicativos referentes a aceitação e/ou oposição homoparental. Participaram deste estudo 339 indivíduos de diferentes estados brasileiros, com idade média de 26 anos (DP= 8,15). Estes responderam a Escala de Atitudes Frente à Conjugalidade Homossexual - Reduzida (EAFCH-R), a Escala de Atitudes Frente à Homoparentalidade por Adoção - Reduzida (EAFHA-R), a Escala Multidimensional de Preconceito Sexual (EMPS), o Questionário dos Valores Básicos (QVB) e a Variáveis Comportamentais e Sociodemográficas. Os dados foram analisados no PASW e AMOS (ambos, versão 18). Os resultados comprovaram a adequação de dois modelos explicativos: (1) o modelo explicativo Preconceito sexual/ Valores → Aceitação da homoparental → Aceitação do contato homoparental [²/gl = 3,77, GFI = 0,99, AGFI = 0,93, CFI = 0,98, RMR = 0,02 e RMSEA = 0,09 (0,023 – 0,163)] e (2) o modelo explicativo Preconceito sexual/ Valores → Oposição homoparental → Rejeição do contato homoparental [²/gl = 4,46, GFI = 0,98, AGFI = 0,91, CFI = 0,97, RMR = 0,01 e RMSEA = 0,10 (0,057 – 0,151)]. Finalmente o Estudo 5, objetivou eliminar o componente desejabilidade social e conhecer as atitudes implícitas frente à homoparentalidades e os seus correlatos valorativos. Tratou-se de um estudo quase-experimental com um delineamento fatorial do tipo 2x2x3, tendo sido manipuladas as seguintes variáveis: faixa etária da criança adotada (bebê e criança), o sexo e a orientação sexual dos casais adotantes (homem e mulher heterossexuais e homens e mulheres homossexuais). Contou-se com a participação de 458 indivíduos via Survey online, da população geral, com idade média de 23 anos (DP = 7,6). Estes responderam a um questionário sociodemográficos e as seguintes Medidas Explícitas (Escala de Atitudes Frente a Homoparentalidade por Adoção –EAFHA e o Questionário de Valores Básicos - QVB) e Implícitas (TAI Heteroparental/Homoparental [bebê] e TAI Heteroparental/Homoparental [criança]). Os resultados indicaram que os arranjos heteroparentais foram considerados mais “convencionais” do que os arranjos homoparentais tanto formados por dois homens quanto por duas mulheres, na medida implícita, corroborando a hipótese heteronormativa. Ainda foi constatado o efeito da idade da criança do sexo e da orientação sexual dos arranjos familiares, assim como a influência dos valores normativos no que se refere aos arranjos homoparentais constituídos por dois homens com um bebê adotado. Concluindo, os objetivos da presente tese foram alcançados, referendando o marco teórico que permite identificar fatores que contribuem para explicação das atitudes frente a homoparentalidade, com destaque especial aos valores normativos. Não obstante, propuseram-se estudos futuros que visem contribuir para esta área de interesse.
  • CLEONIDES SILVA DIAS GUSMAO
  • CRENÇAS E PERCEPÇÕES FRENTE AO ABORTO: UMA VISÃO MASCULINA
  • Data: 27/02/2015
  • Hora: 09:00
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  • Resumo: As vivências masculinas relativas ao aborto são pouco abordadas. Um dos campos onde o debate social acerca do aborto se estrutura é o campo das relações de gênero, indicando como assuntos de exclusividade feminina. Como a gravidez ocorre no corpo da mulher, o homem torna-se apenas um acompanhante. As particularidades de homens e mulheres, seguindo esse raciocínio, são percebidas como inerentes a cada um deles, portanto, de caráter essencialista, rígido, imutável. Parte-se, portanto, do pressuposto de que as explicações nas crenças sociais sobre o aborto se baseiam em duas linhas de pensamentos opostas – o essencialismo e o construtivismo. Considerando que as influências das percepções e crenças sociais sobre o aborto podem ampliar a compreensão das diferentes formas de abordar o tema, o objetivo deste estudo reside na análise de crenças e percepções de homens que compartilharam a experiência de aborto - espontâneo ou provocado - com alguma parceira. Amostra: A amostra, caracterizada como sendo não probabilística por conveniência, foi composta por 20 homens com idade acima de 18 anos que compartilharam uma experiência de aborto com sua parceira, seja ele espontâneo ou provocado, localizados por meio da técnica Bola de Neve. O número de participantes foi determinado pelo critério de saturação. Instrumentos: Questionário Sóciodemográfico, tendo como variáveis de interesse a idade, raça, profissão, renda, escolaridade, local de moradia, religião, religiosidade, estado civil, número de filhos, relacionamento onde ocorreu o aborto. Entrevista semiestruturada que tem por finalidade a evocação, enunciação e averiguação em relação às questões do aborto. Procedimentos: Após aprovação do Comitê de Ética, foi iniciada a aplicação dos instrumentos. Ao serem contatados, os participantes são informados acerca do estudo, explicitando o caráter voluntário da sua participação, seguida da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. As entrevistas foram gravadas, mediante autorização dos entrevistados, para posterior transcrição e análise. Análise dos Dados: Os dados referentes ao questionário sociodemográfico foram analisados por estatística descritiva visando à construção de um perfil da amostra. As entrevistas, depois de transcritas, foram analisadas com base em categorias determinadas a partir dos temas suscitados, sendo processados em duas etapas, conforme a proposta de Figueiredo (1993). Resultados: Duas classes temáticas foram identificadas a partir da análise, a saber: Vivências masculinas do processo reprodutivo e Percepção masculina do processo reprodutivo. A primeira classe temática tem como característica a descrição do aborto que aconteceu com cada um dos entrevistados, os sentimentos que este evento evocou, bem como outras categorias que estão voltadas às experiências dos homens em relação ao processo reprodutivo, como gravidez, cuidado com os filhos, parto e a paternidade. Sendo assim, esta classe temática resgata as experiências evocadas pelos homens, bem como sentimentos frutos de tais experiências. A segunda classe temática diz respeito a como os entrevistados enxergam o aborto, sendo permeada pelas crenças sociais, especialmente crenças essencialistas de gênero e crenças religiosas; revelando, assim, a sua percepção em relação ao aborto espontâneo, aborto provocado e em relação as suas vivências. Considerações finais: Através das análises pode-se perceber que os comportamentos dos homens não diferem das suas percepções e crenças, de forma que crenças essencialistas de gênero e religiosas guiam o comportamento (notável através da primeira classe temática) e as percepções (notável através da segunda classe temática) dos entrevistados acerca da contracepção, gravidez, aborto e cuidado com os filhos. Tais crenças são repassadas para as futuras gerações, que contiuam a basear-se e reforçar uma sociedade fundamentada nas desigualdes e diferenças de gênero.
  • PAMELA DE SOUSA GONZAGA
  • Análise da atividade em um Centro de Atenção Psicossocial
  • Data: 27/02/2015
  • Hora: 09:00
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  • A Reforma Psiquiátrica pretende romper o isolamento pineliano, buscando a criação de possibilidades, produção de sociabilidades e subjetividades, fazendo com que o sujeito da experiência da loucura, a quem era negado o mundo da cidadania, torne-se de fato sujeito, e não objeto de saber. É neste processo de transformação que os trabalhadores da área de saúde mental estão imersos, embora haja avanços, há também desafios que precisam ser superados. Desta forma este estudo teve como objetivo principal analisar a complexidade das situações de trabalho do CAPS III da cidade de Campina Grande – PB frente ao processo de Reforma Psiquiátrica. Para isto, esta pesquisa tem caráter descritivo, com delineamento transversal e exploratório, do tipo levantamento de dados e abordagem qualitativa. A pesquisa foi realizada em 2013 no CAPS III em Campina Grande - PB. Participaram desta pesquisa 15 profissionais que compõem a equipe do referido CAPS e que consentiram com a participação. Utilizamos como perspectiva analítica o referencial da ergologia. Concluímos que a atividade de trabalho destes profissionais é marcada por imprevisibilidades, exigindo um uso exacerbado de si e se mostrando como desgastante. Entre os desafios encontrados no cotidiano desta unidade destacamos a precariedade do vínculo empregatício, as dificuldades com os recursos, a estrutura física e as relações com a rede de saúde do município. Como estratégia de enfrentamento, as reuniões de equipe se apresentaram como espaços propícios para expressão e debates que funcionam como suporte, atenuando o desgaste provocado pela atividade.
  • ARLENE KELY ALVES DE AMORIM
  • Personalidade, Satisfação e Engajamento no Trabalho de Profissionais de Enfermagem: Proposta de Modelo Explicativo.
  • Data: 26/02/2015
  • Hora: 14:00
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  • A Psicologia Positiva tem estudado as potencialidades e virtudes humanas. Nesse sentido, surge o conceito de engajamento no trabalho definido como um estado mental positivo, no qual o trabalho e visto como uma fonte de saude, bem-estar e realizacao. Sobre esse assunto, pesquisas tem apontando que profissionais de enfermagem possuem em sua rotina de trabalho exigencias especificas do tipo de atividade laboral que desenvolvem, de maneira que, este profissional tera maiores condicoes e tecnicas para melhorar a qualidade desse trabalho, se estiver satisfeito com o mesmo e possuir caracteristicas particularmente necessarias para tal. Logo, o estudo da personalidade e satisfacao no trabalho de profissionais de enfermagem parte do pressuposto basico de que estas variaveis influenciam o engajamento do trabalhador e pode atuar sobre inumeras facetas do comportamento. Assim, a presente dissertacao teve por objetivo desenvolver uma proposta de modelo explicativo sobre o engajamento no trabalho de profissionais de enfermagem a partir da personalidade e satisfacao no trabalho destes. Participaram do estudo 253 profissionais da area de enfermagem provenientes de diversas instituicoes publicas (79,5%), particulares (12,6%) e mistas (7,9%) da cidade de Joao Pessoa. A maioria era do sexo feminino (84,5%), com idades variando entre 19 a 63 anos (M = 37,6; DP = 10,3), apenas um emprego (48,2%), casados (43,5%), pos-graduados (34,4%), tecnicos de enfermagem (56,5%) e com renda familiar de 2 salarios minimos (30,8%). Os participantes responderam os seguintes instrumentos: Inventario dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade - Versao Reduzida, Escala de Engajamento no Trabalho, Escala de Satisfacao no Trabalho e Questionario Sociodemografico. Os dados foram processados por meio dos softwares PASW e AMOS, versao 20. Estes permitiram a realizacao de analises descritivas (medias, desvios padroes, frequencias e porcentagens) para caracterizacao da amostra, analises bivariadas, como tambem a construcao do modelo explicativo. Os resultados indicaram existir diferencas significativas entre homens e mulheres apenas em relacao ao fator chefia de satisfacao no trabalho. Foram evidenciadas correlacoes positivas significativas entre os fatores de engajamento no trabalho vigor e absorcao com os fatores de personalidade amabilidade, abertura, conscienciosidade e extroversao; e negativamente e sem significancia com neuroticismo. Todos os fatores de satisfacao no trabalho se correlacionaram positivamente e estatisticamente significativos com os fatores de engajamento no trabalho. Os resultados da analise de regressao multipla demonstram que a personalidade e satisfacao no trabalho explicaram 29% da variancia total com um p < 0,001. Posteriormente, testou-se a proposta do modelo explicativo, no qual seus indicadores de ajuste nao permitiram considerar este modelo como adequado e satisfatorio. Estes resultados podem auxiliar na compreensao dos diversos determinantes relacionados ao engajamento no trabalho, favorecendo a elaboracao de estrategias de acao que englobem esses aspectos.
  • KASSIA KISS GRANGEIRO BELEM
  • TRABALHO INFANTIL ESPORTIVO E ARTÍSTICO: O SENTIDO A PARTIR DA VIVÊNCIA.
