CCHLA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de QUALIFICAÇÃO: TACIANE CAVALCANTI DO AMARAL
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TACIANE CAVALCANTI DO AMARAL
DATA: 20/08/2025
HORA: 17:30
LOCAL: Auditório 412
TÍTULO: DA CONEXÃO Á OPRESSÃO: OS IMPACTOS PSICOSSOCIAIS DO CIBERSEXISMO
PALAVRAS-CHAVES: Palavras-chave: Cibersexismo; online; opressão; mulheres.
PÁGINAS: 65
RESUMO: O sexismo online (cibersexismo) se refere a formas de ódio direcionado a mulheres nas redes
sociais, disseminando um discurso de ódio que incentiva o comportamento agressivo e
abusivo contra as mulheres. A partir disso, buscou-se compreender as raízes históricas,
culturais e sociais do patriarcalismo e sua influência na perpetuação do sexismo, nos
estereótipos de gênero e seus impactos no ambiente virtual. Para explicar esse fenômeno
social, foram utilizadas a Teoria do Sexismo Ambivalente (Glick & Fiske, 1996) e o Modelo
Geral da Agressão (Anderson & Bushman, 2002). A teoria do sexismo ambivalente defende
que existem dois tipos de sexismo: o hostil e o benevolente e que ambos funcionam como
ideologias complementares. O sexismo benevolente tem uma aparência positiva,
considerando que as mulheres precisam ser protegidas. Já o sexismo hostil, se caracteriza por atos, atitudes, comportamentos e discursos hostis direcionados principalmente as mulheres que desafiam os papéis de gênero. Em relação ao Modelo Geral da Agressão, este é
compreendido em três dimensões (afetos, cognições e excitação comportamental) que levam
a um processo de avaliação e tomada de decisão, emitindo uma resposta agressiva ou não
agressiva. Tendo isso em vista, é possível compreender que nessa relação entre o físico e o
virtual, o discurso misógino online está profundamente relacionado a questões sociais do
contexto offline. De modo que o preconceito, os estereótipos, a discriminação estrutural e as
desigualdades sociais de gênero servem como base de sustentação para a violência nas redes sociais. No estudo 1, foi desenvolvida a Escala de Cibersexismo Hostil. O estudo foi dividido nas seguintes seções: Validade de Conteúdo e estrutura interna; b) Análise Fatorial
Confirmatória Multigrupo. Inicialmente, foi realizado o Coeficiente de Validade de Conteúdo
(CVC), que obteve os seguintes resultados: Pertinência: CVC= 0,95; Adequação da
linguagem: CVC= 0,95; Clareza: 0,96. Depois disso, foi realizada a Análise Fatorial
Exploratória, que obteve como resultados: testes de esfericidade de Bartllet (1.026,8, gl =
105, p < 0,001) e KMO (0,82) sugeriram interpretabilidade da matriz de correlação dos itens. A análise paralela sugeriu que a escala possui 1 dimensão. Em relação a confiabilidade, o ômega de McDonald (ω = 0.85) foi indicativo de uma boa consistência de medida do traço
latente do instrumento, o Alfa de Cronbach (α = 0.83) indicou uma boa confiabilidade interna
do instrumento e os índices de ajuste do instrumento foram adequados (χ 2 = 996,67, gl =
105; p < 0,001; RMSEA = 0,063 (0,054 0,064); CFI = 0,948; TLI = 0,940). No estudo 1.2
foi realizado um experimento, sendo observado que os homens pontuaram mais alto do que as mulheres na Escala de Cibersexismo Hostil (ECH) através de um test t para amostras
independentes. Além disso, foi realizada uma Análise Multivariada de Variância (MANOVA)
com o objetivo de investigar em que medida os níveis de Hostilidade, Agressão Verbal,
Agressão Física e Raiva variavam de acordo com o gênero e grupo, apresentando resultado
estatisticamente significativo para a interação Gênero*Grupo (F(4, 196) = 4,516, p < 0,001;
Partial h2 = 0,84). Ademais, foi realizado uma MANOVA com o objetivo de investigar em
que medida os níveis de Psicopatia, Maquiavelismo e Narcisismo variavam para homens e
mulheres nos grupos controle e experimental. Os resultados foram estatisticamente
significativos para a variável gênero com alto tamanho de efeito (F(3, 197) = 7,159, p <
0,001; Partial h2 = 0,09). Não houve efeito principal para grupo (F(3, 197) = 0,891, p = 0,447; h2 = 0,013), nem para a interação gênero*grupo (F(3, 197) = 0,727, p = 0,537; h2 = 0,011). O estudo 2 é um experimento que está em desenvolvimento e trata da exposição a postagens com ameaças de estupro. Com objetivo de investigar em que medida a exposição a postagens com ameaças de estupro impactarão na agressividade e na aceitação da violência contra a mulher. E, se a empatia terá papel mediador e o gênero papel moderador nessa relação. Diante do exposto, os resultados até agora encontrados demonstram que os homens foram mais fortemente afetados, aumentando os níveis de agressão verbal ao verem estímulos agressivos com mulheres. Corroborando que as tendências de agressividade vivenciadas offline de homens contra mulheres se pronunciam também no ambiente digital.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2014467 - CARLOS EDUARDO PIMENTEL
Interno - 3303515 - JAQUELINE GOMES CAVALCANTI SA
Externo à Instituição - RICARDO NEVES COUTO