PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: RAFAELA ROCHA DA COSTA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAFAELA ROCHA DA COSTA
DATA: 25/10/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Google meet
TÍTULO: TRAJETÓRIAS E PROJETOS DE VIDA DE ADOLESCENTES EM CUMPRIMENTO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE (PSC)
PALAVRAS-CHAVES: Trajetória de Vida. Projeto de Vida. Prestação de Serviços à Comunidade. Medidas Socioeducativas. Psicologia Histórico-Cultural.
PÁGINAS: 252
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
ESPECIALIDADE: Papéis e Estruturas Sociais; Indivíduo
RESUMO: O objetivo geral da presente tese é analisar as trajetórias de vida e os projetos de vida de adolescentes a quem foi atribuída a Prestação Serviços à Comunidade (PSC). Os objetivos específicos são: apresentar as características biossociodemográficas de adolescentes a quem foi atribuída a PSC; conhecer as trajetórias de vida, identificando as violações sofridas e políticas sociais acessadas; discutir sobre os interesses e necessidades de adolescentes a quem foi atribuída a PSC; identificar as perspectivas sobre a PSC; conhecer os projetos de vida de adolescentes a quem foi atribuída a PSC; refletir sobre o papel da PSC para a construção dos projetos de vida. A tese é que as trajetórias dos adolescentes em cumprimento da Prestação de Serviços à Comunidade são permeadas por violações e mesmo com o acesso a algumas políticas sociais estas não foram suficientes para garantir o desenvolvimento integral difundido e instituído a partir do ECA, pois a falta de ênfase nos interesses, sentimentos e necessidades contribuiu para a manutenção das expressões da questão social, de trajetórias marcadas por negligência planejada e perspectivas de futuro limitadas e limitantes diante das condições objetivas que inviabilizam projetos de vida orientadores e motivadores. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada por meio de entrevistas abertas, analisadas descritivamente a partir da Análise de Conteúdo Temática e de uma análise explicativa baseada no Modelo de Equifinalidade das Trajetórias. Além das entrevistas, também foi utilizado o diário de campo para registros descritivos e reflexivos, com destaque para quatro momentos em que foram conduzidas oficinas temáticas sobre projetos de vida e protagonismo juvenil. Os resultados e discussões desta tese têm como aporte teórico a Psicologia Histórico-Cultural, orientando-se a partir das categorias Desenvolvimento Humano, Trajetórias de Vida, Projetos de Vida e Política Social. Os resultados se direcionaram para a compreensão de que as trajetórias dos adolescentes em cumprimento de PSC são marcadas por uma negligência planejada a partir de diferentes expressões da questão social, como a pobreza, violência, homicídio, trabalho infantil e evasão escolar, que mutilam suas potencialidades, seus sentimentos, sua autonomia e perspectivas de futuro. A partir do Modelo de Equifinalidade das Trajetórias foi possível compreender que a maioria das trajetórias não realizadas eram trajetórias de acessos aos direitos e que o trabalho infantil foi uma atividade que foi se tornando principal precocemente, violando outros direitos e a garantia de uma proteção integral. Os serviços e programas acessados – apesar de necessários diante das condições objetivas de vida – não foram capazes de garantir que as situações sociais de desenvolvimento se materializassem a partir de vivências de proteção social, mas reproduziram desigualdades que tiveram a medida socioeducativa como consequência. Com a PSC, da trajetória marcada pelo trabalho infantil passam para o lugar de “trabalhadores socioeducativos” e as práticas desenvolvidas a partir da medida são percebidas como punitivas. Considera-se essencial que haja atenção para a trajetória de desenvolvimento desses sujeitos e para intervenções que se orientem para suas necessidades, interesses, sentimentos e para a construção de motivos (dotantes de sentido) para atividades que promovam um desenvolvimento omnilateral. Para tanto, faz-se necessário um projeto de Estado, Sistema de Justiça e de Sociedade que não os invisibilizem, não os viole e não tornem-os alheios aos seus projetos de vida e de sociedade, mas que possibilite autonomia na construção de suas trajetórias em condições de vida dignas.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1024895 - MARIA DE FATIMA PEREIRA ALBERTO
Interno - 337973 - ANISIO JOSE DA SILVA ARAUJO
Externo ao Programa - 3220943 - DENISE PEREIRA DOS SANTOS
Externo ao Programa - 1761939 - TAMARA RAMALHO DE SOUSA AMORIM
Externo à Instituição - ILANA LEMOS DE PAIVA