  • Data: 26/02/2015
  • Hora: 14:00
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  • O trabalho infantil esportivo e artistico por vezes nao e considerado como tal e em detrimento da fama nao se visualizam os danos ao desenvolvimento. Ressalta-se assim a relevancia social e teorica dessa dissertacao. Tendo como objetivo Geral: analisar o sentido de trabalho infantil esportivo e artistico na perspectiva de quem vivencia ou ja vivenciou estas atividades laborais e as implicacoes das mesmas. E como objetivos especificos: caracterizar o perfil biossociodemografico das criancas/adolescentes e adultos que vivenciam/vivenciaram essas formas de trabalho infantil, as implicacoes do trabalho infantil esportivo e artistico para quem vivencia ou quem vivenciou; analisar a vivencia no trabalho infantil esportivo e artistico; a relacao entre condicao de vida e trabalho infantil; identificar o significado de trabalhar em um ambiente que envolve fama e ascensao financeira; e o projeto de vida das criancas/adolescentes e adultos na epoca em que trabalhavam. Adota-se como abordagem a Teoria Historico-Cultural de Vygotski, especificamente as categorias sentido, significado, vivencia e projeto de vida. Participaram da pesquisa criancas/adolescentes e adultos que vivenciam ou vivenciaram o trabalho infantil esportivo ou artistico. Para determinar o tamanho da amostra foi utilizado o criterio de saturacao. Utilizou-se como instrumento a entrevista semiestruturada e para a analise dos dados o mapa de associacao de ideias. Entrevistou-se 19 pessoas, sendo doze do sexo masculino e sete do sexo feminino. As idades em que ingressaram na carreira variaram entre 4 e 16 anos. Destacam-se como implicacoes adultizacao precoce, lesoes, prejuizos no rendimento escolar e na vida social. No que se refere ao sentido da atividade os artistas concebem como trabalho, os atletas caracterizam como lazer. Faz-se necessario compreender o limiar que separa a atividade que e benefica para o desenvolvimento e o que e exploracao de crianca e adolescente.
  • LUANN GLAUBER ROCHA MEDEIROS
  • ANÁLISE DA ATIVIDADE DAS PSICÓLOGAS DE CRAS DO VALE DO SABUGI - PB
  • Data: 26/02/2015
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertação tem como objetivo geral a realização de uma análise da atividade de psicólogas de Centros de Referência de Assistência Social - CRAS das cidades de uma microrregião da Paraíba chamada Vale do Sabugi. Tal objetivo se desdobra nos seguintes objetivos específicos: conhecer as diretrizes do Ministério do Desenvolvimento Social para o trabalho das psicólogas nos CRAS e como estas se concatenam com a atividade; apreender de que maneira as psicólogas têm, ou não, conseguido construir um espaço de exercício profissional nos CRAS; identificar os obstáculos para o desenvolvimento do trabalho das psicólogas nos CRAS. Para tanto, participaram do estudo quatro psicólogas que atuam nas cinco cidades que formam a supracitada microrregião do estado, sendo que uma destas psicólogas trabalha em duas cidades, com idades que oscilavam entre 24 e 36 anos, com tempos de experiência variando de seis meses a 10 anos. Do ponto de vista teórico, este estudo se valeu dos conhecimentos advindos de algumas das Clínicas do Trabalho, mais especificamente da Ergonomia da Atividade, da Psicodinâmica do Trabalho e da Ergologia. Metodologicamente, utilizou-se um delineamento não experimental de cunho qualitativo, combinando-se entrevista semiestruturadas e observações do local de trabalho. Para análise, empregou-se o recurso da análise de conteúdo através da construção de categorias temáticas, sendo estabelecidas quatro categorias de análise. A primeira dá conta dos riscos e condições de trabalho, evidenciando os déficits em termos de infraestrutura e quais os principais riscos enfrentados pelas entrevistadas no desenvolvimento de sua atividade. No segundo momento, tratou-se da tarefa e atividade propriamente ditas das psicólogas, detalhando sua atividade diária e os elementos relativos a ela. Na terceira categoria, discutiu-se a formação, que é insuficiente para a atuação delas nos CRAS, o que se reflete na atividade das entrevistadas. Por último, abordou-se a questão do reconhecimento, o qual, segundo elas, dá-se mais por parte dos usuários que pela gestão.
  • THAYRO ANDRADE CARVALHO
  • ALIENAÇÃO PARENTAL: UMA EXPLICAÇÃO PAUTADA EM TRAÇOS DE PERSONALIDADE E NOS VALORES HUMANOS
  • Data: 25/02/2015
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertação teve como objetivo geral saber se os traços de personalidade e os valores humanos são capazes de explicar as práticas maternas alienantes. Especificamente, pretendeu-se: (1) construir e conhecer os parâmetros psicométricos do Inventário de Práticas Maternas Alienantes (IPMA); (2) verificar a validade confirmatória do IPMA; e (3) testar um modelo explicativo em que os traços de personalidade e os valores são preditores das práticas maternas alienantes. Para tanto, foram desenvolvidos três estudos com delineamento correlacional, ex post facto, e metodologia quantitativa. O Estudo 1 buscou construir e conhecer os parâmetros psicométricos do IPMA. Participaram 200 mães divorciadas, com idades variando de 22 a 66 (M = 37,12 anos; DP = 9,06). Após testar o poder discriminativo dos 13 itens iniciais por meio de um teste t de Student, permaneceram doze. Procedeu-se, então, uma análise fatorial, identificando, a partir do critério da AP, uma estrutura composta por um único fator, com todos os itens apresentando saturações superior a |0,30| e alfa de Cronbach de 0,83. No Estudo 2, realizou-se uma Análise Fatorial Confirmatória (AFC) do IPMA. Contou-se com uma amostra por conveniência intencional de 189 mães divorciadas, com idade variando de 20 a 70 anos (M = 37,8; DP = 10,69). Os resultados da AFC, após a remoção de dois itens (6 e 11), apresentaram indicadores marginalmente aceitáveis [χ² = 141,05, χ²/gl = 4,03, GFI = 0,87, AGFI = 0,80, CFI = 0,88 e RMSEA (IC90% = 0,12 – 0,10) = 0,14, CAIC = 265,89 e ECVI = 0,96], o índice de consistência interna foi satisfatório α = 0,88, assim como a comunalidade composta (CC = 0,90) e variância média explicada (VME = 0,50). Considera-se, portanto, que os objetivos dos estudos supracitados tenham sido alcançados, haja vista a qualidade métrica do instrumento desenvolvido. No Estudo 3, na tentativa de propor um modelo explicativo das práticas maternas alienantes, buscou-se além de verificar a correlação entre estas práticas e os traços de personalidade e valores humanos, verificar o poder preditivo destes construtos frente a estas práticas. Participaram 188 mães divorciadas com idade variando de 17 a 61 anos (M ¬= 32,2 anos; DP = 9,17). Foram realizadas análises correlacionais de Pearson, regressão linear para avaliar poder preditivo, como também foi proposto um modelo hierárquico por meio do programa AMOS. Os principais resultados indicam que o traço de personalidade amabilidade e a subfunção valorativa suprapessoal apresentaram correlação com as práticas maternas alienantes (r = -0,18; p < 0,05 e r = -0,24; p < 0,05; respectivamente). A partir destes resultados, verificou-se o poder preditivo destas variáveis frente às práticas maternas alienantes, constatando seu potencial preditor frente às práticas de maneira satisfatória. Tendo estes resultados como base, testou-se um modelo explicativo, no qual o traço amabilidade foi capaz de predizer a subfunção suprapessoal que, de maneira conjunta, explicaram práticas maternas alienantes. Assim, o modelo hierárquico traços de personalidade → valores → práticas maternas alienantes apresenta índices de qualidade de ajustes satisfatórios, evidenciados por meio de modelagem por equação estrutural. Concluindo, os objetivos da presente dissertação foram alcançados, dando ênfase ao marco teórico utilizado que permite identificar, de maneira robusta, que fatores associados características amorosas e equilíbrio emocional, podem, de maneira consistente, auxiliar a compreender práticas maternas alienantes.
  • SHIRLEY DE SOUZA SILVA SIMEÃO
  • Câncer de mama, prevenção e qualidade de vida: um estudo psicossociológico
  • Data: 25/02/2015
  • Hora: 09:00
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  • Esta tese teve como objetivo comparar as representações sociais presentes no discurso midiático e no cotidiano de mulheres, que vivenciaram ou não o câncer de mama acerca desta patologia. O trabalho está estruturado a partir de dois estudos: o primeiro trata-se de um estudo documental realizado a partir da análise de matérias veiculadas na mídia impressa sobre o tema câncer de mama, visando-se apreender as representações sociais, acerca da patologia, veiculadas na mídia. Foram analisadas 58 publicações, veiculadas nos anos de 2012 e 2013 em dois jornais. Os dados foram processados pelo software Alceste, por meio do procedimento padrão, a partir do qual foi possível quatro classes temáticas, denominadas: (1) Diretrizes governamentais e científicas para o tratamento medicamentoso do câncer de mama; (2) Predisposição genética ao câncer de mama: consequências e possibilidades terapêuticas; (3) Estudos e ações voltados para a prevenção e promoção da saúde da mama da mulher; (4) Principais ações envolvidas nas campanhas de prevenção. Os resultados evidenciaram que o câncer de mama foi objetivado a partir de experiências como exame, remédio e mastectomia, ancorando o câncer numa esfera biopsicossocial relacionada ao tratamento bem como ações desenvolvidas no sentido de promover saúde e a prevenção do câncer de mama. O segundo estudo com objetivo de apreender as representações das mulheres acerca do câncer de mama e das formas de prevenção, além de avaliar a qualidade de vida das mulheres. Participaram deste estudo 111 mulheres, com idades variando entre 38 e 85 anos (M=53,5; DP=10,91), as quais foram alocadas em dois grupos: grupo 1, formado por 61 mulheres que não vivenciaram o câncer de mama e o grupo 2, composto por 50 mulheres que vivenciaram a patologia. Foram utilizados como instrumentos um questionário biossociodemográfico, uma entrevista semi-estruturada, a técnica de associação livre de palavras e o questionário de qualidade de vida – whoqol-bref, estes que foram submetidos ao processamento, respectivamente, pelos softwares SPSS, Alceste e Tri-deux-Mots. Das 68 entrevistas processadas pelo Alceste, foi possível identificar quatro classes temáticas distintas denominadas: (1) Fatores de influência na qualidade de vida; (2) Modalidades de suporte para o enfrentamento da doença; (3) Reações e vivências a partir do diagnóstico; (4) Conhecimentos e práticas acerca do câncer de mama. O conhecimento produzido pelo grupo social acerca do câncer de mama foi ancorado em vivências emocionais e procedimentos relacionados à prevenção e enfrentamento da doença, sendo objetivado pelos elementos tristeza, desespero, sofrimento e medo em função da proximidade com a morte. Em relação à prevenção do câncer de mama, a ultrassonografia apareceu como elemento figurativo, possivelmente, sendo apontado como um dos meios de detecção precoce do problema. Em relação à mamografia, foi possível observar as objetivações como importante e dúvida, confirmando, embora com palavras distintas daquelas apresentadas pelo grupo que não vivenciou a patologia e representou o exame como cuidado e saber. A prevenção foi ancorada como atributo estritamente relacionado à qualidade de vida (QV), esta que não apresentou diferenças significativas entre as médias dos grupos estudados em nenhum domínio. Quando comparados os discursos presentes nos dois estudos, as RS se aproximaram quando os conteúdos consideraram a doença como prevenível, ao mesmo tempo que focalizaram o caratér fatal da doença. Por outro lado, os dicursos se distanciaram à medida que as falas das mulheres denotaram não apenas o caratér trágico da doença, mas sua importância para a ressignificação do sentido de vida. Estes resultados foram discutidos à luz da literatura especializada, indicando importante relação entre os achados e sua aplicabilidade no desenvolvimento de futuras pesquisas e intervenções.
