PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA (PPGA)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
Não informado

Dissertações/Teses


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2024
Descrição
  • VANESSA KARLA MOTA DE SOUZA LIMA
  • Mais que um “Pedaço de Pano”: Uma etnografia sobre a prática religiosa do uso do véu islâmico entre mulheres muçulmanas do Nordeste do Brasil.
  • Orientador : MARIA PATRICIA LOPES GOLDFARB
  • Data: 27/06/2024
  • Hora: 09:00
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  • Este estudo propõe-se a investigar, por meio de uma abordagem antropológica, os usos do véu islâmico pelas mulheres muçulmanas nordestinas. Com o crescente aumento de revertidos muçulmanos nordestinos, o estudo se concentra em pesquisar a prática do uso do véu islâmico por muçulmanas nordestinas no Brasil e no mundo, propondo-se a mapear e discutir diferentes categorias de análise antropológica e as nuances da experiência religiosa islâmica das mulheres muçulmanas que fazem uso (ou não) do véu em seu dia a dia. Na trajetória da pesquisa científica, tratar-se-á de analisar as questões teóricas e metodológicas sobre diferentes abordagens, no que diz respeito a investigação entre muçulmanos, conceitos teóricos que viabilizam a aplicação do método etnográfico e novas categorias de análise – a exemplo da rede sociotécnica islâmica e sua pertinência para impulsionar o crescimento de revertidos muçulmanos na região. Neste estudo, são tratados os discursos e estatísticas coletadas por meio da entrevista pessoal e on-line de vinte e seis mulheres muçulmanas. O método etnográfico de análise é aplicado, a fim de compreender os sentidos e a conduta sobre o velamento das muçulmanas nordestinas. O estudo se proporá ainda a dialogar com diferentes autores, constituindo-se uma pesquisa multidisciplinar, a fim de entender o contexto teológico, histórico e cultural que elabora o pensamento das muçulmanas nordestinas e reproduzse em seus discursos. A pesquisa revelará que as mulheres muçulmanas nordestinas usam o véu islâmico como sinal de pertencimento, identidade e fé, a fim de fazer da modéstia e da obediência às prescrições religiosas (como a entendem e interpretam), uma conduta religiosa. A proposta é que esta pesquisa colabore para o entendimento dos sentidos do véu islâmico no nordeste do Brasil, produzindo reflexão, crítica e ações entre e para as muçulmanas nordestinas no mundo.
  • BETÂNIA MARIA ZARZUELA ALVES DE AVELAR
  • Respeito é pra quem tem. Sou “beradero” da linha do trem: a construção da identidade cultural “beradera” na cidade de Porto Velho/RO.
  • Orientador : ALEXANDRA BARBOSA DA SILVA
  • Data: 29/02/2024
  • Hora: 15:00
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  • Neste estudo, proponho-me a refletir antropologicamente os processos de construção e conformação da identidade beradêra em Porto Velho/RO. A pesquisa foi realizada na cidade de Porto Velho, capital do estado de Rondônia que compõe a Amazônia Ocidental, e tomou contornos a partir do objetivo geral de investigar os processos de construção sócio-histórica da identidade beradêra. Porto Velho apresenta uma história atravessada por múltiplos processos migratórios, mobilizados pelos seus diferentes “ciclos econômicos”. Essa realidade permeia a constituição de memória e identidade da região, em permanente disputa e reelaboração. Considerando tais questões, olha-se para os movimentos culturais da cidade, os quais vão fazer parte dessa disputa de memória, exercendo influência na ressignificação do termo beradeiro, historicamente utilizado como algo pejorativo. Para o desenvolvimento da pesquisa, utilizei da etnografia através da análise antropológica, recorrendo a observação participante e a participação no campo, além da abordagem da história de vida. A observação participante se deu por meio da minha inserção nos movimentos culturais e políticos relacionados à identidade “beradêra” na cidade de Porto Velho, e por meio dele constituí, a partir do lugar de “nativa”, o reconhecimento dos interlocutores da pesquisa, com os quais foram realizadas entrevistas narrativas. O material constituído durante o campo foi submetido a uma análise hermenêutica e a partir das reflexões tecidas foram desenvolvidos três capítulos, sendo estes: 1 - Porto Velho: serpenteando entre trilhos, águas e rodovia: reconstituição sócio-histórica dos processos das narrativas oficiais de constituição do Estado de Rondônia; 2 - Farinha pouca, meu pirão primeiro; 3 – Movimento Beradêro ou Beradêro em movimento. A partir da pesquisa, observou-se como movimentos culturais desempenharam um papel significativo na transformação das percepções e significados atribuídos ao termo beradeiro, moldando assim a identidade e a representação dos indivíduos que se autodenominam "beradêros" na região. Identidade essa que deve ser observada para além de um agregado de interações sociais, mas sobretudo pelo uso político e estratégico dos sinais diacríticos desta identidade.
  • CAMILLA IUMATTI FREITAS
  • Travessias do parto: gênero e itinerários gestacionais no arquipélago de Fernando de Noronha
  • Orientador : PEDRO FRANCISCO GUEDES DO NASCIMENTO
  • Data: 29/02/2024
  • Hora: 14:30
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  • Esta pesquisa reflete noções sobre cuidados e seus fluxos. A partir das vivências de mulheres gestantes da Ilha de Fernando de Noronha em deslocamentos de partos para o continente, faço análises etnográficas a partir de um arcabouço teórico-metodológico advindo sobretudo da antropologia da saúde, corpo e gênero, mas também da autoetnografia, para encontrar no cuidado o espaço comum entrecortado por gênero e trabalho. Aqui faço mergulhos metodológicos que viabilizaram a continuidade da pesquisa mesmo quando estive dedicada aos cuidados com a minha mãe, a partir de um importante evento de saúde que a deixou acamada. Sendo assim, esta pesquisa se propõe a pensar sobre como determinados fluxos involuntários, como a saída das gestantes da ilha para parir, diz respeito sobre gestão de risco, cuidado e governança reprodutiva.
  • JÁRDINA KELLY DA SILVA
  • Suicídio e racismo: uma reflexão antropológica acerca da ideação e de tentativas de suicídios realizadas por mulheres negras acolhidas pelo Cerir João Balula, João Pessoa/PB
  • Orientador : EDNALVA MACIEL NEVES
  • Data: 28/02/2024
  • Hora: 09:30
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  • Este estudo aborda as relações entre as práticas do racismo e o suicídio na população negra, com ênfase em mulheres negras a partir de pesquisa realizada no Centro Estadual de Referência da Igualdade Racial João Balula, vinculado à Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana – SEMDH. A problematização das relações entre esses termos – racismo e suicídio – é central para exercer a crítica sobre os processos de colonização e racialização das práticas cotidianas, assim como compreender o impacto desses processos na trajetória de vida de mulheres negras. Antropologicamente, essas relações são consideradas histórica e socialmente construídas, produzindo desigualdades sociais, raciais e de gênero. A escolha pelo CERIR João Balula buscou focar nos processos de transformação de políticas públicas em práticas quando se trata de racismo, enfatizando a perspectiva multidisciplinar da equipe do serviço. O objetivo foi identificar os impactos causados às mulheres negras a partir da experiência da injúria racial, envolvendo as relações pessoais, sociais e a existência de ideação ou tentativas de suicídio relatados por elas. Inicialmente, buscou-se informações epidemiológicas acerca do suicídio e práticas tentantes consolidadas pela Secretaria de Saúde do Município de João Pessoa, levando-se em consideração o quesito raça/cor. Em seguida, além da observação de campo, foram realizadas seis entrevistas com mulheres negras e quatro entrevistas com profissionais do referido Centro. Confirmou-se a informação de que as mulheres realizam tentativas de suicídio em relação aos homens, em João Pessoa. A partir das entrevistas, os profissionais afirmam que o serviço é uma forma de combater o racismo estrutural e institucional, que permeiam as relações sociais. Já elas narram as experiências pessoais da mulher negra na sociedade brasileira, trazendo episódios relacionados às suas vivências desde a infância, marcadas pelo crime de racismo e outras formas de violações e violências, como gatilhos para ideação e tentativas de suicídio. As narrativas registram o sofrimento e a dor causada pelas práticas de racismo, investindo sobre corpo – cabelo, magreza, cor da pele – às ideações e tentativas de suicídio.
2023
Descrição
  • MARINA PRADO SANTIAGO
  • MULHERES QUILOMBOLAS: a autoafirmação étnica-racial na comunidade de Caiana dos Crioulos – PB.
  • Orientador : PATRICIA ALVES RAMIRO
  • Data: 30/11/2023
  • Hora: 08:30
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  • Nesta dissertação, apresento as vivências e narrativas das mulheres quilombolas de Caiana dos Crioulos, localizado no município de Alagoa Grande, na região do Brejo paraibano. Durante o trabalho etnográfico, busquei observar e analisar como ocorre a dinâmica de afirmação étnico-racial na comunidade. A análise considerou a relação entre o corpo e o território, evidenciando o papel de liderança social e política das mulheres no contexto quilombola, em sintonia com a abordagem materno-centrada do Mulherismo Africana. Para tanto, a pesquisa respaldou-se no conceito de “escrevivências", proposto por Conceição Evaristo, como forma de abordar a gestão do ser e viver quilombola, levando em conta as interseccionalidades de suas identidades e experiências.
  • CÉSAR AUGUSTO VIANA DE LIMA
  • A cozinha de Santo e o os trabalhos de cura: experiências etnográficas em terreiros de Umbanda do semiárido nordestino
  • Data: 10/11/2023
  • Hora: 14:00
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  • Esta pesquisa parte do entendimento que é na cozinha onde se centra parte indispensável do ideário religioso que estrutura as relações dentro do terreiro de umbanda, bem como a compreensão da cozinha ritual em constante movimento, c o n s i d e r a n d o a comida ritual como linguagem e ato de resistência. Para além de sua dimensão física, de espaço onde se produzem as comidas rituais destinadas às deidades e aos membros do terreiro, a cozinha de santo também é espaço de construção e circulação de conhecimentos e memórias que são evocadas e compartilhadas entre os membros do terreiro. A comida, assim, delineia simbolicamente as fronteiras que participam da construção da identidade do próprio grupo. Neste contexto, o simbolismo dos alimentos, as memórias ancestrais que são evocadas a partir deles nos trabalhos de cura e a comida como marcador da identidade dos povos de terreiro são assuntos de interesse desta pesquisa. O foco recai especialmente no espaço ritual e sagrado, responsável por elaborar esta comida considerada sagrada na cozinha de santo. Este trabalho tem os seguinte objetivos: compreender a cozinha de santo e os trabalhos de cura- aqueles destinados ao cuidado da saúde fisica/espiritual de filhos e clientes do terreiro. Para entender melhor a dinamica desse universo optou-se por um caminho metodologico etnografico, onde foi possivel a observação participante, entrevistas, diario de campo e mapeamento. Através da metodologia conseguiu-se depreender o universo subjetivo do Terreiro de Umbanda Caboclo Oxóssi, onde foi possivel a identificação dos processos rituais em torno da cozinha de santo e a partilha de vivencias e memórias através da cozinha de santo. Também foi possivel o mapeamento de terreiros, elaboração de tabelas conforme o sistema de classificação de curas e doenças do terreiro e um diario de campo.
  • MARIANNA DE QUEIROZ ARAÚJO
  • Organização doméstica, mulheres e suas habilidades técnicas: uma etnografia entre grupos domésticos potiguara da aldeia Jaraguá (Paraíba)
  • Data: 31/10/2023
  • Hora: 14:00
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  • A presente pesquisa focaliza atividades domésticas voltadas a transações técnicoeconômicas, desenvolvidas por mulheres potiguara no interior de ambientes diversificados, sendo estes partes constitutivas do território habitado por estes indígenas. Tais atividades são o resultado de escolhas e estratégias organizadas para atender às necessidades de grupos domésticos (grupos familiares de pelo menos três gerações, com cooperação entre seus membros e obrigações de reciprocidadade), conformando propriamente uma ecologia doméstica. Os processos técnicos que resultam dessa ecologia estão centrados nas experiências individuais e coletivas em manguezais, várzeas e resquícios de Mata Atlântica, bem como em contextos urbanos, permitindo o desenvolvimento de habilidades e a aquisição de saberes sobre técnicas e materiais bastante diversificados, a partir do aprimoramento de um conhecimento tradicional local. A compreensão de base é a relevância de explorar um aspecto como o desenvolvimento das habilidades técnicas em mulheres e sua importância para a reprodução do grupo doméstico, além de entender como são construídas as estratégias de obtenção, gerenciamento e uso de recursos.
  • GABRIELA LUCENA DE OLIVEIRA COUTINHO
  • ENTRE BARRA E BACURAU: CAMINHOS DE UMA ANTROPOLOGIA DO CINEMA
  • Orientador : JOAO MARTINHO BRAGA DE MENDONCA
  • Data: 31/08/2023
  • Hora: 14:00
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  • Essa dissertação apresenta uma etnografia visual que busca construir diálogos entre a Antropologia Fílmica (FRANCE, 2000) e a Antropologia do Cinema (REYNA, 2017; HÍKIJI, 1998, CANEVACCI, 1984). Por esse percurso discuto os imbricamentos possíveis entre as duas perspectivas, que acabam por transbordar as fronteiras entre ciência e arte, real e imaginário, na busca pela construção dos sentidos do filme Bacurau (Kleber Mendonça Filho; Juliano Dornelles, 2019) em conjunto com o povoado de Barra, onde o filme foi realizado. Desta forma, também investigo os desdobramentos do encontro ocorrido entre o filme e o povoado: como a experiência dos moradores com relação ao filme se soma às histórias de vida dos habitantes? De que maneira o povoado é refletido no filme? Minha imersão em campo aconteceu mediada por câmera de vídeo, concebida como instrumento de pesquisa, junto às conversas feitas em terraços e mesas de jantar, assim como na observação das tarefas diárias de alguns trabalhadores do povoado, o que gerou 10 horas de material fílmico. O filme é entendido enquanto ferramenta de observação, de criação de realidades sociais e principalmente uma forma de produção de conhecimento sobre o mundo; tal afirmação é valida tanto para o material produzido pela relação com o campo, quanto para o filme Bacurau. Por fim, me deparo com processos em que a ficção impacta o real e vice-versa, deslocando e construindo percepções de mundo.
  • PRISCILA FAZIO RABELO
  • “MUITO ESPINHO, MAS TAMBÉM MUITAS FLORES”: OS IMPACTOS DA COVID-19 NA ALDEIA BARRA DE GRAMAME E NO ASSENTAMENTO SÍTIO TAMBABA -PB
  • Orientador : ESTEVAO MARTINS PALITOT
  • Data: 31/08/2023
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertação de mestrado visa compreender os impactos da pandemia da COVID-19 em comunidades rurais e indígenas no Litoral Sul da Paraíba. A pesquisa tem como objetivo apreender como, diante do contexto pandêmico, essas comunidades organizaram a produção e consumo material, simbólico e subjetivo. A princípio busco destacar as diferentes camadas sobrepostas que atravessam esses territórios: os conflitos históricos por terra, o atual avanço da especulação imobiliária e das fronteiras neoextrativistas, as diferentes violências estruturais, a intersecção da COVID-19 com outras doenças ou fatores de ordem sociopolítica que intensificam a disseminação do vírus. Em contrapartida, busco demonstrar, a partir de uma etnografia multiespécie, que diante desses desafios, tanto a aldeia Barra de Gramame, quanto o assentamento Sítio Tambaba foram singulares no enfrentamento da pandemia e suas mazelas. A nossa hipótese é que o baixo número de infectados e a ausência de óbitos pela doença ocorreu, a partir da consolidação de alianças multiespécies, sobretudo, entre mulheres e plantas tendo como lócus dessa produção os quintais desses dois territórios.
  • CINTIA PRETTI DI GIORGI
  • O Drama: Uma análise antropológica do teatro das mulheres da Praia da Pipa
  • Orientador : JOAO MARTINHO BRAGA DE MENDONCA
  • Data: 30/08/2023
  • Hora: 17:30
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  • Essa dissertação analisa uma encenação da cultura popular brasileira feita por mulheres, conhecida como Drama, de modo a refletir sobre a performatização da violência de gênero e questões sociais presentes no imaginário coletivo através de personagens sociais . Como e em que medida essa violência performada se relaciona ao processo colonial que precedeu a transformação do local, a praia da Pipa (RN), num destino turístico internacional? Como essa encenação que permite a esse grupo de mulheres que seus corpos ocupem papéis sociais que lhes são negados socialmente interferem no cotidiano da comunidade? Através da análise das imagens gravadas em vídeo em 2017, essa pesquisa procura revelar e entender melhor as relações entre o Drama e a condição das mulheres nesse momento globalizado, na perspectiva de uma antropologia do teatro e da performance.
  • JUSCELINO SILVA DE SOUZA
  • CAÇADOR É IGUAL GATO MARACAJÁ : Um estudo sobre o papel da atividade de caça entre os Tabajara do Litoral Sul da Paraíba
  • Orientador : FABIO MURA
  • Data: 30/08/2023
  • Hora: 14:00
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  • A atividade de caça é um fator essencial para que possamos entender como que conhecimentos tradicionais e as vezes até seculares são transmitidos de geração para geração através do compartilhamento mútuo entre grupos étnicos ou mesmo moradores de um determinado espaço territorial. Portanto esse trabalho tem como principal objetivo a análise da técnica de caça no litoral sul da Paraíba, centrando a atenção principalmente no território tradicionalmente ocupado pelos indígenas Tabajara. Tendo esse grupo étnico como principal foco de observação e análise, o intuito foi justamente evidenciar como que, neste território tradicional, conhecimentos técnicos, morais e culturais são passados de pessoa para pessoa através da atividade de caça. Quando falamos técnicos dizemos sobre a caça especificamente, morais evidenciamos a noção de formas de comportamento em determinados espaços do território e sobre a ligação de respeito a seres encantados espirituais, e o sentido de cultural aqui definido é sobre como que a caça e seus saberes compartilhados constituem uma noção de criatividade na criação de expressividades culturais e identitárias desse povo em processo de reconhecimento e demarcação territorial perante o estado Brasileiro.
  • LOUISE TAVARES OLIVEIRA DO NASCIMENTO
  • IVENTANDO DEUSAS / OUTRA RELIGIÃO: Os sentidos elaborados por pastoras feministas e dissidentes do sexo/gênero
  • Data: 28/08/2023
  • Hora: 14:30
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  • Este trabalho teve por intuito notar, através de uma aproximação com a atuação pastoral, os sentidos elaborados por reverendas feministas e dissidentes do sexo/gênero, as quais se alinham ao campo progressista evangélico. Para isso esta pesquisa buscou se aproximar das pastoras Ana Ester, Alexya Salvador e Odja Barros que vem atuando em igrejas afirmativas, locais onde pessoas LGBTIQA+ pode ser parte atuante do corpo eclesial. As próprias pastoras se constituem como parte do movimento, Ana Ester e Alexya Salvador que se afirmam lésbica e travesti, respectivamente, já a pastora Odja Barros, mesmo sendo heterossexual atua como feminista e aliada da causa. Assim, por definirem suas ações por meio de uma agenda de fé afirmativa e feministas viu-se a necessidade de compreender as relações que elas estabelecem entre religiosidade, gênero e diversidade sexual. Um tema que está sendo debatido face os embates promovidos por conservadores e fundamentalistas evangélicos, num contexto em que os limites entre politica e religião são controversos. Portanto, esta dissertação vislumbra compreender como as transformações que essas mulheres buscam desenvolver reelaboram os sentidos da tradição cristã, diante de lógicas patriarcais e opressivas. Para isso, este estudo priorizou a produção de uma etnografia que se deu de modo virtual, vislumbrando as concepções dadas por meio das pesquisas sobre netnografia. As técnicas utilizadas priorizam o acompanhamento das redes sociais, a aplicação de entrevistas, com enfoque nas histórias de vida e atuação pastoral, assim como na análise do material e produções dessas pastoras disponíveis na internet, ou seja, vídeos, pregações, textos e livros. Por fim, através dessas informações foi feita uma reflexão sobre o tema em termos antropológicos, em relação ao campo do gênero e sexualidade, e da Antropologia da Religião.
  • MARIANNE MUNIZ ATANAZIO
  • Arte de Rua no Recife como forma de construção da Resistência e da Identidade Negra.
  • Orientador : MARCO AURELIO PAZ TELLA
  • Data: 28/08/2023
  • Hora: 10:00
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  • O principal objetivo desta pesquisa é interpretar os aspectos do movimento cultural da street art (o pixo e o graffiti), partindo da análise da produção de resistência política afrocentrada através da arte e das perspectivas dos artistas negros que a praticam e a observam, no centro histórico do Recife, — sendo eles Brós, Nathê, Mosca LDT, Luther. Para tanto, a pesquisa iniciou-se com a etnografia do contexto urbano do centro histórico em busca das obras desses artistas. Utilizando a metodologia da afrocentricidade, este trabalho reuniu obras e analisou entrevistas para entendê-las, que, juntamente com outras fontes históricas e com intelectuais negros, forneceram o material necessário para a elaboração de uma história social de resistência e de identidade negra do movimento da arte de rua contemporânea no centro histórico do Recife.
  • IÊDA MARIA CORDEIRO MOURA
  • “ELA ESTÁ APAIXONADINHA, E AGORA?” Reflexões antropológicas sobre a sexualidade da mulher com deficiência intelectual
  • Orientador : MARCIA REIS LONGHI
  • Data: 25/08/2023
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação apresenta reflexões da pesquisa que trata de mulheres com deficiência intelectual (DI) e de suas experiências relacionadas à seara da sexualidade. Tem como pano de fundo os estudos sobre sexualidade e deficiência na antropologia. O objetivo foi verificar e compreender como a sexualidade está presente no cotidiano dessas mulheres. O estudo adentra o universo de seis mulheres adultas com DI frequentadoras de uma ONG que atende pessoas com deficiência, localizada na cidade de João Pessoa. Foram utilizadas as técnicas de observação participante, entrevistas e grupo focal para o desenvolvimento da pesquisa. A partir das observações e do acompanhamento durante o campo etnográfico, foi possível observar que existe uma forte tendência à infantilização destas mulheres por parte do grupo familiar e também dos profissionais, o que interfere na capacidade de lhes atribuir autonomia e poder de decisão nas questões pertinentes aos relacionamentos amorosos, o que nos permite pensar que os pressupostos capacitistas também atuam nesta seara. Por outro lado, na interação com as mulheres com DI, as questões relativas à sexualidade apareceram e foram bastante reveladoras, indicando que não só existem como merecem ser mais estudadas, pois é um universo ainda pouco explorado.
  • MATHEUS DA ROCHA VIANA
  • “O QUE SEI SOBRE O AMOR, EU INVENTEI”: O AGIR DA BRANQUITUDE NA CONSTRUÇÃO DO SER NEGRO E NOSSOS AFETOS EM BRASÍLIA/DF
  • Orientador : PEDRO FRANCISCO GUEDES DO NASCIMENTO
  • Data: 25/08/2023
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho é fruto de uma pesquisa etnográfica realizada com pessoas da população negra de Brasília, sejam nascidos lá ou não. O objetivo da pesquisa e análises aqui apresentados têm origem em uma inquietação de anos, envolvendo as situações de violência racial e de gênero presentes no país e que também se fazem presentes através de mecanismos urbanos da cidade de Brasília, capital do país. O trabalho de campo contou com entrevistas realizadas de forma remota e presencial durante os anos afetados pela pandemia de COVID-19, análises de obras literárias e artísticas e uma análise sobre a forma que a população negra de Brasília vivencia a cidade, por meio de dados produzidos pelo Estado e acontecimentos que atingiram a mídia. Tal trabalho me permitiu, junto a meus e minhas interlocutores, analisar construções do imaginário cultural local sobre a pessoa negra, a construção do ser e dos afetos da pessoa negra diante da situação de racialização e domínio da branquitude no país e em sua capital.
  • JOSILENE RIBEIRO DE OLIVEIRA
  • ENCARCERAMENTO FEMININO COMO DISPOSITIVO DE (RE)PRODUÇÃO DE VULNERABILIDADES E DESIGUALDADES
  • Data: 28/02/2023
  • Hora: 14:30
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  • A partir do entendimento que a prisão é um dispositivo político de dominação e controle social que se exerce pela regulação dos fluxos, do trânsito de objetos e de pessoas, produzindo e reproduzindo exclusões e desigualdades, o objetivo desta pesquisa é analisar como as diferenças étnico-raciais, socioeconômicas e de gênero se articulam e interferem na situação de encarceramento de mulheres em conflito com a lei. O locus da pesquisa é o Presídio Feminino Maria Júlia Maranhão, onde se realizou um estudo etnográfico com mulheres em cumprimento de pena privativa de liberdade em regime fechado, entre fevereiro e junho de 2022. Dados sobre a população carcerária brasileira, sobre a legislação penal, relatórios e outros documentos disponibilizados pela Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba e pelo Departamento Penitenciário Nacional também fazem parte do corpus analisado. Os resultados da investigação apontam que os marcadores sociais das diferenças de gênero, raça e classe se articulam na produção de corpos vulneráveis ao encarceramento e, quando da prisão, na duração da pena, no impacto que esta tem sobre a relação da presa com sua família, na forma como a punição será vivenciada e, até mesmo, na possibilidade de reincidência e chances de sucesso quando da soltura/desencarceramento. Intramuros, observou-se que as atitudes e comportamentos das presas são diligentemente vigiados, nos termos de Foucault, examinados, servindo a classificação e separação das presas “bem-comportadas” (que podem vir a ser “do trabalho”) ‘maloqueiras’ e ‘noiadas’. Dentro da prisão, as disposições sociais adquiridas ao longo do processo de socialização, funcionam como dispositivo de separação das aptas e não aptas ao trabalho interno no cárcere.
  • EMERSON LOPES BARBOSA
  • Políticas de Extensão Universitária, cultura e territórios: O design etnográfico como subsídio para as políticas públicas
  • Data: 28/02/2023
  • Hora: 14:00
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  • A presente pesquisa procura refletir como a democracia digital e o design etnográfico podem gerar ações de extensão que conseguem se articular com parceiros de diversos setores da sociedade (Gestores públicos, movimentos sociais, ONG’s, OSCIP's, empresas, etc.) fomentando um processo de interlocução dialógica interinstitucional e intersetorial na expectativa de encontrar soluções que possibilitem a execução de políticas públicas sociais, através da democracia, que integrem as multiplicidades das necessidades sociais, fortaleçam o espírito da identificação com o território e a cidadania nos cidadãos por estas ações atingidos. A presente proposta se justifica pela necessidade de compreender de que modo a construção de plataformas digitais na extensão universitária a partir do design etnográfico podem favorecer a participação social, contribuindo efetivamente para a sustentabilidade dos territórios. Neste sentido, compreendemos o papel da universidade como articuladora e interlocutora dos processos de avanços na sociedade.
  • EMERSON LOPES BARBOSA
  • INTERLOCUÇÃO DIALÓGICA NA POLÍTICA DE EXTENSÃO: ANÁLISE DO PROGRAMA "UFPB NO SEU MUNICÍPIO"
  • Data: 28/02/2023
  • Hora: 14:00
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  • BARBOSA, Emerson Lopes. A interlocução dialógica na Política de Extensão: uma análise do programa "UFPB no seu município”. João Pessoa, 2023. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2023 . Esta pesquisa apresenta estudo sobre a rede de extensão do programa "UFPB no seu município", com o objetivo de mapear seus elementos característicos e validar o conceito de Interlocução dialógica. A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa e imersiva para identificar as relações estabelecidas, comparar o nível de interações, avaliar os impactos nas microrregiões, investigar ações de desenvolvimento local e analisar evidências de fomento a uma cultura de impacto social. A pesquisa mostrou que as ações do programa têm trazido benefícios significativos para as comunidades locais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida. Foram identificadas possíveis medidas de desenvolvimento local e enfatizou-se a importância da “Interlocução dialógica” como meio para estabelecer relações mais colaborativas interinstitucionais/intersetoriais entre as instituições de ensino e as comunidades locais, destacando a metodologia imersiva formulada e sua replicabilidade em outras instituições de ensino. A pesquisa contribuiu para o fortalecimento da extensão universitária como um processo de construção conjunta do conhecimento e da promoção da transformação social. Porém, a pesquisa reconhece as limitações e sugere futuras pesquisas para aprimorar a prática da extensão universitária e fortalecer as parcerias entre a academia e as comunidades
  • NÁDJA SILVA DOS SANTOS
  • _“Só sabe quem passa!”: uma análise antropológica da Segurança Alimentar de feirantes-agricultores familiares da CECAF-JP
  • Data: 17/02/2023
  • Hora: 09:30
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  • O presente trabalho é resultado de uma pesquisa etnográfica realizada junto aos feirantes-agricultores familiares da Central de Comercialização da Agricultura Familiar (CECAF) da cidade de João Pessoa, entre o final de 2021 e o primeiro semestre de 2022. Tendo como objetivo investigar se os feirantes-agricultores familiares da CECAF sofreram com as contradições do capitalismo, expressas na dificuldade em garantir a sua Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) em tempos de crise econômica e de pandemia, mesmo produzindo e comercializando alimentos in natura. De modo a buscar compreender como os desmontes das políticas de Segurança Alimentar e Nutricional a nível nacional, que atingiram o ápice com a desativação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), impactaram a agricultura familiar no contexto local da Paraíba. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa etnográfica e qualitativa, utilizando como principais instrumentos de pesquisa: participação observante, entrevistas e caderno de campo. Tendo como lócus de pesquisa a CECAF e o CONSEA-PB. Dessa forma, foi constatado que mesmo que o governo do estado da Paraíba atue no sentido de manter e ampliar as políticas de SAN, foi observado que as suas ações tem limitações de alcance e de orçamento, dada a ausência de apoio do governo federal. Além disso, os feirantes-agricultores familiares da CECAF, mesmo relatando a vivência de dificuldades em função da crise econômica e da pandemia, havendo, inclusive, redução de renda em muitos casos, argumentam que tem conseguido garantir a própria SAN. Isso, mesmo precisando ter feito mudanças em seu consumo alimentar, inserindo uma quantidade maior do que o usual de ultraprocessados em suas dietas.
