A necessidade de criação de novos meios de comunicação guiada pelas mudanças de paradigmas que se apresentam com o desenvolvimento técnico e tecnológico, bem como pela manifestação de novas culturas e economias na sociedade, está cada vez mais latente. Em meio a estas inúmeras transformações tecnológicas, o cartaz bem que poderia sofrer consequências de limitação dadas as suas características gráficas impressas. Entretanto, sendo apropriado pela digitalização midiática, este gênero propagandístico apresenta hoje formas e recursos digitais interativos nunca antes visto neste meio. Provocada pelos processos de midiatização e pela cultura digital, a instauração das tecnomediações estabeleceu no cartaz um novo tipo de comunicação e relacionamento tanto com o indivíduo como com o entorno em que está inserido, instigando assim, uma interação dinâmica a partir de recursos digitais próprios desta nova era. Porém, não seria de se esperar que o cartaz, em meio às características estáticas e impressas, pudesse perder sua funcionalidade uma vez reconfigurado? Ao permitir a interação e a adesão de dispositivos em seu suporte, não estaria deixando de ser considerado um cartaz? Tais questionamentos são fundamentais para este trabalho, no qual tentaremos evidenciar as mudanças de paradigmas do cartaz em conjunto com os avanços técnicos e tecnológicos que foram se dando com o passar do tempo, até chegarmos à cultura digital, em que está inserido como nova prática social. Também procuraremos demonstrar as implicações que estas novas práticas de uso deste meio está provocando na sociedade: mudanças nos ambientes coletivos, novas relações de interação dos indivíduos com o digital etc. Sendo assim, levantamos a hipótese de que apesar das alterações digitais provocadas no cartaz, este meio continua sendo caracterizado e reconhecido como tal, demonstrando a capacidade que possui de adaptação e desenvolvimento junto às tecnologias da época em que se encontra inserido.