PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: IVSON BRUNO DA SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: IVSON BRUNO DA SILVA
DATA: 04/07/2025
HORA: 14:30
LOCAL: videoconferência
TÍTULO: Literatura e Memória: o Ciclo da cana-de-açúcar de Claribalte Passos
PALAVRAS-CHAVES: Literatura; Memória; Ciclo da cana-de-açúcar; Claribalte Passos.
PÁGINAS: 183
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: Diagramada na simbiose entre texto e contexto, a memória torna-se um agente ativo da ficcionalidade, por imprimir um curso dialético: a convocação de experiências do passado notifica os indivíduos acerca da retrospecção e dos referentes – individuais e coletivos – definidores de novas assimilações do presente. Essa asserção dá outro relevo às formas diegéticas, na medida em que ora repercute ações pretéritas na tessitura literária, ora sublinha uma evocação norteada pelos trilhos da realidade. O enquadramento desses vieses referendados pela literatura acompanha o principal objetivo a ser alcançado nesta Tese: analisar contos do conjunto das obras do nominado Ciclo da cana-de-açúcar de Claribalte Passos, à luz da memória. Composta pelos livros Estórias de Engenho (1973), Universo Verde (1975), Estórias de um Senhor-de-Engenho (1976) e Atrás das nuvens, onde nasce o sol (1977), a série de narrativas, cujo pano de fundo é o espaço rural da região de Caruaru, em Pernambuco, emoldura uma civilização açucareira sob um prisma realista: adorna enredos com motivos memorialísticos, histórico-culturais e folclóricos, com a pretensão de retomar um universo canavieiro que direcionou a maneira como o homem se formou em grupos sociais diversos. Os quatro contos, um de cada obra, escolhidos para serem investigados, são iluminados por pressupostos teóricos que respondem a encruzilhadas de solidariedades entre a estética, a memória e a vida. Eles são prescrutados pela rememoração de um horizonte social com cosmovisão controversa: por um lado, envolvido com os costumes e saberes populares, as crendices regionais, a cultura afro-brasileira e a riqueza folclórica; por outro, comprometido com a tradição do senhorio, balizado pela estirpe da escravização, estruturado pelos dilemas da violência política entre o coronelismo e o cangaço, comprometedor de identidades coletivas e figurado pelo “fogo morto” e ascensão das usinas. As dimensões ficcional e contextual também se aproximam de aspectos biográficos do autor pernambucano, dado o conteúdo de suas lembranças entre os engenhos nordestinos. Nesse sentido, o fundo memorialístico permite à ficção claribalteana o material necessário à feitura de um projeto estético, articulando elementos narrativos a impressões das vivências em sociedade. Esse percurso desnuda o preterimento e o esquecimento de Claribalte Passos e suas obras nos estudos literários brasileiros, porém, por meio deste trabalho, também legitima seu valor e incentiva sua retirada dos escombros monolíticos da literatura ou de prateleiras empoeiradas de velhos sebos.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1347382 - ANA CRISTINA MARINHO LUCIO
Interno - 1285167 - ELAINE CRISTINA CINTRA
Externo à Instituição - JOAO BATISTA PEREIRA
Externo à Instituição - MAGNA LIMA MAGALHÃES
Presidente - 3245878 - MARINÊS ANDREA KUNZ