  • NÁDJA SILVA DOS SANTOS
  • _“Só sabe quem passa!”: uma análise antropológica da Segurança Alimentar de feirantes-agricultores familiares da CECAF-JP
  • Data: 17/02/2023
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho é resultado de uma pesquisa etnográfica realizada junto aos feirantes-agricultores familiares da Central de Comercialização da Agricultura Familiar (CECAF) da cidade de João Pessoa, entre o final de 2021 e o primeiro semestre de 2022. Tendo como objetivo investigar se os feirantes-agricultores familiares da CECAF sofreram com as contradições do capitalismo, expressas na dificuldade em garantir a sua Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) em tempos de crise econômica e de pandemia, mesmo produzindo e comercializando alimentos in natura. De modo a buscar compreender como os desmontes das políticas de Segurança Alimentar e Nutricional a nível nacional, que atingiram o ápice com a desativação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), impactaram a agricultura familiar no contexto local da Paraíba. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa etnográfica e qualitativa, utilizando como principais instrumentos de pesquisa: participação observante, entrevistas e caderno de campo. Tendo como lócus de pesquisa a CECAF e o CONSEA-PB. Dessa forma, foi constatado que mesmo que o governo do estado da Paraíba atue no sentido de manter e ampliar as políticas de SAN, foi observado que as suas ações tem limitações de alcance e de orçamento, dada a ausência de apoio do governo federal. Além disso, os feirantes-agricultores familiares da CECAF, mesmo relatando a vivência de dificuldades em função da crise econômica e da pandemia, havendo, inclusive, redução de renda em muitos casos, argumentam que tem conseguido garantir a própria SAN. Isso, mesmo precisando ter feito mudanças em seu consumo alimentar, inserindo uma quantidade maior do que o usual de ultraprocessados em suas dietas.
  • JOÃO VÍTOR VELAME
  • UMA (ETNO)GRAFIA DOS USOS E SENTIDOS ATRIBUÍDOS ÀS COISAS COM RODAS NAS PRÁTICAS SOCIOCULTURAIS DE UM ESPAÇO PÚBLICO URBANO E SEUS ARREDORES EM JOÃO PESSOA - PB
  • Orientador : LARA SANTOS DE AMORIM
  • Data: 10/02/2023
  • Hora: 14:30
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  • O trabalho apresentado nesta dissertação é fruto de uma pesquisa realizada a partir da observação participante, utilizando os recursos do diário de campo e diário gráfico. Destarte, produzi uma série de desenhos sobre os usos e sentidos atribuídos a diversos instrumentos com rodas (carrinhos de mão, carrinhos de frete, carrinhos de geladeira, carrinhos de armazém, carrinhos de supermercado etc.) que são utilizados por diferentes atores sociais (feirantes, fregueses, fretistas, garis, catadores, pessoa em situação de rua etc.) no âmbito de um mercado público e de uma ocupação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, ambos localizados no Bairro dos Estados da cidade de João Pessoa-PB. Este trabalho adentra o campo da Antropologia Urbana e Antropologia Visual repensando as possibilidades da criação e invenção que se entrelaçam no fazer (etno)gráfico. Nesta perspectiva, nos percursos vividos na cidade, vidas se entrelaçaram, na companhia do outro e podem ser vistas a partir da circulação dos instrumentos com rodas no cotidiano de diferentes atores sociais. Segundo esse viés, o trabalho escrito foi produzido a partir de uma etnografia multissituada e de uma ação etnográfica, com o objetivo de pensar o contexto destes instrumentos com rodas no espaço público urbano e seus arredores, o que denomino um fazer-cidade-em-rodas. Desta forma, esta pesquisa etnográfica buscou acompanhar a circulação dos carrinhos no espaço urbano associada às práticas socioculturais, utilizando o desenho como método etnográfico, histórias de vida, conversas informais e referenciais teóricos da antropologia. Destarte, aborda-se perspectivas teóricas sobre as noções de espaço público urbano, cidade e cotidiano (AGIER, 2011; PAIS, 1998; PROENÇA, 2002); diário gráfico e desenho etnográfico (AZEVEDO 2016; KUSCHNIR, 2016); movimentos, fluxo, técnica e representações simbólicas (MAUSS, 1974; LEROI-GOURHAN, 1993; INGOLD, 2012); escrita, criatividade e artes visuais (LE GUIN, K., 1986; WAGNER, 2012); e por fim sobre as feiras livres e mercados públicos (VEDANA, 2008; TAVARES, 2005; NASCIMENTO, 2016), teorias as quais serviram para orientar a escrita dessa pesquisa antropológica sobre os usos e sentidos atribuídos aos instrumentos com rodas em um mercado público paraibano.
2022
Descrição
  • MARIA ELITA DO NASCIMENTO
  • Vivendo na cidade: uma etnografia sobre grupos domésticos potiguara em Mataraca (PB)
  • Orientador : FABIO MURA
  • Data: 23/12/2022
  • Hora: 14:30
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  • em breve
  • MARLON NILTON DA SILVA GALVÃO
  • O concreto de João Pessoa sobre as redes do Porto do Capim: conflitos territoriais e identidade no contexto da cidade
  • Data: 20/12/2022
  • Hora: 14:30
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  • A comunidade ribeirinha do Porto do Capim, em João Pessoa, Paraíba, tem uma rica trajetória de formação e defesa de um território próprio, principalmente em disputa com a Prefeitura da cidade. Tomando corpo a partir das décadas de 1930/40, a comunidade recebe diversos fluxos de pessoas e com o tempo compreende tal diversidade como parte constituinte de sua identidade, a partir da relação com a maré (ASSAD, 2017). A partir destas questões o presente trabalho se propõe a trazer algumas reflexões sobre a formação da identidade ribeirinha entre os moradores do Porto, constituída a partir da relação cotidiana entre os grupos domésticos e os grupos com o ambiente. Para isto, partiremos do conceito de dominialização (BARBOSA DA SILVA & MURA, 2018). Tomando este fluxo de pessoas, ideias e materiais, queremos trazer luz a algumas dinâmicas que são norteadoras da formação desta identidade, e a relação entre esta e a luta pela permanência da comunidade em seu território. Isto porque atualmente ela segue em processo de disputa com a prefeitura de João Pessoa, que planeja a sua remoção para a construção de espaço para fins turísticos.
  • MARLON NILTON DA SILVA GALVÃO
  • O concreto de João Pessoa sobre as redes do Porto do Capim: conflitos territoriais e identidade no contexto da cidade
  • Data: 20/12/2022
  • Hora: 14:30
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  • A comunidade ribeirinha do Porto do Capim, em João Pessoa, Paraíba, tem uma rica trajetória de formação e defesa de um território próprio, principalmente em disputa com a Prefeitura da cidade. Tomando corpo a partir das décadas de 1930/40, a comunidade recebe diversos fluxos de pessoas e com o tempo compreende tal diversidade como parte constituinte de sua identidade, a partir da relação com a maré (ASSAD, 2017). A partir destas questões o presente trabalho se propõe a trazer algumas reflexões sobre a formação da identidade ribeirinha entre os moradores do Porto, constituída a partir da relação cotidiana entre os grupos domésticos e os grupos com o ambiente. Para isto, partiremos do conceito de dominialização (BARBOSA DA SILVA & MURA, 2018). Tomando este fluxo de pessoas, ideias e materiais, queremos trazer luz a algumas dinâmicas que são norteadoras da formação desta identidade, e a relação entre esta e a luta pela permanência da comunidade em seu território. Isto porque atualmente ela segue em processo de disputa com a prefeitura de João Pessoa, que planeja a sua remoção para a construção de espaço para fins turísticos.
  • NÚBIA GUEDES DE BARROS FERREIRA
  • LEI DE DROGAS: ETNOGRAFANDO O ENCARCERAMENTO DA MULHER E DA MATRIFOCALIDADE NA PRISÃO FEMININA MARIA JÚLIA MARANHÃO (JOÃO PESSOA-PB)
  • Data: 29/11/2022
  • Hora: 15:00
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  • O presente trabalho tem por objetivo central a compreensão do encarceramento da mulher e da matrifocalidade promovido pela Lei de Drogas. De forma basilar, a pesquisa consiste em uma etnografia realizada com mulheres presas em regime fechado e com suas famílias no dia de visita, mas também se debruça em uma análise de sentenças em autos criminais da única Vara de Entorpecentes da Capital. A Lei de Drogas, nº 11.343/2006, consiste na principal incursão das mulheres encontradas nas prisões brasileiras. A pesquisa aponta a lei referida como a racionalidade do Estado, a biopolítica para controle social dos corpos, a higienização social de lastro racista. No campo, revelam-se variadas formas de percepção da imersão da mulher no tráfico de drogas. Do “lucro fácil” às razões motivadas por sentimentos por seus companheiros, sustento financeiro dos filhos, pela vida miserável em que se encontram, pela “feminização da pobreza”, “por amor ao filho”. O Estado assume neste estudo uma configuração antropomorfa. A pesquisa perpassa períodos diversos, mas tem ênfase no tempo marcado pela pandemia do Covid-19. A etnografia de documentos e as falas de policiais revelam que a mulher é presa por uma “inopinada”, ainda tem ‘prisão em flagrante’ estendida ao do companheiro. O verbo guardar esteia, em grande parte, a prisão da mulher. A visita social da família consolidou-se como a maior forma de humanização da pena. Os afetos são os devires, potencialidades de existir do preso e de sua família. A pandemia do Covid-19 consolida a legitimidade de antigas práticas do sistema prisional, sistematiza o óbice dos afetos por meio do interdito da visita. Os dados etnográficos apontam os óbices de vivência dos afetos da prisioneira e de sua família como a racionalidade do Estado na construção e imputação da dor. A prisão da mulher é observada como mais sofrível que a prisão do homem devido à maternidade, assim, “tira duas cadeias”. Os obstáculos à visita da família causam problemas de saúde física e psicológica às mulheres e às crianças. A dor e o ócio das prisioneiras constituem uma racionalidade do sistema prisional. As práticas violentas da revista dos corpos são observadas como uma sanção para além da dosimetria da pena que se estende à família, ultrapassando a pessoa do apenado. A automutilação, característica imbricada na prisão feminina, consiste em produção de vida. Os recursos metodológicos utilizados na pesquisa foram observação direta, caderno de campo, conversas informais, entrevistas, desenhos, memorização, análise de sentenças judiciais na única Vara de Entorpecente da cidade de João Pessoa-PB.
  • VALCLECIA BEZERRA SOARES
  • Os Warao e a Interculturalidade: Propostas para uma educação escolar indígena migrante a partir da ACP/Roraima
  • Data: 30/09/2022
  • Hora: 09:30
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  • O Brasil tem vivenciado desde 2014, a chegada de grupos indígenas venezuelanos. O fluxo começa a se intensificar em 2016 e quantitativo maior corresponde a indígenas da etnia Warao, vindos do delta do rio Orinoco, região Nordeste da Venezuela. A fronteira pela qual entram no país fica localizada no município de Pacaraima/RR. Ao chegarem ao Brasil, parte desses grupos se deslocam para outras regiões do país, mas o Estado de Roraima continua com uma forte presença de indígenas venezuelanos, seja de novos grupos que chegam, seja dos grupos que permanecem no Estado desde a chegada. A permanência desses grupo desperta várias discussões e o quantitativo de crianças e adolescentes em idade escolar obrigatória que não estavam sendo atendidos levou a instauração de uma Ação Civil Pública (ACP), em 2018, provocada pelo Ministério Público Federal, cujos réus são a União, a Funai, o Estado de Roraima e os municípios de Boa Vista/RR e Pacaraima/RR. O objetivo da ACP é fazer com que os réus adotem as medidas necessárias para a oferta da educação escolar aos povos indígenas venezuelanos residentes em Roraima. Nesta dissertação, busco compreender como o atendimento escolar para os indígenas venezuelanos é pensado, a partir das posturas dos atores sociais envolvidos, através da análise do conjunto de documentos que compõem a ACP-Warao/RR e outras fontes consultadas.
  • LAYZA ARIANE ALVES BANDEIRA
  • “A poesia é para qualquer pessoa”: Estudo etnográfico da poesia marginal produzida por mulheres inseridas no movimento Slam Dandaras do Norte.
  • Orientador : MARCIA REIS LONGHI
  • Data: 12/09/2022
  • Hora: 14:30
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  • O presente estudo etnográfico foi desenvolvido com o coletivo Slam Dandaras do Norte, provocado pela aproximação ao trabalho poético e político das organizadoras do slam, que está localizado na cidade de Belém-PA. Este estudo tem por objetivo apresentar por meio da poesia falada, que está presente no universo do slam, como as experiências das mulheres aparecem no slam Dandaras do Norte criado por mulheres e para mulheres. Desse modo, a etnografia desenvolvida busca: a) apresentar o percurso, aproximação e inserção ao grupo, como pesquisadora e integrante; b) analisar por meio das poesias das Dandaras suas experiências de vida, que são as mais variadas, levando em consideração as interseccionalidades e c) apontar o slam Dandaras do Norte como um marcador do protagonismo das Dandaras e em defesa de grupos majoritariamente excluídos. Esta pesquisa se justifica devido à dimensão das batalhas de poesias que se circunscreve em várias cidades brasileiras, mas, sobretudo pelo carácter das poesias produzidas, a partir da autoafirmação das experiências de vida. Este estudo foi realizado entre os meses de março a dezembro de 2021, através dos meios virtuais devido a pandemia e mediante a encontros presenciais com a retomada de algumas apresentações do coletivo.
  • TATIANE ALVES SILVA
  • "MATERNIDADE ATÍPICA” E AUTISMO: TRILHANDO CAMINHOS DE DOR, PERTENCIMENTO E ATIVISMO NAS MÍDIAS SOCIAIS.
  • Orientador : FLAVIA FERREIRA PIRES
  • Data: 06/09/2022
  • Hora: 14:30
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  • O presente trabalho tem como objetivo compreender o uso da mídia social como possibilidade de construção de redes de apoio ao exercício da maternidade de crianças autistas por mães não autistas e por mães autistas. Busco ainda compreender a construção de redes de apoio ao exercício da maternidade de crianças autistas, a compreensão das relações, tensões relativas à maternidade e ao autismo. Trata-se de um estudo com arcabouço etnográfico, cuja escolha metodológica foi direcionada em função do isolamento social causado pela pandemia de covid-19. Este trabalho consiste em uma análise qualitativa realizada a partir de um universo de 10 mulheres participantes, dentre estas, 6 são também autistas. O trabalho, uma etnografia para internet, se consolidou com base em observação participante por meio de mídia social, em especial, o Instagram, mas também no Youtube, Podcasts e outras plataformas digitais, conversas abertas realizadas por meio das próprias ferramentas de bate papo do Instagram e interações também pelo WhatsApp e Email, além do uso de caderno de campo. O estudo foi amparado em discussões sobre os estudos da deficiência, assim como em teorias do cuidado, estudos sobre maternidade e também sobre autismo, alguns aspectos envoltos ao feminismo, redes de apoio e a utilização de mídias sociais. Ao inquirir sobre a construção de redes de apoio circunscritas ao digital, mas com possibilidade de extrapolar o online, foi encontrada a maternidade como um vetor de composição de forças face às dificuldades enfrentadas por mães e crianças, para além dos conflitos em meio aos descasos social e político em torno do autismo. A maternidade apareceu como um lugar de solidão, mas também como um lugar político, de representatividade, de resistência ao unir subjetividades e fomentar o sentimento de pertença.
  • LUCIANA DA SILVA MENENDEZ
  • MIGRAR ENTRE FRONTEIRAS: POLÍTICAS DE GESTÃO DA VIDA WARAO (JOÃO PESSOA-PB)
  • Orientador : RITA DE CASSIA MELO SANTOS
  • Data: 30/08/2022
  • Hora: 14:00
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  • O fluxo migratório dos Warao para o Brasil revelou a presença do grupo em João Pessoa/PB no final do ano de 2019. Direcionados na busca por uma forma de sobreviver e continuar com suas existências, encontram com o Estado que irá traçar seus destinos e rotas rumo à implementação de seus direitos sociais. Nesse caminho, analiso construções sociais vindas de discursos da mídia, sociedade civil e agentes públicos sobre essa população e o modo que estas refletirão na implementação de políticas públicas pensadas às especificidades do que analisei sob a ideia de um “problema social”. A investigação perpassa pela compreensão do conceito do Estado que se relaciona com eles, da identidade dos agentes públicos envolvidos e dos mecanismos e tecnologias de governo utilizados na gestão dessa população. A história do grupo é revelada sob a ótica da lógica das expulsões, a qual, pela continuidade de esbulhos ainda que no contexto brasileiro, promoverão o cruzar de outras fronteiras. A temporalidade Warao mostrará conflitos com agentes públicos que fundamentam ações com base na necessidade de garantir seus direitos humanos, mas que realizam a segurança de suas fronteiras contra possíveis ameaças. Para obtenção dos dados que apresento nesta pesquisa, procedi com análise dos documentos contidos em processos judiciais, administrativos e inquéritos civis públicos, entrevistas, reportagens, observação participante nos abrigos, projetos de extensão e em reuniões com os agentes públicos envolvidos na solução das demandas em João Pessoa-PB.
  • RAQUEL VIANA DOS ANJOS
  • EXPERIÊNCIAS DE MORADIA COLETIVA ENTRE JOVENS DE UMA RESIDÊNCIA ESTUDANTIL NO IFPI – CAMPUS URUÇUÍ
  • Data: 29/08/2022
  • Hora: 09:00
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  • Esta pesquisa busca compreender as relações de sociabilidades que jovens estudantes estabelecem durante a experiência de moradia coletiva em uma residência estudantil mantida por um Instituto Federal em uma cidade do interior do Piauí. Tento compreender também suas trajetórias de chegada à residência estudantil e suas motivações por essa escolha para além de questões econômicas. Diante da impossibilidade de um campo físico, uma vez que com a pandemia, a residência-escola estava fechada, o contato com os interlocutores foi mediado pelas tecnologias digitais de comunicação e informação -TIC´S, e três encontros físicos, me fazendo refletir sobre os limites e alcances da etnografia em tempos de pandemia. Participaram desta pesquisa dez estudantes, de ambos os gêneros, entre residentes e ex-residentes além de três profissionais da instituição que trabalham diretamente na gestão e organização da moradia estudantil. Os dados obtidos durante a pesquisa indicaram o processo de consolidação da assistência estudantil no campus e as estratégias de convivência e superação de dificuldades dos estudantes durante as suas permanências na residência estudantil. Verifiquei nas falas dos meus interlocutores o reconhecimento da importância da existência de uma residência estudantil como uma ação que garanta o acesso e permanência destes ao ensino médio integrado e no ensino superior, oferecidos pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI, Campus Uruçuí, além da ressignificação do espaço e das relações que são estabelecidas por eles no espaço.
  • LURIANA DE SOUSA BARROS
  • “‘Nós lutamos por dignidade. Quem não por seus direitos?’ Trabalhadoras Domésticas em Contexto de Pandemia de Covid-19 na cidade de São Luís-Maranhão”
  • Data: 26/08/2022
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho aborda as condições estabelecidas para as trabalhadoras domésticas no período de pandemia de Covid-19, na cidade de São Luís do Maranhão (Brasil), contando desde a declaração, no Brasil, em março de 2020, da situação de emergência sanitária, até julho de 2022. A partir da perspectiva da antropologia da saúde e do aporte teórico do pensamento feminista negro e decolonial, esta pesquisa aborda como têm se dado as experiências desta categoria profissional, historicamente vulnerabilizada, no contexto de convivência com uma doença contagiosa e de evolução incerta, que tem provocado inúmeros impactos na saúde e na organização da vida cotidiana das pessoas, embora que de modo diferenciado e intensidades igualmente distintas, pensando a temporalidade da pandemia com suas curvas de óbitos e novas infecções. O Sindicato dos Trabalhadores Domésticos do Maranhão (Sindoméstico-MA) foi a porta de entrada para fazer o contato com as mulheres trabalhadoras domésticas e um dos campos privilegiados de observação. A metodologia incluiu visitas ao sindicato, participação em atividades e entrevistas semiestruturadas realizadas com as mulheres que guiam atualmente este espaço e trabalhadoras não sindicalizadas, mas que utilizam os serviços oferecidos pelo sindicato. Também foram acompanhadas mesas redondas, campanhas e reuniões, através das redes sociais de organizações das trabalhadoras domésticas no Brasil e no exterior. A reivindicação pela garantia dos direitos trabalhistas surgiu de modo evidente no campo. Com isso, observa-se de modo mais acentuado, no contexto pandêmico, a falta de acesso à seguridade social - conjunto de políticas públicas de iniciativa dos Poderes Públicos, que tem como dever assegurar acesso aos direitos relativos à saúde, previdência e assistência social -, que nos chama a atenção para pensarmos a precarização das condições de trabalho estabelecidas para as trabalhadoras domésticas no atual cenário. A pesquisa também possibilitou acessar a memória sobre as trajetórias, experiências e narrativas da vida das trabalhadoras domésticas em São Luís do Maranhão.
  • ARTUR PEREIRA QUINTEIRO COSTA
  • Covid-19, Um Visitante indesejado: O cotidiano das Instituições de Longa Permanência para Pessoas Idosas- no Sertão de Pernambuco, no Contexto da pandemia do SARS- CoV-2.
  • Orientador : MARCIA REIS LONGHI
  • Data: 25/08/2022
  • Hora: 14:30
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  • A pesquisa intitulada “ Covid-19, Um Visitante indesejado: O cotidiano das Instituições de Longa Permanência para Pessoas Idosas no Sertão de Pernambuco, no Contexto da pandemia do SARS- CoV-2” teve por finalidade observar o cotidiano das Instituições de Longa Permanência para Pessoas Idosas, no período da pandemia de Covid-19, buscou conhecer quem eram os residentes desse espaço, e compreender se o momento pandêmico trouxe impactos à rotina dos residentes e demais integrantes de uma Instituição pública, localizada no Sertão do Moxotó , no Estado de Pernambuco. Analisando as principais estratégias utilizadas de prevenção e combate para evitar a entrada do vírus SARS-CoV-2 no estabelecimento, pesquisando as repercussões das novas rotinas das redes de cuidado estabelecidas. Além de pautar as percepções dos atores que participam do processo de institucionalização, como forma de desmitificar o universo institucional que permeia a vida de idosos, funcionários e familiares.
  • ROBERTA DO NASCIMENTO MELLO
  • SOCIABILIZANDO NA CASA: Uma análise antropológica das sociabilidades de crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional em tempos de pandemia de Covid-19
  • Orientador : MARCIA REIS LONGHI
  • Data: 25/08/2022
  • Hora: 09:00
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  • A presente dissertação tem por objetivo de investigar as formas de sociabilidades que as crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional constroem dentro deste contexto em tempos de pandemia de Covid-19 em uma instituição de acolhimento no estado da Paraíba. Enquanto que o isolamento social é algo que para nós foi uma novidade em tempos de pandêmicos, para as crianças e adolescentes que vivem em uma instituição de acolhimento institucional isto não é uma novidade, visto que apesar do que é previsto em lei pela promoção do direito a convivência familiar e comunitária, a verdade é que as crianças e adolescentes apesar de estarem inseridas na cidade, estão isoladas dela. Visto que suas saídas da instituição são sempre limitadas e acompanhadas de algum funcionário da instituição, fazendo assim com que esses sujeitos em tempos de pandemia vivem o que chamo de “isolamento em dobro”. A pesquisa etnográfica realizada em uma Casa de Acolhimento na Região Metropolitana de João Pessoa, na Paraíba, teve enquanto interlocutores principais 15 crianças e adolescentes e foi realizada durante todo o ano de 2021.
  • EVANIELLY SHEYLA VELOZO SILVA
  • Ofensivas antigênero na Câmara Municipal de João Pessoa: uma análise sobre legislação e discursos
  • Data: 23/08/2022
  • Hora: 09:00
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  • Eventos transnacionais, ocorridos na década de 1990 e organizados pela ONU, abriram espaço para um período de politização ativa e reativa acerca da noção de gênero e dos direitos reprodutivos e sexuais. Estudos identificam o momento como uma nova temporalidade, marcada pela criação de condições para a irrupção renovada e simultânea das políticas antigênero. Devido a ocupação massiva da extrema-direita em instituições públicas, como as Casas Legislativas, em países da América Latina, como o Brasil, as ofensivas antigênero têm assumido lugares de relevância em contextos de transição política. Atentando para a ausência de estudos voltados para a compreensão de como as ofensivas são construídas e pulverizadas em contextos locais, esta pesquisa se ocupará em fazer um balanço das cruzadas antigênero encontradas na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) do ano de 2016 até 2022. Tratará também de apresentar os fluxos institucionais e a tramitação de projetos de lei na Casa Legislativa a partir de uma etnografia dos processos legislativos, utilizando documentos de ação e registros encontrados no Sistema de Apoio Legislativo (SAPL). Como resultado, apresento uma análise acerca das tentativas de aprovação de projetos de lei sobre a proibição da linguagem neutra no município de João Pessoa, expondo os trâmites burocráticos e as manobras políticas e discursivas utilizadas em prol de suas aprovações, compreendendo que este assunto tem se tornado um dos temas atuais e constantemente atacados por alianças neoconservadoras, religiosas ou seculares.
  • AMANDDA YVNNE FIGUEIREDO DA CRUZ
  • “OS DONOS DA ALDEIA”: HISTÓRIA, MEMÓRIA E MOBILIZAÇÃO ÉTNICA DO POVO TABAJARA DA PARAÍBA AMANDDA YVNNE FIGUEIREDO DA CRUZ
  • Data: 25/07/2022
  • Hora: 14:00
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  • O trabalho analisa o caso do povo Tabajara da Paraíba, uma etnia que era considerada desaparecida desde o século XIX e que, a partir de 2006 inicia uma mobilização étnica para o reconhecimento de sua identidade pelo Estado brasileiro e a demarcação de suas terras. Para tanto, a dissertação divide-se em cinco capítulos: no primeiro, por meio da análise de três situações históricas vividas pelo grupo, foi feita uma reconstrução de como se deu o seu desaparecimento oficial; no segundo e terceiro, através da micro-história, trajetórias familiares de alguns indígenas que receberam lotes na Jacoca foram refeitas; no quatro, é descrita a distribuição de poder no município do Conde, palco da mobilização étnica tabajara; no quinto, a mobilização protagonizada pelas famílias Tabajaras e analisada, focando o direito ao retorno das famílias ao território tradicional e a redefinição do controle social dos seus recursos ambientais.
  • LAIS CABRAL NECKEL
  • “Entre o Emergencial e o Estratégico. Entre a Pandemia e o Pandemônio”: A Articulação Nacional de Emergência Cultural e a Lei Aldir Blanc.
  • Orientador : ALEXANDRA BARBOSA DA SILVA
  • Data: 21/07/2022
  • Hora: 14:00
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  • A seguinte dissertação tem como objetivo apresentar e discutir as ações realizadas pela organização política Articulação Nacional de Emergência Cultural, que emergiu e se articulou por intermédio de plataformas digitais no contexto da situação de pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2, conhecido como COVID-19. Realizou-se o acompanhamento das ações desenvolvidas pela organização no período correspondente a março de 2020 a agosto de 2021. A pesquisa centrou no processo de tramitação do Projeto de Lei nº 1.075/2020, o qual foi implementado por meio da Lei n°14.017/2020, conhecida como Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, sendo esta a pauta central da mobilização política na área do movimento de agentes culturais no período da pesquisa, assim como da organização. Desta forma, buscou-se compreender, como objetivo principal, a articulação do movimento e suas estratégias de mobilização em virtude da constituição de políticas de regulamentação para implementação de ações mediante a situação de calamidade pública no Brasil, assim como mediante o embate político no setor cultural no governo de Jair Bolsonaro. Como objetivos específicos destacam-se a análise da organização de um movimento político cultural no contexto de pandemia, a mobilização na constituição de uma política emergencial para o setor, as ações da articulação realizadas pelo meio digital como mobilização e pressão política e as negociações e estratégias políticas em virtude da aprovação do projeto de lei no Congresso Nacional. A partir da concepção do movimento de articulação, organizou-se uma agenda de atuações que se fez prioritária no setor cultural no contexto pandêmico por meio da realização de webconferências, reuniões setoriais, encontros regionais e etc. Os acompanhamentos e análises da pesquisa foram realizadas por meio digital, tanto no que se refere à constituição do campo de pesquisa quanto ao que se relaciona aos métodos aplicados. A pesquisa se debruçou no acompanhamento do cenário nacional, sobretudo nas ações desenvolvidas no âmbito do Congresso Nacional. No entanto, buscou aproximar diferentes níveis analíticos, trazendo também descrições de sujeitos e dados em uma escala local, referente ao município de Olinda e ao estado de Pernambuco, escalas estas que se apresentam conectadas em um campo político (TURNER, 2008) articulado.
  • ROSIANE TRABUCO DE OLIVEIRA
  • Cidadania brasileira e a construção do negro pela retórica jurídica no Brasil.
  • Data: 30/06/2022
  • Hora: 09:00
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  • A noção de cidadania atrelada à igualdade de direitos pouco tem a dizer. É preciso ir a fundo e verificar em quais bases se fincam esta noção. Desse modo, a proposta do presente estudo é analisar o processo jurídico de construção da cidadania brasileira, cujas questões incidem de modo extremamente negativo sobre a população negra, principalmente se tomarmos os textos Constitucionais e os dispositivos legais correlatos, para comparar com o momento contemporâneo. O intento é demonstrar, através de uma análise documental – etnografia em arquivos e mídias – as condições da produção desses enunciados jurídicos em determinado contexto histórico, em interlocução com os sujeitos que os produziram e embebidos de valores morais e configurados em relações de poder. Como a noção de cidadania está marcada por uma ideia de pessoa universal amparada pelo Direito, que, consequentemente, passa a excluir uma parcela da população do convívio social e da garantia de se portar e circular enquanto detentor de direitos, parte dos discursos e da prática jurídicos vêm colocando o negro no limbo, ao considerá-lo uma “pessoa” de modo muito particular, tendo sido, igualmente, propriedade. Nesse movimento, o conceito de dispositivo será caro na presente investigação, por apreender o elo entre os seres viventes e o contexto em que vivem, desembocando no processo de saber-poder dos enunciados constitucionais e de teorias posteriores (dos homens de sciencia), a reverberar sobre a população negra e, consequentemente na construção de uma determinada identidade.
  • MARIANA CRUZ E SILVA DA COSTA
  • Quando me vi negra: a formação da identidade da mulher negra de pele clara e o fortalecimento do movimento negro ciberativista na Paraíba
  • Data: 28/04/2022
  • Hora: 14:00
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  • A pesquisa se propõe a discutir os conceitos de identidade negra, raça, mestiçagem e ciberativismo em uma perspectiva antropológica, com o objetivo de compreender o fortalecimento do movimento negro ciberativista, a partir da formação da identidade de mulheres negras de pele clara (mestiças). Foram entrevistadas mulheres negras mestiças que fazem produção de conteúdo digital e ciberativismo nas cidades de João Pessoa, Campina Grande e Santa Rita, na Paraíba. A metodologia utilizada foi a etnografia virtual, ou a etnografia on-line, com a pesquisa sendo realizada na plataforma digital Instagram, entendida como uma rede social. Assim, a pesquisa pretende investigar o problema da identidade de mulheres mestiças que, em um contexto social e familiar, permeado pelo racismo e pelo mito da democracia racial brasileira, aderem ao movimento negro ciberativista, a partir do momento que se identificam como negras.
