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GLEIDIMAR ALVES DE OLIVEIRA
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A tradição marxista e o problema da reificação: um exame crítico.
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Data: 12/12/2018
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Hora: 08:30
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O presente Estudo investiga a reificacao das relacoes sociais - coisificacao - na tradicao marxista, com enfoque na atualidade desse fenomeno. Para atingir esse objetivo proposto, tres capitulos foram construidos: o primeiro capitulo aborda a permanencia (ou nao) da coisificacao na atualidade e as circunstancias em que ela aparece; o segundo capitulo teve como proposito pensar a vigencia do conceito reificacao a partir do dialogo com Georg Lukacs para quem a reificacao e interpretada como que enfatizando o vinculo com a racionalizacao weberiana em oposicao ao fundamento marxiano da reificacao que o reconhece no trabalho abstrato e na universalizacao da mercadoria; no terceiro capitulo, a enfase e a exposicao da alienacao, da reificacao e do fetichismo da mercadoria, a fim de validar a interacao entre essas tres categorias marxianas, no que diz respeito as condicoes de surgimento da reificacao social. Ao mesmo tempo, faz-se a verificacao da intersecao e particularidade das mesmas. Assim, a hipotese que anunciamos consiste em que a reificacaomarxiana e uma categoria distinta da alienacao e do fetichismo marxianos. Sua diferenca em relacao a alienacao e ao fetichismo se fundamenta por ser a reificacao um problema especifico das sociedades contemporaneas capitalistas da etapa do capitalismo industrial e financeiro, bem como por se referir diretamente a relacao coisas-pessoas; entretanto, a alienacao e uma categoria que, apesar de expressar uma condicao subjetiva dos individuos, tem como peculiaridade ser um fenomeno anterior as sociedades capitalistas, embora esteja presente nesta ultima, estando associada a divisao social do trabalho e surgindo na historia em sociedades pre-capitalistas. Em Marx, a alienacao e evidenciada principalmente nas primeiras obras (quando o filosofo estava influenciado pela teoria hegeliana da alienacao), a exemplo dos Manuscritos Economico-filosoficos de 1844 e da Ideologia Alema de 1846. Quanto ao fetichismo, ele se diferencia da reificacao sobretudo por se referir pontualmente a mercadoria e aos efeitos que ela provoca nos sujeitos, considerando que a mercadoria na forma universal constitui uma particularidade da economia capitalista moderna, semelhante a reificacao. Assim, a pesquisa busca responder a uma questao: se a reificacao das relacoes sociais, enquanto fenomeno especifico da sociedade capitalista, identifica-se com o fetichismo da mercadoria e com a alienacao.
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MARTA MARIA ARAGAO MACIEL
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Do romantismo revolucionário ao marxismo: política e cultura no pensamento de Ernst Bloch
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Data: 04/12/2018
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Hora: 14:30
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Ao longo de quase um seculo de vida, o filosofo judeu-alemao Ernst Bloch conheceu experiencias ineditas da barbarie produzida no seculo XX, como o campo de concentracao e o stalinismo. No interior desse contexto, o problema da memoria historica surge como central em sua obra, na qual e notoria a recusa do estabelecimento de uma ruptura entre as categorias do tempo presente, passado e futuro. Assim, se a primeira obra do autor, O Espirito da utopia, estabelece como central em sua reflexao a interpretacao e atualizacao de uma tradicao cultural do passado por ele denominada heranca intacta, no livro seguinte do jovem pensador, a saber, Thomas Munzer: teologo da revolucao, o escritor recusa o determinismo anti-dialetico do marxismo dominante, a medida em que este, em geral, refletiu os fenomenos esteticos da cultura a partir de uma tacanha teoria do reflexo. Assim, em Heranca dessa epoca, um livro contra o fascismo elaborado na decada de 1930, o filosofo busca refletir uma epoca de crise, uma epoca que se apodrece e, ao mesmo tempo, cria como uma mulher em gestacao. Nesse trabalho, o escritor busca investigar se ha um uso diabolico, uma heranca dialeticamente utilizavel da burguesia em declinio. Ora, sua obra mais conhecida, O Principio esperanca, sendo, no dizer de Michael Lowy, uma imensa e fascinante viagem pelo passado, tematiza a heranca intacta tradicao tambem chamada pelo autor como utopica por meio do dialogo fundamental entre Sigmund Freud e Karl Marx. As entrelinhas do texto parecem estar sempre a repetir a pergunta: O que pode significar, para o contexto do nosso tempo, a interpretacao e atualizacao das utopias? O presente trabalho, intitulado Do romantismo revolucionario ao marxismo: estetica e politica no pensamento de Ernst Bloch, busca refletir a relacao entre cultura e politica na obra de Ernst Bloch produzida entre a revolucao alema e os anos de Weimar ate o periodo do exilio americano ocasionado pela ascensao do nazismo e a Segunda Guerra. No interior desse recorte, se vislumbra a nao ruptura entre os textos de juventude do filosofo ate sua insercao no marxismo. Alias, e justamente por meio da relacao entre estetica e politica que se quer refletir, no presente trabalho, a contribuicao dada por Bloch ao marxismo enquanto teoria critica do presente.
