O Departamento de Mediações Interculturais DMI foi criado pela Resolução CONSUNI 34/2014 para promover atividades de ensino, pesquisa e extensão na área de, como o próprio nome diz, mediações interculturais. Em um mundo globalizado e interdependente, ainda que barreiras tenham sido quebradas, identidades nacionais e culturais são acentuadas, valorizando a diferença e exigindo não apenas profissionais tecnicamente competentes mas, sobretudo, sujeitos éticos, críticos, criativos e motivados, enfim, preparados para a compreensão das implicações culturais e sociais inerentes aos diálogos entre diferentes povos para fins de negociação (PPC LEA-NI, p.8). Nesse contexto pode-se agregar o que afirma Cohen (1980 apud Martinelli et al, 2004) Negociação é um campo de conhecimento e empenho que visa à conquista de pessoas de quem se deseja alguma coisa. Desta forma, entenda-se negociação não somente em termos mercantis, por exemplo, aplicados ao comércio exterior, que, indiscutivelmente, tem se mostrado uma das áreas de atuação mais relevantes dos egressos da área, mas, também, como algo mais amplo, incluindo intercâmbio e aproximação dos povos por meio da cooperação e do compartilhamento de conhecimento, que se dão por meio do contato face-a-face ou por meio de traduções, por exemplo, e todas as demais áreas inerentes a esses profissionais que têm como foco de sua atuação o mundo e sua diversidade cultural. Profissionais que veem nesse contexto um espaço possível e almejado de oportunidades, de promoção da integração, de fim de barreiras, da aproximação do que é interesse comum, sempre respeitando as diferenças. Nesta ótica, os diálogos devem transcender a decodificação linguística, haja vista que, para mediação da interação, os interlocutores utilizam-se de instrumentos culturais como vestimentas, níveis de aproximação, contato físico, tons de voz, entre outros aspectos envolvidos no contexto situacional e cultural da comunicação. Tal fator torna os tradutores e os negociadores internacionais verdadeiros mediadores entre culturas. Afinal, os mediadores interculturais, na sua essência são promotores, fomentadores e criadores de meios que facilitam o entendimento em ambientes de culturas diferentes, visando o melhor entendimento entre as partes, a comunicação com efetividade, a tradução e interpretação adequadas, o acordo e o entendimento, finalizando com a satisfação dos envolvidos.
Fonte: Projeto Proposta de Criação do DMI Processo 23074.037536/2014-26