  • MARIANA CRUZ E SILVA DA COSTA
  • Quando me vi negra: a formação da identidade da mulher negra de pele clara e o fortalecimento do movimento negro ciberativista na Paraíba
  • Data: 28/04/2022
  • Hora: 14:00
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  • A pesquisa se propõe a discutir os conceitos de identidade negra, raça, mestiçagem e ciberativismo em uma perspectiva antropológica, com o objetivo de compreender o fortalecimento do movimento negro ciberativista, a partir da formação da identidade de mulheres negras de pele clara (mestiças). Foram entrevistadas mulheres negras mestiças que fazem produção de conteúdo digital e ciberativismo nas cidades de João Pessoa, Campina Grande e Santa Rita, na Paraíba. A metodologia utilizada foi a etnografia virtual, ou a etnografia on-line, com a pesquisa sendo realizada na plataforma digital Instagram, entendida como uma rede social. Assim, a pesquisa pretende investigar o problema da identidade de mulheres mestiças que, em um contexto social e familiar, permeado pelo racismo e pelo mito da democracia racial brasileira, aderem ao movimento negro ciberativista, a partir do momento que se identificam como negras.
  • LUIZ CARLOS DE LIMA DO NASCIMENTO
  • SOCIABILIDADE E RESISTÊNCIA: REDES DE APOIO ENTRE BGILRS DIANTE DA DISPARIDADE DE GÊNERO NOS TREINOS E COMPETIÇÕES DE BREAKING
  • Orientador : MARCO AURELIO PAZ TELLA
  • Data: 07/03/2022
  • Hora: 15:00
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  • Esta dissertação parte da análise das competições de breaking para construir uma discussão sobre a disparidade de gênero e provocações a partir desse estilo de dança. Tendo o movimento hip hop relacionada a cultura juvenil e oriunda dos grandes centros urbanos, tal atividade e seus/suas participantes adquirem relevância fundamental quanto as dimensões socializadoras do mundo da rua. Com a pandemia surge um dilema para muitos/as pesquisadores/as que seria pensar no seu campo e extrair algo durante o período de isolamento social. Nesse caso específico: como investigar um fenômeno das ruas através da internet? Diante desse contexto, também reflito sobre a interação e aproximações que essas jovens (b.girls) constroem através das redes sociais.
  • ANA PAULA MARCELINO DA SILVA
  • Os riscos do cuidado: experiências das profissionais de enfermagem na pandemia de COVID-19.
  • Data: 07/03/2022
  • Hora: 14:00
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  • Desde março de 2020 o Brasil atravessa um de seus períodos históricos mais difíceis. Com o passar dos meses, a pandemia de Covid-19 deixou de ser apenas um problema grave do ponto de vista sanitário, mas expôs questões estruturais bem mais complexas, inclusive algumas que permaneciam praticamente marginais até então. Nesse contexto, as profissionais de enfermagem, que já vinham trabalhando em condições bastante complicadas devido à falta de reconhecimento salarial e de condições de trabalho adequadas, foram diretamente impactadas pelo problema. As experiências de trabalho dessas profissionais durante a pandemia na cidade de João Pessoa são o tema deste trabalho. Responsáveis pelo cuidado direto com os pacientes infectados, as narrativas das vivências das enfermeiras são o ponto a partir do qual a pandemia está aqui sendo contada. Ao longo de oito entrevistas realizadas de maneira remota essas profissionais do cuidado relataram os acontecimentos ocorridos durante o primeiro ano da pandemia de COVID-19 nos serviços hospitalares em que trabalham em João Pessoa, no estado da Paraíba. Questões como risco, adoecimento, falta de condições de trabalho adequadas e a intensificação das dimensões do processo de cuidar em um momento de completa vulnerabilidade social foram apontadas como agravantes nesse período.
  • GEISSY DOS REIS FERREIRA DE OLIVEIRA
  • Experiências de adoecimento por Covid-19 entre mulheres domiciliadas em João Pessoa/PB: experimentando linguagens.
  • Data: 04/03/2022
  • Hora: 09:00
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  • Esta pesquisa é orientada à compreensão e análise de experiências de adoecimento por Covid-19, vivenciadas por mulheres domiciliadas na cidade de João Pessoa, no estado da Paraíba/Brasil. Declarada pandemia em 11 de março de 2020, pela OMS (Organização Mundial de Saúde), esta pesquisa se situa no marco da Covid-19, doença ocasionada a partir da infecção pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). Busco compreender, a partir da Antropologia da Saúde e da Antropologia Visual, o modo como adoecer por Covid-19 é experienciado, significado e refletido por estas mulheres. Analiso o modo como a infecção por Sars-Cov-2, atuou e atua ainda hoje, no adoecimento e “pós adoecimento”, na vida destas mulheres, tendo em vista a possibilidade do desenvolvimento de “sequelas” físicas e subjetivas, ocasionadas em virtude da infecção pelo novo coronavírus.
  • DRIELLY ELIENNY DUARTE DE FIGUEIREDO
  • HOMEM INTERNAUTICUS: REFLEXÕES SOBRE JUVENTUDE(S), INFLUENCERS DIGITAIS E ESTÉTICAS DA MASCULINIDADE ATRAVÉS DE PERFIS DO INSTAGRAM
  • Data: 25/02/2022
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação tem como objetivo trazer um debate a respeito de como as estéticas das masculinidades são vistas, construídas e exercidas pela juventude através das redes sociais. Estamos interpretando como “juventude” as gerações Millenial e Z, também conhecidos como nativos digitais de primeira e segunda geração. É a partir deles que a figura do influenciador digital, os interlocutores desta pesquisa, emerge na sociedade. Pensando a respeito do alcance e papel que os produtores de conteúdo online (influencers) têm na sociedade de consumo, procuramos traçar uma linha de entendimento sobre como e em que medida esses profissionais contribuem para a construção de novas identidades estéticas da masculinidade. Sendo a pesquisa sobre influenciadores digitais, o campo foi feito na plataforma digital Instagram, onde foram observados os perfis de cada interlocutor, suas postagens, interações com os seguidores e contatos breves via chat; também foi utilizado o Google Meet para entrevistas mais longas. Nas considerações finais, é possível compreender o papel que os influenciadores digitais tem na construção de novas formas de masculinidades na sociedade de consumo, principalmente no que diz respeito às gerações abordadas nesta pesquisa, os Millenials e a geração Z.
  • BRUNA CARLA CORDEIRO DE CARVALHO
  • FIQUE EM CASA? Estudo antropológico sobre os desdobramentos da pandemia da covid-19 nos encontros entre o Consultório na Rua e pessoas em situação de rua.
  • Data: 24/02/2022
  • Hora: 16:30
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  • Esta pesquisa tem como objetivo delinear os desdobramentos da pandemia da covid nos atendimentos entre o consultório na rua e as pessoas em situação de rua na cidade de João Pessoa/PB, Brasil. A investigação pretende compreender a macropolítica implementada durante a pandemia e, a partir dela, analisar as micropolíticas da realidade local da população de rua por meio de um trabalho de campo etnográfico realizado no acompanhamento dos atendimentos realizados pelo consultório itinerante e sua van, desde a prevenção contra o vírus até os estágios iniciais de vacinação. Esta etnografia tem se dedicado aos meandros urbanos, ao atendimento à saúde, aos encontros entre profissionais e os que habitam à rua, o que evidencia o alcance da invisibilidade vivida por essa população. Percebemse várias inconsistências entre as políticas públicas sobre o vírus e a população em situação de rua, como “fique em casa” e “lave as mãos”. A premissa fundamental desta pesquisa é o antagonismo que permeia o combate à pandemia e o sofrimento estrutural constantemente vivido por quem está nas ruas, também marcado por enfermidades já presentes e reunidas em seus corpos vulneráveis em uma veraz sindemia.
  • LUANA FERREIRA CÂMARA GENOUD
  • SOBRE RESPEITAR TODAS AS VIDAS: ANÁLISE DA PRODUÇÃO E DA COMERCIALIZAÇÃO AGROECOLÓGICA DA ECOVÁRZEA EM SUA FEIRA EM JOÃO PESSOA.
  • Data: 24/02/2022
  • Hora: 14:30
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  • Esta pesquisa investigou, através de pesquisa etnográfica, a produção e o consumo agroecológico na feira da Ecovárzea (Associação das Agricultoras e Agricultores Agroecológicos da Várzea Paraibana) localizada na Universidade Federal da Paraíba, na cidade de João Pessoa/PB. O proposito deste trabalho foi compreender como a Ecovárzea, através da produção e comercialização de produtos agroecológicos, existe diante deste cenário alimentar hegemônico. Diante de um contexto no qual o Agronegócio, o nutricionismo, os supermercados, a lógica capitalista, a aceleração do espaço/tempo na modernidade e a inserção das mulheres no mercado de trabalho têm contribuído para que os saberes alimentares tradicionais (de produção e consumo), a preservação ambiental e a autonomia de todos os seres estejam em declínio, sendo substituídos pela indústria da alimentação. Desta forma, este estudo etnográfico fez uso dos conceitos de Ecologia da Vida e de Malha (Ingold 2000; 2012) para analisar este processo. Olhar a alimentação através de seu potencial de resistência e de superação da dicotomia natureza/cultura na formulação de uma nova perspectiva de mundo. Assim, é objetivo deste trabalho apreender como os clientes, os agricultores e as agricultoras, a UFPB (Universidade Federal da Paraíba), os movimentos sociais e o estilo da feira contribuem para este movimento.
  • FABRICIO BRUGNAGO
  • COZINHANDO PELO TERRITÓRIO XUKURU: Construções cosmológicas e identitárias a partir de práticas alimentares.
  • Orientador : FABIO MURA
  • Data: 23/02/2022
  • Hora: 14:30
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  • A alimentação permeia grande parte das relações humanas e é acessada diariamente pelas relações de sentidos e necessidades mais básicas do corpo humano, expandindo-se em suas relações sociais na formação de identidades. No caso do povo Xukuru, a alimentação é central enquanto modo de vida, permeando toda a sua tradição de conhecimento e relações entre humanos, ambiente e seres encantados. Essa pesquisa foi feita no território xukuru, a partir de uma metodologia de uma antropologia comprometida sensível, com dados de minhas experiências nas cozinhas xukuru desde 2016 e com trabalho de campo até o ano de 2021, visitas nas quais pude acompanhar o dia a dia das cozinhas, as cozinhas de evento, e compreender como as relações com a alimentação começam nos momentos de plantar, expandindo-se em relações cosmológicas em todo o ciclo de vida xukuru. Meu principal ponto de pesquisa é a comunidade xukuru Caxo da Boa Vista, que pratica experiências com agricultura, alimentação e espiritualidade, que são absorvidas pelo Projeto de Vida Xukuru. As construções cosmológicas têm o alimento como o elemento principal de integração entre corpos, ambiente e espiritualidade. Isso se reflete em práticas fundadas em conhecimentos advindos da ciência da mata, que se torna epistemologia xukuru sobre sua relação com a natureza sagrada e institucionaliza-se enquanto Projeto de Vida Xukuru. Este artigo busca compreender como se formam essa tradição de conhecimento, compreendendo os fluxos culturais que permeiam a formação de sub-tradições de conhecimento, assim como sugerido por Barth. Esses fluxos culturais se somam as experiências e aos sentidos, que incorporam significados e identidade das práticas alimentares, em um processo criativo de construções técnicas com processos de construção cosmológica em constante mudança.
2021
Descrição
  • YAGO GEOVANNE OLIVEIRA ONO XAXÁ
  • Programa Bolsa Família e Auxílio Emergencial: Uma etnografia sobre transferência de renda e conceitos de pobreza em Santa Helena/PB
  • Orientador : PEDRO FRANCISCO GUEDES DO NASCIMENTO
  • Data: 31/08/2021
  • Hora: 14:30
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  • Este trabalho volta-se para a observação do fenômeno da Pobreza através da conceituação e análise da utilização do substantivo que o identifica, o “Pobre”. Por meio de um acúmulo de experiências e trabalho etnográfico online e offline no município de Santa Helena, Paraíba, o trabalho propõe um mergulho no universo das pessoas que se encontram como beneficiários do Programa Bolsa Família e que residem neste município para entender o que é dito e significado quando se utiliza tal termo, tanto pela visão dos beneficiários como pela abordagem geral do Estado em suas atuações. O advento do Auxílio Emergencial transborda o olhar da pesquisa apontando divergências e convergências dentre o Programa de Transferência de Renda e da política emergencial.
  • ANA DANIELLA FECHINE LEITE
  • Futebol de mulheres: um estudo feminista nos campos e nas arquibancadas de João Pessoa/PB.
  • Data: 26/08/2021
  • Hora: 15:00
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  • Esta dissertação realiza um estudo, por uma ótica feminista e de gênero, sobre a ocupação, por parte de mulheres, em importantes espaços do futebol de João Pessoa-PB, mais especificamente no campo e na arquibancada. A pesquisa se inicia no campo, desenhada por meio de um percurso histórico sobre a presença das mulheres no futebol de mulheres da capital paraibana, do que se entende como os primeiros sinais de organização, até chegar na atualidade dessa modalidade. Em seguida, na arquibancada, a pesquisa analisa a presença das mulheres nos espaços de protagonismo dentro das torcidas organizadas. Para isso, são escolhidas três torcidas organizadas do clube Botafogo-PB, sendo uma da Arquibancada Sombra do Estádio Almeidão, em João Pessoa, a Império Alvinegro 1931 - A Resistência, e uma da Arquibancada Sol – a Torcida Jovem do Botafogo-PB. A proposta é, pois, identificar se, ocupando esses espaços, as construções patriarcais e sexistas ainda permanecem. Portanto, faz-se uma discussão em volta dos conceitos de gênero, patriarcado, sexismo e feminismo, a partir de Beauvoir (1967), Louro (2001), Butler (2003), Bourdieu (2002), Foucault (1988), entre outras autoras. Utiliza-se a metodologia da observação participante, a partir do que propõe Magnani (2002), e de uma etnografia virtual (CANCLINI, 2015; MORSE, 1998), devido à necessidade de isolamento social acionada pela situação pandêmica instalada pelo novo coronavírus (Covid-19) que impossibilitou a continuidade presencial da pesquisa. Para o estudo, são construídos os perfis das diretoras das torcidas organizadas selecionadas, aproveitando entrevistas já feitas antes da pandemia e refazendo outras de modo online na intenção do aprofundamento dos dados. Os resultados finais apontam que a ocupação das mulheres em espaços marcadamente masculinos no futebol é uma realidade que veio para se fixar, mas que está em constante processo de construção, tendo em vista que se trata de uma contribuição diária para a quebra do machismo no futebol. O feminismo, nessa perspectiva, ganha força de mudança e reestruturação de um cenário que se modifica diariamente com a presença de mulheres. As histórias de mulheres que usaram desse feminismo para quebrar as barreiras que o machismo impõe no futebol refletem a necessidade de insistirmos na luta por todas nós.
  • MILENA DA COSTA MATIAS
  • NA BATIDA DO BREGA FUNK: AS BATALHAS DE PASSINHO EM JOÃO PESSOA/PB
  • Data: 20/08/2021
  • Hora: 15:00
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  • Esta dissertação aborda as batalhas de passinho que acontecem na cidade de João Pessoa-PB no período de 2019 e 2020. As batalhas de passinho surgiram após a ascensão do brega funk, um ritmo pernambucano. Para observar essa prática juvenil, escolhi duas batalhas que acontecem em bairros diferentes, a Batalha de Mangabeira 7 e a Batalha do Busto. Utilizei a observação participante e análise dos discursos das/dos jovens que frequentam as batalhas. Dialoguei de forma presencial e online devido à pandemia de Covid-19, e também observei a utilização das mídias e das redes sociais pelas/os jovens que consomem o brega funk. A discussão teórica norteadora foi baseada em estudos da antropologia urbana (Magnani 2005), (Velho 1978), culturas juvenis (Souza 2007), (Pereira 2017), música (Fontanella 2005), (Vianna 1987) e comunicação (Janotti 2011) e (Soares 2017). Os resultados revelam que, a partir das batalhas as/os jovens criam redes de sociabilidade, a música e a dança se mostram como pilares importantes na sociabilidade juvenil e que as batalhas de passinho se tornaram um momento de lazer. Apontam ainda que, através das batalhas as/os jovens ressignificam espaços da cidade que são utilizados por outros grupos com diferenças geracionais, de classe e econômica. A partir da preferência musical os jovens moldam-se a estilos e consumos em comum, criam uma estética norteada pelo consumo da música e dão visibilidade à sua criatividade em torno deste gênero musical, que também reverbera em popularidade nas redes sociais. A ocupação desses espaços da cidade também mostra discursos de desaprovação e criminalização das práticas do passinho e dos sujeitos que participam, no entanto os/as jovens tem potencializado seus talentos e sua criatividade através da dança e ocupado espaços físicos e virtuais através do brega funk.
  • CLORDANA HELEN LIMA DE AQUINO OLIVEIRA
  • Política da Esperança: Panorama Antropológico sobre Regulamentação e Associativismo pela Terapêutica Canábica no Brasil
  • Data: 19/08/2021
  • Hora: 14:30
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  • A presente pesquisa possui cunho qualitativo, de abordagem teórico-metodológica etnográfica e cumpre seu caráter exploratório, com objetivo de apreender a luta e movimento que tem ocorrido no Brasil, em torno da regulamentação de acesso aos produtos feitos à base de canábis, para fins terapêuticos. Este estudo se debruça sobre uma perspectiva panorâmica, acerca do que vem sendo realizado no campo político e das experiências, em relação aos sujeitos que estão envolvidos nesta causa. Desde meados de 2013-2014, a luta pela regulamentação da maconha tem se destacado no país, devido à angústia e necessidade das mães, famílias que descobriram a alternativa da terapêutica canábica para tratar diversas patologias de seus entes, entretanto a complexidade e desafios que resultam da política de drogas nacional, tem dificultado o reconhecimento e demais avanços para a canábis, enquanto planta medicinal, terapêutica. Direciono minha observação a partir da construção de uma rede biossocial, formada inicialmente pelas mães e famílias, e logo composta por ativistas, médicos, advogados e demais sujeitos atuantes na causa. Essa rede prevê a origem e formatação do movimento associativista, instaurando um marco no país através do trabalho distinto realizado pelas associações de pacientes, cuja prioridade e objetivo em comum é o fornecimento de informações, acolhimento e orientação, aos sujeitos que buscam por esta via terapêutica alternativa. A partir do acompanhamento etnográfico de duas mães e seis associações, sendo 3 presenciais no estado da Paraíba e Bahia, o restante ocorreu de maneira remota em decorrência do contexto pandêmico, realizei entrevistas semiestruturadas e aplicação de um questionário às associações, coletando informações sobre o histórico fundador e desempenho do trabalho social, realizado por estas. À luz do aporte teórico, estes sujeitos têm realizado uma política da esperança, onde todos atores se interligam em função do mesmo objetivo: ter acesso democrático ao tratamento de saúde e qualidade de vida. A autonomia de suas escolhas, é marcada tanto por desconstruções morais e sociais, como reflete também na busca de aprender e aprofundar, temas reconhecidamente tabus às nossas políticas públicas, como é o caso das drogas. A divisão entre esferas, criminal x saúde tem configurado complexos desafios para os avanços reguladores da canábis, sugerindo palco para vários conflitos e desdobramentos, do qual alguns poderão ser refletidos a partir das contribuições que este estudo se dedica trazer.
  • ARTHUR RAMALHO FREIRE
  • ESCOLA EM PROJETO: Trajetórias e construções da tutela educacional entre os Potiguaras da Paraíba.
  • Data: 17/08/2021
  • Hora: 14:30
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  • Esse trabalho tem como objetivo analisar os projetos educacionais nos quais os Potiguaras foram submetidos especialmente a partir do período do SPI. Trata-se de uma pesquisa nos arquivos disponibilizados pela FUNAI e no acervo online do SPI disponível no museu do índio. Diante disso, o trabalho traz uma descrição dos documentos coletados e discute os projetos educacionais das missões religiosas, dos órgãos oficiais e de outras instituições educacionais que estavam dentro do circuito circunscrito no território indígena. As populações indígenas passam a ressignificar as escolas desses projetos de educação no qual vão sempre procurar formas de resistir ao silenciamento de suas identidades. A documentação e as literaturas consultadas situam as práticas tutelares no contexto dos diversos momentos políticos e sociais nos quais as populações indígenas Potiguaras estavam inseridas. As trajetórias analisadas mostram a resistência e luta dos Potiguaras diante desses projetos tutelares, assim como os desdobramentos desses processos desde a época da colônia até os dias de hoje diante das políticas públicas implementadas pós constituição de 1988.
  • STEPHANIE FERREIRA SACCO
  • Histórias de mundos possíveis: uma etnografia sobre transições ecológicas de vida
  • Data: 10/08/2021
  • Hora: 11:00
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  • Esta pesquisa, de abordagem etnográfica, identifica e descreve modos de vida que se apresentam como alternativas, ou refúgios para “viver nas ruínas do capitalismo” como diz Ana Tsing. O trabalho de campo envolveu entrevistas com 40 pessoas, seguido pelo trabalho etnográfico detalhado com duas interlocutoras. A pesquisa apontou que estas pessoas, que nasceram e/ou cresceram em grandes centros urbanos, passaram por transições ecológicas de vida que influenciam todo seu estilo de vida, incluindo suas crenças espirituais, práticas de saúde, de alimentação e da construção de suas casas. Classifico estas transições como processos de mudança ontológica, na qual uma visão de mundo ecológica se coloca como lente principal de entendimento do próprio ser e de sua relação com o mundo ao redor. Os resultados apontam que estas transições são contínuas, e carregam sempre consigo elementos da percepção de vida e da pessoa de antes do processo da transição. Como em uma espiral, um novo estilo de vida ganha forma na medida em que dualidades como mente/corpo e natureza/cultura são colapsadas; em que se entende a impermanência das coisas e a vida como um eterno devir; em que conceitos como saúde, espiritualidade e ecologia se fundem; em que se entende que a vida emerge do encontro entre diferentes linhas de movimento de seres e materiais. A emergência da pandemia da covid-19 durante a realização do trabalho de campo reforçou a necessidade da criação de refúgios inspirados em outras ecologias para que os tempos do Antropoceno sejam o mais breve possível.
  • GIVANILTON DE ARAÚJO BARBOSA
  • Imagens e memórias de atingidos por barragem: Contribuições para políticas públicas sociais no reassentamento Cajá de Itatuba-PB
  • Data: 09/08/2021
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação buscou uma aproximação entre os campos da antropologia visual e das políticas públicas sociais. Apresenta uma abordagem da memória coletiva de uma comunidade ribeirinha atingida por barragem, hoje conhecida como agrovila ou reassentamento do Sítio Cajá, município de Itatuba, na região do agreste paraibano. Tem como objetivo geral pesquisar memórias visuais e orais do território ribeirinho em articulação com as demandas da comunidade reassentada, assistidas pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Com base principalmente em levantamentos de documentos, fotografias, materiais audiovisuais e relatos orais, a pesquisa procurou reconstituir a história recente do Sítio Cajá, através de uma relação, de longa data, estabelecida com 14 famílias locais pelo pesquisador, cuja família também pertenceu à antiga comunidade. Com maior ênfase, portanto, em metodologias qualitativas, numa combinação de técnicas de entrevistas abertas e de histórias de vida, análises de fotografias e vídeos, netnografia e autoetnografia, o trabalho procura tratar das memórias locais em face da reconfiguração territorial causada pelo reassentamento, ao tempo em que analisa a implantação da barragem de Acauã como parte da política de segurança hídrica de Estado, atrelada ao projeto de desenvolvimento nacional. Demonstra, por fim, como o atendimento das demandas da comunidade reassentada precisou ser intermediado pelo Ministério Público e, ainda assim, após cerca de vinte anos, persistem dificuldades para a implementação de políticas públicas sociais no local, em meio às constatações de dispersão de famílias, restrições às atividades agrícolas e de criação, desmobilização da Associação de Pequenos Produtores, entre outros vários efeitos provocados pelo reassentamento. A formação de uma coleção etnográfica com centenas de fotografias se soma a esta Dissertação, como formas de subsidiar o direito à memória dos moradores do Sítio Cajá, atingidos pela barragem de Acauã.
  • ROBERTO DUTRA DE SOUZA JÚNIOR
  • Habitando a Casa da Baixa Costura: uma etnografia sobre novas tecnologias do afeto na cena Ballroom paraibana.
  • Orientador : MONICA LOURDES FRANCH GUTIERREZ
  • Data: 31/05/2021
  • Hora: 15:00
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  • Esta é uma etnografia sobre uma casa. A casa é o lugar do afeto e dos refúgios. É nela que se constroem as identificações das relações de afeto que nos propomos compreender. Nessas relações estão firmadas principalmente a ideia de que se pode conduzir novas configurações de parentalidade e de convivência a partir de novas tecnologias do afeto. Assim, entraremos no mundo da Casa da Baixa Costura e sua posição na cena das casas e da cena Ballroom aos moldes de uma concepção regional e contemporânea. Desde das tecnologias do afeto, pensadas na perspectiva Foucaultiana, passando pelas potências da imagem e do corpo e pela compreensão de uma possível organização das relações entre pares excluídos e marginalizados socialmente em função de suas dissidências de gênero, vivenciamos um campo de pesquisa extremamente fértil e significativo. Realizada na Paraíba entre os anos de 2020 e 2021, nossa pesquisa encontrou na imagem um expressivo recurso metodológico para apoiar a descrição das ações de campo, que por sua vez esteve repleto de performances e uso dos corpos e da arte enquanto elementos distintivos dessa cena. A Casa da Baixa Costura é uma coletiva forte e expressiva, que durante o processo da pesquisa era composta por 22 membros e agregados e compõe a cena Ballroom Norte/Nordeste. Sua organização funciona bem aos moldes das primeiras casas fundadas ainda nas décadas de setenta e oitenta, e toma para si uma caracterização que a aproxima de sua realidade regional. Na pesquisa, durante a produção de campo, descobrimos que o elemento principal, nas relações no interior da casa, é formado por essas novas possibilidades de afeto - novas na trajetória biográfica das participantes, embora se inserindo numa tradição de organização e apoio mútuo. A pesquisa, atravessada por uma pandemia, precisou ser repensada principalmente no que diz respeito aos processos de escrita, como uma tempestade que alcança a casa e exige que ela seja reestruturada e reformada em alguns aspectos. Assim, podemos dizer que habitar a Casa da Baixa Costura foi uma experiência privilegiada do ponto de vista da observação para pesquisa, porém, mais do que isso, fazer parte da casa enquanto habitante foi algo transcendente à pesquisa.
  • ENISIA PEREIRA CRUZ FERRANTE
  • “Quando a dor ataca”: estudo antropológico sobre mulheres que vivem com fibromialgia
  • Orientador : EDNALVA MACIEL NEVES
  • Data: 31/05/2021
  • Hora: 10:00
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  • O presente estudo aborda o adoecimento pela fibromialgia a partir de uma perspectiva antropológica, visto que a doença assim como o corpo são constructos sociais. Considerada uma doença eminentemente feminina, marcada pela incorporação da dor, a fibromialgia é um fenômeno invisível às políticas de cuidado e da vida, o que motivou investigar as relações entre o surgimento da doença e o contexto pessoal e social das mulheres. A pesquisa foi desenvolvida a partir da perspectiva feminina, abordando as narrativas sobre a experiência com a doença. A pesquisa de campo teve início em 2019, no ambulatório de reumatologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley, utilizando-se da observação na sala de espera do ambulatório e nas redes sociais WhatsApp e Instagram, assim como na residência das interlocutoras. A pesquisa se estendeu até 2020, com o avanço da pandemia. Foram realizadas entrevistas etnográficas com nove mulheres com fibromialgia nas quais elas narram como o adoecimento está relacionado às suas condições de vida, em que a dimensão relacional chama a atenção em razão dos vínculos sociais, da hierarquia de gênero, das condições de trabalho e da violência social. A partir da incorporação da dor, elaboram metáforas de descontentamento quando caracterizam as modulações da dor, em especial como uma “dor que ataca”. Os processos de enfrentamento envolvem medicalização e outras terapias alternativas (psicólogos, acupuntura, fisioterapia), estratégias familiares e ativismo social na luta pelo reconhecimento e direitos sociais. As mulheres reconhecem como os limites corporais provocados pela enfermidade resultam em reclusão e ruptura nas trajetórias profissionais e de vida. Por fim, a partir do contexto de pandemia da COVID-19, foram retratadas as repercussões dessa crise sanitária no cotidiano das interlocutoras e agenciamentos desenvolvidos por elas.
  • CAIO MARTINIANO DE BRITO BAIMA
  • Do Muro de Tijolos ao Muro Digital: A ascensão do graffiti em Fortaleza e suas perspectivas em tempos pandêmicos
  • Data: 31/03/2021
  • Hora: 09:15
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  • A presente dissertação intitulada DO MURO DE TIJOLOS AO MURO DIGITAL: A ASCENSÃO DO GRAFFITI EM FORTALEZA E SUAS PERSPECTIVAS EM TEMPOS PANDÊMICOS comporta o relato de uma pesquisa etnográfica que ocorreu de forma multissituada em Fortaleza, no meio físico e no meio digital, por intermédio da rede social Instagram, abordando a atividade de artistas grafiteiros no contexto da pandemia do coronavírus. Partindo, na primeira seção, de uma recuperação histórica que desemboca no graffiti contemporâneo, a investigação, de caráter qualitativo, incorpora aspectos apontados por interlocutores, ouvidos por meio de entrevistas semiestruturadas, num diálogo com a pesquisa bibliográfica. Segue, nas seções seguintes, inserindo as dificuldades da realização de uma pesquisa em meio à pandemia da Covid-19, simultaneamente trabalhando as técnicas destinadas a acompanhar o deslocamento das produções artísticas dos muros da cidade para o espaço virtual, numa observação proporcionada pelo Instagram. Ao final, discute-se dois aspectos centrais do tema na transição de 2020 para 2021: as dificuldades para efetivação de um projeto desenhado para ocorrer por meio de uma imersão presencial na Praia de Iracema, constantemente adiada em razão das medidas de proteção sanitária aderidas pelo Governo do Estado do Ceará e, em segundo lugar, a exposição das percepções obtidas nos meios virtuais em busca de compreender as formas utilizadas para manutenção de trabalhos artísticos pelos grafiteiros usuários do Instagram. Este trabalho tem como principal objetivo perceber e discutir as dificuldades enfrentadas por estes artífices após o fatídico surgimento da pandemia, que exige como principal medida de contenção o confinamento. Neste quadro, se pretende discutir a relação dos grafiteiros com o Poder Público, por meio da análise do texto e dos desdobramentos do Edital Arte Urbana na PI, de 2020, no contexto do estado emergencial, examinando os elementos de controle social presentes neste tipo de iniciativa estatal e, sob outro aspecto, as estratégias utilizadas pelos grafiteiros para dar sequência ao fomento de sua arte. Partindo de DIÓGENES e buscando entender o ciberespaço com RIFIOTIS, o método utilizado, que fundamenta os procedimentos acima descritos, foi o da etnografia virtual. O estudo se conclui constatando aspectos relacionados ao controle social presentes não apenas nas vias da administração pública, mas também pelos direcionamentos automatizados dos meios digitais, e, ao mesmo tempo, registrando a incidência de inúmeras formas de tentativa de liberdade encontradas na investigação, como as saídas às ruas durante o lockdown, contraditoriamente menos sujeitas, nas circunstâncias do isolamento, à repressão da polícia, ou à difusão de conteúdos nas redes sociais como espaço aparentemente seguro.