  • YANA THAMIRES MENDES FELIX
  • A RELAÇÃO TRABALHO E SAÚDE MENTAL DOS TÉCNICOS EM ENFERMAGEM DO SAMU-192
  • Data: 25/02/2015
  • Hora: 09:00
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  • O presente estudo pretendeu investigar a relação trabalho e saúde dos técnicos em enfermagem do SAMU, visto que esses profissionais exercem suas atividades com condições onde a variável tempo é crucial, somada a exigência de um trabalho coletivo para cumprir sua missão. Em face disso, estabeleceram-se os seguintes objetivos específicos: caracterizar as condições e a organização do trabalho dos técnicos; delinear o processo de formação e se este está adequado ao desenvolvimento da atividade; investigar que habilidades são mobilizadas ou necessitam ser desenvolvidas na realização do trabalho; identificar as dificuldades e variabilidades enfrentadas no desenvolvimento do trabalho; evidenciar as estratégias de enfrentamento utilizadas diante das situações de trabalho, em especial aquelas de maior tensão; e por fim, detectar as inovações produzidas frente às variabilidades e, como estas contribuem para a saúde mental destes indivíduos. Do ponto de vista teórico, duas abordagens ancoram a presente dissertação: a Psicodinâmica do trabalho e a Ergonomia da atividade. Este é um estudo não experimental, com uma amostra composta por 30 participantes e selecionados por conveniência. Para a coleta de dados, utilizamos entrevistas individuais semi-estruturadas, associadas ao método de análise indireta da atividade denominado “Instruções ao Sósia”. Para análise dos dados, utilizamos a Análise de Conteúdo Temática. Foram identificadas três categorias principais: “Trajetória e formação profissional”, que nos forneceu um perfil do caminho percorrido por esses trabalhadores até a entrada no SAMU; “Trabalho real”, onde pudemos caracterizar os dias típicos e atípicos de trabalho; e por fim, “Fontes de prazer e sofrimento no trabalho”. Observamos que, a cooperação é um conceito chave para o funcionamento adequado do SAMU e para a qualidade do trabalho realizado por estes profissionais. Também foi possível perceber que há uma profunda identificação com a profissão escolhida, expressa na motivação com a qual exercem suas funções e no sentimento de auto-realização presente nas suas falas. Todavia, existem fontes de sofrimento no trabalho, tais como a falta de reconhecimento, as precárias condições de trabalho, a fragilidade dos vínculos empregatícios, a ausência de direitos trabalhistas básicos, os baixos salários, dentre outros. Para enfrentar tais circunstâncias, estes profissionais fazem uso de estratégias proativas que envolvem suas habilidades, mas em outras, de mecanismos defensivos, que permitem a manutenção do equilíbrio psíquico. Esperamos com tais resultados, contribuir para a produção de conhecimentos sobre essa categoria de trabalhadores, sua saúde e sobre o trabalho que realizam no SAMU.
  • ANA RAQUEL DE OLIVEIRA
  • AVALIAÇÕES PSICOFÍSICAS CROMÁTICA E ACROMÁTICA DE HOMENS E MULHERES EXPOSTOS A SOLVENTES ORGÂNICOS
  • Data: 24/02/2015
  • Hora: 14:00
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  • Trabalhadores expostos de forma crônica à mistura de solventes orgânicos podem sofrer alterações na visão de cores e na sensibilidade ao contraste (SC). Entretanto, poucos estudos investigaram se há diferenças entre os sexos, um dos fatores que podem alterar a toxicocinética dos solventes. Diante disto, o objetivo do presente estudo foi verificar se mulheres e homens expostos diferiam quanto as respostas psicofísicas visuais cromáticas e acromáticas. Participaram 44 pessoas que formaram os seguintes grupos: Grupo de Estudo I (GE I): 11 homens expostos (Idade M = 30,18; DP = 6,48; Escolaridade M = 9,73; DP = 2,10; Tempo de serviço M = 6,53; DP = 4,38); Grupo de Estudo II (GE II): 11 mulheres expostas (Idade M = 26,91; DP = 5,86; Escolaridade M = 10, 36; DP = 0,92; Tempo de serviço M = 4,70; DP = 3,53); Grupo Controle I (GC I): 11 homens não expostos (Idade M = 26,73; DP = 6,5; Escolaridade M = 9,73; DP = 1,8); Grupo Controle II (GC II): 11 mulheres não expostas (Idade M = 26,55; DP = 6,5; Escolaridade M = 10,45; DP = 1,51). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com número de CAAE: 21350113.9.0000.5188. Inicialmente os participantes passaram por uma etapa de triagem, permanecendo aqueles que, entre outros critérios, apresentaram acuidade visual 20/20 ou corrigida (Optotipos E de Rasquin) e ausência de discromatopsias congênitas (Teste de Ishirara). A avaliação da percepção cromática foi realizada por meio dos testes D15 Dessaturado de Lanthony (D15d) e Cambridge Colour Test (CCT). A avaliação da SC foi realizada com estímulos de grades senoidais verticais de frequências espaciais de 0,2; 0,5; 1,0; 2,0; 5,0; 10 e 16 cpg de ângulo visual. Ainda foi realizada uma avaliação da composição corporal a partir de um exame de biompedância utilizando a balança Inbody 720. Os dados foram analisados por meio do software SPSS, versão 21. A análise das diferenças entre os grupos de frentistas e os grupos controle foi realizada por meio do teste Mann-Whitney e as correlações entre os valores obtidos nos testes psicofísicos e a idade, escolaridade, tempo de exposição, peso, massa corporal magra (MCM), gordura corporal, por meio da correlação linear de Spearman, considerando α = 0,05. Primeiramente, foram comparados os resultados dos 22 participantes do GE com os 22 do GC, em seguida os grupos foram comparados por sexo, 11 em cada grupo. Os resultados mostraram que o grupo de estudo (GE) apresentou ICC (Mdn = 1,18; M = 1,31; DP = 0,32) significativamente maior (U = 128; p = 0,01) ao grupo controle (GC; Mdn = 1,09; M = 1,10; DP = 0,26), ao passo que entre mulheres e homens expostos não houve diferenças (U = 51,0; p = 0,53). Com relação ao CCT, Protocolo Trivector, o GE apresentou comprimento correspondente ao vetor do eixo protan (Mdn = 50,00; M = 54,00; DP = 16,42) significativamente maior (U = 133,50; p = 0,01) que o GC (Mdn = 40,00; M = 42,59; DP = 16,42), já no Protocolo Elipse, o grupo exposto obteve área da elipse A3 (Mdn = 981,15; M = 8086,81; DP = 22787,81) significativamente maior (U = 158,00; p = 0,04) em relação ao controle (Mdn = 657,30; M = 781,75; DP = 528,68), mas homens e mulheres não apresentaram diferenças em ambos os protocolos do CCT. Os resultados da SC mostraram que o grupo exposto apresentou SC menor em todas as frequências espaciais, com diferença estatisticamente significativa para as frequências: 0,2 (U = 93,00; p = 0,01); 0,5 (U = 117,00; p = 0,01); 5,0 (U = 149,50; p = 0,03) e 10 cpg (U = 150,00; p = 0,03) comparado ao controle. As mulheres expostas obtiveram SC significativamente maior (U = 25,0; p 0,02) que os homens expostos na frequência 0,5 cpg. As análises correlacionais mostraram que entre os homens expostos, os valores dos diâmetros dos círculos equivalentes as áreas das elipses A1 e A2 mantiveram correlação com a MCM: ρ = -0,68; p = 0,02 e ρ = -0,83; p = 0,01, respectivamente. Já entre as mulheres expostas o valor do diâmetro do círculo equivalente a área A2 apresentou correlação negativa com a massa de gordura: ρ = -0,67; p = 0,02, ou seja quanto mais gordura menor tendência de erro no eixo de oponência de cor vermelho-verde. Observou-se ainda que o valor do diâmetro do círculo equivalente a área A3 obteve correlação positiva com a MCM: ρ = 0,61; p = 0,04, isto é quanto maior a quantidade de MCM, maior tendência de erro no eixo de oponência de cor. Em suma, os dados relativos à visão de cores e a SC obtidos por mulheres e homens expostos não encontraram fortes evidências de possíveis diferenças entre os sexos. Entretanto, as associações das medidas psicofísicas com as medidas corporais parecem indicar que a gordura pode atuar como um fator de proteção do organismo contra os efeitos dos solventes, já que tecidos gordurosos podem reter produto. Nesta perspectiva, as mulheres poderiam ser menos afetadas por apresentarem quantidade maior de tecido adiposo.
  • ROOSEVELT VILAR LÔBO DE SOUZA
  • EXPLICANDO A CIVILIDADE: CONTRIBUIÇÕES DAS PRIORIDADES VALORATIVAS E DO PRIMING VALORATIVO
  • Data: 23/02/2015
  • Hora: 10:00
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  • O priming de valores humanos e estudado de maneira insuficiente na literatura, sendo demandado esforcos que busquem comprovar a sua eficacia na mudanca de comportamentos. Na presente dissertacao, adotando-se a Teoria funcionalista dos valores humanos, buscou-se contribuir com a literatura a respeito desta relacao. Deste modo, foram elaborados quatro estudos com os objetivos de elaborar uma medida confiavel de civilidade, identificar os correlatos valorativos deste construto e avaliar o efeito do priming de valores neste comportamento. O primeiro estudo buscou desenvolver uma escala de autorrelato de civilidade, tendo contado com a participacao de 510 estudantes universitarios (M = 22,2; DP = 6,39; 56,2% mulheres). Por meio de uma analise fatorial exploratoria (metodo PAF), este estudo apresentou uma medida com estrutura trifatorial, tendo apresentado indices de consistencia interna satisfatorios (α > 0,80). O segundo estudo buscou avaliar os correlatos valorativos da civilidade, utilizando-se a escala elaborada no Estudo 1, e testou-se a predicao do priming de valores neste construto, tendo sido utilizada uma amostra de 184 universitarios (M = 24,7; DP = 7,03; 51,1% mulheres). Como resultados, foram encontradas correlacoes significativas entre as subfuncoes com tipo de orientacao central e pessoal com a escala de civilidade. No entanto, os resultados nao apresentaram efeito significativo do priming de valores neste construto. O terceiro estudo teve os mesmos objetivos do estudo dois, entretanto utilizou-se como variavel de saida uma medida implicita de civilidade, buscando reduzir o vies inerente as medidas de autorrelato. Para isso, contou-se com uma amostra de 65 universitarios (M = 20,5; DP = 2,49; 73,8% mulheres). Os resultados deste estudo apresentaram resultados significativos apenas para a correlacao entre a subfuncao normativa e a medida implicita de civilidade. Alem disso, encontrou-se tambem uma relacao marginalmente significativa entre a subfuncao suprapessoal e a medida citada (p = 0,08). No que diz respeito a influencia do priming de valores na medida implicita de civilidade, nao houveram efeitos significativos. O quarto e ultimo estudo foi a ultima tentativa da presente dissertacao para confirmar os correlatos valorativos da civilidade e avaliar o efeito de diferentes tipos de priming neste construto. Para tal, contou-se com a participacao de 61 universitarios (M = 22,5; DP = 4,72; 57,4 % mulheres). Os resultados indicaram correlacoes significativas apenas entre o comportamento de civilidade e a subfuncao suprapessoal. Ja em relacao ao priming de valores, novamente nao obteve-se qualquer resultado significativo. Diante do exposto, os resultados previamente reportados indicaram que ha um relacionamento evidente entre os valores e o comportamento de civilidade. No entanto, os achados em relacao a influencia do priming de valores na civilidade nao apoiaram as evidencias que outros estudos presentes na literatura apresentaram. Estes achados indicam que a tecnica de priming utilizada nao foi eficaz para ativar os conteudos valorativos que pudessem provocar efeitos no comportamento. Talvez pelo carater abstrato pertinente ao construto estimulado, seja necessario estimulacoes mais complexas e envolvendo maior esforco, tal como os estudos presentes na literatura que encontraram efeitos significativos.