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WECIO PINHEIRO ARAUJO
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Ideologia e Capital: crítica da razão imanente à sociedade moderna.
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Data: 03/12/2018
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Hora: 09:00
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Esta tese oferece um acesso critico ao problema da ideologia situado no seio da relacao entre realidade e consciencia na sociedade moderna. Elaboramos a questao a partir da ontologia hegeliana atualizada pela critica marxiana, isto e, como um totalidade formada a partir de mediacoes disparadas por meio da contradicao fundamental que desenhamos enquanto uma distensao formada por rupturas e continuidades entre: de um lado, o conteudo das relacoes sociais historicamente estabelecidas, isto e, a realidade concreta do capital enquanto razao social imanente a sociedade moderna, decifrado em formas sociais como o valor, a mercadoria, o capital financeiro, o capital ficticio, etc.; e de outro, a forma que adquire consciencia a maneira como essas relacoes sao vivenciadas pelos individuos nesta sociedade sob a mediacao da forma ideologia. Situamos as distensoes provocadas por essa contradicao determinante no campo global da interacao entre realidade e consciencia como uma contradicao sempre em processo. Contradicao entre conteudo e forma, que se desdobra em uma serie de determinacoes, formando assim uma totalidade constituida a partir de como esses fenomenos estabelecem mediacoes interagindo entre si na conformacao de uma complexa teia que nos acostumamos a definir como sociedade. Pensar assim requer que nao se conceba a realidade como uma coisa externa; mas, ao contrario, de maneira ontologica enquanto uma exteriorizacao e uma extensao do proprio ser humano compreendido como um ser social (gesellschaftliche Wesen). Teorizamos que o ser humano e um produtor nao apenas de valores de uso, mas de realidade, que se materializa por meio dos mesmos processos a partir dos e pelos quais e produzida, isto e: o trabalho e a linguagem como uma unidade em sua razao social imanente que se manifesta objetivamente na historia entre conteudo e forma. Em nossa analise, demostramos como Marx herda de Hegel a chave da questao: aquilo que produzimos como realidade deve ser compreendido em termos das suas condicoes de producao simultaneamente subjetivas e objetivas. Em nossa argumentacao, por meio do conceito de virtualidade real, descortina-se uma conexao profunda entre o problema da ideologia reelaborado a partir de um acesso ontologico-dialetico resgatado em Hegel, e o problema da forma do valor (Wertform) em Marx, desde a forma mercadoria (Warenform) ate a razao imanente ao capital ficticio (fiktives Kapital) neste seculo XXI. A ideologia se mostra como uma astuciosa forma social que adquire a ideia na maneira dos individuos vivenciarem a razao imanente ao real produzida enquanto conteudo das relacoes sociais historicamente estabelecidas sob a dominacao capitalista. Concluimos que a ideologia opera harmonizando as contradicoes a medida que produz uma verdade social que abrange sua propria falsidade. Essa complexidade e o que denominamos por virtualidade real: a ideologia nao falseia o real, mas constitui sorrateiramente a realidade em seu processo de producao como uma progressao imanente assentada no movimento profundo dessa sociedade na interacao entre realidade e consciencia, desde o processo de trabalho transpassado pela linguagem, ate como este e subsumido e se torna apenas um momento do desenvolvimento do capital. Por fim, apresentamos dois momentos de analise no sentido de produzir alguns diagnosticos acerca da realidade politica contemporanea: i) O primeiro analisa as mediacoes entre ideologia, capital e Estado na quadra historica brasileira iniciada com o Plano Real; ii) O segundo analisa o contexto hodierno entre ideologia e capital na era digital da automacao do trabalho e da robotizacao da subjetividade politica.
