PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
(83) 3216-7289

Notícias


Banca de DEFESA: MACKSA RAQUEL GOMES SOARES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MACKSA RAQUEL GOMES SOARES
DATA: 29/08/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Vídeoconferência
TÍTULO: CORPOS EM TRAVESSIA: ANCESTRALIDADE, FRATURA E MEMÓRIA NAS POÉTICAS NEGRAS-FEMININAS DE EMANCIPAÇÃO E CURA EM CONCEIÇÃO EVARISTO E RYANE LEÃO
PALAVRAS-CHAVES: Poesia negra feminina; Corpos travessia; Feminismo negro; Estudos decoloniais; Mulheres negras.
PÁGINAS: 162
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
SUBÁREA: Literatura Brasileira
RESUMO: A Literatura produzida por mãos negras é movimento de decolonizar a escrita, de romper com silêncios prescritos e históricos. Esse aquilombamento de palavras transforma linguagem em ação, (Lorde, 2019), ao mesmo tempo que reescreve um novo tempo à tradição literária brasileira. Alinhado a isso, as mulheres negras tecem os fios de esperança, de sonhos, de resistências quando escrevem sobre si, sobre o coletivo, sobre suas dores e alegrias, sobretudo quando se demoram em suas ancestralidades para recontar novas histórias. Nesse sentido, a poesia negra-feminina é porta aberta para esse caminhar decolonial e emancipatório de corpos femininos negros remendados pelos desmandos da tecnologia colonial. É nesse limiar que elaboramos processos de articulações em nós mesmas para recriar realidades, reverberar possibilidades, como destaca Audre Lorde (2019), por isso, para as mulheres negras, a poesia não é luxo, é ferramenta de sobrevivência, de resistência. Diante do exposto, esta pesquisa se assenta no lirismo de resistências proposto nas obras, Poemas da Recordação e outros movimentos (2017), de Conceição Evaristo, Jamais peço desculpas por me derramar, (2019), de Ryane Leão, obras que formam a corpora desta tese. Os escritos de ambas as autoras elucidam sobre o feminismo negro orquestrado por mulheres que erguem-se em meios às violações de raça, gênero e classe e, de modo simultâneo, alvitram a ancestralidade, a memória, a religiosidade, a cura, empoderamento, e, por meio dessa literatura feminina, desarticulam estruturas violentas impostas pela colonização e constroem epistemologias decoloniais para refletir sobre o corpo doído de mulheres colonizadas. Gera-se, para tanto, uma escrita de travessia que surge dessa poesia de mulheres pretas, um corpo-abrigo. Desse modo e na contracorrente da colonialidade do poder, ser e especialmente de gênero, o objetivo deste estudo é refletir sobre a poesia negra-feminina de Conceição Evaristo e Ryane Leão como ferramenta ancestral, feminista negra e decolonial que subverte e promove rasuras epistemológicas frente às estruturas coloniais que fraturam e violentam corpos de mulheres negras secularmente. Ainda nessa perspectiva, esta análise está ancorada de forma específica em teorizar sobre o feminismo negro e as contribuições dos estudos decoloniais a partir de vivências plurais de mulheres negras marginalizadas; identificar a Literatura negra-brasileira como quilombo de palavras e construção identitária para desmantelar imagens estereotipadas dentro do cânone por meio de novas epistemes; refletir sobre a escrita feminina negra como travessia na contramão do sexismos, machismos e outras violações estruturantes que circundam esses corpos. Nessa esteira, a metodologia escolhida é a descritiva de caráter bibliográfico e natureza qualitativa na perspectiva da crítica literária interdisciplinar que versem sobre as narrativas tecidas pelas autoras arroladas acima. Parto, nesse sentido de alguns pressupostos teóricos críticos e necessários elaborados por alguns estudiosas/os para refletir acerca os estudos decoloniais, colonialidade/modernidade, desobediência epistêmica a exemplo de Quijano (2002), Mignolo (2017), Maldonado-Torres (2008), Kilomba (2019). A partir do viés feminista negro, decolonial e valho-me dos estudos, de Collins (2016), Carneiro (2019; 2020), Hooks (2018; 2019;), Gonzalez (2020), Lugones (2014; 2020) e outras. Para pensar sobre a poesia negra brasileira, como instrumento de resistência, de ancestralidade negra, alguns embasamentos são importantes como, Evaristo (2005; 2007;2009), Alves (2010), Souza (2017;2019), Martins (2007), Lorde (2019), Sales (2019), Rodrigues (2029) dentre outras/os aqui referenciadas/os com o intuito de empregar os principais embasamentos teóricos para um desenvolvimento de análises mais aprofundadas, para refletir os caminhos literários e a construção feministas decoloniais pelos quais este estudo passeia.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CLAUDIA LETÍCIA GONÇALVES MORAES
Externo à Instituição - CRISTIAN SOUZA DE SALES
Interno - 1532557 - DANIELLE DE LUNA E SILVA
Externo à Instituição - FRANCIELLE SUENIA DA SILVA
Presidente - 2301171 - LUCIANA ELEONORA DE FREITAS CALADO DEPLAGNE