Este texto pretende discutir as questões que dizem respeito à construção da imagem do Brasil no âmbito internacional, abordagem que se faz necessária uma vez que o País está, hoje em dia, retomando um espaço de destaque no cenário internacional. Para isso, analisamos de que forma a performance de Carmen Miranda constrói a memória nacional a ser legada a partir de retóricas holísticas – mosaico de regionalidades – e como a indústria da música e do cinema as reelaboram embalando sob o título de identidade brasileira/latina. Para isso, destacamos a difusão da canção popular massiva através do rádio no início do século 20; abordamos o cenário do samba no Rio de Janeiro do mesmo período com base na visão de autores da época; destacamos também as discussões acerca das dicções atribuídas ao gênero samba nesse período; trabalhamos o caminho do samba desde a roda até o momento em que ele chega às rádios e gravadoras; vemos um panorama dos primeiros passos do cinema nacional e a ligação deste com a indústria fonográfica e tentamos perceber como essa ligação beneficiou as duas indústrias no Brasil. Destacaremos também o processo político, econômico e midiático da construção das retóricas holísticas lançando mão de clássicos da historiografia deste assunto, quais sejam: Gilberto Freyre (1998), Sérgio Buarque de Holanda (1995) e Roberto DaMatta (1986 e 2004) para percebermos os indícios de regionalidades na performance de Carmen Miranda que nos dêem pistas da construção da nacionalidade midiaticamente.