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GIOVANNI JOSE DE SOUSA MEDEIROS
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OS DIREITOS DE LIBERDADE E DE IGUALDADE: CONQUISTAS, OBSTÁCULOS E DESAFIOS DA DEMOCRACIA SEGUNDO NORBERTO BOBBIO
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Data: 13/11/2018
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Hora: 15:00
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Este trabalho trata dos dois principios fundamentais da democracia: a liberdade e a igualdade. Nele, procura-se demonstrar que os regimes democraticos se caracterizam por garantir as liberdades civis e politicas e, da mesma forma, se oferecem como um instrumento essencial para a promocao da igualdade e a realizacao da justica social. Assim, os diversos tipos de expressao da liberdade (autonomia, liberdade democratica, positiva, negativa) revelam, da mesma forma, as diversas maneiras de os individuos exercerem o seu papel cidadao no contexto societario contemporaneo. Acerca da igualdade, demonstrou-se que somente nas democracias e possivel a luta pela efetivacao dos direitos socioeconomicos. Para tanto, a democracia exige o concurso do Estado de direito e da participacao ativa dos cidadaos, como forma de fazer valer os seus principios e de assegurar as regras do jogo. Ademais, estao destacadas as caracteristicas da democracia representativa, do elitismo que a caracteriza e porque esta tem sido a forma mais adequada de exercicio do poder politico, da luta por direitos sociais e de garantias das liberdades individuais Nao obstante o valor, a importancia e o progresso civilizacional representado pelos regimes democraticos, ha ainda muitos obstaculos, desafios e encruzilhadas que desafiam sua preservacao e avanco no mundo contemporaneo.
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THIAGO GOMES DA SILVA
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GENEALOGIA DA VONTADE DE PODER SOBRE A POSSIBILIDADE DE UM PROJETO DE REEDIFICAÇÃO DO OCIDENTE NA OBRA DE F. NIETZSCHE
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Data: 18/10/2018
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Hora: 09:00
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O nome de Nietzsche fora invocado por uma diversidade significativa de movimentos politicos e ideologicos ao longo de todo o seculo XX, um fenomeno que pode revelar mais que um simples jogo arbitrario de interpretacoes por parte de seus autores. Chamamos a atencao para uma possivel lacuna nem sempre observada pelos pesquisadores da area e que poderia contribuir muito com a resolucao de velhas querelas hermeneuticas em volta do legado nietzschiano. Para tanto, e de suma importancia arriscar uma analise conjunta de seu pensamento, seguindo um percurso de estudos que nos leve da epistemologia perspectivista a sua concepcao de mundo/vida/ser: a vontade de poder. A dissolucao epistemologica deixada pela filosofia critica no seculo XIX provavelmente levara Nietzsche a lutar contra o subjetivismo moderno, tendo em vista retomar a especulacao sobre a vida sob um vies distinto daquele evocado pelametafisicaclassica.Desta forma, retomaremos a sabedoria do corpo como chave de entendimento para o redescobrimento nietzschiano do mundo; um projeto similar aquilo que seria a fenomenologia deMaurice Merleau-Ponty (1908 1861), mas que na verdade revela como a obra de Nietzsche e e continuara fortemente enraizada no pensamento deArthur Schopenhauer (1788 -1860). Seja como for, neste ponto perceberemos que o projeto nietzschiano vai alem de um simples joguete filosofico qualquer, estando fortemente engajado a tentativa de enfrentamento dessa tradicao, talvez ainda com o intuito de reconfigurar o velho e moribundo Ocidente. A timida, mas efetiva caracterizacao do ser elaborada por Nietzsche a ontologia da vontade de poder acaba revelando que suas reflexoes estao munidas de uma inspiracao tipicamente pre-platonica: a tragedia antiga e a filosofia heraclitica. Sendo assim, Nietzsche tentara contrapor a afirmacao dionisiaca dos tragicos ao impulso da dialetica socratico-platonico,apresentando-nos por fim a doutrina do eterno retorno: por um lado a expressao temporal da vontade de poder, por outro um tipo de imperativo categorico nietzschiano. Depois da vontade de poder, o eterno retorno seria o segundo passo dado por Nietzsche na elaboracao de um diagrama com inspiracao pre-platonica, justamente onde a tradicao arcaica teria falhado ou estagnado.Seu projeto surgiriada tentativa de superacao da tradicao classica a partir do reconhecimento de um saber que lhe seria contraposto: a afirmacao de todas as faces da vida,isto e, o saber tragico-dionisiaco.
