PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: JEFFERSON XAVIER FREIRE DA COSTA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JEFFERSON XAVIER FREIRE DA COSTA
DATA: 12/06/2025
HORA: 14:00
LOCAL: videoconferência
TÍTULO: Uma Análise Decolonial do Nepantla e da Nepantlera Nas Obras Escrita e em Áudio Chicana Falsa de Michele Serros.
PALAVRAS-CHAVES: Michele Serros; Nepantla; Nepantlera; Literatura Chicana; Decolonial.
PÁGINAS: 144
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: A Literatura Chicana nasce e floresce dentro do Movimento Chicana/Chicano (1940 1970). Entendida muitas vezes como Literatura Translíngue, de Fronteira, Intercultural e/ou Sem Residência Fixa, forja para si um espaço de resistência e luta que dá palco às múltiplas vivências da comunidade. Michele Serros, californiana de Oxnard, figura como um potente nome neste cenário literário e exibe ativismo, engajamento e decolonialidade. Sua obra Chicana Falsa: And Other Stories of Death, Identity, and Oxnard (1993) foi seu ponto inicial para adentrar este hall . Posteriormente, consolidou se ao lançar a coletânea em áudio Chicana Falsa: Selected Stories (1997), um audiolivro. Em ambas obras, a autora, suas personagens e composições, são desafiadas a transitar por mundos, construindo identidades que refletem suas heranças como produtos da interseção. Contemporânea de Serros, Gloria Anzaldúa (1987) denominou esse fenômeno do entre-lugar, de nepantla. Esta cosmopercepção é entendida tanto como um processo transicional quanto um pensamento liminar e pode manifestar-se em diversos momentos da vida. Nepantla estimula transformações e gera crises (espiritual, psíquica, identitária etc.), trata-se sobretudo de um espaço liminar. Advinda deste contexto, a nepantlera torna-se uma mediadora que desafia as normas hegemônicas e os processos de assimilação, oferecendo a (re)configuração e a (re)conexão com suas raízes e cultura. Os conceitos de nepantla e nepantlera de forma a contribuir com o pensamento decolonial, encontram-se em confluência na vida e obra da autora Serros que mescla mundos e traz suas múltiplas vivências para a Literatura. Considerando o exposto, esta dissertação tem como objetivo fazer uma análise decolonial de ambos, nepantla e nepantlera, presentes nas composições de Serros acima citadas. Quanto à metodologia, trata-se de uma pesquisa bibliográfica e qualitativa com o intuito de abrir diálogo com o pensamento decolonial. Para isso, conta-se com as/os pensadoras/pensadores do grupo Modernidad/Colonialidad tais como: Mignolo (2003; 2008), Quijano (2005; 2019; 2021), Lugones (1987; 2014; 2015) e Maldonado-Torres (2007). Quanto aos objetivos específicos, buscaremos: i. trazer uma abordagem de cunho histórico, político e social da comunidade Chicana através de Alaniz e Cornish (2008), Castillo (2004), Chávez (2002) e Vasconcelos (1940). ii. Apresentar um panorama da Literatura Chicana com foco nas autoras que entre rajaduras forjam um locus de resistência e valorização com as suas composições. iii. Expor os conceitos de nepantla e nepantlera de Anzaldúa (1981; 1987; 2000; 2015; 2016) e classificá-los de acordo com suas especificidades tendo em conta personagens, experiências, sensações, nuances, paradoxos e impressões presentes nas obras. Como conclusões, o estudo sinaliza que o nepantla, bem como a nepantlera são resistência, (re)existência, ativismo e protagonismo. Ambos propiciam a (re)configuração identitária, cultural e exercitam a desobediência a práticas e saberes hegemônicos. São oportunidades de (re)construir o sistema fora dos tentáculos da colonialidade do poder, (re)formular subjetividades e valorizar as epistemologias do corpo, da terra, das espiritualidades e das experiências vividas.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CRISTINA DAYANA GUTIÉRREZ LEAL
Presidente - 1281549 - JOSE VERANILDO LOPES DA COSTA JUNIOR
Interno - 3007651 - JULIANA HENRIQUES DE LUNA FREIRE