CCHLA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: LIANA MIRELA SOUZA OLIVEIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LIANA MIRELA SOUZA OLIVEIRA
DATA: 30/09/2025
HORA: 09:00
LOCAL: https://meet.google.com/brh-cuzg-koo
TÍTULO: DROGAS E SEXO: UM ESTUDO SOBRE O CHEMSEX À LUZ DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, VULNERABILIDADE E REDUÇÃO DE DANOS
PALAVRAS-CHAVES: chemsex; colocação; sexo aditivado; drogas e sexo; representações sociais; vulnerabilidade; redução de danos
PÁGINAS: 150
RESUMO: Ao direcionar o olhar para determinados contextos contemporâneos, especialmente em espaços urbanos, observa-se um fenômeno que tem ganhado visibilidade nos últimos anos: o uso sexualizado de drogas ou substâncias psicoativas, cuja expressão em inglês seria sexualized drug use (SDU). Coloquialmente, esse fenômeno é denominado chemsex (acrônimo das palavras em inglês chemical e sex; “sexo químico”, tradução livre para o português). A associação entre práticas sexuais e o uso sexualizado de drogas tem sido mais amplamente descrita na literatura internacional do que na produção científica brasileira. De modo geral, o termo chemsex refere-se ao uso intencional de substâncias psicoativas imediatamente antes ou durante o ato sexual. No Brasil, contudo, circulam também termos locais, como “colocação” e “sexo aditivado”, que revelam a ancoragem desse fenômeno em contextos sociais específicos. Embora, para alguns autores, o chemsex esteja restrito ao consumo de substâncias derivadas de anfetaminas, a literatura contemporânea o reconhece como um fenômeno sociopsicológico complexo, atravessado por múltiplos comportamentos, emoções e significados. Esta tese tem como objetivo geral identificar como o chemsex — entendido como o uso de drogas em contextos sexuais — é representado por indivíduos da população em geral. Para tanto, adotou-se como eixos teóricos a Teoria das Representações Sociais (TRS), que possibilita compreender como o fenômeno é elaborado no universo consensual; os conceitos de vulnerabilidade, que articula suas dimensões sociais, programáticas e individuais ao fenômeno em questão; e a perspectiva da Redução de Danos (RD), que orienta reflexões e estratégias voltadas à promoção de saúde e à gestão de riscos. Nesse sentido, busca compreender se o termo chemsex já é consolidado no repertório da população, fazendo parte dos sistemas representacionais. A tese está estruturada em três estudos e uma cartilha didático-instrucional voltada ao público geral. O capítulo 1 articula teoricamente os achados empíricos sobre chemsex às contribuições da TRS, da Teoria da Vulnerabilidade e da RD. O capítulo 2 apresenta uma pesquisa exploratória baseada na análise documental de 25 prontuários clínicos de usuários(as) atendidos(as) em contexto de profilaxia pós-exposição (PEP), com idades entre 18 e 46 anos. Os critérios de inclusão foram: idade ≥ 18 anos, exposição sexual consentida e relato de uso de substâncias psicoativas. A análise revelou que 24% dos participantes tinham 25 anos; 80% eram do sexo masculino, 16% feminino e 4% transgênero. Quanto à orientação sexual, 40% se declararam homossexuais e 40% heterossexuais. As substâncias mais mencionadas foram cannabis, álcool e cocaína. Os resultados apontam para o policonsumo como prática recorrente e para a elevada prevalência de relações sexuais sem preservativo (76%), configurando um cenário de vulnerabilidade à infecção por HIV e outras ISTs. O capítulo 3, em desenvolvimento, corresponde a um estudo exploratório e descritivo, de abordagem qualitativa, com amostra não probabilística de 200 participantes da população geral, maiores de 18 anos, de ambos os sexos. Será utilizado o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP), a partir dos estímulos “drogas”, “drogas e sexo”, “sexo químico” e “chemsex”, complementados por duas questões abertas e formulário biossociodemográfico. A coleta será realizada on-line, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e a análise será conduzida com apoio do software IRaMuTeQ, empregando a análise prototípica e a análise de conteúdo temática-categorial. Por fim, o capítulo 4 corresponde à elaboração de uma cartilha didático-instrucional (em construção) voltada ao público em geral, com o objetivo de oferecer informações claras e acessíveis sobre as vulnerabilidades associadas ao chemsex, especialmente para pessoas com acesso limitado a serviços de saúde. Em síntese, esta tese busca compreender como o chemsex — também nomeado localmente como “colocação” ou “sexo aditivado” — é representado socialmente, investigando se já se constitui como objeto representacional consolidado. Pretende, ainda, verificar de que modo os significados atribuídos ao chemsex se articulam a sistemas representacionais mais amplos, como os de “drogas” e “sexo”, produzindo subsídios teóricos e práticos para o campo da saúde coletiva.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1285229 - SILVANA CARNEIRO MACIEL
Interno - 2483066 - PATRICIA NUNES DA FONSECA
Externo à Instituição - ANTONIO LUIZ DA SILVA
Externo à Instituição - EDNA MARIA QUERIDO DE OLIVEIRA CHAMON
Externo à Instituição - LINNIKER MATHEUS SOARES DE MOURA
Externo à Instituição - SUENNY FONSECA DE OLIVEIRA