PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO (PPGC)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: TASSIO JOSE PONCE DE LEON AGUIAR

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TASSIO JOSE PONCE DE LEON AGUIAR
DATA: 26/08/2015
HORA: 10:00
LOCAL: PPGC - Sala 111
TÍTULO: ENTRE NOTÍCIAS E “FORMULÁRIOS” POLICIAIS: Uma análise da construção midiática de jovens vítimas de crimes violentos nos periódicos Correio da Paraíba e Jornal da Paraíba
PALAVRAS-CHAVES: construção midiática; crime violento; juventude; análise de conteúdo; valores-notícia
PÁGINAS: 162
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Comunicação
SUBÁREA: Teoria da Comunicação
RESUMO: Esta pesquisa analisou como são construídas as notícias sobre jovens vítimas de crimes violentos, nos cadernos de Cidades e Últimas dos jornais impressos Correio da Paraíba e Jornal da Paraíba, durante uma amostra referente ao ano de 2014. O objetivo foi identificar o sentido provocado pelas escolhas feitas por ambos os periódicos, observando aspectos como a valoração atribuída a esse tipo de matéria, a diversidade de conteúdo publicado, as fontes ouvidas, o caráter do noticiário, bem como as percepções dos media sobre a juventude, a criminalidade e os indivíduos juridicamente desviantes. O método empregado foi a Análise de Conteúdo (AC), por permitir que fosse possível identificar as tendências de apresentação dos acontecimentos, transformando os dados brutos, como textos e imagens, em estatísticas claras e justificadas. O aspecto quantitativo possibilitou ainda uma abordagem de cunho qualitativo, em que se avaliaram os pormenores identificados através dos indicadores numéricos. Nessa trajetória, foram essenciais as contribuições de autores da comunicação, da sociologia, da antropologia e da AC, como Cremilda Medina, Mauro Wolf, Mar de Fontcuberta, Émile Durkheim, Howard Becker, Roberto DaMatta, Pierre Bourdieu, Mario Margulis, Marcelo Urresti, Michel Foucault, Laurence Bardin e Heloiza Herscovitz, discutindo temas como valores-notícia, crime, desvio, violência, juventude, além da viabilidade metodológica. Alcançando-se os objetivos propostos, verificou-se que, em geral, ambos os veículos estudados constroem o noticiário de forma bastante semelhante: sem que haja uma noção consensual sobre o que é ser jovem nem um peso maior por se tratar de vítimas nesse momento etário, priorizam o atendimento do lead jornalístico (quem fez o que, quando, onde, como e por que), limitam-se à descrição das ocorrências a partir de fontes oficiais, não acompanham fotografias, não recebem destaque na capa e, sobretudo, não problematizam o que aqueles casos específicos representam. Assim, a construção midiática segue um padrão, como se o jornalista apenas respondesse a questões exigidas em um formulário, de modo que as vítimas poderiam intercambiar-se nas matérias, sem que fossem necessárias alterações na estrutura noticiosa. Constatou-se, porém, que os veículos têm potencial de ir além da informação burocrática, como se vê em notícias sobre assuntos diversos. Leva-se a crer que essa formularização se deve ao fato de os periódicos não verem o tema com grande valor-notícia, mas continuam a publicá-lo, para reforçar sua vigilância panóptica sobre o seio social.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 338356 - DERVAL GOMES GOLZIO
Externo à Instituição - LUCIANA MARIA RIBEIRO DE OLIVEIRA
Interno - 336970 - WELLINGTON JOSE DE OLIVEIRA PEREIRA