Para a televisão e o telejornalismo no Brasil, o momento atual é de transformação de conceitos, padrões e práticas. O Jornal Nacional (JN), da Rede Globo, está inserido nesse processo de mudança de paradigma e vem experimentando, pontualmente, na cobertura internacional, as possibilidades do uso de novas tecnologias, como, por exemplo, o celular e a webcam, substituindo o aparato técnico profissional (e até produzindo um efeito de presença do jornalista no local onde se encontra a fonte, neste caso, via internet) em situações que vão da exceção a uma aparente rotina. Dessa maneira, o JN leva ao seu público um telejornal que mantém formatos convencionais (como a reportagem e a participação direta do repórter), mas apresenta-os, contudo, em diferentes modos de expressão, uma vez que os recursos à disposição dos correspondentes, hoje, permitem mais discrição nas gravações, mobilidade, praticidade, custos menores, bem como colocam em xeque os referenciais, poucas vezes negociáveis, de qualidade técnica de áudio e vídeo da emissora. Acreditamos que variáveis como a conjuntura dos fatos noticiados, seja de exceção ou de rotina, e a própria relevância das notícias ou das fontes entrevistadas pela reportagem agem diretamente sobre a necessidade de adoção dessas tecnologias. Esta pesquisa se debruça, em particular, sobre o papel do mediador (correspondente) e nas escolhas e apropriações da tecnologia, quando necessário, a serviço do telejornal. Além disso, pretendemos que nossa maneira de interpretar valorize e coloque em perspectiva o contexto profissional e cultural em que a prática jornalística se deu. A pesquisa toma como referência metodológica os operadores de análise dos Modos de Endereçamento do programa,desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa de Análise de Telejornais, da Universidade Federal da Bahia, associados ao conceito de Gênero Televisivo.