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ANTONIO FABIO CABRAL DA SILVA
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Do Antropocentrismo ao Biocentrismo: Uma Passagem Possível.
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Data: 16/10/2018
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Hora: 14:30
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E cada vez mais claro que a humanidade precisa tratar com mais responsabilidade seu hospedeiro, o Planeta Terra. Visamos conhecer os desdobramentos acerca da nocao de natureza e a utilizacao dessa nocao pelas varias concepcoes filosoficas, bem como suas implicacoes com a gestao da vida no planeta. Porem, a tendencia em defender a Natureza pode ter seus perigos tecnicos, podemos correr o risco de ver surgir uma tecnocracia ecologica mundial proveniente do conflito homem-natureza. Analisaremos as principais correntes ou linhas de pensamento que tratam da relacao homem-natureza no ambito da tradicao dualista antropocentrica a partir da visao de Hans Jonas. Todavia, a passagem da humanidade inteira pelo crivo da selecao natural para a selecao artificial, via adaptacao aos suportes tecnicos leva cada vez mais os cientistas, filosofos, ecologistas, politicos e religiosos a se preocuparem com o devir global. Essa preocupacao nao deve se limitar apenas ao meio ambiente humano, mas, sobretudo se referir a dimensao global que envolve a vida de todos os seres no Planeta. A partir dessa visao integradora e biocentrica, a ecologia se constituiria como um novo paradigma da consciencia universal a partir de direitos proprios como mostra Michel Serres em seu livro O Contrato Natural. A tradicao dualista sempre defendeu uma etica antropocentrica em que a natureza e reconhecida tao-somente como mundo material e lugar dos recursos que podem ser infinitamente explorados; ou ainda como meio ambiente externo ao homem que nao se reconhece mais como ser natural, desvalorizando o suporte fundamental de sua propria condicao de ser-no-mundo. Eis porque convem falar num novo ethos contemporaneo, que preserve a ideia de homem pela responsabilidade com o futuro, uma etica para o futuro como aborda Hans Jonas em seu livro O Principio Responsabilidade. O ethos e uma caracteristica humana e e essa caracteristica que nos torna diferentes, livres e responsaveis. Sabemos hoje que a nocao de natureza e em si uma ideia culturalmente construida, e so ela permite superar os impasses da controversia tecnocientifica e, tambem, satisfazer as necessidades culturais e naturais. Nesse sentido, refletiremos sobre os desdobramentos da responsabilidade etica fundamentada como um principio, no sentimento de responsabilidade abordado no livro O principio vida de Hans Jonas, para a concepcao atual acerca da relacao homem-natureza. Nosso estudo consiste, portanto, em demonstrar a possibilidade do biocentrismo como superacao do antropocentrismo; os pressupostos que norteiam as vertentes do pensamento etico e ecologico, e as ideias que alimentam seus posicionamentos eticos, tecnicos, politicos e juridicos na atualidade.
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ERICK VINICIUS SANTOS GOMES
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ARETÉ E PAIDEIA: A FORMAÇÃO DO HOMEM POLÍTICO NO DIÁLOGO PRIMEIRO ALCIBÍADES DE PLATÃO
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Data: 16/10/2018
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Hora: 09:00
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A pesquisa em andamento tem como foco estrutural o estudo da formacao do homem politico a partir da perspectiva platonica da arete (excelencia moral) e da paideia (educacao) grega. o dialogoPrimeiro Alcibiades foi escolhido como objeto da pesquisa por acreditarmos que falar de arete politica no Primeiro Alcibiades de Platao consiste exatamente em refletir sobre os fundamentos filosoficos da educacao politica ateniense e das diversas formas de saberes que constituem em certa medida a exitencia da polis, das suas estruturas sociais bem como a formacao do homem politico. Pensar uma filosofia da educacao a partir da ontologia platonica, e de certa forma buscar os principios de um projeto de paideia que tenha como suporte a disposicao dos elementos dapsyche (alma) e da episteme (ciencia) para ensinar a arte de governar e ser governado atraves do aperfeicoamento da alma e da busca do conhecimento de si mesmo, pois para Platao, se cada cidadao for educado para fazer o que lhe compete, ou seja, aquilo de que possui o conhecimento, colocando todas as suas excelencias em funcao do bem e da felicidade da polis reinara a concordia entre eles (homens politicos) e na cidade-estado, ou seja, reinara a