PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA (PPGS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
83

Notícias


Banca de DEFESA: FRANCISCO ÉRICK DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FRANCISCO ÉRICK DE OLIVEIRA
DATA: 29/03/2023
HORA: 14:30
LOCAL: Por videoconferência (meet.google.com/rtz-hybp-phv)
TÍTULO: Raça, racismo e racialização nas trajetórias de escolarização de pós-graduandos/as das classes populares
PALAVRAS-CHAVES: trajetórias; escolarização; raça; racialização; classes populares.
PÁGINAS: 213
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Sociologia
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi investigar qualitativamente como raça, enquanto categoria analítica, pode condicionar trajetórias de escolarização – uma temática que tem sido explorada majoritariamente por pesquisas com classe social. As questões norteadoras foram: como a raça interfere objetiva e subjetivamente na escolarização de brancos e não-brancos? Dentre os demais espaços de socialização que se interligam ao processo de escolarização, como a discriminação racial atua e quais consequências eventualmente produz? A metodologia utilizada se baseou nos estudos de trajetórias desenvolvidos pela sociologia da educação e associados à questão do sucesso e fracasso escolares. Utilizou-se, para tanto, de questionários culturais e socioeconômicos e entrevistas semiestruturadas que foram aplicados a estudantes de pós-graduação brancos e não-brancos e de origem popular. Entretanto, a fim de posicionar o problema no campo das relações raciais, seguiu-se a orientação dos paradigmas de pesquisa desenvolvidos por Carlos Hasenbalg e Nelson do Valle Silva, que demonstraram que raça é uma categoria eficaz na alocação de posições sociais na estrutura de classes e desfrute das oportunidades sociais ao longo dos ciclos de vida; e Sergio Alfredo Guimarães que trabalhasociologicamente a “cor” como um tropo que esconde a permanência de noções raciais na sociedade brasileira. Pela análise de conteúdo, se investigou as narrativas de Alfredo, Carlos, Lia e Lília (brancos); Alessandra, Carolina, Cida, Ellen, Firmina e Silvio (não-brancos) e os resultados apontam para uma realidade na qual os brancos se beneficiam, relacionalmente, da discriminação racial contra os não-brancos na escola e na comunidade pela sustentação de estereótipos; xingamentos, insultos e intimidações; apelidos; “piadas”; exclusão de grupos, ausência de debate sobre o tema na escola ou banalização dele; exclusão curricular; tratamento diferente pelos colegas, professores, demais funcionários e núcleo gestor; negação de acesso a espaços, oportunidades, representações e posições; encurtamento dos horizontes sociais; preterição na formação de amizades e relações afetivas, amorosas e/ou sexuais, etc. No ensino superior, isso se manifesta pela dúvida colocada sobre a escrita “diferente”, as referências escolhidas e também pela falta de visibilidade e representatividade das pessoas não-brancas nos diferentes espaços. Todos esses fatores criam obstáculos para a formação e consolidação de capitais necessários à escolarização longeva, sendo fundamental, portanto, ir além da análise das condições de classe social.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1220709 - CHARLITON JOSE DOS SANTOS MACHADO
Externo à Instituição - DYANE BRITO REIS SANTOS
Externo à Instituição - JACQUELINE DA SILVA COSTA
Externo ao Programa - 1407329 - JORISSA DANILLA NASCIMENTO AGUIAR
Presidente - 1657550 - TERESA CRISTINA FURTADO MATOS