  • IARA MARIBONDO ALBUQUERQUE
  • VIOLÊNCIA SEXUAL E DISCRIMINAÇÃO RACIAL: INFLUÊNCIA NA RESPONSABILIZAÇÃO DA VÍTIMA
  • Data: 23/02/2015
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertação tem como objetivo principal investigar se a cor da pele da mulher e a cor da pele do agressor influenciam na responsabilização da mulher pela violência por ela sofrida. Diante disso, foram formuladas três hipóteses principais que orientaram a execução de três estudos empíricos. O Estudo 1 testou as seguintes hipóteses: a vítima de violência sexual negra será mais responsabilizada do que a vítima branca e as vítimas serão mais responsabilizadas quando o agressor for negro. Participaram voluntariamente 200 estudantes universitários com idade média de 20,70 anos (DP = 4,00; 99 homens e 101 mulheres), os quais foram alocados em cada uma das quatro condições experimentais (fotos de homem negro e de mulher branca; fotos de homem branco e de mulher negra; fotos de homem negro e de mulher negra e fotos de homem branco e mulher branca). Como resultado observou-se que quando o agressor é negro, a vítima branca (M = 3,83, DP = 0,29) é mais responsabilizada do que a vítima de cor negra (M = 2,87, DP = 0,26). Dessa forma a primeira hipótese não foi confirmada, em oposição, como previsto os resultados indicam que a cor da pele do agressor influencia na responsabilização da vítima. Uma vez que o sexo dos participantes não exerceu nenhuma influência nesses resultados, levantou-se a hipótese que o contexto profissional dos participantes poderia influenciar na responsabilização da mulher pela violência por ela sofrida. Assim, o Estudo 2 buscou investigar se a classificação de profissões em masculinas e femininas (Carvalho, 2003) continuava em vigor para no Estudo 3 testar esta hipótese. Os participantes do Estudo 2 foram 100 estudantes universitários com idade média de 21,66 anos (DP = 3,53; 48 homens e 52 mulheres). Os resultados indicam que a categorização continua em vigor atualmente, considerando cursos tais como Engenharias, computação, física e matemática como profissões melhor desempenhadas por homens e enfermagem, nutrição e pedagogia como cursos considerados femininos. Por fim, o Estudo 3 buscou testar a terceira hipótese de que a pertença grupal do participante (cursos femininos vs. cursos masculinos) influenciaria na responsabilização da vítima. Com a participação de 202 estudantes universitários com idade média de 21,51 anos (DP = 5,17; 101 homens e 101 mulheres) constatou-se que há um efeito de interação tripla significativo entre cor da pele da vítima, cor da pele do agressor e pertença grupal do participante, confirmando a hipótese levantada. Assim, nos cursos femininos, quando a vítima era branca e o agressor negro, ela foi mais responsabilizada (M = 3,86, DP = 0,30) do que nas outras condições experimentais.
  • KARLA SANTOS MATEUS
  • Luso-tropicalismo como justificativa para a discriminação contra o negro no mercado de trabalho na Paraíba
  • Data: 19/02/2015
  • Hora: 09:00
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  • As concepções luso-tropicalistas, propostas por Gilberto Freyre (1933), defendem que os portugueses possuiriam uma aptidão especial para a miscigenação biológica e cultural com os povos dos trópicos. Assim, tendo sido o Brasil colonizado por Portugal, também seríamos percebidos como um reduto multirracial harmonioso. Entretanto, diversas pesquisas demonstram a existência do preconceito racial no Brasil. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo investigar o papel do luso-tropicalismo como justificativa para a discriminação de jovens negros no mercado de trabalho na Paraíba. Para alcançar este objetivo, foram realizados quatro estudos. Os resultados do primeiro estudo (N=175) e do segundo estudo (N=190), realizados no Brasil, mostraram uma adequação unifatorial (α= 0,65 e α= 0,63, respectivamente), indicando a prevalência apenas do fator “luso-atual”, cujas ideias estão relacionadas à ideia de democracia racial. O terceiro estudo (N=236) demonstrou que em Portugal prevaleceram dois fatores: O primeiro fator, denominado “luso-atual” (α= 0,71) e o fator “luso-histórico” (α= 0,82) que é formado pela ideia de que as relações coloniais portuguesas foram harmoniosas. O quarto estudo (N=194), realizado no Brasil, analisou o papel justificador do luso-tropicalismo na relação entre o preconceito e a discriminação do negro no mercado do trabalho da Paraíba. Tomados em conjunto, os resultados apontam um efeito principal da justificativa na percepção da justiça da decisão da gerente, F (1, 192) =15,6, p < 0,001. Participantes na condição experimental (M=3,03; DP=0,18) avaliaram a decisão como mais justa do que na condição controle (M=2,31; DP=0,18). Este efeito foi qualificado por uma interação entre a justificativa, o luso-tropicalismo e a classe socioeconômica do participante, F (1, 192) = 6,16, p = 0,014. Quando a justificativa era apresentada, apenas os participantes com maior adesão ao luso-tropicalismo e de classe socioeconômica média e alta perceberam a decisão como mais justa (M=3,75; DP=0,36) comparada a condição controle (M=1,77; DP=0,35). Estes resultados mostram que a adesão ao luso-tropicalismo entre os participantes que se autoclassificaram como sendo membros do topo da pirâmide socioeconômica brasileira, e a justificativa para a discriminação faz com que ela deixe de ser percebida como tal.
2014
Descrição
  • TAIANE REGINA PEREIRA CABRAL
  • Intenção do Uso de Preservativo das Mulheres de João Pessoa: Aspectos Psicológicos e Sociais.
  • Data: 15/12/2014
  • Hora: 09:00
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  • O estudo da vulnerabilidade às doenças sexualmente transmissíveis busca entender as diferentes chances que todo e qualquer indivíduo tem de se contaminar, decorrente de características individuais e sociais que podem ser relevantes para uma maior exposição ao vírus da imunodeficiência humana (HIV). Com base nessa premissa, fundamentados na Teoria do Comportamento Planejado, na Teoria do Lócus de Controle e no Modelo da Vulnerabilidade, desenvolveu-se dois estudos. O Estudo 1 teve como principal objetivo realizar um levantamento das crenças de mulheres acerca do uso do preservativo masculino pelo parceiro. Já no Estudo 2, o objetivo principal foi investigar a intenção comportamental de mulheres quanto ao uso do preservativo. Os resultados do Estudo 1, a partir de amostra por conveniência formada por 35 mulheres, de classe social menos favorecida, da cidade de João Pessoa, apontaram crenças comportamentais acerca das vantagens do uso do preservativo evidenciando o conhecimento acerca do papel contraceptivo e a função de evitar doenças sexualmente transmissíveis. Não obstante, como desvantagem, ressaltaram incômodo e a diminuição do prazer quando o parceiro utiliza o preservativo. Como referentes modais positivos para o uso de preservativo, foram citados a família e os médicos, enquanto como referentes modais negativos, foram referidos os amigos e o parceiro. A partir dos resultados do primeiro estudo, foi construído um instrumento aplicado em 244 mulheres, constituindo o Estudo 2, que teve como variáveis independentes as Atitude Indireta, Atitude Direta, Normas Subjetivas e Controle Percebido e, como variável dependente, a Intenção do uso do preservativo. Observou-se que a variável Controle Percebido (β= 0,43) foi o principal responsável pela explicação da variância da intenção de uso do preservativo, seguida da dimensão Norma Subjetiva (β = 0,30). A Atitude Direta (β= 0,15) obteve nível de significância bom, porém com baixo poder de explicação. Adicionalmente, verificou-se que a maioria das mulheres que declaram fazer uso da pílula anticoncepcional afirmam a prática do sexo seguro “às vezes”. Por outro lado, a maioria das mulheres que não usam pílula relatam que faz uso do preservativo “sempre”. Não foram observadas correlações consideráveis entre as quatro dimensões de locus de controle e a intenção comportamental. Estes resultados podem ser considerados como mais uma referência para estudos e intervenções sobre a importância do uso de preservativo nas relações sexuais.
  • LUANA ELAYNE CUNHA DE SOUZA
  • A Influência da Categorização Pelo Sotaque na Discriminação
  • Data: 12/09/2014
  • Hora: 09:00
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  • Esta tese tem como objetivo principal investigar o papel desencadeado pelo sotaque na relação entre categorização e discriminação, bem como especificar o mecanismo psicológico que explica este processo. Para tanto, foram formuladas três hipóteses principais que norteiam a execução de quatro estudos empíricos. Em um cenário de tomada de decisão para contratação de um funcionário foram realizados quatro estudos em Portugal. O sotaque do candidato à vaga foi manipulado, podendo ser o sotaque português ou o sotaque de imigrante brasileiro. Os participantes eram solicitados a informar qual candidato deveria ser contratado (medida de discriminação). O Estudo 1 testou a hipótese de que a influência da categorização de um alvo ativada pelo seu sotaque (nacional vs. imigrante) na discriminação é moderada pelo preconceito. Participaram 71 estudantes universitários com idade média de 21,8 anos (DP = 4,27; 34 homens e 37 mulheres), que foram randomicamente alocados em uma de duas condições experimentais (sotaque de imigrante brasileiro vs. sotaque português). Os resultados indicam que a relação entre a categorização pelo sotaque e a discriminação é moderada pelo preconceito (b = 0,51, t (67) = 2,67, p ˂ 0,05, η2p = 0,31), de modo que apenas em participantes preconceituosos a categorização pelo sotaque leva à discriminação do imigrante brasileiro. O Estudo 2 buscou replicar o estudo anterior e testar a hipótese de que a relação proposta na hipótese 1 é mediada pela avaliação do sotaque do candidato, pois a avaliação do sotaque desencadeia um processo de perceber o sotaque do membro do grupo externo como pior. Contou-se com a participação de 124 estudantes universitários com idade média de 23,7 anos (DP = 4,83; 60 homens e 64 mulheres), aleatoriamente alocados em uma de duas condições, sotaque português vs sotaque de imigrante brasileiro. Como previsto, os resultados indicam que o preconceito modera a influência da categorização pelo sotaque na discriminação. Ademais, os resultados suportam a mediação da avaliação do sotaque nesta relação (Z = 2,46, p ˂ 0,05), corroborando a segunda hipótese. O Estudo 3 buscou replicar o estudo anterior, desta vez com um delineamento dentre participantes, e testar a hipótese alternativa de que a influência da categorização na discriminação é mediada pelo uso da informação estereotípica. Contou-se com a participação de 105 estudantes universitários com idade média de 24,1 anos (DP = 4,37; 48 homens e 47 mulheres). Como previsto, os resultados indicam que o preconceito modera a influência da categorização pelo sotaque na discriminação e que apenas a avaliação do sotaque medeia esta relação (Z = 1,98, p ˂ 0,05). O Estudo 4 buscou testar a hipótese de que a mediação ocorre porque a avaliação da qualidade do sotaque atua como um fator legitimador da discriminação. Contou-se com a participação de 39 estudantes universitários com idade média de 20,5 anos (DP = 3,67; 12 homens e 27 mulheres), aleatoriamente alocados em uma de duas condições (sem ou com a justificação pelo sotaque), em um design unifatorial entre participantes. Como previsto, os resultados indicam que os participantes julgaram como mais legítima a condição em que a justificação ocorre pelo sotaque (M = 4,30, DP = 1,31) do que a outra condição (M = 3,25, DP = 1,18), t(35) = -2,54, p ˂ 0,05. Neste sentido, os resultados desse estudo suportam a hipótese de que o sotaque pode ser legítimo como um argumento para justificar a discriminação. Destarte, as implicações destes resultados devem ser consideradas como o primeiro passo para analisar o papel do sotaque na discriminação.
