PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (PPGCB)

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)

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Banca de DEFESA: JEANNESON SILVA DE SALES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JEANNESON SILVA DE SALES
DATA: 27/08/2021
HORA: 14:00
LOCAL: https://meet.google.com/vob-zmbr-aoh 
TÍTULO: DIVERSIDADE E BIOACÚSTICA DE MORCEGOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE JOÃO PESSOA-PB: LIMITES ENTRE A SINANTROPIA E A DEPENDÊNCIA DE MANCHAS DA VEGETAÇÃO URBANA
PALAVRAS-CHAVES: Chiroptera, Monitoramento acústico, Mata Atlântica, Inventário de espécies, Urbanização
PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Zoologia
RESUMO: As pressões causadas pelo processo de urbanização resultam na degradação ou perda de habitats, podendo causar declínio populacional e até extinção de diversas espécies. Vários trabalhos apontam que o processo de urbanização é negativo para morcegos. No entanto, a plasticidade ecológica e capacidade dispersão destes animais permite que algumas espécies persistam em áreas urbanas. No Brasil as comunidades de morcegos nas áreas urbanas ainda têm recebido pouca atenção e a maioria dos trabalhos adotam apenas o uso de redes de-neblina. Os morcegos não-filostomideos são sub-representados em estudos que utilizam redes, por serem espécies que detectam e evitam facilmente essas redes, ou voam em estratos mais altos. Neste sentido, este trabalho se divide em duas partes, com o objetivo principal de caracterizar os padrões de riqueza e composição de espécies de morcegos na região metropolitana de João Pessoa-PB. No primeiro capítulo, analisamos a complementaridade entre os métodos de amostragem de bioacústica e redes de neblina em cinco remanescentes florestais de Mata Atlântica. No segundo, utilizando bioacústica, avaliamos o uso de microhabitats por morcegos insetívoros aéreos do município de João Pessoa, comparando as assembleias dos remanescentes florestais com as de áreas da matriz urbanizada. Para isto, foram utilizados os dados de redes de neblina, obtidos nos fragmentos, do estudo realizado por Nunes (2018). As gravações acústicas foram realizadas de forma distinta entre os fragmentos florestais e a matriz urbana. Nos fragmentos, os chamados de ecolocalização foram registrados durante 50 noites (10 em cada remanescente). Na matriz urbana, foram selecionados 13 bairros, caracterizados por áreas dominadas por edificações humanas e que não apresentassem manchas de vegetação significativas. Posteriormente, foram definidos três pontos amostrais, variando em três categorias: 1. Bosques ou parques, 2. Praças ou ruas arborizadas e, 3. Edificações humanas (sem nenhum tipo de vegetação aparente). Com isto, foram amostrados 39 pontos de amostragem, sendo 13 de cada categoria. Nos fragmentos florestais, combinando os resultados obtidos pelas metodologias de rede de neblina e bioacústica, foram documentados o total de 31 táxons, pertencentes a cinco famílias. O teste de permutação revelou que a composição das espécies de morcegos difere entre os métodos de captura (PERMANOVA: r²=0.4669; p=0.0004). Na matriz urbana, utilizando bioacústica, foram registradas 15 espécies de quatro famílias. A PERMANOVA revelou que a composição das espécies de morcegos difere entre os fragmentos florestais e o perímetro urbano (r²=0.1390; p=0.0004). O valor da beta-diversidade mostrou uma escala de aninhamento entre todas as categorias da matriz urbana, sendo a comunidade encontrada em microhabitats dominados por construções humanas um subconjunto da comunidade encontrada nos fragmentos florestais. O uso integrado de bioacústica e redes de neblina produziu uma imagem muito abrangente da real riqueza de espécies de morcegos dos fragmentos florestais. Nossos resultados enfatizam que as respostas dos morcegos as alterações antropogênicas ocorrem de maneira espécie-especifica. Apesar da urbanização causar um impacto negativo sobre a diversidade de morcegos, este efeito pode ser mitigado pela manutenção de áreas verdes dentro da matriz urbana, mesmo àquelas com pouca cobertura vegetal contribuem para a manutenção de morcegos em ambientes urbanizados.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - FREDERICO SIMAO HINTZE DE OLIVEIRA
Presidente - 776.862.685-00 - PATRICIO ADRIANO DA ROCHA - UFPB
Interno - 3080501 - VALERIA DA CUNHA TAVARES