PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: WILZA KARLA DOS SANTOS LEITE

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: WILZA KARLA DOS SANTOS LEITE
DATA: 24/04/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Via plataforma digital Skype
TÍTULO: Rotações de tarefas baseadas nas demandas físicas e psicológicas: aplicação na indústria calçadista
PALAVRAS-CHAVES: DORT; job rotation; indústria calçadista
PÁGINAS: 231
RESUMO: Esta tese objetiva propor um modelo de rotações de tarefas em células de montagem de calçados para minimizar o risco para distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) integrando demandas físicas e psicológicas. Para tal, foi desenvolvida em formato de quatro artigos. O primeiro artigo objetivou analisar os fatores relacionados ao afastamento e os indicadores de adoecimento em trabalhadores de uma empresa de calçados. Foram averiguados 9072 casos de afastamento do trabalho em unidades de produção de calçados nos anos de 2014 a 2017 relacionados a disfunções fisiológicas e psicológicas. Utilizou-se um modelo de regressão logística binária para estimar o risco de ocorrência de determinada disfunção associada ao sexo, unidade produtiva e setor de trabalho; e, um modelo de Poisson para analisar o tempo e recorrência dos afastamentos conforme sexo, função corporal afetada, unidade de produção e setor de trabalho. A maioria das unidades de produção e setores de trabalho relacionou-se a uma ou mais funções corporais afetadas. As disfunções neuromusculoesqueléticas e relacionadas com o movimento e os setores de preparação de entressolas e solados; corte e montagem dos componentes dos calçados; e, acabamento, inspeção e liberação do produto final demandam um maior tempo de recuperação para o retorno ao trabalho e possuem uma maior recorrência de afastamentos. Concluiu-se que lesões osteomusculares e os riscos biomecânicos, organizacionais e psicossocias parecem influenciar na gravidade dos indicadores de adoecimento. O segundo artigo objetivou investigar a influência de fatores biomecânicos, psicossociais, ambientais e individuais nos sintomas locais e múltiplos de DORT em trabalhadores de uma empresa de manufatura de calçados. A amostra foi composta por 267 trabalhadores. Os resultados mostraram que: (a) idade, sedentarismo, postura inapropriada e esforço percebido foram associados a sintomas nos ombros, e a combinação desses fatores aumentou em quatro vezes as chances de ocorrência; (b) postura inpropriada, esforço percebido e bullying estavam relacionados a sintomas nos punhos, e a combinação desses fatores aumentou em sete vezes as chances; (c) postura inapropriada, esforço percebido, tempo de trabalho na empresa e baixo apoio social foram associados a sintomas múltiplos e sua combinação aumentou as chances em até 30 vezes. O terceiro artigo objetivou adaptar para a língua portuguesa a New Job Stress Scale, que mensura um conjunto de estressores relacionados ao desenvolvimento do trabalho. Foram aplicadas a versão resumida e adaptada para o português da Job Stress Scale e uma versão adaptada para o português da New Job Stress Scale. Participaram 674 trabalhadores de diferentes ocupações dos setores público e privado de cinco cidades brasileiras. Constatou-se que a maioria dos itens da versão traduzida e adaptada para o português mostrou-se apropriada para as dimensões do instrumento original. Considerando-se os indicadores de ajuste, um modelo com 20 itens se mostrou mais adequado que a escala original com 22 itens. Foram encontradas correlações significativas, porém baixas entre as dimensões da New Job Stress Scale e a Job Stress Scale. Conclui-se que tanto a New Job Stress Scale quanto a Job Stress Scale parecem medir o mesmo constructo – o estresse ocupacional – tendo em vista que os resultados não são independentes. Contudo, os indícios apontam a existência de muitos aspectos que não são contemplados igualmente nas duas escalas ou que são abordados apenas em sua nova versão. O quarto artigo, em andamento, objetiva estruturar um modelo de rotações de tarefas considerando as demandas físicas e psicológicas das atividades de montagem de calçados. Para avaliar a demanda física, utilizou-se o método Occupational Repetitive Actions (OCRA); para a psicológica, a Escala de Estresse no Trabalho de Alves et al. (2004) e a New Job Stress Scale de Shukla e Srivastava (2016). Para a construção do modelo também serão considerados os afastamentos e queixas ambulatoriais da empresa de calçados referentes às funções neuromusculoesqueléticas e relacionadas com o movimento, pois estes indicadores possibilitam identificar os grupos musculares mais expostos ao risco para DORT e, assim, direcionar melhor as estratégias quanto aos períodos de trabalho e recuperação muscular no modelo de rotação.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 337973 - ANISIO JOSE DA SILVA ARAUJO
Interno - 2014467 - CARLOS EDUARDO PIMENTEL
Externo ao Programa - 6336620 - LUIZ BUENO DA SILVA
Externo à Instituição - FRANCINALDO DO MONTE PINTO