  • WEVERSON BEZERRA SILVA
  • “TRABALHAR COM A MORTE É NÃO PARAR DE PENSAR NELA”: Estudo Antropológico sobre as práticas dos profissionais de saúde do Hospital Napoleão Laureano com os pacientes com câncer em cuidados paliativos.
  • Data: 12/03/2021
  • Hora: 09:00
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  • Esse trabalho tem como objetivo compreender as experiências e práticas dos profissionais da saúde que trabalham na ala dos pacientes em cuidados paliativos do Hospital Napoleão Laureano (HNL), referência no tratamento de pessoas portadoras de câncer no Estado da Paraíba. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que se apoiou na observação participante na perspectiva da “etnografia hospitalar”. Diante disso, o trabalho traz uma descrição do campo e discute o modo como profissionais da saúde elaboram o significado da morte dos pacientes que são/estão considerados em “fora de possibilidade terapêutica” (FPT) e de que modo entendem o trabalho do cuidado junto a eles. As experiências e práticas dos profissionais da saúde levam a pensar sobre aspectos técnicos como também põem em evidência dimensões intersubjetivas no encontro dos profissionais com os pacientes, com seus familiares e no diálogo com as experiências pessoais de vida e morte. A literatura consultada situa as práticas analisadas no contexto dos diversos movimentos sociais que surgiram no mundo todo em prol da melhoria do moribundo e autonomia do espaço do morrer “uma boa morte”. As reivindicações criadas por esses movimentos contemplaram o indivíduo e seu direito social ao processo de morrer, apontadas para mudanças no processo da morte contemporânea voltadas para as pessoas sob cuidados paliativos.
  • DURVALINA RODRIGUES LIMA DE PAULA E SILVA
  • CORPOS TRAÇADOS: UM ESTUDO ANTROPOLÓGICO SOBRE EXPERIÊNCIAS DE MULHERES COM TRAÇO FALCIFORME NO ESTADO PARAÍBA
  • Data: 10/03/2021
  • Hora: 14:30
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  • Esta dissertação é um estudo antropológico a respeito das relações entre corpo, raça e a experiência de mulheres com o Traço Falciforme. Buscou compreender as repercussões do traço falciforme na vida de mulheres em idade reprodutiva (19 a 49 anos) no estado da Paraíba e as imbricações em suas subjetividades, nas relações sociais, afetivas e familiares, assim como, no tocante a vivência/efetivação dos seus direitos reprodutivos. Além disso, busca identificar os cuidados em saúde que estas recebem no Sistema Único de Saúde - SUS, com vistas a desvelar o universo subjetivo das mulheres com traço falciforme. Trata-se de uma pesquisa etnográfica, que contou com oito interlocutoras de seis cidades do estado da Paraíba. A pesquisa de campo contou com observação em eventos e entrevistas mediadas pelas ferramentas da Tecnologia da Informação e Comunicação, devido o contexto da pandemia do Coronavírus, tendo a interseccionalidade como categoria de análise para refletir sobre questões relacionadas à raça, classe, gênero e geração têm se constituído em fatores que agravam a experiência de mulheres com Traço Falciforme. A relevância deste estudo está em produzir conhecimento antropológico a partir da experiência das mulheres, evidenciando suas vivências com o Traço Falciforme, com a atenção em saúde recebida e com o direito reprodutivo, podendo subsidiar outros estudos e pesquisas, assim como ampliar as informações sobre TF, e sobre políticas públicas de saúde dirigidas às pessoas acometidas pela Doença Falciforme.
  • RAFAELA PORCARI MOLENA ACUIO
  • “ATÉ QUE UM DIA EU SURTEI”: UM ESTUDO ANTROPOLÓGICO SOBRE EXPERIÊNCIAS DE CRISE EM SAÚDE MENTAL E ITINERAÇÕES DE CUIDADO
  • Data: 26/02/2021
  • Hora: 15:00
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  • ACUIO, Rafaela Porcari Molena. “Até que um dia eu surtei”: um estudo antropológico sobre experiências de crise em saúde mental e itinerações de cuidado. João Pessoa, 2021. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2021. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de abordagem teórico-metodológica etnográfica, inscrita no campo da Antropologia da Saúde, que tem como objetivo compreender a construção de sentido à crise em saúde mental e a experiência de cuidado ao sofrimento. O trabalho de campo foi realizado por meio da coleta de narrativas de vida e entrevista em profundidade de três pessoas residentes no município de João Pessoa, PB, com trajetórias de adoecimento no campo da saúde mental. A ideia de crise em saúde mental foi empregada pelas interlocutoras para nomear um rol de experiências que envolveram um sofrimento que beirava o insuportável, e diziam respeito a momentos que se embaralhavam com outras crises biográficas. Identificou-se no processo de adoecimento e na experiência de sofrimento atravessamentos sociais com questões de gênero, raça, sexualidade, classe e geração. Os resultados apontaram também para o desenvolvimento de estratégias pelos sujeitos para lidar com o sofrimento, restabelecer condições satisfatórias de vida e prevenir novas crises, que dialogam com o cuidado biomédico e psicossocial oferecido pelos equipamentos de saúde mental, mas também produzem novas formas autorais de cuidar de si. Por meio da itineração em busca de cuidado e da articulação dos múltiplos atores, ambientes, objetos e discursos que dela fazem parte, a construção de sentido à crise se mostrou ancorada na própria experiência, que, ainda que corporificada e singular, mostra-se resultado também de lógicas sociais mais amplas, sendo possível um diálogo com contextos sócio político econômicos e atravessamentos sociais de maior escala.
  • ROMÉRIA SANTANA DA SILVA SOUZA
  • POLÍTICAS DE INCENTIVO A COMERCIALIZAÇÃO PARA AGRICULTURA FAMILIAR: A CECAF-JP NA VISÃO DOS FEIRANTES NA PANDEMIA
  • Orientador : ALICIA FERREIRA GONCALVES
  • Data: 16/02/2021
  • Hora: 17:00
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  • A presente pesquisa tem como foco central analisar a efetividade de políticas públicas de incentivo a comercialização da agricultura familiar, a partir da interpretação do significado atribuído a CECAF-JP pelos agricultores e agricultoras familiares que lá comercializam e como se deu o enfrentamento da pandemia tanto pelos agricultores, quanto pela gestão. O percurso metodológico se deu a partir da coleta dos dados, considerando a observação no campo, a realização de entrevistas com agricultoras e agricultores e a gestão, como também a partir do relato de vida de sujeitos, buscando apreender e compreender seus pontos de vista conforme relatam e interpretam. Autores que abordam os temas desta dissertação como Andrade (2020), Buainain et al (2003), Hincapié (2015), Nascimento (2018), Ramírez (2010), Sambuichi (2017, 2020), Schineider (2003, 2020), Souza (2007), Zuñiga (2020), entre outros, compuseram o arcabouço teórico que embasa esta pesquisa. Pudemos constatar a importância de políticas de incentivo a comercialização da agricultura familiar como o PNAE, PAA, e PNAPO e o potencial destas para políticas no combate a fome, principalmente em tempos pandêmicos. Também se constatou a importância da CECAF no que se refere ao cumprimento do que se propõe e como a gestão contribuiu apoiando os agricultores no enfrentamento da pandemia a partir da construção de um site de vendas. Pudemos apreender o que o espaço representa para eles, em que atribuem principalmente o significado de família, de casa. Assim, compreendemos a CECAF enquanto modelo de referência em se tratando de espaços adequados de comercialização, tendo em vista que atende aos agricultores e agricultoras no processo de acesso direto ao mercado, com as condições necessárias para proporcionar qualidade de vida tanto para os consumidores, quanto, e principalmente, para os agricultores e agricultoras familiares.
2020
Descrição
  • EDUARD ALVES FERNANDEZ
  • "Hoje a gente brinca do jeito que o povo quer": cavalo marinho, performance e processo na fala dos brincadores
  • Orientador : LUCIANA DE OLIVEIRA CHIANCA
  • Data: 28/08/2020
  • Hora: 15:00
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  • Neste trabalho buscamos apontar a relação interativa que se estabelece entre o cavalo marinho e seus contextos social, histórico e econômico como principais fatores do processo transformativo desta brincadeira. Partindo da exposição de suas principais características e descrição de seus contextos, desenvolvemos uma análise comparativa que pretende esmiuçar o diálogo entre a ação performática e o trabalho laboral, as relações sociais, o entretenimento, a crítica social, a economia local e os valores éticos e estéticos dos agentes sociais envolvidos. Por último, investigando a conjuntura contemporânea do cavalo marinho, apresentamos uma série de mudanças significativas que propuseram novos cenários e desafios para seus brincadores e brincadoras.
  • LIVIA ALVES DOS SANTOS MACEDO
  • VIVA O URSO SEM LENÇO, SEM DOCUMENTO! Brincando de Ala Ursa no carnaval de João Pessoa
  • Data: 28/08/2020
  • Hora: 09:00
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  • O carnaval é uma celebração nacional que envolve toda sociedade brasileira, espontaneamente ou não. Nele atua outra ordem estrutural na qual surgem diversas manifestações populares; dentre elas, o Ala Ursa. Trata-se de um espetáculo performático encontrado notadamente na Paraíba e Pernambuco (Brasil), que acontece no período de carnaval e pré-carnavalesco. O Ala Ursa (ou La Ursa) traz a figura principal de um ou mais jovens paramentados de vestimenta e máscara representando um Urso. Seus acompanhantes trazem na mão uma vasilha para coletar dons, formam um conjunto musical de percussão (batucada) e seguem caminhando e dançando pelas ruas e espaços públicos, interagindo com quem encontram no caminho. Por meio de uma abordagem qualitativa do tipo etnográfica, com entrevistas livres, relatos orais, registros audiovisuais e observações diretas e participante sobre a preparação e a atuação do Ala Ursa Sem Lenço, Sem Documento para o carnaval de 2019, esta pesquisa busca compreender a relação dos integrantes deste grupo com o bairro do Roger (sede do grupo) e com a cidade de João Pessoa. Além de contribuir para compreender a relação dos grupos de Ala Ursas mantêm com a cidade a partir do Carnaval Tradição de João Pessoa, buscar compreender os símbolos dos Ursos do SLSD e evidenciar a organização e produção do grupo do Carnaval de 2019. Os referenciais teóricos baseiam-se nos estudos de carnaval, ritual e da própria manifestação Ala Ursa, além da cidade enquanto território festivo. Percebemos que o grupo reforçou marcadores de etnia e classe social em sua estética e linguagem, sendo que a vivacidade do folguedo revelada nas apresentações nas praias, avenidas principais, ruas e praças da cidade, fortalecem a resistência cultural popular do Roger, bairro de origem do grupo. Assim, o Ala Ursa Sem Lenço, Sem Documento também reafirmou sua presença no cenário festivo da cidade contribuindo significativamente nos processos socioeducativos, linguagens artísticas, e autoestima dos seus integrantes. Percebeu-se que os Ursos (Adultos e Mirins) do folguedo ocupam um espaço importante no imaginário coletivo local, atuam como um símbolo de renovação de ciclo associado a diversão e ao medo do público; sendo que os Ursos Mirins estão mais ligados ao “dançar o Urso” e afetos positivos das crianças do público, já os Adultos à virilidade e prestígio acompanhados de responsabilidade e bebida alcóolica. O grupo também é um instrumento poderoso político e social do bairro, um espaço de construção e ressignificação das identidades negras individuais e grupais; desafiando todos os anos a estrutura social dominante negando que esta seja a única forma de organização.
  • MAKTOR QUEIROZ DO RÊGO
  • OS ESTRANGEIROS SÃO ELES: REDES DE LAZER, SOCIABILIDADE E EMPREENDIMENTOS ENTRE IMIGRANTES NO BAIRRO DE INTERMARES – PB
  • Data: 04/08/2020
  • Hora: 15:00
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  • Este trabalho tem por objetivo analisar as redes de sociabilidade, lazer e empreendimentos que se estabelecem entre os moradores do bairro de Intermares, na cidade de Cabedelo (região metropolitana da cidade de João Pessoa) no estado da Paraíba. Esta etnografia pretende relatar como se formam as interações culturais entre duas culturas distintas: A cultura local (nativa) e a cultura dos imigrantes (aqui chamados de estrangeiros). As tensões decorrentes desse “choque cultural” e, consequentemente, as teias de interações inerentes a essa realidade, bem como suas consequências na formação da identidade do bairro, se constituem como objetos desta pesquisa. Utilizamos, como pressupostos teóricos, contribuições de autores que se filiam aos campos dos Estudos Culturais e da Antropologia Urbana como: Gilberto Velho, Nobert Elias, Stuart Hall, dentre outros, que conceitualizam as noções de identidade e sociabilidade, considerando a pertinência destas concepções no discurso e nas práticas desenvolvidas dentro do grupo de estrangeiros aqui estudados. Abordamos esses grupos e instituições sociais, processos culturais e dinâmica/espacial no contexto urbano contemporâneo, com ênfase nas territorialidades e discussões sobre processos de requalificação urbana, assim como na análise das redes de sociabilidade, empreendimento e lazer. Entendemos que, os “estrangeiros” desempenham um papel extremamente relevante na vida social do bairro, ressignificando sua estrutura econômica e cultural de forma perene. Como corpus, elegemos dados coletados durante observações no campo e, também, gravações em áudio e vídeo feitas durante as imersões na pesquisa em questão. Esta etnografia, basicamente, está estruturada em quatro capítulos, onde discorro sobre o conflito cultural no Bairro de Intermares-PB, que se estabelece entre a cultura nativa e a cultura, que aqui refiro, “estrangeira”. Na primeira parte, tento demonstrar como está organizado e estruturado o bairro, além de abordar sobre os sujeitos da pesquisa. Num segundo momento, descrevo as tensões entre nativos e estrangeiros, analisando as relações que se estabelecem entre os estrangeiros e a cultura local a partir das relações comerciais. Na última parte, tento me aprofundar sobre as questões étnico/raciais e de identidade, para chegarmos à conclusão sobre as profundas alterações culturais introduzidas no bairro em decorrência da presença dos estrangeiros e das suas práticas sociais/culturais/econômicas.
  • IVANDIELY PESSOA PINTO DE MENEZES COSTA
  • Gênero, infância e escola. Perspectivas etnográficas sobre o trabalho docente com crianças
  • Data: 15/04/2020
  • Hora: 10:00
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  • Como a atividade docente organiza as concepções sobre gênero e sexualidade colocadas por crianças em suas narrativas e observações sobre o mundo dos adultos? Esta questão central norteia a presente dissertação, que é voltada ao estudo das concepções sobre gênero e infância presentes no processo inicial de escolarização de uma escola pública do município de Mamanguape, localizada no Litoral Norte do estado da Paraíba, Brasil. A pesquisa consistiu em análise do Projeto Político Pedagógico (PPP), entrevistas formais, conversas informais e observações de campo do cotidiano escolar, de maneira a examinar as noções de “cuidado” e “carência”, “gênero” e “generificação”, e a divisão sexual do trabalho entre os docentes, bem como sua formação profissional. Resulta, portanto, na compreensão da atividade docente como um espaço didático, produtor de reflexividade, discursos e subjetividades sobre o corpo da criança e o contexto social onde ela se encontra, estabelecido a partir de debates cotidianos sobre meninos e meninas, brincadeiras, violência e cuidado, sem ignorar, para isso, a presença ativa das crianças.
  • IVANDIELY PESSOA PINTO DE MENEZES COSTA
  • GÊNERO, INFÂNCIA E ESCOLA: PERSPECTIVAS ETNOGRÁFICAS SOBRE O TRABALHO DOCENTE COM CRIANÇAS
  • Data: 15/04/2020
  • Hora: 10:00
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  • Como a atividade docente organiza as concepções sobre gênero e sexualidade colocadas por crianças em suas narrativas e observações sobre o mundo dos adultos? Esta questão central norteia a presente dissertação, que é voltada ao estudo das concepções sobre gênero e infância presentes no processo inicial de escolarização de uma escola pública do município de Mamanguape, localizada no Litoral Norte do estado da Paraíba, Brasil. A pesquisa consistiu em análise do Projeto Político Pedagógico (PPP), entrevistas formais, conversas informais e observações de campo do cotidiano escolar, de maneira a examinar as noções de “cuidado” e “carência”, “gênero” e “generificação”, e a divisão sexual do trabalho entre os docentes, bem como sua formação profissional. Resulta, portanto, na compreensão da atividade docente como um espaço didático, produtor de reflexividade, discursos e subjetividades sobre o corpo da criança e o contexto social onde ela se encontra, estabelecido a partir de debates cotidianos sobre meninos e meninas, brincadeiras, violência e cuidado, sem ignorar, para isso, a presença ativa das crianças.
  • RAISSA TAIMILLES VALÉRIO PAIVA DE SOUZA
  • Novas Jornadas Entre o Virtual e o Físico: Ressignificação dos Espaços Através do Pokémon Go
  • Orientador : MARCO AURELIO PAZ TELLA
  • Data: 28/02/2020
  • Hora: 14:00
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  • A pesquisa consiste em uma etnografia com a comunidade gamer do jogo para celular Pokémon Go. O intuito é tentar entender a sociabilidade do grupo junto com uma nova perspectiva de olhar a cidade intermediada pelo espaço virtual. Tentando assim compreender como o jogo consegue ressignificar os espaços urbanos para os jogadores, que o enxergam de modo particular, através de esculturas, monumentos, igrejas, grafites, entre outros, que são justamente os pontos de parada do jogo e os ginásios, muitas vezes em lugares que fogem da rota diária das pessoas. Isso porque o Pokémon Go não existe só no celular, é uma intersecção entre o espaço físico e o espaço virtual, uma vez que ele utiliza o mapa da cidade onde o jogador está inserido, dessa forma o jogo muda o jeito como os jogadores lidam com o espaço, trazendo uma nova forma e concepção de se apropriar socialmente do espaço físico.
  • WILLIANE JUVENCIO PONTES
  • Emoções e Sociabilidade Urbana: Uma etnografia sobre a Comunidade do Timbó, João Pessoa - PB
  • Data: 28/02/2020
  • Hora: 09:30
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  • Este trabalho é uma pesquisa etnográfica que busca analisar a sociabilidade de uma comunidade periférica da cidade de João Pessoa. O universo de pesquisa estudado é a Comunidade do Timbó, localizada no bairro dos Bancários, zona sul da cidade, que está situada em uma área de crescente valorização imobiliária na cidade, o que influencia processos de reconfiguração urbana e social que perpassam o cotidiano dos moradores. Neste contexto em que a Comunidade do Timbó está circunscrita, objetivase compreender a sociabilidade que caracteriza o viver no Timbó, de modo a identificar a cultura emotiva e os códigos de moralidades que constituem a experiência do morador e conformam o lugar Timbó – lugar de pertença e pessoalidade onde os vínculos afetivos estreitos e duradouros são preservados e exercitados. A análise se baseou na discussão do sentimento de pertença, da pessoalidade, das redes homofílicas e dos marcadores sociais de diferenciação como elementos que configuram as relações que se estabelecem entre os moradores da comunidade. Elementos estes que informam a cultura emotiva e os códigos de moralidades em vigência e contribuem para uma forma singular do morador entender a si mesmo e ao outro relacional a partir do Timbó, lugar em que está inserido e constrói uma individualidade. Os dados etnográficos produzidos no trabalho de campo revelam a lógica pessoalizada que norteia a forma de sociabilidade no Timbó e propicia elementos de solidariedade e conflito presentes no cotidiano, tais como as estratégias de diferenciação, as ajudas mútuas, as acusações, as justificativas e as formas de administração do conflito, que estão pressentem na sociabilidade da Comunidade do Timbó e serão discutidos neste trabalho.
  • HEYTOR DE QUEIROZ MARQUES
  • "Está no Sangue": Etnografia sobre a Perspectiva Hereditária da Mucopolissacaridose no Cariri Paraibano
  • Data: 27/02/2020
  • Hora: 14:30
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  • Este trabalho pretende compreender a concepção de herança e hereditariedade a partir das famílias acometidas por mucopolissacaridoses, doenças genéticas raras de alta prevalência no Cariri Paraibano. Geneticamente, a doença é atribuída ao casamento consanguíneo ou casamento entre primos, com maior concentração na região que foi realizada a pesquisa. O interesse surgiu a partir de questionamentos que seria uma doença “herdada” – ou seja, ter um forte vínculo com o parentesco e como esse vínculo interfere na organização familiar. Os objetivos foram de: compreender qual a percepção de herança/hereditariedade genética e social das famílias acometidas pela Mucopolissacaridose no Cariri Paraibano. Já os específicos: verificar as relações após o diagnóstico positivo entre os familiares e adoecido; identificar as percepções da família acerca da doença e de seu caráter hereditário; identificar as repercussões sobre a trajetória pessoal e familiar a partir do adoecimento e sua hereditariedade; analisar as mudanças cotidianas na vida dos familiares dos acometidos. Metodologicamente, o trabalho de campo foi realizado em duas expedições, para dialogar com as famílias e as pessoas com as mucopolissacaridoses. A primeira expedição foi realizada em conjunto com minha orientadora e visitamos 11 cidades espalhadas nas regiões do Cariri. A segunda expedição, visitei duas cidades, Serra Branca e Taperoá, em razão do grande número de famílias acometidas e com o objetivo de aprofundar a investigação iniciada conhecendo com se deu a constituição familiar montando genealogias das famílias, também foi possível conhecer novos interlocutores que não foram identificados na primeira ida ao campo. No total, foram visitadas 16 famílias e realizado entrevistas semiestruturadas, sendo 13 delas, na primeira expedição e 3 novas famílias no segundo momento, possibilitando conhecer membros dessas famílias. As entrevistas variaram em conformidade com a situação de cada família, de modo que às vezes apenas os pais e/ou mães eram os agentes de diálogo quando os filhos eram crianças, quando já adultos eles falavam por si, mas com a companhia de algum outro familiar. Entre as famílias, o aspecto significativo a ser pontuado diz respeito ao valor do sangue atribuído ao repasse da doença, não ao parentesco, caracterizado por possuir o “mesmo sangue”. Aquelas famílias que tomaram o parentesco como referência foi no sentido de que: “só é família é só quando corre o mesmo sangue nas veias”, e esse sangue nas veias que compartilha o risco do adoecimento na família. A herança também poderia ser manifestada a partir do entendimento do heredograma realizado pela geneticista, que seria um instrumento para apontar a relação de parentesco, mas para os interlocutores não faziam diferença, pois o parentesco era construído a partir de uma normativa social, no qual seria definido por uma proximidade nas relações. Outro modo de entender o parentesco seria com uma noção histórica no território no qual a família originalmente se instalou e ali foram fixando raízes e pouco se “misturando”, dessa forma preservou o sobrenome o material genético em um mesmo território que começou como sítios e se tornaram cidade. Finalizando a apresentação dos dados, a herança de risco e a reprodução familiar emerge como uma temática bastante compreendida por uma das interlocutoras de forma a compreender e ajudar na problematização do que seria viver com o risco do desenvolvimento de uma doença genética rara, as mucopolissacaridoses, trazendo um contraste dessa interlocutora com os demais participantes do grupo que não questionavam ou não colocaram o risco como um ponto fundamental para a construção de suas famílias. As mucopolissacaridoses são entendidas pelos interlocutores como heranças que podem surgir a partir do parentesco sanguíneo, porem esses parentescos poucas vezes são admitidos, pois, as regras sociais sobressaem ao saber genético. Além disso, pode ser entendida a herança a partir do território que faz uma ligação direta com os nomes das famílias e a residência destas em sítios que se tornaram cidades. Por fim, a herança pode também fazer ser entendida como um risco na construção familiar, pois pode afetar na possibilidade de ter ou não um filho com mucopolissacaridose e essa condição acarreta diversas mudanças e traz diversos dilemas sobre a formação familiar.
  • RIANNA DE CARVALHO FEITOSA
  • Circuitos ambientalistas e estratégias lixo zero em Florianópolis.
  • Data: 18/02/2020
  • Hora: 10:00
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  • Esta pesquisa investigou, através de pesquisa etnográfica, o que chamamos de circuitos ambientalistas da cidade de Florianópolis/SC. Tais circuitos são constituídos por grupos engajados na gestão comunitária de resíduos, em compostagem comunitária, em movimentos em defesa da agroecologia, movimentos ecossocialistas, contando também com pessoas que participam de ações pontuais em prol do meio ambiente e de ações realizadas pelo Instituto Lixo Zero Brasil e por outras entidades públicas e privadas da cidade. Em 04 de junho de 2018, por meio do decreto nº 18.646, o prefeito da cidade instituiu o Programa Florianópolis Capital Lixo Zero, fato que nos instigou a buscar compreender melhor o que tem sido chamado de conceito ou estratégia lixo zero, para refletir sobre os caminhos que fizeram esse conceito ser mobilizado como uma política social e como essa política resultou em processos socioculturais que envolvem dinâmicas e ações políticas de diferentes grupos e estratos sociais florianopolitanos. Nosso estudo etnográfico fez uso de conceitos da antropologia urbana (Magnani, 2014) e da antropologia das políticas públicas (Hincapié, 2015). Nesse processo, buscamos compreender certas expressões de subjetividade da população de Florianópolis e quais os acontecimentos, caminhos e tendências ligados à questão da sustentabilidade e da gestão de resíduos sólidos, anteriores ao Decreto Capital Lixo Zero, poderiam ter possibilitado sua concepção e a transformação de uma aspiração aparentemente utópica em algo realizável, a partir da interface com o Estado, com o poder público ou com instituições da sociedade civil organizada.
  • NÚBIA GUEDES DE BARROS FERREIRA
  • MATERNIDADE E CRIANÇAS ENCARCERADAS: ETNOGRAFANDO O DOMINGO NO PRESÍDIO MARIA JÚLIA MARANHÃO (JOÃO PESSOA-PB)
  • Data: 14/02/2020
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho, extraído da pesquisa etnográfica realizada em um presídio feminino situado em uma cidade nordestina de grande porte, numa pesquisa com crianças e sobre a maternidade, objetiva observar a interação social entre as crianças e suas mães reclusas, mas também com os demais atores sociais que se encontravam naquela unidade carcerária no dia de visita da família, no domingo. A pesquisa antropológica foi realizada com mulheres que estão cumprindo pena ou aguardando julgamento em regime fechado. Portanto, a presença das crianças e de seus familiares está imbricada com o tipo de regime de prisão das mulheres. O trabalho discorreu sobre as dádivas percebidas, os sentimentos extraídos do cárcere, corpos que falam, que calam, mas que comunicam. Os recursos metodológicos utilizados na pesquisa foram observação direta, conversas informais, desenho, caderno de campo e memorização. As crianças, que emergem da pesquisa, emergem como atores sociais. No campo, revelaram-se formas de concepções do presídio, tais como: a elaborada pela instituição, a inventada pelas famílias das crianças, sobretudo, pelas avós maternas para as crianças pequenas, mas também, apresentei a percepção das crianças grandes. Emergiram do trabalho categorias apresentadas pelas interlocutoras, tais como: o “psicológico”, “febre emocional”, “encaixadeiras”, “criança pequena” e “criança grande”. Observei alguns signos de resistência na prisão, forma de reinvenção do convívio familiar, a exemplo de lençóis que forram o chão da área de visita. Neles, foram observados aspectos de lar, sacralidade, territorialidade que ressignificaram aquele espaço hostil. Apresentei a revista dos corpos das crianças, os castigos das mães que refletem nas crianças por ficarem sem o direito de visita. Emergiram da pesquisa a maternidade compartilhada, a matrifocalidade, a forma do cuidado com as novas gerações daquele grupo. Por fim, o domingo é uma forma de resistir à mortificação do eu ocasionado pelo sistema prisional, dia de festa, dia de confraternização familiar, é dia da família, consiste em uma forma daqueles pares ressocializarem-se, inconscientemente se reinventam apesar da obliteração de suas identidades, sobretudo, da materna. Exsurgiram o caos da prisão, “o fazer nada” como formas de intensificação da reprimenda. A visita foi observada como a grande e única forma de ressocialização da pena encontrada naquela prisão, realizada por aquelas famílias alijadas que, de forma inconsciente, humanizam a pena, avocando o dever estatal de ressocialização.
2019
Descrição
  • CAMILA BORGES DA SILVA
  • " A dor e a delícia de ser o que é": uma etnografia sobre mulheres em situação de rua na cidade do Recife-PE.
  • Data: 30/08/2019
  • Hora: 15:00
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  • Em breve
  • ALINE MARIA PINTO DA PAIXÃO
  • O LEVANTE DO SANTO: TRADIÇÃO DE CONHECIMENTO E PRÁTICAS RELIGIOSAS ENTRE OS QUILOMBOLAS DE MITUAÇU - PB
  • Data: 30/08/2019
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho dissertativo teve como foco a descrição analítica da prática religiosa do Levante do Santo ou Levantamento do Menino Deus, prática oral e de denominação católica que ocorre anualmente entre o final de dezembro e o início de janeiro na comunidade remanescente de quilombo de Mituaçu, situada no município do Conde, litoral sul da Paraíba. A pesquisa buscou compreender de forma processual como ocorre a transmissão de conhecimento expressada a partir de um grupo doméstico local. Nesse sentido, procuro evidenciar também como essa tradição se estende para além do grupo doméstico a partir de uma cooperação direta e indireta em uma ampla rede de atores sociais provenientes do catolicismo e de religiões pentecostais e neopentecostais, observando também a dinâmica com a qual essa tradição se reelabora, ao passo em que as religiões neopentecostais e pentecostais vêm rapidamente ganhando adeptos na localidade. É neste contexto relacional que será possível observar momentos de tensão e de mudança na prática secular. Durante a pesquisa bibliográfica e documental, não foram encontradas referências nominais ao fenômeno estudado, principalmente aquelas de cunho etnográfico ou registros de imagens (fotográfica e vídeo) em Mituaçu ou na comunidade quilombola do Gurugi, também situada no Conde (PB). Desse modo todas as etapas desse trabalho foram construídas a partir de relatos de moradores e ex-moradores locais que possuem ou que possuíram algum tipo de ligação, tanto com a prática religiosa em questão, quanto com a lapinha - dança religiosa realizada no período Natalino - em diversos momentos de suas trajetórias de vida. Também é possível observar que a partir de uma breve comparação e distanciamento com a dança da lapinha foram visualizados alguns dos processos fundamentais que compõem a prática em questão, como a doação da imagem pela linha de descendência feminina, a construção da parentela, os modos de tradição de conhecimento, as mudanças e as continuidades e descontinuidades a partir dos atores sociais que atravessam a prática.
