PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS (CCSA-PPGCC)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Notícias
Banca de DEFESA: IRIS MARIA OLIVEIRA DE SOUSA
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: IRIS MARIA OLIVEIRA DE SOUSA
DATA: 09/12/2025
HORA: 15:00
LOCAL: Plataforma digital por videoconferência
TÍTULO: DISCLOSURE DO GUIDANCE E EXCESSO DE CONFIANÇA: ANÁLISE DA
RELAÇÃO ENTRE PROJEÇÕES CONFIANTES E O VALOR DE MERCADO DAS EMPRESAS
PALAVRAS-CHAVES: Guidance; Excesso de Confiança; Valor de Mercado; Finanças
Comportamentais; Divulgação Voluntária.
PÁGINAS: 123
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Administração
SUBÁREA: Ciências Contábeis
RESUMO: Esta pesquisa investiga a relação entre o excesso de confiança dos gestores, a prática de
Disclosure do Guidance (projeções voluntárias) e o valor de mercado das empresas
listadas na B3, no período de 2018 a 2024, resultando em uma amostra com 2.058
observações. A principal contribuição do estudo consiste na abordagem metodológica
integradora adotada para mensurar o fenômeno comportamental do excesso de
confiança. Propõe-se uma métrica dual, inédita no contexto nacional, que combina um
índice interno construído por meio de Análise de Componentes Principais (ACP) a
partir de características do CEO, CFO e Diretor de Relações com Investidores,
incluindo uma proxy baseada na exposição e atividade em redes sociais e uma
medida externa, fundamentada em decisões corporativas (investimentos, aquisições e
endividamento). O Guidance foi mensurado por meio de um checklist multidimensional
aplicado aos Formulários de Referência, superando as abordagens binárias tradicionais.
Para lidar com a natureza censurada dos dados de Disclosure e com potenciais questões
de endogeneidade, foram empregados modelos econométricos robustos, incluindo
regressões Tobit e o Estimador Generalizado de Momentos (GMM). Os resultados
empíricos indicam uma relação negativa e estatisticamente significativa entre excesso
de confiança e emissão de Guidance, levando à rejeição da hipótese H1, que previa uma
associação positiva. Esse resultado sugere que gestores com níveis mais elevados de
confiança tendem a divulgar menos projeções formais, possivelmente por considerarem
que o mercado já é capaz de inferir seu desempenho futuro sem a necessidade de
sinalizações adicionais. Essa relação negativa mostrou-se mais pronunciada para
projeções de natureza financeira (H2), indicando que o viés comportamental pode
exercer influência diferenciada sobre os componentes do Disclosure mais associados ao
desempenho e às expectativas de mercado. A associação com projeções de
investimentos (H3), embora presente, apresentou menor robustez estatística. Por fim, a
hipótese H4 foi confirmada, apontando uma associação negativa entre projeções
influenciadas pelo excesso de confiança e o valor de mercado das empresas, o que
indica que o mercado pode ajustar negativamente a precificação diante de comunicações
percebidas como excessivamente confiante. Em síntese, esta pesquisa avança na
integração entre Finanças Comportamentais e a literatura de Disclosure voluntário,
evidenciando que a ausência de divulgação também pode constituir um sinal
comportamental relevante. Metodologicamente, apresenta um framework original e
replicável. Do ponto de vista prático, os resultados reforçam a importância de considerar
as características comportamentais dos gestores nas análises de comunicação
corporativa de cunho voluntário e como isso impacta o valor de mercado das empresas.
MEMBROS DA BANCA:
Interno(a) - 1775506 - ORLEANS SILVA MARTINS
Externo(a) à Instituição - RAFAEL VAZ PALMEIRA
Presidente(a) - 1526402 - WENNER GLAUCIO LOPES LUCENA