PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: RODOLFO MORAES FARIAS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RODOLFO MORAES FARIAS
DATA: 28/02/2023
HORA: 08:00
LOCAL: Sala 407
TÍTULO: Da mulher vazia à mãe possível: as agonias da maternidade e a erosão feminina em Buchi Emecheta e Ayọ̀bámi Adébáyọ̀
PALAVRAS-CHAVES: Literaturas africanas. Pós-colonialidade. Autoria feminina. Estudos de gênero. Maternidade. Buchi Emecheta. Ayọ̀bámi Adébáyọ̀
PÁGINAS: 300
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: A emergência das literaturas africanas (pós-coloniais) de autoria feminina se deu em um contexto de dupla resistência, pois as primeiras escritoras do continente precisaram enfrentar o mundo masculino local, que desdenhava de seus textos, e o mercado editorial internacional, que as alocava indiscriminadamente junto às feministas ocidentais, cujas demandas não coincidiam com as suas. À luta contra a opressão de gênero foi então somada a disputa por independência, por alforria epistêmica, de modo a poderem dizer de si sem a influência masculina – e longe da interferência do feminismo euro-(norte-)americano. No que concerne à maternidade, as autoras africanas tiveram de se distanciar tanto da idealização masculina à figura da Mãe África, quanto do desdém ocidental ao papel materno, sobretudo numa época em que o direito ao aborto era a principal bandeira do movimento das mulheres. A maternidade africana, parte indissociável da essência ontológica autóctone, precisou da pena feminina para se libertar, rejeitando igualmente a apatia ocidental e a ideação local. Autoras como a nigeriana Flora Nwapa, a ganesa Ama Ata Aidoo e a senegalesa Mariama Bâ, por exemplo, deram os primeiros passos e abriram caminho para que outras pudessem trilhá-lo. Buchi Emecheta, contemporânea dessas vanguardistas e ela própria uma pioneira da literatura feminina nigeriana, teve seu quarto romance, As alegrias da maternidade (1979), transformado em símbolo da luta pela igualdade feminina no continente – atacando, além da precariedade da condição da mulher naquela sociedade, a maternidade como instância de aviltamento e martírio para as mães, que, idealizadas pelo imaginário cultural, não gozavam, em vida, das benesses cantadas pelos poetas e griots. Na longa tradição literária daí surgida, destaca-se Ayọ̀bámi Adébáyọ̀ , jovem escritora cujo romance de estreia, Fique comigo (2017), prova que o abuso materno – (mal) disfarçado de deferência e culto à mãe – ainda segue cruciando muitas mulheres, quer ante a compulsoriedade da função materna, quer em razão das exigências torturantes feitas às mães. Este trabalho consiste, portanto, na análise das duas obras mencionadas, precedida de um exame da escrita pós-colonial africana – que se propõe a estudar o surgimento e expansão dessas literaturas no último (meio) século, principalmente a produção escrita de expressão feminina, de humilde começo, mas que floresceu e hoje se mostra em nada devedora, em qualidade e alcance, à tradição masculina.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - FRANCISCA ZULEIDE DUARTE DE SOUZA
Interno - 2641290 - MOAMA LORENA DE LACERDA MARQUES
Externo à Instituição - RAÍRA COSTA MAIA DE VASCONCELOS
Interno - 1757884 - SAVIO ROBERTO FONSECA DE FREITAS
Presidente - 1613139 - VANESSA NEVES RIAMBAU PINHEIRO