PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (PPGCB)

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)

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Banca de DEFESA: EMMANUEL MESSIAS VILAR GONÇALVES DA SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EMMANUEL MESSIAS VILAR GONÇALVES DA SILVA
DATA: 27/10/2021
HORA: 08:00
LOCAL: PPGCB Virtual
TÍTULO: Eco-epidemiologia da raiva em morcegos urbanos da Paraíba e Pernambuco, Brasil
PALAVRAS-CHAVES: Chiroptera, Lyssavirus, Urbanização, Sinantrópico, Vigilância epidemiológica
PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Zoologia
RESUMO: A destruição dos abrigos naturais de morcegos pode acarretar o deslocamento dos animais para áreas urbanas, onde ocupam edificações como abrigos alternativos. Os efeitos da urbanização sobre as comunidades de morcegos não tem consequências somente na sua diversidade biológica, mas afetam também as interações ecológicas dos morcegos nos ecossistemas e com seus parasitos e patógenos como no caso do vírus da raiva. Consequentemente, pode alterar o ciclo de transmissão deste vírus. Apesar do crescente número de pesquisas realizadas em cidades, os aspectos ecológicos e taxonômicos são pouco sistematizados no Brasil, além de serem espacialmente agrupadas, principalmente nas regiões Sudeste e Sul do país. Nesse sentido, avaliar a estruturação das comunidades de morcegos e a detectabilidade de parasitos e patógenos em matrizes urbanas é essencial para o entendimento da influência da diversidade de espécies, e da estrutura da paisagem urbana (abrigos e recursos alimentares) sobre esta zoonose. Em vista disso, esse trabalho teve como objetivo geral: caracterizar a estrutura das comunidades de morcegos em João Pessoa e Recife, buscando características ecológicas que possam aumentar a efetividade da vigilância epidemiológica da raiva e avaliar a infecção por Lyssavirus na quiropterofauna urbana. Adotamos os setores censitários, censo demográfico brasileiro de 2010, como unidades amostrais. Utilizamos cinco variáveis ambientais coletadas para cada setor do banco de dados do IBGE, para testar existência de determinantes da estrutura da urbanização na diversidade, e detectabilidade do vírus da raiva nas comunidades de morcegos. Coletamos morcegos em 18 pontos de cada cidade. Coletamos amostras de cérebro e soro pra o diagnóstico rábico e inquérito sorológico respectivamente. Comparamos a diversidade das áreas urbanas com áreas silvestres dentro e fora das cidades e para isso, analisamos a dissimilaridade entre a área urbana, fragmentos florestais urbanos e fragmentos menos perturbados. A relação da diversidade de morcegos com as variáveis ambientais urbanas (de cada setor censitário) foi analisada por meio de análises de Modelos Aditivos Generalizados (GAMs). A relação da detectabilidade viral com as variáveis urbanas foram analisadas a partir de regressões logísticas. Capturamos 273 morcegos em João Pessoa (esforço de 243.200 hm2) distribuídos em 15 espécies, e 208 capturas em Recife (esforço de 217.350 hm2), resultando em 17 espécies. As análises de beta diversidade mostraram uma baixa dissimilaridade entre a composição de Recife e João Pessoa, bem como, quando analisada entre a área urbana e as áreas silvestres associadas a cada município. Não houve modelos significativos quanto a relação da diversidade de morcegos com as variáveis urbanísticas de João Pessoa. Em Recife apenas o modelo que relaciona positivamente a diversidade com a proporção de domicílio do tipo casa, foi significativo (p = 0,03), explicando 37,6% da variância. Quanto a detectabilidade viral e soroprevalência em João Pessoa, analisamos 206 amostras de cérebro por imunofluorescência e PCR (três foram positivas: Myotis lavali, Molossus molossus e Glossophaga soricina) e 99 amostras de soro (59,5% foram reagentes com ponto de corte ≥ 0,1 UI/ml). Em Recife, analisamos 128 amostras de cérebro (uma foi positiva: Desmodus rotundus) e 63 amostras de soro (76,1% foram reagentes). A relação entre detectabilidade viral e as variáveis urbanísticas não foram significativas para nenhum modelo analisado em ambas as cidades. Já para infecção não letal (sorologia), não houve modelos significativos para Recife, contudo, em João Pessoa o aumento da unidade dos valores de RPD, DTA, PI e PDA foi associado a diminuição da probabilidade de se detectar um morcego que tenha desenvolvido uma infecção não letal. Já o aumento da unidade de DTH está associada ao aumento das chances de se detectar um morcego com sinais de infecção não letal. Para garantir um retorno para o serviço público de saúde, formações continuadas sobre morcegos urbanos e raiva foram realizadas para cerca de 700 profissionais, majoritariamente em Recife. Elaboramos um material didático que foi utilizado durante as palestras. A partir das lacunas de conhecimentos detectadas nas formações o material foi aprimorado para formações futuras e para consulta dos profissionais, e segue como terceiro capítulo deste trabalho. Diante do exposto concluímos que: mesmo com baixa dissimilaridade entre áreas silvestres (fragmentos florestais urbanos) e a matriz urbana, ambos os ambientes mantêm comunidades separadas com algumas espécies permeando as duas matrizes; a urbanização age como um filtro ambiental na composição e diversidade de morcegos, bem como, tem um potencial de aumentar ou diminuir as chances de detectabilidade de morcegos infectados com o vírus da raiva ou que tenham sido expostos a infecções não letais; encontramos uma detectabilidade do vírus da raiva nas áreas estudas dentro do esperado e uma elevada soroprevalência nas duas cidades, acima de 50%
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ISIS ABEL BEZERRA
Presidente - 1978445 - PEDRO CORDEIRO ESTRELA DE ANDRADE PINTO
Externo à Instituição - RICARDO AUGUSTO DIAS
Interno - 3080501 - VALERIA DA CUNHA TAVARES
Externo à Instituição - WILSON UIEDA