CCHLA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de DEFESA: ANNA DHARA GUIMARAES TANNUSS
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANNA DHARA GUIMARAES TANNUSS
DATA: 24/03/2025
HORA: 14:30
LOCAL: Sala 510 do PPGPS
TÍTULO: PERMANÊNCIA DE MULHERES EM RELACIONAMENTOS COM VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA: PROPOSTA DE MODELO EXPLICATIVO BASEADO NA TEORIA DO COMPORTAMENTO PLANEJADO
PALAVRAS-CHAVES: Violência Psicológica; Relacionamentos; Crenças; Teoria do Comportamento Planejado.
PÁGINAS: 135
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
ESPECIALIDADE: Relações Interpessoais
RESUMO: A presente dissertação objetivou testar um modelo explicativo do comportamento de Permanência de Mulheres em Relacionamentos Íntimos com Violência Psicológica (PMRI-VP), baseado na Teoria do Comportamento Planejado. Para isso, foram realizados três artigos. O Artigo 1 teve como objetivo realizar uma revisão da Teoria do Comportamento Planejado (TCP). Especificamente, buscou-se explorar sua fundamentação teórica, analisar as variáveis principais (e.g. atitudes, normas subjetivas, controle comportamental e intenção comportamental), investigar sua aplicação na compreensão da violência em relacionamentos íntimos (VRI) e identificar intervenções baseadas nessa teoria para a prevenção da VRI. Os resultados mostraram que a TCP continua sendo expandida e é útil na explicação de dinâmicas violentas em relacionamentos íntimos, com foco majoritário na Violência no Namoro (VN). Os programas de intervenção desenvolvidos com base na TCP demonstraram eficácia na modificação de comportamentos que reforçam a VN. Entretanto, a durabilidade dessas mudanças não foi evidenciada. Por fim, esses achados destacaram a importância da TCP para compreender e mitigar a violência em relacionamentos íntimos. O Artigo 2, teve por objetivo identificar as crenças acerca da Permanência de Mulheres em Relacionamentos Íntimos com Violência Psicológica (PMRI-VP), com base na TCP. Participaram 20 mulheres, com idades variando de 18 a 56 anos (Midade = 32,75; DP = 10,85), todas provenientes de um estado do nordeste do Brasil. A maioria estava em um relacionamento de namoro (30%) ou casamento (25%), possuía ensino superior completo (50%) e se identificava como heterossexual (75%). Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada e analisados com o software IraMuTeQ. A classificação hierárquica descendente identificou cinco classes temáticas: (1) Emoções vividas; (2) Comportamentos da vítima e do agressor; (3) Círculo social e estratégias de enfrentamento, e (5) Legislação e mídia. Os resultados apontaram diversos fatores que contribuem para a PMRI-VP, como emoções negativas experimentadas, a perpetração de comportamentos violentos do(a) agressor(a), a duração do relacionamento, a maternidade, falta de apoio familiar, desconhecimento sobre a legislação e a naturalização da violência psicológica nos meios de informação. Conclui-se que o compartilhamento das experiências das mulheres sobre a VP permitiu uma melhor compreensão das dinâmicas desse fenômeno. O Artigo 3 teve como objetivo geral verificar o papel mediador da intenção comportamental na relação entre os preditores (atitudes, normas subjetivas e controle comportamental) e a PMRI-VP. Especificamente, buscou-se: (1) elaborar e validar a Escala de Preditores da Permanência em Relacionamentos com Violência Psicológica (EPPR-VP) e a Escala de Intenção de Permanência em Relacionamentos com Violência Psicológica (EIPR-VP), conhecendo seus parâmetros de validade e de precisão; e (2) verificar o padrão de correlação e o poder explicativo dos preditores e da intenção comportamental na PMRI-VP. No Estudo 1, foram desenvolvidos os itens para as duas medidas. No Estudo 2, participaram 220 mulheres (Midade = 28,54, DP = 8,97), a maioria residente na Paraíba (56,37%) e que estavam namorando (40,5%). As participantes responderam à EPPR-VP, à EIPR-VP e a um questionário sociodemográfico. Foram realizadas análises fatoriais exploratórias, que indicaram estruturas unifatoriais com índices de ajuste adequados para a EPPR-VP (α e ω = 0,90) e para a EIPR-VP (α e ω = 0,86). No Estudo 3, participaram 206 mulheres (Midade = 27,48 anos; DP = 9,11), sendo a maioria residente na Paraíba (52,5%) e que estavam namorando (56,8%). Elas responderam aos mesmos instrumentos do Estudo 2. As análises fatoriais confirmatórias confirmaram as estruturas unifatoriais, apresentando índices de ajuste adequados para a EPPR-VP (GFI = 0,94, CFI = 0,95, RMSEA = 0,04 [IC90% = 0,03 - 0,06], α = 0,80) e para EIPR-VP (GFI = 0,98, CFI = 0,99, RMSEA = 0,01 [IC90% = 0,00 - 0,02], α = 0,83). No Estudo 4, foram encontradas correlações positivas entre os preditores (r = 0,28; p < 0,001) e a intenção comportamental (r = 0,40; p < 0,001) com a PMRI-VP. Em seguida, a regressão linear múltipla mostrou que essas variáveis preveem a PMRI-VP, explicando 8% e 16,2% da variância total, respectivamente. Por fim, o teste de mediação indicou uma mediação total, com o efeito direto entre os preditores e PMRI-VP não sendo significativo. Conclui-se que as escalas possuem boas qualidades métricas e que o modelo de mediação contribui para a compreensão do fenômeno investigado. Em suma, esta dissertação contribui para o avanço no campo científico ao fornecer dados empíricos que não apenas ampliam o conhecimento sobre o tema, mas também incentivam a reflexão sobre estratégias e possibilidades de intervenção voltadas a mitigação das dinâmicas violentas contra as mulheres.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2483066 - PATRICIA NUNES DA FONSECA
Interno - 3303515 - JAQUELINE GOMES CAVALCANTI SA
Externo à Instituição - JERSSIA LAIS FONSECA DOS SANTOS