O movimento punk no Brasil transformou-se ao longo das últimas três décadas (1981-2010): aderiu a novos elementos e, além da música, incorporou e modificou bandeiras de luta política. Os fanzines (publicações artesanais independentes) produzidos neste movimento também estiveram à frente dessas transformações ao inserirem narrativas do cenário cotidiano e abriram espaços de discussão sobre temas políticos e musicais. Tendo como objeto de investigação os discursos produzidos nesses fanzines, nosso objetivo é analisar as transformações no cotidiano deste movimento, bem como compreender quais as possibilidades e os limites políticos deste. Para tanto, faz-se necessária a discussão dos seguintes eixos: a) o que é este meio, os fanzines, seu histórico e a sua relação com o campo da comunicação alternativa e; b) quem produz este meio, o movimento punk, a compreensão deste sujeito social enquanto expressão da categoria social da juventude. Vale ressaltar que o estudo parte do referencial teórico-metodológico marxista do cotidiano, junto ao método qualitativo da Análise de Discurso.