  • SABINO DE ALMEIDA SOARES
  • COMPETÊNCIAS GERENCIAIS NA INDÚSTRIA: ANALISANDO A RELAÇÃO ENTRE O PRESCRITO E O REAL
  • Data: 29/08/2014
  • Hora: 09:00
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  • Vivemos um momento histórico onde o modelo de gestão baseado nos pressupostos tayloristas-fordistas, de subdivisão dos postos de trabalho e de prescrição da atividade parece não atender mais a demanda necessária para se enfrentar uma nova realidade empresarial. É nesse cenário que se intensificam os debates acerca do modelo da gestão por competências e do trabalho dos gerentes, vistos como essenciais para introdução desse novo modelo. Tomando como base essas particularidades, esse estudo tem como objetivo geral discutir as competências que os gerentes de duas indústrias no segmento de bebidas, localizadas em cidades do Estado da Paraíba e do Rio Grande do Norte, mobilizam na realização de suas atividades e quais precisariam adquirir e/ou desenvolver e como objetivos específicos: verificar as competências utilizadas pelos gerentes e as que julgam ser necessário adquirir ou desenvolver; analisar as condições de trabalho dos gerentes; identificar fatores geradores de sofrimento e prazer no trabalho; verificar os aspectos que contribuem para realização e reconhecimento no trabalho e analisar a relação trabalho e família dos gerentes. A fundamentação teórica desse estudo baseia-se em contribuições da Psicodinâmica do Trabalho; Clínica da Atividade; Ergonomia da Atividade; Ergologia e no pensamento de Philippe Zarifian. Quanto ao Método, utilizou-se de entrevista semi-estruturada, visando captar especificidades do trabalho gerencial e a relação com as competências mobilizadas. Participaram do estudo oito gerentes de indústrias de bebidas localizadas no nordeste brasileiro, que atuam em diversas áreas. A análise dos dados foi realizada através da análise de conteúdo temática. Resultados: os gerentes valorizam muito o atingimento de metas e os bônus dai decorrentes, mas isso leva a dificuldades de relacionamento e uma cultura individualista. A aprendizagem do ofício gerencial ocorre pela observação, através de cursos e dos coletivos de trabalho, que também são a principal fonte para solucionar problemas que geram paradas na produção. As situações que mais geram sofrimento são o não cumprimento de metas, o bloqueio de iniciativas e a falta de tempo para família. As maiores fontes de prazer são o convívio familiar, o reconhecimento pelos superiores e pelos pares, a realização profissional, a possibilidade de ascensão profissional e o retorno financeiro. As condições de trabalho são consideradas satisfatórias, no que se relaciona aos recursos, como instalações e equipamentos, a existência de um eficiente plano de carreira e ao processo de capacitação continuada. Os riscos são constantes e variados, mas não existe histórico de afastamento ou adoecimento. No que diz respeito à mobilização das competências em situações de trabalho, emergiram várias questões apresentadas pelos gerentes. Inicialmente avaliamos que existe um desalinhamento entre o que a empresa considera como as competências que os gerentes devem possuir e as que eles entendem como sendo necessárias a sua atividade. O foco dos gerentes foi nas competências que dizem respeito à gestão de pessoas, comunicadas através de expressões como “abraçar a equipe”, “comunicar”, “liderar”, “ser justo”, “saber lidar com pessoas” e “formar as pessoas”, enquanto que o que eles entendem como as competências solicitadas pela empresa foram verbalizadas na forma de “foco em resultados”, “gestão de resultados”, “competitividade”, portanto, visões bem divergentes entre elas. Outra característica da competência que foi evidenciada seria a possibilidade dela ser desenvolvida, mas, para isso seria necessário que os gerentes tivessem uma maior clareza dos ganhos que seriam possíveis obter a partir da introdução de um verdadeiro modelo de gestão por competências.
  • SUELLEN MARY MARINHO DOS SANTOS ANDRADE
  • Neuroestimulação no Tratamento do Acidente Vascular Cerebral: Ensaio Clínico, Duplo-Cego, Placebo-Controlado.
  • Data: 18/07/2014
  • Hora: 11:00
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  • O tratamento tradicional após o acidente vascular cerebral (AVC) inclui medicamentos e reabilitação física, sendo esta, geralmente composta por protocolos não sistemáticos, o que dificulta sua replicabilidade. A estimulação transcraniana por corrente direta (ETCC), associada a um programa de fisioterapia padronizado, pode representar uma alternativa terapêutica eficaz para estes pacientes. O objetivo deste trabalho foi analisar os efeitos da ETCC em pacientes no estágio sub-agudo do AVC. Foi desenvolvido um ensaio clínico, placebo-controlado, duplo-cego e aleatorizado, envolvendo 40 pacientes, com diagnóstico de AVC isquêmico, unilateral, não-recorrente. Os participantes foram randomizados a 02 grupos, um com estimulação ativa e outro com corrente placebo. Todos receberam tratamento fisioterapêutico sistemático, fundamentado nos princípios da terapia de restrição e indução ao movimento TRIM. A intervenção foi aplicada durante 10 dias consecutivos, com corrente de 2mA, sendo o ânodo posicionado sobre o córtex motor primário (M1), ipsilateral à lesão, e o cátodo sobre a região supra-orbital contralateral. Os pacientes passaram por três avaliações funcionais: linha de base (T0), semana 2 (T1) e semana 4 (T2). Testes neuropsicológicos e testes de segurança foram realizados em T0 e na semana T2. Em relação ao total de participantes, 86% (n=35) completaram o protocolo. O dropout foi maior no grupo de ETCC ativa, quando comparado ao placebo, mas esta relação não teve significância estatística (p>0,05). Quanto às características clínicas e sócio-demográficas não foram observadas diferenças entre os grupos. Quanto ao desfecho primário, demonstrou que o desempenho no Índice 2 de Barthel diferiu entre os grupos entre os grupos (F= 9,46; p = 0,04; η = 0,19) e em 1,38 2 relação ao tempo (F=166,29; p = 0,00; η = 0,81), com interação entre grupo x tempo 2,38 2 (F= 24,33; p = 0,00; η = 0,39), onde os participantes que receberam estimulação ativa 2,38 obtiveram melhor desempenho que aqueles tratados com ETCC simulada. Em relação aos desfechos secundários, espasticidade, função dos membros superiores e uso espontâneo do membro parético, o padrão foi o mesmo observado em relação à independência funcional, onde maiores escores foram alcançados pelos pacientes que receberão estimulação ativa. No que se refere à segurança, não foram observados efeitos adversos graves, sendo sonolência e vermelhidão as sensações mais frequentemente observadas, e nenhum efeito cognitivo deletério foi apresentado pelos grupos durante o período de tratamento e follow-up. Dessa forma, os dados demonstram a eficácia e segurança da ETCC ativa, combinada à fisioterapia, na reabilitação de pacientes após AVC.
  • JULIANE DE SOUSA FERNANDES
  • A moral do cuidado em profissionais de saúde mental
  • Orientador : JULIO RIQUE NETO
  • Data: 25/03/2014
  • Hora: 16:00
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  • Esse estudo visou verificar os atendimentos nos Centros de Atencao Psicossociais sob o ponto de vista do cuidado com os usuarios. A perspectiva teorica adotada foi a Orientacao Moral do Cuidado de Gilligan (1997/1982). A moral do cuidado e pautada no sentido de manter a responsabilidade pessoal que caracteriza as relacoes interpessoais. Trata-se de uma orientacao em que as questoes do contexto e circunstancias particulares sao encaradas como legitimamente envolvidas na formacao de um juizo moral. Gilligan (1997) define o dominio moral basico em duas orientacoes: (a) uma moral de direitos apoiada no conceito de justica, e (b) a etica do cuidado, apoiada num reconhecimento das necessidades individuais. Essas duas orientacoes morais nao sao especificas para genero, mas pesquisas mostram que a moral do cuidado e mais prevalente nas mulheres. Gilligan (1997) construiu sua tipologia de niveis de cuidado compreendendo tres perspectivas morais, com duas transicoes entre elas. Uma orientacao moral de cuidado reflete a presenca da generosidade e da compaixao. Quem age sob esta perspectiva moral concenfra-se no contexto no qual esta inserido. O objetivo geral deste estudo foi analisar o pensamento moral do cuidado dos profissionais de saude mental nos Centros de Atencao Psicossocial (CAPS). O metodo deste estudo foi qualitativo e seguiu duas etapas. Na primeira etapa foi construido um Dilema da Vida Profissional (DVP) a partir de um levantamento de conflitos vivenciados por profissionais de um CAPS. Para a realizacao dessa primeira etapa, foi realizado um grupo focal com sete profissionais, sendo solicitado aos participantes que listassem situacoes de conflito vivenciadas no exercicio do cuidado com os usuarios do servico. Os participantes levantaram 13 situacoes geradoras de dilemas no exercicio da profissao. Em seguida, o grupo escolheu entre os 13 dilemas a situacao mais tipica e importante. Foi escolhido o tema a partir do qual foi construido o Dilema da Vida Profissional. A segunda etapa correspondeu em enfrevistar profissionais de 03 CAPS na cidade de Joao Pessoa. Participaram do estudo 17 profissionais de nivel medio e superior com idades entre 25 a 59 anos (M = 40 anos; DP = 10,6), 02 homens e 15 mulheres. Os instrumentos foram um questionario sociodemografico; o DVP e a Entrevista da Etica do Cuidado. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas por cinco juizes em seu conteudo segundo Bardin (2010), de acordo com categorias descritas por Gilligan (1997; Skoe, 1993). Posteriormente, as respostas foram analisadas individualmente por cada juiz e, em seguida, discutidas coletivamente a fim de obter 80% de concordancia no minimo. Os resultados mostraram que nenhum participante esta situado no nivel 1,0 (cuidado pelo Self), 3 (17,6%) no nivel 1,5 (transicao da sobrevivencia para a responsabilidade), 7 (41,25%) no nivel 2,0 (cuidado pelo outro), 6 (35,3%) no nivel 2,5 (transicao da bondade para a honestidade) e I (5,9%) no nivel 3,0 (cuidado etico). Convem ressaltar que a maioria (76,55%) dos participantes opera entre os niveis 2,0 e 2,5 do cuidado etico.
  • JULIANA RODRIGUES DE ALBUQUERQUE LINS
  • "ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE": O CASAMENTO SORODIFERENTE PARA O HIV/AIDS E SEUS DESDOBRAMENTOS
  • Data: 10/03/2014
  • Hora: 14:00
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  • Introdução: O fenômeno do casamento e da sexualidade tem passado por mudanças ao longo do tempo, seja por determinações econômicas e políticas, ou por questões culturais e de gênero. Por outro lado, os avanços científicos referentes ao diagnóstico e ao tratamento da Aids, proporcionaram aumento na sobrevida dos indivíduos com o HIV/Aids, favorecendo a formação de casais com diferentes sorologias para o HIV/Aids. Partindo destas premissas, fundamentado na perspectiva da construção social dos gêneros e no modelo teórico da Vulnerabilidade, este estudo teve como objetivo geral analisar os elementos constitutivos da conjugalidade e vulnerabilidades entre casais heterossexuais com sorologias diferentes para o HIV/Aids. Método: Participaram 36 pessoas em relacionamento heterossexual e sorodiferente para o HIV/Aids, com idades variando de 19 a 70 anos (M=36; DP=10,5), sendo a metade de cada sexo. Adicionalmente, foram entrevistados 08 casais em relacionamento sorodiferente para o HIV/Aids. Para a etapa quantitativa, foi utilizado um questionário autoaplicável, versando sobre questões sóciodemográficas e referentes às práticas sexuais dos casais, e na segunda etapa entrevista semi-estruturada. Para a análise dos dados quantitativos, foi realizada estatística descritiva, enquanto para o conteúdo das entrevistas utilizou-se a Análise Categorial Temática. Resultados: Os resultados apontam para um perfil com renda maior que dois salários mínimos (N=19), escolarização fundamental (N=17) e média (N=12), residentes no interior do Estado (N=27). A maioria afirma religiosidade mediana (M=2,81; DP=,902), em sua maioria, católicos. Vinte e seis afirmaram sorologia positiva para o HIV/Aids. Em relação ao tempo de casamento, 30 participantes afirmaram ser acima de três anos, metade com diagnóstico HIV pré-matrimonial. Doze participantes afirmaram que se submetem à testagem anualmente, 9 semestralmente e 15 poucas vezes. Dentre as práticas de risco, destacam-se dificuldades no uso de preservativo (N=19), não sistematização do uso do preservativo (N=18) e relações extraconjugais (N=12). Questionados sobre informações relacionadas à sorodiferença, 19 participantes afirmaram nunca ter recebido e a preocupação com a Aids foi afirmada por 32 participantes. A partir da análise das entrevistas, emergiram três classes temáticas: Classe Temática I – Descoberta do Diagnóstico (categorias: Pré-matrimonial e Pós-matrimonial), Classe Temática II – Cotidiano do Casamento (categorias: Medo, Cuidado, Estigma e Preconceito, Reprodução e Enfrentamento) e Classe Temática III – Prevenção (Uso de preservativo e Uso de álcool). Conclusão: Embora os avanços científicos no campo da Aids sejam evidentes, observou-se aspectos de vulnerabilidades provenientes de lacunas informativas ou de crenças socialmente construídas. Verifica-se a necessidade da implementação de políticas que garantam o direito dessa população de vivenciar suas escolhas de maneira digna e segura.
