PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES (PPGCR)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
0000000000/00000

Notícias


Banca de DEFESA: SURAMA SANTOS ISMAEL DA COSTA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SURAMA SANTOS ISMAEL DA COSTA
DATA: 06/06/2022
HORA: 14:00
LOCAL: PPGCR
TÍTULO: RITUAL DA LUA CHEIA: espiritualidade e tradição entre os Potiguara
PALAVRAS-CHAVES: Potiguara; ritual da lua cheia; pajelança; etnografia; Jurema.
PÁGINAS: 293
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Teologia
RESUMO: .A presente pesquisa de doutorado tem como objeto de estudo o Ritual da Lua Cheia, um ritual que vem sendo realizado desde 2013, por um pajé Potiguara, Isaias Guarapirá, na aldeia Lagoa do Mato, no município de Baía da Traição, no Estado da Paraíba. O pajé relata que os Encantados, seres de luz da cosmologia Potiguara, lhe pediram, através de uma revelação em sonho, que ele conduzisse uma pajelança para seu povo, no primeiro dia de lua cheia, dentro da mata ou perto da força das águas. Objetivou-se produzir um registro histórico descritivo do ritual e compreendê-lo. Os indígenas brasileiros praticavam a pajelança, um ritual de cura e profecia, de forma significativa e livre, antes da chegada dos colonizadores. A lua era referenciada e respeitada por eles, como algo sagrado e de força. Com a convergência de horizontes simbólicos e políticos resultantes das relações histórias entre os indígenas e missionários, através da mediação cultural, essa prática foi fortemente afetada e combatida. Com o passar do tempo, as pajelanças caíram em desuso, na sua forma genuína, ou se desdobraram em outros formas ritualísticas, influenciadas por fluxos culturais provindos de agentes diversos, como os africanos, dando origem, por exemplo, a religiosidade Jurema Sagrada. Essa pesquisa se enquadra na subárea Ciências Empíricas da Religião e utiliza uma perspectiva antropológica em forte diálogo com a História Cultural e a Oral, ancorada em autores como Barcellos (2005), Brito (2020), Carvalho (2008), Cruz (2013, 2018), Grünewald (2008, 2020), Medeiros (2008), Miranda (2018), Pacheco de Oliveira (1998, 2004), Palitot (2005, 2020a, 2020b), Pompa (2003, 2011), Ramos (2015), Turner (1974, 1982, 1988, 1996), Csordas (2008) e Vilhena (2005). Uma pesquisa de campo com abordagem qualitativa, por meio de um estudo etnográfico, utilizando como técnicas a observação participante, a realização de entrevistas semiestruturadas, e análise de conteúdo das narrativas orais e escritas. Como resultado do estudo, foi constatado que o Ritual da Lua Cheia é um ritual de cura, uma performance cultural que busca uma restituição étnica dos participantes indígenas através da religação com o passado, recriando práticas performáticas de uma Pajelança Cabocla Juremeira. Tem a bebida Jurema como um dos “símbolos de comunhão” com o passado e o sobrenatural, usada como canalizador de experiências mediúnicas vinculadas aos seres Encantados e aos espíritos dos caboclos, os proponentes das curas juntamente com o efeito terapêutico da bebida – um remédio para o corpo e para a alma. Na sua performance, destacamos o Toré, uma dança ritualística de cunho religioso e político dos indígenas. O Ritual da Lua Cheia também pode ser visto como um rito na natureza e uma prática educativa. Como contribuição proveniente desse trabalho, espera-se que o produto literário que emergiu com a pesquisa, sirva de aporte instrucional para comunidade Potiguara, dando visibilidade às práticas indígenas, favorecendo a manutenção da cultura Potiguara e a resistência de sua cosmologia, e traga contribuições para a comunidade científica no tocante as pesquisas sobre as religiosidades presentes no estado da Paraíba.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1548297 - LUSIVAL ANTONIO BARCELLOS
Interno - 1774137 - DILAINE SOARES SAMPAIO
Externo ao Programa - 1719755 - ESTEVAO MARTINS PALITOT
Externo à Instituição - ELIANE SILVA DE FARIAS
Externo à Instituição - RODRIGO DE AZEREDO GRUNEWALD