PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: GUILHERME EWERTON ALVES DE ASSIS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GUILHERME EWERTON ALVES DE ASSIS
DATA: 29/04/2025
HORA: 10:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: Quando as indumentárias da vida encontram refúgio na mortalha geracional: fantasmagorias da família (com)pactuam com seus herdeiros n’A camisa do marido, de Nélida Piñon
PALAVRAS-CHAVES: Transgeracionalidade; Herança; Nélida Piñon; Transmissão psíquica.
RESUMO: (In)violando as ‘sepulturas literárias’, nas precárias malhas que (re)cobrem a família, debruçamo-nos sobre o conto “A camisa do marido” (2014), publicado no livro homônimo, de Nélida Pinõn, no intento de investigar os fantasmas familiares, hamleticamente confeccionados pelo pai e sustentados pela figura materna, que assombram e dilaceram os filhos. Enquanto tais espectros parentais amedrontam os vínculos de parentesco, aprisionando-os sob a égide de pactos inconscientes, eles, por meio desses mesmos contratos, asseguram sua vitalidade, perpetuação e (compulsão à) repetição ao longo das gerações. Na narrativa em análise, após a morte do patriarca, a família (des)organiza-se em torno da camisa do falecido, apropriada inicialmente pela viúva e encriptada numa urna, mantendo, consequentemente, a figura do pai viva-morta, no acervo da grei parental. Intenta-se, pois, escrutinar as estruturas, assaz ruidosas, elementares do parentesco, postas em relevo pelos signos nelidianos, hábeis em inventariar a herança humana, em seu cortejo fúnebre e/ou amoroso. Examinamos o enquadramento afetivo que, na poética em tela, territorializa os conflitos e seus agentes (personagens), de modo a reverberar, pela palavra, os tributos a serem pagos por todos os sujeitos, fadados desde à origem, como Narciso, a se reconhecer no lago mortificante da alteridade. Nessa diegese, outonal por excelência, deparamo-nos com uma fecunda etnomitologia da alma familiar, capaz de traduzir, em imagens e enunciações insaciáveis, as abstrusas intercorrências da subjetividade humana. Para tanto, recorremos, para fundamentação teórica, aos escritos da ciência psicanalítica, sobretudo de vertente (pós)freudiana, que trazem à baila os enigmas do “inconsciente familiar/grupal”, os dramas dos pactos inconscientes, as criptas dos vivos-mortos da família e os espectros da transgeracionalidade, quais sejam: A transmissão do psiquismo entre gerações (1998) e Parentesco fantasmático (1995), de Eiguer; As alianças inconscientes (2016), de Kaës; e A casca e o núcleo (1995), de Abraham e Törok.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3567041 - HERMANO DE FRANCA RODRIGUES
Externo à Instituição - JESÚS ONEIVER ARELLANO PÉREZ
Externo à Instituição - LUCIANA JARAMILLO CARUSO DE AZEVEDO