PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Notícias
Banca de DEFESA: CLARICE CARDOSO DE MORAIS
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CLARICE CARDOSO DE MORAIS
DATA: 28/04/2025
HORA: 15:00
LOCAL: Sala 514 do CCHLA
TÍTULO: TRANSGRESSÃO E INSUBALTERNIDADE FEMININAS NO ROMANCE TORTO ARADO, DE ITAMAR VIEIRA
PALAVRAS-CHAVES: Romance contemporâneo; Torto Arado; Itamar Vieira Júnior; vozes femininas
PÁGINAS: 106
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: Na produção do conhecimento, os estudos decoloniais surgem como um movimento de
elaboração e de reposicionamentos. Isto proporciona uma nova perspectiva e nos redireciona a respeito dos processos colonizatórios. Partindo deste pensamento decolonial e feminista, a
presente pesquisa de dissertação possui como corpus o romance brasileiro Torto arado (2019), do escritor baiano Itamar Vieira Junior. A partir do conceito de literatura negro-brasileira (Cuti, 2010), busca-se, em um primeiro momento, discutir as dificuldades que as vozes insurgentes de escritoras negras enfrentam e, por isso, precisam cavar espaços em busca de uma visibilidade crítica e da validação pelo mercado editorial brasileiro que, por vezes, demora muito a acontecer; por outro lado, escritores homens alcançam a visibilidade crítica sem a necessidade de tantos esforços; até mesmo os homens negros se destacam com mais facilidade do que as escritoras negras que discutem os mesmos temas e questões críticas e de denúncia social. Após uma breve contextualização sobre o cânone literário, consideramos algumas questões problemáticas que configuram o meio canônico como patriarcal e embranquecido. Para entender tais aspectos e de que maneira o nosso corpus se encaixa nessa esteira literária, executa-se um levantamento da crítica especializada, priorizando compreender a recepção do público e a repercussão entre leitores/as e revistas de divulgação, no que se refere ao romance Torto arado. Em um terceiro momento, busca-se retomar a discussão sobre a recepção crítica e o efeito estético que o texto ficcional provoca, a partir da transgressão da narrativa e da reinterpretação da realidade. Posteriormente, buscamos analisar as categorias de transgressão, insubalternidade e feminino em Torto arado, partindo da premissa de que as protagonistas e narradoras do romance são mulheres negras, nordestinas e exploradas, apesar de executarem atos de transgressão e (in)subalternidades para, através de suas vozes, romperem e resistirem às práticas violentas disseminadas pelo regime colonial. Para fim de tais objetivos, tratamos, primeiramente, da obra de Itamar Vieira dentro de um contexto nacional de crítica especializada e não especializada, no aprofundamento das discussões sobre decolonialidade, e recorremos a autores como: Lugones (2008), Quijano (2000), Vergès (2020), hooks (2019; 2023), Gonzalez (1984; 2020), Federici (2023); pensando a noção de subalternidade e insubalternidade, apoiamo-nos na autora pós-colonial Spivak (2010); para tratar da Teoria do efeito estético e da receptividade, nos valemos dos autores Iser (1999a; 1999b) e Costa Lima (2000, 2002 e 2017); e para analisar as noções de feminismo negro e vermos as narradoras através de seus atos de transgressão e insubalternidade, Evaristo (2009) e, novamente Vergès (2020), hooks (2019; 2023), Gonzalez 1984; 2020). Deste modo, nossa análise nos permitiu estabelecer paralelos com a decolonialidade e o lugar ocupado pelas mulheres negras do romance, Bibiana e Belonísia, já que estas não se limitam a um espaço de silenciamento, contudo se posicionam por meio da voz e da insurgência frente a um sistema opressor e violento.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3007651 - JULIANA HENRIQUES DE LUNA FREIRE
Interno - 2641290 - MOAMA LORENA DE LACERDA MARQUES
Externo à Instituição - VERÔNICA PRUDENTE COSTA