PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
- Telefone/Ramal
-
(83) 3216-7289
Notícias
Banca de DEFESA: LÍVIA CAVALCANTE GAYOSO DE SOUSA
Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LÍVIA CAVALCANTE GAYOSO DE SOUSA
DATA: 20/06/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: Tenho mais almas que uma: o percurso ficcional de Ricardo Reis, da heteronímia pessoana às telas de cinema
PALAVRAS-CHAVES: Ricardo Reis; percurso ficcional; personagem; adaptação fílmica.
PÁGINAS: 344
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: A presente investigação objetiva discutir, a partir da observação da categoria personagem, a trajetória ficcional de Ricardo Reis, engendrada por três autores portugueses: Fernando Pessoa, autor originário, que concebeu o heterônimo na primeira década do século XX, José Saramago, que o transubstanciou em protagonista do romance O ano da morte de Ricardo Reis (1984), e João Botelho, realizador da adaptação fílmica homônima (2020). Quanto ao primeiro movimento heteronímia/romance , os estudiosos já haviam publicado diversas investigações, como se observa em trabalhos saídos ainda na década de 80, como o de Luís Rebelo (1985) e de Teresa Cristina Cerdeira (1989), bem como em publicações contemporâneas como as de Carlos Reis (2017; 2018a; 2028c) e Sara Grünhagen (2021; 2022; 2024). Busca-se, nesta pesquisa, investigar os reflexos desse percurso, considerando também a segunda, e mais recente, transmutação de Ricardo Reis, da linguagem literária para a cinematográfica, bem como as representações simbólicas inerentes à mudança de linguagens. Como ponto de partida para desenvolvimento da investigação, consideramos o seguinte problema de pesquisa: como analisar, a partir da categoria personagem, os sentidos produzidos no percurso de Ricardo Reis, desde a heteronímia, passando pela adaptação romanesca, até a adaptação fílmica? Para isso, apoia-se analiticamente em conceitos como personagem (Candido, 2011; Gomes, 2011; Brait, 2014; 2017; Reis, 2001; 2017; 2018), hipertextualidade (Genette, 2010), adaptação (Stam, 1992; 2003; 2006; 2008; Hutcheon, 2013; Azerêdo, 2012; 2013; 2019; 2022), intermidialidade (Rajewsky, 2012), dialogismo (Bakhtin, 1997a; 1997b; 2002; 2019; Barros, 1997), dentre outros. Ricardo Reis, um dos três principais heterônimos pessoanos, foi eleito por José Saramago para ter a sua biografia, descrita em detalhes por Pessoa, continuada. O autor, então, valeu-se dos elementos constantes em cartas e demais escritos do poeta fingidor, para construir um personagem de ficção baseado em outro ser ficcional, que é uma das definições possíveis para a figura do heterônimo. Saindo, portanto, da condição de poeta inventado para a de um personagem romanesco, temos um primeiro deslocamento desse personagem. Com a adaptação cinematográfica da obra O ano da morte de Ricardo Reis, percebe-se um segundo deslocamento, ainda mais produtivo, em termos analíticos, uma vez que as estratégias utilizadas para a adaptação podem instrumentalizar a produção e, sobretudo, a ampliação de sentidos da obra de arte. Espera-se, desse modo, contribuir para a verticalização do estudo da categoria personagem, por meio da análise do percurso ficcional de Ricardo Reis no âmbito de diferentes meios semióticos, levando em consideração, ainda, a atualidade temática da película, que fomenta o caráter plurissignificativo da adaptação fílmica. Por fim, pretende-se que a tese constitua uma contribuição crítica tanto para a área de estudos em literatura, com a discussão de obras de autores abalizados como Fernando Pessoa e José Saramago, quanto para a sua atualização em outras mídias, sobretudo o cinema, através da abordagem da obra de João Botelho.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1439887 - EXPEDITO FERRAZ JUNIOR
Interno - 6337291 - GENILDA ALVES DE AZEREDO
Presidente - 1356709 - LUIZ ANTONIO MOUSINHO MAGALHAES
Externo à Instituição - MARIA ANALICE PEREIRA DA SILVA
Externo à Instituição - VALÉRIA ANDRADE SOUTO-MAIOR