PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA (PIPGF)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: WÉCIO PINHEIRO ARAUJO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: WÉCIO PINHEIRO ARAUJO
DATA: 03/12/2018
HORA: 09:00
LOCAL: Sala 506/CCHLA
TÍTULO: Ideologia e Capital: crítica da razão imanente à sociedade moderna.
PALAVRAS-CHAVES: Ideologia. Capital. Razão. Ideia. Virtualidade real.
PÁGINAS: 307
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
RESUMO: Esta tese oferece um acesso critico ao problema da ideologia situado no seio da relacao entre realidade e consciencia na sociedade moderna. Elaboramos a questao a partir da ontologia hegeliana atualizada pela critica marxiana, isto e, como um totalidade formada a partir de mediacoes disparadas por meio da contradicao fundamental que desenhamos enquanto uma distensao formada por rupturas e continuidades entre: de um lado, o conteudo das relacoes sociais historicamente estabelecidas, isto e, a realidade concreta do capital enquanto razao social imanente a sociedade moderna, decifrado em formas sociais como o valor, a mercadoria, o capital financeiro, o capital ficticio, etc.; e de outro, a forma que adquire consciencia a maneira como essas relacoes sao vivenciadas pelos individuos nesta sociedade sob a mediacao da forma ideologia. Situamos as distensoes provocadas por essa contradicao determinante no campo global da interacao entre realidade e consciencia como uma contradicao sempre em processo. Contradicao entre conteudo e forma, que se desdobra em uma serie de determinacoes, formando assim uma totalidade constituida a partir de como esses fenomenos estabelecem mediacoes interagindo entre si na conformacao de uma complexa teia que nos acostumamos a definir como sociedade. Pensar assim requer que nao se conceba a realidade como uma coisa externa; mas, ao contrario, de maneira ontologica enquanto uma exteriorizacao e uma extensao do proprio ser humano compreendido como um ser social (gesellschaftliche Wesen). Teorizamos que o ser humano e um produtor nao apenas de valores de uso, mas de realidade, que se materializa por meio dos mesmos processos a partir dos e pelos quais e produzida, isto e: o trabalho e a linguagem como uma unidade em sua razao social imanente que se manifesta objetivamente na historia entre conteudo e forma. Em nossa analise, demostramos como Marx herda de Hegel a chave da questao: aquilo que produzimos como realidade deve ser compreendido em termos das suas condicoes de producao simultaneamente subjetivas e objetivas. Em nossa argumentacao, por meio do conceito de virtualidade real, descortina-se uma conexao profunda entre o problema da ideologia reelaborado a partir de um acesso ontologico-dialetico resgatado em Hegel, e o problema da forma do valor (Wertform) em Marx, desde a forma mercadoria (Warenform) ate a razao imanente ao capital ficticio (fiktives Kapital) neste seculo XXI. A ideologia se mostra como uma astuciosa forma social que adquire a ideia na maneira dos individuos vivenciarem a razao imanente ao real produzida enquanto conteudo das relacoes sociais historicamente estabelecidas sob a dominacao capitalista. Concluimos que a ideologia opera “harmonizando” as contradicoes a medida que produz uma “verdade” social que abrange sua propria falsidade. Essa complexidade e o que denominamos por virtualidade real: a ideologia nao falseia o real, mas constitui sorrateiramente a realidade em seu processo de producao como uma progressao imanente assentada no movimento profundo dessa sociedade na interacao entre realidade e consciencia, desde o processo de trabalho transpassado pela linguagem, ate como este e subsumido e se torna apenas um momento do desenvolvimento do capital. Por fim, apresentamos dois momentos de analise no sentido de produzir alguns diagnosticos acerca da realidade politica contemporanea: i) O primeiro analisa as mediacoes entre ideologia, capital e Estado na quadra historica brasileira iniciada com o Plano Real; ii) O segundo analisa o contexto hodierno entre ideologia e capital na era digital da automacao do trabalho e da robotizacao da subjetividade politica.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 332380 - ANTONIO RUFINO VIEIRA
Externo ao Programa - 1569544 - CRISTIANO BONNEAU
Externo à Instituição - EDUARDO FERREIRA CHAGAS
Interno - 1669790 - ENOQUE FEITOSA SOBREIRA FILHO
Externo ao Programa - 6336645 - JALDES REIS DE MENESES
Externo à Instituição - LUCIANA AZEVEDO RODRIGUES