Banca de DEFESA: JOAN SAULO RAMOS DO MONTE

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOAN SAULO RAMOS DO MONTE
DATA: 31/07/2023
HORA: 10:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: DA ANCESTRALIDADE, DA ORALIDADE E DA PERFORMANCE PRESENTES NO COCO DE RODA E NA CIRANDA DE ODETE DE PILAR: UM CAMINHO PARA O ESTUDO DA LITERATURA BRASILEIRA NO ENSINO FUNDAMENTAL
PALAVRAS-CHAVES: Coco de roda. Ciranda. Odete de Pilar. Literatura Popular. Ensino Fundamental. Perfomance.
PÁGINAS: 193
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
SUBÁREA: Literatura Brasileira
RESUMO: A cultura popular, enquanto conjunto de saberes instituídos e frutos da interação entre indivíduos, configura um aglomerado de elementos que atua na composição da sociedade. O coco de roda e a ciranda são manifestações culturais que permitem a participação dos brincantes de forma ativa, seja cantando ou dançando. É nesse contexto que Odete de Pilar, enquanto mestra da cultura popular se destaca, visto que é dona de uma voz que promove a valorização do coco e da ciranda na Paraíba, à medida que contribui para manutenção das heranças culturais, bem como das tradições populares e das vozes ancestrais tendo em vista as performances como meio de promoção da unidade comum. Desde 1992 que os cocos e cirandas de Odete encantam as pessoas que os escutam. Residente na zona rural de Pilar-PB, Odete passou a se destacar no cenário artístico-cultural paraibano a partir de 1992, após os registros e memórias da cultura popular realizados por Ignez Ayala e Marcos Ayala (1992 - 2000). Dona de uma voz inconfundível, Odete tem influenciado diversos artistas com suas composições. A partir disso, surgiu a necessidade de estudar a voz-mulher de Odete enquanto difusora de sua arte. Destarte, enxergamos a necessidade de realizarmos uma análise acerca da influência do coco de roda e da ciranda para o desenvolvimento das habilidades quanto ao ensino de literatura brasileira em sala de aula, possibilitando o contato do discentes com a literatura popular em atendimento ao que preceitua a Lei 10.639/03 e ao Dia Nacional das Tradições de Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. A pesquisa teve como participantes os discentes do 7º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Maria Alves de Brito, da cidade de Pilar-PB, e foi dotada de uma abordagem qualitativa de cunho intervencionista que propiciou o trabalho com o coco de roda e a ciranda em sala de aula enquanto manifestação culturais através do uso de sequências didáticas e oficinas pedagógicas. Ademais, como base metodológica utilizada no trabalho utilizamos a pesquisa de cunho etnográfico compreendendo os anos de 2019 a 2023, com uso de observação participante, registros audiovisuais e entrevistas informais. Para fundamentarmos nossa pesquisa, levamos em conta as contribuições de Andrade (1984), Ayala (2015), Bortoni-Ricardo (2008), Paviani & Fontana (2009), Zumthor (1993 - 2008), Fanon (2008), Hall (1997-2006), entre outros. Os resultados obtidos evidenciaram que a ciranda e o coco de roda, no âmbito da literatura e cultura popular, constituem elementos performáticos que através do corpo e da voz são dotados de competência de materialização da percepção e despertar do pertencimento e valorização das culturas de tradições orais, contribuindo assim como ferramentas de evidenciação da ancestralidade e facilitadores da promoção de interações sociais colaborativas auxiliadas pela música, dança, espaço-tempo, dasein e performance, constituindo assim produtos artístico-literários importantes quanto ao ensino de literatura e rompimento com a colonialidade do saber e do poder, pois contribuem para o distanciamento do pensamento eurocêntrico universalizado para dar vez às vozes e conhecimentos que foram inferiorizados, deturpados e apagados pela história.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1757884 - SAVIO ROBERTO FONSECA DE FREITAS
Interno - 2641290 - MOAMA LORENA DE LACERDA MARQUES
Externo ao Programa - 1410297 - AMANDA RAMALHO DE FREITAS BRITO