propria justica, principio que para Platao deve nortear a acao dos homens que almejam o governo da cidade-estado. A partir desta perspectiva, a pesquisa caminha para nocao de que autoconhecimento (gnōthi seauton), a techne (arte) e episteme (ciencia) sao os componentes do projeto da paideia da alma que encontra-se no Alcibiades I corresponde em certa medida a paideutica filosofica que Socrates almeja para a cidade-estado e para Alcibiades; e com vistas na finalidade de concretizacao desse projeto que Socrates indicara ao ephebo de vinte anos incompletos e a Atenas a recomendacao do Oraculo de Delphos - o gnōthi seauton (conhece-te a ti mesmo): diante da tentativa de demonstracao de amor (Eros) pela alma da cidade e de Alcibiades, Socrates de forma dialetica ( a dialetica surge representada pela utilizacao do elenchos como recurso pedagogico) empenha-se para tentar indicar o caminho da aletheia (verdade) a Alcibiades neste aspecto, Socrates enquanto educador deseja indicar a Alcibiades o caminho dos fluxos (da mudanca) e daquilo que e - daquilo que e alma; ao tentar educar a alma da cidade-Estado e de Alcibiades para virtude, Socrates entende que nao se pode ensinar aquilo que estar em fluxo permanente, sendo o sabio e educador aquele que reconhece as verdadeiras e falsas imagens, o verdadeiro mestre, juntamente com o pupilo, na medida do possivel, sempre estara com o olhar voltado para o belo e imutavel, levando o educando atraves da alma a perceber a relacao que ha entre as coisas que sao e as coisas imutaveis Alcibiades tera acesso as formas imutaveis, se o mesmo aprender a usar o terceiro olho, o olho da alma (psyche), pois e no olhar da alma que reside toda plenitude da paideia socratica.
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BRENO DUTRA SERAFIM SOARES
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PÓS-HUMANO E ALÉM-DO-HUMANO: UMA ABORDAGEM DO TRANSUMANISMO ATRAVÉS DO CONCEITO DE NIILISMO NO PENSAMENTO DE FRIEDRICH NIETZSCHE
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Data: 24/09/2018
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Hora: 09:00
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Esta tese de doutorado tem como objetivo fundamental tecer uma critica sobre o trans-humanismo a partir do conceito de niilismo na obra de Friedrich W. Nietzsche. Para tanto, parte de uma polemica gerada por alguns pensadores que, a partir dos anos 90 do seculo XX, passaram a estabelecer uma relacao entre o pensador alemao e o movimento trans-humanista. Alguns teoricos desse movimento estabeleceram uma conexao de fundo entre o movimento trans-humanista e Nietzsche, partindo do principio de que este pensador proporcionaria com sua filosofia uma fundamentacao mais robusta para ideias fundamentais ao movimento. Nosso objetivo e, pois, determinar a validade de tais observacoes, se as mesmas foram estabelecidas de maneira acurada ou nao, atraves de uma critica dessa vinculacao de Nietzsche ao movimento trans-humanista a partir do conceito de niilismo, fundamental no pensamento do filosofo. Para realizar esse objetivo geral, partimos da elucidacao do conceito de niilismo na obra de Nietzsche, a partir da tematizacao do conceito em sua origem e arraigamento no contexto da cultura ocidental. Apos isso, realizamos o mesmo percurso com o pensamento trans-humanista, tentando estabelecer as caracteristicas fundamentais dessa corrente tao atual do pensamento ocidental, bem como determinando os meios pelos quais o trans-humanismo procura se fazer valer, espraiando-se no contexto do pensamento e da cultura ocidentais deste inicio de seculo. Ainda no segundo capitulo, buscamos estabelecer de que forma os pensadores trans-humanistas buscam realizar essa conexao entre o pensamento de Nietzsche e a doutrina por eles defendida. Num terceiro momento, buscamos defender nossa hipotese de que o trans-humanismo se identifica, de acordo com a otica nietzschiana, como uma especie de niilismo. Para tanto, tecemos consideracoes sobre o uso da ciencia pelo filosofo alemao. Primeiramente, para Nietzsche, a ciencia possui um papel positivo porque funciona como um mecanismo que permite livrar o ser humano do ideal de verdade como consolacao, tipico da metafisica e da religiao judaico-crista. Contudo, em um segundo momento, a ciencia se revela como herdeira do niilismo ocidental porque adota o ideal de conservacao e promocao da humanidade, seja esta humanidade organica ou pos-organica. Por ultimo, fazemos uso do conceito de alem-do-homem de Nietzsche para estabelecer um confronto com o pensamento trans-humanista, cujo objetivo e a criacao do pos-humano, conceito que os adeptos dessa doutrina equiparam ao alem-do-homem nietzschiano.
