PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO (PPGAU)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: MARIA HELOÍSA ALVES DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA HELOÍSA ALVES DE OLIVEIRA
DATA: 31/07/2024
HORA: 14:30
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: O Ethos de uma Escola: a formação do arquiteto no Recife (1948-1974)
PALAVRAS-CHAVES: Escola do Recife; Formação do Arquiteto; Ethos
PÁGINAS: 376
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Arquitetura e Urbanismo
RESUMO: A historiografia da arquitetura brasileira, há quase 80 anos, destaca a arquitetura moderna desenvolvida no Recife, evidenciando o papel do curso de Arquitetura criado em 1932 na Escola de Belas Artes de Pernambuco na formação de gerações de arquitetos. Essa produção modernista pernambucana é frequentemente referida como “Escola do Recife”; porém, há debates na literatura sobre o termo e seu significado. A presente tese reflete sobre a existência de uma “escola” de arquitetura autônoma em Pernambuco. Questionase se seria apenas uma denominação historiográfica ou um conjunto de fundamentos compartilhados entre docentes e discentes no ambiente acadêmico e aplicados na prática profissional e se tais fundamentos podem constituir uma escola. A investigação se volta ao curso, aos agentes envolvidos – gestores, docentes, discentes etc. – e aos métodos de ensino predominantes, partindo do pressuposto de que é no curso de arquitetura que se dá a produção e reprodução de ideias. Como chave teórico-metodológica, aproximamo-nos da ideia de “Ethos”, entendida como um conjunto de traços e modos de comportamento que conforma a identidade de uma coletividade. Assim, estudamos o ethos do curso de Arquitetura do Recife. Além disso, realizamos uma pesquisa documental no acervo institucional do curso, disponibilizado pelo Memorial Denis Bernardes-UFPE, além de entrevistas com 18 egressos do curso, interpretadas através da Análise do Conteúdo. Os resultados permitiram identificar os elementos caracterizadores do ethos da Escola do Recife em quatro categorias. No ethos do ensino, o curso do Recife combinava os padrões do Ministério da Educação com o ideário da arquitetura moderna, tendo a preocupação com o conforto ambiental como um dos principais pontos transmitidos. Já o ethos social, analisado por meio dos perfis dos sujeitos envolvidos, mostrou que muitos atuaram em níveis local, regional e nacional. No ethos cultural, observou-se que Pernambuco apresentava um contexto favorável à educação, arquitetura e artes, facilitando a instalação da instituição. Quanto ao ethos do lugar, identificamos o papel importante dos edifícios ocupados pelo curso na conformação da identidade do grupo. Inicialmente situado na Rua Benfica, o curso tinha um corpo escolar pequeno, gerando uma “atmosfera de ensino” fértil à formação da escola. Na década de 1950, a formação da Faculdade e a mudança para a Sede do Seminário de Olinda, e posteriormente para a sede própria na Avenida Conde da Boa Vista, se assiste um amadurecimento do corpo escolar. Na década de 1970, com a reforma universitária de 1969, e com a formação do Departamento de Arquitetura e Urbanismo e a mudança para a Cidade Universitária em 1974, observou-se uma mudança no ethos constitutivo, culminando na extinção da Faculdade nesse mesmo ano. A abordagem de compreensão do Ethos desse grupo, nas suas quatro dimensões, nos leva a um reposicionamento do debate acerca de seu entendimento como uma escola de fato. Acreditamos que a partir deles o termo escola pode ser sim utilizado, pois, a Escola do Recife, se tratou de um grupo cujo processo de transmissão de conhecimento ocorre entre mestres e epígonos, ou seja, entre arquitetos, artistas e engenheiros que graduaram uma primeira geração de arquitetos, que depois passam a compor o corpo docente da escola, retroalimentando esse ambiente de ensino, ambiente esse isolado que contribuiu na construção de uma identidade coesa. Além disso, o conteúdo discutido por esse grupo, sobretudo acerca de uma prática de uma arquitetura moderna ajustada ao lugar, acabou por alterar - como estudos já demonstraram - o ambiente construído no qual o grupo atuou.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - GEORGE ALEXANDRE FERREIRA DANTAS
Presidente - 330.815.654-72 - LUIZ MANUEL DO EIRADO AMORIM - UFPE
Externo à Instituição - MARCIO COTRIM CUNHA
Externo à Instituição - NIVALDO VIEIRA DE ANDRADE JUNIOR
Interno - 2334173 - WYLNNA CARLOS LIMA VIDAL