PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA (PPGS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Notícias
Banca de QUALIFICAÇÃO: ÁTILA BEZERRA TOLENTINO
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ÁTILA BEZERRA TOLENTINO
DATA: 14/11/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Video Conferência
TÍTULO: A FERIDA COLONIAL, OS MUSEUS E AS LUTAS NO CAMPO: insurgências e práticas decoloniais no Memorial das Ligas e Lutas Camponesas
PALAVRAS-CHAVES: Ligas camponesas, campesinato, museologia social,
decolonialidade, Sociomuseologia.
PÁGINAS: 100
RESUMO: Esta pesquisa tem como finalidade
compreender as estratégias utilizadas e os limites enfrentados por museus
comunitários vinculados a lutas campesinas na tentativa de romper com a lógica
subjacente à colonialidade, de modo a configurarem estruturas de desobediência a
essa lógica por meio da politização de suas identidades e memórias coletivas. A
análise se dá a partir da atuação dos agentes sociais que conformam o Memorial das
Ligas e Lutas Camponesas - MLLC, localizado na comunidade tradicional rural de
Barra de Antas, em Sapé/PB. Teórica e metodologicamente, a análise do fenômeno
observado pauta-se em teorias críticas decoloniais, aliadas aos campos de estudo
da Sociomuseologia e da Sociologia Rural, com foco na museologia social e na
literatura que permita compreender o movimento social das Ligas Camponesas no
contexto do campesinato brasileiro. O estudo se caracteriza como uma pesquisa de
campo com abordagem qualitativa e na perspectiva de uma sociologia pública,
como propõem os sociólogos Fernando Perlatto e João Marcelo Maia (2012). Além
do levantamento bibliográfico e de pesquisas em documentos primários, arquivísticos
e audiovisuais, foi realizado um estudo de campo, a partir dos trabalhos que o
pesquisador já vinha desenvolvendo, de forma engajada e implicada, junto à equipe
do MLLC. A pesquisa também teve como suporte narrativas de fontes orais, de
primeira e segunda mão, de camponeses que atuam ou atuaram no memorial, de
agentes locais e de moradores de Barra de Antas e do seu entorno. Partimos do
pressuposto de que o espaço social concreto onde o memorial está localizado é
impactado pelos processos de colonialidade que mantêm suas matrizes de poder,
refratados nos privilégios historicamente concedidos a uma elite agrária, que
perpetua a grande concentração fundiária no país e se reflete em Barra de Antas.
Tais privilégios são sustentados pela exploração do trabalhador camponês e pelas
violências físicas e simbólicas a que foram e são submetidos, constituindo uma
ferida colonial (MIGNOLO, 2007) estruturante da questão agrária brasileira, que
perpassa a história da formação do Brasil enquanto Estado-nação e perpetua-se
pelos processos de colonialidade. Essa ferida também se reflete nas memórias
coletivas dos povos do campo subalternizados, carregadas de traumas, dores,
silenciamentos e tentativas de apagamento ou manipulação de memórias. Coube
ainda compreender como essas feridas coloniais têm sido lidadas por esses grupos
Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Página 3 de 2
Programa de Pós-Graduação em Sociologia (11.01.15.73)
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na constituição de suas memórias coletivas e na musealização de suas referências
culturais e lutas sociais.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - JOSEANIA MIRANDA FREITAS
Externo à Instituição - JUDITE SANTOS PRIMO
Presidente - 1487317 - MONICA LOURDES FRANCH GUTIERREZ
Interno - 2160675 - PATRICIA ALVES RAMIRO