PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS (PPGCC)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de DEFESA: LÍVIA MARIA FREIRE DE MORAIS SALES
Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LÍVIA MARIA FREIRE DE MORAIS SALES
DATA: 03/08/2023
HORA: 10:00
LOCAL: Mini-Auditório II do Bloco de Pós-Graduação do CCSA
TÍTULO: FRAUDE CONTÁBIL E JULGAMENTO MORAL
PALAVRAS-CHAVES: Fraudes contábeis; Julgamento Moral; Desenvolvimento Moral.
PÁGINAS: 133
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Administração
SUBÁREA: Ciências Contábeis
RESUMO: Esta tese busca contribuir no entendimento do fenômeno da fraude contábil ao considerar
o papel do julgamento moral dos indivíduos como um fator psicológico que pode
influenciar na presença ou ausência de racionalizações do comportamento fraudulento.
As concepções teóricas da pesquisa foram estabelecidas a partir dos modelos de Cressey
(1953), o Triângulo de Fraudes, e de Kohlberg (1984), sobre desenvolvimento da
moralidade. A tese proposta estabelece que pessoas em estágios mais avançados de
julgamento moral seriam menos propensas a se engajar em comportamento antiético, e
portanto, não utilizariam racionalizações. Assim, mesmo em um contexto de pressão e
oportunidade, o julgamento moral em estágio avançado reduziria a probabilidade do
cometimento da fraude contábil. No mesmo sentido, pessoas em estágios mais baixos de
julgamento moral são mais propensas ao relativismo moral, ao interesse próprio e
potencialmente ao comportamento fraudulento. Para consecução do objetivo proposto,
foram utilizados 3 (três) cenários hipotéticos contendo diferentes tipos de fraude contábil
que diferem quanto ao nível de flexibilidade de julgamento contábil dado ao preparador
das informações: (i) o primeiro cenário envolveu o uso de estimativas para registro de
despesas; (ii) o segundo cenário descreve diferenças temporais; e (iii) o terceiro cenário
envolveu o registro de receitas fictícias. Tal categorização constitui uma forma de
controle da oportunidade percebida (Mulford e Comiskey, 2002; Jones, 2011). Depois da
descrição de cada cenário foram expostas 9 assertivas que buscaram medir, a partir de
escalas do tipo Likert, a intenção comportamental do respondente para cometer a fraude
contábil. Posteriormente, a mensuração do julgamento moral do respondente ocorreu a
partir do instrumento denominado Defining Issues Test (DIT) proposto por Rest et al.
(1974). A relação entre as variáveis foi verificada pela técnica de Modelagem de
Equações Estruturais com estimação por Mínimos Quadrados Parciais. As evidências
apresentadas pela pesquisa indicaram que a influência do estágio de julgamento moral
sobre a decisão por fraude contábil ocorrem em contextos nos quais há alta flexibilidade
de julgamento dada ao preparador das demonstrações financeiras. No contexto de maior
flexibilidade para as escolhas contábeis (cenário que envolveu o uso de estimativas), os
indivíduos em estágios mais baixos de julgamento moral demonstraram ser mais
propensos a fraude contábil. Em contraste, no mesmo cenário, pessoas em estágios
avançados de julgamento moral seriam menos inclinadas à fraude. Nos demais cenários
essa relação não foi encontrada. Assim, a pesquisa infere que o estágio de julgamento
moral constitui um fator que pode potencialmente reduzir a ocorrência da fraude contábil,
aumentando a fidedignidade das informações contábeis e demonstrativos financeiros,
mesmo em contexto de oportunidade e pressão. Tais achados sugerem uma possibilidade
de combate ao comportamento fraudulento, a partir da perspectiva de impulsos na
melhoria do julgamento moral dos indivíduos nas organizações.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1767531 - ADRIANA FERNANDES DE VASCONCELOS
Interno - 1859411 - DIMAS BARRETO DE QUEIROZ
Externo à Instituição - GERLANDO AUGUSTO SAMPAIO FRANCO DE LIMA
Externo ao Programa - 1520147 - JULIO RIQUE NETO
Presidente - 2204250 - ROSSANA GUERRA DE SOUSA