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LUISMAR CARDOSO DE QUEIROZ
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Título da tese:
A ECONOMIA ONTO-TEOLÓGICA NO PENSAMENTO DO JOVEM HEIDEGGER
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Data: 19/09/2018
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Hora: 09:00
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RESUMO: Em nossa pesquisa buscaremos tematizar, analisar e recolocar em fruicao, a partir do pensamento do jovem Heidegger, uma especifica mobilidade de pensamento que se move no ambito da circularidade autocompreensiva do ser-ai, e que, por isso mesmo, se realiza no interior da historicidade da vida fatica. Apresentaremos essa mobilidade de pensamento no conceito de economia onto-teologica: uma dinamica de pensamento que, como veremos, desenvolve-se no periodo inicial da filosofia de Heidegger, mas conserva sua intensidade e forca de determinacao em todas as sendas de pensamento que posteriormente se abrem para este filosofo. A economia onto-teologica se realiza na meditacao comutativa dos conteudos modais (indicios formais) que perpassam o fluxo vivo da facticidade religiosa do cristianismo; liberando, a partir de seu movimento, insights fenomenologicos que abrem acesso a dimensao originaria do tempo e do ser.
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MARCIO JOSE SILVA LIMA
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A INFLUÊNCIA DE JACOB BURCKHARDT E O CONCEITO DE FORÇA PLÁSTICA NO PENSAMENTO DE NIETZSCHE
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Data: 14/09/2018
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Hora: 09:00
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RESUMO:
O presente trabalho tem como finalidade analisar a influencia do historiador suico Jacob Burckhardt e, a partir de tal analise, compreender o conceito de Forca Plastica na filosofia de Nietzsche. Levantamos a hipotese de que tematicas presentes no pensamento de Burckhardt tais como, o ideal de grandeza, a historia como uma utilidade para a Vida, a influencia da arte no processo de criacao e as criticas ao historicismo e ao progresso da historia; acabaram por contribuir na construcao do pensamento historico de Nietzsche presente em sua Segunda Consideracao Intempestiva e, sobretudo, no conceito de forca plastica. Todavia, nao queremos dizer que a filosofia de Nietzsche seja uma copia esmaecida das ideias de Burckhardt. Pretendemos demonstrar que a leitura que o filosofo fez do historiador permitiu, por meio de uma apropriacao produtiva, o desenvolvimento de seu proprio pensamento. Para estear nossa hipotese nos apoiamos em textos dos pensadores supracitados e nos estudos dos comentadores sobre o assunto. Como o conceito de forca plastica e um tema pouco abordado pela filosofia, tambem foi necessario um exercicio proprio de interpretacao. Desse modo, foi possivel demonstrar como tal conceito esteve presente, ainda que tratado de forma diferente, na fase madura do pensamento nietzschiano. Sustentaremos a ideia de que a forca plastica permeia a filosofia de Nietzsche, desde sua juventude ate o periodo em que o filosofo trata da Vida enquanto Vontade de Poder e Eterno Retorno.