  • GERALDO DE FRANÇA ALVES JÚNIOR
  • Caminhando com a Jurema: Etnografia de itinerários rituais afro-indígenas no litoral norte da Paraíba.
  • Data: 30/08/2019
  • Hora: 14:00
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  • Em breve
  • MARCIA ALEXANDRINO DE LIMA
  • "Pra onde vai todo esse sangue na menopausa?": uma análise antropológica dos sentidos da menopausa entre mulheres em Rio Tinto/Paraíba.
  • Data: 29/08/2019
  • Hora: 14:00
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  • Em breve
  • FERNANDA SATTVA DE ESPINDOLA BRANDÃO
  • CHEGAR, FICAR E (TALVEZ) SAIR: Etnografia de jovens adolescentes institucionalizadas de um abrigo em João Pessoa/PB.
  • Data: 28/08/2019
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho tem como proposta uma etnografia de jovens adolescentes institucionalizadas em um abrigo de João Pessoa/PB, que lá se encontram devido a medidas de proteção por terem seus direitos violados, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. A pesquisa de campo foi realizada em uma fundação mantida pela igreja católica, onde se encontravam abrigadas treze jovens adolescentes do sexo feminino, interlocutoras deste trabalho, além das cuidadoras/educadoras e cinco crianças, filhas das jovens adolescentes. O objetivo foi refletir e compreender sobre seus percursos de chegada no abrigo, permanência e possibilidades de saída, que podem ocorrer com o retorno para suas famílias ou com a chegada à maioridade legal aos dezoito anos. O campo revelou que a permanência das jovens adolescentes na instituição são envoltas de relacionalidades, tanto em relação às cuidadoras, quanto a missionários(as) que participam de suas vidas, especialmente nos momentos de lazer, como também entre elas, onde se percebem arranjos familiares criados. Além disso, a relação com a instituição perpassa a dicotomia entre proteção e controle, em que são reproduzidas violências institucionais, no que diz respeito ao controle quanto ao contato com suas famílias de origem, e de gênero, no tocante ao controle dos corpos e da sexualidade das jovens adolescentes. Por fim, as possibilidades de saída voltadas à reintegração familiar mostraram como apesar do distanciamento promovido pela instituição, permanecer com suas famílias ainda representa o principal desejo das interlocutoras, junto, em menor grau, com a vontade de construir novas configurações a partir da chegada à vida adulta.
  • RENAN JACINTO MONTEIRO
  • Na rua dos ciganos: A construção do ser homem entre saberes, honra e festas.
  • Data: 28/08/2019
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação tem por objetivo compreender o processo de “ser homem” entre os Calon na Rua dos Ciganos, na Costa Norte da Paraíba. Analiso, portanto, a formação do homem calon adulto através da experiência e aprendizagem na prática de certos saberes fundamentais para a formação da Honra, um dos principais elementos de valorização da masculinidade Calon. Para dar cumprimento a este objetivo, realizo inicialmente uma reflexão sobre os métodos utilizados na pesquisa com crianças e os adultos, refutando a ideia que para se pesquisar crianças seriam necessários métodos específicos. Em seguida, analiso a transição geracional menino-homem através da aglutinação de três valores fundamentais (Prosperidade, Promoção e Provimento), demonstrada especialmente durante os momentos de festa. Por fim, será demonstrado como um Saber Local é ensinado como/na prática às crianças e utilizado para comunicar performaticamente sentimentos e criar comunidades de afeto.
  • CAIO NOBRE LISBOA
  • ETNOGRAFIA DA FANFARRA NO CONTEXTO DO DESFILE CÍVICO DE RIO TINTO
  • Data: 28/08/2019
  • Hora: 10:00
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  • Dentre os meses de julho a setembro forma-se em Rio Tinto uma comunidade musical composta por bandas marciais, fanfarras e bandas de música, por ocasião dos desfiles cívico-militares da Semana da Pátria e de encontros de bandas realizados em outras cidades após o Sete de Setembro. A presente dissertação discorre sobre uma fanfarra em particular, a Fanfarra Antônia Luna Lisboa, pertencente à escola de mesmo nome da rede municipal de ensino. Trata dos conflitos que surgem da busca desses jovens em expressar a si mesmos, com seus gostos musicais, fardas e performances, no contexto de festividade tradicionalmente mais contida. Resulta de uma pesquisa com várias frentes, desde a antropologia visual e os estudos de rituais e performances, até um estudo que envolve juventudes, memória, música, corpo e gênero, o que leva a uma articulação de várias metododologias, como a observação participante em si, a observação diferida, a antropologia fílmica e a antropologia compartilhada. Desse modo, procura-se entender o que vem a ser a "carnavalização" na Fanfarra, identificando-se e comparando as semelhanças e diferenças da Fanfarra em suas mais diferentes situações de performances, seja em ensaios como em desfiles cívicos em Rio Tinto e outras cidades, intermediados pela composição e reflexão sobre o som e as imagens.
  • JOSE MUNIZ FALCAO NETO
  • Etnografia das memórias cinematográficas no vale do Mamanguape-PB
  • Data: 23/08/2019
  • Hora: 14:00
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  • Esta pesquisa procura abordar etnograficamente as memórias relativas às experiências de projeção de cinema em pequenas cidades do interior do Brasil, especificamente em Mamanguape e Rio Tinto, litoral norte do estado da Paraíba. As exibições fílmicas no Cine Eldorado e no Cine Orion, na segunda metade do século XX, seguem vivas nas lembranças de moradores da região, atualmente compartilhadas através da rede mundial de computadores. Métodos e conceitos associados à antropologia visual (foto e vídeo-elicitação, análise de filmes, etnografia virtual) são articulados com reflexões pertinentes à história do cinema para questionar as experiências de expectorialidade nos cinemas do interior e suas especificidades como expressões de modernidade e colonialidade. A antropologia que se dedica ao estudo do cinema, a exemplo de MasimoCanevacci e, mais recentemente, Rose Satiko, se soma à perspectiva etnográfica de abordagem das memórias de antigos trabalhadores e frequentadores dos cinemas do interior, com os quais foi realizado um filme etnográfico, concebido com base em noções de câmera participativa (Jean Rouch) e de cinema direto. O trabalho procura, assim, dialogar com autores e críticas pós-coloniais na consideração do cinema e da modernidade, refletidas na experiência dos sujeitos abordados em relação às suas vivências pregressas nos antigos cinemas locais (hoje desativados). A abordagem do cinema como imagem técnica, no sentido de Vilém Flusser, se mostrou também relevante para pensar a duração do cinema a partir das telas contemporâneas de computadores e smartphones. Como, portanto, o cinema contribuiu, em meados do século XX, para “modernizar”, “encantar” ou “catequizar” uma população composta, em grande parte, por trabalhadores rurais e indígenas, admitidos a um regime urbano industrializado de trabalho (marcado pela instalação de uma fábrica de tecidos)? Em que medida, pois, pensar as projeções e recepções do cinema em cidades pequenas nos permite elaborar dimensões críticas das condições de vida em sociedades pós-coloniais?
  • PHELIPE CALDAS PONTES CARVALHO
  • O Belo e suas torcidas: um estudo comparativo sobre as formas de pertencimento que cercam o Botafogo da Paraíba.
  • Data: 03/05/2019
  • Hora: 14:00
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  • A pesquisa dialogou mais fortemente com três grupos distintos de torcedores do Botafogo da Paraíba com o objetivo de realizar um estudo comparativo sobre eles. O objetivo era mostrar que aquilo que a mídia, certas instituições governamentais, forças policiais, entre outros, chamam genericamente de “torcida de futebol de um mesmo clube” não é nunca uma unidade, não é nunca algo homogêneo, livre de tensões ou rivalidades internas. Mas, ao contrário, as diferentes identidades torcedoras que cercam um mesmo clube vão criar seus próprios territórios, seus próprios lugares antropológicos, suas próprias relações de alianças e de rivalidades, que estarão a todo momento sendo mediadas, reforçadas e modificadas, a depender do contexto. As torcidas do Botafogo-PB, pois, pensadas sempre no plural, foram analisadas a partir de suas diferenças, de suas fronteiras, de suas alteridades, apresentando assim uma realidade extremamente heterogênea, bem diferente daquela comumente alardeada. Registrese, por fim, que a dissertação foi escrita após quase dois anos de pesquisa etnográfica, com o campo de pesquisa sendo alargado à medida que o trabalho se desenvolvia. Começou no próprio Estádio Almeidão e em seu entorno, acompanhando os torcedores, conversando com eles em meio ao ritual de jogos dentro de casa; depois ganhou João Pessoa, observando as circulações desses torcedores pela cidade-sede do clube analisado; e num terceiro momento foi pensado o torcedor para além de sua própria cidade, quando realizaram-se viagens com esses distintos grupos para acompanhar jogos fora de João Pessoa e até mesmo da Paraíba.
2018
Descrição
  • BIANCA RODRIGUES DA SILVA
  • Mulheres: Trajetórias, percepções de si e vivências afetivo-sexuais de mulheres que se relacionam com homens transexuais
  • Data: 31/08/2018
  • Hora: 14:00
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  • Este estudo se propõe pensar as trajetórias afetivo-sexuais de mulheres que se encontram engajadas em relacionamentos com homens transexuais, tendo em vista como elas percebem a si, sua sexualidade, seus desejos, sob o pano de fundo dessa relação. Para tanto, foi realizado o acompanhamento de um grupo (online) composto por mulheres que se relacionam com homens trans, que residem em diferentes regiões do país. Buscando perceber o que partilham entre si no tocante as suas vivências afetivas e sexuais, a partir do grupo e para além dele, foram realizadas conversas formais (entrevistas) e informais de forma individualizada com seis interlocutoras, cujas trajetórias são a base deste estudo.
  • MOURRAMBERT GUIMARAES FLEXA
  • "Quem ama homenageia" Rituais, performances e emoções em velórios em Santarém (PA)
  • Data: 31/08/2018
  • Hora: 10:00
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  • Em breve
  • JOAO INACIO DOS SANTOS NETO
  • Entre o pensar e o fazer objetos: Um estudo sobre os atos e gestos técnicos de artesãos e designers.
  • Data: 30/08/2018
  • Hora: 09:00
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  • Em breve
  • SHEILA CAVALCANTE DOS SANTOS
  • Curtir ou não curtir: Experimentações a partir do Tinder
  • Data: 29/08/2018
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho teve por objetivo analisar experiencias vivenciadas atraves do Tinder, aplicativo para dispositivos moveis usado para a busca de relacionamento afetivo-sexual. A partir de um estudo etnografico que envolveu ambientes online e off-line de investigacao, realizado principalmente com seis homens e seis mulheres que buscavam pelo sexo oposto no aplicativo, procurou-se observar como este se insere na dinamica de suas relacoes interpessoais e interfere em suas estrategias de sociabilidade e vivencia da experiencia afetivo/sexual. Tendo por base a dinamica de uso do aplicativo, analisou-se o percurso do contato com o outro atraves do aplicativo e seu entrelace com motivacoes, expectativas, projetos e dinamica de vida dos usuarios/as. Em dialogo com um instrumental teorico que atenta para a agencia do individuo no mundo da vida, partiu-se do principio que, por um lado, plataformas digitais como o Tinder sao recursos tecnologicos que configuram formas especificas e diversas de interacao com o outro, inseridas numa dinamica mais flexivel e rapida caracteristica da contemporaneidade. Por outro, tais dinamicas estao permeadas por especificidades culturais, elaboracoes pessoais e projetos relacionados com interesses e expectativas diversas dos usuarios/as e de seus interlocutores/as, o que cria uma constante indeterminacao nas relacoes ali constituidas. Assim, verificou-se que o Tinder figura como uma alternativa a mais e um meio ativo nos devires da busca pelo outro, integrando um movimento de procura e afastamento, de negociacao e tensao, que comporta tanto expectativas de afinidade e reciprocidade nas trocas intersubjetivas, estas testada desde o inicio do contato, como a valorizacao da autonomia e da escolha como cernes do projeto individual.
  • SHEILA CAVALCANTE DOS SANTOS
  • Curtir ou não curtir: Experimentações a partir do Tinder
  • Data: 29/08/2018
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho teve por objetivo analisar experiencias vivenciadas atraves do Tinder, aplicativo para dispositivos moveis usado para a busca de relacionamento afetivo-sexual. A partir de um estudo etnografico que envolveu ambientes online e off-line de investigacao, realizado principalmente com seis homens e seis mulheres que buscavam pelo sexo oposto no aplicativo, procurou-se observar como este se insere na dinamica de suas relacoes interpessoais e interfere em suas estrategias de sociabilidade e vivencia da experiencia afetivo/sexual. Tendo por base a dinamica de uso do aplicativo, analisou-se o percurso do contato com o outro atraves do aplicativo e seu entrelace com motivacoes, expectativas, projetos e dinamica de vida dos usuarios/as. Em dialogo com um instrumental teorico que atenta para a agencia do individuo no mundo da vida, partiu-se do principio que, por um lado, plataformas digitais como o Tinder sao recursos tecnologicos que configuram formas especificas e diversas de interacao com o outro, inseridas numa dinamica mais flexivel e rapida caracteristica da contemporaneidade. Por outro, tais dinamicas estao permeadas por especificidades culturais, elaboracoes pessoais e projetos relacionados com interesses e expectativas diversas dos usuarios/as e de seus interlocutores/as, o que cria uma constante indeterminacao nas relacoes ali constituidas. Assim, verificou-se que o Tinder figura como uma alternativa a mais e um meio ativo nos devires da busca pelo outro, integrando um movimento de procura e afastamento, de negociacao e tensao, que comporta tanto expectativas de afinidade e reciprocidade nas trocas intersubjetivas, estas testada desde o inicio do contato, como a valorizacao da autonomia e da escolha como cernes do projeto individual.
  • LUANA MAIA PINTO
  • "Eu vim buscar macaxeira e inhame": Uma experiência entre beneficiárias do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) em Rio Tinto/PB
  • Data: 29/08/2018
  • Hora: 09:00
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  • A Segurança Alimentar e Nutricional é objeto de amplo debate a respeito dos principais objetivos de planejamento e construção das políticas públicas no Brasil. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foi criado em 2003, no início do governo Lula, como parte do programa Fome Zero. Dentre os principais objetivos, a ação busca assegurar o acesso aos alimentos por pessoas que vivem em condições de insegurança alimentar e/ou nutricional, estimulando também a agricultura familiar por meio de compras governamentais de alimentos. A modalidade “compra com doação simultânea”, parte do que forma o PAA, foi a ação a qual tive a oportunidade de conhecer e vivenciar. Durante o desenvolvimento deste trabalho - entre os anos de 2017 e 2018 - me propus a acompanhar o movimento do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do município de Rio Tinto/PB, no intuito de observar as diversas relações que se passam dentro deste órgão e de analisar os sentidos associados à prática das políticas sociais. A etnografia realizada contribuiu para a coleta de dados, partindo da convivência e da execução do programa junto ao grupo de beneficiárias e servidoras do CRAS. Apresentando as formas de atuação e as relações entre os atores estatais e a sociedade, procuro destacar algumas discussões relacionadas à visibilidade de gênero, matricialidade sociofamiliar, pobreza e vulnerabilidade. Apesar de conceitualmente impreciso, o termo vulnerabilidade social reforça o entendimento a respeito dos diversos fatores que fragilizam os sujeitos no exercício de sua cidadania. Esse acompanhamento efetivo de um programa voltado à segurança alimentar e nutricional tem como suporte analítico as questões referentes às tecnologias e aos dispositivos de governo, biopoder e biopolítica. As políticas de Assistência Social podem ser pensadas como uma rede, em que uma ação estará ligada a outras. Portanto, ao pesquisar o/no PAA e adentrar a vida comum dessas mulheres beneficiárias, pude conhecer de que maneira tais ações estão ligadas à gestão da vida do seu grupo familiar.
  • FILIPE LINS DOS SANTOS
  • ARENAS DA VIDA: O Discurso Jurídico sobre a pessoa e a vida dos embriões In Vitro
  • Data: 28/08/2018
  • Hora: 14:00
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  • O direito, enquanto campo de produção de conhecimento, não se perfaz pronto e acabado numa norma ou julgamento do tribunal, mas ele é produzido no dia a dia das relações sociais e culturais. Isso é facilmente perceptível quando trazemos à tona a forma como o discurso jurídico se apropriou das categorias de vida e pessoa para ter condições de julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3510, que tratou sobre a autorização das pesquisas com células tronco embrionárias. A importância desse julgamento que aconteceu em 2008 foi perceber o conjunto de estratégias que foram criadas dentro do discurso a partir de elementos culturais e sociais, para criar e delimitar espaços sociais para a aplicação da categoria de vida e pessoa, bem como outras categorias que foram sendo colocadas em discussão, como o aborto, morto, DNA, alma e útero. Diante disso, o problema da pesquisa repousa em verificar a dinâmica social e antropológica que perpassou o acionamento dessas categorias no discurso jurídico e como isso permite ver um conjunto de interações e conflitos que envolvem valores e servem de base para o fortalecimento de relações sociais existentes ou surgimento de novas dinâmicas. Ademais, estava em jogo nesse caso, um objeto que era o embrião in vitro que reunia em si elementos da natureza e cultura, logo assumindo um caráter híbrido que levou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a criar a primeira audiência pública da sua história, precisando, para tanto, chamar a sociedade e principalmente pesquisadores para que pudessem fornecer elementos necessários, a fim da produção de uma decisão que colocasse um ponto final a grande pergunta que permeava o julgamento: A extração de células tronco embrionárias e a consequente morte do embrião in vitro é prática de aborto? Teria vida o embrião in vitro? Seria o embrião in vitro pessoa? É nesse cenário turbulento que está situada minha pesquisa. Assim, para a coleta dos dados procedi com uma etnografia documental pautada no levantamento de todos os documentos que fizeram parte do julgamento e extraindo. A pesquisa trouxe como um dos resultados a maneira em que o discurso jurídico se apropria de determinados valores para lidar com situações que não se limitam ao âmbito da natureza ou cultura, além de apresentarmos uma forma de engrenagem social que fortalece valores tradicionais a partir de uma lógica discursiva de modernidade e avanço cientifico.
  • ULIANA GOMES DA SILVA
  • “DOENÇA QUE NÃO TEM CURA, É PARA O RESTO DA VIDA”: ETNOGRAFANDO A EXPERIÊNCIA DE MULHERES MÃES DE CRIANÇAS COM DOENÇA FALCIFORME NO ESTADO DA PARAÍBA
  • Data: 27/08/2018
  • Hora: 16:00
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  • Esta dissertação tem por objetivo apresentar a pesquisa etnográfica desenvolvida no Mestrado em Antropologia. A partir dela, busca-se compreender a experiência do adoecimento e do cuidado junto às mulheres mães de crianças portadoras de Anemia Falciforme (AF) que acessam o Serviço de Triagem Neonatal (STN) no Ambulatório do Complexo Pediátrico Arlinda Marques (CPAM) na cidade de João Pessoa, Paraíba. São trazidas algumas reflexões acerca de como as mães se situam perante a doença dos filhos, enfocando as posturas desempenhadas por cada uma delas enquanto “mãe de uma criança com Anemia Falciforme”. Compreender o modo como desenvolvem atitudes de cuidado para com seus filhos se faz necessário, refletindo nesse movimento de como essas mães atribuem significados à experiência do adoecimento dos filhos e do cuidado para com os mesmos. Zago (2004) aponta que no Brasil, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Anemia Falciforme é a doença genética mais comum, ainda pouco conhecida e afeta mais agudamente as populações negra e parda – sabendo-se ainda que essas populações fazem parte do grupo dos mais pobres. Quanto à literatura sobre a doença, Silva (2013), Ramalho (2007), Neves (2014; 2015), Diniz (2005; 2006), Zago (2001; 2004) têm mostrado que as pessoas acometidas pela Anemia Falciforme ou com o Traço Falciforme enveredam numa luta diária para conseguir tratamento, medicamentos, assistências e respeito. Uma das mais importantes contribuições deste trabalho é trazer à tona um pouco do que essas mulheres estão enfrentando, pois não se divulga como estão lidando com o adoecimento, ou como trilham um percurso de busca sobre conhecimento acerca da doença. São trazidos registros de aspectos que levam a transformações no modo de vida dessas mulheres, para quem a descoberta da doença é impactante. Essa realidade foi percebida durante o trabalho de campo, e aqui são trazidas informações sobre os impactos da AF na vida dessas mulheres que se descobrem mães de filhos com hemoglobinopatia. Assim, as informações obtidas podem vir a contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas que visem a melhoria dos atendimentos voltados aos portadores de AF e a seus familiares.
  • JESSYCA BARBOSA MARINS
  • INVENTÁRIOS PARTICIPATIVOS: UMA POSSIBILIDADE DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL
  • Data: 23/08/2018
  • Hora: 14:30
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  • O presente trabalho é fruto de uma reflexão acerca da produção de inventários culturais participativos nas ações de educação patrimonial, analisando seus limites e alcances, a partir de cinco experiências de ações participativas, quais sejam: Do Buraco ao Mundo, Museu do Patrimônio Vivo de João Pessoa, Registro do Ofício e Território do Alto do Moura, Inventários do Vale do Mamanguape e Pamin (Patrimônio, Memória, Interatividade). No ano de 2016, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) lançou o Manual de Aplicação dos Inventários Participativos. Esse material didático, de acesso livre, gratuito e de leitura acessível, se tornou mais um instrumento de salvaguarda do patrimônio cultural, tendo por objetivo a mobilização social mediante a sensibilização dos detentores da cultura para as suas referências culturais locais. Trata-se mais de um despertar para o patrimônio cultural que, em alguns casos, é tão naturalizado em suas comunidades que se torna invisível no próprio contexto social em que é produzido. Diante dessa reflexão inicial acerca dos alcances e dos limites das metodologias dos inventários nas políticas de preservação cultural, o estudo traça algumas conclusões a partir do que foi revelado nessas cinco experiências de ações participativas, tendo em vista que tanto inventariar quanto participar são exercícios de poder, em que a ação do inventário representa um poder que vem de cima — tendo em vista que há incentivo e interesse por meio das políticas de preservação da cultura para que essas ações aconteçam — enquanto que a ação participativa representa um poder que vem de baixo — dos segmentos esquecidos e desassistidos no panorama das políticas públicas —, gerando, com isso, uma tensão entre os atores envolvidos nesse processo.
  • HUALAFY RAFAEL BARBOSA SANTOS
  • "Nossa luta não é em vão": As experiências das pessoas com albinismo na busca por visibilidade
  • Data: 23/08/2018
  • Hora: 10:00
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  • Em breve
  • LUARNA RELVA FELIX CORTEZ
  • Entre crises, cobranças e transições: Um estudo antropológico das experiências de mestres em formação
  • Data: 23/08/2018
  • Hora: 10:00
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  • Em breve
  • MARIA DO SOCORRO PELOSO DA SILVA
  • "CORPOS QUE CARREGAM: carregadores portuários na 'beira' do rio Tapajós, em Santarém-Pará".
  • Data: 20/08/2018
  • Hora: 10:00
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  • Tendo, o corpo, como objeto de estudo, a dissertacao busca compreender antropologicamente a experiencia corporal e a sociabilidade de homens que carregam e descarregam cargas e usam o proprio corpo como meio e principal instrumento para realizacao de suas atividades profissionais. A pesquisa empirica foi realizada na cidade de Santarem, Para, tendo como principais interlocutores os carregadores portuarios, afiliados a Associacao dos Carregadores do Terminal Fluvial de Passageiros e Cargas de Santarem Para, a partir da observacao de campo e de entrevistas semiestruturadas. As atividades de carregamento, neste contexto, sao realizadas somente por homens, exige grandes esforcos, tecnicas e habilidades corporais especificas, dada a natureza, o peso e as cargas que carregam. Alguns deles chegam a carregar ate 150 kg sem apoio de instrumento e no proprio corpo e muito mais quando potencializam seus corpos puxando as cargas com auxilio de carretos. As jornadas de trabalho sao, no minimo, de 10 horas diarias, alternando entre carregamento, descanso e tempo de espera.
  • SARAYNA MARTINS MENDES
  • SER MULHER NA CIDADE: UM ESTUDO SOBRE A CIRCULAÇÃO DAS MULHERES DO PORTO DO CAPIM PELA CIDADE DE JOÃO PESSOA.
  • Data: 15/08/2018
  • Hora: 09:30
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  • Partindo de três mulheres, moradoras da comunidade do Porto do Capim, localizada no centro da cidade de João Pessoa, este estudo visa fazer uma etnografia da circulação do corpo feminino pela cidade. O trabalho escrito foi produzido após uma metodologia de campo que buscou estar presente nos caminhos dessas mulheres, circulando com elas em seus espaços de ocupação na cidade, junto a conversas informais e entrevistas. São mulheres com um baixo poder aquisitivo e por esse motivo são obrigadas a andar e/ou trabalhar pelas ruas e a utilizarem o transporte público para se deslocarem. Acreditando na circulação e nos fluxos como uma fonte de potência da cidade, proponho pensar o fazer-cidade através das vivencias e dos relato dessas mulheres, dando visibilidade as suas experiências urbanas que por vezes se amplia ao estarem nas ruas, criando afetos e sensibilidade sentidas em seus corpos, para assim compreender qual é a cidade dessas mulheres. Entendendo que a cidade tem suas subjetividades criadas através dos fluxos dos próprios sujeitos, e que também produz tantas outras subjetividades nesses sujeitos da cidade, analiso aqui a relação corpo-cidade, como uma constante troca, em que um influencia o outro, na construção das corporeidades dessas mulheres. Nesta perspectiva, faço um apanhado sobre as especificidades do ser mulher nos espaços públicos, como medos e inseguranças que são sentidos diariamente em seus corpos femininos e em como essas mulheres acabam por criar habitus corporais, a partir dessas vivencias externas, para permanecerem minimamente seguras no seu caminhar cotidiano, do meu ponto de vista, por si só um ato de resistência diário.
  • GIOVANA ALMEIDA NASCIMENTO CANDIDO
  • Efeitos socioculturais da transposição do rio São Francisco em comunidades rurais: a experiência de São José de Piranhas no Sertão Paraibano
  • Data: 07/06/2018
  • Hora: 14:00
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  • Tendo em vista a magnitude das transformacoes decorrentes da concretizacao do Projeto de Transposicao do Rio Sao Francisco no Nordeste Brasileiro, esta dissertacao busca descrever e refletir sobre como essas transformacoes afetam a vida das familias sitiantes deslocadas do Sitio Riacho da Boa Vista, no sertao Paraibano. Com o intuito de compreender essas transformacoes, realizamos uma revisao da literatura antropologica que trata dos impactos socioculturais provocados pela implantacao dos grandes projetos governamentais. A partir desse estudo, foi possivel compreender que a trajetoria de vida das familias sitiantes foi atravessada por diferentes situacoes que um deslocamento compulsorio impoe e que essas familias buscam estrategias de resistencia para manter os seus modos de vida.
  • LUCAS MEDEIROS DE ARAUJO VALE
  • "Vinha caminhando a pé, pra ver se encontrava uma cigana de fé": o culto aos espíritos ciganos no Catimbó/Jurema do Ylê Axé Nagô Ôxaguiã (Caicó - RN)
  • Data: 30/05/2018
  • Hora: 09:00
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  • Presentes no ocidente desde meados do século XV, aqueles que hoje se reconhecem etnicamente, ou são reconhecidos, como “ciganos”, ocupam no imaginário do outro, “nãocigano”, imagens diversas e às vezes dicotômicas. Se por um lado são vistos como sujos, fedorentos, ladrões, vagabundos, e trapaceiros – como mostram diversas pesquisas etnográficas - por outro, são seres metafísicos, detentores de conhecimentos mágicos e de dádivas divinas, capazes de acessar através do jogo de cartas, ou da palma da mão, facetas do passado, presente e futuro. Também poderiam curar, amaldiçoar, enfeitiçar e atuar sobre a vida de quem quer que seja, estando eles - os ciganos - vivos ou mortos, operando milagres em seus túmulos, ou se fazendo presente enquanto espíritos, em centros Kardecista, Tendas ciganas espiritualistas, templos do Vale do Amanhecer, em terreiros de Umbanda e até mesmo nos de Jurema Sagrada/Catimbó. Nesta dissertação, buscamos refletir acerca das operações de construções sociais e imagéticas de conhecimento sobre a etnia cigana no culto aos espíritos/entidades ciganos(as) da Jurema Sagrada/Catimbó em um “terreiro” que também se denomina como de Candomblé, levando em conta os marcadores de diferença “raça” e “religião”, e a relação simbólica e material entre os espíritos/entidades, que são cultuados neste espaço, e “médiuns juremeiros(as)” de duplo pertencimento religioso. Tomando para a nossa analise os registros do nosso diário de campo, “pontos cantados” - ou “toadas” -, e as transcrições de entrevistas coletadas junto aos juremeiros do Ylê Axé Nagô Ôxáguiã, em Caicó/RN. Com isso, objetivamos compreender de que maneira os religiosos realizam os seus rituais, (re)significam culturas e apropriam-se destas em suas práticas sagradas.
