PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: FABRYCIANNE GOLNCALVES COSTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FABRYCIANNE GOLNCALVES COSTA
DATA: 07/02/2017
HORA: 14:00
LOCAL: Sala 01 PPGPS
TÍTULO: BEM-ESTAR SUBJETIVO, RESILIÊNCIA E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NO CONTEXTO DO DIABETES MELLITUS
PALAVRAS-CHAVES: representação social, diabetes mellitus, doença crônica, resiliência psicológica, bem-estar subjetivo
PÁGINAS: 248
RESUMO: Esta tese teve como objetivo geral apreender as representações sociais acerca do diabetes elaboradas por pessoas diabéticas e quantificar os níveis do Bem-Estar Subjetivo (BES) e da resiliência nesse grupo de pertença. Para alcançá-lo, foi necessário desenvolver quatro estudos, apresentados em formato de artigos, três deles fundamentados na Teoria das Representações Sociais (TRS) e um respaldado nos construtos do BES e da resiliência. O artigo 1 objetivou realizar uma revisão sistemática de artigos indexados acerca do diabetes subsidiados no aporte teórico das Representações Sociais. Assim, realizou-se um levantamento bibliográfico através da busca de artigos publicados nas bases de dados GALE, SCIELO, MEDLINE e SCOPUS, entre os anos de 2006 e 2016, utilizando-se as combinações de descritores “diabetes and social representations”, “diabetes and representações sociais”, e “diabetes and representaciones sociales”. Foram selecionados 9 artigos, os resultados apontaram para quatro grandes eixos: (i) “Aspectos nutricionais”; (ii) “O diabetes e suas definições”; (iii) “Apoio do familiar e do profissional da saúde” e as (iv) “Consequências do diabetes”. Em suma, o pensamento do senso comum veiculado nos artigos revisados foi consensual no que diz respeito às dificuldades da dieta. Não obstante a supervalorização da necessidade da reeducação alimentar, existe uma dificuldade à sua aderência devido principalmente ao caráter emocional. Quanto ao apoio da família e do profissional da saúde, observou-se que a superproteção por parte da primeira e que a falta de credibilidade na equipe médica podem interferir diretamente no engajamento da adesão ao tratamento. O artigo 2 objetivou apreender as representações sociais elaboradas por pessoas que tenham diabetes acerca da doença. Participaram 31 pessoas com idades entre 34 e 76 anos (M= 55,68; DP= 11,6), que responderam a um questionário biossociodemográfico e à Entrevista em Profundidade. Os dados foram processados pelo software Alceste e analisados por meio da estatística descritiva e análise lexical. Os participantes apontaram em suas representações sociais a falta de conhecimentos acerca do diabetes, destacando a surpresa do diagnóstico; suas representações também estiveram ancoradas em fatores nutricionais e emocionais os quais foram permeados por emoções de cunho negativo. Os participantes que utilizavam insulina ratificaram noções de responsabilidades voltadas para consequências da doença, como é o caso da amputação de membros e o grupo que não a utilizava descreveu a doença atrelada à tríade do tratamento (medicação, reeducação alimentar e atividade física). O artigo 3 objetivou analisar as representações sociais sobre o diabetes mellitus e tratamento elaborado por pessoas diabéticas. A amostra foi constituída por 104 participantes com idades entre 19 e 79 anos (M= 56,16; DP= 13,01), que responderam a um questionário biossociodemográfico e à Técnica de Associação Livre de Palavras. Os dados foram computados pelos softwares SPSS - 23.0 e Tri-deux-Mots e analisados por meio da estatística descritiva e análise fatorial de correspondência. Os resultados apontaram que o conhecimento consensual acerca do diabetes não difere do saber erudito. No que tange à concepção e ao tratamento, o diabetes foi representado enquanto doença crônica relacionada a problemas de açúcar no sangue, oscilação de humor e perigo de vida, à semelhança do conhecimento científico. O tratamento emergiu de forma associada ao controle alimentar, adesão e manutenção das orientações médicas. Foi possível perceber representações consensuais e discensuais. As primeiras, dizem respeito ao controle que o tratamento exige. Nas discensuais as mulheres focaram a doença associada à restrição alimentar e à oscilação de humor e os homens associaram o diabetes a problemas no sangue, perigo de vida que pode levar à morte e que devem obedecer às regras do tratamento. No artigo 4 objetivou-se analisar o BES e a resiliência em pessoas com diabetes mellitus, foram aplicadas as escalas de BES e de resiliência a 104 diabéticos com idade média de 56,16 anos (DP= 13,01). Os resultados evidenciaram que 65,4% dos participantes apresentaram altos níveis de BES, com maior média para os afetos positivos 3,65 (DP = 0,65); quanto à resiliência, observou-se que a maioria dos participantes possui alta capacidade de resiliência (87,5%). Constatou-se que a dimensão afeto positivo da escala BES correlacionou-se com as dimensões, ações e valores (r= 0,58) e autoconfiança (r= 0,23) da escala da resiliência. O aumento da vivência de emoções positivas entre os diabéticos propiciou maior aceitação de si no tocante à doença e sua terapêutica. Espera-se que tais estudos contribuam para a construção do conhecimento científico partindo da perspectiva da pessoa diabética, assim como proporcione maior visibilidade à doença no que tange à elaboração de práticas terapêuticas voltadas tanto para seus aspectos físicos, quanto emocionais.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 332067 - MARIA DA PENHA DE LIMA COUTINHO
Interno - 2483066 - PATRICIA NUNES DA FONSECA
Externo ao Programa - 337389 - IEDA FRANKEN RODRIGUES
Externo à Instituição - KAY FRANCIS LEAL VIEIRA
Externo à Instituição - MARIA NATÁLIA PEREIRA RAMOS