Bactérias desempenham um papel fundamental na saúde dos corais. Devido à confirmação de que elas podem ser patogênicas ou mutualistas, aumentou o interesse no estudo de microrganismos associados aos corais. Nos recifes costeiros do Estado da Paraíba observam-se casos de alteração de pigmentação no escleractíneo Siderastrea stellata, que provavelmente ocorre no processo de branqueamento de corais. Neste trabalho objetivou-se analisar a quantidade e diversidade de bactérias cultiváveis associadas ao coral S. stellata sadio e com coloração alterada (roxo) dos recifes de corais de Cabo Branco, João Pessoa – PB, bem como os parâmetros físico-químicos e microbiológicos de água do mar da área estudada durante um ano. Entre as variáveis ambientais (temperatura, salinidade, pH, oxigênio dissolvido, turbidez) de água dos recifes e da praia de Cabo Branco apenas a turbidez apresentou maiores diferenças entre os locais estudados. Na base das análises de coliformes termotolerantes, Escherichia coli e enterococos foi constatado que a água dos locais analisados se enquadra dentro dos parâmetros para águas salinas de classe I (CONAMA 274/00). Em geral, os valores da densidade de bactérias totais e Vibrio spp. foram significativamente maiores em água do mar nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Na base de dados de sequenciamento parcial do gene rRNA 16S foi constatado que as bactérias isoladas de S. stellata sadia e roxa pertenceram ás classes de Alfa-proteobacteria e Gama-proteobacteria, sendo que a variedade dos gêneros de bactérias foi bastante distinta entre os isolados das duas colônias. Os isolados da colônia roxa apresentaram um alto percentual de Vibrio spp., que são bactérias geralmente relacionadas com as doenças de corais.