  • WALKÍRIA DO NASCIMENTO SILVA
  • MEIO DE FEIRA: UMA ETNOGRAFIA SOBRE ESTRATÉGIAS DE VENDA ENTRE FEIRANTES NA FEIRA LIVRE DE ITAPOROROCA-PB
  • Data: 23/05/2018
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertação tem como objetivo identificar e analisar as estratégias de venda de mercadorias em três setores1 específicos da feira livre da cidade de Itapororoca, interior do estado da Paraíba. O recorte etnográfico foi feito a partir dos setores de frutas, verduras e roupas, mais precisamente, feira de frutas, feira de verduras e feira de roupas, respectivamente. A abordagem teórica fundamentou-se em autores como Agier (2011), Gonçalves e Abdala (2013), Leite (2001), Magnani (1996, 2002), Machado (2013), Paz (2016), Silva (2015), Sato (2012), Simmel (1983), Vedana (2004, 2008, 2013, 2017) e Velho (2013, 2011). Na perspectiva da Antropologia Urbana, o trabalho dá ênfase às discussões sobre as apropriações do espaço público e as sociabilidades e estratégias de venda em feiras livres. A pesquisa qualitativa teve como principal método a descrição etnográfica que utilizou também a câmera fotográfica como técnica de pesquisa. O intuito foi observar e compreender as práticas sociais e atividades desenvolvidas pelos feirantes percebendo as estratégias de venda que são utilizadas para oferecer mercadorias em cada um desses setores. O foco da pesquisa se restringiu à observação das relações sociais entre feirantes e fregueses, aqueles que vendem e que compram na feira. A feira livre acontece semanalmente nos dias de segunda feira e atrai um público diversificado vindo de todo o município e cidades circunvizinhas. O espaço público da feira encanta todos aqueles que passam por ali com sua variedade de mercadorias, cores, cheiros, sons e sabores, além de ser palco para diversas manifestações sociais, religiosas, culturais e políticas. É nesse contexto heterogêneo de pessoas, mercadorias e manifestações culturais, que os feirantes fazem uso de estratégias variadas para vender suas mercadorias, e ao mesmo tempo, reforçar os laços de sociabilidade com os fregueses.
  • EDILZA MARIA MEDEIROS DETMERING
  • “LEÕES” DA SPORTMANIA: Um estudo sobre a formação e a sociabilidade de uma torcida organizada do Sport Club do Recife
  • Data: 04/04/2018
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertacao tem como objetivo o estudo etnografico sobre a formacao e a sociabilidade de torcedores organizados do Sport Club do Recife. O objeto de estudo e a torcida organizada SPORTMANIA, que surgiu na decada de 1980, foi extinta na decada de 1990 e ressurgiu no final dos anos 2000. A pesquisa foi realizada com participantes da primeira e da segunda formacao da torcida, num total de 10 interlocutores (nove homens e uma mulher) a partir da observacao participante e de entrevistas semiestruturadas complementares. O campo etnografico compreendeu basicamente o estadio Adelmar da Costa Carvalho na Ilha do Retiro, as demais dependencias do clube e a residencia de alguns torcedores. Ainda, como campo de interacao com os interlocutores, podem ser citadas as vias digitais, como e-mails e aplicativos de mensagens via celular. Nesses espacos, observou-se socializacao, interacao, conflitos e hierarquias que permeiam as relacoes dos torcedores rubro-negros. As reflexoes sao embasadas em um aporte teorico que inclui Simmel (1950) para pensar conflito e sociabilidade, Magnani (2002) para pensar circuito e espacos de sociabilidade, e Levi-Strauss (1986) para problematizar o totemismo, dentre outros autores. Nesse contexto, destacam-se as caracteristicas do pertencimento a SPORTMANIA em ambas as formacoes da torcida, como tambem o significado e a importancia que os torcedores atribuem a ter um “leao” como mascote do time, levando-se em conta os contextos pernambucano e brasileiro. A importancia desta investigacao etnografica reside no estudo do fenomeno de ressurgimento da torcida em pauta, atestando que a formacao da torcida se fundamenta no desejo de torcer pelo time, encontrar os amigos e se socializar.
  • SONIA MARIA NEVES BITTENCOURT DE SA
  • O arco e flecha como construtores do mundo: A prática tradicional do kyudo e do Potiguara na Paraíba
  • Data: 23/02/2018
  • Hora: 13:00
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  • Esta dissertação se insere no campo de estudos da técnica, do manejo e da performance mediante a análise dos processos de construção do arco e da flecha Potiguara e do Kyudo, a arqueria tradicional japonesa. Nesta perspectiva, a presente pesquisa se estruturou a partir de uma indagação central: Como os arcos e flechas Potiguara e do kyudo atravessaram os tempos e continuam as suas práticas nos dias atuais? A reflexão antropológica subjacente ao estudo é a relação entre continuidades e mudanças, tradição e ressignificação. Neste sentido, o objetivo geral delineado foi compreender como os arcos são construídos, e como ocorre a interação entre os arcos e os artesãos; os arcos e os arqueiros; a partir de uma aproximação etnográfica junto a dois grupos: os artesãos das aldeias das Terras Indígenas Potiguara e seus arqueiros, e entre os praticantes de Kyudo. A metodologia utilizada consistiu em um conjunto de procedimentos, tais como: l. Levantamento bibliográfico e histórico sobre os samurais e a imigração japonesa para o nordeste do Brasil e dos guerreiros potiguara; artesãos e arqueiros envolvidos com a prática do arco e flechas; 2. Mapeamento bibliográfico sobre o estado da arte no campo dos estudos da técnica, do manejo e da performance; 3. Pesquisa de campo etnográfica entre 2016 e 2017 envolvendo diversas observações, descrições e diálogos colhidos entre os artesãos e praticantes do arco e flecha que possibilitou dialogar com as teorias antropológicas no campo da técnica, do manejo e prática como eixo de reflexão. O trabalho foi dividido em três tópicos: no primeiro há uma abordagem geral sobre a questão do arco e flechas; no segundo situo a questão do conhecimento, natureza e a poética concreta da construção dos arcos; e no terceiro e último, analiso a relação entre corpo e o arco e flechas tendo como base de apoio os estudos produzidos no campo da antropologia visual. Neste caso, analiso a prática do arco e flecha nos Jogos Indígenas Potiguaras e os Festivais do Japão, em João Pessoa em 2016 e 2017, respectivamente. Para além desta dissertação a aproximação etnográfica realizada junto aos dois grupos potencializou a produção de um vídeo e um acervo fotográfico sobre a forma de construção e manuseio dos arcos. O estudo sinalizou para a ressignificação contemporânea do arco e flecha enquanto um processo de esportização. Antes de ser um trabalho conclusivo, o estudo do arco e flechas entre estes dois grupos, buscou ser um trabalho mais reflexivo e, sobretudo, provocativo e aberto a novos caminhos a serem traçados para uma compreensão maior da relação técnica, manejo e performance.
2017
Descrição
  • ANA VALERIA SALZA DE VASCONCELOS
  • A dona da festa toda: artes e astúcias sobre ser drag queen em Recife – Pernambuco
  • Data: 31/08/2017
  • Hora: 14:00
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  • Em breve
  • EVERTON DE LIMA SILVA
  • Você é muito nova para brincar de morrer ou Uma etnografia com jovens e adolescentes que praticam a automutilação
  • Data: 31/08/2017
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação discorre sobre o fenômeno conhecido como automutilação. Tratase de uma prática usualmente ligada a pessoas jovens, majoritariamente adolescentes, e do sexo feminino, que têm como uma de suas características o fato de as pessoas ocultarem seus sinais. Silenciada no cotidiano presencial, a automutilação, entretanto, é visível e presente nas redes sociais, especialmente no Whatsapp. A pesquisa aqui apresentada acompanhou este fenômeno, a partir da inserção do seu pesquisador em diversos grupos de Whatsapp e, em menor medida, do Facebook. A automutilação tem um aspecto de anti-estrutura, de anomia. A conduta de se cortar é representada até em música como uma “saída de emergência”. Um automutilador pode passar semanas sem se cortar e, por algum motivo voltar a se ferir numa sequência superior à anterior ou ainda pode ser coagido a deixar de se cortar, pode fazer terapia, substituir a automutilação por alguma outra conduta, entre outras atitudes. Tentar fazer um quadro estático sobre automutilação não parece uma atitude aconselhável, visto que quem se corta está frequentemente flertando com a instabilidade, fuga, desespero, apelo ao prazer, etc. O que se pode esperar de um grupo de Whatsapp para pessoas que praticam automutilação? Há um grupo de pessoas que estão fugindo de uma série de socialidades outras que não as comportam. Afirmei que as pessoas com as quais convivi estão fugindo de várias socialidades, muito embora eles se refiram e vejam “a sociedade” como uma vilã. Nos grupos de Whatsapp para pessoas que se cortam eu vejo um espaço de refúgio, onde o que garante a aceitação é a condição de igualdade frente a automutilação. Nesses espaços as pessoas se apresentam e se representam de uma forma diferente daquela quando estão fora do grupo. Nesses grupos os automutiladores estão inventando sua socialidade por meio de sua agência, uma agência que ensaio chamar de difusa ou negativa pelo próprio fato de, nas suas representações, os automutiladores geralmente associarem sua prática ao suicídio, ao sofrimento, entre outras aflições.
  • JANAINNA EDWIGES DE OLIVEIRA PEREIRA
  • SIGNIFICADOS DA SOLIDARIEDADE NA BODEGA NORDESTE VIVO E SOLIDÁRIO, NO CEARÁ
  • Data: 30/08/2017
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho tem como tema a Economia Solidária e a Bodega Nordeste Vivo e Solidário como experiência empírica a ser analisada, um empreendimento produtivo solidário que faz parte da Rede Bodega, uma rede de economia solidária do estado do Ceará, que agrega artesãs e artesãos, agricultoras e agricultores de cinco grupos situados em diferentes municípios. Pretendo interpretar os significados atribuídos por três mulheres de tal empreendimento à noção de solidariedade e às relações existentes entre os grupos que o integram, assim como suas vivências práticas neste empreendimento solidário. Para isto, elejo como foco empírico dois grupos da Prainha do Canto Verde que integram a unidade sediada no município de Aracati, a Bodega Nordeste Vivo e Solidário, que é formada por 54 grupos que trabalham com agricultura familiar, artesanato, serviços alimentícios e de hospedagem. Em vídeos divulgados pela Rede Bodega, assim como em seu discurso institucional, a solidariedade é enfatizada como ponto fundamental ao fortalecimento dos grupos e à realização de uma economia baseada em princípios de solidariedade, em oposição a uma economia de mercado, que visa o lucro e se baseia em grande parte em relações sociais de exploração. Desta forma, buscarei compreender as representações de alguns de seus membros sobre os elementos e símbolos que os unem para que trabalhem e se identifiquem como integrantes de um mesmo projeto, a Rede Bodega, que tem como um de seus principais pilares a solidariedade. Metodologicamente opto por uma abordagem etnográfica em que me pauto por uma pesquisa com procedimentos qualitativos de coleta dos dados, com ênfase na pesquisa de campo, na observação e nas entrevistas abertas, com foco prioritário na compreensão das narrativas de vida de três integrantes da Bodega Nordeste Vivo e Solidário.
  • MARINA BLANK VIRGILIO DA SILVA
  • A princesa, a gata e a borralheira: imaginários, construções e desconstruções de casamentos
  • Data: 30/08/2017
  • Hora: 09:00
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  • A questao inicial desta pesquisa foi “por que as pessoas se casam?”, especificando um pouco mais, cheguei ao questionamento de “por que as pessoas se casam dentro de um modelo de ritual demonstrado pelo mercado de casamentos?”, o que levou a pergunta “o que justifica o alto gasto neste dia unico?”. Uma possibilidade de resposta foi atraves da exploracao de “imaginarios” compartilhados, entendidos como percepcoes sociais, formas de ver o mundo a partir de sentimentos, vivencias e memorias. Historicamente o ritual do casamento envolve, para alem das questoes de consumo, relacoes de genero. Ha a construcao social de que “toda mulher deveria ter que desejar se casar”, assim como “todo homem deveria fugir deste compromisso”, sao dois estereotipos para uma mesma logica de dominacao heteronormativa que os opera, ambos precisam ser rompidos. Os potenciais de submissao e de empoderamento feminino estao em uma linha tenue, sempre negociada na instituicao casamento. Busco complexificar uma concepcao de “princesa” associada a imagem de “noiva” geralmente percebida sob os signos do romantismo, passividade e ingenuidade, mostrando sentidos diversos de feminilidade e a pluralidade de experiencias. Atraves dos ensaios que compoem esta dissertacao, apresento uma experimentacao narrativa antropologica, que reflita sobre possibilidades de produzir conhecimento, tocando a concepcao de autoantropologia. O objetivo e valorizar sentidos dados pelas interlocutoras e interlocutores ao ritual que vivenciam. Como rituais nao sao estaticos e nem os discursos que o perpassam, nenhuma inquietacao e conclusiva, espero que as reflexoes apresentadas no interior desta pesquisa possam estimular outras producoes antropologicas.
  • PATRICIA ASSAD
  • "Povo de ilha": Dinâmica territorial, identidade e Tradição de Conhecimento no Porto do Capim - PB
  • Data: 25/08/2017
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho investiga os processos de constituição da comunidade do Porto do Capim e as relações que os seus habitantes desenvolvem com variados elementos nos ambientes ali existentes, considerando os contextos social, ecológico e a dinâmica territorial envolvidos na construção deste local. Deste modo, busca compreender os processos envolvidos na constituição de uma tradição de conhecimento, nos termos propostos por Fredrik Barth, que compõe o universo de referências materiais e morais da comunidade do Porto do Capim. A comunidade do Porto do Capim situa-se na margem direita do rio Sanhauá, um dos afluentes do rio Paraíba do Norte, local de nascedouro da cidade de João Pessoa, e surge a partir da ocupação daquela área, por volta da década de 1950, sobretudo por famílias de pescadores e coletores de mariscos que moravam em bairros próximos ou nas ilhas fluviais dos arredores, bem como de trabalhadores do porto que havia no local. Desde o final da década de 1990 esses habitantes convivem com a ameaça de serem removidos do lugar, para a construção de obras e projetos visando o turismo. Surge, então, a indagação de que mais do que práticas e formas de utilização do território local, pode-se abarcar de maneira mais ampla uma identidade e uma tradição de conhecimento que advém das vivências no estuário do rio Paraíba do Norte, conforme revelado nesta pesquisa. E que, neste caso, está vinculada aos diversos contextos que envolvem o uso, ocupação e significação desses espaços. A partir da presente pesquisa, pôde-se observar que os quadros identitários, as formas de interpretar o mundo e de se estar nele, junto a um composto moral que os acompanha, ou seja, a bagagem cultural de um indivíduo é construída de forma processual, a partir das interpretações e experiências vivenciadas e de suas interações nos ambientes.
  • ISAAC FERNANDO FERREIRA FILHO
  • O Indígena frente às políticas de inclusão digital: uma análise de processos sociotécnicos entre os Pataxó da Aldeia Velha no extremo Sul da Bahia
  • Data: 22/08/2017
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho busca compreender como são construídas as relações técnicas entres os indígenas Pataxó da Aldeia Velha, extremo sul da Bahia, e projetos de inclusão digital. Partiu-se da análise das atividades de dois projetos, um governista (ProInfo) e outro tido como alternativo (Bailux), para entender as cadeias operatórias dos atores envolvidos e investigar como as técnicas são apropriadas e como os significados dos objetos técnicos são reelaborados de acordo com as experiências ecológicas dos seus usuários. Dentro dos processos sociotécnicos estudados, os dados apontam para a política como uma técnica importante, servindo como um meio de mobilizar ações para a garantia de recursos. É através das tecnologias da informação e comunicação, como smartphones, computador, redes sociais, que estas técnicas são concatenadas possibilitando uma amplificação das habilidades dos atores, bem como uma amplificação da organização social da aldeia.
  • MARIANNA DE QUEIROZ ARAÚJO
  • Ecologia doméstica e transação de conhecimento entre grupos domésticos potiguara da aldeia Jaraguá de Monte-Mór, PB
  • Data: 16/08/2017
  • Hora: 14:00
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  • Esse texto dissertativo pretende descrever e analisar a ecologia domestica entre grupos domesticos (Wilk, 1984) da aldeia Jaragua de Monte- Mor, PB, levando em consideracao o modo como as pessoas se relacionam com os ambientes nos quais se inserem (Silva, 2009). E intencao tambem analisar como se da a transacao dos conhecimentos localmente construidos. Toma-se como pressuposto teorico-metodologico a existencia de estoques culturais (Barth, 2000) diversos dos atores sociais (com base em idade, sexo, insercoes ocupacionais, etc.), constituidos a partir de fluxos de materiais culturais (ideias, valores, conhecimentos, tecnicas etc.) tambem diversos, conforme foi possivel observar. Para seu desenvolvimento foram levantados dados sobre as atividades realizadas pelos membros de dois grupos domesticos (formados por familias extensas de pelo menos tres geracoes), em que investigamos os aspectos materiais e imateriais de producao e transacao de conhecimentos, bem como os quadros morais de referencia e a cooperacao existente entre essas pessoas. Os dados mostram que os individuos interagem com os ambientes contribuindo para a propria conformacao deste ao executarem atividades diversificadas em seu cotidiano, integrando conhecimentos, tecnicas, materiais, etc., procedentes de suas bagagens experienciais. Este procedimento se da com o desenvolvimento de diferentes insercoes de atuacao das pessoas e os usos que estas desenvolvem, os quais se revelam fundamentais para a conformacao identitaria e experiencial dos individuos e de seus grupos domesticos. A partir disto, compreende-se que a interacao com os ambientes se da por meio dos conhecimentos oriundos nao apenas da experiencia na busca por recursos, mas de um cuidado que gera uma relacao de responsabilidade e pertenca, uma ecologia domestica que inclui a capacidade de lidar adequadamente com as caracteristicas ambientais e desenvolver o gerenciamento dos elementos presentes no territorio.
  • EDUARDO DONATO
  • OS OPERÁRIOS DO BARÃO: um diálogo sobre imagens, memórias e condições de existência do operariado brasileiro a partir do caso de Rio Tinto no século XX
  • Data: 09/08/2017
  • Hora: 09:30
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  • Atraves do exercicio de uma antropologia visual e dialogica com um grupo de operarios aposentados de Rio Tinto, PB, moradores da rua Barao do Triunfo, esta pesquisa visa elucidar aspectos relativos aos processos de constituicao e preservacao da memoria do trabalhador, bem como as particularidades desse caso de exploracao da mao de obra na regiao. Exemplo de sistema de dominacao promovido por autarquia, marcado por um forte controle do cotidiano operario, o nucleo fabril de Rio Tinto revela especificidades em sua constituicao que podem ser melhor descritas e esclarecidas pela investigacao da memoria do proletariado local. Alem da compreensao de particularidades da existencia operaria em Rio Tinto, tal qual apreendida e descrita pelos protagonistas desta historia, a pesquisa tem tambem o objetivo de ampliar o conhecimento sobre metodologias que podem contribuir com o estudo de temas similares.
  • RUANNA GONÇALVES DA SILVA
  • "É de raiz: expressões e sentidos do forró pé-de-serra"
  • Data: 30/05/2017
  • Hora: 14:00
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  • Em breve
  • JULIANA CRELIER AZEVEDO
  • A produção cinematográfica na Paraíba: Um diálogo imagético entre duas gerações de Cineastas
  • Data: 03/05/2017
  • Hora: 14:00
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  • Resumo: Esse trabalho visa realizar uma reflexao etnografica sobre a producao cinematografica da Paraiba a partir da articulacao entre identidade, memoria e subjetividade. Ao analisar a producao de quatro cineastas paraibanos pertencentes a duas geracoes diferentes (decada de 1980 e a atual) procura-se refletir como se articulam as narrativas cinematograficas destes realizadores, as condicoes sociais de producao em cada geracao especifica e as diferentes representacoes identitarias possiveis neste cenario. Assim, apos uma breve contextualizacao da producao audiovisual na Paraiba, pretende-se analisar um corpus de filmes que representem uma perspectiva dessa producao e dialogar com as diferentes esteticas, narrativas e metodologias que estiveram presentes no contexto da producao cinematografica local.
  • DIEGO ALANO DE JESUS PEREIRA PINHEIRO
  • CRIANÇAS ESPECIAIS PARA FAMÍLIAS ESPECIAIS: OS SENTIDOS DE MATERNIDADE PARA MÃES DE BEBÊS COM MICROCEFALIA EM PERNAMBUCO
  • Data: 23/02/2017
  • Hora: 09:00
  • Mostrar Resumo
  • O trabalho visa contribuir para reflexões no campo das Ciências Sociais no que cerne aos debates em torno da saúde e maternidade. A pesquisa iniciou após o grande índice de bebês nascidos com microcefalia, tendo como epicentro a região do Nordeste do país. A mídia tanto regional e nacional quanto internacional tem noticiado o balanço diário do “surto” revelando-se um problema de saúde global, passando de 500 casos de bebês com malformações cerebrais somente em Pernambuco, segundo dados do Ministério da Saúde (abril/2016). Pesquisadores interessados no tema, buscavam compreender a principal causa da doença considerada até então como um mistério para a ciência, e entre as hipóteses hoje já comprovadas, evidencia o vírus do Zika transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A epidemia vem mexendo com a dinâmica de várias esferas como políticas, socioambientais, econômicas e religiosas. Mulheres, mães de bebês com microcefalia em Pernambuco têm se organizado em movimentos como a “União de Mães de Anjos” (UMA), construindo redes de apoio e solidariedade, compartilhando experiências sobre o cuidado com os “anjos” ou “crianças especiais” (como denominam seus filhos), além de reivindicarem numa linguagem de direitos auxilio junto ao Estado e órgãos competentes. Neste sentido, esta etnografia foi produzida a partir de três encontros da UMA os quais participei, ocorridos entre fevereiro e dezembro de 2016. Partindo de três trajetórias de vida de mães de crianças diagnosticadas hoje pelo campo biomédico como “Síndrome Congênita do Zika vírus” (SCZv), estabelecendo relação com as interlocutoras tanto no âmbito online (Whatsapp, Facebook, instrumentos utilizados por elas para comunicação entre si e apropriados por mim) e na dimensão off-line (encontros presenciais). Volto-me a entender as representações entorno do bioativismo materno, a fim de apreender as produções de sentidos e significados oriundos das concepções e experiências materna.
2016
Descrição
  • JOSE FELIPE DE LIMA ALVES
  • "Segura na mão de Deus e vai...": etnografia dos rituais de despedida na cultura fúnebre do Crato-CE/Brasil
  • Data: 01/09/2016
  • Hora: 14:30
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  • em breve
  • JULIANA DOS SANTOS NASCIMENTO
  • "Relações de Gênero e Poder das Mulheres Evangélicas"
  • Orientador : MONICA LOURDES FRANCH GUTIERREZ
  • Data: 31/08/2016
  • Hora: 14:00
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  • em breve
  • LUZICLEIDE SOUSA DE LIMA
  • Entre curtidas e comentários: uma netnografia sobre a sociabilidade travesti no Facebook
  • Data: 31/08/2016
  • Hora: 14:00
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  • O objetivo desse trabalho foi elaborar uma netnografia, partindo do metodo etnografico para compreender como quatro travestis dao significado aos seus corpos atraves da performance dentro e fora do Facebook. Desse modo, procurou-se compreender os elementos simbolicos comos quais elas significam seus corpos para dar forma e auxiliar na construcaode suas identidades virtuais. Os dados apresentados nesse trabalho sao resultadosde uma pesquisa elaborada atraves de entrevistas presenciais e tambem por meio do Messenger do Facebook durante o periodo de janeiro de 2015 a abril do ano de 2016. Embora cada travesti possa perceber como e o seu proprio corpo, a fotografia para elas pode ser considerada como um instrumento que facilita na construcao do feminino que pretendem representar. Nesse contexto, o genero da identidade travesti nao e simplesmente uma performance no sentido de acao teatral que escolhem para encenar, o que as travestis representam e um, ou ate varios “femininos” que elas constroem ao usar suas fotografias como autorepresentacao de suas identidades.
  • CICERA TAYANE SOARES DA SILVA
  • “É DE VERDADE OU É DE PLÁSTICO?”: FORMAS E SENTIDOS DAS CRÍTICAS AO FORRÓ ELETRÔNICO
  • Data: 29/08/2016
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertação discute as críticas realizadas ao forró eletrônico envolvendo músicos, secretários de cultura, professores universitários, produtores de eventos e apreciadores do forró eletrônico. A partir dos postulados de tais autoridades, o trabalho visa entender as formas e sentidos das críticas ao forró eletrônico, compreendendo seus sentidos e significados. Mais do que apontar distinções, cabe-nos entender a que pilares tais críticas estão alicerçadas. Para isso, recorremos às três críticas mais frequentes que fazem referência, por sua vez, à questão da origem, da objetificação da mulher e da mercantilização. A partir dessas questões, iremos perceber como a questão do gosto constitui-se em uma prerrogativa importante para que tais posicionamentos sejam concretizados. Assim, tenta-se compreender como e porque essas críticas são frequentemente usadas para deslegitimar o forró eletrônico e sua importância cultural. A partir de tal roteiro, evidenciamos como esses espaços de crítica e observação do fenômeno (origem, objetificação da mulher e mercantilização) confluem para produzir um discurso a partir de agentes e setores específicos da sociedade sobre o forró eletrônico em um contexto de disputa por significados e representação.
  • ANA CAROLINA AMORIM DA PAZ
  • ENTRE “PAPUDINHOS” E “NOIADOS”: Uma etnografia sobre o cotidiano e sociabilidades em espaço de consumo de substâncias psicoativas na região Central de Cabedelo/PB
  • Data: 24/08/2016
  • Hora: 10:00
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  • Esta dissertacao teve como objetivo o estudo etnografico sobre cotidiano e praticas de sociabilidade em um espaco conhecido como ponto de encontro e consumo diario e intenso de bebidas alcoolicas, o “CTI”, localizado no centro da cidade de Cabedelo/PB. Trata-se de um espaco frequentado por pessoas moradoras da vizinhanca, trabalhadores da regiao e pela populacao em situacao de rua, em sua maioria, pessoas em estado de vulnerabilidade social, economica, emocional e/ou de saude. A pesquisa foi realizada em torno do mercado publico, concentrando-se na praca Venancio Neiva, bares e calcadas da regiao. Contou com a participacao de 31 interlocutores frequentadores desse espaco e foi realizada atraves da observacao participante e 06 entrevistas semiestruturadas complementares. A partir da imersao em campo etnografico, observou-se os modos particulares de apropriacao do espaco publico atraves de praticas, interesses e identidades distintas que, por sua vez, apontam para o estabelecimento de normas, conflitos, hierarquizacoes e formacao de grupos de frequentadores. Nesse contexto destaca-se o consumo de substancias psicoativas, principalmente o “burrinho” (cachaca) e a “pedra” de crack, como elemento de status e ordenador das relacoes sociais, juntamente com outros aspectos, que atuam no processo de estigmatizacao de determinados frequentadores.
  • VANESSA KARLA MOTA DE SOUZA LIMA
  • A CASA DA UMMAH: comunidades religiosas islâmicas sunitas no Nordeste do Brasil – Paraíba e Agreste de Pernambuco
  • Data: 12/08/2016
  • Hora: 09:00
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  • Investigar, nas comunidades islâmicas sunitas na Paraíba e no agreste de Pernambuco, através de aportes antropológicos, como são construídas as identidades muçulmanas e de que modo esses indivíduos reversos se percebem enquanto participantes da comunidade islâmica transnacional, a Ummah. Por meio da observação participante e da análise do discurso dos adeptos da religião islâmica, compreender como se dá essa experiência religiosa de “ser muçulmano” no nordeste do Brasil. Compreender a partir das categorias teológicas islâmicas do Tawhid/Taweed e da Reversão os modos de assimilação e compartilhamento das práticas da comunidade de fé transnacional, as redes e fluxos dessas comunidades em seus trânsitos de fé e suas novas configurações a partir do contexto brasileiro por esses indivíduos. Foram realizadas incursões ao campo de pesquisa nas cidades de João Pessoa (PB), Caruaru (PE) e Canhotinho (PE) na busca pelo discurso e práticas desses muçulmanos. Entendeu-se que a assimilação da religião e sua vivência enquanto membros da comunidade de fé islâmica se dão por meio da construção de uma identidade religiosa e identificação doutrinária no que diz respeito às práticas rituais e vivências compartilhadas nos espaços sacralizados e na sociedade.
  • LARISSA ISIDORO SERRADELA
  • "Torégira: Performance Ritual em um Quilombo-Indígena.”
  • Data: 13/06/2016
  • Hora: 08:00
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  • O foco da dissertacao e o contexto ritual que chamo toregira, realizado pelo “quilombo-indigena” Tiririca dos Crioulos, localizado no municipio de Carnaubeira da Penha, estado de Pernambuco. O objetivo foi compreender as dinamicas de cuidado entre diferentes materiais (Ingold, 2012) e o processo de reafirmacao etnica que reverberam desse ritual. O toregira ora se aproxima e ora distancia aspectos do universo catolico afroindigena, dependendo das relacoes tracadas pelas liderancas, alem de possibilitar experiencias potenciais e afetacoes entre pessoas, plantas e entidades. Historicamente vem sendo adaptado as situacoes sociais e aos fluxos materiais desta localidade, podendo gerar bem-estar e o enfrentamento de alguns problemas da vida. O toregira expressa a elaboracao da identidade etnica deste quilombo-indigena, que possui em sua historia experiencias de estigma associadas a atributos negativos e que atualmente sao ressignificadas atraves da articulacao de suas identidades, a partir do acesso as politicas publicas ligadas a demarcacao territorial e a salvaguarda do Patrimonio Cultural. Esta etnografia tambem revela a transformacao da metodologia de pesquisa e de quem a realiza, articulando arte e antropologia atraves da mediacao das relacoes interetnicas por meio de interacoes artisticas e da organizacao dos dados atraves do uso de imagens, produzidas pelos proprios interlocutores (as) e outros pesquisadores (as). Interacoes artisticas que ampliam as narrativas etnograficas, as possibilidades de relacoes com o campo e as expressoes de identidades.
  • JAMERSON BEZERRA LUCENA
  • "Índio é índio, onde quer que ele more": uma etnografia sobre índios Potiguara que vivem na região metropolitana de João Pessoa
  • Data: 06/05/2016
  • Hora: 10:00
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  • O objetivo desta dissertação é compreender as redes de relações sociais construídas por indígenas Potiguara na região metropolitana da cidade de João Pessoa, Paraíba, com o objetivo de interação na espacialidade urbana que envolve as cidades de Bayeux, Santa Rita e João Pessoa, a capital paraibana. Essa dinâmica territorial ocasiona contatos interétnicos com os mais diversos atores sociais, instituições de ensino e órgãos indigenistas, tais como a FUNAI e SESAI, cujas relações subsequentes geram articulações, desavenças, conflitos e também novas formas de interatividade. Nesses fluxos de pessoas entre a aldeia e cidade, os Potiguara deslocam-se de um local a outro de forma dinâmica, havendo uma cooperação entre aqueles que residem na cidade e os que permaneceram na aldeia em consonância aos seus sentimentos de pertencimento, moral do reconhecimento (Cardoso de Oliveira, 2006), sendo as fronteiras étnicas acentuadas em determinadas situações. Os Potiguara trouxeram suas bagagens experienciais da aldeia e circulam pelas cidades, produzindo suas redes a partir das interações vicinais e de amizade proporcionada por ações de gentileza num campo de ajuda mútua e por parentes que, conforme o ponto de vista dos interlocutores, estão “espalhados” em vários pontos do espaço urbano. E nessa circulação dos indígenas, os laços de parentesco e amizade vão se fortalecendo e produzindo ramificações que extrapolam os limites da espacialidade urbana. Desse modo, nas interações construídas pelas redes de relações sociais, a reciprocidade constitui-se como um elo que aproxima amigos, vizinhos e parentes, criando um processo contínuo de produção e reprodução dos materiais culturais que manifestam seus sentimentos de pertencimento. Este estudo está focado em dois casos empíricos que é o de Dona Maria das Neves Santana e de José Ciríaco Sobrinho (Capitão) que estão localizados em cidades circunvizinhas, a saber, Bayeux e João Pessoa, respectivamente. No estudos desses casos buscou-se reconstituir suas redes de relações sociais. Suas chegadas à cidade foram motivadas por circunstâncias distintas, em um caso constituir família e no outro a busca pelo trabalho, estabilidade financeira e consequentemente construir um grupo doméstico. Além desses dois casos também concentrei minha atenção para as relações sociais de seis jovens indígenas Potiguara que estudam na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e que ao longo do tempo construíram uma rede de solidariedade na capital, intensificando, quando necessário, a pertença étnica.