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FERNANDES ANTONIO BRASILEIRO RODRIGUES
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O NÃO ÉTICO DO CAPITAL A PARTIR DO PROJETO ÉTICO POLÍTICO-ECOLÓGICO DE LIBERTAÇÃO EM DUSSEL
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Data: 11/09/2018
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Hora: 09:00
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A pesquisa em analise investiga a Filosofia da Libertacao em Dussel, sua genese e evolucao, assumindo a influencia fundamental e decisiva do filosofo Karl Marx a esse pensamento, de modo especial, a partir do conceito de exterioridade. Esta e entendida como sendo o ambito onde o outro se revela e se manifesta como ser livre. E a partir da exterioridade como sendo a categoria principal do pensamento marxiano e pressuposto teorico fundamental, que o discurso de Dussel torna-se viavel, em particular, na condicao de pensador que opta pela vitima, o que se constituiu como o distintivo em seu pensar filosofico. O trabalho tem como objetivo de estudo a preocupacao etica com a libertacao do homem a partir do nao etico do capital implicita na relacao social de producao, que em Dussel, perpassa o campo politico-ecologico em que a humanidade do homem e negada. Diante disso, aqui se assume a tese de que ha em Dussel uma vocacao natural pela vitima: o seu pensar e dirigido e construido, propositalmente, em favor da vitima. O esforco deste trabalho e o de mostrar que a opcao pela vitima sera o fio condutor de todo seu pensamento enquanto Filosofia da Libertacao, passando pela Etica, pela Politica e pela Ecologica, tomando a mediacao politica para chegar a Ecologica Material da Libertacao. Para isso, como estrategia de abordagem, as categorias exterioridade e libertacao sinalizam a analise filosofica a inclinacao necessaria com o tema investigado, atraves da leitura das principais obras de Dussel, em dialogo com a filosofia da praxis de Marx. Como desdobramento da hipotese levantada, intenciona-se mostrar como a opcao de Dussel tomada pela vitima exige da Filosofia da Libertacao uma pretensao critica de pensamento, sob quatro perspectivas: situar historicamente Dussel, a Historia da Filosofia em America e a Filosofia da Libertacao, no sentido de expressar o eco dos oprimidos desde sua origem; atraves de uma Etica da Libertacao, enquanto pretensao critica da modernidade; de uma Etica da Libertacao desde uma releitura marxista de Dussel, norteada pela categoria do trabalho vivo que indica a exploracao e dominacao do trabalhador, da vitima; e de uma Ecologica, exigindo uma Praxis Politica de Libertacao fundada numa reflexao Ecologica Material. Entao, o trabalho filosofico esta desafiado e provocado pela necessidade real de ir ao auxilio a vitima, exigencia do povo latino-americano em seu caminho de libertacao. Quanto aos resultados, ressaltam-se a compreensao da realidade e a critica ao sistema capitalista com enfase a reflexao filosofica teorico-pratica de Enrique Dussel, no campo ecologico, que entrecruza todos demais, etico, politico, economico, etc.; pelas suas contribuicoes no cenario contemporaneo tao conturbado, pela coragem em apontar rumo a outra sociedade que esteja para alem desta, moderna e capitalista que oprime e massacra o trabalhador.
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RAMON BOLIVAR CAVALCANTI GERMANO
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Ramon Bolívar Cavalcanti Germano O SOPRO DO ETERNO: Sobre Verdade, Vida e Amor em S. A. Kierkegaard
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Data: 10/08/2018
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Hora: 09:00
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RESUMO Neste trabalho mostramos como a contribuicao autoral de Kierkegaard pode ser compreendida como um esforco sempre renovado de alusao ao eterno. Ao mesmo tempo tentamos aludir a este objeto insolito que, a rigor, nao e objeto algum. Veremos como a consideracao sobre o eterno so e possivel a partir da vivencia concreta do eterno no tempo. Quer dizer que nao buscamos um conceito abstrato, mas a expressao concreta do eterno na existencia finita do homem. Esta concretude significa aqui verdade, vida e amor. Tentamos percorrer cada termo desta trindade tendo em vista a explicitacao de sua unidade fundamental. O que os unifica e o eterno, de modo que verdade, vida e amor nao sao senao nomes do eterno. Inversamente, o que aqui se compreende por eterno so podera vir a luz mediante as ideias de verdade, vida e amor. O sopro do eterno e a fonte profunda de Vida que se diz tambem Verdade e Amor. Isso nos indica, em primeiro lugar, que a verdade, sob o ponto de vista de Kierkegaard, nao e uma determinacao conceitual, nem uma qualidade de proposicoes, nem a adequacao do conhecimento ao objeto, ou coisa similar, mas uma vida. A vida, por sua vez, nao e a harmonia biologica dos ser es, nem a exterioridade daquilo que aparece (mundo), mas o segredo invisivel e insondavel, a fonte de origem absolutamente gratuita donde provem todo ser vivente, isto e, o amor. Mas o amor nao e a relacao reciproca entre os seres, nem um sentimento nascido no interior das relacoes humanas, nem um vinculo temporal, mas o vinculo inefavel do eterno, o manadeiro de vida cuja essencia nao e a reciprocidade humana, mas a pura gratuidade daquilo que se doa gracioso e dadivoso.
