O exame de DNA se realiza através da análise de sequências muito variáveis do genoma, chamadas de marcadores genéticos. Os marcadores presentes no cromossomo Y representam marcadores de linhagem, pois são transmitidos do pai para os filhos homens, sem mudanças. O conhecimento desse padrão genético permite o estudo de casos de investigação de paternidade, na identificação de estupradores e na identificação humana através da vinculação genética, entre indivíduos masculinos, pertencentes à mesma linhagem patrilínea. Para a adequada aplicação desses marcadores em uma população, porém, devem ser realizados estudos de frequências alélicas para se conhecer o grau de polimorfismo destes na população. Neste estudo, 17 marcadores STRs (DYS456, DYS389I, DYS390, DYS389II, DYS458, DYS19, DYS385a, DYS385b, DYS393, DYS391, DYS439, DYS635, DYS392, Y_GATA_H4, DYS437, DYS438 e DYS448) da região não recombinante do cromossomo Y foram analisados em 300 indivíduos não aparentados da Paraíba, estado do nordeste brasileiro. Um total de 276 diferentes haplótipos foi identificado, 254 dos quais eram únicos, 20 foram observados duas vezes e 2 foram observados três vezes na população investigada. A diversidade haplotípica encontrada foi de 0,9994, enquanto o poder de discriminação individual foi de 0,9134. A origem principal dessa população nordestina brasileira é do povo de Portugal, ao invés dos angolanos e dos nativos americanos. Estes resultados fornecem informação útil para prática forense na Paraíba, Brasil.