  • MARIA RUIZ RUIZ
  • Politica e Devoção na Festa de Nossa Senhora da Conceição no Porto do Capim, João Pessoa (PB)
  • Data: 15/04/2016
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação tem como propósito a discutir as relações entre religiosidades, política e disputa pelo território em contextos urbanos a partir do estudo da festa de Nossa Senhora da Conceição, na região do Porto do Capim, em João Pessoa. Tomando como base uma perspectiva processual, no trabalho descreve-se a produção da festa, suas relações materiais e simbólicas com a Igreja, com o Estado e com movimentos sociais a partir do engajamento de sujeitos variados tanto no espaço festivo quanto em outros espaços de interlocução e disputa política. Inseridos em um contexto de disputa pela sua permanência no espaço que ocupam há pelo menos seis décadas, os moradores do Porto do Capim apropriam-se da festa como um espaço para negociação e exposição de suas demandas, e consolidação de uma memória enquanto grupo específico. Nesse ínterim, também estabelecendo jogos e arranjos através da criação de redes e parceria através da festa que têm como objetivo maior a mobilização em favor de sua permanência no território.
  • JESSICA CUNHA DE MEDEIROS
  • EM BUSCA DE UMA SOMBRA: A CONSTRUÇÃO DE UMA TERRITORIALIZAÇÃO ATRAVÉS DE PROCESSOS DE MOBILIDADE E RECONHECIMENTO ÉTNICO ENTRE OS CIGANOS DE SOUSA/PB
  • Data: 11/04/2016
  • Hora: 14:00
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  • A importância de se fazer pesquisa com a população cigana tem sido uma preocupação de vários estudos desenvolvidos no Brasil na última década, fazendo com que tenhamos uma maior perspectiva ao contextualizar os lugares nos quais essas populações se localizam e como se situam no território, visto que há distinções em termos de ocupação e apropriação dos lugares. Deste modo, quando tratamos do estado da Paraíba1, onde é desenvolvida essa pesquisa e mais especificadamente em Sousa, cidade localizada no sertão, podemos observar que as famílias ciganas que então vivem neste local são atravessadas por narrativas semelhantes e que na prática constituem um circuito territorial bastante amplo, mas que, no entanto, ainda na sua maioria são desconhecidos pelo Estado e munícipios, continuando numa situação invisibilidade política, cujas primeiras discussões sobre os direitos sociais só tiveram início a partir dos anos 2000, através das primeiras demandas e reinvindicações que chegam ao governo federal em Brasília. Esse cenário de mudança, nos leva a questionar em que situações alguns grupos tem a necessidade de colocarem sua origem étnica em circunstâncias de visibilidade ou camuflamento, e de que modo isso é acionado em momentos de ‘parada’ e ‘mobilidade’, o que torna importante as narrativas e as memórias dos atores em campo. Assim, muito mais do que usar rótulos de “nômades ou sedentários”, a identidade cigana aqui pensada se constrói em processos sociais – de relações de parentesco, relações interpessoais com seus vizinhos e relações com aqueles que não são ciganos – gerando situações que demandam do pesquisador o esforço de percepção, descrição e problematização das experiências vividas e observadas.
  • MIRELLA DE ALMEIDA BRAGA
  • Da Arte de se tornar judeu: Interpretando estratégias identitárias vivenciadas por comunidades judaicas em Campina Grande-PB
  • Data: 01/04/2016
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação abre um debate acerca do processo de formação de fronteiras étnicas e religiosas em/entre três comunidades judaicas atuantes no município de Campina Grande/PB, chamando atenção para determinados elementos e estratégias do cotidiano que operam como verdadeiros marcos de diferenciação e afirmação identitária. Por meio da descrição de eventos comunitários (reuniões, ritos e festividades) e da reconstrução narrativa de determinadas histórias de vida de indivíduos em suas interações sociais no espaço familiar e religioso, o trabalho analisa como a histórica “resistência cultural judaica” se traduz em pequenos detalhes de pensamento e ação que revelam diferenciadas “artes de se tornar judeu”.
  • VERONICA RODRIGUES DA SILVA
  • Processos identitários em relação com o espaço: o caso do sítio Engenho Velho em João Pessoa
  • Orientador : ALEXANDRA BARBOSA DA SILVA
  • Data: 11/03/2016
  • Hora: 14:00
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  • em breve
  • VERONICA RODRIGUES DA SILVA
  • Processos identitários em relação com o espaço: o caso do sítio Engenho Velho em João Pessoa
  • Orientador : ALEXANDRA BARBOSA DA SILVA
  • Data: 11/03/2016
  • Hora: 14:00
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  • em breve
  • THIAGO DE LIMA OLIVEIRA
  • Engenharia Erótica, Arquitetura dos Prazeres - cartografias da pegação em João Pessoa
  • Data: 07/03/2016
  • Hora: 10:00
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  • O trabalho visa contribuir para o crescente debate nas ciências sociais a respeito das interações entre pessoas e lugares a partir da proposição de reflexões etnográficas sobre as narrativas e experiências eróticas de homens engajados em uma rede de trocas afetivas e sexuais a que chamam “pegação”. Essa rede é conformada por uma multiplicidade de agentes e circuitos que se distribuem entre o público, o privado, o comercial, o virtual e o doméstico. Os circuitos que conformam a rede podem ser definidos a partir domínios e modelos de relação que, ainda que se entrecruzem e sobreponham constantemente, configuram maneiras específicas de entender os significados produzidos na experiência. Ao longo do trabalho busco descrever e analisar encontros produzidos a partir de espaços como banheiros, praias, cinemas pornôs, saunas, sites e aplicativos para dispositivos móveis. As análises sinalizam para o modo como o espaço e os marcadores sociais da diferença estão imbricados, produzindo relações e significações mútuas a partir de economias eróticas que valorizam e (re)produzem expectativas sobre gênero, raça, classe e gerações a partir de estratégias de diferenciação e fragmentação do espaço para públicos e interesses diferenciados.
  • JHESSIKA ANGELL ALVES E SILVA
  • "EVANGELIZANDO TODAS AS TRIBOS ATÉ A ÚLTIMA SER ALCANÇADA”: REFLEXÕES SOBRE A MISSÃO NOVAS TRIBOS DO BRASIL E A ANTROPOLOGIA APLICADA ÀS AÇÕES MISSIONÁRIAS
  • Data: 02/03/2016
  • Hora: 18:00
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  • Esta dissertacao e resultado de uma pesquisa que busca abordar como a atuacao missionaria da Missao Novas Tribos do Brasil (MNTB) se processa nos dias de hoje. Tem-se em vista que a atuacao missionaria configura um cenario complexo que envolve os povos indigenas num longo tempo e que por isso sua reflexao e importante na construcao de um entendimento mais claro dos processos que envolvem a realidade de tais populacoes no contexto brasileiro. Para isso, meu foco etnografico foi justamente a MNTB, mas, por outro lado, ao perceber a relevancia que a antropologia tinha para esta Missao, compreendi que era necessario parti da percepcao de que o conhecimento antropologico tem se disseminado para alem do espaco academico, sendo hoje parte de outras esferas de atuacoes, onde este e acionado como saber que, entre outras expertises, possuiria os instrumentos para lidar com a diversidade e propiciando a capacidade de se compreender grupos humanos distintos. A partir deste quadro, o objetivo foi buscar descrever como os missionarios, mais especificamente os filiados a MNTB, tem se utilizado de um conhecimento baseado na antropologia na sua atuacao com povos indigenas, refletindo primeiramente sobre a historia das missoes de um modo geral e mais especificamente da MNTB para que possamos construir um conhecimento mais processual dessa atuacao. Chegou-se tambem a uma enfase sobre questoes de ordem politica e as relacoes de poder que estao envolvidas nesse universo, visto que a atuacao missionaria e parte constitutiva de um campo de atuacoes indigenistas. Desta forma, buscamos mapear e refletir sobre como e onde a antropologia e usada no trabalho missionario e assim visibilizar as potencialidades e limites desse fazer antropologico, que, como colocam os proprios missionarios, e pensado enquanto “uma antropologia aplicada” ou uma "antropologia pratica". Nesses termos, e privilegiado aqui o ponto de vista de meus interlocutores.
  • JOELMA BATISTA DO NASCIMENTO
  • Refletindo sobre a domesticação: afetos e relações de poder entre sujeitos humanos e não humanos no interior da Paraíba
  • Data: 26/02/2016
  • Hora: 09:30
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  • Focando processos domesticatórios, o presente trabalho busca compreender como se constroem os modos de relação e interação entre animais humanos e não humanos, nos espaços rurais no interior da Paraíba. A pesquisa revelou que tais relações e interações são definidas por configurações baseadas em princípios hierárquicos, onde as dimensões técnica e emocional-afetiva desempenham um papel fundamental. Por sua vez, nestas configurações, são as interações individualizantes (centradas nas relações concretas entre espécimes e não entre espécies genéricas) que permitem a formação de uma escala valorativa na regulação das relações. Isto favorece posicionamentos de proximidade física e emocional durante o manejo, além de estratégias de distanciamento (sempre físico e emocional) para a comercialização e o abate. Dessa forma, afeto e técnicas de uso e de alienação não se colocam como elementos contraditórios entre si, mas como componentes complementares.
2015
Descrição
  • DEYSE DE FATIMA DO AMARANTE BRANDAO
  • Consumo como experiência social: experimentações, vivências e práticas da cultura pop em um coletivo juvenil
  • Data: 04/09/2015
  • Hora: 14:30
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  • EM ANEXO
  • JOSEANE MARIA DE ARAUJO RUFINO
  • A arte naïf de Militão dos Santos: uma aproximação etnográfica
  • Data: 04/09/2015
  • Hora: 10:30
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  • em breve
  • THAYNARA MARTINS FREITAS
  • UM OLHAR SOBRE O MUSEU INDÍGENA JENIPAPO-KANINDÉ: TERRITÓRIO, ETNICIDADE E PATRIMÔNIO
  • Data: 03/09/2015
  • Hora: 15:00
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  • No decorrer das últimas décadas, um novo elemento tem surgido ou sido adotado por diversos grupos étnicos ou minoritários no Brasil, o museu de gestão comunitária. O museu teria sido “descoberto pelos índios” (FREIRE, 2003) como uma potencial ferramenta de reconstrução da memória, contribuindo no processo de reelaboração e fortalecimento da identidade étnica, mobilizador político e educacional. A proposta da presente pesquisa antropológica tem por campo a experiência museológica indígena vivenciada pelos Jenipapo-Kanindé, grupo indígena localizado no município de Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza. Assim, o Museu Indígena Jenipapo-Kanindé trata-se de uma experiência museológica idealizada e gerida pelos próprios membros da comunidade, com o apoio de parceiros especialistas e indigenistas. Inicialmente, se pressupõe que esse elemento seja adotado pelo grupo como um mecanismo de defesa e reforço da afirmação da etnicidade deste grupo indígena. Em busca da melhor compreensão deste recente fenômeno sociocultural e político no cenário indígena cearense, se fará uso de bases teóricas antropológicas e breves abordagens museológicas que auxiliem a reflexão sobre a temática proposta nesta pesquisa. Para isso, conceitos como de grupo e identidade étnica, memória, museus históricos e ecomuseus serão essenciais para o cumprimento do objetivo deste trabalho. Quanto à metodologia adotada, esta consiste na observação participante, referindo-se a participação em eventos organizados por esse grupo indígena e dos demais eventos que estes foram convidados a participar e que tenham relação e relevância para a temática. Além de uma série de visitas realizadas à comunidade com o propósito de se observar o cotidiano deste grupo com o museu, com o intuito de obter informações por meio de conversas, entrevistas semiestruturadas e observações. Realizou-se pesquisa, também, através de vídeos, áudios, fotografias e matérias jornalísticas.
  • INGRID PATRICIA MOTA DE LUCENA
  • Por trás das grades: Um olhar antropológico das práticas sexuais de adolescentes privados de liberdade em João Pessoa/PB
  • Data: 21/08/2015
  • Hora: 15:00
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  • Este trabalho dissertativo traz discussoes antropologicas acerca do modo como os adolescentes em cumprimento de medida de privacao de liberdade no Centro Socioeducativo Edson Mota- CSE, localizado em Joao Pessoa, PB, se percebem nas suas relacoes sociais estabelecidas em seu cotidiano a partir do aprisionamento, e como lidam com questoes relativas a sua sexualidade, tendo em vista que estao inseridos em uma instituicao arraigada de dispositivos de controle, disciplina e exercicio de poder. A falta de elementos especificos no Estatuto da Crianca e do Adolescente-ECA que garantam o exercicio da sexualidade desses adolescentes, gera inumeras discussoes sobre o que de fato se constitui como direitos ou como regalia para esses individuos. Por meio do trabalho etnografico, com a utilizacao das tecnicas da observacao participante e de dialogos informais estabelecidos com os internos, evidenciou-se que tais individuos exercem sua sexualidade, seja ela legalmente ou nao, segundo os tramites institucionais. O trabalho de campo junto a analise teorica revelaram que por tras das grades de uma prisao e sob o olhar panoptico estatal, esses adolescentes vivenciam sua sexualidade controlada, direcionada aos espacos e as formas pre-determinadas. Nessa perspectiva, ao longo desta dissertacao, busca-se apresentar, sobretudo, os desafios e embates teorico-metodologicos de um fazer antropologico no campo da sexualidade de individuos privados de sua liberdade.
  • CAROLINE LEAL DANTAS DO NASCIMENTO
  • MEMÓRIAS DE ESTRADAR: IDENTIDADE CIGANA ANALISADA SOB À LUZ DAS NARRATIVAS DE UM CHEFE CIGANO
  • Data: 07/08/2015
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho assinala como vem se construindo a identidade cigana atualmente na cidade de Patos, sertão paraibano, tomando como referência uma unidade doméstica, cujo chefe Sr. S. é o mediador dessas relações entre os ciganos e não ciganos. Através de suas narrativas de vida, recuperamos nas vias dos discursos que entrecruzam a história oficial, costurando à trajetória familiar. A memória coletiva não só recria identidades, quanto reconfigura espaços de sociabilidade e organiza os discursos. A intenção é perceber e compreender, como vivem e acionam o tempo de andanças, enquanto referência para seguir recriando a identidade, quais os elementos diacríticos são ressaltados e quais valores evocados para representar essa identidade étnica distinta. Os processos de recuperação desta identidade serão analisados, através da relação com o corpo e a memória, encarando-os como principais veículos de propagação das significações que motivam suas experiências individuais e coletivas.
  • ÉRIKA CATARINA DE MELO ALVES
  • "SABE BEM PISAR O CHÃO!": DINÂMICAS TERRITORIAIS E TRADIÇÃO DE CONHECIMENTO ENTRE AS CAMBINDAS
  • Data: 13/07/2015
  • Hora: 09:30
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  • Este texto dissertativo pretende descrever e analisar as práticas que constituem a dança Cambinda na cidade de Taperoá, interior da Paraíba. Portanto, busca-se perceber como esta performance e suas variadas evocações são sentidas pelos habitantes deste município. A Cambinda conecta passado, presente e futuro. Aprofunda em seus entrechos de transmissão um universo de conhecimentos e habilidades específicas. Por ela, e através dela, o sentido do termo “tradição” adquire uma conotação polissêmica sendo utilizada e interpretada de diversas maneiras pelos diferentes atores. Nesse sentido, serão apresentadas as Cambindas Novas e sua construção como parte integrante de um conjunto de manifestações populares evocadas como pertencentes a uma parentela negra, os conhecidos Levinos. Para tanto, se torna imperativo destacar que é preciso perceber como as práticas e disputas em torno das noções e do sentido atribuído a “tradição” e a própria Cambinda são categorias preciosas pelos atores que participam do universo das manifestações populares taperoaenses. São categorias de disputas por prestígio que por sua vez envolvem as dinâmicas territoriais daquele contexto. O saber dançar/contar o que é Cambinda tem sido uma atividade articulada pelos sujeitos como enunciações provocadas em distintas escalas sociais. Trata -se de uma tradição de conhecimento que provoca e mobiliza redes de afinidades, parentesco e alianças políticas. Este trabalho se debruça essencialmente no modo pelo qual este saber específico é manejado pelos atores da ação.
  • FRANCISCO SALES DE LIMA SEGUNDO
  • MEMÓRIA E TRADIÇÃO DA CIÊNCIA DA JUREMA EM ALHANDRA (PB): A CIDADE DA MESTRA JARDECILHA
  • Data: 03/07/2015
  • Hora: 14:00
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  • O culto da Jurema Sagrada é compreendido aqui como uma tradição de conhecimento que procede da articulação de diferentes fluxos culturais, resultante de uma práxisritualística cujos sujeitos operam com criatividade e fluidez. Este organiza um mundo dinâmico e complexo, e que, dentro dele, há lugares privilegiados que enunciam o seu universo cosmológico, chamados de Cidades da Jurema, e que fazem referência aos espíritos dos mestres juremeiros, no qual o município de Alhandra (PB) polariza parte destas manifestações em nível regional. Ela engloba também uma ideia totalizante em que se encontra todo o seu conhecimento, a ciência da Jurema, que é operado pelos cientistas, pessoas de notório saber dentro do culto que a aplica em curas físicas e espirituais, dentro do que os juremeiros chamam de trabalho de ciência. Tradição esta composta por inúmeros sujeitos que imprimiram aqui o seu legado na memória coletiva local. Assim, este trabalho pretende realizar uma etnografia das narrativas, a partir das memórias acerca de um destes espaços que se insere neste campo religioso – a Cidade da Mestra Jardecilha. O lugar está diretamente associado às práticas religiosas desta importante mestra juremeira, que, mesmo não estando viva, marca um espaço que ainda concentra as memórias dos juremeiros, e que está carregado de afetividades múltiplas. Com isso, esta pesquisa tem como objetivo contemplar parte da história de vida da Mestra Jardecilha, investigando a dinâmica dos seus trabalhos espirituais, a sua influência como liderança religiosa na região, e as representações subjetivas do lugar onde os realizava, através dos relatos dos sujeitos que o vivenciaram de alguma forma. Soma-se a isso, a possibilidade de estudar a categoria nativa de ciência, que é constantemente evocada pelos juremeiros como este saber que contempla todos os seus ensinamentos, apresentando-se como um elemento de fundamental centralidade entre eles. Desta forma, a metodologia desenvolvida aqui foi uma articulação entre levantamento bibliográfico, observação participante e entrevistas temáticas, tanto sobre a história de vida da Mestra Jardecilha, como também acerca da ciência da Jurema, com intuito de ter um panorama, o mais diverso possível, dos universos representativos dos juremeiros, em decorrência das transformações que vêm passando atualmente este campo religioso no referido município, que é considerado como a “terra da Jurema”.
  • FABIANO LUCENA DE ARAUJO
  • O FEITO & O OLHADO: Performances da aflição e a liturgia popular dos corpos em afecção
  • Data: 12/06/2015
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho tem como objetivo apresentar o percurso da aflição manifesto em fluxos e agenciamentos terapêuticos dos interlocutores pesquisados, tendo como pano de fundo a religiosidade popular, e o recorte específico da benzeção no catolicismo popular e as religiões de matriz africana. O percurso da aflição refere-se ao contexto onde os sujeitos deliberadamente cruzam fronteiras no campo religioso e se inserem no plano ritual relativo à cura e resolução dos problemas cotidianos. As formas de inserção dos sujeitos em contextos rituais variam de acordo com o comprometimento segundo as agências procuradas e que demonstram os fluxos entre as agências e o pertencimento dos primeiros, como Performance. A perspectiva da performance acionada para analisar o agenciamento das aflições tem como o referência o esquema sobre a função ritual do sistema Transformação e Transporte, elaborado por Richard Schechner, o qual dialoga com a formulação de Victor Turner sobre o *corpus* Ritual Ndembu Ritual de Aflição/Ritual de Iniciação. Os regimes discursivos ou de experiência ritual *feito* e *olhado* traduzem uma diferenciação elementar quanto à i) noção de corpo e pessoa, ii) natureza e etiologia da aflição (modelo etiológico) e iii) aos procedimentos relativos ao tratamento da aflição (modelo terapêutico). O *sistema transportação-transformação* de Richard Schechner oportuniza identificar duas pistas de análise fundamentais para os modos de engajamento dos sujeitos abordados, no contexto dos agenciamentos terapêuticos: I) Uma diferenciação dos modos de relacionamento consciente com a ação, um “gradiente de concentração [no] e controle, domínio do contexto ritual” e II) que os agentes especialistas da cura, considerados aqui, oferecem propostas de rearranjo experiencial a partir da reorganização ou reenquadramento do vivido pelos sujeitos num cenário específico que lhes é proposto, por *liturgias ou* *serviços públicos *curativos; ou seja, há um vínculo sólido entre *liturgia e drama(turgia)*, como já previra Victor Turner.
  • FABIO LUCIO ANTUNES GUEDES
  • Dietética Natural: Mulheres, ecologismo e espiritualidade na cozinha da Nova Era
  • Data: 12/06/2015
  • Hora: 09:00
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  • Etnografada a partir do encontro das cozinhas Natural e Moderna, uma casa de cura terapêutica nasce como representação de um conflito sócio-ecológico que opera na formação de diferentes modalidades de *expertise* culinárica. Entre ‘modernos *chefs* naturalizadores do paladar humano’ e ‘abertas cozinheiras de pés descalços’, percorremos o caminho entre a produção e a comensalidade de alimentos naturais na pormenorização da histórica exclusão da alma feminina do recinto culinárico (DORIA, 2013), concomitante à análise crítica da anti-ecologia da dietética moderna. Sensibilizada por uma prática baseada na *abertura* e na *atenção*, a prática terapêutica alternativa busca conferir legitimidade ao *devir* feminino, no enfrentamento de um conflituoso *habitus *culinárico moderno colonizador do espírito (e corpo) humano, conservador da atual condição da *gastro-anomia* moderna (FISCHLER, 1979). Horizontes teóricos distintos, da perspectiva do *habitar *(INGOLD, 2011) e da *acctância *(LATOUR, 1994), foram reunidos de forma a compor uma análise compreensiva da prática vegetariana, complementada por dois empreendimentos etnográficos paralelos, entre produtores de alimentos orgânicos no Brasil (ENCA) e na Espanha (WWOOF), de modo a problematizar as novas responsabilidades emergentes no *devir* ecológico contemporâneo, quando este se dedica à “cozinha para o outro”.
  • DARNISSON VIANA SILVA
  • FESTA NA AMAZÔNIA, IMAGINÁRIO E MÚLTIPLOS CENÁRIOS: REFLEXÕES ETNOGRÁFICAS SOBRE O SAIRÉ EM ALTER DO CHÃO - PA
  • Data: 27/02/2015
  • Hora: 14:00
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  • O objetivo geral desse trabalho se insere, de modo mais amplo, no leque de discussões que focalizam festas brasileiras e que estão na pauta das preocupações em reconhecer a centralidade da festa na vida social e, ambiguamente a ausência de um estatuto próprio para ela. Nessa perspectiva, tratou-se, especificamente, de investigar uma festa que ocorre anualmente no interior da Amazônia Paraense – A “Festa do Sairé”- realizada há mais de 300 anos em vários pontos da bacia do rio Amazonas e no entanto, hoje ela acontece somente no distrito de Alter do Chão/Pará. No caminho percorrido constatou-se o engendramento de múltiplos cenários onde operadores simbólicos, imaginário social e práticas sociais cumprem papel fundamental na apreensão de como a festividade funciona, bem como a produção de noções de tradição, performance, alegoria, identidade, hibridismo e patrimônio cultural. A postura de investigação empírica se deu a partir de um ensaio etnográfico, no qual privilegiou-se as falas e as ações dos sujeitos designados de “pequenos e/ou esquecidos” do palco celebrativo da festa, resultando na construção cartográfica dos afetos produzidos em campo e abrindo espaço para a experimentação da noção de rizoma nos termos de Deleuze &Guattari (1995). Tais percursos permitiram apontar que a disputa pelas representações simbólicas e materiais em torno da Festa do Sairé são acompanhados por múltiplos agenciamentos, as quais se sobressaem a construção imagética do lugar – a mise-en-scène amazônica, a fabricação cultural das identidades – a alegoria da cultura e a imaginação dos atores sociais – a poética-estetizante.
  • VERÔNICA ALCÂNTARA GUERRA
  • "Sou Salobra": Travestilidade, Lazer e Sociabilidade no Litoral Norte da Paraíba
  • Data: 24/02/2015
  • Hora: 14:00
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  • A dissertação aqui apresentada tem como objetivo contribuir para as reflexões sobre experimentações corporais, modos de vida e sociabilidades travestis em contextos não metropolitanos, colaborando assim para a ampliação e complexificação da literatura até então disponível sobre o tema, especialmente no campo das ciências sociais. De maneira específica, neste trabalho discutimos a experiência do gênero articuladas às constantes redefinições espaciais que cortam e borram definições estáticas entre masculino e feminino; urbano, rural e indígena; homem e mulher; mostrar e esconder; visível e invisível. As situações e reflexões etnográficas têm como base o intenso trabalho de campo desenvolvido desde o período de graduação a que se deu continuidade e aprofundamento durante o curso de Mestrado em Antropologia no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal da Paraíba. São essas articulações e ‘desfazimentos’ que inauguram a possibilidade de invenções de gêneros e lugares salobros, borrados, mistos e misturados.
  • EDILMA DO NASCIMENTO JACINTO MONTEIRO
  • AS CRIANÇAS CALÓN: UMA ETNOGRAFIA SOBRE A CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA ENTRE CIGANOS NO VALE DO MAMANGUAPE-PB
  • Data: 20/02/2015
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho objetiva interpretar os ciclos de vida dos ciganos Calon e a concepção de infância no grupo residente no Vale do Mamanguape, no litoral norte da Paraíba. Trata-se de um estudo de caso, realizado por meio de uma pesquisa etnográfica feita durante quinze meses. A análise também aborda os fluxos presentes na “Rua dos ciganos”, no município de Mamanguape-PB, onde o campo de pesquisa se desenvolveu. A metodologia utilizada tem por base a etnografia, além de uma pesquisa bibliografia sobre antropologia da criança, etnicidade e grupos ciganos. Foi realizada uma observação participante, nos moldes antropológicos, durante as incursões ao campo empírico, conjuntamente a algumas técnicas da antropologia da criança (grupo focal e desenhos temáticos) e a técnica de entrevista com roteiro semiestruturado. A pesquisa nos permitiu conhecer a dinâmica vida cotidiana entre os Calon do Vale do Mamanguape, as rotas e fluxos de pessoas e objetos que compõem esta dinâmica. Sobretudo a pesquisa voltou-se para a concepção/vivência da infância entre os ciganos, ou seja, como são concebidos os processos sociais de crescer e se reconhecer Calon, em oposição ao mundo não cigano.
  • RAONI BORGES BARBOSA
  • Medos corriqueiros e vergonha cotidiana: uma análise compreensiva do bairro do Varjão/Rangel, João Pessoa, PB
  • Data: 06/02/2015
  • Hora: 09:00
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  • Este trabalho tem por objetivo uma análise compreensiva do bairro do Varjão/Rangel da cidade de João Pessoa, Paraíba, como espaço de sociabilidade urbana de intensa pessoalidade sob a ótica da antropologia das emoções. O bairro é considerado como um dos mais violentos e problemáticos da malha urbana da cidade. Teve-se por hipótese a questão dos medos corriqueiros e da vergonha cotidiana como emoções centrais e organizadoras da cultura emotiva do bairro, bem como das ações dos moradores do mesmo enquanto unidades interacionais em relação a si mesmo, ao outro morador, ao bairro e à cidade. A proposta metodológica de cunho etnográfico, no interior de uma perspectiva simbólico-interacionista, foi realizada a partir de um trabalho de campo que combinou estratégias de observação participante e de entrevistas diretas. Os resultados da pesquisa revelaram uma lógica societária hierarquizante e excludente como elemento central na cultura emotiva da cidade de João Pessoa em relação aos bairros populares, dos quais o bairro trabalhado faz parte. Neste sentido, a dupla nominação do bairro aqui analisado, entre o oficial Varjão e o oficioso Rangel, demonstra o impacto das disputas morais em torno do processo de moralização e modernização do espaço urbano local, bem como reflete o estigma, a vergonha cotidiana e os medos corriqueiros de uma identidade ambígua e ambivalente, a do bairro do Varjão/Rangel. O morador do bairro, socializado em um ambiente comunicativo tenso e caracterizado por uma identidade deteriorada, assume a perspectiva de um “outro generalizado” que o percebe como um personagem potencialmente perigoso e que contamina a cidade como um todo. Esta lógica de classificação e argumentação da cidade sobre o bairro é assumida pelo morador do Varjão/Rangel, que, por sua vez, na intenção de salvaguardar a sua fachada, acaba caindo em um jogo de disputas morais cuja lógica de desculpas e acusações transforma todo morador do bairro, inclusive ele mesmo, em um personagem estigmatizado.