  • LIDIANE SILVA DE ARAUJO
  • OBESIDADE E PRECONCEITO: O QUE DIZEM O SABER CIENTÍFICO E A MÍDIA IMPRESSA
  • Data: 07/03/2014
  • Hora: 09:00
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  • Objetivou-se conhecer a produção científica nacional sobre o preconceito associado à obesidade (Estudo 1) e apreender as representações sociais da mídia impressa acerca do mesmo objeto (Estudo 2). O primeiro estudo tratou-se de uma revisão sistemática realizada em janeiro de 2014 no portal Periódicos Capes, considerando-se as publicações de 2004 a 2013 e utilizando-se os descritores obesidade/sobrepeso e preconceito/discriminação/exclusão/lipofobia/estigma. Do conjunto de artigos encontrados (447), apenas dois estudos preencheram os critérios de inclusão na amostra. Os resultados marcaram uma escassez de publicações sobre o tema e uma predominância de estudos de natureza qualitativa, o que demonstra a introdução embrionária do assunto no meio científico e a consequente necessidade de expandir as pesquisas neste contexto. Também de caráter documental, o segundo estudo foi realizado a partir da análise de materiais textuais sobre o tema ("preconceito contra pessoas com sobrepeso", "preconceito/discriminação contra gordos/obesos") coletados em tempo real na ferramenta de busca do sítio do portal da Folha de São Paulo. O corpus foi submetido à análise lexical pelo programa Alceste, por meio do procedimento padrão. A análise do corpus apontou um dendrograma estruturado em sete classes temáticas: (1) a discriminação da pessoa gorda; (2) a exclusão no serviço público; (3) resultados de pesquisas; (4) medicalização da obesidade; (5) preconceito, repercussões biopsicossociais e diferenças de gênero; (6) o preconceito revelado e; (7) políticas de inclusão. Grosso modo, o saber produzido e difundido pela mídia impressa revelou que o preconceito associado à obesidade foi objetivado como causa maior de sofrimento psíquico e repercussões em diversas esferas, afetando de modo desigual homens e mulheres. Ao ancorar a obesidade na categoria de doença, a gordura no indivíduo passa a ser motivo de controle social, médico e laboral. Verificou-se que o jornal tem informado sobre índices de prevalência do sobrepeso e obesidade, classe temática ancorada nas evidências científicas sobre o assunto. Para além de ensejos estéticos, o repúdio à gordura tem sido cada vez mais naturalizado, circulando, inclusive, no meio médico e contribuindo para legitimar práticas discriminatórias em relação a pessoas obesas. Neste aspecto, novas pesquisas sobre o assunto são sugeridas.
  • GILDEVAN ESTRELA DANTAS
  • ATITUDES FRENTE AO DOENTE MENTAL: CORRELATOS VALORATIVOS E DE TRAÇOS DE PERSONALIDADE
  • Data: 28/02/2014
  • Hora: 09:00
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  • A história da loucura exerce importante representação nas transformações ideológicas e práticas no que se refere às iniciativas de melhor oferta de assistência aos doentes mentais. Dessa maneira são apresentadas as revoluções que caracterizaram importantes contribuições da Revolução Italiana, e suas influências no processo desencadeado no Brasil, que Compreendendo a psiquiatria como peça de poder na estratégia de controle e dominação/sujeição do indivíduo em sofrimento psíquico é que novas formas de cuidar devem ser dialogadas. Fruto dessas discussões os modelos de saúde vem tentando compreender o doente mental além dos aspectos orgânicos, como também os aspectos subjetivos deste. Essa transição de cuidar pode ser evidenciada por meio dos modelos de saúde: biomédico e biopsicossocial. Considerando essa lógica busca-se aqui enfocar a doença mental como possibilidade humana e sua ligação à ordem social. Em virtude dessa construção histórica da loucura a presente dissertação objetivou saber se os valores humanos e os traços de personalidade explicam as atitudes frente ao doente mental. Considerando os valores humanos como princípios guias das ações humanas e sendo a personalidade subjacente ao mesmo. Para tanto, realizaram-se três estudos empíricos. O Estudo 1 objetivou construir e validar uma medida de atitudes frente ao doente mental (EAFDM), conhecendo evidências de sua validade fatorial e consistência interna. Participaram 200 estudantes da área de saúde (medicina, enfermagem e psicologia) de universidades pública e particular da cidade de João Pessoa-PB. Foram divididos de forma equitativa com idade variando de 17 a 49 anos (M = 23,67; DP = 5,04). A EADM, após ter checado sua validade semântica e poder discriminativo (tendo seguido os componentes: autoritarismo (α = 0,81) e benevolência (α = 0,75). Os dois fatores explicaram conjuntamente 20,8% da variância total. O Estudo 2, por sua vez, teve como objetivo comprovar a estrutura fatorial da EADM, fornecendo evidências psicométricas mais robustas para referida medida. Contou-se com uma amostra de 203 estudantes com idades variando de 17 a 52 anos (M = 23,93; DP = 5,54). Os resultados da Análise Fatorial Confirmatória (AFC) permitiu comprovar a estrutura bifatorial da EADM, identificado no estudo 1, apresentando indicadores de ajuste e confiabilidade composta (CC) satisfatórios. Por fim, realizou-se o Estudo 3, compondo a amostra de 230 profissionais da área de saúde. Estes responderam a EADM, o Questionário dos Valores Básicos (QVB), o Big Five e um Questionário Sociodemográfico. As análises consistiram em correlação de Pearson (r) e regressão múltipla (stepwise). Foram construídos dois modelos: no primeiro, os traços de personalidade conscienciosidade e amabilidade predizem as subfunções experimentação e interativa, que, por sua vez, explicam o fator autoritarismo das atitudes frente ao doente mental; no segundo, os traços de personalidade neuroticismo predizem as subfunções experimentação e interativa, que explicam o fator benevolência das atitudes frente ao doente mental. No geral, os modelos se mostraram ajustados aos dados empíricos. Conclui-se que é fundamental desenvolver projetos de intervenção junto aos profissionais de saúde, especialmente, com vistas à efetividade das políticas públicas de saúde dirigidas as pessoas com doenças mentais e assim, resgatar a cidadania desses indivíduos e reinseri-los na sociedade.
  • ANDERSON MATHIAS DIAS SANTOS
  • A DIFUSÃO DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS DIREITOS HUMANOS PELO JORNAL NACIONAL
  • Data: 27/02/2014
  • Hora: 15:00
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  • Diversas pesquisas têm mostrado o papel da imprensa, e particularmente da televisão, na formação e difusão de Representações Sociais. Em relação à televisão, tem sido destacada a importância dos telejornais como fonte de informação sobre os Direitos Humanos. No presente trabalho analisaram-se as representações sociais dos Direitos Humanos difundidas pelo telejornal de maior audiência no Brasil – Jornal Nacional. Nesta análise, buscou-se verificar: 1) quais Direitos Humanos eram veiculados pelo Jornal Nacional; 2) qual a forma como esses direitos eram veiculados; 3) como os direitos se agrupavam no discurso jornalístico; 4) possíveis diferenças na cobertura do telejornal de acordo com os tipos de direitos veiculados e; 5) se havia defesa dos direitos veiculados e a quais direitos esses posicionamentos aparecem relacionados. A amostra foi composta por 277 notícias e reportagens referentes aos Direitos Humanos, provenientes de 54 edições consecutivas do Jornal Nacional veiculadas entre 16/04/2012 e 16/06/2012. Na amostra não constaram reportagens internacionais, sobre esportes e política. O corpus constituído foi analisado por meio do software Alceste. Dentre os resultados foi possível verificar que o conteúdo da amostra agrupava-se em quatro classes: Crimes contra os Direitos Individuais, Aspectos Econômicos dos Direitos, Direitos relativos ao Trânsito e Direito a Proteção diante de Catástrofes. A classe dos Crimes contra os Direitos Individuais (31% das UCEs selecionadas) incluiu o direito à vida, contra a violação do corpo e segurança pública. Nesta classe, foi enfatizada principalmente a violação dos direitos individuais; foi característica da cobertura desses direitos o uso da notícia curta e descontextualizada e, em geral, não se verificou a defesa dos direitos violados. A classe Aspectos Econômicos dos Direitos (33%) incluiu os direitos ao meio-ambiente, trabalhistas e do consumidor. Foram características desta classe o uso do argumento econômico como forma de conscientização e o uso de estatísticas; a principal abordagem nesta classe foi a que englobava a notícia seguida de uma reportagem esclarecedora e, em geral, verificou-se a defesa dos direitos veiculados. A classe dos Direitos relativos ao Trânsito (24%) incluiu os direitos de segurança no trânsito, transporte público e greve. A forma de cobertura típica desta classe foram as reportagens longas e contextualizadas; verificou-se, nesta classe, a defesa dos direitos de segurança no trânsito e transporte público e a crítica ao direito de greve; por fim, a classe do Direito a Proteção diante de Catástrofes (12%) incluiu notícias e reportagens acerca de tragédias, notadamente, a seca no Nordeste e enchentes no Amazonas. O tipo de cobertura variou nesta classe entre as reportagens e as notícias seguidas das reportagens; o foco se concentrou no sofrimento dos moradores diante das tragédias e não se verificou a defesa dos direitos desses moradores. Por meio da literatura acerca da Teoria das Representações Sociais, dos Direitos Humanos e da Mídia discutem-se as diferenças apresentadas pelo Jornal Nacional na forma de cobertura de acordo com as classes de direitos sendo os direitos consensuais promovidos e os polêmicos evitados. Discute-se também o uso de especialistas nos temas ligados à economia e o apelo ao sofrimento das vítimas de catástrofes.
  • KATRUCCY TENÓRIO MEDEIROS
  • AS MULHERES NO FENÔMENO DAS DROGAS: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE USUÁRIAS DE CRACK
  • Data: 27/02/2014
  • Hora: 14:00
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  • O uso de drogas constituiu-se nos últimos anos um dos fenômenos sociais mais sérios e de difícil solução na atualidade. O crack vem se destacando no cenário brasileiro em relação a outras drogas ganhando acentuada visibilidade social. Atualmente, entende-se que o consumo de substâncias ocorre em todos os grupos sociais, sendo que o uso abusivo de crack pelo público feminino vem sendo relatado como um fenômeno crescente na nossa sociedade. Objetivou-se, a partir de uma compreensão psicossocial deste fenômeno, conhecer e analisar as representações sociais acerca do crack elaboradas por dependentes químicas em tratamento, utilizando o aporte teórico da Teoria das Representações Sociais. Consiste em uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo e de campo, realizada em Comunidades Terapêuticas e Clínicas de Reabilitação feminina, localizadas nos Estados de PB e PE. Compreendeu uma amostragem não probabilística e de conveniência, totalizando 45 usuárias. Os instrumentos utilizados foram: questionário sociodemográfico, analisado através do cálculo de frequências simples e porcentagens; a Associação Livre de Palavras, com os estímulos: crack e mulher usuária, que foi analisada por meio da Análise de Conteúdo; e, entrevista semiestruturada, a qual foi analisada a partir do software ALCESTE. A aplicação dos instrumentos ocorreu de forma individual e nas próprias instituições, com o auxílio de gravador; foram respeitados todos os procedimentos éticos que envolvem a pesquisa com seres humanos. Os resultados indicaram que o crack é representado como um elemento devastador e desagregador, por gerar situações de desordem no ambiente familiar e responsável por causar abandono ou afastamento das funções femininas. Verificou-se que a figura da mulher usuária é vista como problema de ordem moral, ocasionando uma representação depreciativa presente na sociedade; exerce influência nesses discursos a dissonância entre “ser usuária de droga” e “ser mãe/esposa do lar”. Observou-se, ainda, que as estratégias de enfrentamento desta problemática se encontram impregnadas de repressão social e respaldadas por discursos que regem o prisma da moralidade, expressando a desigualdade de gênero que ainda persistem na relação do feminino com o masculino. Essas construções, ao mesmo tempo em que são individuais e sociais, exercem influência na forma como a sociedade encara a mulher dependente química, reforçando barreiras sociais que dificultam a procura de tratamento e recuperação das usuárias. Dessa forma, conclui-se que é necessário um olhar para além da estigmatização da mulher, a qual deve ser vista, antes do papel de esposa ou mãe, como mulher que padece de um sofrimento, necessitando assim, de cuidados. O presente estudo oportunizou o debate acerca dessa temática, tendo como meta estratégias de enfrentamento e de contemplação dessa problemática por políticas públicas que auxiliem no tratamento da mulher dependente química.