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MARCIO VICTOR DE SENA DINIZ
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Doutorando: Márcio Victor de Sena Diniz
Título: O DEBATE TOLERACIONISTA A PARTIR DE MORE, LOCKE, MILL,
MARCUSE E WALZER: HISTÓRIA, PROBLEMAS E NOVAS PERSPECTIVAS
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Data: 16/07/2018
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Hora: 09:00
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Resumo
O objetivo desta Tese e investigar o debate toleracionista, empreendendo um exame das tres
questoes que consideramos mais relevantes na atualidade: o problema conceitual da polissemia
da tolerancia e as multiplas acepcoes do termo; o problema metodologico da tipologia
toleracionista e a relacao entre os diferentes tipos de tolerancia; e o problema pratico dos
limites. Defenderemos, ao longo do trabalho, que, apesar de ter alcancado resultados bastante
frutiferos no decorrer de seus cinco seculos de existencia, a discussao em torno da tolerancia
historicamente apresentou dois graves equivocos que, a nosso ver, impediram um
desenvolvimento mais promissor do debate: o equivoco da confusao conceitual e o equivoco da
imprecisao terminologica. Por essa razao, apresentaremos uma proposta de terapia linguistica
para aplica-la no conceito de tolerancia, visando elucidar os dois equivocos mencionados e, com
isso, esbocar novas perspectivas para o desenvolvimento dos problemas acima listados.
Dividido em sete capitulos, este trabalho comecara examinando seis obras pertencentes a
tradicao toleracionista: a Utopia de Thomas More (Capitulo 1); a Carta acerca da Tolerancia
de John Locke (Capitulo 2); Sobre a Liberdade e A Sujeicao das Mulheres, ambas de John
Stuart Mill (Capitulo 3); Tolerancia Repressiva de Herbert Marcuse e Da Tolerancia de
Michael Walzer (Capitulo 4). No Capitulo 5, examinaremos, a partir da polissemia da
tolerancia, a necessidade de definir adequadamente cada acepcao do termo, apresentando a Tese
das Acepcoes Adequadas e das Acepcoes Inadequadas (TA), a Tese das Definicoes Opostas
(TDO) e a Tese da Irredutibilidade (TI) e discutindo as implicacoes logico-conceituais desse
primeiro conjunto de teses para o debate toleracionista. No Capitulo 6, discutiremos,
inicialmente, a Tese da Compatibilidade e da Incompatibilidade (TCI) entre os tipos de
tolerancia, mostrando de que forma esta serviria como uma alternativa para elucidar o problema
da tipologia, e, na sequencia, utilizaremos as ferramentas conceituais oriundas da TA e da TCI
para examinar alguns documentos juridicos toleracionistas (a Declaracao de Principios da
Tolerancia da UNESCO e as leis brasileiras 7.716/89 e 9.459/97). Finalmente, no Capitulo 7,
que tem como tematica central a questao dos limites da tolerancia, aplicaremos a TA e a TCI
nos textos de dois dos autores analisados inicialmente (Locke e Stuart Mill) e em um fenomeno
toleracionista retirado da realidade social brasileira (o caso Mein Kampf), e procuraremos
mostrar que uma possivel elucidacao do problema pratico dos limites esta condicionada pela
elucidacao do problema conceitual da polissemia e do problema metodologico da tipologia.
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PAULO ROBERTO ANDRADE DE ALMEIDA
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A ESFERA PÚBLICA POLÍTICA NO PENSAMENTO DE JÜRGEN HABERMAS: PROBLEMAS, LIMITES E PERSPECTIVAS
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Data: 18/04/2018
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Hora: 14:00
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O objetivo desta Tese e apresentar a evolucao do conceito de esfera publica politica, no
pensamento do filosofo alemao Jurgen Habermas. O autor acusara o declinio da esfera
publica liberal burguesa, corrompida pelo Poder, ao concluir sua obra Strukturwandel
der Offentlichkeit e persegue o tema ao longo de toda sua carreira academico-editorial.
Logo, e oportuno indagar: como revitalizar (ou repolitizar) a esfera publica? Acreditamos
que o passo decisivo para enfrentar tal aporia seja a substituicao da metafora de
sitiamento pela metafora de eclusas, num novo modelo de circulacao do poder, o que
seria tematizado em Faktizitat und Geltung. Nossa pesquisa bibliografica, de carater
dedutivo, pretende demonstrar como o autor supera os condicionamentos historicos e
sociologicos presentes na sua concepcao inicial de esfera publica e, valendo-se da
filosofia da linguagem, da teoria dos sistemas de Luhmann e dialogando com varios
intelectuais, inaugura uma nova apreensao de sociedade, como sistema e mundo da
vida. O uso pragmatico da linguagem concorre para a formacao da vontade e da
opiniao dos individuos, que intervem junto ao complexo parlamentar, determinando o
direcionamento de suas decisoes. Isto e o que chama de democracia deliberativa,
procedimento que e legitimado pelo Direito.
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