PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: THAÍSE GOMES LIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: THAÍSE GOMES LIRA
DATA: 27/02/2023
HORA: 09:30
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: AS CASAS DE VIDRO EM NÓS: panóptico e contranarrativa nas obras de Ievguêny Zamiátin, Ivan Ângelo e Rubem Fonseca
PALAVRAS-CHAVES: Distopia. Panóptico. Contranarrativa. Ievguêny Zamiátin. Ivan Ângelo. Rubem Fonseca.
PÁGINAS: 200
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: As narrativas distópicas brasileiras dos séculos XX e XXI possuem ressonâncias da distopia russa Nós (2017 [1924]), de Ievguêni Zamiátin, e é necessário um olhar mais atento sobre essas produções, em aspectos estruturais e temáticos. Nesta tese, entre os variados aspectos em comum nas obras distópicas, ressalto dois pontos principais: primeiro, a ideia do panóptico de Jeremy Bentham, que pode ser representada nas ferramentas de controle, opressão e repressão populacional nas distopias; segundo, o conceito de contranarrativa de Raffaella Baccolini nas narrativas analisadas neste trabalho. A principal obra analisada nesta tese é Nós (2017), um romance distópico escrito no início da década de 1920, mas publicada apenas em 1924, na cidade de Nova Iorque (EUA) e em inglês, porque a censura na U.R.S.S. vetava a publicação de obras como aquela no seu país de origem. A narrativa russa é construída em forma de entradas de um diário, no qual o engenheiro e matemático D-503, membro orgulhoso do Estado Único (novo sistema de governo mundial), fala do seu novo mundo, da sociedade que, para os “números” (ou unifs) é a mais perfeita da história, e também dos elementos opositores que começam a se levantar contra o regime do Benfeitor, o chefe da nação. Nós (2017) influenciou importantes narrativas distópicas, como Admirável Mundo Novo (2014 [1932]), de Huxley, e 1984 (2009 [1949]), de Orwell, entre outras; embora alguns autores discordem do pioneirismo russo no gênero, o que é defendido por Booker (1994), o reflexo de Zamiátin nas obras distópicas é perceptível na análise: no uso da força bruta para reprimir movimentos, nas transformações espaciais e sociais, na centralização de poder, nas tecnologias avançadas, na falta de harmonia social e na forte presença do vidro, em toda a sua simbologia. A pesquisa, que é bibliográfica, qualitativa e explicativa, parte da apresentação da fortuna crítica dos autores mencionados no estudo; na sequência, fala das perspectivas teóricas da narrativa segundo Todorov (2013), Genette (2015; 2017), Reuter (2004) e também da contranarrativa como um discurso de resistência, segundo Baccolini (1995). Posteriormente, aborda o panoptismo, segundo Bentham (2019), caso em que são essenciais também os estudos de Foucault (1987). Adiante, apresenta a obra Nós (2017), de Zamiátin, em seus traços distópicos, e, para isto, são fundamentais os preceitos teóricos de Booker (1994), Baccolini (1995), Claeys (2010), Vieira (2010) e Moylan (2016). Por fim, a tese apresenta a análise da obra de Zamiátin, mais o estudo dos contos “O quarto selo (fragmento)” (1987 [1969]), de Rubem Fonseca, e “A casa de vidro” (1979), de Ivan Ângelo, de modo a estabelecer semelhanças e distinções entre as obras do corpus. Esta pesquisa buscou incentivar os estudos comparativos entre a distopia brasileira e a russa, pela relevância e originalidade da obra de Zamiátin, e pela influência notável do escritor russo sobre autores da literatura distópica universal.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ELTON LUIZ ALIANDRO FURLANETTO
Externo à Instituição - ILDNEY DE FÁTIMA SOUZA CAVALCANTI
Externo à Instituição - JOÃO PAULO DA SILVA FERNANDES
Presidente - 1809459 - LUCIANE ALVES SANTOS
Externo ao Programa - 1939016 - MICHELLE BIANCA SANTOS DANTAS