2014
Descrição
  • DARLLAN NEVES DA ROCHA
  • A arte é para todos’: patrimônio, tradição de conhecimento, processos sociotécnicos e organização social do trabalho entre os artesãos do Alto do Moura (Caruaru/PE)
  • Data: 11/09/2014
  • Hora: 14:00
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  • O trabalho apresentado nesta dissertacao e fruto da pesquisa, desenvolvida nos ultimos dois anos, como estudante de mestrado no Programa de Pos-Graduacao em Antropologia da Universidade Federal da Paraiba. Nela abordo como a tradicao dos artesaos do Alto do Moura, Caruaru/PE, e construida e utilizada para demarcar distincoes sociais do grupo e entre seus integrantes. Observo a tradicao sobre diferentes aspectos enquanto elemento instrumental para sua visibilidade externa, sob a qual e demonstrada como patrimonio. Assim, considero tanto as praticas elaboradas por politicas publicas, mas tambem como os artesaos elaboram estrategias para demonstrar sua tradicao. No entanto, essa tambem demarca distincao nos posicionamentos sociais pelos artesaos que demonstram uma hierarquia social atraves de categorias proprias. Aqui, a tradicao e o elemento definidor que diferencia os que sao mantenedores da tradicao e a modificam. Entretanto, essa distincao e interna a comunidade organizada por grupos domesticos, demarcando a identidade atraves de sua tradicao. Destarte, no trabalho parti da necessidade de descobrir a tradicao reivindicada pelos artesaos do Alto do Moura, para contemplar a necessidade de sua definicao para que eles possam elaborar o pedido de Registro de sua tradicao como patrimonio cultural nacional.
  • JAINARA GOMES DE OLIVEIRA
  • Prazer e risco. Um estudo antropológico sobre práticas homoeróticas entre mulheres em João Pessoa, PB.
  • Data: 11/09/2014
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação de mestrado teve como objeto de análise as percepções de risco em relação ao HIV/AIDS e DST entre mulheres com práticas homoeróticas, residentes em João Pessoa, Paraíba. Para tanto, o foco da análise recai sobre os diálogos que são produzidos entre os dispositivos de controle e normalização das relações afetivo-sexuais, políticas de moralidade e a instância da micropolítica das emoções como discurso ou prática discursiva. Esta experiência se organizou a partir da minha vivência acadêmica no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal da Paraíba, no período de 2012 a 2014, quando estive organicamente vinculada ao Grupo de Pesquisa em Saúde, Sociedade e Cultura, sob orientação da Profa. Dra. Mónica Franch. O universo de investigação desta pesquisa se constitui por mulheres que reivindicam e que demandam por reconhecimento de suas performatividades identitárias por participarem do Movimento LGBT local, bem como por aquelas mulheres que experimentam suas práticas sexuais se deslocando pelas diversas possibilidades de experimentação. A organização do trabalho de campo foi desenvolvida dentro dos marcos epistemológicos da etnografia, como prática e experiência, e os resultados foram produzidos por meio de situações de observações participantes em espaços de sociabilidade urbana, constituição de rede de relações e entrevistas. O trabalho de campo se desdobrou, ainda, em um hospital, assim como em participações nas atividades desenvolvidas pelo Movimento LGBT e por instituições governamentais estaduais e municipais. Os resultados etnográficos produzidos sinalizam que a noção de risco nas práticas homoeróticas entre mulheres adquirem características mais amplas que a meramente epidemiológica, apontando, assim, para o modo como se articulam estilos de vida, visões de mundo, projetos individuais e coletivos e as negociações cotidianas que estas mulheres conduzem nos campos de possibilidades da sociabilidade urbana contemporânea.
  • NALDIMARA FERREIRA VASCONCELOS
  • Experiência à flor da pele: estudo antropológico sobre pessoas com psoríase
  • Data: 10/09/2014
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho aborda a experiência da doença na vida social das pessoas com psoríase atendidas no Centro de Referência de Apoio e Tratamento aos Portadores de Psoríase, localizado no Hospital Universitário Lauro Wanderley - HULW, na capital da Paraíba. A psoríase é uma doença sistêmica inflamatória crônica, não contagiosa, que afeta a pele, couro cabeludo, as unhas e ocasionalmente as articulações, caracteriza-se pela presença de manchas vermelhas, espessas e descamativas na pele. O interesse pela experiência da doença situa este estudo no âmbito da antropologia da saúde, especificamente abordando o significado do adoecer no cotidiano das relações sociais das pessoas com psoríase, além das noções de itinerários terapêuticos. Uma das mais fortes características dessa doença é a cronicidade, termo utilizado pela biomedicina e no âmbito das ciências sociais para designar “doenças de longa duração”, que compreendem os processos de adoecimento cuja cura é inexistente, mas que possuem tratamento e controle das implicações. O estigma é um dos aspectos relatados, já que as lesões podem trazer prejuízos à qualidade de vida, seja pela coceira que pode estar presente, seja por lesões em lugares visíveis da pele, podendo assim, comprometer a autoestima e a interação com outras pessoas. A pesquisa é desenvolvida sob o olhar da antropologia da doença, que entende a relação saúde/doença e o papel assumido pela biomedicina na sociedade contemporânea. Para tanto, utiliza-se o enfoque etnográfico, através de técnicas de investigação, que envolvem entrevistas qualitativas com os portadores de psoríase e alguns familiares.
  • JOSILENE PEQUENO DE SOUZA
  • Ritmos, tempos medidos e tempos vividos: uma etnografia do tempo escolar
  • Orientador : MONICA LOURDES FRANCH GUTIERREZ
  • Data: 09/09/2014
  • Hora: 10:00
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  • em breve

  • PATRÍCIA OLIVEIRA SANTANA DOS SANTOS
  • A REINVENÇÃO DA INFÂNCIA: o Programa Bolsa Família e as crianças da comunidade de Feira Nova (Orobó) no agreste pernambucano
  • Data: 07/08/2014
  • Hora: 10:00
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  • em breve

  • REGIANE CAETANO DE ARAÚJO
  • Relações e disjunções entre Coletores de Materiais Recicláveis Associados/Cooperados e os chamados “catadores de rua” na cidade de Fortaleza – Ce
  • Orientador : ALICIA FERREIRA GONCALVES
  • Data: 03/07/2014
  • Hora: 14:00
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  • Calcula-se que existam aproximadamente 8 mil catadores na cidade de Fortaleza, destes, aproximadamente 90% são “catadores de rua”, ou seja, não estão associados a grupos organizados (IMPARH, 2006). Esta constatação inspirou a formulação da problemática da pesquisa, que busca refletir sobre semelhanças e diferenças observadas no perfil dos catadores na cidade de Fortaleza: classificados como “associados” e de “rua”. Tais considerações representam o resultado de pesquisas realizadas junto a cada um desses grupos, inicialmente, uma cooperativa de catadores e, posteriormente, um espaço de venda de materiais recicláveis e socialização de catadores de “rua” no centro da cidade. A metodologia para a coleta de dados teve como base observação participante, entrevistas e percursos urbanos (MAGNANI, 2005). Foi possível observar, junto aos catadores associados, uma consciência ambiental mais aguçada, resultado de palestras, minicursos promovidos por entidades religiosas, prefeitura, ONGs e de suas relações com o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis — intermediada por entidades externas — e um discurso ainda tímido sobre a construção de uma identidade comum de trabalhador e agente ambiental. Com relação aos Catadores de rua, o campo observado mostrou um perfil mais marginalizado, um maior índice de criminalidade, o uso de drogas, indivíduos evidenciando uma identidade fragmentada e a ausência de um vínculo acentuado entre o “eu” e o “nós”. Por fim, analisei as relações e disjunções entre os catadores “associados” e os de “rua” no cotidiano do seu trabalho e dentro de um contexto mais amplo do discurso das políticas públicas.
  • THAYS FELIPE DAVID DE OLIVEIRA
  • "Tá certo, professora Helena!": Reflexões sobre socialização em uma pré-escola em João Pessoa
  • Data: 16/06/2014
  • Hora: 09:30
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  • em breve
  • AMANDA MARTHA CAMPOS SCOTT
  • "Curtindo, Pegando ou Largando": relacionamentos e sociabilidades no forró contemporâneo
  • Data: 04/06/2014
  • Hora: 14:30
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  • O presente estudo parte do pressuposto de que a música e a sociabilidade estão interligadas, havendo entre elas uma troca, uma intercomunicação. Buscamos compreender como o grupo de forró (banda) em evidência na atualidade, Wesley Safadão e Garota Safada (re)interpreta os relacionamentos afetivo-sexuais em seus enredos de sexo e romance na contemporaneidade. Para tanto, há que se compreender diferentes facetas do forró, que além da música, envolve dança, espaços de socialização, e um contexto de produção e performatividade peculiares para na interação do show/festa. Percebe-se que muitos têm voltado sua atenção para tal produto cultural, levantando críticas quanto ao seu conteúdo e sua qualidade e gerando uma tensão no mercado musical, além do próprio campo acadêmico que têm proporcionado diferentes olhares sobre o forró eletrônico. Fazendo uso de observação participante, percebemos que a experiência do show daquela banda tem particularidades, envolvendo um circuito do forrozeiro (público) e diferentes formas de “curtir” e se relacionar, considerando tanto a sociabilidade festiva quanto a mensagem das músicas. Através da análise do conteúdo de dois shows da Wesley Safadão e Garota Safada, em formato de DVDs (“Uma Nova História”, 2012 e “Garota Vip”, 2013), procuramos identificar os relacionamentos afetivos-sexuais nas nuances “Curtindo, Pegando e Largando”, percebendo como essas letras representam tais relações e identificando elementos recorrentes, percebendo tendências e temáticas reforçadas nos shows como idéias compartilhadas e reconhecidas pelo seu público, para quem “curtir, pegar-largar” refletem sua percepção das modalidades de relações afetivas e sexuais experimentadas ou idealizadas no cotidiano e na festa.
  • ANNY GLAYNI VEIGA TIMÓTEO
  • "Vida Cansada": cotidiano e trabalho no universo do mototáxi em Campina Grande-PB
  • Data: 30/05/2014
  • Hora: 14:30
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  • Diante da diversidade profissional encontrada no meio urbano, esta dissertação tem como objetivo refletir sobre o surgimento e perenidade de uma recente categoria sócio-profissional, -o mototaxista-, apresentando como foco um grupo específico de mototaxistas da Cidade de Campina Grande- PB. Subsidiado pelo método etnográfico, este trabalho foi construído a partir de observação participante de um Ponto de mototáxi, entre novembro de 2012 e agosto de 2013. O Ponto XXX, situa-se na RuaVenâncio Neiva, Centro da cidade, pertencendo ao grupo dos “mototaxistas das motos brancas”, ou seja; aqueles que possuem cadastro na Secretaria de Trânsito e Transporte Público de Campina Grande (STTP-CG). Buscando apreender as diversas situações encontradas no cotidiano desses trabalhadores, a pesquisa voltou-se aos discursos dos mototaxistas, abordando as condições que motivaram seu ingresso no sistema, seu cotidiano nas relações com a família e nas relações de trabalho com clientes, associados, colegas, patrões, órgãos e agentes públicos. Buscamos perceber as tensões e conflitos decorrentes da relação cotidiana entre a "liberdade" -principal representação- justificando sua permanência nessa atividade "cansada" e as restrições às suas atividades, vinculadas à insalubridade no trabalho, à violência urbana, as regulamentações de trânsito, aos constrangimentos nas relações com os clientes e os estigmas recorrentes desta atividade.
  • JARISSA PORTO DOS SANTOS
  • (SOBRE)VIVÊNCIAS DAS SEXUALIDADES: ESTUDO ANTROPOLÓGICO EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO DE MACEIÓ/AL
  • Data: 30/05/2014
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação traz algumas reflexões acerca das percepções de profissionais da saúde sobre a vida afetivo-sexual de sujeitos que vivenciam o sofrimento psíquico. Os dados apresentados são resultados de pesquisa etnográfica realizada em um hospital psiquiátrico da cidade de Maceió-AL, nos meses de dezembro a julho de 2013, tendo como principais interlocutores os profissionais que compõem os setores de enfermagem, terapia ocupacional, serviço social, nutrição, psicologia e psiquiatras. O estudo buscou dialogar com os dados apreendidos em campo através do cotidiano vivenciado na instituição. Um dos principais aspectos ressaltados nesse trabalho são os estigmas que conduzem a vida dos sujeitos diagnosticados com transtornos mentais, considerando principalmente o lugar deslegitimado do sujeito institucionalizado, de maneira a ser assujeitado, controlado e castigado por suas ‘desordens’. Os dados de campo apontam para a ideia naturalizada de anormalidade, essa que se torna latente quando pensada frente às expressões afetivo-sexuais dos sujeitos tidos como ‘loucos’. As práticas sexuais são reprimidas (heterossexuais, homossexuais, masturbação) e a gravidez é evitada com mecanismos de contenção física e a gerencia de medicamentos. A hiperssexualidade, por exemplo, é uma das categorias acionadas quando se pensa nas expressões das sexualidades dos pacientes. As estratégias frequentemente utilizadas envolvem a infantilização ou a punição, através da Emergência Psiquiátrica, quando os pacientes insistem em desobedecer as regras. Adjetivos de ‘namorador’ ou ‘namoradeira’ são os mais utilizados para se referir aos pacientes, vistos a partir de uma perspectiva das sexualidades ‘animalescas’. Por sua vez, os pacientes desenvolvem modalidades de resistência ao modelo controlador existente, recorrendo aos recantos escuros do hospital para encontrarem-se. Destarte, esta investigação exibe alguns elementos que nos ajudam a problematizar padrões normativos de sexualidade, assim, discutindo como esses protótipos interferem no julgamento moral acerca das manifestações dos sujeitos em sofrimento psíquico.
  • LARA ERENDIRA DE ANDRADE
  • Kapinawá é meu, já tomei, tá tomado: organização social, dinâmicas territoriais e processos identitários entre os Kapinawá
  • Data: 29/04/2014
  • Hora: 14:30
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  • O trabalho apresentado nesta dissertação é fruto de pesquisa, desenvolvida nos últimos dois anos, como estudante de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal da Paraíba. Nela abordo a construção da identidade do povo indígena Kapinawá, que tem seu território situado entre três municípios pernambucanos: Buíque, Tupanatinga e Ibimirim. Observo quais são as relações que configuram uma determinada organização social (filiação, alianças matrimoniais, localização das residências, etc.), e as dinâmicas de conformação do território, que vieram a possibilitar uma posterior reivindicação pela identidade étnica e território propriamente “kapinawá”. Para compreender como se constroem estas relações sociais e o território refleti sobre as relações de trabalho e produção e a relação com o ambiente em que as famílias estão inseridas, que possibilitaram perceber uma série de dinâmicas constitutivas de sentimentos de pertença e alianças políticas. A partir dai busquei identificar e analisar como se constrói uma tradição de conhecimento, que somada aos aspectos elencados acima, é um dos elementos que possibilitou a integração dos diversos agrupamentos familiares do entorno da Serra do Macaco que se organizaram pela reivindicação da identidade étnica Kapinawá, se diferenciando dos demais agrupamentos de seus arredores. Na pesquisa fiz um recorte de análise mais detido na parte do território que ainda não está regularizada, e encontra-se em processo de reivindicação para tal, chamada pelos indígenas de “Área Nova”
2013
Descrição
  • ANNA GEORGEA FRANCO FEITOSA MAYER DE ARAUJO LIMA
  • RITUAIS DA DOR (uma análise do grupo Mães na Dor de João Pessoa - PB)
  • Data: 10/12/2013
  • Hora: 14:00
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  • As sociedades ocidentais têm conhecido um significativo aumento da violência urbana. Na sociedade brasileira, esta tem sido um dos assuntos mais recorrentes nos meios de comunicação, na Academia e, ainda, como objeto de mobilização social. Em resposta a essa violência, a sociedade civil elabora mecanismos, os mais variados, de resolutividade dos seus danos e malefícios, tais como formação de ONGs, grupos terapêuticos, e grupos de pressão, cujo objetivo é direcionar as instituições governamentais, sobretudo as jurídicas, ao pleno cumprimento de suas finalidades. Na cidade de João Pessoa, Paraíba, existe um Grupo, denominado “Mães na Dor”, formado por mães, enlutadas, que perderam seus filhos em virtude da violência. Elas mesmas transformam sua dor, seu pesar, sua saudade, em luta por justiça e pelo fim da violência urbana. O que, inicialmente, chama a atenção no grupo estudado, é que a dor dessas mães que perderam seus filhos constitui o elemento catalisador para transformar o sentimento de perda em forças para sair às ruas em passeatas, clamando por Justiça e Paz. Manifestações são elaboradas e articuladas de formas diversas, pois, conversam com as autoridades, vão ao fórum criminal, ao Tribunal de Justiça, para falar acerca da dura realidade que atingiu a todas elas: a violência. Em seus discursos elas narram como suas vidas foram marcadas pela violência que recaiu sobre seus filhos, vitimando-os. Essa dissertação aborda as relações entre luto, justiça, vergonha, humilhação, no seio do grupo “Mães na Dor”. É uma pesquisa de caráter etnográfico, que faz uso, sobremaneira, do diário de campo e entrevistas semiestruturadas. Analiso, entre outros, o conceito de violência e sua compreensão. A violência deflagra o processo de perda. Porém, são as emoções daí decorrentes, o luto, a vergonha, a humilhação, o sentimento de injustiça, que constituem as lentes através das quais a existência e a prática do grupo “Mães na Dor” são lidas. De modo que, apresento aqui, o resultado de minhas incursões como pesquisadora participante no referido grupo. Neste sentido, o campo das emoções tem relevância por salientar o quanto é importante à constituição de laços sociais e redes de solidariedade entre mães que compartilham a mesma dor e por ter afetado, também, a mim, enquanto, pesquisadora, mãe e atriz social.
  • JOBSON PAULO DA SILVA
  • A CARNE ESTIGMATIZADA: criação de suínos no Curimataú paraibano
  • Orientador : FABIO MURA
  • Data: 16/09/2013
  • Hora: 14:00
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  • em breve

  • ELIZANGELA FERREIRA DA SILVA
  • Não Escuto, Não Falo, Não Quero: A sociabilidade na Associação de Surdos de João Pessoa-PB
  • Data: 13/09/2013
  • Hora: 09:30
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  • Este trabalho discute formas de sociabilidade de um grupo de surdos na cidade de João Pessoa-PB, por meio de atividades interativas proporcionadas pela Associação de Surdos de João Pessoa-PB (ASJP-PB). Desse modo, buscamos compreender a importância de festas realizadas por esse grupo neste local, a forma como se apropria dos espaços urbanos da cidade para práticas de lazer, entretenimento, intercâmbio de ideias, entre outras formas de convivência social. Neste contexto, também procuramos discutir a importância da língua de sinais enquanto expressão corpórea que possibilita o reconhecimento da pessoa surda na sua sociabilidade elaborada cotidianamente.
  • EDUARDO EVANGELISTA COSTA BOMFIM
  • "A capoeira é tudo que a boca come": representações sociais no batizado e troca de cordões no grupo Gangara
  • Data: 12/09/2013
  • Hora: 14:00
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  • A capoeira na atualidade se consolida como forma de conhecimento sistematizado de coesão relativa, que tem em redor de si tradições e elementos da vida social brasileira. Este trabalho tem o objetivo de conhecer como, através da capoeira, as práticas corporais constituem-se em elementos formativos de identidades, compreender como estas práticas revelam elementos presentes na sociedade e inscritos no espírito da capoeiragem. Se objetiva aqui também: mapear a memória e a ancestralidade na capoeira; investigar como através da corporeidade a capoeira se estabelece enquanto tradição e conhecimento organizados, especialmente na particularidade do grupo Gangara na Bahia, e por fim analisar o batizado e troca de cordões como situação social. Para o acesso aos elementos etnográficos foram utilizados como ferramentas metodológicas o levantamento bibliográfico, entrevistas semiestruturadas e a observação participante. Após o percurso de análise observamos que o corpo funciona como principal catalizador das disputas e estruturação de valores sociais. A ritualidade se estabelece como demarcadora e identificadora de saberes e forma de atualização de reminiscências sociais, configurando tradições através do agenciamento da memória coletiva, por sua vez mobilizada por meio da corporeidade desenvolvida pelos capoeiristas.
  • DARLING DE LIRA PEREIRA
  • “A BUSCATIVA NA RUA E DA RUA: uma análise antropológica da rede de atendimento às crianças e adolescentes em situação de rua no município de Campina Grande/PB”
  • Data: 06/09/2013
  • Hora: 09:00
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  • A dissertacao “A Buscativa na Rua e da Rua: uma analise antropologica dos programas de atendimento as criancas e adolescentes em situacao de rua no municipio de Campina Grande / PB” procura averiguar o cotidiano de educadores sociais que atuam em organizacoes governamentais com criancas e adolescentes em “situacao de rua” e analisar suas concepcoes e representacoes sobre esse publico infanto-juvenil. O proposito e compreender o olhar destes atores sociais, mais especificamente, as causas que atribuem a existencia desse “problema social” e, a partir dai, refletir sobre o papel da rede de atendimento neste contexto especifico. Para conhecer como operam estes programas que fazem parte da rede de atendimento, foi realizado um estudo etnografico do dia a dia desses educadores na rua e suas relacoes com as criancas e adolescentes que eles atendem. Considerando-se o conjunto de representacoes e concepcoes apresentadas, identificou-se o seguinte modelo figurativo desta realidade social: “criancas e adolescentes em situacao de rua sao vitimas e/ou delinquentes”; “sao consequencia da politica socio-economica de exclusao social”; “sao filhos de pais pobres e de “familia desestruturadas”. Com a intencao de alcancar o objetivo proposto, por meio da observacao participante, os educadores sociais de rua foram acompanhados de perto, e, por meio deles, buscou-se compreender, de certo modo, o universo infanto-juvenil “de rua” e “na rua”.
  • ALDO SILVA DE MENDONÇA
  • Luta Camponesa e Processo Identitário em Mamanguape-PB: o caso de Itapecirica
  • Data: 30/07/2013
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho foi resultado de uma experiência de campo na autodenominada Comunidade rural de Itapecirica, situada no município de Mamanguape, Litoral Norte do Estado da Paraíba. A comunidade é constituída por cinquenta e duas famílias que também se autodefine como pequenos agricultores. Estão presentes na memória social e histórica do grupo representações sobre as Ligas Camponesas; a atuação do INCRA e principalmente a luta pela terra. Nesse sentido aspectos morais, pedagógicos, políticos e econômicos concorrem para uma história particular que distingue a comunidade da sociedade mais abrangente. Esses elementos que são de ordem material e simbólica implicam, segundo critérios do grupo, para uma construção identitária. Nesse sentido, os mais velhos, detentores do discurso ―mítico‖, são responsáveis pela socialização de sua história para as gerações mais novas se utilizando de uma dinâmica pedagógica caracterizada pela tradição oral. Portanto, a pesquisa teve como objetivo mapear as relações sociais e os mecanismos de reprodução social e econômica.
  • ELISABETE JOAQUINA DA SILVA
  • As Filhas de Pascoal: nova ruralidade e permanência no campo entre jovens agricultoras no interior de Pernambuco.
  • Data: 18/07/2013
  • Hora: 15:00
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  • em breve

  • JOSE RAIMUNDO ARAUJO JUNIOR
  • DOS PRAZERES NARCÍSICOS À CENA VOYEUR: Performances eróticas e enlace de corpos virtualizados no site Cam4
  • Data: 08/07/2013
  • Hora: 14:00
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  • Neste trabalho analisamos o modo como diferentes configurações de gênero são acionadas na construção de performances em um site de integração de webcams. Ambicionando compreender os processos de fabricação do corpo-sexuado no palco dessas interações virtuais, descrevemos um conjunto de exibições matizadas por acentuado apelo erótico, sinalizando como determinadas representações coletivas emanam de formas estratégicas de exibição do corpo, bem como dos enunciados da audiência, que dialoga através de um sistema de mensagens instantâneas. Evidenciamos que a construção das performances guarda relação com quadros de classificação que garantem inteligibilidade às interações entre distintos agentes, fazendo emergir construtos simbólicos associados às preferências sexuais e configurações identitárias assumidas pelos usuários. Tais processos são analisados a partir de uma articulação entre os estudos de gênero e a antropologia da performance, com vistas à reflexão sobre as representações coletivas materializadas pelo corpo no universo espetacular da encenação erótica, sobretudo no que diz respeito ao processo de fabricação simbólica do sexo a partir da ação coerciva do gênero.
  • RANIERY FONTENELE FIRMINO
  • VERSÕES DO PATRIMÔNIO: USOS E NARRATIVAS DOS MORADORES DO POÇO DA DRAGA
  • Data: 19/06/2013
  • Hora: 14:30
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  • Esta pesquisa parte de uma reflexão acerca da proposta do Decreto no 3.551 que institui o registro de bens culturais de natureza imaterial constituintes do patrimônio cultural brasileiro e que, de certa forma, tem alargado os significados da categoria de patrimônio. Assim, esta dissertação investigou o processo de construção da realidade social do que vem a ser constituído e definido como patrimônio cultural significativo, tendo como referência os processos em disputa de controle do espaço, em torno do Centro Histórico de Fortaleza. Tomou, especificamente, como terreno empírico para análise e compreensão antropológica o caso dos moradores do Poço da Draga que têm residido no bairro Centro por mais de 70 anos. A categoria de patrimônio aqui é pensada etnograficamente tendo como referência o ponto de vista desses moradores, seus usos e suas narrativas no espaço do bairro central.
  • EMANUEL OLIVEIRA BRAGA
  • A Reinvenção da Dádiva: desenvolvimento regional, economia solidária e responsabilidade socioambiental no Banco do Nordeste do Brasil.
  • Data: 13/05/2013
  • Hora: 10:00
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  • em breve.

  • JOSE ADELSON LOPES PEIXOTO
  • Memórias e Imagens em confronto: os Xucuru-Kariri nos acervos de Luiz Torres e Lenoir Tibiriçá
  • Data: 30/04/2013
  • Hora: 14:00
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  • em breve.

  • ADRIANO AZEVEDO GOMES DE LEON
  • O CAC faz você dançar - uma etnocartografia das performances masculinas no bairro do Rangel em João Pessoa-PB
  • Orientador : SILVANA DE SOUZA NASCIMENTO
  • Data: 02/04/2013
  • Hora: 14:00
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  • em breve

  • ANDREIA DE SOUSA MARTINS
  • Plateias da Morte: discutindo o fim da vida em comunidades e Velórios Virtuais
  • Data: 13/03/2013
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação versa sobre as maneiras com que a morte vem sendo tratada na
    virtualidade através de comunidades virtuais de Redes Sociais que catalogam
    perfis de pessoas que já morreram e em sites de empresas funerárias que
    viabilizam a transmissão de Velórios Virtuais. 
    Nestes espaços, trata do corpo morto no ambiente virtual como vetor de
    significações e representações da vida e da morte: primeiramente, o perfil na
    rede social Orkut como representação do indivíduo e de sua corporeidade; por
    último, do corpo morto no momento do velório, transmitido para a virtualidade
    através dos Velórios Virtuais. Comporta, também, uma netnografia, ou seja, uma
    etnografia virtual das comunidades "Perfil de Gente Morta" e "Velórios Virtuais" do Orkut, analisando a forma com que a
    virtualidade tem abarcado o tratamento do fim da vida e a discussão da morte,
    através de uma antropologia da morte.
  • ELISA PINTO SEMINOTTI
  • “QRD À BASE SAMU”!ETNOGRAFIA DE UM SERVIÇO DE URGÊNCIA: O SAMU-JOÃO PESSOA/PB
  • Data: 01/03/2013
  • Hora: 09:30
  • Mostrar Resumo
  • O estudo traz uma reflexão sobre o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU
    192 do Município de João Pessoa, Paraíba, a partir de uma etnografia realizada no
    serviço, junto aos atores que o compõem: médicos, enfermeiros, técnicos de
    enfermagem, técnicos telefonistas, condutores, coordenadores e demais
    administrativos. Trata-se de contribuir para a antropologia como disciplina que vem
    explorando campos da saúde, enquanto uma tendência atual que busca incluir os
    profissionais de saúde na condição de nativos, desenvolvendo as relações sociais,
    sentidos e prática que têm lugar neste contexto. Através da observação participante
    e de trocas com os profissionais interlocutores buscou-se compreender a rotina e a
    cultura institucional do serviço, o trabalho e as relações sociais entre as
    categorias profissionais, a visão do serviço do ponto de vista de seus atores e a
    interação destes com a população que o demanda. Metodologicamente, a etnografia foi
    realizada na sede principal do SAMU, durante os plantões diurnos, entre os meses de
    janeiro e julho de 2012. As observações foram realizadas nos diferentes setores do
    serviço, assim como dentro das ambulâncias e nos atendimentos na rua. Dentre os
    aspectos revelados pela etnografia, chama atenção a constituição do SAMU como um
    mundo em si mesmo, sua linguagem e sua “roupagem”; a forma de lidar com a rotina de
    atendimentos e de espera dentro da base, assim como os espaços de convivência, que
    instituem relações como as de hierarquia e disputa de poder, os conflitos. Ainda um
    elemento de análise interessante foram as discrepâncias entre o SAMU interno
    (relações sociais entre os profissionais) e o SAMU externo (a interação com a
    população e demais serviços).
  • ANTONIO LUIZ DA SILVA
  • Pelas Beiradas: Duas décadas do ECA em Catingueira - PB.
  • Data: 26/02/2013
  • Hora: 14:00
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação é composta por quatro grandes movimentos interdependentes, uma conversa sobre assuntos vindouros e uma meditação final. Inicio fazendo uma breve introdução ao tema geral. No primeiro movimento, apresento a cidade de Catingueira, a partir de onde reflito sobre a teoria, sobre minha abordagem metodológica, sobre o que experimentei em campo e das inspirações que me advieram de meus interlocutores, tanto dos pensadores locais quanto dos autores acadêmicos, alumiando ainda a corrente à qual me filio, qual seja, a Antropologia da Criança. No segundo movimento, me debruçarei sobre algumas questões ligadas aos direitos das crianças, considerando que ele é fruto das lutas nacionais e internacionais; abro-o contando como me defrontei com essa questão dentro de um circo popular em Catingueira; justifico a escolha da temática, mostrando como o direito se representa ao imaginário das pessoas da cidade referida; destaco o papel e a importância do Conselho Tutela, do CMDCA, enfatizando o processo de eleição dos conselheiros, a visão que se tem destes no município e um pouco do que se entende por direitos de crianças. No terceiro movimento, mostro ideias sobre a política pública para as crianças, descrevendo algumas ações municipais; ainda tratarei da participação política das crianças na cidade, defendendo que sua visualização se dá pela ocupação dos espaços sociais, onde se pode observar sua capacidade de propor soluções criativas para os problemas que as circundam. No quarto movimento, relatarei o resultado das várias sentadas que fiz à beira do gramado de futebol, mostrando muitos dos aprendizados que lá podem ser possíveis às crianças e aos adultos, com destaque para a luz que o referido espaço pode lançar sobre os direitos infantis no cotidiano.  Finalizando, retomo e reafirmo alguns dos achados feitos meditando sobre alguns dos pressupostos que ficaram subjacentes a esta pesquisa.