PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Notícias
Banca de DEFESA: JOSEANE MENDES FERREIRA
Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSEANE MENDES FERREIRA
DATA: 18/06/2025
HORA: 18:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: NUNCA FOMOS TÃO FELIZES: ESPAÇO NARRATIVO E CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS NA OBRA DE MURILO SALLES
PALAVRAS-CHAVES: Cinema. Espaço narrativo. Construção de sentidos. Murilo Salles.
PÁGINAS: 140
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: O estudo das categorias narrativas revela-se essencial para compreender as múltiplas camadas de significado presentes em uma obra fílmica. Elementos como o espaço, por exemplo, geram efeitos estéticos e funcionam como agentes narrativos que fortalecem o enredo, estabelecem atmosferas específicas e contribuem para a construção dos personagens. A dimensão analítica do espaço expande-se de acordo com as escolhas de cada diretor, que utiliza essa categoria para aprofundar a narrativa e potencializar seus significados. Nesse contexto, o espaço pode vir a assumir a centralidade no estudo de uma obra. Desse modo, esta tese tem por objetivo geral analisar o filme Nunca fomos tão felizes (1984), do diretor brasileiro Murilo Salles, observando prioritariamente como a categoria espaço atua para a construção de sentidos na narrativa através da busca de identidade e memória do personagem Gabriel, e sua relação com o tempo, considerando os aspectos sociais da ditadura militar que estão engendrados na ficcionalidade do cinema brasileiro produzido nos anos de 1980. Um dos nossos objetivos é analisar a composição visual do filme, observando as características do estilo narrativo de Murilo Salles, com foco na construção fragmentada da história, destacando suas escolhas estéticas. Em nossa pesquisa, a análise do espaço narrativo será central na abordagem e, para isso, fundamenta-se nos estudos de Osman Lins (1976), Gaston Bachelard (2008) e Ozíris Borges Filho (2009), permitindo compreender sua construção dentro da narrativa. Além do conceito principal a operar em nossa pesquisa o espaço narrativo outras categorias virão como subsidiárias: personagem e tempo. A caracterização e função dos personagens são abordadas a partir das reflexões de Antonio Candido (2011) e Beth Brait (1998), enquanto a interação entre tempo e espaço tem como suporte teórico Benedito Nunes (1976) e Mikhail Bakhtin (1998). Questões de identidade e pertencimento contam com Stuart Hall (2014) e as relações entre memória individual e coletiva na construção do sentido espacial baseiam-se nos estudos de Henri Bergson (1999), Carlos André Carvalho (2013), Jacques Le Goff (2013) e Maurice Halbwachs (2003). Para a análise dos elementos da mise-en-scène, recorremos a David Bordwell (2008, 2013), Kristin Thompson (2013) e Jacques Aumont (2008). Por fim, as contribuições de Linda Hutcheon (1991, 2011) são fundamentais para discutir o texto fílmico e a metaficção historiográfica no objeto de estudo. Em Nunca fomos tão felizes, o espaço é um elemento ativo na construção da narrativa, influenciando diretamente os personagens e sua relação com o tempo. Com a pesquisa, percebe-se que os espaços do filme o internato, o apartamento e a Boate Twist refletem o estado emocional do protagonista, funcionando como extensões de sua solidão, busca por identidade e conflitos internos. O tempo, por sua vez, é marcado por uma sensação de incerteza, no qual reforça as ausências do personagem Gabriel. Portanto, a interação entre espaço, personagens e tempo estrutura a diegese do filme, bem como intensifica suas camadas simbólicas, tornando-se essencial para a construção de sentidos no filme do diretor Murilo Salles.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1356709 - LUIZ ANTONIO MOUSINHO MAGALHAES
Externo à Instituição - MARCELO DE LIMA FERNANDES
Externo à Instituição - RAIMUNDA MARIA DOS SANTOS
Externo à Instituição - RAYSSA MYKELLY DE MEDEIROS OLIVEIRA