PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO (CT - PPGAU)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: GABRIEL DE OLIVEIRA MADRUGA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GABRIEL DE OLIVEIRA MADRUGA
DATA: 14/11/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: Fachadas fantasmas: os espectros da arquitetura eclética na cidade de João Pessoa
PALAVRAS-CHAVES: Ecletismo na arquitetura; Leitura histórico-morfológica; Obituário arquitetônico; Modernização urbana; Patrimônio cultural.
PÁGINAS: 176
RESUMO: A arquitetura do passado sobrevive no espaço urbano como um espectro, apagada da memória oficial. As edificações, testemunhos de tempos passados, inscrevem-se como fachadas fantasmas – vestígios de permanências e rupturas que assombram a cidade. Esta pesquisa versa sobre o ecletismo na arquitetura da cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, do final do século XIX à 1ª metade do século XX – período de modernização urbana quando esta arquitetura, pautada na liberdade compositiva e polifonia estilística, tornase instrumento de afirmação do ideário republicano. São mais de mil exemplares conhecidos, signos de uma multiplicidade de léxicos então em voga e testemunhos do elo entre paisagem colonial e contemporânea. Apesar de tal relevância, os espectros do ecletismo, quando presentes na literatura local, surtem menções breves e superficiais, sendo recorrentemente vislumbrados sob uma única lente. Para além da deficiência documental, há um menosprezo relativo às políticas de proteção patrimonial, que têm favorecido outros tipos arquitetônicos, vulnerabilizando a integridade física dessa linguagem. A presente dissertação objetiva realizar uma leitura histórico-morfológica da arquitetura eclética, adotando como recorte as edificações situadas no perímetro e adjacências do núcleo inicial da cidade do fim do século XIX à 1ª metade do século XX. Mediante (re)constituição da trajetória formal da linguagem, intenta-se (re)conhecer a recepção e formas de representação do ecletismo na urbe. Para tanto, o trabalho incursiona no registro do acervo vivo somado à reconstituição do acervo morto, um ‘obituário arquitetônico’ para recuperar vestígios de edificações demolidas ou desaparecidas. A amostra abrange 1157 edificações, incluindo 911 remanescentes, 225 demolidas e 21 desaparecidas. O mapeamento da linguagem permitiu decodificar sua dispersão urbana bem como compreender sua resposta às dinâmicas urbanísticas. Aplicou-se treze atributos analíticos para sistematizar os exemplares segundo parâmetros formais e funcionais, com ênfase na conformação de suas fachadas. O esforço permitiu avaliar a produção eclética local à luz dos fatores econômicos e socioculturais que condicionaram a manifestação, recepção e difusão da linguagem. Os resultados indicam que o ecletismo se espraiou nas áreas de ocupação mais antiga – sobretudo no Varadouro e Centro – e se estendeu de forma expressiva em bairros como Trincheiras, Tambiá e Jaguaribe, onde assumiu papel estruturante na expansão urbana. Sob a ponto de vista morfológica, revela continuidades com o modus aedificandi colonial, perceptíveis na ausência de recuos laterais e frontal, volumetrias compactas, telhados em duas águas com empenas laterais e fachadas assimétricas. Supõe-se que as permanências decorrem não apenas de limitações técnicas, mas das restrições urbanísticas impostas aos bairros antigos, onde o ecletismo frequentemente se manifesta como “maquiagem” aplicada sobre edificações preexistentes. Nos setores de expansão da urbe, onde difundiu-se entre estratos sociais elevados, a liberdade construtiva promovida pela introdução de recuos favoreceu composições arquitetônicas diversificadas, aproximando-se da contraparte europeia, onde a linguagem foi gerada.
MEMBROS DA BANCA:
Externo(a) à Instituição - FRANCISCO SALES TRAJANO FILHO
Presidente(a) - 335061 - IVAN CAVALCANTI FILHO
Interno(a) - 338233 - MARIA BERTHILDE DE BARROS LIMA E MOURA FILHA
Interno(a) - 2334173 - WYLNNA CARLOS LIMA VIDAL