PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO (PPGAU)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: PATRICIA COSTA E SILVA CRUZ

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PATRICIA COSTA E SILVA CRUZ
DATA: 15/12/2015
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de Multimídia
TÍTULO: Das cores das ruas: um estudo sobre as urbanidades do bairro do Altiplano Cabo Branco João Pessoa/Paraíba
PALAVRAS-CHAVES: Urbanidade. Configuração físico-espacial. Efeitos sociais. Altiplano Cabo Branco
PÁGINAS: 200
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Arquitetura e Urbanismo
RESUMO: A urbanidade pode ser entendida como a situação de equilíbrio entre a dimensão espacial e a dimensão social, inerentes ao espaço urbano; i.e. situações em que se percebe segurança nas ruas e calçadas, espaços públicos apropriados às atividades sociais urbanas e dinamizados por diversidade de funções, bem como co-presença de pessoas de classes sociais, gênero e idades distintos. Esta qualidade do urbano é cada vez mais rara nas cidades contemporâneas brasileiras, sendo a inferência estatal, equivocada e permissiva, e o aumento da violência urbana alguns dos principais motores do visível desajuste da(s) urbanidade(s) atuais. O bairro do Altiplano Cabo Branco, em João Pessoa/PB, constitui um objeto privilegiado de investigação da urbanidade, uma vez que abriga, em um espaço relativamente restrito de observação, configurações de cidade estereotipadas e radicalmente opostas, erguidas notadamente a partir da aprovação de um Decreto Municipal 5.844/07, no ano de 2007. Este trabalho objetiva compreender as relações entre espaço e sociedade nos três principais setores que compõem o Altiplano, à luz do conceito de urbanidade. Consiste num estudo acerca dos espaços públicos, configurações físico-espaciais, tipologias edilícias e interfaces público-privadas do bairro, assim como dos efeitos sociais destas diferentes situações, perceptíveis nas apropriações dos espaços públicos e em entrevistas com a população usuária. A pesquisa propõe uma aproximação físico-espacial do objeto, através da análise morfológica e preenchimento de fichas-guia embasadas nos autores-chave; promove ainda uma aproximação de natureza social, a partir da análise das práticas sociais e sociabilidades urbanas observações in loco e entrevistas com os usuários do espaço público. Ao término da pesquisa, percebe-se a influência dos fatores de qualidade dos espaços públicos, configuração espacial e interfaces público-privadas, na utilização dos espaços públicos. Em oposição, o medo da violência urbana aparece como justificativa reincidente, no que se refere ao abandono do espaço público, por determinados grupos sociais. Conclui-se, no entanto, que a apropriação social dos espaços públicos ocorre, por vezes, em fenômenos de superação de deficiências e de entraves espaciais, que tenderiam justamente a desestimular qualquer tipo de uso do espaço público; relações de amizade e vizinhança entre determinados grupos sociais, além da má qualidade dos espaços da esfera privada, surgem como fatores de peso neste sentido, e em alguns segmentos do bairro. Este trabalho alerta, enfim, para as consequências das mudanças das configurações físico-espaciais vertiginosas e pouco planejadas, que atendem a interesses de grupos específicos hegemônicos. Ademais, trata-se de situações urbanas fortemente alimentadas por uma "cultura do medo", com repercussões visíveis no que concerne às apropriações dos espaços públicos, por determinados grupos de indivíduos. A partir deste retrato complexo e contemporâneo da cidade, é possível discutir perspectivas e traçar as influências destas situações, sobre o despertar da urbanidade local, atualmente fragilizada e deficiente, com tendências ao desurbanismo.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1768957 - MARCELE TRIGUEIRO DE ARAUJO MORAIS
Interno - 337162 - JOVANKA BARACUHY CAVALCANTI
Externo à Instituição - VINICIUS DE MORAES NETTO