  • SIMONE SALVIANO ALVES
  • A RELAÇÃO TRABALHO E SAÚDE DOS PSICÓLOGOS HOSPITALARES DE JOÃO PESSOA/ PARAÍBA
  • Data: 27/02/2014
  • Hora: 14:00
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  • A Psicologia Hospitalar, enquanto um campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos relacionados ao adoecimento tem como foco a assistência ao paciente hospitalizado. Neste sentido, o psicólogo hospitalar assume numerosas atribuições e estão constantemente expostos aos riscos característicos do trabalho em hospital. Considerando que o trabalho ocupa um lugar central na vida dos seres humanos e na sociedade de modo geral e, portanto, se relaciona de forma íntima com a saúde dos trabalhadores, o presente estudo teve como objetivo principal analisar a relação entre o trabalho e a saúde dos psicólogos hospitalares de João Pessoa- Paraíba. Como objetivos específicos foram elencados: caracterizar o conteúdo do trabalho dos psicólogos hospitalares; conhecer as condições e a organização do trabalho destes profissionais; evidenciar as fontes de sofrimento e prazer nas situações de trabalho destes profissionais; e, por fim, verificar relações entre as características das condições e organização do trabalho dos psicólogos hospitalares e o seu estado de saúde. Partiu-se de um delineamento não-experimental, de caráter exploratório e descritivo. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados o Inquérito Saúde e Trabalho (INSAT) e uma entrevista individual semi-estruturada. A pesquisa envolveu 40 psicólogos hospitalares, do sexo masculino e feminino, atuantes em hospitais públicos da Cidade de João Pessoa-Paraíba, localizada na Região Nordeste do Brasil. As respostas do INSAT foram armazenadas no programa Statistical Package for Social Science for Windows (SPSS, versão 20.0), onde foram submetidas ao tratamento de estatísticas descritivas e inferenciais. Já os dados alcançados por meio da entrevista individual semi-estruturada foram analisados por meio da análise de conteúdo temática. Para analisar a complexa relação entre o trabalho e a saúde dos profissionais em foco, entrelaçamos os dados oriundos dos dois instrumentos, delineando uma discussão baseada nos nossos entendimentos de trabalho e saúde, da relação entre estes dois elementos e, ainda, das nossas abordagens norteadoras, que foram a Psicodinâmica do Trabalho e a Ergonomia da Atividade. Os resultados produzidos apontam, principalmente, que os psicólogos hospitalares vivenciam constantemente sofrimento e prazer nas situações de trabalho. Evidenciam ainda, problemas de saúde físicos e psíquicos que acometem estes profissionais e que estão diretamente relacionados à organização e as condições de trabalho em que estão inseridos. Espera-se, por meio dos resultados deste estudo, contribuir para a produção e popularização do conhecimento acerca da psicologia hospitalar e dos aspectos que envolvem o profissional da categoria, especialmente, os relacionados ao seu trabalho e a sua saúde.
  • GISELLI LUCY SOUZA SILVA
  • A DOENÇA MENTAL E A REFORMA PSIQUIÁTRICA REPRESENTADAS POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE
  • Data: 27/02/2014
  • Hora: 09:00
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  • A visão estigmatizada do louco/doente mental prevaleceu ao longo dos tempos e levou à exclusão social desses indivíduos, fazendo-os viverem à margem da sociedade dita normal. Atualmente, em uma tentativa de inversão desse quadro, surge uma nova proposta de atenção voltada para esses sujeitos sociais, que visa oferecer um tratamento mais humanizado e voltado para a inclusão, através de dispositivos de atendimento extra-hospitalar implementados com o advento da Reforma Psiquiátrica. É diante dessa nova realidade social promovida pela Reforma Psquiátrica que este trabalho se desenvolveu com o objetivo de conhecer e analisar os conteúdos representacionais dos profissionais de saúde mental acerca do louco/doente mental e da Reforma Psiquiátrica. Trata-se de dois estudo descritivos, qualitativos, realizados em instituições psiquiátricas e CAPS nas cidades de Campina Grande e João Pessoa. Na parte empírica desta dissertação, o Estudo 1 teve como objetivo identificar a estrutura das representações sociais sobre o louco/doente mental e a Reforma Psiquiátrica, a fim de descrever e analisar os elementos do núcleo central e sistema periférico constituintes dessas representações, contemplou uma amostra de 100 profissionais da rede de saúde mental e os instrumentos utilizados foram: questionário sociodemográfico, análisado através de estatística descritiva e a Técnica de Associação Livre de Palavras, com os estímulos: Doente Mental, Louco e Reforma Psiquiátrica, analisada a partir do software EVOC. O Estudo 2, buscou conhecer e analisar as representações sociais elaboradas por profissionais de saúde mental acerca do louco/doente mental e da Reforma Psiquiátrica através de entrevista semiestruturada e o método conjugado de análise, por meio do software ALCESTE e de uma análise temática de conteúdo. O Estudo 2 contou com uma amostra de 38 profissionais de saúde mental. Nos dois estudos os instrumentos foram aplicados no ambiente de trabalho dos profissionais, individualmente e com o auxílio de gravador, tendo-se todos os cuidados éticos necessários quando realizada pesquisa com seres humanos. Os resultados apontam uma representação ainda estigmatizada dos usuários da rede de saúde mental, ancorada sobretudo pela incapacidade social. O louco/doente mental é reconhecido como alguém que vivencia um intenso sofrimento, vítima de preconceito e que necessita de cuidados e tratamento. Segundo os profissionais, a Reforma Psiquiátrica e a implantação dos serviços substitutivos não foram ainda capazes de modificar a realidade social dessas pessoas, e muito embora a Reforma seja representada como uma mudança, uma melhoria no tratamento ofertado, são reconhecidas falhas na nova política de saúde mental que desemboca, em alguns casos, em um posicionamento contrário à Reforma, uma vez que os hospitais psiquiátricos ainda são concebidos por alguns profissionais como necessários.
  • LYDIA MARIA SENA E SANTOS
  • A relação entre os estilos de socialização materna e as concepções de perdão em adolescentes.
  • Data: 26/02/2014
  • Hora: 14:00
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  • O presente estudo buscou analisar a relação entre a percepção dos adolescentes sobre os estilos de socialização materna e concepções sobre perdão. Os estilos de socialização parental são definidos como padrões de atuação característicos, que os pais utilizam em diversas situações do cotidiano. Esses padrões caracterizam-se por um conjunto de técnicas e formas de atuação dos pais, que abrangem desde atitudes de aceitação até atitudes de controle dos comportamentos indesejados, além da imposição de limites aos filhos. Para Musitu e García (2001) a socialização parental é estruturada a partir de duas dimensões (Aceitação/Implicação e Coerção/Imposição), que relacionadas originam quatro modelos de estilos parentais: autoritativo, autoritário, indulgente e negligente. Nesse processo, as mães atuam de forma mais amena que os pais na transmissão de regras e valores morais, sendo o perdão considerado um valor moral relacionado à compaixão e à misericórdia. Na psicologia da moral, o perdão é concebido como um valor relacionado à justiça e definido do ponto de vista da vítima. Nesse sentido, torna- se relevante estudar a relação entre os estilos de atuação das mães e as concepções do perdão dos adolescentes. Participaram do estudo 186 adolescentes, sendo 60 homens e 126 mulheres, com idades entre 14 e 17 anos. Como instrumentos foram utilizados: 1) um questionário biodemográfico com questões sobre idade, sexo, série/ano; 2) uma Escala sobre as concepções do perdão; e 3) a Escala de Socialização Parental na Adolescência – ESPA29. Os resultados mostraram que em sua maioria, os adolescentes perceberam as mães como autoritativa, estando esse estilo parental relacionado a concordância com concepções do perdão mais avançadas. Também foi encontrado que as mães diferem nas estratégias de socialização entre filhas e filhos em algumas concepções do perdão. Estudos futuros deverão verificar os motivos que os adolescentes utilizam para concordar com as concepções do perdão e se variam em detrimento do estilo parental e a necessidade de perdão nas relações interpessoais.
  • RENATA PIMENTEL DA SILVA
  • A RELAÇÃO TRABALHO E SAÚDE DOS FARMACÊUTICOS QUE ATUAM EM FARMÁCIAS E DROGARIAS DE CAMPINA GRANDE/PARAÍBA
  • Data: 26/02/2014
  • Hora: 14:00
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  • Esta pesquisa busca analisar a relação entre trabalho e saúde dos farmacêuticos atuantes em farmácias e drogarias em Campina Grande – Paraíba. Para tal, buscou-se conhecer as condições e as formas de organização do seu trabalho; identificar o conteúdo do trabalho e dimensionar a diferença entre o trabalho prescrito e real desses profissionais; identificar as fontes de sofrimento e prazer e verificar a existência de manifestações do processo de adoecimento da categoria. Tais objetivos foram estabelecidos frente à realidade de trabalho dos farmacêuticos, onde os mesmos estão imersos na conjuntura das grandes redes de farmácia, sujeitos a incontáveis normas e regulamentos, e a uma sobrecarga de trabalho. As abordagens teóricas que nortearam esse estudo foram a Psicodinâmica do Trabalho, a Ergonomia da Atividade e a Clínica da Atividade. Para tanto, nos apoiando em numa perspectiva metodológica que buscasse conhecer o conteúdo do trabalho, optou-se pelo uso do Inquérito em Saúde e Trabalho em Serviços – INSATS e uma entrevista individual semiestruturada. Participaram da pesquisa 48 farmacêuticos de redes de farmácias situadas na cidade de Campina Grande – Paraíba. Os dados obtidos no INSATS foram armazenados no programa Statistical Package for Social Science for Windows (SPSS, versão 20.0), onde se utilizou estatísticas descritivas e inferências. Os dados oriundos das entrevistas foram submetidos uma análise de conteúdo temática. Na análise dos resultados comprovamos a complexidade da Atividade do farmacêutico no âmbito da farmácia comercial. Os participantes apontaram que estão submetidos à condições de trabalho desgastantes e à uma organização de trabalho geradora de sofrimento. Em contrapartida, também foi apontado que o cotidiano de trabalho do farmacêutico é capaz de propiciar ao profissional o sentimento de satisfação, reconhecimento e realização profissional, demonstrando que, mesmo diante de circunstâncias deletérias à saúde, o trabalhador é capaz de transformar o sofrimento em prazer. Identificamos que o contato direto com o público é um fator característico do trabalho do farmacêutico, sendo responsável tanto por vivências de prazer como de sofrimento, como é característicos das relações de serviços. Sobre a saúde, percebemos que a saúde dos farmacêuticos está sendo afetada por seu trabalho, tendo os mesmos afirmado ter problemas de saúde físicos e psíquicos que estão intimamente relacionado com o cotidiano de trabalho. Foi percebido que a profissão farmacêutica está em processo de mudança, e que aos poucos, os profissionais estão conquistando melhorias no que se refere às condições e organização de trabalho, embora ainda haja muito a ser melhorado. Desta forma, esperamos que o presente estudo possa dar um direcionamento quanto as necessidade e dificuldades sentidas pelos profissionais.
