O presente estudo buscou compreender como se dão na atualidade manifestações de publicações culturais que se colocam como uma alternativa ao jornalismo cultural feito pelos veículos tradicionais locais, como modo de entender se tais publicações produzem um discurso sobre a cultura e o cotidiano diferenciado do que é produzido pelo jornalismo praticado por grandes empresas de comunicação. Para tanto escolhemos como corpus os quatro números da revista ‘Fome de quê?’ (Fmq?) e sete números da Cenário Cultural, principais publicações do gênero que circulam no Estado da Paraíba pautando a cultura local e que não estão ligadas a grandes empresas de comunicação. Analisamos aqui as características dessas duas publicações de modo a entender quais formas alternativas ao modelo do jornalismo praticado pelos veículos convencionais se apresentam nestas revistas. Focamos nossa análise no modo de organização dessas revistas enquanto veículo de comunicação e na seleção e abordagem das pautas, ou seja, observamos de que maneira seus modos de organização, seus sujeitos, linguagens, pautas e objetivos, entre outros elementos, se combinam na formação do seu discurso sobre a cultura e no cotidiano que representam. Quanto à abordagem da pesquisa, a opção foi pela Sociologia do Cotidiano e o método de procedimento foi o Formismo. Ao evidenciar as formas sociais os estudos do cotidiano nos dão subsídios para analisar as partes, as formas alternativas, em um contexto que não favorece a definição do todo, no nosso caso, o enquadramento das revistas como alternativas em sua totalidade.