  • THIAGO FRANCISCO DE ANDRADE
  • Psicométrico da Escala de Atitudes para o Perdão (EFI)
  • Data: 26/02/2014
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação teve como objetivo principal testar as propriedades psicométricas da Escala de Atitudes para o Perdão (EFI) e propor, com base nos parâmetros estimados, uma versão reduzida do instrumento. A EFI é um instrumento autoaplicável que foi desenvolvido para operacionalizar o modelo teórico das atitudes para o perdão, proposto por Robert Enright e seus colegas. Esse modelo postula a existências de seis componentes atitudinais para o perdão: afetos positivos, afetos negativos, julgamentos positivos, julgamentos negativos, comportamentos positivos e comportamentos negativos. A EFI é composta por 60 itens, respondidos em escala Likert de seis pontos (de “Discordo fortemente” a “Concordo fortemente”) que buscam representar os seis componentes teóricos do modelo. O instrumento conta ainda com uma escala de um único item denominado “Item do perdão”, que serve como indicador de validade para os demais. Foram reunidos dados de 1.372 participantes de ambos os sexos, com idades entre 13 e 83 anos e em sua maioria, universitários. Esses dados foram analisados por meio de pacotes estatísticos em R: no Estudo 1 foram realizadas Análises Fatoriais Confirmatórias com o objetivo de analisar a plausibilidade da estrutura teórica de seis componentes. Os resultados sugerem que o modelo proposto apresenta bons índices de ajuste (CFI=0,92; RMSEA=0,046), sobretudo quando comparado a modelos alternativos (unifatorial e hexafatorial com fatores de segunda ordem adicionais). No Estudo 2 foram realizadas análises de itens por meio da Teoria da Resposta ao Item. Os resultados indicaram que todos os itens apresentam boas qualidades psicométricas, aferidas pelos coeficientes de discriminação e informação (precisão). Foi avaliada, ainda, a adequação das categorias de resposta. Nesta etapa foram selecionados, dentre cada subescala, os cinco itens com os melhores parâmetros, reduzindo o comprimento total da escala à metade. Resultados de uma nova AFC apontam para a adequação da versão reduzida em comparação à versão original com 60 itens. Apesar desses resultados, pesquisas futuras são aconselhadas a fim de analisar as propriedades dessa versão reduzida em amostras diferentes da empregada nesse estudo.
  • TAMIRIS DA COSTA BRASILEIRO
  • Medidas Explícitas e Implícitas de Atitudes Frente à Adoção e seus Correlatos Valorativos
  • Data: 24/02/2014
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertação teve por objetivo conhecer em que medida os valores humanos e as atitudes frente à adoção explicam a intenção de adotar. Deste modo, optou-se por realizar três estudos. O Estudo 1, objetivou construir duas medidas explícitas de adoção, a Escala de Atitudes frente à Adoção (EAFA) e a Escala de Intenção Comportamental de Adotar (EICA). Contou-se com a participação de 206 pessoas da população geral de João Pessoa (PB), sendo a maioria do sexo feminino (60%), com idade média de 32 anos (DP = 7,61). Em relação à EAFA, esta apresentou uma estrutura de três fatores: disponibilidade em adotar (α = 0,89), riscos associados à adoção (α = 0,78) e aspectos humanitários da adoção (α = 0,78), que explicam conjuntamente 45% da variância total. A EICA, por sua vez, apresentou apenas um fator, que explica 65,8% da variância total, tendo apresentado um Alfa de Cronbach de 0,86. O Estudo 2, teve como objetivos: a) comprovar as estruturas fatoriais das medidas EAFA e EICA, além de b) testar o modelo explicativo da intenção de adotar, considerando como variáveis antecedentes os valores e as atitudes explícitas frente à adoção. Contou-se com 215 pessoas da população geral, com idade média de 33 anos (DP = 7,67), sendo a maioria do sexo feminino (51%). Estes responderam as medidas elaboradas no estudo 1, além do Questionário dos Valores Básicos (QVB), da Escala de desejabilidade social de Marlowe-Crowne (EDSMC), e de um questionário sociodemográfico. Os resultados permitiram comprovar a estrutura trifatorial da EAFA e unifatorial da EICA, além de apontar para a elaboração de um modelo teórico envolvendo os valores suprapessoais, de experimentação e interativos na explicação das atitudes frente à adoção e estas, por sua vez, predizendo a intenção de adotar. Este modelo se mostrou adequado aos dados empíricos [χ²/gl = 2,40, GFI = 0,99, AGFI = 0,98, CFI = 1,00 e RMSEA = 0,00 (0,06 – 0,00), PCLOSE (p = 0,92)]. Por fim, o Estudo 3 partiu dos seguintes objetivos: c) construir uma medida implícita de atitudes frente à adoção (IAT – Adoção), e d) elaborar um modelo alternativo da intenção de adotar àquele proposto no estudo, envolvendo os valores e atitudes implícitas frente à adoção. Participaram 50 pessoas da população geral, sendo a maioria do sexo feminino (54,9%), solteira (56,9%), com idade média de 29,55 anos (dp = 6,49). Além da medida implícita, foram utilizados os mesmos instrumentos do estudo 2: QVB e EICA, além dos dados sociodemográficos. No geral, os resultados indicaram que as pessoas apresentam atitudes implícitas favoráveis frente à adoção e que estas estão inversamente correlacionadas aos valores de realização. O segundo modelo teórico também se mostrou adequado [χ²/gl =1,33, GFI = 0,90, AGFI = 0,81, CFI = 0,97 e RMSEA = 0,08 (0,001-0,17); PCLOSE (p = 0,28)]. Logo, os objetivos desta dissertação foram cumpridos, elaborando medidas explícitas e implícitas, e testando dois modelos alternativos da intenção de adotar, tendo estes apresentado resultados satisfatórios por meio das variáveis valores e atitudes explícitas e implícitas frente à adoção.
  • LAISY DE LIMA NUNES
  • HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO INTENCIONAL DE BEBÊS NO PRIMEIRO ANO DE VIDA: UM ESTUDO A PARTIR DAS PERCEPÇÕES MATERNAS
  • Data: 24/02/2014
  • Hora: 10:00
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  • A infância caracteriza-se como o período crucial para o surgimento das habilidades e potencialidades tipicamente humanas, que permitem à criança uma gradativa apropriação da cultura e de seus artefatos. Nesse sentido, os adultos, ao interagirem com os bebês e atribuírem significado às suas ações, favorecem a emergência da habilidade de comunicação intencional infantil. A literatura sobre esse tema refere que as percepções das mães acerca da intencionalidade comunicativa do bebê e suas implicações nos comportamentos deste podem ter efeitos importantes ao longo do desenvolvimento infantil. Diante disso, o objetivo desta dissertação foi conhecer as percepções maternas acerca da habilidade de comunicação intencional de bebês no primeiro ano de vida e, mais especificamente, propor um instrumento capaz de apreender essas percepções. Participaram do estudo 40 mães, sendo 20 mães de bebês de 4 meses e 20 mães de bebês de 9 meses. A idade das mães variou entre 21 e 36 anos, com média 29,23 (DP = 4,54). Vinte e quatro mães eram primíparas e 16 secundíparas. Para a coleta de dados, foram utilizados um questionário sociodemográfico, uma entrevista inicial acerca das percepções maternas sobre o desenvolvimento global dos seus filhos e uma entrevista semiestruturada resultante do processo de adaptação semântica do Infant Intentionality Questionnaire. Inicialmente, foram levantadas as informações referentes aos dados do questionário sociodemográfico. As entrevistas foram transcritas de forma literal; em seguida, foi realizada a leitura flutuante e o levantamento das frequências de respostas das mães de cada grupo de idade estudado. Além da frequência, foram consideradas as semelhanças e contradições dos discursos das mães, sendo feita uma análise qualitativa de conteúdo. Os resultados demonstraram que as mães com um nível educacional maior apresentaram, de maneira geral, respostas mais elaboradas e com maiores informações sobre o desenvolvimento do bebê e a relação diádica. Com relação ao número de filhos, a maioria das mães secundíparas relatou que as experiências com o primeiro filho contribuíram para a percepção e as práticas atuais delas com o bebê. No que se refere à idade do bebê, foram encontradas diferenças entre as respostas dos dois grupos de mães, principalmente no tocante às percepções maternas acerca da habilidade de comunicação intencional dos bebês. As mães de bebês de 9 meses relataram maior número de comportamentos comunicativos intencionais e apresentaram exemplos mais claros de tais ações do que as mães de bebês de 4 meses. Ressalta-se que essas diferenças nas respostas maternas podem estar relacionadas a cada período específico do desenvolvimento infantil e às aquisições que se dão ao longo das interações sociais. Ademais, a Entrevista sobre percepção materna acerca da habilidade de comunicação intencional do bebê, instrumento proposto ao final deste trabalho, pode contribuir para ações de estudiosos da linguagem e psicólogos que visem a captar as percepções maternas acerca da habilidade de comunicação intencional dos bebês e analisar o domínio sociopragmático da linguagem. Considera-se que o presente estudo pode auxiliar a discussão em torno das percepções e práticas maternas e a identificação precoce de transtornos e déficits do desenvolvimento na área da comunicação e da linguagem, fornecendo subsídios às práticas de psicólogos nas orientações aos pais, cuidadores e/ou educadores.
  • ROMULO LUSTOSA PIMENTEIRA DE MELO
  • CORRELATOS VALORATIVOS DAS ATITUDES FRENTE À APOSENTADORIA
  • Data: 21/02/2014
  • Hora: 14:00
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  • RESUMO. Esta dissertacao teve como objetivo principal verificar se os Valores Humanos poderiam explicar as atitudes frente a aposentadoria por meio das razoes para se aposentar. Para isso, adotaram-se as tecnicas da Teoria Classica dos Testes (TCT) e da Teoria de Resposta ao Item (TRI) para adaptar e conhecer evidencias de validade de duas medidas de Atitudes frente a aposentadoria, sendo uma de diferencial semantico (metodo Osgood) e outra de intervalos aparentemente iguais (metodo de Thurstone) e um questionario de Razoes para se aposentar. Foi utilizado ainda o Questionario dos Valores Basicos e um questionario demografico. Para responder aos objetivos propostos, foram realizados dois estudos. O primeiro contou com uma amostra de 200 pessoas, com mais de 50 anos de idade [media = 57,37 anos (DP = 7,51)], sendo 63% do sexo feminino, 61,3% casados(as) ou convivente com media de anos de escolaridade de 14,01 anos (DP = 9,71), sendo 65,80% aposentados. Os resultados evidenciaram uma estrutura unifatorial para as duas escalas de atitudes, sendo que a de diferencial semantico [(22 itens) (α = 0,97)] apresentou media de discriminacao dos itens de 2,50 (DP = 0,85) e media de informacao psicometrica de 8,41 (DP = 3,81). A escala de intervalos discriminacao dos itens de 1,36 (DP = 0,56) e media de informacao psicometrica de 1,36 (DP = 0,11). No que se refere aos correlatos, verificou-se correlacao positiva das subfuncoes Interativa e Normativa com as atitudes frente a aposentadoria, assim como correlacao positiva entre Mais tempo livre e Atitudes. A explicacao dos valores interativos nas atitudes foi mediada por Mais tempo livre. O segundo estudo alem de tentar replicar os correlatos encontrados, testou versoes reduzidas das medidas de Atitudes. A amostra foi composta por 230 participantes, com mais de 50 anos [media = 57,56 anos (DP = 5,48)], sendo 62,3% do sexo feminino, 65,1% casados(as) ou convivente com media de anos de escolaridade de 15,5 anos (DP = 9,75) e 56,8% aposentados. A Analise Fatorial Confirmatoria admitiu uma estrutura unidimensional para a escala de Atitudes de diferencial semantico [6 itens (χ2 /gl = 2,14, GFI = 0,97, AGFI = 0,94, CFI = 0,98 e RMSEA = 0,068)], nao sendo observado diferencas significantes entre as pontuacoes de discriminacao das duas versoes da escala [p = 0,49; IC 99% (LI - 0,48) (LS - 0,50)]. O mesmo nao foi verificado para a escala de Atitudes de intervalos aparentemente iguais (10 itens), pois a medida nao apresentou evidencias de adequacao amostral para analise fatorial (KMO = 0,58), baixos indices de ajuste (χ2 /gl = 2,37, GFI = 0,86, AGFI = 0,81, CFI = 0,60 e RMSEA = 0,078) e indices de escalonabilidade inadequados (Hs) que variou de 0,02 a 0,11. Quanto aos correlatos, a medida significante e positiva com a subfuncao Existencia (r = 0,15, p < 0,05) e Interativa (r = 0,15, p < 0,05), porem neste estudo nao foi observado correlacao significante com a variavel Mais Tempo Livre e as subfuncoes Realizacao, Suprapessoal e Normativa. Por fim, confia-se que estes resultados possam subsidiar programas de preparacao para aposentadoria que utilizem os Valores Humanos para melhorar as atitudes positivas frente a aposentadoria.